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Revista Comunidades, media partner dos Encontros PNAID 2021, em dezembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima

um plano de capacitação similar ao recentemente realizado, mas desta feita destinado à rede externa.

No centro de toda esta rede está, obviamente, o investidor da diáspora, para o qual foi inclusivamente criado um estatuto próprio, dando cumprimento a uma outra medida contemplada no eixo D do PNAID - Promoção, Mobilização e Redes.

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Podem requerer este estatuto cidadãos portugueses, lusodescendentes ou nascidos no estrangeiro a quem tenha sido atribuída a nacionalidade portuguesa ou a ela tenham direito, que residam ou hajam residido por mais de um ano fora de Portugal, nos últimos dois anos anteriores à data em que requerem o referido estatuto, e que pretendam realizar, independentemente de regresso, projeto(s) de investimento em Portugal, a título individual ou através de entidade empresarial cujo capital detenha em mais de 50 %.

O “Estatuto de Investidor da Diáspora” é obtido on-line e de forma autónoma em pnaid.mne.gov.pt e permite o acesso a majorações e dotações orçamentais específicas num conjunto de iniciativas e programas de apoio agregados no PNAID. Tal já aconteceu com o + CO3SO Emprego e + CO3SO competitividade (SI inovação – territórios de baixa densidade e Programa de Apoio à Produção Nacional - Base Local). No primeiro ano de execução do PNAID, foram emitidos quase 200 estatutos de investidor da diáspora. Todos os detentores deste estatuto podem usufruir de acompanhamento por parte da Rede de Apoio ao Investidor da Diáspora bastando para tal requerer o mesmo junto do GAID.

A revista Comunidades (ex Port. Com), desde a realização do I Encontro de Investidores da Diáspora, realizado em 2016, em Sintra, tem sido porta-voz das diferentes organizações destes eventos para levar informação aos investidores, empresários e empresas portuguesas na Diáspora

No panorama dos órgãos de comunicação social dirigida aos portugueses e lusodescendentes que vivem e trabalham no estrangeiro, a revista Comunidades é a única publicação de língua portuguesa (papel e online), presente transversalmente em todo o espaço da lusofonia: comunidades portuguesas e países de expressão lusófona.

Em contagem decrescente para os Encontros PNAID 2021, que terão lugar entre 9 e 11 de dezembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, renova-se o apelo para que os interessados façam a sua inscrição o mais cedo possível.

Ao longo dos três dias do evento, para além das sessões plenárias, de sessões de apresentação de ideias, projetos e soluções de investimento, serão ainda promovidas sessões temáticas paralelas com enfoque nos temas Agricultura e Agroalimentar; Indústria 4.0 e Produção Avançada; Turismo e Sustentabilidade; Mar e Economia Azul; Digital e Saúde; Ideias e Negócios nos Territórios do Interior.

As mesas redondas, sessões dinâmicas de networking e visitas a empresas do Médio Tejo serão outros dos tópicos do programa, onde não faltarão também momentos de convívio, lazer e cultura. Consulte AQUI o programa.

Os Encontros PNAID, que dão continuidade aos Encontros de Investidores da Diáspora, realizados desde 2016, são uma iniciativa conjunta da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e da Secretaria de Estado da Valorização do Interior. Em 2021 os Encontros PNAID são coorganizados pela Câmara Municipal de Ourém e pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, em parceria com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

O Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) é uma iniciativa governamental de valorização das comunidades portuguesas que promove o investimento da diáspora, em especial no Interior do país, bem como as exportações e a internacionalização das empresas nacionais através da diáspora.

Saiba mais em https://www.encontrosdiaspora.pt/

OPINIÃO

POLIR O DIAMANTE DA DIÁSPORA

JACK SOIFER CONSULTOR INTERNACIONAL DE EMPRESAS

O que seria do mundo sem os corajosos, esforçados, flexíveis, humildes e brilhantes emigrantes lusos no século XVI? O que seria da globalização, da paz entre povos, sem as diásporas? Muito da exportação se deve àqueles que deixaram o conforto e a segurança das suas terras para aceitar o desafio de uma vida melhor algures. E lá, viram o potencial dos produtos e serviços dos seus ex-vizinhos e compatriotas.

Muitos países usam a diáspora para exportar para muitos pequenos, mas lucrativos nichos de mercado. Na Suécia não há AICEP, mas um grupo ligado à Confederação

Industrial, que inclui estrangeiros que lá vivem, alguns técnicos experientes e vários emigrantes, recebe apoio do governo, mas no Conselho tem apenas um representante seu. Há ainda a Swedes Abroad, uma ONG de emigrantes, que responde a questões de nanoinvestidores, como “quem compra a segunda habitação” ou quer

“iniciar um negócio ou uma parceria”.

O Brasil tem o CONCID, Conselho da Cidadania, onde a diáspora em cada consulado apoia diretamente os ali recém-chegados a gerir questões simples, a integrar-se na sociedade local. E ajuda-os a formar PMEs que, em geral, importam produtos finais ou semiacabados da sua “terrinha”.

Empresários de quase todos os países usam a Câmara de Comércio no estrangeiro para iniciar contactos para exportação. Esta, recruta quase sempre técnicos na diáspora local para estudos de mercado e de potenciais parceiros. Foi assim que a minha nanoempresa de consultoria entrou no mercado da região de Nanjing, na China, para lá, devagar, obter clientes.

A diáspora lusa tem muitos milhares de descendentes em postos de comando em grandes empresas e organizações lá fora. Eles podem, melhor do que ninguém, ajudar-nos a exportar ou trazer alta tecnologia para aumentar a nossa competitividade, em nichos que as nossas empresas precisam, para garantir mais exportações no futuro.

Somos excelentes a exportar calçado, tecidos e confeções. Somos excelentes em turismo, em moldes e muitas peças mecânicas. Mas o baixo preço aos agricultores, em produtos rurais, e talvez a pouca compreensão do lucro potencial em extratos, essências e outras substâncias que entram na composição de fármacos, cosméticos, homeopáticos e não só, ainda não nos levou a explorar estes nichos. As nossas enfermeiras na Noruega conhecem o potencial.

Temos excelentes soldadores, mecânicos e outros usados em reparações navais. Eu próprio, há décadas, recrutei soldadores da Lisnave para a Suécia. Temos uma posição geoestratégica invejável para vendermos serviços de manutenção naval. Os nossos projetistas a trabalhar no Reino Unido, em França e não só, podem apoiar-nos.

Há 17 anos, quando elegi Portugal o melhor país do mundo para a minha habitação-base, descrevi o enorme potencial dos colégios-internos e universidades para estrangeiros. Somos um povo muito acolhedor, simpático, flexível, seguro, o que faz com que os pais nos confiem os seus jovens filhos. A estrangeira Nobel comprou, por cá, internatos para explorar a fileira de colégio-internacional. A Nova investiu muito num novo campus, num local paradisíaco para ricos jovens universitários. Isto elevou a procura por imóveis simples; agora a vinda constante dos pais aumentou a procura de novo lar para a família.

Se a diáspora é para nós um diamante, que tal poli-lo num Conselho ligado diretamente ao PM ou Ministro de Estado, para melhor aproveitar o potencial gigante das qualidades humanas, geopolíticas e técnicas deste nosso querido Portugal?

Yes, we can! Polir o diamante da diáspora!

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