CULTURA E ARTE EM DIÁLOGO COM A EDUCAÇÃO

RELATÓRIO DE GESTÃO 2021

RELATÓRIO DE GESTÃO 2021
RELATÓRIO DE GESTÃO
25 ANOS
Os âmbitos que o Instituto Odeon foi capaz de penetrar dentro do ecossistema da cultura nesses 10 anos de história junto ao Museu de Arte do Rio e seus 25 anos de atuação na cena são memoráveis .
Desde os equipamentos culturais que experimentaram um modelo de gestão proposto pelo Odeon, esse que se tornou referência no país, aos desafios enfrentados, os momentos e as realizações ao longo dessas duas décadas e meia são muitos.
Em 2021, assumimos novos desafios , nos lançamos para novos arranjos e nos preparamos para um 2022 de esperança, novos encontros, novos horizontes . Olhamos de dentro para fora e pensamos novas formas de fazer cultura e
compartilhar experiências. Entregamos uma programação consistente para o Museu de Arte do Rio na posição de correalizadores sem perder nosso bem maior: a paixão pelo ofício e a realização responsável e coerente.
Não abrimos mão do legado e da memória construídos para este espaço que hoje é reconhecido mundo afora pelo seu programa de vizinhos, seu diálogo com a comunidade e a pulsação intensa de sua programação Deixamos uma marca de amor à cultura neste espaço que é da população.
Tendo o acesso à cultura como pilar central , o Instituto Odeon alça novos voos, compreende os erros e acertos para seguir em frente.
Em nome do Conselho Administrativo do Instituto Odeon, enxergamos 2021 como um ano de boas escolhas e importantes passos rumo a um novo florescer
Conselho Administrativo do Instituto Odeon
Após longos meses de incertezas , portas fechadas, criatividade e resistência para seguir fazendo cultura em um país que nem sempre a entende como essencial à vida, pudemos ouvir os sons de pessoas chegando pelos portões, sons e toques de músicos preparando um novo espetáculo, pudemos retornar ao olho no olho .
Em 2021, o Instituto Odeon seguiu sua conduta característica de fazer uma gestão cultural coletiva, com excelência e transparência . Após a tempestade, pudemos entregar 4 exposições potentes, dezenas de atividades educativas, programas de formação para jovens periféricos em linguagens museais e artísticas. Pudemos trazer o público de volta. E suamos a camisa para entregar projetos com qualidade, excelência e muito carinho.
Nossos passos vêm de longe, sim. Mais precisamente 25 anos de existência e de muito trabalho pela cultura no Brasil.
Temos a certeza de um legado bem estruturado, firmado em bases sólidas de um fazer coletivo. Isso é o que nos alegra enquanto Organização sem fins lucrativos para a cultura. Pela cultura. Temos a certeza da relevância dos projetos que temos em nossas mãos, e sabemos que o fazer cultural precisa ser para as pessoas. Para tocar o público por meio da reflexão e do abraço. Nosso foco é mudar a vida das pessoas com projetos que façam
sentido para a sociedade. Isso é inegociável para nós enquanto realizadores.
Com uma saudação especial aos que estão nas trincheiras da cultura conosco e enfrentam as dificuldades sem abrir mão da excelência, do zelo pelas pessoas e pelo fazer cultural e artístico. Uma equipe que extrapola o quadro de funcionários e atinge a comunidade artística, a sociedade civil, os que estão do mesmo lado que nós. Somando forças, essa rede tornou o caminho mais bonito e mais forte. Tornou possível.
Neste ano, convidamos as pessoas a saírem de suas casas com segurança para celebrar a cultura com cada uma das atividades realizadas pelos nossos projetos. Convidamos o público a pensar e refletir a partir das linguagens digitais , como as exposições virtualizadas, o podcast Para pensar o Brasil e a plataforma COÉ.
Celebramos as sutilezas, as minúcias do dia a dia com uma deliciosa leitura das crônicas cariocas em uma bela e grande exposição com curadoria de Luiz Antonio Simas, Conceição Evaristo, Marcelo Campos e Amanda Bonan.
Celebramos os novos caminhos e a ampliação da nossa vocação e dos voos que desejamos alçar. Em 2021, disputamos a gestão do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo com um projeto de museu inclusivo e democrático, e vencemos.
Honramos o nosso compromisso com a cultura, a transparência e cada um dos projetos que nos empenhamos em realizar.
Celebrar esse compromisso com a conclusão de um ano de transformações, desafios e novos horizontes é indizível.
Vamos adiante pela cultura.
CARLOS GRADIM Diretor Artístico do Instituto OdeonAinda em meio a uma incerta pandemia , o Instituto Odeon, em parceria com agentes sociais da Região Portuária e o MAR, realizou o projeto COÉ . Quatro iniciativas socioculturais da região portuária tiveram suas histórias contadas em documentário musical apresentado por Sandra de Sá. O objetivo da plataforma é dar visibilidades a ações desenvolvidas no território onde o MAR está inserido e fortalecer a comunidade .
O COÉ contemplou quatro grupos do Morro da Providência : Rolé dos Favelados, Slam das Minas, Orquestra de Rua e Impacto das Cores. Cada um ganhou um portfólio audiovisual lançado nas redes sociais do Instituto Odeon e do MAR. Além disso, um documentário conduzido pela cantora Sandra de Sá compila informações sobre a trajetória e a formação de atuação dos contemplados, visando dar mais visibilidade ainda a eles.
MUSEU DA DIVERSIDADE SEXUAL
Em 2021, o Instituto Odeon venceu o Edital para a gestão do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo . O equipamento cultural, vinculado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, é pioneiro na América Latina. O Museu da Diversidade Sexual está localizado na Estação República do Metrô e seu projeto prevê a criação de uma nova filial em ponto estratégico da cidade, além da ampliação de suas linhas de atuação e fortalecimento de seu acervo . A gestão da Organização
Social para o equipamento começou em janeiro de 2022 e contará com a implementação de um novo plano museológico e de ações apresentadas focadas em diversidade, democracia e transparência , pilares do Instituto Odeon desde a sua criação.
MUSEU DE ARTE DO RIO – MAR
Em janeiro de 2021, o Museu de Arte do Rio passou a ser gerido pela Organização dos Estados IberoAmericanos (OEI) e, desde então, trabalha em sinergia com o Instituto Odeon, que agora é o correalizador do MAR A parceria entre OEI e Odeon tem como objetivo unir esforços para o melhor funcionamento do museu , dando assim continuidade às ações já desenvolvidas no MAR desde sua concepção, em 2012.
PÚBLICO EM 2021
275.035
PÚBLICO ONLINE
121.774
PÚBLICO PRESENCIAL
153.261 110
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA DO OLHAR
PRESENCIAIS E ONLINE
PÚBLICO PARTICIPANTES DO
PROGRAMA DE VISITAS EDUCATIVAS
PRESENCIAL E ONLINE
VISITAS AO ACERVO MUSEOLÓGICO 120 GRUPOS
24.417
PARTICIPANTES DAS ATIVIDADES DA ESCOLA DO OLHAR PRESENCIAL E ONLINE
3 EXPOSIÇÕES REALIZADAS
Curadoria : Marcelo Campos e Claudia Saldanha
11 FEV 2021 > FEV 2022
(Acervo pessoa da família do artista)
A mostra individual do artista foi apresentada na reabertura do museu , seguindo todas as recomendações do contexto da pandemia. Os trabalhos da exposição percorreram em torno de projetos de murais para edifícios públicos e privados da cidade do Rio de Janeiro, reunião de estudos preparatórios para painéis e mosaico, além de ilustrações, objetos e alguns documentos históricos.
Essa exposição elucidou a trajetória do muralista e a sua grande influência na história da arquitetura moderna brasileira , sobretudo como um dos pioneiros da abstração nas artes aplicadas. Além disso, também reuniu passagens importantes do trabalho como artista gráfico e ilustrador.
Curadoria : Marcelo Campos e Paulo Knauss
MAI 2021 > FEV 2022
Coleção do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB)
A exposição coletiva apresentou diálogos contemporâneos sobre a história do Brasil através de 180 obras, 165 da coleção do Instituto Históricos e Geográfico Brasileiro e 15 do acervo da coleção MAR. Esse encontro gerou uma forma de renovação de significados da coleção IHGB e busca destacar o que há de contemporâneo nas antiguidades e o que há de histórico no contemporâneo
Dessa maneira, o MAR e o IHGB formaram a mostra com o intuito de repensar a construção do Brasil, elaborando novas perspectivas para entender historicamente o presente e demonstrar através das abordagens artísticas como a arte pode interrogar a história.
Opúblico conseguiu perceber a divisão da mostra em 5 eixos temáticos, o que permitiu a consonância do diálogo proposto: O Inventário de Diferenças , partiu da recontextualização de narrativas e representou a fronteira entre a tradição e o contemporâneo; Presentismo , deu destaque a raridade da coleção do IHGB e tesouro do patrimônio cultural do Brasil, o crânio do homem de Lagoa Santa. Essa seção apresentou como passado e presente estão próximos e embaralhados a partir da universalidade do crânio; Cores da história , percorreu pela história do uso das cores e a relação desse experimento entre
artista e memória. Mas principalmente explicitou como os artistas podem revelar origens silenciadas e restaurar novos olhares para a história por meio das cores. Usos do passado , ecoou a voz de artistas indígenas através de suas obras, com o objetivo de provocar novas interpretações aos vestígios do passado, conduziram releituras da história do Brasil. Reparação Histórica , deteve a síntese de representar como o registro e a memória quanto a reparação histórica se aproximam dos gestos artísticos contemporâneos. E transmitiu como a imaginação da arte pode reescrever as narrativas dominantes.
Curadoria : Marcelo Campos e Amanda Bonan
AGO 2021 > DEZ 2021
A mostra individual de Ayrson Heráclito aconteceu no primeiro andar do pavilhão de exposições, dispondo 12 obras do artista que fazem parte da coleção MAR. Na abertura da exposição o público teve a oportunidade de assistir a duas performances .
Os trabalhos apresentados na exposição representam uma recriação poética de um Brasil Yorubaiano, e refaz a memória que está marcada por feridas históricas, exploração de corpos e silenciamento. O artista utiliza materiais orgânicos como, açúcar, dendê e carne de charque, e através desses elementos compõe a história, simbologia de suas obras e entra em contato com as forças ancestrais associadas às práticas de alimentar as divindades e a natureza.
Na sala A, a performance, “Segredos Internos”. Um homem banhado em dendê, sentado em um saco de açúcar segurando um barquinho somado o gesto de navegar.
O artista produz com uma maquete da Igreja do Rosário dos Pretos e dendê e imagina a cidade de Salvador tingida do óleo-amuleto.
A exposição contou com diversas linguagens , como fotografias, vídeos, instalações e objetos que evidenciam a cultura Yorubá.
A fruição de suas obras é um exercício de elucidação do que sua arte traz da espiritualidade e aproximação das forças ancestrais . As obras
do artista que representam os orixás trouxeram ao público toda complexidade dos elementos da representação e atenção na movimentação dos corpos em torno da dança, dos gestos e todo significado que a cena apresenta.
Curadoria : Marcelo Campos, Amanda Bonan, Luiz Antonio Simas e Conceição Evaristo
SET 2021 > JUL 2022
A principal mostra de 2021 do Museu de Arte do Rio contou com a participação de 100 artistas e quase 600 obras e 100 dessas obras expostas fazem parte do acervo da Coleção MAR. O público que visitou a exposição teve a oportunidade de conhecer o Rio de Janeiro que não está nos livros, mas que figura no imaginário coletivo daqueles que vivem e respiram a cidade em toda sua complexidade
A mostra coletiva contou com a participação de obras de artistas como Denilson Baniwa, Jade Maria Zimbra, Brígida Baltar, Carlos Vergara, Rosana Paulino, Yhuri Cruz, Bispo do Rosário, Hélio
Oiticica, Lucas Assumpção, Marcela Cantuária, Almir Veiga, Emmanuel Nassar, Heitor dos Prazeres e entre outros.
As obras apresentadas contam a história da cidade encantada e das encruzilhadas . Exaltando as figuras que fazem parte das crônicas cotidianas no Rio de Janeiro ao longo de sua história junto a malandros, ciganas, festas de louvor e sincretismo . É discutido também o que se tornou a cidade e histórias que foram apagadas, mas estão presentes na oralidade e esquinas das ruas. Ao percorrer os espaços da exposição o público conseguiu entender uma linha cronológica livre e imagética de todas as zonas, subúrbios e periferias que narram a cidade.
Através de diversos suportes, como vídeos , objetos, instalações, fotografias e pinturas , a mostra ocupou três galerias do museu . Artistas como Sônia Gomes, Lucia Laguna, Rosana Paulino, Brígida Baltar, Alexandre Vogler, Bispo do Rosário, Laerte e Bastardo também destacam a organização que dá vida às histórias e toda complexidade que o Rio apresenta . Além disso, nomes contemporâneos, a exemplo de Guignard, Di Cavalcanti, Lasar Segall e Mestre Didi, também compõem as representações da cidade partida.
Segundo o curador-chefe Marcelo Campos, “Crônicas Cariocas” trata de um Rio que apesar dos pesares revive diariamente.
miúdas. Um Rio que reza e dança, que inventa seus próprios deuses, enquanto se organiza no trabalho informal e na poesia dos trens e das praças. Um Rio que viu seus cinemas fecharem, suas linhas de ônibus deixarem de ligar as zonas Sul e Norte, mas que, ainda assim, nasce e renasce todos os dias”.
E relacionando o nome da exposição com todas as simbologias apresentadas, um dos curadores Luiz Antonio Simas destaca que a crônica é um gênero literário carioca por excelência . “Machado de Assis fala disso, que a crônica começa quando duas vizinhas falam do calor e a história se desenrola. Mas ela não se limita à literatura . A crônica está presente na música popular, nas conversas cotidianas, nas sociabilidades construídas nos botequins, nas esquinas, no convívio com as rezadeiras, enfim. É disso que se trata”.
“Ela fala da cidade suburbana, cujo afeto é o amálgama das relações e histórias
Desde 2019, o MAR ocupa o mastro instalado no topo do Palacete D. João VI com bandeiras de artistas contemporâneos convidados para criar obras inéditas para ocupar o espaço, com visibilidade para a Praça Mauá e o entorno. Já tendo recebido obras de Adriana Varejão, Marcos Chaves e Xadalu, em 2021 foram hasteadas duas bandeiras: Andando em Círculos , da mineira Sonia Gomes, e Tajá - para curar a terra e a folha, de Matheus Ribs.
Itens doados em 2021 ao acervo museológico :
90% catalogadas
*
O Acervo de obras do Museu de Arte do Rio é uma das mais relevantes coleções públicas do país. Constituída por obras de arte, livros de artista, documentos, objetos e coleção bibliográfica. Em 2021, a Coleção MAR atingiu a marca de 10 mil itens catalogados, com mais de 700 obras recebidas pelo museu em 2021 divida em seus núcleos significativos.
Por conta da pandemia, o MAR elaborou uma nova forma de aproximar o museu das pessoas dentro de suas casas e criou um diálogo real e sensível de forma virtual. As produções audiovisuais que retratam as exposições são exclusivas e contam com intérpretes de libras após a edição do material. Através de tours virtuais 360º e em algumas delas a narração de
especialistas convidados, o público consegue fruir as especificidades, as histórias dos artistas e as curiosidades de cada mostra e obras apresentadas. Os vídeos são disponibilizados no canal do Youtube do Museu de Arte do Rio e permite também a difusão do conteúdo expositivo de forma atemporal e digital.
O tour virtual da mostra de Paulo Werneck foi conduzido pelos curadores Marcelo Campos e Claudia Saldanha , permitindo o público acessar os detalhes e a essência da exposição através de um passeio em 360° pela galeria.
O conteúdo virtual permite ao espectador observar a apresentação dos objetos da mostra e a relação entre o clássico e o contemporâneo. A forma como a mostra é capturada colabora também com a narrativa e indagações que a exposição propõe, ao fazer interrogações do ponto de vista artístico sobre a história do Brasil.
O artista foi convidado para guiar o visitante na imersão virtual . O tour 360º da exposição conta com o depoimento de Ayrson Heráclito, que permite aprofundar assuntos como processos de criação, história de elementos utilizados e significados das obras capturadas pelo vídeo.
O tour virtual da mostra principal do ano de 2021, passeia núcleo a núcleo da exposição. A forma como o roteiro e as imagens são apresentadas ao público os permitem acessar uma linha cronológica e a contextualização do enredo das obras e artistas referentes.
A partir da parceria entre o MAR e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB e com o objetivo de trazer novas linguagens para o diálogo entre as instituições e a história do Brasil , criamos o podcast “Para Pensar o Brasil: Histórias que não se conformam” Em diálogo com a exposição , os 10 episódios do podcast apresentam as histórias do Brasil a partir de intelectuais, pesquisadores e personalidades associadas ao IHGB com intervenções contemporâneas em pílulas de mediação propostas por educadores.
2021 foi o ano de retomada das atividades da Biblioteca e Centro de Documentação MAR. No primeiro semestre, instalamos a Banca de Jornais do artista Nelson com exposições, visitas abertas ao público e atividades online e presenciais.
Pesquisas no Sistema do Acervo
Bibliográfico:
370
Visitas presenciais à Biblioteca e Centro de Documentação
MAR:
6119
O ano de 2021 foi um ano de reconstrução para a cultura e a educação do país . Na Escola do Olhar, esse espaço de reinvenção, vanguarda e resistência não foi diferente. Desde o início do ano, a Escola retomou suas atividades, desde as híbridas até as presenciais, retomando a potência de um espaço educativo-museal. Estes são alguns dos projetos reconstruídos e construídos neste ano
Os campos da arte e da cultura privilegiam pessoas que têm o capital financeiro, cultural, relacional e simbólico necessários para se inserir e avançar profissionalmente. Pessoas da periferia que conseguem prosperar são, em geral, casos isolados, ainda que esse cenário esteja mudando.
Tendo isso em vista, o MAR - Museu de Arte do Rio p romove uma experiência única de formação e inserção profissional de jovens periféricos na arte e na cultura . Os selecionados desenvolvem competências e habilidades teóricas e práticas, mas também são incentivados num aspecto mais amplo de formação pessoal
com acompanhamento pedagógico e sessões de processamento da experiência vivida. Eles se tornam, de certa forma, donos do museu, empoderados para falar de arte e cultura desde suas perspectivas individuais e situadas desde a periferia, mas entendendo a sua formação como um exercício democrático mais amplo.
Na edição de 2021, o Percursos Formativos se conecta ainda mais às demandas emergentes do município do Rio de Janeiro, tendo como recorte geográfico a Zona Oeste, região com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município, mas mais especificamente Santa Cruz, o bairro com um dos maiores índices de Zonas Especiais de Interesse Social, que o sinaliza como um território de demanda de investimento social. Pela primeira vez, o programa de formação tem um recorte tão delimitado no intuito de formar um grupo de jovens que passarão pelo projeto Percursos Formativos e que poderão atuar em rede de
maneira situada em seu bairro de origem, a fim de contribuir para o fortalecimento do circuito de arte e cultura. Para além dos alunos, o curso também prevê a contratação de professores, profissionais, coletivos e organizações de arte e cultura de Santa Cruz para compor o currículo, como contribuintes da formação.
OCUPA!
Se antes da pandemia de covid-19 o MAR era o lugar dos encontros, da encruzilhada e também do trabalho, durante a pandemia ele se tornou restrito, deixando ainda mais vulneráveis os grupos que dependem do fluxo de pessoas para sobreviver.
A partir desse pensamento, o MAR realizou a ação Ocupa! Entregadores, ambulantes, prostitutas e artistas de rua ocuparam os pilotis do museu para participar de rodas de conversa, oficinas práticas e intervenções artísticas.
Luiz Antonio Simas, a rua não é só o lugar de política e economia, mas também dos afetos, da festa, do riso e do encantamento da vida.
O Curso de Mediadores de 2021 é um fruto da invenção. Esse curso só se fez possível, como o próprio Larrosa nos diz, quando conseguimos “parar para pensar mais devagar, escutar mais devagar; sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro.
Patricia Marys Gerente de Educação do MARO projeto “Rua, nos pilotis”, desceu parte da exposição “RUA” da sala expositiva do MAR para os pilotis do museu.
Para realizarmos, montamos a obra dos artistas Guga Ferraz e Daniel Castanheira, RAMPA Sound System/Robson Affini, instalamos uma cobertura de MDF nos vidros do museu para proteção onde contratamos
o coletivo MP para grafitar e colamos uma plotagem de sinalização criada para a ação cultural.
Ainda ambientamos com os lambes do Coletivo Tupinambá Lambido, colando 6 lambes da parede ao fundo dos pilotis e protegemos a obra “Morrinho” com uma proteção de acrílico.
A primeira edição do projeto MAR nas Escolas, uma ação da Escola do Olhar, vai levar o Museu de Arte do Rio para as escolas da rede municipal no Rio de Janeiro por meio da plataforma RioEduca. A intenção é ampliar o acesso de cerca de 700 mil estudantes de diferentes segmentos para que possam vivenciar as atividades do museu no formato de visitas virtuais mediadas .
Por conta da pandemia de Covid-19, neste ano o projeto MAR nas Escolas foi realizado de forma híbrida entre o presencial e virtual e produziu uma minissérie audiovisual. A Escola do Olhar selecionou 9 jovens da Região Portuária, que foram alunos da rede pública de ensino e tinham interesse e/ou experiência nas áreas da arte e da cultura
Assim como as visitas mediadas, os vídeos produzidos foram divididos em quatro eixos: Vejo o Rio de Janeiro, que promove reflexões sobre as diferentes representações da cidade; Guardar para lembrar, eixo sobre memória, o ato de colecionar e o papel de museus na construção de identidades coletivas; Práticas Artísticas Contemporâneas, que explora as diferentes linguagens que artistas
Participar do MAR nas Escolas ampliou minha perspectiva de mundo, deu a oportunidade de repensar meu papel político-social e ajudou na construção da minha auto estima, enquanto pessoa e profissional. Acredito que, além de gerar debates importantes pro desenvolvimento das estudantes, a representatividade potencializa os corpos que se identificam, mostrando as experiências diversas que podemos viver para além do sobreviver.
Pietra Motta, 24 anos, moradora do Santo Cristo e uma das participantes do projeto
contemporâneos utilizam; e Meu corpo no museu, que explora as representações e construções sociais sobre o corpo e o lugar do corpo na arte, na sociedade e no museu.
As visitas são construídas na metodologia da mediação cultural , que conecta as pessoas aos significados artísticos e culturais de uma exposição e do próprio museu. O público tem um papel ativo na construção do conhecimento e dos significados .bTodos os vídeos serão disponibilizados na plataforma Rioeduca, que atende cerca de 700 mil crianças e adolescentes, e para as Coordenadorias Regionais de Educação.
Ao longo do ano, realizamos atividades culturais das mais diversas como vocês puderam ver até aqui. E sem nossos parceiros e patrocinadores, nada disso seria possível . Uma gestão acompanhada e incentivada por empresas, instituições e pessoas que confiam, acreditam e investem em cultura é mais saudável e frutífera.
Por isso, gostaríamos de agradecer às empresas que acreditaram e escolheram os projetos propostos pelo Instituto Odeon para apostar e
acreditar. Pelo entusiasmo que depositam em nossas atividades, nosso agradecimento.
Esses são os parceiros que caminharam conosco no ano de 2021:
Mantenedor Instituto Cultural Vale
Patrocinador Master Equinor
Patrocinador Bradesco Seguros
Patrocinador Escola do Olhar Itaú Cultural
Patrocinadores da Escola do Olhar Grupo GPS, RioGaleão, ICTSI, ONS, HIG Capital
Apoiadores da Escola do Olhar Machado Meyer Advogados, Icatu Seguros
CONSELHO DO INSTITUTO ODEON
Bruno Ramos Pereira
Emília Andrade Paiva
Adriana Karla Andrade Rodrigues da Costa
Tatyana Laryssa Rubim
Renata Salles Ribeiro
Ingrid Arthyr Vieira de Melo
Mônica Moreira Esteves Bernardi
CARLOS ANTONIO GRADIM
Diretor presidente
ROBERTA KFURI PACHECO
Diretora de operações e finanças
LEANDRO MACHADO DE MORAES
Analista Administrativo Financeiro
RAPHAELA MACHADO DE SOUZA SIQUEIRA
Analista de Planejamento e gestão
THAYNARA ROSA MIRANDA
Estagiária de Planejamento e Projetos
WALESKA CRISTINA CONCEICAO OLIVEIRA
Estagiária de acervo
BIANCA MANDARINO DA COSTA TIBURCIO
Museóloga
MAYRA BRAUER MORGADO
Museóloga
STELLA PAIVA
Coordenadora de Produção
FERNANDA JARDIM BARRETO COSTA
Estagiária de Produção
ALICE CORRÊA
Assistente de Comunicação e Relações
Institucionais
DOUGLAS BASTOS
Assistente de Logística
LUIZ GUSTAVO BLANCO
Assistente de Projetos
MARISA BUENO
Consultoria