REALIDADES E FICÇÕES
REVISTA CALIBÁN NO RIO II

novembro 2014

REVISTA CALIBÁN NO RIO II
novembro 2014
REVISTA CALIBÁN NO RIO II
27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2014
Auditório do MAR
Saiba mais em museudeartedorio.org.br
O Programa MAR na Academia integra as atividades da Escola do Olhar. O objetivo é estimular a participação da universidade no projeto do museu de promover a inscrição da arte na esfera pública, no âmbito da região metropolitana do Rio de Janeiro, com ênfase nas relações entre museu e educação, e no fortalecimento da cidade como centro de reflexão teórica. Entre os valores estão a liberdade de expressão e o respeito à autonomia universitária, o processo de emancipação cultural e a independência das atividades da crítica e da historiografia com relação ao Estado e ao mercado.
A integração entre arte e educação é o horizonte do MAR, que, no trânsito propiciado por essa horizontalidade, concebe, potencializa e mantém públicas todas as suas ações. Para a instituição, é preciso continuamente atravessar a educação para chegar à arte. É nesse sentido que, simbólica e fisicamente, a circulação no museu inicia pela Escola do Olhar. É através dela que se chega ao Pavilhão de Exposições.
A Escola do Olhar é um espaço destinado à educação e desenvolve programas de formação continuada em artes e cultura visual com professores e educadores. A Escola do Olhar tem a cidade como eixo transversal de suas ações e, por isso, realiza parceria com universidades, instituições museológicas, ONGs e programas de educação não formal, construindo espaços de pesquisa, seminários, workshops e cursos.
Desde sua inauguração, o MAR desenvolve cursos de formação com professores, encontros com os vizinhos do museu, parcerias com universidades e cursos de arte e cultura visual para diversos públicos. Os cursos de formação com professores inter-relacionam o cotidiano escolar às exposições e aos programas do MAR e colaboram no desenvolvimento de atividades antes, durante e depois das visitas educativas. A linha de atuação do museu consiste na elaboração, com o professor, de metodologias, material educativo e pesquisas sobre arte e cultura visual.
Em torno de uma agenda prioritária comum, o projeto de nosso museu objetiva o intercâmbio nacional e internacional e a cooperação entre os centros de pós-graduação em arte, estética e cultura visual. Busca-se o envolvimento de amplos setores da sociedade nessas atividades acadêmicas, incentivando a participação de professores e estudantes universitários em projetos da área curatorial e educacional do MAR.
Em outubro de 2013, o Museu de Arte do Rio realizou o Seminário Tempo e Excesso – Revista Calibán no Rio, composto de uma série de debates que se organizaram em torno desses dois eixos principais, temas da segunda e da terceira edição da Revista Latino-Americana de Psicanálise da Federação Psicanalítica da América Latina – Fepal. É com entusiasmo que o MAR se engaja, pela segunda vez, na programação que marca o lançamento de mais dois volumes da revista Calibán na cidade. A atuação em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, idealizadora do encontro, é mais uma oportunidade generosa de troca e enriquecimento de práticas e programas desenvolvidos pelo museu.
2014
/ Programa África no MAR –Centenário de Abdias Nascimento.
Seminário Literatura e Poesia.
/ Programa África Hoje no MAR –Centenário de Abdias Nascimento. Seminário Pensamento e Política.
/ Programa África Hoje no MAR –Centenário de Abdias Nascimento.
Semana Lilian Thuram.
/ Retorno a Dadá, Curso de Marc Dachy em parceria com o curso de graduação em artes e o PPGGCA-UFF.
/ Curso O Espectro Cinematográfico, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Seminário Cidade, Arte e Arquitetura: Habitação Social no Brasil. Em parceria com Instituto Casa, em parceria com Prourb-FAU/UFRJ, Museu de Arte do Rio, ETH/Zurich, Swissnex.
/ Curso Culturas do Passado-Presente – Modernismos, Artes Visuais, Políticas da Memória, de Andreas Huyssen, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Conferências de Georges Didi-Huberman Filme, Ensaio, Poema. A Propósito de Pier Paolo Pasolini, e Foto, Álbum, Museu. A Propósito de André Malraux, em parceria com PPGAV-UFRJ e Consulado da França no Rio de Janeiro.
/ Simpósios Histórias de Fantasmas para Gente Grande e Histórias de Gente Grande para Fantasmas, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Exposição Atlas, Suite, de Arno Gisinger e Georges Didi-Huberman.
/ Curso Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, em parceria com Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da ECO-UFRJ, CNPq e Faperj.
/ Seminário Das Paredes às Redes – Educação, Tecnologia, Corpo e Subjetividade, edição carioca, em parceria com PPGCOM-UFF.
/ O Lugar, a Função e o Uso da Arte Contemporânea, em parceria com ECA-USP e Fórum Permanente.
/ X Ciranda da Psicanálise, em parceria com Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro.
/ Seminário Tempo e Excesso e lançamento da revista Calibán, em parceria com Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.
/ Seminário Políticas da Memória: Experiências entre a Arte e a História, em parceria com PPGArtes-Uerj.
/ Seminário Documentos: Movimentos, em parceria com Departamento de Arte Corporal da UFRJ.
/ Curso A Zona das Imagens, de Marie-José Mondzain, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Jornada Educação e Relações Étnico-Raciais, em parceria com Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire, SME Rio de Janeiro.
/ IV Seminário de Pesquisadores do PPGArtes-Uerj – Vômito e Não: Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura.
/ Colóquio Internacional Arte, Estética e Política: Diálogos com Jacques Rancière, em parceria com PPGAVUFRJ e PPGCOM-UFF.
/ Conferência de Marie-José Mondzain Imagem, Matéria Plástica: em Torno de O Canto do Estireno, de Alain Resnais, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Ciclo de conferências, workshop e mostra de filmes de Harun Farocki, iniciativa do PPGAV-UFRJ.
O lançamento da revista Calibán, Realidades e Ficções I e II, pela Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ), em parceria com o Museu de Arte do Rio, promove uma série de debates em torno dos temas contemporâneos que tocam a nossa humanidade. Que futuro desejamos a partir do que hoje realizamos e sonhamos?
Na cidade do Rio de Janeiro, que completa 450 anos em março de 2015, o Manifesto Antropofágico ou, ainda, o Manifesto Calibán, continua a instigar nossos sonhos e pulsar em nossa carne. Calibán, personagem de A Tempestade, de Shakespeare, anagrama de canibal, é incapaz de falar a língua da cultura, por isso está condenado a balbuciar eternamente, assim como nós, que tentamos articular o saber local e o de outras culturas que nos atravessam em consonância com a realidade psíquica singular. Com esse espírito antropofágico e transformador, o simpósio abre o diálogo com seus participantes e alberga ideias originais dos conferencistas sobre os desafios que a psicanálise enfrenta. Desafios éticos, sociopolíticos, artísticos e aqueles relacionados ao impacto do homem na cultura e da cultura no homem.
Paulo Herkenhoff e sua equipe, com curadoria ímpar e sensível, proporcionam um ambiente de liberdade e criatividade talvez nunca visto entre os muros de um museu. Muros invisíveis, quebra de paradigma que oferece a possibilidade de a cidade e seus habitantes tomarem posse do lugar concreto e simbólico de criação e experimentação. Essas fronteiras imaginárias se esmaecem com a beleza das narrativas discursivas tão bem alimentadas pela concepção de um museu em processo, processos singulares que movimentam e agregam a partir das diferenças. Não há processo de subjetivação criativa desvinculado da cultura, como espaço de liberdade de ser, com afetividade e confiança para a construção do futuro em melhores condições. Sem dúvida, lançar Calibán nesse mar de possibilidades é instigante e desafiador.
Pensar a revista como elo entre psicanálise e arte, e como veículo de inclusão de grupos distintos, é fundamental, pois rompe também com as concepções dualistas que separam corpo e mente, psiquismo e cultura, realidade e ficção. O inconsciente é revolucionário e impacta na capacidade transformadora. As novas formas de fazer psicanálise e as tradicionais se apresentam, mas nenhuma perderá o vigor se estiver comprometida com a verdade do inconsciente e com as questões humanas e sociais contemporâneas.
Dialogar com a vida implica entrar em contato com finitude e alteridade. Por essa razão, precisamos de encontros, despedidas e esperança de novos encontros.
Por quem os sinos dobram?
Como disse o poeta John Donne:
“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e, por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti.”
Calibán convoca à reflexão e revitaliza a crença na força de criação de cada um de nós, simplesmente humanos, navegando entre a realidade e a ficção.
LÚCIA MARIA DE ALMEIDA PALAZZO
Comissão Executiva e Equipe Editorial da Revista Calibán Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro e Federação Psicanalítica da América Latina
DURANTE TODO O SEMINÁRIO
LANÇAMENTO DA REVISTA CALIBÁNREALIDADES E FICÇÕES I E II
À direita [Right]: Luiz González Palma e [and] Graciela de Oliveira El goce de lo no dicho [The pleasure of the unsaid], 2005 Fotografia [Photography]
27 a 29 de novembro de 2014
Auditório do MAR
QUINTA 27
/ 19H30 RECEPÇÃO
/ 20H ÀS 20H45 ABERTURA
Celmy de A. Quilelli Corrêa
Terra de Ninguém
Presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
Paulo Herkenhoff
A Arte Brasileira e Clarice
Diretor cultural do Museu de Arte do Rio
Mariano Horenstein
Heródoto, Tucídides e Cia. Editorchefe da revista Calibán. Associação
Psicanalítica de Córdoba, Argentina
Mediador: Admar Horn
Comissão Executiva da revista
Calibán, SBPRJ, Sociedade
Psicanalítica de Paris e Instituto de Psicossomática Pierre-Marty
/ 20H45 ÀS 21H15 EU COMO VOCÊ
Serão Performático
Grupo EmpreZa
/ 21H15 ÀS 22H30 O AMANHÃ E
SUAS VICISSITUDES
Luiz Alberto Oliveira
Curador do Museu do Amanhã.
Físico, pesquisador do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas
Mediador: Paulo Herkenhoff
Diretor cultural do Museu de Arte do Rio
28
/ 10H ÀS 11H30 VERSÕES DA
CIDADE: SONHO E REALIDADE
Maria Teresa Naylor Rocha
Um Psicanalista na Cidade
Coordenadora do Programa de Psicanálise e Interface Social da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (Propis)
Lúcia Xavier
Beata e Zica: Sonhos e Realidade na Narrativa de Duas Mulheres Negras
Coordenadora da ONG Criola e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial
Jorge Jáuregui
Arquitetura, Urbanismo e Psicanálise
Arquitetourbanista
Mediadora: Sônia Eva Tucherman
Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
/ 11H30 INTERVALO
/ 11H45 ÀS 13H15 O IMPACTO
DAS TRANSFORMAÇÕES: ARTE, PSICANÁLISE E CULTURA
Graciela de Oliveira
Influência da Psicanálise na Demolição/Construção de uma Arte/ Vida. Anartista e arquiteta, Argentina
Melina Almada Sarnaglia
Tatear os Vestígios: Notas para Alguns Lugares da Arte. Escola do
Olhar do MAR, integrante da Equipe de Coordenação Pedagógica do Museu de Arte do Rio
Carlos Alberto Plastino
O Impacto da Psicanálise na Cultura e da Cultura na Psicanálise. Psicanalista e professor da PUC-Rio
Mediadora: Anna-Maria Bittencourt
Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
/ 13H15 ALMOÇO / 15H ÀS 17H DIÁLOGOS DE CALIBÁN: REALIDADES E FICÇÕES
Liana Albernaz
Nem Toda Brasileira É Bunda
Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
Luis González Palma – Realidade/ Ficção-Ficção/Realidade. Fotógrafo, Guatemala
Mariano Horenstein
Fotografia e Psicoanálise/Realidade e Ficção. Editor-chefe da revista
Calibán, Associação Psicanalítica de Córdoba, Argentina
Comentador – Admar Horn
Comissão Executiva da revista
Calibán, SBPRJ, Sociedade
Psicanalítica de Paris, Instituto de Psicossomática Pierre-Marty
Mediadora: Lúcia Palazzo
Comissão Executiva e Equipe
Editorial da revista Calibán, Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
/ 17H15 “O ÚLTIMO GOLE” DE CALIBÁN
Sambas de raiz por Carlos Lisboa e Oscar Carrera. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
14H POR DENTRO DO MAR –Visita mediada ao Museu de Arte do Rio
Zero Dollar, 1978-1984
O terceiro número da revista Calibán, que tematiza Realidades e Ficções, sugere em um primeiro olhar, ingênuo, o confronto entre dois termos aparentemente opostos. A tentativa de fazer contrastar esses dois termos da proposição corresponderia inicialmente a um paradigma da ciência moderna.
No entanto, a discussão aprofunda-se por meio da imagem da capa, em que os temas tempo e espaço se condensam, tanto quanto o signo &, indicador de um somatório, uma adição de fatores. Apresenta-se a problemática de uma terra de ninguém, numa cartografia em que os limites transitam, uma área de fronteira onde ninguém prevalece. Filmes recentes abordam essa temática trágica em que não se apresentam soluções hegemônicas e ideológicas, mas onde a condição humana transborda em sua tentativa de domínio pulsional (No Man’s Land, The Notebook).
A imagem de uma terra de fronteira sugere também uma área do psiquismo humano em que nem a realidade nem a ficção ou a fantasia são unívocos. O que vai surgir desse diálogo é tão complexo como um manto de Arlequim, tatuado em nossa própria pele, por meio das múltiplas identificações. Afinal, é da mestiçagem que falamos, e que encontramos, nessa terra de ninguém.
/ Celmy de A. Quilelli Corrêa
Presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
A nova edição da revista Calibán no Rio renova a aposta da revista não apenas nas cidades latino-americanas que a originaram e por onde circula, mas também com um diálogo inconcluso e interminável, como imaginava Blanchot, nas humanidades, diálogo que questiona qualquer visão cientificista da psicanálise. Os dois últimos números de Calibán, tramados em torno de Realidades e Ficções, são parte dessa aposta que – por meio das disciplinas aludidas, dos autores e artistas presentes, de uma cidade como o Rio de Janeiro, que vive em suas páginas, de um belo museu que novamente nos convoca – incita vida nesta apresentação.
/
Mariano HorensteinEditor-chefe da revista Calibán. Associação Psicanalítica de Córdoba, Argentina
(Conferência em espanhol, com tradução simultânea)
Páginas [Pages] 12 - 13: Luis González Palma e [and] Graciela de Oliveira Como un secreto se seduce a sí mismo [How a secret seduces itself], 2005 Fotografia [Photography]
Não abriremos mão de nossa natureza selvagem. A antropofagia é inerente a nós, mesmo quando se manifesta em suas formas mais sutis, onde o que nos serve de alimento são apenas as palavras e a presença passiva de outro corpo. Consumindo e experimentando o sabor daquilo que vem de outro ser, nos temperamos, percebemos o que nos falta, o que nos satura. Em muitos casos, esse consumo precisa ser conspícuo, e nos retemos, suprimimos a fome, que muitas das vezes é insaciável. A civilidade nos deixou quase inanes, nos apresentou outras formas de alimento e seus sabores nos alienam do desejo endocanibal. Ao retomarmos nossas origens, nos cedermos, nos servirmos uns aos outros como alimento, solenemente, a fim de nos fortalecermos, resgataremos a nossa potência. Podemos nos nutrir com tudo o que outro ser pode nos oferecer e, uma vez conquistado/cedido, devemos consumir. Ora uma náusea angustiante nos afligirá, mas não desperdiçaremos uma só mínima parte desse corpo-alimento – a bile se encarregará de auxiliar na digestão –, ora consumiremos somente aquilo que nos convém, o intolerável cuspiremos de volta e, em meio à amargura, expostos estarão aqueles corpos-resíduos juntos aos meus – quero alimento e COMO. Ao nos nutrirmos uns dos outros, nos unimos. Seres múltiplos, num corpo só, com múltiplos poderes. Como SER eu me nutro, assim COMO você.
/ Grupo EmpreZa
As ciências contemporâneas oferecem-nos recursos conceituais que podemos aplicar na exploração das possíveis configurações globais que deveremos experimentar, como indivíduos, cidadãos e membros da espécie humana, nas próximas décadas do século XXI. O fato decisivo que passará a moldar nossas perspectivas e modos de vida é o reconhecimento de que nossa civilização, as próximas gerações e, na verdade, todo o conjunto da vida na Terra passarão a viver em um planeta profundamente modificado pelo impacto cumulativo das atividades humanas. Ou seja, entramos em uma nova era geológica, o Antropoceno, como sugeriu Paul Crutzen, prêmio Nobel de Química, em que a cultura adquire escala comparável à da natureza, em que a história se converte em geologia. Os desafios – e oportunidades – políticos, éticos e existenciais que se abrem para nós hoje têm precisamente essa dimensão planetária.
O que um psicanalista pode fazer numa cidade? Na atualidade, as intervenções psicanalíticas em settings que não do consultório enlaçam-se à tradição iniciada por Freud de se deixar afetar pelas grandes questões sociais e pelos desafios das evidências clínicas.
Refletir sobre as possibilidades e limites dessa psicanálise extensa impulsiona também pensar o social e sua representação na cidade como espaço de realização continuamente interpretada, assimilada e transformada pela interação dos homens. Ao relacionar os termos social/cidade, podemos concebê-los em sua virtualidade de espaço de continência em que o sujeito ou o grupo constroem o sentido de pertencimento, da continuidade do existir e no qual se sentem convocados à vida. No entanto, esse social/ cidade pode ser opressivo e repulsivo, não se prestando à continência disponível para todos os grupos sociais. Nesse sentido, esse espaço passa a ser traumatogênico e inóspito às trocas humanas, favorecendo a formação de subjetividades pouco harmoniosas.
Devido à insuficiência da função continente, encontramos nas grandes cidades modernas o que podemos nomear como os invisíveis sociais. É sobre esse segmento invisível da população, decorrente da exclusão social, que o Programa de Psicanálise e Interface Social (Propis) da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) propõe pensar algumas de suas intervenções. Tais iniciativas visam criar palcos propícios à socialização e aos processos de simbolização, habitualmente prejudicados ou interrompidos pela ação do trauma da invisibilidade.
/ Maria Teresa Naylor RochaCoordenadora do Programa de Psicanálise e Interface Social da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (Propis/SBPRJ)
BEATA E ZICA: SONHOS E REALIDADE NA NARRATIVA DE DUAS MULHERES NEGRAS
Trata-se de olhar as narrativas de duas mulheres negras, lideranças comunitárias, políticas e religiosas sobre os sonhos e suas realidades, destacando trajetória, pensamento e contribuição para a mudança de vida das mulheres e de nossa sociedade.
A primeira, Beatriz Moreira Costa, Mãe Beata de Iemanjá, 83 anos, baiana, residente em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, é uma das mais importantes lideranças das religiões de matriz africana, mais precisamente do candomblé. Está à frente da luta contra o racismo, a violência contra a mulher e os homossexuais, bem como em defesa do meio ambiente.
A segunda, Anazir Maria de Oliveiras, Dona Zica, 81 anos, mineira, moradora de Vila Aliança, em Bangu, no Rio de Janeiro, foi doméstica desde os 8 anos. Fundou a primeira associação de trabalhadoras domésticas da cidade do Rio de Janeiro. Atuou por muito tempo e ainda atua com mulheres e adolescentes para empoderá-las(los) e ofertar instrumentos para a garantia de seus direitos.
Suas narrativas são reveladoras da cidade que encontraram. Carregadas de discriminação, violência e desenraizamento, transformaram-na em uma cidade melhor. Duas mulheres que construíram novos saberes em direitos, em expressão cultural, em humanidades, para que mulheres e homens possam viver melhor. As narrativas de Beata e Zica são a tentativa de expressar novas versões da vida.
Coordenadora da ONG Criola e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial
O século XX foi o do nascimento da psicanálise. A invenção do conceito de inconsciente revolucionou o campo da percepção do outro e do próprio eu. As influências foram sobre praticamente todas as áreas do pensamento, da práxis e da percepção, ali incluídos a arquitetura e o urbanismo.
No “Mal-estar na Civilização”, Freud fala do caráter destruidor, traumático, associado às novas tecnologias de destruição em massa e às guerras, que marcam o início do século XX e que já indicavam para ele um futuro pouco alentador.
O trauma participa tanto do individual quanto do coletivo, noção que atravessa os textos de Freud e remete a uma estrutura temporal complexa, tanto na constituição da psique quanto no campo da cultura.
O trauma que nos constitui individualmente está presente também nas ruínas acumuladas na construção das cidades, as estratificações multitemporais sendo comuns a ambos. Essa construção, nos dois casos, se apresenta como uma sobreposição complexa que demanda a interpretação de fragmentos. Freud vai formular a constituição do sujeito como aquele que tem de conviver com traumas e restos desde a origem.
Mas existem momentos históricos precisos que expressam mais as situações traumáticas. Por esse motivo, é necessário no campo da arquitetura e do urbanismo traçar estratégias para redirecionar os processos em curso, por meio de intervenções capazes de permitir uma nova conectividade da estrutura urbana, possibilitando articular as diferenças quando se tornam intoleráveis.
Quando se verifica algo dessa ordem do traumático como a “cidade partida”, surge a exigência de estabelecer novas conexões a partir de projetos de estruturação socioespacial capazes de articular o estratégico (a questão urbana considerada no longo prazo) com intervenções pontuais específicas, capazes de responder às maiores urgências. Os sintomas, efeitos dessas rupturas, são um campo fértil para propiciar novas saídas, mas isso nem sempre acontece.
O “mal-estar na civilização”, do qual uma das expressões hoje é o mal-estar urbano, apresenta uma alta prevalência de transtornos mentais relacionados ao estresse, como ansiedade e depressão.
Hoje, as cidades com mais de 10 milhões de habitantes apresentam alto nível de fragmentação social, pobreza, violência e trabalho informal, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que demanda de nós, “arquitetos urbanistas”, saber “escutar” esse mal-estar e interpretá-lo nos projetos, dando-lhe um tratamento que possibilite a convivência das diferenças.
/ Jorge Jáuregui Arquiteto urbanistaSou arquiteta por formação e anartista por azar dos encontros e por opção – ainda que, atualmente, desenvolva uma tese de pós-graduação em antropologia social na Universidade Nacional de Córdoba, Argentina.
Entre os anos de 2002 e 2008, desenvolvi o projeto Jerarquías de Intimidad ( Hierarquias de Intimidade ) para organizar, a partir de uma leitura íntima, várias séries fotográficas de Luis González Palma, no processo em que tivemos dois filhos juntos.
Em 2007, iniciei o projeto Demolición/Construcción ( D/C ), dispositivo artístico no qual convido agentes a fazer ações diversas para tempo específico, em locais que são, eles mesmos, os objetos de reflexão. D/C funciona por meio do trabalho horizontal, com uma mínima programação de atividades, e apela à responsabilidade dos participantes pelo que se gera e acontece. Só no final desse tempo estipulado, solicito-lhes um testemunho da estadia: devoluções de livre expressão, que vou arquivando.
D/C hoje mostra um percurso de elaborações epistemológicas interdisciplinares, a favor da arte/vida e redes pessoais. Todas as instâncias foram desenvolvidas em colaboração entre diversos agentes culturais, em locais
como uma casa prestes a ser demolida, os ex-Centros Clandestinos de Detenção da última ditadura argentina em Córdoba, instituições culturais privadas e públicas.
Desde 2012, D/C tem a casa-estúdio B’atz’, em Unquillo (um povoado das serras de Córdoba), que propõe residências para compartilhar processos de arte/vida, dadas pelo azar dos encontros e dirigidas a artistas e pesquisadores.
Websites: http://www.demolicionconstruccion.com e http://www.procesosdemolicionconstruccion.wordpress.com/.
/ Graciela de Oliveira
Anartista e arquiteta, Argentina
TATEAR OS VESTÍGIOS: NOTAS PARA ALGUNS LUGARES DA ARTE
O trajeto do corpo. Seu andar vacilante. O vaguear sem rumo. O desconhecido logo à frente. O obstáculo que não se antecipa. A ação que marca, afeta, deixa vestígio. Construídos a partir de um repertório opressivamente visual, o que significa não ver esse lugar? Tateá-lo, por outro lado? Que convivências são possíveis entre o instante e a duração?
A partir das noções de vestígio em Jean-Luc Nancy e do lugar do olhar e da memória em Jacques Derrida, investigaremos os contornos desses lugares da arte, alterando entre delimitados ou um tanto borrados.
/
Doutoranda em história e teoria da arte pela Uerj e mestre em história e teoria da arte pela Universidade Federal do Espírito Santo, pesquisadora das relações de colaboração nas práticas contemporâneas. Atuou na equipe de coordenação dos educativos do Palácio Anchieta Espaço Cultural (2009) e do Museu de Arte do Espírito Santo (2010-2012) desenvolvendo projetos de educação não formal. Desde 2012, integra a equipe de Coordenação Pedagógica do Museu de Arte do Rio
A descoberta do inconsciente e da teoria psicanalítica teve consequências significativas para além do campo da compreensão e do tratamento do sofrimento psíquico. Sendo portadora de uma nova concepção sobre o homem e do enriquecimento da concepção sobre o conhecimento, a psicanálise influenciou profundamente o mundo da cultura. Todavia, e na medida em que as descobertas operadas por essa “nova forma de saber” foram pensadas teoricamente no contexto das crenças teóricas dominantes na época de Freud, as profundas transformações dessas crenças influenciou
em retorno à própria psicanálise, provocando profundas modificações tanto em aspectos centrais de sua teoria quanto de sua clínica. Entre essas transformações cabe destacar uma nova compreensão do homem com a natureza e com a sua natureza e do processo de construção da subjetividade humana.
/ Carlos Alberto PlastinoPsicanalista, professor da PUC-Rio, autor de Vida, Criatividade e Sentido no Pensamento de Winnicott , entre outras obras
A autora busca compreender por que a cultura contemporânea tem promovido tantas e tão rápidas modificações nos corpos das mulheres e a que corresponde esse excesso. Com o referencial da psicanálise, articula identidade, imagem, subjetividade e sexualidade feminina e trata, em particular, da sua expressão na cultura brasileira.
/ Liana AlbernazDiretora do Conselho Científico da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
Minha obra fotográfica nasce como uma reação à fotografia documental que existiu na Guatemala na década de 1980 e 1990. Desde o início de meu trabalho, realizei pequenas encenações para simbolizar certos aspectos da vida que me afetam e interessam. Das diversas formas de representação que existem, sinto que é através da ficção que me sinto mais cômodo para dar sentido a meu mundo interno e a minha experiência de vida.
Mais que imitar ou reproduzir o que chamamos “realidade”, interessa-me criar um mundo estético simbólico onde as pessoas possam se reconhecer, reconhecer seus desejos, medos e incertezas. Interessa-me mostrar, através da imagem, a experiência do invisível, do oculto, o mistério que percebo na existência.
/ Luis González Palma Fotógrafo da GuatemalaPierre Legendre disse que fotografia e psicanálise, disciplinas que transitam –ambas - entre realidade e ficção, nos permitem nos acercar um pouco à ausência a partir da qual muito do que acontece em uma análise pode se fazer inteligível.
/ Mariano Horenstein Editor-chefe da revista Calibán, Associação Psicanalítica de Córdoba, ArgentinaPablo Boneu, imagens do projeto Instrucciones para destruir dinero, a partir de 2009, que consistiu na instalação Trituradores de dinheiro para uso público e obra gráfica realizada a partir da destruição sistemática de notas de uso legal em diferentes países do mundo. [Images of the project Instructions to destroy money, initiated in 2009, consisting of the installation Money Destroyers for public use and graphic work resulting of the systematic destruction of illegal banknote use in different countries in the world].
Ivan Grilo Aviso aos navegantes [Advice to navigators], 2013 Placa de bronze [bronze plaque] Col. [Coll.] MAR - Fundo [Fund] Pedro e Gabriel Chrysostomo
The MAR at the Academy Programme integrates the activities of the Escola do Olhar. The objective is to stimulate the participation of the university in the museum’s project of promoting the insertion of art into the public sphere, within the scope of the metropolitan region of Rio de Janeiro, with emphasis on the relationship between museum and education and the strengthening of the city as a centre of theoretical reflexion. Amongst its values are freedom of expression and the respect for university autonomy, the process of cultural emancipation and the independence of critical and historiographical activities relating the State and the market.
The integration of art and education is MAR’s horizon. In endeavouring to meet this horizon, all of MAR’s events are conceived, fostered and held publicly. For the institution, it is necessary to continually cross education in order to reach art. It is in this sense that symbolically and physically the circulation of the museum begins at the Escola do Olhar, and through it you arrive at the Exhibition Pavillion.
The Escola de Olhar is a space aimed at education and develops programmes of continued training in arts and visual culture with teachers and educators. It has the city as a transversal axis for its actions and, as a result, forms partnerships with universities, museological institutions, NGOs and informal education programmes, creating spaces for research, seminars, workshops and courses.
Since its inauguration, the museum has offered continued development programmes with teachers, meetings with the museum’s neighbours, partnerships with universities and courses of art and visual culture for diverse audiences. The development courses with teachers inter-relate daily school life with the exhibitions and programmes at MAR and collaborate in the development of activities before, during and after educational visits. The museum’s line of action consists of the elaboration, alongside the teacher, of methodologies, educational material and research on art and visual culture.
Around a common priority agenda, our museum project aims for national and international exchanges and cooperation between graduate centres in arts, aesthetics and visual culture. It seeks the involvement of broad sectors of society in these academic activities, encouraging the participation of university professors and students in projects from the curatorial and educational areas of MAR.
In October 2013, The Museu de Arte do Rio held the Seminar Time and Excess – Calibán Magazine in Rio, made up of a series of debates that were organised around these two main axes, themes of the second and third edition of the Latin America Magazine of Psychoanalysis by the Psychoanalytical Federation of Latin America – FEPAL. It is with great enthusiasm that MAR engages, for the second time, with the programme that marks the launch of two more volumes of Calibán Magazine in the city. This action, in partnership with The Brazilian Psychoanalytic Society of Rio de Janeiro, the creator of the meeting, is yet another generous opportunity for the exchange and enrichment of the practices and programmes that are developed by the museum.
The launch of Calibán Magazine, Realities and Fiction 1 and 2, by the Sociedade Brasileira de Psicanálise do RJ, in partnership with the Museu de Arte do Rio, promotes a series of debates around contemporary themes which touch our humanity. What future do we desire starting from the one we live and dream of today?
In the city of Rio de Janeiro, which completes 450 years of existence in March 2015, the Anthropologic Manifesto, or the Calibán Manifesto, continues to instigate our dreams and pulse in our flesh. Calibán, the character from The Tempest by Shakespeare and an anagram of canibal (the Portuguese spelling of cannibal) is incapable of speaking the language of culture and as a result is condemned to babble on for eternity, just like we ourselves, who try to articulate local knowledge and that of other cultures that we cross, in line with the singular psychic reality. With this anthropophagic and transforming spirit, the symposium opens dialogue with its participants and features original ideas from lecturers on the challenges that psychoanalysis faces. Ethnic, socio-political and artistic challenges, as well as those related to the impact of mankind on culture and culture on mankind.
Paulo Herkenhoff and his team, through unique and sensitive curatorship, provide an atmosphere of liberty and creativity, perhaps never before seen within the walls of a museum. Invisible walls, a paradigm shift that offers the city and its inhabitants the possibility of taking possession of the concrete venue, symbolic of creation and experimentation. These imaginary borders fade with the beauty of the discursive narratives so well fed by the conception of a museum in process, singular processes that move and aggregate starting from differences. There isn’t a process of creative subjectivity detached from culture, like a space for the freedom of being, with affection and confidence for the construction of the future in better conditions. Without doubt, to launch Calibán in this sea of possibilities is both exciting and challenging.
To think of the magazine as a link between psychoanalysis and art, and as a vehicle for the inclusion of distinct groups, is fundamental, because it also disrupts the dualist conceptions that separate body and mind, psyche and culture, reality and fiction. The unconscious is revolutionary and impacts on transformative capacity. Both the new forms of carrying out psychoanalysis and the traditional present
themselves, but neither lose strength if they are committed with the truth of the unconscious and human social-contemporary questions.
To dialogue with life involves entering into contact with finitude and otherness. For this reason we need encounters, farewells and the hope of new encounters.
For whom the bell tolls?
As the poet, John Donne, said:
“No man is an island, entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if a promontory were, as well as if a manor of thy friend’s or of thine own were: any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee.”
Calibán convoke reflection and revitalises the belief in the force of creation of each one of us, simply humans, navigating between reality and fiction.
Lúcia Maria de Almeida Palazzo Executive Commission and Editorial Team of Calibán MagazineSociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro and the Federação Psicanalítica da América Latina
27th to 29th of November 2014 MAR auditorium
THURSDAY 27TH
/ 7:30PM RECEPTION
/ 8PM TO 8:45PM OPENING
Celmy de A. Quilelli Corrêa
No Man’s Land. President of the Sociedade Brasileira de Psicanálise do RJ
Paulo Herkenhoff
Brazilian Art and Clarice. Cultural director of the Museu de Arte do Rio
Mariano Horenstein
Herodotus, Thucydides and Co.
Editor in Chief of Calibán Magazine. Associação Psicanalítica de Córdoba – Argentina
Mediator: Admar Horn
Executive Commission of Calibán magazine, SBPRJ, Sociedade
Psicanalítica de Paris and the Instituto de Psicossomática Pierre-Marty
/ 8:45PM TO 9:15PM EU COMO VOCÊ
Afterhour Performance from Grupo EmpreZa.
/ 9:15PM TO 10:30PM TOMORROW AND ITS VICISSITUDES
Luiz Alberto Oliveira
Curator of the Museu do Amanhã.
Physicist, researcher at the Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas
Mediator: Paulo Herkenhoff
Cultural director of the Museu de Arte do Rio
/ 10AM TO 11:30AM VERSIONS OF THE CITY: DREAM AND REALITY
Maria Teresa Rocha
A Psychoanalyst in the City Coordinator of Programa de Psicanálise e Interface Social da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (Propis)
Lúcia Xavier
Beata and Zica: Dreams and Reality in the Narrative of Two Black Women
The coordinator of the Criola NGO and a member of the Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial
Jorge Jáuregui
Architecture, Urbanism and Psychoanalysis
Mediator: Sônia Eva Tucherman
Sociedade Brasileira de Psicanálise do RJ
/ 11:30 AM INTERVAL
11:45AM TO 1:15PM THE IMPACT OF TRANSFORMATIONS: ART, PSYCHOANALYSIS AND CULTURE
Graciela de Oliveira
The Influence of Psychoanalysis on the demolition/destruction of an art/life
Anartist and architect – Argentina
Melina Almada Sarnaglia
Groping the Vestiges: Notes from
Some Places of Art. MAR’s Escola de Olhar, Integrant of the Pedagogic Coordination Team at the Museu de Arte do Rio.
Carlos Alberto Plastino
The impact of psychoanalysis on culture and of culture on psychoanalysis. Psychoanalyst and professor at PUC/Rio
Mediator: Anna-Maria Bittencourt –Sociedade Brasileira de Psicanálise do RJ
/ 1:15PM LUNCH
/ 3PM TO 5PM DIALOGUES OF CALIBÁN: REALITIES AND FICTIONS
Liana Albernaz
Not Every Brazilian Woman is a Butt Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
Luis González Palma
Reality/Fiction-Fiction/Reality
Photographer from Guatamala
Mariano Horenstein
Photography and Psychoanalysis/ Reality and Fiction. Editor-in-chief of Calibán Magazine, Associação
Psicanalítica de Córdoba – Argentina
Commentator – Admar Horn
Executive Commission of Calibán Magazine, SBPRJ, Sociedade
Psicanalítica de Paris and Instituto de psicossomática Pierre-Marty
Mediator: Lúcia Palazzo
Executive Commission and Editorial
Team of the magazine Calibán, Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
/ 5:15PM “THE LAST GULP” OF CALIBÁN – Roots samba from Carlos Lisboa and Oscar Carrera –Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
2PM INSIDE MAR
Guided visit of the Museu de Arte do Rio
DURING ALL THE SEMINAR
LAUNCH OF CALIBÁN MAGAZINE
REALITIES AND FICTIONS 1 and 2
The third edition of Calibán Magazine, which has Realities and Fictions as its theme, at first glance suggests, naively, the confrontation between two apparently opposite terms. The attempt to contrast these two terms of proposition would initially correspond to a paradigm of modern science.
However, the discussion deepens by means of the cover image, in which themes of time and space condense, as much as the symbol &, an indicator of a summation, an adding of factors. This presents the problem of a no man’s land, within a cartography in which limits transfer, a border area where no one prevails. Recent films address this tragic issue, in which no hegemonic or ideological solutions are presented, but where the human condition overflows in its attempts at instinctual domination. (No man’s land, The Notebook).
The image of a border land also suggests an area of human psyche, where neither reality, fiction nor fantasy are unequivocal. What will come out of this dialogue is as complex as a harlequin coat, tattooed on our own skin through multiple identifications. Lastly is the racial mixture that we speak of and that we encounter in this no man’s land.
/ Celmy de A. Quilelli Corrêa President of the Brazilian Psychoanalytical Society of Rio de JaneiroThe new edition of Calibán magazine in Rio renews the commitment of the magazine not only to the Latin-American cities where it originated and where it circulates, but also its commitment to an inconclusive and infinite conversation, as imagined by Blanchot, in the humanities, a dialogue that questions any scientific vision of psychoanalysis. The last two editions of Calibán, woven around Realities and Fictions, are part of this commitment that – through the previously mentioned disciplines of the authors and artists present, of a city like Rio de Janeiro which lives in the pages of the magazine, of a beautiful museum which has again invited us – encourages life in this presentation.
/ Mariano Horenstein Editor-in-chief of Calibán Magazine. Psicanalítica de Córdoba – Argentina(Conference
inAssociação
Spanish with simultaneous translation)
We will not give up our wild nature. Anthropophagy is inherent in us, even when it manifests itself in its most subtle forms, where what we serve as food are only words and the passive presence of other body. Consuming and trying the tastes of that which comes from another being, we season ourselves, realise what we are missing, what saturates us. Often this consumption needs to be conspicuous and we retain it, suppressing the hunger which is often insatiable. Civility leaves us almost inane, presented in other forms of food and its tastes, alienating us from endocannibal desires. By retaking our origins, we give in, we serve each other as food. Solemnly, in order to strengthen ourselves and regain our power. We can nourish ourselves with everything that the other being can offer us and, once conquered-ceded, we must consume. Now a harrowing nausea inflicts us, but we won’t waste even the tiniest bit of this body-food – bile is responsible for assisting with digestion – now we will consume only that which is fitting, the intolerable spits back and in the middle of the bitterness those body-wastes are exposed together with mine – I want to eat and HOW. By nourishing ourselves from each other we join together. Multiple beings, in one body alone, with multiple powers. As a BEING I nurture myself, just LIKE you.
/ Grupo EmpreZaContemporary sciences do not offer us conceptual means that we can apply to the exploration of the possible global configurations we will have to try out, as individuals, citizens and members of the human race, in the coming decades of the 21st century. The decisive factor which will shape our perspectives and ways of life is the recognition that our civilisation, the next generations and, in fact, all of life on earth will end up living on a planet profoundly modified by the cumulative impact of human activities. Or rather, that we have entered a new geological age, the Anthropocene age, as was suggested by Paul Crutzen, winner of the Nobel Prize in Chemistry, in which Culture acquires a scale comparable to that of nature and in which history is converted into geology. The challenges – and opportunities – politics, ethics and existences that are begun today have exactly this planetary dimension.
/ Luiz Alberto Oliveira Physicist,What can a psychoanalyst do in a city? At the moment, psychoanalytical interventions in settings which are not consulting rooms tie themselves to the tradition begun by Freud, of letting oneself be affected by the big social questions and challenges of clinical evidence.
To reflect on the possibilities and limits of this extensive psychoanalysis also boosts thinking on aspects of society and their representation in the city as a space of continually interpreted actuation, assimilated and transformed by human interaction. By linking society/city terms, we can conceive them in their space of continence virtuality, where the subject or group creates a sense of belonging, of the continuity of existing and in which we feel summoned by life. However, this society / city can be oppressive and repulsive, not rendering to the continence available to all social groups. In this sense, this space becomes traumatogenic and inhospitable to human exchange, favouring the formation of not so harmonious subjectivities.
Due to the lack of continent function, in big modern cities we find what we can refer to as the social invisible. It is in this invisible segment of the population, the result of social exclusion, that the Programa de Psicanálise e Interface Social (PROPIS) of the Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) proposes consideration of some of its interventions. These initiatives aim to create stages conducive to socialisation and processes of symbolisation, habitually hampered or interrupted by the action of invisibility trauma.
/ Maria Teresa Naylor Rocha Coordinator of Programa de Psicanálise e Interface Social da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (Propis/SBPJ)Take a look at the narratives of two black women, political and religious community leaders, about their dreams and their realities. Highlighting their trajectory, thinking and contribution towards change in the lives of women and our society.
The first, Beatriz Moreira Costa, Mãe Beata de Iemanjá, 83 years old, from Bahia and resident of Nova Iguaçu in Rio de Janeiro, is one of the most important leaders of religions with African roots, but more precisely the Candomblé religion. She is at the front of the fight against racism and violence against women and homosexuals, as well as environmental protection.
The second, Anazir Maria de Oliveiras, Dona Zica, 81 years old, from Minas Gerais and resident of Aliança in Bangu, Rio de Janeiro, has been a domestic worker since she was 8 years old. She founded the first domestic workers association
in the city of Rio de Janeiro and interacted for a long time, and still continues to interact, with women and teenagers, to empower them and offer instruments with which to guarantee their rights.
Their narratives are revealing of the city that they found. Laden with the weight of discrimination, violence and uprooting, they have transformed it into a better city. Two women who have created new knowledge on rights, cultural expression and humanities, so that women and men can live better lives.
The narratives of Beata and Zica are the attempt to express new versions of life.
/ Lúcia XavierCoordinator of the CRIOLA NGO and member of the Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial
The 20th century was the birth of psychoanalysis. The invention of the concept of the unconscious revolutionised the field of perception of other and self. It had an influence on practically every area of thinking, practice and perception, including architecture and urbanism.
In “Civilisation and its Discontents” Freud speaks of the destructive, traumatic character associated with new technologies of mass destruction and the wars which mark the beginning of the 20th century and which to him already indicated a not too encouraging future.
Trauma participates as much in the individual as in the collective, a notion which crosses Freud’s texts and refers to a complex temporal structure, as much in the constitution of psyche as in the field of culture.
The trauma that individually constitutes us is also present in the ruins accumulated by the construction of cities, the multi-temporal stratifications being common to both. This construction, in the two cases, is presented as a complex overlay which demands the interpretation of fragments. Freud formulates the constitution of subject as one that has to live with trauma and debris since the origin.
But there are essential moments in history which further express traumatic situations. For this reason it is important in the field of architecture and urbanism to trace strategies to redirect ongoing processes, through interventions capable of allowing a new collectiveness of urban structure and making it possible to articulate differences when they become intolerable.
When something of this traumatic order is noticed, such as a “divided city”, the necessity to establish new connections emerges, beginning from projects of so-
cio-spatial structuring capable of articulating the strategic (the urban question considered in the long term) with specific punctual interventions, capable of responding to the greatest of urgencies. The symptoms, effects of these ruptures, are a fertile field for the spreading of new exits. But this doesn’t always happen.
The “civilisation of discontents”, one of whose expressions today is urban discontent, presents a high prevalence of mental disorders related to stress, such as anxiety and depression.
Today, cities with more than 10 million inhabitants present a high level of social fragmentation, poverty, violence and casual labour, according to the WHO (World Health Organisation) which demands that we “urbanist architects” know how “to listen” to this discontent, and interpret it in projects, thus giving it a treatment which makes the co-habitation of differences possible.
/ Jorge Jáuregui Urbanist architectI am an architect by training and an anartist by chance encounters and by option – even if at the moment I’m developing a post-graduate thesis in social anthropology at the Universidade Nacional de Córdoba, Argentina.
Between 2002 and 2008, I developed the Jerarquías de Intimidad project [Hierarchies of Intimacy] to organise, starting from an intimate reading, several series of photos by Luis González Palma, in the process of which we had two children together.
In 2007 I started the Demolición/Construcción project (D/C): an artistic device with which we invite agents to create a variety of actions to a specific time, in places which are themselves the objects of reflection. D/C functions as a horizontal work, with a minimal programme of activities that appeals to the responsibility of participants for what happens and for what is generated. Only at the end of this stipulated time we ask them for a testimony of stay: returns of free expression, which I continue to record.
Today D/C shows a path of epistemological interdisciplinary elaborations, in favour of art/life and personal networks. Each of these instances was developed in collaboration with diverse cultural agents, in places like a house that was about to be demolished, the ex-Clandestine Centres of Detention of the last Argentinian dictatorship in Córdoba and private and public cultural institutions. Since 2012 D/C has been based in the house/studio B’atz’ in Unquilo (a settlement
Marcos López Flavio (ojos cerrados) [Flavio (closed eyes)], 1992 Fotografia [Photography]in the mountains of Córdoba), which offers residencies in order to share processes of art/life provided by chance meetings, directed at artists and researchers.
Websites: http://www.demolicionconstruccion.com
http://www.procesosdemolicionconstruccion.wordpress.com/
/ Graciela de Oliveira Anartist and architect – ArgentinaThe trajectory of the body. Its halting step. The aimless wandering. The unknown just ahead. The unforeseen obstacle. The action which marks, affects and leaves a trace. Put together using an oppressively visual repertoire, what does it mean to not see this place? To grope it from the other side? What possible coexistences are there between the instant and the duration?
Starting from notions of vestige in Jean-Luc Nancy and of the place of sight and memory in Jacque Derrida, we will investigate the contours of these places of art, alternating between those that are delimited or somewhat blurred.
/ Melina Almada SarnagliaPhD in history and art theory at UERJ, and Master in history and art theory at the Universidade Federal do Espírito Santo researching relations of collaboration in contemporary practices; took part in the team of educational coordination at the Palácio Espaço Cultural (2009) and at the Museu de Arte do Espírito Santo (2010-2012) developing projects of informal education. Has been part of the team of Pedagogic Coordination at the Museu de Arte do Rio since 2012.
The discovery of the unconscious and psychoanalytical theory has had significant consequences beyond the field of understanding and treatment of psychological suffering. As a doorway to a new conception about man and the enrichment of the conception of knowledge, psychoanalysis has profoundly influenced the world of culture. However, considering that discoveries operated by this “new form of thinking” were conceived theoretically, within the context of theoretical beliefs dominant at the time of Freud, the deep transformation of these beliefs in return influenced psychoanalysis itself, provoking deep modifications in both the central aspects of his new theory and its clinical practice. Among these changes we are able to highlight a new understanding of man with nature and with his own nature and the process of the construction of human subjectivity.
/ Carlos Alberto Plastino Psychoanalyst, Professor at PUC Rio, Author of works such as Vida, criatividade e sentido no pensamento de Winnicott.The author aims to understand why contemporary culture has promoted so many and such rapid changes to women’s bodies and what this excess corresponds to. With reference to psychoanalysis, articulated identity, image, subjectivity and feminine sexuality and treating, in particular, the expression of the woman in Brazilian culture.
/ Liana Albernaz Director of Conselho Científico da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de JaneiroMy photographic work is born as a reaction to the documental photography which existed in Guatemala in the 1980s and 1990s. Since I began my work, I have noticed small scenarios to symbolise certain aspects of life which affect and interest me. From the diverse forms of representation that exist, I feel that it is through fiction that I feel most space with which to give meaning to my internal world and my experience of life.
More than imitating or reproducing what why call “reality”, I am interested in creating a symbolic aesthetic world where people can recognise themselves, recognise their desires, fears and uncertainties. I am interested in showing, through the image, the experience of the invisible, of the occult, the mystery that I notice in existence.
/ Luis González Palma Photographer from GuatemalaPierre Legendre said that photography is psychoanalysis, they are both disciplines situated between reality and fiction, that allow us to approach a little closer to the absence that can make much of what happens in an analysis intelligible.
/ Mariano Horenstein Editor-in-Chief of Calibán Magazine, Associação Psicanalítica de Córdoba, ArgentinaMAGAZINE IN RIO 2
Este é um projeto da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro e do Museu de Arte do Rio (MAR).
A Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) é filiada à Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi), à Federação Psicanalítica da América Latina (Fepal) e à Associação Psicanalítica Internacional (IPA).
This is a project of the Sociedade Brasileira de Psicanálise do RJ and Museu de Arte do Rio - MAR
Sociedade Brasileira de Psicanálise do RJ – SBPRJ is a branch of: Federação Brasileira de Psicanálise- FEBRAPSI, Federação Psicanalítica da América Latina - FEPAL e Associação Psicanalítica Internacional - IPA
leira de Psicanálise do Rio de Janeiro e Federação Psicanalítica da América Latina.– Executive Commission and Editorial Team of Calibán Magazine. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro and Federação Psicanalítica da América Latina
Eloá Bittencourt Nóbrega – Equipe Editorial da Seção Vórtice da revista Calibán. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro e Federação Psicanalítica da América Latina. – Editorial Team of the Vortex Section of Calibán Magazine. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro and Federação Psicanalítica da América Latina.
Viviane Frankenthal – Editora regional da revista Calibán. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro e Federação Psicanalítica da América Latina. Editora da revista Trieb, da SBPRJ, de 2002 a 2010. –Regional Editor of Calibán Magazine. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro and Federação Psicanalítica da América Latina, and editor of TRIEB Magazine, of SBPRJ, from 2002 until 2010.
Lúcia Maria de Almeida Palazzo – Comissão Executiva e Equipe Editorial da revista Calibán. Sociedade Brasi-
Wania Maria Coelho Ferreira Cidade – Equipe Editorial da Seção Vórtice da revista Calibán. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro e Federação Psicanalítica da América Latina. - Editorial Team of the Vortex Section of Calibán Magazine. Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro and Federação Psicanalítica da América Latina.
Arranjos florais / Floral Arrangements
Maria do Carmo Gomes Soares – Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro
Fotografia / Photography
Flávia Palazzo – Realização e produção do acervo de imagens/– Direction and production of image archive
Conselho do MAR
/ MAR Advisory Board
Marcio Fainziliber
Hugo Barreto
Luiz Chrysostomo
Pedro Buarque de Hollanda
Ronaldo Munk
Conselho do Instituto Odeon
/ Odeon Institute Advisory Board
Eder Sá Alves Campos
Afonso Henriques Borges Ferreira
Edmundo de Novaes Gomes
Gladislena Colodetti
Fernando Ladeira
Mônica Moreira Esteves Bernardi
Diretor Presidente / President Director
Carlos Gradim
Diretor Cultural / Cultural Director
Paulo Herkenhoff
Diretor de Projetos e Gestão / Direc-
tor of Projects and Management
Tiago Cacique
Diretor Aministrativo Financeiro
/ Administrative-Financial Director
Luiz Guimarães
Gerência Administrativo Operacional
/ Operational-Administrative Management
Roberta Kfuri
Gerência de Comunicação
/ Communications Management
Hannah Drumond
Gerência de Conteúdo
/ Content Management
Clarissa Diniz
Gerência de Educação
/ Education Management
Janaina Melo
Gerência de Produção
/ Production Management
Daniel Bruch
Gerência de Relações Institucionais / Institutional Relations Management
Camilla Cardoso
Equipe / Staff
Alex Ferreira, Alexandre da Rocha, Aline dos Santos, Ana Cristina Rodrigues, Ana Terra Rodrigues, André Gonçalves, Andrea Barboza, Andreia de Oliveira, Bianca Mandarino, Bruno Gonzaga, Bruno Ribeiro, Cassio Pereira, Clara Szarvas, Daniel Alves, Daniel Braga, Danielle Batista, Darlan Batista, Dulcineia Guedes, Emilio Bozi, Fabrizio Silva, Fernando Correa, Gabriella
Alevato, Gisele Perez, Gleyce Heitor, Gustavo Pereira, Helen Rodrigues, Igor Vidor, Jô Nascimento, Ingrid Boiteux, Ingrid Melo, Irlana Oliveira, Jaqueline
Fonseca, Jason da Silva, Jessica Braz, Jorge Menezes Jr., Julia Baker, Liliane de Oliveira, Livia Pontes, Lorrane Cruz, Lucas Freitas, Luciana Souza, Lucia-
na Ferreira, Luciene Gama, Ludmila
Gomes, Maira Ferreira, Mara Santos, Marcelo Henrique Silva, Marcia Machado, Marcio Sinesio, Marco Fiochi, Marcos Meireles, Marcus Forster, Mariana Marques, Mario Gentil, Matheus Neves, Mayra Brauer, Melina Almada, Nahama Baldo, Phelipe Nascimento, Rachel Orlando, Raniere Dias, Raquel Pinto, Renato Dias, Rodrigo Rodrigues, Rodrigo Silva, Ronney Barbosa, Sabrina Gonsalves, Saullo Vasconcelos, Stella Paiva, Taisa Parente, Tamires Lima, Tayara Almeida, Thatiane Souza, Tiago
Conceição, Ulisses Silva, Vanda Batista, Vanessa Lima, Victor Ribeiro, Victor Monteiro, Vinicius Motta, Willian Jardim, Yago Santos.
Tradução / Translation
John Andrews
Design Gráfico / Graphic Design
Renata Coutinho
Assessoria de Imprensa
/ Press Relations
Approach Comunicação Integrada
Praça Mauá, 5 | Centro
Rio de Janeiro l RJ
CEP 20081 240
55 21 3031 2741
EXPOSIÇÕES/EXHIBITIONS
Horários de visitação especial de verão l Special summer visiting hours terças e sextas de MAR de Música l das 10h às 20h (acesso até 19h) demais dias das 10h às 18h (acesso até 17h30) segundas l fechado
/ tuesdays and fridays l from 10am until 8pm (access until 7pm) other days l from 10am until 6pm (access until 5:30pm) mondays l closed
INGRESSOS/ADMISSION
R$ 8,00 | R$ 4,00 (meia-entrada/half price) ter – gratuito/tue – free admission
AGENDAMENTO DE VISITAS EDUCATIVAS/APPOINTMENTS FOR EDUCATION VISITS
Informações/Information
phone 55 21 3031 2742 agendamento@museudeartedorio.org.br
* Doe entre R$ 8 e R$ 80 na bilheteria ou no site e contribua para a formação de jovens e crianças. Seja um Amigo do MAR!
* Donate from R$ 8 to R$ 80 at the ticket office or at the website and contribute to the formation of children and youth. Become a Friend of MAR!
PROGRAMA VIZINHOS DO MAR/NEIGHBOURS OF MAR PROGRAM
Faça a sua carteira e tenha acesso gratuito ao museu. Mais informações no site. *Bairros: Saúde, Gamboa e Santo Cristo. /Get your card and gain free access to the museum. More information on our website. Neighbourhoods: Saúde, Gamboa and Santo Cristo.
FIQUE POR DENTRO DO QUE ACONTECE NO MAR
Stay in the loop with what`s happening at MAR museudeartedorio.org.br
facebook.com/museudeartedorio
twitter.com/museuarterio
instagram.com/museuartedorio