O ESPECTRO CINEMATOGRÁFICO
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23 de setembro
Philippe-Alain Michaud (Centro Georges Pompidou)
30 de setembro
Stefan Andriopoulos (Universidade de Columbia)
7 de outubro
Arnaud Maillet (Universidade de Paris I/Sorbonne)
14 de outubro
Giuliana Bruno (Universidade de Harvard)
21 de outubro
Noam Elcott (Universidade de Columbia)
28 de outubro
André Parente (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
18 de novembro
João Luiz Vieira (Universidade Federal Fluminense)
/ sempre às terças-feiras
das 19h às 22h
no Auditório do MAR
Saiba mais em museudeartedorio.org.br
O Programa MAR na Academia integra as atividades da Escola do Olhar. O objetivo é estimular a participação da universidade no projeto do museu de promover a inscrição da arte na esfera pública, no âmbito da região metropolitana do Rio de Janeiro, com ênfase nas relações entre museu e educação e no fortalecimento da cidade como centro de reflexão teórica. Entre os valores estão a liberdade de expressão e o respeito à autonomia universitária, o processo de emancipação cultural e a independência das atividades da crítica e da historiografia com relação ao Estado e ao mercado.
A integração entre arte e educação é o horizonte do MAR, que, no trânsito propiciado por essa horizontalidade, concebe, potencializa e mantém públicas todas as suas ações. Para a instituição, é preciso continuamente atravessar a educação para se chegar à arte – é nesse sentido que, simbólica e fisicamente, a circulação no museu se inicia pela Escola do Olhar. É através dela que se chega ao Pavilhão de Exposições.
A Escola do Olhar é um espaço destinado à educação e desenvolve programas de formação continuada em artes e cultura visual com professores e educadores. A Escola do Olhar tem a cidade como eixo transversal de suas ações e, por isso, realiza parceria com universidades, instituições museológicas, ONGs e programas de educação não formal, construindo espaços de pesquisa, seminários, workshops e cursos.
Desde sua inauguração, o museu desenvolve cursos de formação com professores, encontros com os vizinhos do MAR, parcerias com universidades e cursos de arte e cultura visual para diversos públicos. Os cursos de formação com professores inter-relacionam o cotidiano escolar às exposições e aos programas do MAR e colaboram no desenvolvimento de atividades antes, durante e depois das visitas educativas. A linha de atuação do MAR consiste na elaboração, com o professor, de metodologias, material educativo e pesquisas sobre arte e cultura visual.
Em torno de uma agenda prioritária comum, o projeto do MAR objetiva o intercâmbio nacional e internacional e a cooperação entre os centros de pós-graduação em arte, estética e cultura visual. Busca-se o envolvimento de amplos setores da sociedade nessas atividades acadêmicas, incentivando a participação de professores e estudantes universitários em projetos da área curatorial e educacional do MAR.
2014
/ Programa África Hoje no MAR –Centenário de Abdias Nascimento. Seminário Pensamento e Política.
/ Programa África Hoje no MAR –Centenário de Abdias Nascimento. Semana Lilian Thuram.
/ Seminário Cidade, Arte e Arquitetura: Habitação Social no Brasil. Instituto Casa, Prourb-FAU/UFRJ, Museu de Arte do Rio, ETH/Zurich, Swissnex.
/ Curso Culturas do Passado-Presente – Modernismos, Artes Visuais, Políticas da Memória, de Andreas Huyssen, em parceria com PPGAV-UFRJ.
2013
/ Conferências de Georges
Didi-Huberman Filme, Ensaio, Poema. A Propósito de Pier Paolo Pasolini, e Foto, Álbum, Museu. A Propósito de André Malraux, em parceria com PPGAV-UFRJ e Consulado da França no Rio de Janeiro.
/ Simpósios Histórias de Fantasmas para Gente Grande e Histórias de Gente Grande para Fantasmas, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Exposição Atlas, Suite, de Arno Gisinger e Georges Didi-Huberman.
/ Curso Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, em parceria com Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da ECO-UFRJ, CNPq e Faperj.
/ Seminário Das Paredes às Redes – Educação, Tecnologia, Corpo e Subjetividade, edição carioca, em parceria com PPGCOM-UFF.
/ O Lugar, a Função e o Uso da Arte Contemporânea, em parceria com ECA-USP e Fórum Permanente.
/ X Ciranda da Psicanálise, em parceria com Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro.
/ Seminário Tempo e Excesso e lançamento da revista Calibán, em parceria com Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.
/ Seminário Políticas da Memória: Experiências entre a Arte e a História, em parceria com PPGArtes-Uerj.
/ Seminário Documentos: Movimentos, em parceria com Departamento de Arte Corporal da UFRJ.
/ Curso A Zona das Imagens, de Marie-José Mondzain, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Jornada Educação e Relações Étnico-Raciais, em parceria com Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire, SME Rio de Janeiro.
2012
/ IV Seminário de Pesquisadores do PPGArtes-Uerj – Vômito e Não: Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura.
/ Colóquio Internacional Arte, Estética e Política: Diálogos com Jacques Rancière, em parceria com PPGAVUFRJ e PPGCOM-UFF.
Mondzain Imagem, Matéria Plástica: em Torno de O Canto do Estireno, de Alain Resnais, em parceria com PPGAV-UFRJ.
/ Ciclo de conferências, workshop e mostra de filmes de Harun Farocki, iniciativa do PPGAV-UFRJ.
O Museu de Arte do Rio dá continuidade ao pensamento em torno do cinema em sua programação cultural e educativa com O Espectro Cinematográfico, curso concebido em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ppgav/UFRJ). O conjunto de conferências reúne um grupo de pensadores brasileiros e estrangeiros que abordam a estética cinematográfica em sua transversalidade com a arte, a cultura, a filosofia e a ciência, destacando as mudanças históricas da percepção e do imaginário tecnológico.
O MAR propõe-se, assim, como espaço de discussão das questões do cinema na contemporaneidade, reabrindo o fórum iniciado mesmo antes da inauguração do museu com o ciclo de conferências, workshop e mostras de filmes do cineasta alemão Hanun Farocki em 2012, também em parceria com o Ppgav/ UFRJ. Desde sua origem, a programação do MAR vem se dedicando a interrogar a imagem no cruzamento com diversas mídias e também a partir do cinema. Isso vem ocorrendo por meio de cursos como Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, em parceria com o Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da ECO-UFRJ, o CNPq e a Faperj, ou da linha editorial do museu, reponsável pela edição de obras inéditas de autores estrangeiros que tangenciam o tema, como Jacques Rancière e Philippe-Alain Michaud.
O Espectro Cinematográfico, que integra o Programa MAR na Academia, é mais uma parceria fruto do diálogo estabelecido com pesquisadores das universidades cariocas que integram esta programação, amplificando o debate sobre a imagem em articulação internacional com as universidades de Sorbonne, Columbia e Harvard, além do Centro Georges Pompidou. No contexto do curso serão lançadas mais três publicações da Coleção Artefíssil, um novo livro de Phillipe-Alain Michaud e dois livros de Stefan Andriopoulos. O MAR agradece o apoio do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais e do Departamento de História e Teoria da Arte da UFRJ, assim como do Consulado Francês do Rio de Janeiro, que contribuíram para a vinda dos conferencistas ao Brasil.
Paulo Herkenhoff, Diretor culturalNeste curso serão apresentadas algumas visões a respeito da imagem em movimento, partindo de uma perspectiva ampliada sobre a história e a teoria do cinema. Esse espectro será revelado por meio de diferentes focos no cinema e em suas relações com outras práticas artísticas, culturais e científicas. A análise compreenderá vários tópicos: a constituição do imaginário cinematográfico com suas evocações em antigos rituais de magia, em sessões de mesmerismo e em exibições de fantasmagorias, incluindo a magnitude e a imersão dos panoramas, bem como seus reflexos nas diversas mídias óticas dos séculos XVIII e XIX.
O espectro em questão é uma força invisível em incessante circulação, que se desdobrou em calorosos debates no início do século XX. Além de seduzir os ilusionistas e seu público, seus mistérios também fascinaram os cientistas, assombrando os laboratórios da psicologia experimental e os gabinetes dos alienistas com seus poderes de sugestão. Por último, atualizando esse olhar caleidoscópico voltado para a história do cinema, o curso abordará as incorporações mais recentes do “espectro cinematográfico” e os modos em que ele é percebido nos atuais dispositivos de imersão, tais como as instalações e as construções de novas fantasmagorias, atmosferas e efeitos de presença.
O curso, concebido e coordenado por Tadeu Capistrano (UFRJ), tem a estrutura de um ciclo de conferências e contará com a participação dos seguintes pesquisadores nacionais e internacionais: André Parente (UFRJ), Arnaud Maillet (Universidade de Paris I/Sorbonne), Giuliana Bruno (Universidade de Harvard), João Luiz Vieira (UFF), Noam Elcott (Universidade de Columbia), Philippe-Alain Michaud (Centro Georges Pompidou) e Stefan Andriopoulos (Universidade de Columbia).
23 DE SETEMBRO
/ O Cinema e seus Espectros – Apresentação do curso
Tadeu Capistrano (UFRJ)
/ Por uma Teoria Expandida do Cinema
Philippe-Alain Michaud (Centro Georges Pompidou, FR)
O filme não se confunde com o dispositivo de projeção pública em que o cinema vem a se configurar no início do século XX e que permanece, consequentemente, no horizonte de sua história: é preciso reconsiderar o filme por meio de suas bordas (sua origem e suas margens) para perfazer sua extensão real. Antes mesmo de ser um dispositivo técnico e espetacular, o filme é uma maneira de pensar as imagens: o real e seu material, não seu tema. O filme não é uma abertura da fotografia ao movimento e ao tempo: constitui, na verdade, uma força, do mesmo modo que a pintura, a escultura ou o desenho. A tela não é uma janela através da qual o mundo ou o reflexo do mundo se percebe em profundidade, mas uma superfície de inscrição que deve ser considerada em termos plásticos. Emancipado do imperativo documental, que resulta do procedimento da “foto-impressão”, e dissociado de seu aparelho técnico, o filme escapa de sua história restrita (a do cinema) para se abrir a outros campos e jogar com lógicas figurativas e formais que somente uma ampliação da história da arte permite tornar inteligíveis.
DAS 19H ÀS 22H NO AUDITÓRIO DO MAR COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA
Anônimo, Laboratório de Psicologia de Harvard em Dane Hall, Instrumentos para Experimentos Sobre a Visão, 1892. Fotografia, Arquivos da Universidade de Harvard –Laboratórios de Psicologia da HUPSF.
[Anonymous, Harvard Psychological Laboratory in Dane Hall, Instruments for Experiments on Sight, 1892. Photograph, Harvard University ArchivesHUPSF Psychological Laboratories].
Stefan
Andriopoulos(Universidade de Columbia, EUA)
No final do século XIX e início do XX, pesquisas médicas evocaram a noção aterrorizadora do assassinato cometido sob efeito de hipnose. Filmes como O Gabinete do Dr. Caligari (1919), de Robert Wiene, e Dr. Mabuse, o Jogador (1922), de Fritz Lang, também elaboram o poder aparentemente ilimitado do hipnotismo. Por volta de 1900, cinema e hipnose estavam conectados, mas por meio de uma inter-relação constitutiva, estrutural e mútua. Médicos utilizavam a sugestão no intuito de produzir alucinações visuais similares às dos filmes em seus pacientes hipnotizados, e os críticos contemporâneos descreviam o próprio cinema como exercendo uma influência irresistível e hipnótica sobre sua audiência magnetizada.
Arnaud Maillet
(Universidade de Paris I/Sorbonne)
O espelho de tinta, prática adivinhatória que remonta aos tempos mais antigos, condenada na Idade Média, é retomada na Europa, a partir dos anos de 1830, pelos homens de letras e estudiosos, impulsionados pelo gosto pelo orientalismo. Com altos e baixos, perdura até o início do século XX. Relativamente esquecido hoje, permitiu, no entanto, dar a ver imagens em movimento no momento do nascimento oficial da fotografia, em 1839. Entretanto, além da fotografia, o espelho articula, sobretudo, componentes específicos diversos que, ligados entre si, formam o que será batizado mais tarde de cinematógrafo: luz e sombra, espectro e reflexo, animação, metamorfose e encanto da imagem, montagem, exibição do filme e sua projeção psicológica. A partir dessa visão ampliada, longe de ser um dispositivo sujeito a determinismos técnicos, o cinema pode ser visto como uma ferramenta fantástica para iluminar o espírito humano e a imaginação.
/ Filme, Estética, Ciência: o Laboratório de Imagens em Movimento de Hugo
Giuliana Bruno (Universidade de Harvard, EUA)
A palestra trata da obra de Hugo Münsterberg (1863-1916), filósofo e psicólogo alemão pioneiro no estudo acadêmico do cinema, com seu livro The Photoplay: A Psychological Study (1916). Essa análise do seu laboratório experimental na Universidade de Harvard explora as maneiras pelas quais ciência, psicologia e estética interceptam a representação visual no limiar da era cinematográfica. Expõe também como o aspecto analítico do filme e das ferramentas da teoria do cinema nasceram como instrumentos de sua posição na cultura. Münsterberg articulou uma inventiva conjunção cultural em torno dos vários “instrumentos” do conhecimento, incluindo o autoconhecimento. Nesse laboratório, a pesquisa científica sobre os processos mentais e a expressão dos afetos estava ligada à imagem tecnológica, incluindo a arte e a indústria cinematográfica. Seguindo essa trajetória intelectual, a palestra apresenta, em última análise, como o encontro entre ciência e imagem no plano psíquico foi uma importante parte do processo da modernidade.
Da necromancia do século XVIII até os “hologramas” do XXI, estamos sempre sedentos pelo fantasmagórico. Mesmo assim, críticos da cultura têm reduzido a fantasmagoria a mero espetáculo ou, pior ainda, a ocultação nefasta dos meios de produção. Estudada a técnica e a mídia a partir de uma visão arqueológica, entretanto, a fantasmagoria pode ser libertada de sua pesada bagagem ideológica e definida como uma reunião de espectadores e espectros no espaço e no tempo. A fantasmagoria – a presença espectral das imagens – distingue-se da distância imersiva proferida pelo cinema e da dimensão contemplativa sugerida pelos trabalhos de arte; ela tem conquistado um pouco mais que o estatuto de curiosidade nas histórias da mídia e da arte moderna. Hoje, no entanto, nossas vidas saturadas de imagem são cada vez mais fantasmagóricas. Essa palestra aventura-se a propor uma arqueologia do presente a partir dos 250 anos da história ampliada do cinema, dos seus espectadores e de seus espectros.
/ Visões Panorâmicas
André Parente (UFRJ, BRA)
A imagem panorâmica está na origem de profundas transformações ocorridas na pintura e na fotografia, mas também no cinema e nas instalações contemporâneas. Essas mudanças são ao mesmo tempo técnicas e estéticas e, como veremos, afetaram as imagens sobretudo em sua relação com o espectador, ao transformá-las em imagens imersivas e interativas. Nesta apresentação, tentaremos descrever as instalações panorâmicas desde sua origem, no final do século XVIII, quando de sua invenção, até o momento presente, em que predominam instalações que fazem convergir o cinema, a arte contemporânea e as novas mídias.
/ Sensações Corpóreas: Realismo Imersivo e Salas de Cinema
João Luiz Vieira (UFF, BRA)
A conferência se propõe a investigar relações entre a permanência de uma tradição de consumo audiovisual institucionalizada pela sala de cinema ao longo do século passado e convergências textuais, tecnologias e plataformas contemporâneas. Concentrando-me nos novos perfis e (re)definições de espectação interativa e na consequente mudança de status de um espectador anterior para um espectador agente, pretendo expandir algumas investigações teóricas em torno dos conceitos de espectatorialidade e recepção, a corporificação de
olhares narrativos, a absorção do corpo do espectador no próprio espetáculo, por meio de tecnologias específicas e historicamente datadas, com ressonância nos dias de hoje. A ênfase nesse percurso será dada à compreensão maior do impacto, da permanência e das transformações do que chamo aqui de realismo imersivo – espécie de engajamento corpóreo que caracteriza os tempos atuais, a partir de uma arqueologia das mídias que destacará o início e a expansão dos formatos de imagem panorâmica no início e ao longo da década de 1950, com ênfase no Cinerama (1952-1962) e demais formatos que contribuíram para a redefinição do estatuto do espectador nos últimos 50 anos. Tal retorno nos ajudará a questionar, com mais propriedade, cenários textuais que se desenham atualmente com a convergência tecnológica e que criam situações híbridas de radical transformação do que conhecemos e vivenciamos como cinema, especialmente por meio da própria experiência da sala de cinema. Em um horizonte teórico de hipóteses, caberá aqui a revisita e a interpelação do desejo baziniano de um cinema total.
O MAR e a Contraponto Editora lançam Aparições Espectrais – O Idealismo Alemão, o Romance Gótico e a Mídia Óptica e Possuídos – Crimes Hipnóticos, Ficção Corporativa e a Invenção do Cinema, ambos de Stefan Andriopoulos (tradução de Vera Ribeiro). As publicações integram a Coleção Artefíssil, dirigida pelo professor Tadeu Capistrano.
ANDRÉ PARENTE é artista e teórico de cinema e novas mídias. Em 1987, obteve o doutorado na Universidade de Paris VIII sob a orientação de Gilles Deleuze. Em 1991, fundou o Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre 1977 e 2014, realizou inúmeros vídeos, filmes e instalações apresentados no Brasil e no exterior (Alemanha, França, Espanha, Suécia, México, Canadá, Argentina, Colômbia, China, entre muitos outros). É autor de vários livros: Imagem-Máquina (1993), Sobre o Cinema do Simulacro (1998), O Virtual e o Hipertextual (1999), Narrativa e Modernidade (2000), Tramas da Rede (2004), Cinéma et Narrativité (2005), Preparações e Tarefas (2007), Cinema em Trânsito (2012), Cinemáticos (2013), Cinema/Deleuze (2013), entre outros. Nos últimos seis anos, recebeu prêmios como Petrobrás de Novas Mídias, Sergio Motta de Arte e Tecnologia, Petrobrás de Memória das Artes, Oi Cultural, Caixa Cultural Brasília, Funarte de Artes Visuais.
ARNAUD MAILLET é professor na Universidade de Paris I/Sorbonne, onde desenvolve pesquisas em torno da história da arte e do olhar. Membro do Centro André Chastel, laboratório de pesquisa em história da arte, seus trabalhos se inscrevem na história da cultura visual e do imaginário. É autor de ensaios como “A Imaginação Caleidoscópica” (Grey Room, n° 48), “A Imagem Científica Face ao Obstáculo Epistemológico: Lógica do Paliativo” (Revue Histoire de l’Art, Institut National d’Histoire de l’Art, n° 67), “O Espelho de Tinta. Imagens Visuais, Imagens Mentais, Imagens Literárias” (Miroirs – XVe Rencontres de Lagarenne Lemot) e de livros como O Espelho Negro. Indagações sobre o Lado Obscuro do Reflexo (Paris, Ed. Kargo/L’Éclat, 2005, publicado em inglês, em 2004, pela Zone Books, Nova York e a ser publicado em português pela Contraponto) e Próteses Lunáticas. As Lunetas, da Ciência aos Fantasmas (Ed. Kargo/Amsterdã, 2007, traduzido em italiano pela Editora Raffaello Cortina, Milão, 2010).
GIULIANA BRUNO é professora de estudos visuais e ambiências na Universidade de Harvard, onde explora as interseções entre artes visuais, arquitetura e imagem em movimento. Seu trabalho seminal Atlas de Emoção: Jornadas em Arte, Arquitetura e Filme (Verso, 2002) ganhou diversos prêmios e indicações, como o Kraszna-Krausz em Cultura e História, de “melhor livro do mundo sobre imagem em movimento”, e tem apontado novas direções nos estudos da cultura visual. Giuliana Bruno publicou ainda Superfície: Questões de Estética, Materialidade e Mídia (Universidade de Chicago, 2014), Intimidade Pública: Arquitetura e Artes Visuais (MIT, 2007), Jane e Louise Wilson: um Monumento Independente e Anônimo (Umbrella Filmes e Vídeos e Baltic Centro de Arte Contemporânea, 2004); Prostitutas sobre o Mapa de Ruínas
(Universidade de Princeton, 2002), que ganhou em 1995 o Prêmio de Melhor Livro sobre Estudos de Cinema da Sociedade dos Estudos de Cinema e de Mídia; Off Screen (Longe das Telas), dedicado à mulher e ao cinema na Itália (Routledge, 1988) e Imagens na Tela (Rosenberg & Sellier, 1991), indicado entre os 50 melhores livros dos cem anos da história do cinema. Ela é apontada na publicação Estudos da cultura visual: entrevistas com pensadores importantes (Sage, 2008), como uma das intelectuais mais influentes que trabalha atualmente com estudos de visualidade.
JOÃO LUIZ VIEIRA é professor titular do Departamento de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense. Doutor em estudos de cinema pela Universidade de Nova York (1984), foi professor visitante do Departamento de Artes Midiáticas da Universidade do Novo México e pesquisador visitante da Fulbright, no Departamento de Cinema e Literatura Comparada da Universidade de Iowa. Pesquisador, crítico, curador e conferencista, é autor e editor de inúmeras publicações no Brasil e no exterior, entre elas Cinema Novo & Beyond (NY: MoMA, 1998) e Câmera-Faca: o Cinema de Sérgio Bianchi (Portugal, 2004). Mais recentemente, publicou capítulos em World Cinema, Transnational Perspectives (2010); The International Movie Musical (2012) e The Brazilian Road Movie: Journeys of (Self) Discovery (2013).
NOAM ELCOTT é professor assistente de história da arte e arqueologia na Universidade de Columbia e editor da revista acadêmica Grey Room, publicada pela editora do MIT. Especializado em história e teoria da mídia e arte moderna, com ênfase em arte, fotografia e cinema do entreguerras, Elcott também ensina e escreve sobre arte contemporânea. Artificial Darkness: A History of Modern Art and Media (Escuridão Artificial: a História da Arte Moderna e da Mídia), ainda a ser publicado, é o primeiro a idealizar, historicizar e teorizar a escuridão artificial desde sua introdução experimental em meados do século XIX passando por sua consolidação em uma gama de tecnologias de mídia no final daquele século, e, finalmente, chegando aos desafios estéticos produzidos contra essa ideia pelas vanguardas do entreguerras. Ensaios recentes foram publicados pela October, Grey Room, Aperture e por muitos catálogos e antologias. Elcott tem apresentado estudos em diversas instituições, incluindo conferências recentes no Instituto Nacional de História da Arte (Inha, Paris), na Academia Nacional de Artes (Oslo), no Centro de Pós-Graduação Cuny (New York), Tate Modern (Londres), UC Berkeley (Califórnia), Universidade de Cambridge (Inglaterra), Universidade McGill (Montreal) e Eikones (Basel).
PHILIPPE-ALAIN MICHAUD é um dos mais destacados curadores da imagem em movimento. Graduado em filosofia e doutor em história da arte, desde 1991, Michaud também é editor da Coleção La Littérature Artistique, editada pela Mácula. É chefe do serviço de cinema do MANAM-CCI desde 2003, onde organizou a exposição de coleções atuais, como Imagem em movimento, exibida até janeiro de 2007, e tam-
bém é responsável pela programação cinematográfica do auditório do Louvre. Historiador de arte e teórico da imagem, concentra seu interesse particularmente nos cruzamentos entre história da arte e cinema por meio de uma visão antropológica e iconológica. Foi curador de inúmeras exibições, tais como as recentes Brancusi, Film, Photographie; Images Sans Fin e Hans Richter: A Traversée du Siècle. É autor de inúmeros ensaios sobre cinema e artes visuais e dos livros Le Peuple des Images (Desclée de Brower, 2002), Sketches: Histoire de l’art, Cinema (Kargo, 2006), Noches Eléctricas: Arte & Piroctecnia (Laboral, 2011), Tapis Volants (Drago, 2012), Warburg e a Imagem em Movimento (2013) e Filme: Por uma Teoria Expandida do Cinema (2014), ambos publicados no Brasil na coleção Artefíssil, da editora Contraponto, em co-edição com o Museu de Arte do Rio (MAR).
STEFAN ANDRIOPULOS é professor do Departamento de Letras Germânicas da Universidade de Columbia, em Nova York, onde desenvolve pesquisas em torno da literatura, do cinema e da teoria da mídia. Publicou artigos em revistas diversas, tais como Critical Inquiry, Representations, New German Critique, English Literary History e Deutsche Vierteljahrsschrift, como também os livros Unfall und Verbrechen: Konfigurationen zwischen juristischem und literarischem Diskurs um 1900 [Acidente e Crime: Configurações entre Literatura e Discurso Jurídico em 1900] (Centaurus, 1996) e, como co-editor, os livros 1929: Beiträge zur Archäologie der Medien [Contribuições a uma Arqueologia da Mídia] (Suhrkamp 2002) e Die Adresse des Mediums (Addressing Media) [Abordagem sobre a Mídia] (DuMont 2001). Andriopoulos co-editou também um número especial da revista Grey Room “Sobre lavagem cerebral: controle da mente, mídia e guerra” (2011). Seus dois livros, Possuídos – Crimes Hipnóticos, Ficção Corporativa e a Invenção do Cinema e Aparições Espectrais – O Idealismo Alemão, O Romance Gótico, e a Mídia Óptica, foram publicados em 2014 pela Coleção Artefíssil, da editora Contraponto, em co-edição com o Museu de Arte do Rio (MAR).
TADEU CAPISTRANO (coordenador de O Espectro Cinematográfico) é professor do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais e do Departamento de História da Arte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA/UFRJ). É doutor em literatura comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde defendeu tese sobre cinema, percepção e fenômenos dissociativos, com o apoio do CNPq e da Universidade de Columbia, em Nova York, da qual foi pesquisador visitante durante o ano de 2006. Realizou mestrado em comunicação, imagem e informação, com o apoio da Capes, na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde também se bacharelou em cinema e audiovisual, após obter licenciatura em letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Tem organizado colóquios, exposições e mostras de filmes em torno das relações entre imagem, estética e filosofia e coordena a Coleção Artefíssil, da Editora Contraponto, especializada na interseção das artes visuais com os campos da filosofia, ciência, literatura, teoria da mídia e da imagem.
September, October and November 2014 [free admission]
September 23
Philippe-Alain Michaud (Centre Georges Pompidou)
September 30
Stefan Andriopoulos (Columbia University)
October 07
Arnaud Maillet (University of Paris I/Sorbonne)
October 14
Giuliana Bruno (Harvard University)
October 21
Noam Elcott (Columbia University)
October 28
André Parente (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
November 18
João Luiz Vieira (Universidade Federal Fluminense)
always on Tuesdays from 7 pm to 10 pm in the MAR Auditorium
For more information visit museudeartedorio.org.br
The MAR at the Academy Program integrates the activities of the Escola do Olhar. The goal is to stimulate the participation of the university in MAR’s project of promoting the insertion of art into the public sphere in the context of the Rio de Janeiro metropolitan area, with an emphasis on the relations between the museum and education and on strengthening the City as a center for theoretical reflection. Core values are freedom of expression and respect for university autonomy, the process of cultural emancipation and the independence of critical and historiographical activities in relation to the State and the marketplace.
Integrating art and education is MAR’s horizon. In endeavoring to meet this horizon, all of MAR’s events are conceived, fostered and held publicly. For the institution, it is necessary to continuously pass through education to arrive at art – and it is in this sense that, symbolically and physically, circulation in the museum begins with the Escola do Olhar. The access to the Exhibition Pavilion happens through this school.
The Escola do Olhar is a space for education and develops learning programs in the arts and visual culture with professors and educators. The Escola do Olhar takes the city as the central axis for its actions, cultivating partnerships with universities, museological institutions, NGOs and non-formal education programs, developing research spaces, seminars, workshops and courses.
Since its inauguration, the museum has developed educational courses with professors, encounters with MAR’s neighbors, partnerships with universities, and art and visual culture courses for a diverse public. The educational courses with teachers interrelate the school routine with MAR’s exhibits and programs, collaborating in the development of activities before, during and after the educational visits. MAR’s modus operandi consists in elaborating, together with the instructor, the methodologies, didactic material and studies on art and visual culture.
With a common main agenda, the project of MAR aims for national and international exchange and cooperation among graduate centers in the arts, aesthetics and visual culture. MAR endeavors to include ample sectors of society in these academic activities, encouraging the participation of university professors and students in projects within MAR’s curatorial and educational area.
/ Africa Today at MAR Program – Abdias Nascimento Centenary. Thinking and Politics Seminar.
/ Africa Today at MAR Program –Abdias Nascimento Centenary. Lilian Thuram Week.
/ Seminar City, Art and Architecture: Public Housing in Brazil. Instituto Casa, Prourb-FAU/UFRJ, Museu de Arte do Rio, ETH/Zurich, Swissnex.
/ Course Past-Present Cultures –Modernisms, Visual Arts, Politics of Memory, by Andreas Huyssen, in partnership with PPGAV-UFRJ.
/ Georges Didi-Huberman
Conferences Film, Essay, Poem. Regarding Pier Paolo Pasolini; and Photo, Album, Museum. Regarding André Malraux, in partnership with PPGAV-UFRJ and the Consulate General of France, Rio de Janeiro.
/ Symposiums Ghost Stories for Grown-ups and Stories of Grownups for Ghosts, in partnership with PPGAV-UFRJ.
/ Exhibition Atlas, Suite, by Arno Gisinger and Georges Didi-Huberman.
/ Course Kinematics: Artist Cinemas in Brazil, in partnership with Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) of ECO-UFRJ, CNPq and Faperj.
/ Seminar From the Walls to the Network – Education, Technology, Body and Subjectivity, carioca edition, in partnership with PPGCOM-UFF.
/ The Place, Function and Use of Contemporary Art, in partnership with ECA-USP and Fórum Permanente.
/ X Round of Psychoanalysis, in partnership with Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro.
/ Seminar Time and Excess and launch of the journal Calibán, in partnership with Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.
/ Seminar Politics of Memory: Experiences between Art and History, in partnership with PPGArtes-Uerj.
/ Seminar Documents: Movements, in partnership with the Departamento de Arte Corporal of UFRJ.
/ Course The Zone of Images, by Marie-José Mondzain, in partnership with PPGAV-UFRJ.
/ All-day intensive workshop on Education and Ethno-Racial Relations, in partnership with the Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire, SME Rio de Janeiro.
/ IV Research Seminar PPGArtesUerj – Vomit and No: Anthropoemical Practices in Art and Culture
/ International Colloquium Art, Aesthetics and Politics: Dialogues with Jacques Rancière, in partnership with PPGAV-UFRJ and PPGCOM-UFF.
Image, Plastic Material: Regarding The Song of the Styrene, by Alain Resnais, in partnership with PPGAV-UFRJ.
/ Cycle of conferences, workshop and screenings of films by Harun Farocki, initiative of PPGAV-UFRJ.
The Museu de Arte do Rio continues to support thinking on cinema with its cultural and educational programming with the course The Cinematographic Spectrum, conceived in partnership with the Graduate Program in Visual Arts of the Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ppgav/UFRJ). The set of conferences bring together a group of Brazilian and non-Brazilian thinkers that approach cinematic aesthetics where it intersects with art, culture, philosophy and science, highlighting historical changes in perception and the technological imaginary.
MAR positions itself thus as a space for discussing contemporary questions on cinema, reopening the forum initiated even before the inauguration of the museum in 2012 with the conference cycle, workshop and screenings of films by the German filmmaker Harun Farocki, also in partnership with Ppgav/ UFRJ. Since its origin, MAR’s programming has given special attention to the interrogation of the image as it intersects with diverse media – including cinema. This has occurred through courses such as Kinematics: Artist Cinemas in Brazil, in partnership with the Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) of ECO-UFRJ, CNPq and Faperj, and in its editorial focus, with the translation of international authors working around the theme, such as the release of books by Jacques Rancière and Philippe-Alain Michaud.
The Cinematographic Spectrum, part of the MAR at the Academy program, is one more partnership that is the result of a dialogue the museum establishes with participating scholars at Rio de Janeiro universities, widening the debate on the image in movement to an international level with the inclusion of the Universities of Sorbonne, Columbia and Harvard, in addition to the Centre Georges Pompidou. In the context of this course, three more publications of the Artefíssil Collection will be released, two by Stefan Andriopoulos and one more by Phillipe-Alain Michaud. MAR is grateful for the support of Ppgav and of the History and Theory of Art Department of UFRJ. Besides, we also thank the Consulate General of France in Rio de Janeiro for contributing to make possible the presence of these participants in Rio de Janeiro.
Paulo Herkenhoff, Cultural directorThe goal of this course is to present different visions of the moving image based on an expanded view of the history and theory of cinema. Cinema will be discussed from an interdisciplinary perspective on film and its relations with cultural, artistic, philosophical and scientific practices. Given this proposal, we present research related to the cinematic imaginary and its connections with magic, altered states of perception, optical media, projection devices, phantasmagorical constructions, atmospheres and effects of presence. The course, which is conceived and coordinated by Tadeu Capistrano (UFRJ), features national and international scholars, among them André Parente (UFRJ), Arnaud Maillet (University of Paris I/Sorbonne), Giuliana Bruno (Harvard University), Noam Elcott (Columbia University), Philippe-Alain Michaud (Centre Georges Pompidou), Stefan Andriopoulos (Columbia University) and João Luiz Vieira (UFF).
Introduction
Tadeu Capistrano (UFRJ)
Philippe-Alain Michaud (Centre Georges Pompidou, FR)
Film is not to be confused with the public projection device in which cinema is configured at the beginning of the twentieth century, and which
TUESDAYS,
consequently remains on the horizon of its history. It’s necessary to reconsider film by way of its edges (its origin and its margins) to make out its real extent. Before even being configured as a technical device and spectacle, film was a way to think images: the real and its material, not its subject. Film is not an opening of photography to movement and time: it constitutes, in fact, a force, in the same manner as painting, sculpture or drawing. The screen is not a window through which the world or the reflection of the world is perceived in its profundity, but a surface of inscription that should be considered in plastic terms. Emancipated from the documentary imperative, which results from the “photo-print” procedure, and disassociated from its technical apparatus, film escapes from its restricted history (that of cinema) to open itself to other fields and play with figurative and formal logics, which only an enlargement of the history of art allows to become intelligible.
unlimited power of the hypnotist. Around 1900 cinema and hypnotism were connected, maintaining a structural, mutually constitutive interrelation. Physicians employed suggestion in order to produce visual, film-like hallucinations in their hypnotized patients. And contemporaneous critics described cinema itself as exerting an irresistible, hypnotic influence over its spellbound audiences.
Arnaud Maillet
(University of Paris I/Sorbonne, FR)
Bernheim,
Stefan Andriopoulos (Columbia University, USA)
In the late nineteenth and early twentieth centuries, medical researchers invoked the terrifying notion of murder under hypnosis. On the cinematic screen films such as Robert Wiene’s The Cabinet of Dr. Caligari (1919) and Fritz Lang’s Dr. Mabuse, the Gambler (1922) also enacted the ostensibly
The ink mirror, a divinatory practice that dates back to ancient times, condemned in the Middle Ages, will be taken up by men of letters and scholars starting in the 1830s in Europe, driven by the fashion for orientialism. With highs and lows, it lasts until the early twentieth century. Relatively forgotten today, it allowed nevertheless to make visible images in movement at the moment of the official birth of photography, in 1839. However, beyond photography, the mirror articulates above all specific and various components that, tied together, will form what is later baptized as cinematographic: light and shadow, spectrum and reflection, animation, metamorphosis and the spell of the image, montage, film screening and its psychological projection. Because far from being a device subject to technical determinisms, cinema is principally an excellent tool for illuminating the human spirit and imagination.
The lecture explores the work of Hugo Münsterberg (1863–1916), the German philosopher and psychologist who pioneered the scholarly study of film, with his 1916 book The Photoplay: A Psychological Study. This analysis of his experimental laboratory at Harvard University explores the ways in which science, psychology, and aesthetics intersected with visual representation at the cusp of the cinematic age. It also shows how the analytic aspect of film and the tools of film theory were born as instruments in this cultural location. Münsterberg articulated an inventive cultural conjunction around the various “instruments” of knowledge, including self-knowledge. In this laboratory, scientific research on mental processes and the expression of affects came to be linked to image technology, including the art and film industry. Following this intellectual trajectory, the lecture ultimately shows how the encounter of science and imaging on psychic grounds was an important part of the process of modernity.
Noam Elcott
(University of Columbia, EUA)
From eighteenth century necromancy to twenty first century “holograms,”
we have always hungered after the phantasmagoric. Yet cultural critics have dismissed phantasmagoria as mere spectacle or, worse yet, as a nefarious concealment of the means of production. Studied technically and media archaeologically, however, phantasmagoria can be freed from its ostensible ideological baggage and defined as a gathering of spectators and specters in space and time. Phantasmagoria, the ghostly presence of images, stands apart from the immersive distance proffered by cinema and the contemplative distance offered by artworks; but it has amounted to little more than a curiosity in the histories of modern art and media. Today, however, our image-saturated lives are nothing if not phantasmagoric. This lecture ventures an archaeology of the present through a 250-year-long history of cinema, its spectators, and its specters.
André
Parente (UFRJ, BRA)The panoramic image is at the origin of profound transformations that occurred in painting and photography, but also in cinema and contemporary installations. These changes are at the same time technical and aesthetic, and as we shall see, they affect the images above all in relation to the spectator, by transforming them into immersive and interactive images. In this presentation, we will try to describe the panoramic installations since their beginnings at the end of the eighteenth century, from
their invention to the present moment where they predominate in installations provoking a convergence of cinema, contemporary art and new media.
João
Luiz Vieira (UFF, BRA)This conference aims to investigate relations among the endurance of a tradition of audiovisual consumption institutionalized by the movie theater over the last century and textual convergences, contemporary technologies and platforms. Focusing on the new profiles and (re)definitions of interactive spectatorship and on the consequent change of status from the earlier spectator to an agent-spectator, I intend to expand some theoretical investigations regarding concepts of spectatorship and reception, the incorporation of narrative gazes, the absorption of the body of the
spectator in the very spectacle, by means of specific and historically dated technologies with resonances today. The emphasis in this trajectory will be given to a greater understanding of the impact, endurance and transformation of what I call immersive realism –a kind of bodily engagement that characterizes our current moment, from an archeology of media that will highlight the beginning and expansion of panoramic image formats from their introduction and throughout the 1950s, with special emphasis on Cinerama (1952-1962) and other formats that will contribute to a redefinition of the status of the spectator in the last 50 years. This return to the past will help us to question, with greater assurance, textual scenarios that currently draw from the technological convergence and create hybrid situations of radical transformation of what we know and experience as cinema, in particular the very experience in the movie theater. On a theoretical horizon of hypothesis, appropriate here is a revisit and interpellation of the Bazinian desire for a total cinema.
September 30
Tuesday at 9 pm in the MAR Auditorium
MAR and Contraponto Editora release Aparições Espectrais – O Idealismo
Alemão, o Romance Gótico e a Mídia Óptica and Possuídos – Crimes Hipnóticos, Ficção Corporativa e a Invenção do Cinema, both by Stefan Andriopoulos (translated by Vera Ribeiro). The publications are part of the ArteFíssil Collection, edited by prof. Tadeu Capistrano.
ANDRÉ PARENTE is an artist and theorist of cinema and new media. He received his doctorate in 1987 from the University of Paris 8, where Gilles Deleuze was his dissertation advisor. In 1991 he founded the Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) at the Universidade Federal do Rio de Janeiro. Since 1977 he has created numerous videos, films and installations in Brazil and abroad (Germany, France, Spain, Sweden, Mexico, Canada, Argentina, Colombia, China, among many others). He is the author of many books: Imagem-Máquina (1993), Sobre o Cinema do Simulacro (1998), O Virtual e o Hipertextual (1999), Narrativa e Modernidade (2000), Tramas da Rede (2004), Cinéma et Narrativité (L’Harmattan, 2005), Preparações e Tarefas (2007), Cinema em Trânsito (2012), Cinemáticos (2013), Cinema/Deleuze (2013) among others. In the last six years he has been awarded various prizes: Prêmio Petrobrás de Novas Mídias, Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia, Prêmio Petrobrás de Memória das Artes, Prêmio Oi Cultural, Prêmio da Caixa Cultural Brasília, Prêmio Funarte de Artes Visuais.
ARNAUD MAILLET is a professor at the University of Paris I/Sorbonne, where he conducts research on the history of art and of the gaze. A member of the André Chastel Center, a research laboratory on art history, his works are inscribed in the history of visual culture and of the imaginary. He is the author of the essays “The Kaleidoscopic Imagination” (Grey Room, n° 48), “L’Image Scientifique Face à l’Obstacle Épistémologique: Logique du Palliatif ” (Revue Histoire de l’Art, Institut National d’Histoire de l’Art, n° 67), “Le Miroir d’Encre. Images Visuelles, Images Mentales, Images Littéraires ” (Miroirs – XVe Rencontres de Lagarenne Lemot) and of books such as Le Miroir Noir. Enquête sur le Côté Obscur du Reflet (Paris, Ed. Kargo/L’Éclat, 2005, published in English in 2004 by Zone Books, New York and soon to be published in portuguese by Contraponto) and Prothèses Lunatiques. Les Lunettes, de la Science aux Fantasmes (Ed. Kargo/Amsterdam, 2007, translated into Italian by Editora Raffaello Cortina, Milan, 2010).
GIULIANA BRUNO is professor of visual and environmental studies from Harvard University. She explores the intersections of the visual arts, architecture and the moving image. Her latest book, Surface: Matters of Aesthetics, Materiality, and Media has been published by the University of Chicago Press. Her seminal work Atlas of Emotion: Journeys in Art, Architecture, and Film (Verso, 2002) won the 2004 Kraszna-Krausz Book Award in Culture and History – a prize awarded to “the world’s best book on the moving image” – and has provided new directions for visual studies. Atlas was also honored as Outstanding Academic Title by the American Library Association, and named a Book of the Year in 2003 by the Guardian. Her recent book Public Intimacy: Architecture and the Visual Arts (MIT Press, 2007) has
been translated in Europe and Asia. Bruno has published four other books. Jane and Louise Wilson: A Free and Anonymous Monument (Film and Video Umbrella and BALTIC Centre for Contemporary Art, 2004), Streetwalking on a Ruined Map (Princeton University Press, 2002), a journey through modernity and cultural memory, won the 1995 Society for Cinema and Media Studies award for best book in film studies. Off Screen was devoted to women and film in Italy (Routledge, 1988), and Immagini allo Schermo (Rosenberg & Sellier, 1991) was named one of the 50 Best Books of the First 100 Years of Film History. She is featured in Visual Culture Studies: Interviews with Key Thinkers (Sage, 2008) as one of the most influential intellectuals working today in visual studies.
JOÃO LUIZ VIEIRA is Full Professor in the Department of Cinema and Video and the Graduate Program in Communications at the Universidade Federal Fluminense. With a Ph.D. in Cinema Studies from New York University (1984), Dr. Vieira was a Visiting Professor in the Department of Media Arts at the University of New Mexico and Fulbright Visiting Scholar in the Department of Film & Comparative Literature at the University of Iowa. Researcher, critic, curator and conference participant, he is the author and editor of numerous publications in Brazil and abroad, among them Cinema Novo & Beyond (NY: MoMA, 1998), Câmera-faca: o Cinema de Sérgio Bianchi (Portugal, 2004). Recently he has published chapters in World Cinema, Transnational Perspectives (2010); The International Movie Musical (2012) and The Brazilian Road Movie: Journeys of (Self) Discovery (2013).
NOAM ELCOTT is Assistant Professor of art history and archaeology at Columbia University and an editor of the journal Grey Room. He specializes in the history and theory of modern art and media, with an emphasis on interwar art, photography, and film. He also teaches and writes on contemporary art. Elcott recently completed a book-length manuscript titled Artificial Darkness: A History of Modern Art and Media. This book is the first to conceive, historicize, and theorize artificial darkness from its tentative introduction in the mid-nineteenth century, through its consolidation in a range of late nineteenth century media technologies, and, finally, to the aesthetic challenges leveled against it by the interbellum avant-garde. Recent essays have appeared in October, Grey Room, Aperture, and many catalogues and anthologies. He has lectured widely, including recent engagements at the Institut National d’Histoire de l’Art (INHA, Paris), National Academy of the Arts (Oslo), CUNY Graduate Center (New York), Tate Modern (London), UC Berkeley (California), Cambridge University (England), McGill University (Montreal), and Eikones (Basel).
PHILIPPE-ALAIN MICHAUD is one of the foremost curators of the moving image. With a degree in philosophy and doctorate art history, since 1991 Michaud has also been the editor of the collection La Littérature Artistique, published by Mácula. He has been the director of the cinema division of MANAM-CCI since 2003, where
he organized exhibitions of current collections, such as Image in Movement, on display until January, 2007, and where he was also responsible for the cinematic programming of the Louvre auditorium. Art historian and theorist of the image, he focuses his interests particularly on the intersections of art history and cinema e cinema by means of an anthropological and iconological vision. Curator of numerous exhibitions, among them the recent Brancusi, Film, Photographie; Images Sans Fin and Hans Richter: A Traversée du Siècle. He is the author of numerous essays on cinema and the visual arts and the books Le Peuple des Images (Desclée de Brower, 2002), Sketches: Histoire de l’art, Cinema (Kargo, 2006), Noches Eléctricas: Arte & Piroctecnia (Laboral, 2011), Tapis Volants (Drago, 2012), Warburg and the Image in Movement (2013) and Film: For an Expanded Theory of Cinema (2014), both published in Brazil by the Artefíssil Collection, of Contraponto Press, co-edited by the Museu de Arte do Rio (MAR).
STEFAN ANDRIOPULOS is professor in the Department of Germanic Languages at Columbia University in the City of New York. He is also the author of, most recently, Ghostly Apparitions: German Idealism, the Gothic Novel, and Optical Media (Zone Books, 2013). His previous book Possessed: Hypnotic Crimes, Corporate Fiction, and the Invention of Cinema (University of Chicago Press, 2008) won the SLSA Michelle Kendrick award for best academic book on literature, science, and the arts. Both books are now appearing in Brazilian Portuguese translation with the publisher Contraponto. Andriopoulos has also co-edited a special issue of Grey Room “On Brainwashing: Mind Control, Media, and Warfare” (2011). His articles have appeared in such journals as Critical Inquiry, Representations, New German Critique, English Literary History, and the Deutsche Vierteljahrsschrift. Other books, published in German, include a monograph on Accident and Crime: Configurations between Literary and Legal Discourse around 1900 (Centaurus 1996), and two co-edited volumes, 1929. Contributions to an Archaeology of Media (Suhrkamp 2002) and Addressing Media (DuMont 2001).
TADEU CAPISTRANO (Coordinator of The Cinematographic Spectrum) is professor in the Graduate Program in Visual Arts at the Department of Art History, Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA/UFRJ). He holds a doctorate in comparative literature from the Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), with a dissertation on cinema, technology and perception, completed with support from CNPq and Columbia University, New York, where he spent a year as a visiting researcher in 2006. He completed a master’s degree in communications, image and information, with support from CAPES, at the Universidade Federal Fluminense (UFF), where he also completed a B.A. in Cinema and Audiovisual, after receiving a bachelor’s degree in Letters from the Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). He has organized colloquiums, exhibitions and film screenings regarding the relations of image, aesthetics, and philosophy and he directs the Artefíssil Collection from Contraponto Press, specializing in the dialogue between visual arts and the fields of philosophy, science, literature, media theory and image.
Este projeto integra o Programa MAR na Academia do Museu de Arte do Rio, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais e o Departamento de História e Teoria da Arte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
This event is a realization of the program MAR at the Academy of the Museu de Arte do Rio, in partnership with the Graduate Program in Visual Arts and the Department of History and Theory of Art at the Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
/ CONCEPTION AND COORDINATION:
PROF. DR. TADEU CAPISTRANO (PPGAV–EBA–UFRJ)
ORGANIZAÇÃO / ORGANIZATION:
ESCOLA DO OLHAR –MUSEU DE ARTE DO RIO
Conselho do MAR / MAR Advisory Board
Márcio Fainziliber
Hugo Barreto
Ronald Munk
Pedro Paulo Carvalho Teixeira
Luiz Chrysostomo
Pedro Buarque de Hollanda
Conselho do Instituto Odeon / Odeon Institut Advisory Board
Afonso Henriques Borges Ferreira
Éder Sá Alves Campos
Edmundo de Novaes Gomes
Fernando Ladeira
Gladislena Colodetti
Monica Bernardi
Diretor Presidente / President Director
Carlos Gradim
Diretor Cultural / Cultural Director
Paulo Herkenhoff
Diretor de Projetos e Gestão / Director of Projects and Management
Tiago Cacique
Diretor Aministrativo Financeiro
/ Administrative-Financial Director
Luiz Guimarães
Gerência Administrativo Operacional
/ Operational-Administrative Management
Roberta Kfuri
Gerência de Comunicação
/ Communications Management
Hannah Drumond
Gerência de Conteúdo
/ Content Management
Clarissa Diniz
Gerência de Educação
/ Education Management
Janaina Melo
Gerência de Produção
/ Production Management
Daniel Bruch
Gerência de Relações Institucionais
/ Institutional Relations Management
Camilla Cardoso
Equipe / Staff
Alan do Nascimento, Alex Ferreira, Alexandre da Rocha, Aline dos Santos, Ana Carla Sanches, Ana Cristina Rodrigues, Ana Paula Aniceto, Ana Terra Rodrigues, Anderson Leonardo de Oliveira, André Gonçalves, Andrea Barboza, Andreia de Oliveira, Angélica
Paiva, Bianca Mandarino, Bruna Azevedo, Bruno Gonzaga, Cassio Pereira, Caroline Delavalli, Cassiana Silva, Catarina de Medeiros, Clara Szarvas, Crislane
Rocha, Daniel Alves, Daniel Braga, Danielle Batista, Daniel Nogueira, Dayana Carvalho, Diego da Conceição, Dulcineia Guedes, Fabiana da Silva, Fábio
Silva, Gabriella Alevato, Gisele Perez, Gleyce Heitor, Guilherme Alves, Gustavo Pereira, Helen Rodrigues, Jô Nascimento, Ingrid Boiteux, Ingrid Melo, Irlana Oliveira, Jaqueline Fonseca, Jéssica Mesquitta, Jorge Menezes Jr., Julia Baker, Karen Gonçalves, Larissa Ribeiro, Leonardo Siqueira, Livia Pontes, Luciana Souza, Marcello Talone, Marcelo Henrique Silva, Marcia Machado, Marco Meireles, Marcos Vinícius Nunes, Marcus Ramos, Maria Clara Boing, Mariana Marques, Marília Palmeira, Mario Gentil, Marissol Correa, Marivanda Cerqueira, Marlon Neves, Mayra Brauer, Melina Almada, Natália Nichols, Nilton
da Conceição, Pamela Carvalho, Nahama Baldo, Pedro Ricardo Silva, Rachel Cruz, Rachel Orlando, Raniere Dias, Raquel Soares, Regina Barbosa, Renato da Silva, Renato Dias, Rita de Cássia dos Santos, Roberta Kfuri, Rodrigo Rodrigues, Rodrigo Silva, Sabrina Gonçalves, Saullo Vasconcelos, Sandra Magalhães, Stella Paiva, Tamires Lima, Thatiane Sousa, Vanda Batista, Vanessa Lima, Victor Ribeiro, Victor Monteiro, Wallace da Silva, Werverton do Monte, Willian Jardim.
Tradução / Translation
Natália Quinderé
Sean Mcylntre
Design Gráfico / Graphic Design
Renata Coutinho
Revisão / Proofreading
Ciça Corrêa
Assessoria de Imprensa
/ Press Relations
Approach Comunicação Integrada
Rio de Janeiro l RJ
CEP 20081 240
55 21 3031 2741
Horários de visitação/Visiting hours ter-dom (incluindo feriado) 10 às 17h tue-sun (including holidays) 10 às 17h
Ingressos/Admission
R$ 8,00 | R$ 4,00 (meia-entrada/half price) ter – gratuito/tue – free admission
Agendamento de Visitas Educativas /Appointments for Education Visits
Informações/Information
phone 55 21 3031 2742 agendamento@museudeartedorio.org.br
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