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3.5. Início do jornalismo esportivo na internet

3.5. Início do jornalismo esportivo na internet

Assim como o jornalismo no geral, a área da cobertura de esportes também teve de se adequar à internet a partir do momento em que a World Wide Web se tornou comercialmente um ponto a ser explorado. No Brasil, o primeiro grande movimento foi da união dos grupos Abriel e Folha na criação do UOL, em 1994. No jornalismo esportivo, o grande passo foi dado pelo diário Lance!, que foi um jornal lançado em 1997, mas saiu primeiramente (uma semana antes) pela internet, com o domínio www.lancenet.com.br (existente até hoje), antes da mídia impressa. Segundo Coelho (2003), no entanto, foi apenas dois anos depois, em 1999, que as redações de jornalismo para internet mostraram a sua força. Uma das primeiras grandes mudanças foi com a chegada do site da PSN, empresa de TV a cabo criada com foco em toda a América Latina. Na época, muitos profissionais de nome e com currículo vasto trocaram anos no reconhecido Jornal da Tarde para atuar no promissor jornalismo online. Juntamente com a PSN, outros portais foram aparecendo e tirando os nomes mais renomados de revistas e jornais focados em esportes. A aposta na mídia digital ainda gerava um incômodo nos jornalistas mais experientes. Porém, logo depois de casa, o caso do Lancenet acabou mostrando que o caminho era frutífero. De acordo com Coelho (2003), “durante certo período, o site virou ponto de referência para o mercado publicitário”, enquanto o jornal diário Lance! estava com problemas financeiros. Com muitos problemas nos anos seguintes, incluindo o fechamento de empresas após a queda de investidores no mercado do jornalismo de internet, os sites focados na área esportiva que conseguiram seguir na ativa foram se consolidando e as práticas foram se modificando. Um exemplo citado por Coelho (2003) foi a briga entre UOL e Ig, que se glorificavam quando publicavam a informação em primeira mão. Essa velocidade de produção foi um ponto criticado pelo autor: “o maior dano pode ter sido gerado para os meninos que entraram no mercado e que saíram da aventura com a sensação de que vale mais uma notícia publicada rapidamente do que uma informação checada criteriosamente antes de ser publicada”.

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O maior dano pode ter sido gerado para os meninos que entraram no mercado e que saíram da aventura com a sensação de que vale mais uma notícia publicada rapidamente do que uma informação checada criteriosamente antes de ser publicada [...] Esse efeito devastador da internet brasileira ainda poderá ter consequências duradouras para as próximas gerações de jornalistas. E não há efeito mais difícil de remover do que o da falta de referência. Ou da falta de critério, da falta de cuidado com a informação. (COELHO, 2003, p. 62 e 63)

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