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2. HISTORIA DO FEMINISMO E SEUS CONCEITOS
humanos, morais e constitucionais das mulheres, que constantemente são coibidas por homens que se validam de seus privilégios para oprimir a nossa existência.
2. CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA DO FEMINISMO E SEUS
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CONCEITOS
O feminismo é um movimento social protagonizado por mulheres. Estudando a história da humanidade, em seus mais distintos períodos de tempo, podemos compreender a importância da mulher ser o personagem principal de uma narrativa que por direito é pertencente a ela: a de desigualdade de gênero. É inegável e dolorosamente nítido que o ser feminino teve a sua identidade apagada na sociedade e na cultura, e por diversas vezes excluída de memórias históricas, que transformaram a terra e seus habitantes. Memórias estas que foram construídas em circunstâncias penosas, de insensatez e resistência. No livro escrito por Chimamanda Ngozi Adichie, ‘’Sejamos Todos Feministas’’, a autora fala a respeito da anulação das mulheres na cultura criada pela sociedade, e sobre a urgência de mudar esse cenário “A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura. Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar nossa cultura’’ (ADICHIE, 2014, p. 57)
Ser feminista, ou seja, abraçar as questões espinhosas sobre a desigualdade de gênero, a liderança do machismo nas esferas sociais, culturais, políticas e econômicas, e a necessidade de isonomia para enfrentar a opressão e adquirir liberdade e independência como indivíduo, revela a consciência desenvolvida nas mulheres militantes ao longo do tempo. Bell Hooks, autora do livro “O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras” declara que feministas são formadas, e que não nascem assim, não se tornam defensoras das políticas feministas somente por serem do sexo feminino, mas sim as aderem por escolha e ação (Hooks, 2018, p. 23).
O controle do patriarcado sobre a vida das mulheres é incontestável, pois a pretensão do sistema dominador é de manter os privilégios masculinos cada vez mais intactos e revigorados ao passar dos anos, e claro, de modo geracional. Esse processo tirânico vale-se da falta de representação de figuras femininas com ideais nativos do matriarcado, oferecendo como espelho padrões de feminilidade, moldados em sujeição e
repressão, facilitando assim a manipulação das mulheres. Tal questão é precisamente observada por Naomi Wolf em um trecho do seu livro “O Mito da Beleza”, que diz:
Monuments and Maindes, obra de Marina Warner, esclarece como acontece de nomes e rostos de indivíduos do sexo masculino serem homenageados em monumentos, sustentados por mulheres de pedras, idênticas, anônimas (e ‘’lindas’’). Essa situação vale para a cultura em geral. Por terem poucos modelos a imitar no mundo real, as mulheres procuram nas telas e nas revistas femininas. (WOLF, 1992, p. 76).
O movimento feminista declara toda a sua inconformidade com a discriminação da mulher na cultura, na sociedade, na economia e no governo, através de suas pautas. Em vários países do mundo, ser militante a favor do feminismo está intimamente ligado ao instinto de sobrevivência. Para poder existir em uma sociedade machista e transgressora dos direitos civis das mulheres, que as impedem de serem humanas e livres, é inevitável lutar contra a estruturação antiquada e incoerentemente vigente de sua pátria. Em a “Breve história do feminismo no Brasil’’, a autora Maria Amélia de Almeida Teles argumenta em relação a situação da mulher, vítima da segregação de gênero, apontando uma importante reflexão sobre esse quadro:
Ninguém é oprimido, explorado e discriminado porque quer. Uma ideologia patriarcal e machista tem negado a mulher seu desenvolvimento pleno, omitindo sua contribuição histórica. A mulher não é apenas a metade da polução e mãe de toda a humanidade. É um ser social, criativo e inovador. (TELES, p. 10, 1993).
Em suma, o feminismo é a quebra da hierarquização dos sexos e a busca por uma nova configuração humanitária justa, confrontando as prerrogativas dos homens, que menosprezam a mulher como ser humano e como cidadã. Segundo Simone de Beauvoir (1970, p. 18) a autora diz que, “a burguesia conservadora continua a ver na emancipação da mulher um perigo que lhe ameaça a moral e os interesses”, o que traduz como o espaço das mulheres que fora forjado e ocupado por homens, é de grande intimidação quando conquistado por elas.
O movimento feminista sempre estará em constante transformação e avanço, a fim de analisar e encontrar soluções que asseguram a desconstrução do machismo em suas diferentes camadas sociais e políticas. Segundo Branca M. Alves e a Jacqueline Pitanguy,