ENTREVISTA
Olhares: Diretora CIBELE AMARAL, é atriz, diretora, roteirista e produtora de cinema que possui uma história inspiradora e paixão sobre o comportamento humano, tanto que é formada em psicologia. A diretora que tem 14 anos de carreira e participou dos longas “Um assalto de fé” de 2011 “Até que a casa caia” de 2015 e está trabalhando na divulgação do seu mais recente projeto “Por que você não chora?” lançado no festival de Gramado deste ano, com protagonistas mulheres conta como o cinema faz parte de sua vida. Confira abaixo a entrevista exclusiva falando sobre a mulher no cinema e um pouco mais sobre a sua trajetória: Você pode começar se apresentando, falando um pouco da sua experiência com o cinema e tudo mais? Eu sou de Brasília né, nasci em Brasília e desde muito cedo eu comecei a trabalhar com as artes. Eu já na escola eu escrevia e dirigia peças de teatro, atuava então desde muito cedo eu comecei a fazer teatro profissional, com 12 anos já apresentava e com 15 já me apresentava profissionalmente. E aí com 19 anos eu fui estudar teatro na Itália, me formei lá na Academia Internacional de Roma e foi muito bacana porque era um curso muito focado também na direção, na criação então é muito legal, ali também eu aprendi como escrever e como dirigir para teatro. E ali na Itália também eu comecei já conhecer o cinema, que eu era muito fã, tanto que com 15 anos eu já trabalhava em vídeo locadora para dar conta de pagar os filmes que eu queria ver na época então eu sempre fui muito devoradora de filmes e quando eu fui para Itália eu tive oportunidade de conhecer o set de filmagem e trabalhar fazendo figuração em filmes, pela curiosidade mesmo, acabei fazendo um pequeno papel que depois foi cortado na montagem, coisa que depois descobri que acontece com muita frequência, eu mesma já cortei muitos atores, depois eu comecei a trabalhar produção de audiovisual e então voltei para o Brasil e comecei a trabalhar como atriz no cinema. Eu fiz o meu primeiro curta com o José Eduardo Belmonte que é um diretor hoje bastante conhecido e tivemos uma parceria de
4 atrás das câmeras
muitos anos, até que aí eu comecei a perceber que realmente queria muito escrever e comecei a fazer cursos, porque minha formação não era até agora em cinema, então eu tinha as ideias não conseguia colocar andar para frente. Comecei a fazer cursos cursos com Luiz Carlos Maciel, com a Suzana Amaral e com várias pessoas
"Eu acho que assim as mulheres que conseguiram se colocar nesse mercado porque muitas delas tiveram que gritar" muito interessantes e fiz meu primeiro longa em 1998 que ficou pronto em 2000 que foi no curso com a supervisão da Suzana Amaral e daí para frente eu não parei mais de dirigir. Eu voltei para Itália e estudei mais, eu fiz vários cursos, o mais importante foi o curso de formação para roteiristas da RAI ( que é a rádio televisão italiana). Voltei para o Brasil e continuei produzindo meus filmes. Em 2003 eu fiz um curta que foi muito premiado que ganhou em Gramado o prêmio do júri popular e depois eu fiz meu primeiro longa em 2011 que se “Chama um assalto de fé”, uma comédia que lancei no circuito comercial e aí eu fiz fazer uma trajetória um pouco diferente. Eu queria muito estudar psicologia e nunca tinha estudado eu era muito fã, achava importante também para o que eu escrevia e fui fazer uma faculdade, aí eu fiquei um longo período sem filmar, continuei trabalhando escrevendo os projetos, tanto que quando eu voltei depois a dirigir emplaquei vários filmes em vários editais, então tô com muitos filmes para lançar e um que eu mandei esse ano no festival de Gramado, que é o “Por que você não chora?” que é um filme que já pós faculdade psicologia, então já uma pegada bem diferente. Você, como diretora, percebe que existe essa diferença de linguagem entre um filme dirigido por mulheres e outro dirigido por homens? É muito diferente?