Revista pronews144

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HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO JORNAL:

Aqui no Brasil, apenas com a chegada da família Real “Muitas vezes me pergunto o que os historiadores do que oficialmente foi publicado no dia 10 de setembro de 1808, futuro dirão sobre nós. Bastaria uma frase para descrever o o nosso primeiro jornal. Na verdade, oficialmente, pois alguns homem moderno: lia jornais” (Albert Camus, romancista, meses antes, em 1º de junho, o nosso primeiro jornal livre, o dramaturgo e filósofo francês, 1956). De fato, muita coisa não Correio Braziliense, impresso em Londres, já circulava clanmudou de lá para cá. Continuamos lendo notícias sobre acondestinamente pelo Novo Mundo. Outros periódicos surgitecimentos atuais no Brasil e no mundo através de grandes ram, principalmente depois da Independência. Em sua maiopapéis de coloração acinzentada com detalhes coloridos. E ria eram jornais de causa, engajados, como o Observador com a modernização, podem ser visualizados em páginas na Constitucional de Líbero Badaró, de 1829. Mas, por defender internet. Jornais de qualquer parte do planeta podem ser lidos ideias liberais, o jornalista terminou assassinado. Alguns jornaem apenas um click. Mas, você lembra de onde surgiu o jornal? is se notabilizaram na luta contra o absolutismo, depois a Seu primeiríssimo exemplar em todo o mundo surgiu escravidão e pela instauração da República. em 59 A.C, em Roma, e foi intitulado de Acta Diuna. Sua funOutra invenção surgiu no meio de toda essa história: ção era manter Júlio César e toda a população local informada o telégrafo. Com ele, as informações eram transmitidas em sobre os principais fatos da cidade: escândalos no governo, questões de minutos, permitindo assim, campanhas militares, julgamentos e execurelatos mais atuais e relevantes. Agora, ções. Eram exibidos em placas brancas e os jornais circulavam em sociedades do expostos nos locais mais populares. Na mundo inteiro. China, do séc. VIII, o primeiro exemplar Dando um salto no tempo, na jornalístico surgiu em Pequim e era exibido década de 1920, houve a “explosão” do em forma de folhetins escritos à mão. rádio no cenário midiático. Assim, os Viajando mais para frente na linha jornais impressos tiverem que se adapdo tempo, já em 1447, Gutenberg (Johann tar, reformulando seus formatos e conGutenberg) com sua invenção - a prensa -, teúdos com cobertura mais ampla e de inaugurou a era do jornal moderno. Através maior profundidade com a intenção de de sua máquina, a informação passou a ser torná-los mais atraentes, reagindo a mais mais disseminada, possibilitando o livre nova concorrência, o rádio. O mesmo intercâmbio de ideias, temas que definiram aconteceu com o surgimento da televio Renascimento Europeu. são. Os textos impressos ficaram mais Na primeira metade do séc. XVII, objetivos, curtos, rápidos e coloridos os folhetins/jornais tornaram-se frequentes para chamar a atenção do público que com publicações periódicas. Com a chega- Gutenberg: a prensa a ajudou a aos poucos diminuía. da da modernização através da prensa dissiminar a informação Com as novas tecnologias cada vez mais “entrando” (nada comparado como agora, mas naquela época era um nas casas de cidadãos de todo o mundo, a história de que, com grande passo para o futuro do jornal), os primeiros jornais a chegada da internet não teríamos mais jornais impressos, foi modernos foram produtos da Europa Ocidental: Alemanha desmistificando. No último Seminário Internacional de Jornacom o Avisa Relation oder Zeitung (1609); Bélgica – Nieuwe Tijdingen (1616); França com Gazette (1631) e na Inglaterra o is, promovido pela International Newsmedia Marketing AssociLondon Gazette (1665) - até hoje é publicado como diário ofiation (INMA), as plataformas digitais e as diferentes formas de apresentar a notícia nessas novas ferramentas, foram o centro cial do judiciário. Esses jornais raramente cobriam notícias da discussão. internacionais. Na verdade, o da França falava sobre os escânHoje no Brasil, segundo a Associação Nacional dos dalos da família inglesa e por sua vez, os jornais ingleses falaJornais (ANJ), há 24 jornais com mais de 100 anos em circulavam sobre as derrotas militares sofridas pela França. ção. São verdadeiros heróis jornalísticos, que sobreviveram a Só na metade do séc. XVII, os países procuraram todo tipo de dificuldade: golpe de Estado, censura, crises ecofocar em assuntos locais. Como nem tudo são “flores”, a cennômicas e principalmente ao desenvolvimento tecnológico. sura veio recheando as notícias e até as manchetes para não Enquanto muitos impressos não viram outra saída a não ser permitir que a população manifestasse em oposição. Mas não fechar as portas, outros noticiosos tradicionais encontraram por muito tempo. A Suécia em 1766 conseguiu aprovar uma na junção com o formato digital, a solução para esse imbróglio lei que protegia a liberdade de imprensa. 35

Adriana Ribeiro

DO FOLHETIM AO DIGITAL


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