eSalpicos 2 2007-2008

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Ano I - Nº 2

Junho 2008

Jornal da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano Astronomia

Editorial Salpicos dos Cursos Profissionais

“O céu é azul…os pássaros têm penas…” pode ler-se no mural “Escola mundo de cores”. Acrescento: os pássaros têm asas. Voemos então, por cima da nossa escola e visitemos algumas das áreas que enquadram o tema que escolhemos para o eSalpicos: os Cursos Profissionais. Poisemos na oficina de Electricidade e Electrotecnia. Aqui fazem-se ligações, de fios e de olhares, geram-se correntes, de alta tensão e de abraços, montamse robots, de sensores e percursos. Mais ao lado, a Mecatrónica e o Frio. Estabelecem-se circuitos, de gelo e de calor, une-se o ferro, de solda e de chamas, liga-se o compressor, aumentando a pressão e o risco, “mecatronicase” juntando a mecânica, a electrónica e o computador. Do alto, vemos também a Informática. Teclam-se sistemas e palavras, desenham-se algoritmos e mensagens de amor, programam-se linguagens com novas semânticas. Espreitemos o Design e a Contabilidade. De um lado, as linhas, do outro, os números. A arte de organizar os livros de contas e de projectar os equipamentos, corporizando a imaginação e o rigor da fiscalidade. Mas o que mais nos apraz neste voo de pássaro é ver perdido o medo de vestir as batas. Até há pouco tempo, a bata era quase desprestigiante; hoje, o colorido das batas, azuis para uns, bege para outros, branca para alguns é paradigma de trabalho e de orgulho, muitas vezes visível nas nódoas de óleo, nos furos que a solda marcou, nas cores que as tingiram, nos salpicos de serradura. Assim se criam pontes que ligam a aprendizagem de formações técnicas e gerais com o futuro mundo do trabalho que lhes pisca o olho convidativo. Que esse piscar de olhos não seja ilusório e cumpra a sua missão… hr

Da Terra ao Espaço págs.7 e 8

Pág. 2

Salpicos da ESAL

Dias das línguas Pág. 5

da imaginação

crónicas... traços... escritas... Págs. 6 e 7

Em reportagem Ser aluno de desporto Ser professor de desporto No mural

das Artes

Mural a descobrir: Metamorfoses Pág. 11 Escola S/3 de Amato Lusitano Av. Pedro Álvares Cabral 085-6000 Castelo Branco Tel. 272339280 Fax. 272329776 E-mail: ce@esal.edu.pt www.esal.edu.pt


Especialistas da astromia na escola

Da Terra ao Espaço Astronomia para principiantes

do nosso propósito … Já desde o início do ano de 2008 que tínhamos a ideia de divulgar a Física e a Astronomia nesta escola, de modo a promover um maior interesse por estas duas áreas da ciência. Foi então que pensámos divulgar estas ciências através do Jornal da escola, o “eSalpicos”. Pretendemos, assim, com esta rubrica, que denominámos “Da Terra ao Espaço” dar a conhecer aos nossos leitores tanto a Astronomia como a Física de uma forma simples, divertida e eficaz; com artigos interessantes, problemas para resolver, curiosidades e muito mais. Luís Dias, Ricardo Santos, João Goulão, 11ºD Ficha Técnica Direcção Conceição Neves Etelvina Pinto Francisco Belo, 11ºC Hélder Rodrigues Hermínia Pombo Raquel Afonso Rui Duarte Colaboradores Álvaro Pitas, 12ºE André Costa, 11ºM David Ventura, 12ºE Elisa Pacheco, 9ºA Joana Tavares, 10ºE João Alberto, 12ºC João Belém João Flores João Goulão, 11ºD Jorge Belo, 12ºE Helena Nunes, 10ºB Helena Pinho Ilda Casteleira Inês Vilela, 12ºB Leonídeo Antunes Luís Ascensão Luís Dias,11ºD Luís Moreira Mafalda Neves, 12ºB Margarida Matos, 12ºE Margarida Vilela, 10ºE Marta Portugal, 12ºC Otília Duarte Paulo Duarte Paulo Silva, 12ºD Pedro Batista, 12ºC Ricardo Santos, 11ºD Rúben Antunes, 10ºM Sofia Pedro, 12ºE Suzana Barreto Tiago Antunes, 9ºA

A maioria das pessoas pensa que a astronomia é uma ciência cara, difícil e aborrecida. Pensa que para ser astrónomo é necessário ter equipamento de alta tecnologia, como telescópios de elevada resolução, “super computadores” com simulações do céu nocturno ou até mesmo um observatório no cimo de uma montanha. Não é bem assim. Qualquer interessado pode ter acesso a esta ciência. Para isso basta uma carta celeste (mapa do céu nocturno), um par de binóculos e muita paciência. Juntando estes três ingredientes, podemos passar uma noite excepcional na companhia das estrelas. Para começar, sugiro que leiam um bom livro de introdução à astronomia. Vão ver que não é nada do outro mundo e quando já tiverem uma noção de como funciona a astronomia, aconselho que, munidos de uma carta celeste, saiam para o campo (de noite, é claro!) para se familiarizarem com o céu nocturno. Tentem identificar, com a ajuda da carta, as principais constelações e as suas estrelas mais brilhantes e vão reparar que, ao fim de alguns dias, já conhecem as principais constelações do nosso hemisfério. Tudo isto ainda sem

binóculos ou telescópio. Quando já tiverem um bom conhecimento do céu, isto implica saber localizar as constelações, saber o nome de algumas estrelas e saber manejar com destreza uma carta celeste, então sugiro que comprem um bom par de binóculos (para quem gosta, o dinheiro é bem empregue). Com estes podem explorar ainda mais o céu, desde a superfície da lua aos enxames de estrelas e algumas nebulosas. De certeza que, nesta segunda fase, não vão conseguir controlar a ânsia de ver mais e mais. É, então, que está na altura de partir para uma aventura: o telescópio. Com este objecto, vão poder ver os planetas, os anéis de Saturno, as luas de Júpiter, o céu profundo: galáxias, enxames, nebulosas globulares e planetárias e o inimaginável. Claro que isto já representa um grande salto e é preciso pensar bem na compra de um telescópio. Acima de tudo, peçam informações, consultem sites e leiam livros. Como vêem, não é assim tão complicado gostar e praticar a astronomia. Experimentem e vão ver que é fascinante!

Luís Dias, 11ºD

Curiosidades Sabia que… - Em Vénus um dia é maior do que um ano. Este planeta demora cerca de 243 dias terrestres a girar em torno de si próprio e apenas 225 dias em torno do Sol. - O monte Olimpo, situado em Marte, é a maior montanha do sistema solar com cerca de 4 vezes o tamanho do monte Evereste.

- O Universo também tem “nuvens”, chamadas nebulosas, que são gigantescos aglomerados de gases e poeira interestelar (podem ter mais de 7000 anos-luz de tamanho!).

- A grande “mancha vermelha” de Júpiter não é mais do que um gigantesco furacão, com mais do dobro do tamanho da Terra, que dura há mais de 300 anos.

- O primeiro instrumento parecido com um foguete pode ser traçado até aos Gregos no ano de 400 A.C., quando Archytas de Tarentum construiu um pombo de madeira a vapor.

Olhar o Sol cá da Terra No dia 16 de Maio, vieram à ESAL dois especialistas em astronomia para interagirem com os seus alunos do 3º ciclo, num dia diferente que procurou aproximá-los desta ciência. A actividade podia conter várias componentes, dependendo da faixa etária a que se destinava, objectivos da acção e condições logísticas: palestra, sessão de observação do Sol, ateliers e sessão de observação nocturna. O dia iniciou-se com uma palestra sobre Astronomia, adequada à faixa etária da audiência, seguida de uma sessão de esclarecimentos, onde

os alunos puderam tirar dúvidas e inquirir sobre curiosidades astronómicas. De seguida, efectuou-se uma sessão de observação do Sol, sendo que a redução da nebulosidade ajudou bastante. Infelizmente, o Sol não apresentava as denominadas “manchas solares”. No entanto, o telescópio de infravermelhos permitiu a visualização de pormenores que não são visíveis através dos nossos olhos. Face à excelente colaboração entre as duas escolas, na parte da tarde, a actividade decorreu no jardimescola João de Deus. As crianças mais pequenas também se deliciaram com as imagens obtidas no telescópio, bem como com a cativante apresentação em powerpoint do sistema solar. Foi um dia diferente. Esperamos nós que a semente do prazer que a ciência e o conhecimento encerram possa ser agora bem cuidada. Poderemos, assim, ter adultos cujos horizontes vão muito além da imensidão do nosso mar. Esses poderão ser os nossos novos descobridores. Rui Duarte


Salpicos da ESAL Intercâmbio - un abrazo con Caceres No dia 17 de Abril, realizouse mais um intercâmbio com o IES Javier Garcia Tellez de Cáceres. Participar em actividades culturais e desportivas, fomentando as relações de amizade entre as escolas dos dois países foram alguns dos objectivos delineados e cumpridos nesta visita. O encontro iniciou-se com uma sessão de boas vindas por parte do Director do Instituto, Andrés Guerra, seguindo-se actividades desportivas. Três jogos marcaram o período da manhã: um desafio de Futebol de Salão, uma competição de Voleibol e um jogo de orientação nas instalações do Instituto.

A parte da tarde foi dedicada à descoberta da cidade. Na parte antiga de Cáceres, foi organizado um jogo de orientação urbana para os alunos e, para os professores, uma visita cultural. Esta relação de amizade entre as duas escolas remonta à década de oitenta, altura em que a primeira delegação da Amato Lusitano se deslocou a Espanha com a intenção de iniciar um intercâmbio cultural, no mês de Março de 1984. Um ano depois, a escola espanhola deslocou-se a Castelo Branco. A relação foi intensa até 1998, acabando por ser retomada em Maio do ano passado. RA

Jogo de orientação pela cidade

Entrega de prémios

do Director do IES Javier Garcia Tellez

Agradables Intercambios Aún perdura en mi memoria, la primera visita que los representantes de la Escola Secundaria “Amato Lusitano” de Castelo Branco, con João Prata a la cabeza, nos hicieron en el mes de marzo de 1984, con la intención de iniciar un intercambio Cultural, con nuestro Instituto. Al equipo Directivo que estábamos entonces dirigidos por Alfredo Villegas, nos pereció bien la idea y ese mismo año, nos pusimos a trabajar, haciendo reuniones tanto en Castelo Branco como en Cáceres, con el objeto de iniciar dichos intercambios en el curso 1984-85. En principio el acuerdo fue realizar en el mismo curso, un intercambio en cada localidad, y así comenzamos. El día 15 de Marzo de 1985, realizamos el primero en Castelo

Branco, y el 19 de Abril del mismo año en Cáceres. Tras este inicio fueron varios los años los que estuvimos realizándolos de esta manera. Posteriormente acordamos que fueran un año en cada localidad, debido a que se repetían mucho las actividades, hasta que en el 1998, interrumpimos dichos intercambios. Fueron varios años de agradables intercambios, rompimos las barreras existentes entre dos localidades tan cercanas (160 Kms), y que estaban condenadas a entenderse, fueron infinidad de actividades las que realizamos, tanto pedagógicas, culturales, deportivas etc. En mayo de 2007, hemos vuelto a retomar dicho intercambio, deseamos que perdure en el tiempo. Andrés Rico Guerra

Sons da ESAL

Cantar: outra forma de ensinar Subitamente Ouvem-se Novas Sonoridades na nossa Escola… Bem, subitamente, subitamente, talvez não... Este espírito, esta vontade já estavam presentes, interiormente, em todos nós que constituimos este novo projecto. Foi só necessário fazer a faísca: juntar a predisposição com as condições de realização e... soltar as amarras! Tudo começou quando decidimos juntar-nos, lá pelo mês de Novembro, para prepararmos algumas canções para a festa de Natal da ESAL. Entre sopranos, contraltos, tenores e baixos, éramos dez entusiásticas almas musicais, ensaiando todas as terças-feiras à noite, para prepararmos a surpresa. O dia lá chegou, e cantámos o melhor que pudemos e soubemos. Parece que correu bem, e que os Meninos Jesuses da festa (miúdos e graúdos) gostaram. E nós descobrimos que nos divertimos e desfrutámos com o que fizemos. Assim, decidimos continuar. E criámos este novo projecto, o qual baptizámos de “Sons da ESAL”. O espírito inicial continua: realizar em conjunto algo de que todos gostamos; criar momentos de música, com alegria e entusiasmo; partilhar com a comunidade este gosto que nos vai na alma. E servir a Escola, sempre que esta precisar do nosso contributo. Foi o que aconteceu recentemente: no dia 30 de Abril actuámos pela primeira vez “oficialmente”, no encerramento da Semana das Línguas, com um repertório totalmente novo. Ensaiámos ao longo de todo o 2º período. Crescemos em número (desta vez éramos doze em palco, agora acompanhados pelos sons de uma guitarra). Cantámos músicas das mais variadas línguas, tendo em conta o contexto do evento: inglês, francês, espanhol, latim e, claro, português!

Agora, o caminho continua. Procuramos aperfeiçoar-nos, encontrando aos poucos a nossa identidade, com a humildade de quem sabe que há muito a fazer para melhorar, sem nunca ser possível atingir a perfeição. Por fim, deixamos esta mensagem: recebemos de braços abertos quem a nós se queira juntar. Todos são bem vindos: professores, alunos, funcionários, encarregados de educação, amigos,... Enfim, só há duas condições a respeitar: boa disposição e afinação! E o resto virá por acréscimo! Venham até nós, e vejam e oiçam como nos divertimos... Um dia destes, perguntava a um colega, procurando saber se tinha ali um candidato a elemento do coro: “Cantas?”. Ao que ele respondeu, inspiradamente: “Não, mas ouço!” E é mesmo isso. O que desejamos é que, quem não goze da nossa companhia cantando, participe, ouvindo, e venha alguma vez a desfrutar do nosso prazer em fazer música! Maestrina Helena Pinho Sopranos Ilda Lucas Maria Margarida Dias Maria Quitéria Mateus Teresa Jacinto Contraltos Maria da Conceição Neves Maria Rosália Pedroso Tenores Hélder Rodrigues Luís Ascensão Baixos José Manuel Gonçalves Luís Moreira Guitarrista Célia Martins Helena Pinho


Olimpíadas Nacionais de Informática 2008

Salpicos da ESAL Oitavo lugar para Ana Galvão nas Olimpíadas do Ambiente Ana Galvão, aluna do 9º B classificou-se em 8º lugar na edição de 2008 das Olimpíadas do Ambiente, entre 15936 concorrentes na categoria B (alunos de 3º ciclo). A final nacional, na qual participaram os 30 melhores alunos das duas anteriores eliminatórias, decorreu em Seia. E o dia começou cedo no topo da Serra da Estrela. Ao longo do trajecto da caminhada, foi abordado o efeito da última glaciação na paisagem, o impacto da poluição nos ecossistemas e a dificuldade de conservação de espécies na área protegida. Avistaram-se zimbrais, cervunais e turfeiras, flora típica do Parque Natural, e alguns jovens puderam observar a lagartixa-damontanha (Lacerta monticola monticola), uma subespécie endémica da Estrela, e aranhas da família Lycosidae. Ainda neste dia e depois de um piquenique no CISE, retemperador da caminhada, os finalistas visitaram os museus do Pão e do Brinquedo. No final da tarde, assistiram a uma palestra sobre a recuperação de aves e os comportamentos humanos que as

colocam em risco, que terminou ao pôr-do-sol, com a devolução de dois peneireiros comuns (Falco tinnunculus) e duas corujas-domato (Strix aluco). Após o jantar, decorreram as provas orais que consistiram em defender, em grupo, temas ambientais actuais, onde foi premiada a criatividade, a capacidade de argumentação, a postura e os conhecimentos. No dia seguinte, os finalistas realizaram individualmente uma

PmatE - Projecto Matemática Ensino

ESAL marca presença na 6ª edição do Mat12 Como já vem sendo hábito, alguns alunos da nossa escola participaram na competição nacional “Mat12” inserida no Projecto Matemática Ensino (PmatE) dinamizado anualmente pela Universidade de Aveiro. Assim, no dia 30 de Abril acompanhado pela Professora Hermínia Pombo, um grupo de 21 alunos, composto por dois alunos do 12º ano e os restantes do 10º, dirigiu-se à referida Universidade a fim de realizar a prova. Foi ainda possível participar noutras actividades a decorrerem no campus da Universidade que incluíam jogos tradicionais, insufláveis, entre outros, onde tivemos a possibilidade de testar a destreza física e conviver com os restantes participantes. No Auditório da Livraria da Universidade visitámos a exposição interactiva “Experimentar a Matemática!” que com o patrocínio da UNESCO e de entidades de diferentes países, desde de 2004, tem palmilhado vários continentes. Pavimentações, números e códigos secretos, ordem e caos, optimização, formas na natureza e

arte eram os principais conteúdos abordados nesta exposição. Já durante a tarde, fizemos uma visita guiada pelos diferentes departamentos da Universidade e pela Biblioteca e tivemos, assim, a oportunidade de sentir um pouco do espírito universitário. Graças a uma animada cantoria acompanhada por uma coreografia, ganhámos todos uma entrada livre para o Oceanário de Lisboa. Antes do regresso, ainda visitámos o centro de Aveiro e fomos a uma zona comercial. Foi um dia bem passado e que esperamos poder repetir mais vezes. Joana Tavares, 10ºE Margarida Vilela, 10ºE

prova escrita e, de seguida, participaram em diversas experiências, onde tiveram a oportunidade de conhecer o processo de formação da chuva, a importância da cobertura dos solos, a possibilidade de avaliar a qualidade da água através das espécies de fauna que nela habita, as fragilidades e complexidades das relações inter-especificas e as metodologias de avaliação do ruído e da qualidade do ar. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de visitar as exposições do CISE. O fim-de-semana terminou com a Sessão Final, já na presença de encarregados de educação e de professores. Após um debate, procedeu-se à divulgação dos vencedores das XIII Olimpíadas do Ambiente e entregues os prémios. “Espectacular, adorei. Foi, na verdade uma das melhores experiências da minha vida”, salienta a Ana que tem a certeza de que no próximo ano voltará a participar. Aliás todos o devem fazer pois quem não adere a esta iniciativa “não sabe o que perde”, conclui. Rui Duarte

Três alunos na final No dia 16 de Maio, realizouse a Final Nacional das ONI’2008.A final contou com a presença de 30 finalistas oriundos de 17 escolas do país, tendo a ESAL sido representada por três alunos: Cristiano Santos do 12ºH, Ivan Antunes do 11ºB e Daniel Trigueiros do 10ºN. A prova consistiu na resolução de 3 problemas, cada um cotado com 100 pontos. O nosso aluno Cristiano Santos do 12ºH (Curso Tecnológico de Informática) resolveu os 3 problemas, tendo ficado em 10º com 79 pontos, ficando a escassos pontos do 8 lugar, o último seleccionado. Os 8 primeiros classificados irão agora ter um estágio de preparação específico para concursos de programação e, desse estágio, sairão os 4 alunos que irão representar Portugal nas Olimpíadas Internacionais de Informática no Egipto, na cidade do Cairo, de 16 a 23 de Agosto.

Ervas aromáticas

Uma viagem Venda de solidariedade no tempo

No quadro da Área de Projecto, as alunas Carolina Domingues, Joana Dias e Mariana Gonçalves do 12º D trabalharam técnicas de cultivo e reprodução vegetativa de plantas aromáticas. Com a colaboração da Escola Superior Agrária, também elaboraram um álbum informativo, personalizaram dezenas de vasos e pratos, criaram marcadores para cada vaso, com as informações inerentes a cada espécie e, por fim, estabeleceram uma banca de venda na escola. O dinheiro conseguido vai ser entregue a uma instituição de caridade. Pode assim dizer-se que, para além da componente científica inerente à investigação que efectuaram, trabalharam e reforçaram os valores humanos que também devem fazer parte da formação de qualquer jovem.

No dia 9 de Maio de 2008, as turmas B e G do 10º ano, acompanhadas pelas professoras Graça Dias e Quitéria Mateus, realizaram uma viagem no tempo. Destino: Museu Calouste Gulbenkian. Depois de uma manhã bem passada no Parque das Nações, dirigimo-nos à Fundação Calouste Gulbenkian onde conhecemos os jardins que nos pareceram obra do Divino. Algo tão sereno e belo que despertaria qualquer pessoa que tenha andado com os olhos fechados perante as belezas da vida. Ao entrar no Museu, fomos levados para a Antiguidade. Desde a areia escaldante do Egipto à exuberância francesa do Século XVIII, passando pelas divindades grecoromanas, pelas tapeçarias do MédioOriente, pela arte oriental e pela exposição de pintura, tudo ali se tornava mágico. E nós eramos magicamente catapultados para sociedades e culturas diferentes e apaixonantes. Foi um dia único, com experiências únicas e sentimentos singulares. Resta-me, em nome das duas turmas, agradecer às professoras de Filosofia que nos acompanharam. Helena Nunes, 10º B


Governadora Civil visita a ESAL

Eu gosto do Português... ...I love English...J'adore le Français

Dias das línguas A última semana do mês de Abril foi dedicada às Línguas, sob o mote “Eu Gosto do Português! I Love English! J’Adore le Français!” A programação contemplou eventos de índole variada: desde a projecção de filmes, a jogos de equipas, ementas tradicionais das gastronomias portuguesa, inglesa e francesa confeccionadas e servidas na cantina da escola, obedecendo à Língua “protagonista” do dia. Os professores e alunos foram convidados a mostrarem a sua alma criativa, desenvolvendo textos à volta da palavra preferida de cada um, surpreendendo, nalguns casos, pela beleza que se não antecipara. Ao longo da semana, esteve patente uma exposição de trabalhos realizados maioritariamente pelos alunos dos 10º e 11º anos de Inglês. A tarde do último dia foi particularmente interessante em virtude de toda a população escolar não se ter poupado a esforços para levar a cena um sarau que, em verdadeiro espírito de escola, atingiu momentos de sensibilidade muito bonitos. Alunos e professores do Departamento de Línguas deram o seu melhor e, de peito aberto, revelaramse sérios artistas. Para finalizar,

entregaram-se os prémios aos vencedores dos concursos que foram animando a semana, nomeadamente o Recipe Contest, dinamizado pelos professores do grupo 330, e ao qual os alunos generosamente aderiram. As iguarias resultantes desta competição acompanharam o tradicional Five o’clock Tea , tendo a festa terminado tão portuguesmente à volta de uma mesa digna de Buckingham Palace no dia em que foi anfitrião do Palais de l’Elysée. Querem melhor exem-

plo de interculturalismo?! Feito o balanço, bem se pode concluir que o logótipo seleccionado para a actividade não poderia ter sido mais adequado. De facto, uma semana tão variada, generosa e genuinamente participada só poderia mesmo existir porque há motores humanos nesta escola, muitos, que carburam a um combustível que se chama “Eu Gosto do Português! I Love English! J’Adore le Français!”

No dia 3 de Abril, a Escola Secundária de Amato Lusitano foi visitada pela Governadora Civil, Maria Alzira Serrasqueiro, acompanhada por uma comitiva composta por diversos representantes de entidades públicas - GNR, PSP, Bombeiros, Protecção Civil e SEF, entre outras. Os alunos assistiram a uma “aula” ministrada pela Governadora Civil sobre cidadania, ficando a conhecer as responsabilidades que assumiu, quando aceitou o cargo que desempenha. Perceberam que tem como missão representar o Governo no distrito de Castelo Branco e estabelecer a mediação entre os cidadãos e a Administração Central e compreenderam ainda que o Governo Civil desempenha um papel fundamental em determinadas áreas como a segurança pública, a protecção civil, a gestão dos processos eleitorais e emissão de passaportes. Relacionada com a segurança e a protecção, abordou-se a questão dos acessos de emergência nesta escola que, neste momento, não estão conformes ao exigido pelas normas de segurança, como o simulacro de incêndio de Dezembro pôs em evidência. Depois de se ter interessado pelos diferentes projectos da escola, Alzira Serrasqueiro deu por finalizada a sua visita a este espaço que a fez recordar os tempos em que exerceu a actividade docente. 10º F

Suzana Lopes Barreto

Programa Gulbenkian Ambiente

Projecto da Gulbenkian envolve alunos na defesa do ambiente A Fundação Calouste Gulbenkian desenvolve um programa dedicado ao Ambiente, relacionando as questões ambientais com a saúde, a inovação tecnológica e a cidadania. Foi no âmbito deste projecto que, no dia 14 de Maio, três técnicas da Fundação Calouste Gulbenkian e da Associação PODES desenvolveram uma actividade com os alunos do 10º A. Após uma conferência, acerca dos grandes desafios ambientais que a humanidade enfrenta, os alunos trabalharam em grupo, produzindo um texto onde exprimiram as suas opiniões relativamente a um dos tópicos apresentados à discussão. O texto foi gravado, e irá ser disponibilizado

Técnica da Fundação apresenta o Programa Ambiente

Em grupo, defendem-se posições

via internet/youtube para que as preocupações dos alunos da nossa escola possam chegar a todo o mundo. Esta actividade foi desenvolvida em seis estabelecimentos de ensino seleccionados a nível nacional. A Fundação Calouste Gulbenkian, através deste Programa, assume a vontade de intervir na sustentabilidade do Ambiente, pretende mostrar que o direito à qualidade ambiental e o dever de preservar o ambiente são elementos constitutivos da cidadania e aposta na cooperação e diálogo entre os diversos actores da sociedade com o intuito de formar políticas públicas. RD


No silêncio da terra fria, no escuro da solidão, uma semente restou. Os ventos uivantes das guerras sobre ela passaram. O inverno do ódio tudo à sua volta calou. Espinhos abundantes em seu campo se geraram.

da imaginação Era quase velha e estava sozinha Era quase velha e estava quase sozinha. Olhava para o chão. Todas as que estavam com ela olhavam para o chão, tal como ela. Mas aquela quase velha, acompanhada por outras já quase velhas, estava quase sozinha. Vi-a, de longe, a levantar-se e a tentar fugir ao tempo que passava por ela. Veloz. Rápido. E ela, quase velha e quase sozinha, levantou-se como que para correr. Tropeçou na bengala que atrasava a fuga ao tempo, rápido e veloz… e caiu. E o tempo passou por ela. Veloz. Rápido. E ela, que era já velha e já sozinha porque o tempo já tinha passado por ela, olhou

Mas, da terra árida e ressequida, uma flor brotou! Ponham-se as mesas nos jardins reais! Sirva-se o banquete de opulentas iguarias! Transbordem as taças do vinho da alegria!

para mim. E eu, tal como todas as quase crianças e quase gente, encolhi os ombros e segui o meu caminho. Na minha vida, o tempo ainda ia muito lá atrás. E aquela luta não era a minha. Mesmo assim, voltei para trás. Quando já ninguém estava a olhar, peguei-lhe na mão quente para ajudar e levantei-a a ela e à bengala. E ela, já atrasada do tempo, muito velha e muito sozinha, sorriu-me envergonhada e sentou-se onde estava. À espera. Porque o tempo ia longe. Inês Vilela, 12ºB

Venham Venham Venham Venham

judeus e árabes, talibãs e americanos! europeus e africanos, chineses e tibetanos! ricos e pobres, humildes e soberbos! todos os que estão no uso da razão!

Que todos vistam trajes de festa e sorrisos! Que todos venham de coração aberto! Venham todos, sem excepção, celebrar o perdão! Leonídio Antunes

crónicas... traços... escritas...

Palavras Margarida Matos, 12ºE

Saudade Saudade. A minha palavra preferida. Queres saber o que é? Dá-me a tua mão. Fecha os olhos. Respira fundo. Chiu! Não digas nada. Não tenhas medo. Eu estou aqui contigo. Pelas asas da imaginação, vamos voar até à Saudade… Chegou a noite da tristeza. Estás a ver o céu negro? Hoje não tem lua da esperança. É enorme! Não sei onde ele começa. E tu? Sabes onde começa o céu? Não sei onde termina. E tu? Sabes onde termina o céu? E se eu te contasse um segredo? Tu és aquele céu, feito de tudo e de nada, sem princípio nem fim. De repente, começam a surgir estrelas. Consegues ver? Primeiro uma, depois outra, olha mais uma! Repara bem: umas são maiores, outras mais pequenas; umas brilham tanto, outras são mais tímidas. Sabes o que são aquelas estrelas? Não sabes? Vou dizer-to baixinho, porque mais ninguém pode saber: são pedacinhos de saudade - inevitavelmente presentes, mas eternamente inalcançáveis. Às vezes, as estrelas são tantas que o céu não chega para as abrigar. Nessa

altura, começa a cair chuva que é feita das tuas lágrimas. E entre gotas de tristeza e nostalgia, a saudade vai-se diluindo. São estas estrelas que te iluminam a noite, até que o dia surja e a tristeza dê lugar à alegria. São estas estrelas que se embrulham no brilho da ternura e são feitas de saudade. Saudade de uma pessoa que partiu sem aviso e levou uma parte do teu coração. Saudade de uma infância irremediavelmente perdida, onde tudo era feito de alegria, verdade e sonhos. Saudade de um aroma único e irrepetível que se perdeu no tempo, mas perdura na tua memória. Saudade de um sabor que tu não sabes dizer se era doce ou amargo, intenso ou suave, porque te sabia à ternura de alguém tão querido. Saudade de um beijo doce, de um abraço quente, de um sorriso límpido, de uma voz inconfundível, de um olhar sincero. Saudade de uma vida que já foi tua e te escapou das mãos sem tu saberes como. Saudade de um passado que ainda não passou. Saudade.

Mafalda Neves, 12º B

Palavras pequenas, grandes, médias, às vezes gordinhas, elegantes, esbeltas. Palavras homónimas, homógrafas, homófonas, agressivas, intensas, suaves. Palavras esdrúxulas, graves, agudas, irritantes, carinhosas, expressivas. Palavras que falam, palavras que riem, palavras que sonham e acompanham-te na vida. Todas elas simples e meras palavras. Palavras que todos os dias proferes com devoção, com paixão e que transportam um pensamento, um olhar místico, um pedaço de alma. Palavras que revelam um pouco de ti, num qualquer espaço temporal, seja ele presente, passado ou futuro. Palavras que evocas,

relembras, trincas, comes, saboreias, cada uma e cada qual, no seu género e no seu número. Palavras ocultas, palavras secretas, palavras cómicas, que esboçam um sorriso tímido no teu semblante. Palavras frias, melancólicas, palavras pavorosas, palavras medonhas, palavras maléficas, palavras nocivas, palavras sentidas, choradas, lastimadas incompreendidas; palavras essas que conjugas com tristeza, conjugas pesarosamente e com surdez. São todas essas palavras que transformam o mundo, e fazem da vida uma simples palavra com vários significados e sinónimos. Elisa Pacheco 9ºA

A Música (compositora da vida) A Música “compõe” a Vida E cada “som” é diferente, Para que possa ser ouvida Por toda...toda a gente!...

“Canções” de Paz e Glória, “Canções” do campo, da cidade, No papel ou na Memória, Ficam para a Eternidade...

A Música está na Alma Da nossa Existência; Anima, educa, acalma Com Arte e Ciência...

E chama-se Vontade, A Melodia tão natural, Cantada com Humildade

O “compasso” do Coração, A “melodia” da nossa Voz Criam com emoção Música dentro de Nós!

Ilda Casteleira


Brel: 30 anos depois...

A Portaria da oralidade

Português - Avaliar o falar Corria o final de Outubro. Já as planificações feitas, já os critérios de avaliação de cada disciplina aprovados em Pedagógico e apresentados pelos Directores de Turma aos Encarregados de Educação. Quer dizer, já as aulas iam tomando o seu ritmo próprio... e eis que surge a seguinte portaria: Portaria n.º 1322/2007 de 4 de Outubro

Artigo 9.º Produção, tratamento e análise de informação sobre as aprendizagens dos alunos

6 — São obrigatórios momentos formais de avaliação da oralidade ou da dimensão prática ou experimental, integrados no processo de ensino aprendizagem, de acordo com as alíneas seguintes: a) Na disciplina de Português a componente de oralidade tem um peso de 25 % no cálculo da classificação a atribuir em cada momento formal de avaliação, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 14.º; Sobre a oportunidade do momento, não me alargo em comentários porque a data da Portaria fala por si. A tempo e horas, se para o futuro. Muito depois do tempo, se para este ano. Era para este ano, à laia de ordem faraónica: que se escreva, que se faça. Sendo a alteração perfeitamente consequente com os objectivos da disciplina, alterou-se a planificação, ajustaram-se percentagens, pensou-se na calendarização, tenteou-se no modo de fazer, de avaliar… e, em meados de Novembro, já o Machado entrava em pânico de exposição durante a sua interpretação da Guernica de Picasso, já o Pedro falava apaixonadamente das Quedas de água de Escher, e a Rita comparava Os Emigrantes de Domingos Rebelo com Os regressantes de Tomás Vieira, por exemplo… Uns agarradinhos à “cábula”, temendo naufragar

na tarefa, outros, assumindo-a corajosamente, mas afogandose nos nervos, alguns nadando, mas em vozes e/ou gestos aflitos… Cada um aprendendo com cada outro. Todos aprendendo-se. E, como vem sendo costume sentir-se nesta era de pressas, estamos em Janeiro, já quase Fevereiro. E tornou-se então evidente o “senãozito” que todos nós tínhamos encontrado quando chegou a Portaria: esqueceram-se de alterar a carga horária da disciplina já que a obrigatoriedade de momentos de avaliação formal o determinaria por lógica matemática. Os alunos tomaram a seu cargo então a apresentação dos Heterónimos. Esforçaram-se, estudaram, investigaram e apareceram as matérias em “Powerpoints” mais ou menos esmerados. Lá apareceu Alberto Caeiro com música de fundo, em esquemas rigorosamente elaborados, com extractos da obra no momento exacto, com um acróstico a fazer a síntese das linhas gerais do autor, em entoações seguras de palestrantes, chamadas Mafalda e Inês. E o David a falar Ricardo Reis muito organizadinho acompanhado pelo André, sempre um pouquinho trapalhão na sua energia. Até chegou Álvaro de Campos histérico e excessivo e abúlico e cansado e … nas vozes alternadas da Rita que não quer ser Ana e da outra Inês. Foram trabalhos sérios, mas os alunos, prisioneiros da rigidez dos conteúdos a transmitir, foram menos espontâneos. No entanto, o vocabulário era agora mais cuidado, os gestos e a postura mais condizentes com a comunicação, a consciência da necessidade de aprofundar ia sendo interiorizada. No geral, todos estiveram um pouco melhor, oferecendo-me bons momentos e alguns assombros. E falta de tempo! E eles? Quase todos nervosamente contentes, ligeiramente mais crescidos.

E então eu disse-lhes: deixemos a apresentação de imagens, deixemos também os Heterónimos e vamos falar de palavras, uma qualquer palavra, de que gostem, de que não gostem, ridícula, curta, longa… E agora não quero plano e agora não quero saber o tema. Espantem-me. E espantaramme. Pareciam outros. Eram outros. A Sofia respira fundo, olha nos olhos os colegas e faz a sua melhor “actuação” com a sua exposição sobre a palavra ponto, o Gonçalo enfrenta o medo que lhe faz tremer a voz e fala-nos de conclusão, e a Ana, tímida e esquiva, ainda tenta virar outra vez as costas à plateia, mas lembra-se, endireita-se, levanta um pouquinho a voz e discorre sobre a palavra número. Como exemplos. Em geral, mais fluentes, tendo cuidado com a lógica e a estrutura da mensagem a comunicar, com utilização reflectida de articuladores… A importância desta alteração introduzida no Programa do Secundário na disciplina de Português é inquestionável. A importância para a vida prática dos alunos também. Tão indiscutível que me dispenso de elaborar a lista de capacidades que descobrem, desenvolvem e exercitam. Porque, se o não domínio da língua escrita compromete o sucesso profissional dos jovens, talvez o comprometa ainda mais a incorrecção e a pouca fluência na oralidade. Pense-se, então, no senão da pequena carga horária da disciplina. Os momentos formais de avaliação oral decorreram em asfixia de tempo no 2º Período. Quase em corrida. Como não deveria ser. No 3º Período, fizeram-se com calma, mas prejudicaram o exercício da expressão escrita que será a única a ser testada no exame de Junho.

Jacques Brel morreu a 9 de Outubro de 1978. Com pouco mais de 25 anos, contactei pela primeira vez com a sua música, em Castelo Branco, em 1980, junto à Sé Catedral, quando, ao viajar num carro de um amigo meu, ouvi no seu rádio, os primeiros acordes de “Dans le Port d’Amsterdam”. E perguntei imediatamente: Quem está a cantar isto? A resposta foi: - Jacques Brel. Gravei para sempre tal nome… A partir desse dia foi uma descoberta, um encantamento, um enamoramento que me levou a comprar todos os discos de vinil que me apareciam pela frente. Levei horas, dias, anos a ouvir e a maravilhar-me com as suas músicas e poemas. Em 1981 dinamizei mesmo uma conferência sobre “Brel e a essência da Poesia”, na Escola Secundária Nuno Álvares, onde era então professor. Em 1988 vi uma das poucas imagens de uma actuação de Brel, na RTP, no Hospital Pulido Valente: fiquei maravilhado e comovido pela autenticidade da interpretação. Ele nunca cantou a fingir: não “trichava”. Quando alguém me fala deste “grande e puro da canção”, estou sempre disposto a trocar impressões, a ouvir experiências sempre inovadoras de quando contactamos com este génio, um dos trovadores do século XX, a par de John Lennon, Bob Dylan, Joan Baez, José Afonso…

Etelvina Pinto

Luís Ascensão

Olhar Alberto Caeiro Assume-se como poeta sensacionista porque Lê o mundo pelas sensações, dando primazia à visão. Brota nele a certeza de que nada Existe para além daquilo que apreende pelos sentidos. Recusa o pensamento abstracto e a filosofia, pois Tem a certeza de que estes deturpam a realidade. Olha para a Natureza e espanta-se a cada nova descoberta.

Comparação e polissíndeto são figuras de estilo essenciais, Adopta uma linguagem simples, com recurso ao substantivo comum concreto E escreve poemas com verso livre, métrica irregular e sem rima. Incita Pessoa, Campos e Reis a aceitarem tranquilamente o Mundo. Esta é a Receita para se ser feliz, segundo o poeta da Natureza, O Mestre Alberto Caeiro. Inês Vilela e Mafalda Neves, 12ºB


Reportagem

O Ensino Profissional na ESAL Os cursos profissionais foram introduzidos nas escolas públicas em 2004 e, desde então, a ESAL tem feito uma forte aposta neste sistema de ensino. A Escola Secundária de Amato Lusitano tem a sua origem na antiga Escola Industrial e Comercial de Castelo Branco, criada pelo Decreto nº 40209/55 de 28 de Junho, com o objectivo de dotar a cidade e o Concelho de Castelo Branco duma escola que formasse técnicos especializados nas áreas da metalomecânica e de serviços. A escola começou a funcionar em instalações provisórias situadas no velho Paço Episcopal, hoje Museu Francisco Tavares Proença Júnior, no ano lectivo de 1955/1956. O edifício onde hoje nos encontramos foi inaugurado no ano lectivo de 1962/ 1963. Desde então, o sistema educativo português sofreu inúmeras alterações. No entanto, esta escola continuou a leccionar cursos com uma vertente técnica nas áreas de formação mecânica, electricidade, contabilidade e secretariado. Em 1974, foi extinto o antigo ensino técnico, limitando-se os currículos a seguir uma matriz única, em que a prática foi cedendo lugar

à teoria e em que as disciplinas consideradas técnicas quase desapareceram. Em 1983, a par dos cursos gerais, foi criada no ensino secundário uma via técnico – profissional, que existiu até ao início da década de 90, sendo substituída pelo ensino tecnológico que, dadas as semelhanças com os cursos de carácter geral, não constituiu opção diferenciada pelo que pouca adesão mereceu por parte da população escolar. O ensino profissional era, então, ministrado exclusivamente nos centros de formação e em escolas profissionais privadas. Em 2004, foi decidido pelo então Ministro da Educação David Justino reintroduzir o ensino profissional na rede de escolas do sistema público. Perante esta possibilidade, a Amato decidiu aderir, pelo que foi criado no ano lectivo de 2004/ 2005 o Curso Profissional de Frio e Climatização cujo ciclo terminou no ano lectivo 2006/2007 com 18 alunos diplomados. No ano lectivo de 2005/2006, abriu-se o Curso Técnico de Contabilidade e no ano seguinte alargou-se a oferta com a abertura do Curso Técnico de Mecatrónica. O ano lectivo que agora termina (2007/2008) foi o ano da expansão do ensino profissional da Amato. Existem, neste momento, a frequentar o ensino profissional na escola 132 alunos (10º ano – 95; 11º ano -

28 e 12º ano - 9) repartidos por 7 cursos profissionais, que cobrem áreas tão diversificadas como a contabilidade, o design, a mecânica, a electricidade e a informática. A matriz curricular destes cursos privilegia a formação técnica, embora não descure a formação geral e a específica. Num total de 3100 horas, 1600 são dedicadas às matérias técnicas inerentes a cada curso e incluem uma componente de 420 horas de formação em contexto de trabalho, ou seja, um estágio obrigatório e, como tal, avaliado. Esta é, de facto, uma mais-valia muito importante destes cursos. Os alunos exercem uma actividade

profissional supervisionada em contexto real, que lhes permitirá aplicar directamente os conhecimentos aprendidos na escola. No final deste ano lectivo, serão 37 os alunos em estágio (19 do curso de contabilidade e 18 do curso de mecatrónica). A realização desta formação não seria, obviamente, possível sem a colaboração do tecido empresarial da região. Todas as empresas contactadas têm correspondido de modo muito positivo às propostas da escola. Apesar dos números apresentados, a aposta no ensino profissional na Amato não ficará por aqui já que se pretende aumentar a frequência destes cursos. Em 2005,segundo os dados do GIASE, os alunos inscritos no ensino profissional representavam em Portugal apenas 10,5% do total dos alunos do ensino secundário, enquanto que na União Europeia este valor corresponde a 56%. Tal como noutros indicadores, também neste estamos muito longe da média da Europa com a qual tanto gostamos de nos comparar! Existe, de facto, um grande potencial de crescimento dos cursos profissionais nas escolas do ensino público e a ESAL vai acompanhar esta dinâmica já que tem todas as condições para desempenhar bem este desafio que é afinal de toda a sociedade portuguesa – a formação de técnicos qualificados, que ajudem o país a desenvolver-se de modo sustentado.

Otília Duarte Directora do Curso Profissional de Contabilidade


Cursos profissionais, Testemunhos que saída? além de proporcionarem a integração na vida activa através de uma formação direccionada para o mundo do trabalho, permitem, também, se assim o desejarem, o prosseguimento de estudos no ensino superior. A conclusão do curso confere ao aluno um diploma equivalente ao ensino secundário, 12º ano e o certificado de qualificação profissional de nível 3.

João Flores, representante dos Cursos Profissionais no Conselho Pedagógico e Director do Curso Técnico de Frio e Climatização, fala-nos sobre este sistema de ensino. - O que são os cursos profissionais? Os cursos profissionais são uma modalidade de formação inserida no ensino secundário, que se caracteriza por uma forte ligação ao mundo profissional, recorrendo à formação em contexto de trabalho (estágios) aliando a teoria à vertente prática. Uma vez que grande parte da sua carga horária é dedicada à formação técnica, tecnológica e prática, estes cursos permitem desenvolver competências específicas para o exercício de uma profissão. A quem se dirigem preferencialmente os cursos profissionais? Os cursos profissionais dirigem-se a todos os jovens que tenham concluído o 3º ciclo do ensino básico (9º ano) e que querem fazer uma formação profissional específica, ou que prefiram um estilo de aprendizagem mais prática. Por outro lado, estes cursos são também uma forma de combater o insucesso e o abandono escolar por parte dos alunos com um percurso escolar menos bem sucedido e que procuram na escola uma qualificação profissional que os cursos do ensino regular não proporcionam e que

seja uma porta de entrada no mercado de trabalho. - Como estão organizados? Estão organizados por módulos (unidades de aprendizagem autónomas no âmbito do programa de cada disciplina), que permitem adaptar a formação ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. Têm um currículo com a duração de 3 anos (3100 horas), distribuídas pelas componentes de formação: sócio –cultural – comum a todos os cursos; cientifica – comum a todos os cursos da mesma área de formação , e técnica – variável de curso para curso. É também obrigatória a existência de um período de formação em contexto de trabalho, o estágio, com a duração de 420 horas. - Quais as vantagens dos cursos profissionais para os alunos que não pretendem prosseguir estudos superiores? Estes cursos constituem uma alternativa bastante válida, pois,

Ser aluno de um Curso Profissional Ser aluno do curso profissional de Técnico de Mecatrónica está a ser uma experiência muito boa. Trata-se de um curso que me cativa bastante, não apenas pelos conteúdos dos quais vou tendo conhecimento, mas também, pelos professores que, na minha opinião, têm desempenhado um papel fundamental. O curso profissional de Mecatrónica é, em meu entender, uma boa aposta para o futuro dos jovens que gostam e têm interesse em seguir concretamente esta via, porque, devido à escassez de técnicos nesta área, possibilita boas saídas profissionais.

Perguntam-me, por vezes:“O que é isso da Mecatrónica?” Hoje em dia, a mecatrónica está em todo o lado, em tudo o que envolva electricidade, electrónica, mecânica, automação, domótica. Costumo dizer que a mecatrónica se relaciona com tudo o que mexe ou faz mexer. Trata-se de uma área do conhecimento e da aplicação prática desse conhecimento que interfere de forma muito directa nas nossas vidas e que, por exemplo, pode proporcionar um grande conforto na forma como desfrutamos das nossas casas. Gosto de ser aluno do Ensino Profissional e, particularmente, do Curso de Mecatrónica porque me sinto realizado e bem sucedido nas aprendizagens que tenho vindo e continuarei a fazer.

André Costa,11ºM

- O que é um certificado de qualificação profissional de nível 3. Uma qualificação profissional é a certificação resultante de uma determinada formação profissional. (Decisão do Conselho da Europa de 16 de Julho de 1985 – 85/368CEE). Este tipo de qualificação compreende o desempenho de funções de trabalho de execução de exigente valor técnico, que podem ser realizadas de forma autónoma, embora enquadradas em directivas gerais, e/ou incluir responsabilidades de orientação e coordenação, que pressupõem o conhecimento de processos de actuação. Este tipo de certificação corresponde ainda a profissionais altamente qualificados, que desempenham funções de chefes de equipa ou técnicos intermédios. - Como avalia a ligação que tem existido entre a ESAL e as empresas da região? Tem havido receptividade para que os alunos possam realizar a formação em contexto de trabalho? A conclusão de um curso profissional implica a Formação em contexto real de trabalho, isto é, um estágio de 420 horas. 140 horas no segundo ano de formação e 280 horas terceiro ano de formação.

Os meus objectivos como aluno de um c u r s o profissional consistem, resumidamente, em frequentar e concluir com sucesso o curso que escolhi e, posteriormente, integrar o mercado de trabalho. Em relação aos motivos que, por vezes, levam os alunos a optar por esta via de ensino, devo avisálos de que os curso profissionais são diferentes do ensino regular, mas não se pense que dão para “tirar férias”. Para tudo na vida é necessário ter vontade e dedicação. Se existirem estes dois factores, tudo será muito mais fácil. Para se conseguir completar um curso profissional, tal como qualquer outro, é necessário empenho e muito trabalho. Não podemos estar à espera que nos dêem o diploma, temos que fazer por merecê-lo. Se me perguntarem em que circunstâncias se deve optar por um curso profissional, eu respondo com a minha própria experiência: frequentei o ensino regular, mas

Neste contexto, a escola estabeleceu contactos com empresas e entidades da região, no sentido de virem a ser implementadas parcerias que permitam aos formandos a realização da sua Formação em Contexto de Trabalho, manifestando, sempre toda a disponibilidade para continuarem a acolher formandos de outros cursos. É uma área em que a escola não tem tido qualquer dificuldade. - Quais as maiores dificuldades com que se tem deparado? Ao contrário de que possa pensar a maior dificuldade não é falta de financiamento, uma vez que estes cursos são financiados por fundos comunitários, mas pontualmente dificuldades de tesouraria da escola. A maior dificuldade reside no número de jovens que se candidatam aos cursos. No presente ano lectivo houve 3 cursos que não abriram por falta de inscrições, e outros abriram com o número mínimo de alunos. - A ESAL tem conhecimento acerca do percurso dos alunos que concluíram o curso no ano lectivo anterior? A escola não tem nenhum processo de monitorização dos alunos que concluíram o curso. O conhecimento que temos sobre o seu percurso profissional é através de contactos ocasionais. No entanto posso dizer que 7 dos 12 alunos que concluíram o curso desempenham funções na sua área de formação.

estava muito indeciso acerca do caminho que realmente, pretendia seguir. Não sabia exactamente o que pretendia para o meu futuro, mas os meus planos não passavam por frequentar o ensino superior. Nessa situação, optei por recomeçar o ensino secundário num curso profissional, que me permite concluir o 12º ano e, ao mesmo tempo, receber uma qualificação profissional. Na minha opinião, nem só de doutores se faz Portugal. O nosso país precisa de técnicos qualificados em áreas muito diversas. Tenho esperança de que o curso que frequento – Frio e Climatização – me dê uma preparação teórica e prática que me permita ser um bom técnico nesta área e que me abra algumas portas no mercado de trabalho. Para terminar, deixo um apelo aos jovens que se sintam indecisos quanto ao rumo a seguir: esclareçam as vossas dúvidas, tomem um decisão consciente e não se esqueçam de que nas vossas mãos está o vosso futuro e pode estar o do país. Rúben Antunes, 10ºM


Testemunhos

Ser professor de um Curso Profissional O que é “ser professor de um Curso Profissional”? Este o mote que me foi lançado, o tema que me foi proposto ao ser solicitado para escrever um artigo para este jornal. Conseguirei chegar a bom porto, sabendo bem que a área das letras não é por aí além a minha especialidade? E, ainda por cima, em “vinte, vinte e cinco linhas de uma folha A4” (Helder dixit)? Tenho muitas dúvidas. Antes do mais, começaria por dizer uma espécie de “verdade de Monsieur de La Palisse”: ser professor de um Curso Profissional é ser… professor! Portanto: alguém que possui um conjunto de capacidades, uma preparação adequada para exercer uma determinada actividade profissional, tal e qual como qualquer professor. E se não as tenho – as ditas capacidades – só me resta procurar obtê-las, ponto final. Significa isto, prosaicamente, que não existe qualquer mística em ser professor de um Curso Profissional, se é que estavam à espera que o dissesse…

Adianto outra questão: os Cursos Profissionais levantam problemas especiais ao desempenho de um professor? Em princípio, não. Por que razão haveria de ser doutro modo? Se os alunos estão motivados e empenhados no curso que escolheram e se o professor tem a preparação adequada, as coisas funcionarão tão bem como em qualquer outro curso. Agora, isto que acabo de dizer tem muito que se lhe diga. É que as escolhas que os alunos fazem transportam, de forma subjacente e muitas vezes escamoteada (ou pelo menos não explicitada) condicionalismos de vária ordem que, isso sim, podem constituir obstáculos ao desempenho do professor. Mas isso é muito pano para mangas e este momento revela-se, de facto, assaz inadequado para uma abordagem ponderada e séria dessa problemática. Bom, mas o que são, ou para que são, os Cursos Profissionais? Resolvi “deslocar-me” (via Net) ao Guia de Acesso ao Ensino Secundário, do Ministério da Educação e li o seguinte: Os Cursos Profissionais são uma modalidade de educação, inserida no ensino secundário, que se caracteriza por uma forte ligação com o mundo profis-

-sional. A aprendizagem valoriza o desenvolvimento de competências para o exercício de uma profissão, em articulação com o sector empresarial local. E continua: São destinatários dos cursos profissionais os indivíduos que se encontrem nas seguintes condições: conclusão do 9º ano de escolaridade ou equivalente; procura de um ensino mais prático e voltado para o mundo do trabalho. Portanto, parece que podemos inferir que estes cursos visam facilitar a inserção no mundo do trabalho o que, à partida, é irrepreensível (sabemos como o emprego é um objectivo prioritário para os jovens que saem das escolas). Mas cuidado, é fundamental não inverter as coisas: salvo melhor opinião, não é com a criação de cursos profissionais que as oportunidades de emprego... aparecem. Pelo contrário: um curso profissional só deverá ser criado se for expectável uma oferta razoável de emprego na área em que o mesmo se insere. Ou pelo menos, assim deveria ser. Caso contrário, pode-se estar pura e simplesmente a enganar os jovens atraídos à frequência desse curso, na medida em que poderiam

depois ter dificuldade em conseguir trabalho. Isso explica a exigência, como característica de um curso profissional, da tal “forte ligação com o mundo profissional” e da “articulação com o sector empresarial local”. É isso que se tem feito, por esse país fora, sempre que um qualquer curso profissional é dado à luz? Se tem, óptimo. Se não tem, então está muito mal. É que nenhuma outra lógica deve presidir à criação desses cursos a não ser esta: criar profissionais devidamente qualificados e adequados às necessidades de uma sociedade caracterizada pela divisão do trabalho e que tenham depois razoáveis oportunidades de colocação. De modo algum interessa formar técnicos… para o desemprego. Assim se compreende a enorme satisfação que é, para um professor de um Curso Profissional, encontrar mais tarde ex-alunos seus a ocupar um posto de trabalho e a exercer, com profissionalismo e competência, as suas tarefas. Nem imaginam o orgulho que se sente, saber que, de um modo ou outro, também nós demos um contributo (pequeno ou grande, não interessa) para a autonomia desse jovem. Luís Moreira

Pediramme umas linhas sobre o que é ser professor do ensino profissional. Pensei, cogitei, r e f l e c t i , desenterrei momentos das muitas horas vividas a ser professora de turmas do ensino profissional … Afinal, para quê? Eu apenas sei (e será que sei?!) ser professora. Professora de turmas, de alunos, do Hélder, do João, da Anabela, do Fábio … A relação entre o acto de ensinar e o de aprender tem tanto de complexo como de fascinante. É fonte de muitas picardias e desavenças, mas, igualmente, de deleites e recompensas. A impressão mais viva na minha mente, sempre, trinta e picos anos de professora, é reconhecer o

muito que tenho aprendido com aqueles que me tenho proposto ensinar. Cabe ao professor, é certo, a orientação pedagógica das suas turmas. Não há pejo em reconhecer ao professor o direito, ou antes a obrigação, de avaliar, interromper os alunos, corrigir os seus enunciados, fazer perguntas cujas respostas já conhece. É a obrigação de serviço, inerente ao papel que a sociedade espera ver desempenhado por quem escolheu ser professor. Sem negar ao professor o exercício de um poder autorizado, que não autoritário, há, todavia, que considerar o poder exercido pelos alunos e ainda o modo como um e os outros interagem. Ensinar / Aprender é um processo de interacção entre pessoas. É importante conhecermo-nos e aceitarmo-nos para que sejamos capazes de aceitar e compreender o outro, já dizia alguém que pensou muito mais que eu sobre estas problemáticas.

Os princípios da autenticidade, aceitação, compreensão, motivação e criatividade fazem florescer a relação professoraluno. Tão importante como por os os meus alunos a falar Inglês é ajudá-los a desenvolver competências de cidadania, autonomia, curiosidade; alunos que, se o professor lhes pedir que saltem, não indaguem a altura a que o professor quer o salto, mas antes o porquê desse salto. E, acreditem, ADORO que eles falem Inglês! Verbalizar o meu sentir da minha profissão não é coisa pouca. Nem sempre tenho conseguido passar a minha mensagem ao Hélder, ao João, à Anabela, ao Fábio … A captação de simpatizantes para a minha causa não pode passar por facilitismos nem por facilidades. Passa por contratos negociados, explanados, às vezes zangados e unilateralmente impostos, fazendo-lhes sentir que

não lhes estou a pedir a lua, mas tão-só, a ajudá-los a abrir portas que lhes permitam passagem para um lugar ao sol. Eu quero um lugarao sol para todos os meus alunos, disso não tenho dúvida! Sei, igualmente, que o lugar ao sol preferido de cada um é capaz de variar tanto como uns só serem capazes de apreciar a exótica estrelícia, enquanto outros se recusam a olhar, sequer, para algo que não sejam os malmequeres silvestres. Os gostos não se explicam, aceitam-se. Também eu não sou capaz de explicar o que é ser professora do ensino profissional. Sinto, mas não explico, a professora que tento ser para cada um dos meus alunos, independentemente do nome do curso. Sabem, já lhes mudaram o nome tantas vezes! Ao curso, está claro, que os alunos são sempre alunos e os professores são ainda professores. Suzana Lopes Barreto


Memórias do dia seguinte

das Artes Metamorfoses: mural de grandes dimensões

Alunos de artes salpicam a ESAL E que sal!... E que picos!...

Está mais bonita, a ESAL. Demoremos o olhar nos traços, nas cores, na mensagem! E façamos o caminho que nos é proposto, talvez relembrando António Machado: “Caminante, son tus huellas el camino, y nada más; caminante, no hay camino, se hace camino al andar. ...” Mais uma vez, durante sete dias, a Amato foi palco de uma maratona de pintura. Continuando o percurso das turmas dos cursos de Artes com obra feita

nesta escola, os alunos do 12ºE, sob a orientação do professor Álvaro Espadanal, deram vida às paredes exteriores do Bar dos alunos, pintando um mural de grandes dimensões. Metamorfoses é o título desta intervenção gigantesca que, segundo o referido professor, “pretende ser uma narrativa simbólica de conteúdos formais modernos… reflexo da sociedade em que vive-

mos. No contexto deste trabalho, Metamorfoses tem a ver com transformação de ideias e conceitos”. O mural, inspirado na banda desenhada e na cultura latina, inclui símbolos que têm a ver com formas modulares padronizadas trabalhadas nas aulas e, a representar os extremos, ícones sempre actuais como Che Guevara e Marilyn Monroe. Ligando estes dois símbolos, a frase “why be normal, when you can be yourself” encerra a mensagem central, apontando um caminho aos jovens da ESAL. O mural continua com uma torneira aberta, a torneira do saber e das novas ideias sempre a jorrar e termina com a frase “Escola…Adoooro!”.

Que significado? Que leitura? Agora, dizem-nos, a obra pertence-nos e se “se hace camino al andar” faz-se a leitura ao olhar! Aqui fica o registo, no eSalpicos, preto no branco. As cores esperam a tua visita. Obrigado Álvaro, obrigado meninos e meninas por esta ESAL mais bonita. HR, RA

As previsões apontavam para bom tempo, o que vinha a calhar, pois a tarefa de que estávamos incubidos assim o exigia. S. Pedro deu uma ajuda e não choveu. A tarefa era nem mais nem menos a pintura de um mural, na parte exterior das velhinhas instalações do bar da Escola Amato Lusitano. O objectivo era dar vida a essas paredes exteriores que, degradadas pelos anos, imploravam que alguém se interessasse por elas. Metemos mãos à obra. A semana que antecedeu a pintura foi agitada, pois tivemos que ultimar vários pormenores, tudo tinha que estar pensado para que o resultado final fosse positivo e o melhor. Numa 1ª fase, e ainda em aulas, pintou-se uma das paredes, para dar a conhecer um pouco do projecto que iria decorrer ao longo do fim-desemana. Durante a noite de 24 para 25 de Abril, numa tremenda agitação, projectámos os desenhos nas paredes para dar início à pintura do mural. Dia 25 de Abril, iniciámos então a pintura. Todos já sabiam as tarefas a realizar. Não passou ao largo a curiosidade que suscitávamos nas pessoas que iam passando e, como tal, tivemos várias visitas que entravam e admiravam o nosso trabalho e nos incentivavam a continuar. Apesar deste dia ter sido bastante cansativo e nos encontrarmos exaustos, estávamos satisfeitos por algo já começar a aparecer nas

É difícil descrever estes dias. Foi uma experiência única: o sofrimento misturou-se com o prazer e a alegria. A dor e o cansaço estiveram à flor da pele, mas a alegria e o prazer de fazer e contemplar esta obra superou tudo. Nem sempre foi fácil... Tive vontade de desistir, mas a força que nos uniu a todos era maior. O que mais me tocou foram as palavras de uma professora: “Vocês têm futuro!” Muito obrigado a ela e a todos quantos nos apoiaram das mais variadas formas: o professor Álvaro Espadanal, os nossos pais e todos aqueles que permitiram que este sonho se tornasse realidade! David Ventura, 12º E

pobres paredes. Outro dia começou e, apesar de ainda sentirmos a ressaca do dia anterior, havia que puxar das nossas energias, pois esta missão assim o exigia, sendo necessário fazer valer todo o nosso empenho para dar continuidade ao nosso trabalho. No almoço desse dia, tivemos o prazer de receber várias visitas, entre as quais um membro do Conselho Executivo e duas professoras nossas (Língua Portuguesa e Oficina de Artes) que apreciaram o trabalho já desenvolvido e nos incentivaram a continuar, com palavras de ânimo e reconhecimento. A tarde deste dia foi bastante árdua, pois o calor fazia-se sentir, o que provocava em nós um “… verdadeiro cansaço, cansaço…”. Tivemos que alargar o prazo de conclusão do mural, pois ainda estávamos bastante atrasados e voltámos novamente no domingo, 27 de Abril, para concluir o tão desejado projecto. O cansaço era evidente, mas o espírito de união manteve-se mesmo durante a noite de domingo para segunda. Nessa noite, o frio fez-se sentir, mas o calor da fogueira e o espírito de diversão de todos nós e do nosso Professor de Desenho que, ao longo destes dias nos apoiou e ajudou, foram suficientes para concluir esta missão, que de certeza nunca iremos esquecer e ficará para sempre marcada nos muros desta Escola. Jorge Belo, 12ºE

Nunca mais se apagará da minha memória aquela manhã do dia 28 de Abril que concluía cinco dias de trabalho dedicado e de sonho. (...) Para mim, em cada centímetro de tinta estava um bocado de cada um de nós, um bocado de sofrimento, alegria, dedicação, amor... Sim, é isso, aquelas paredes somos nós. Álvaro Pitas, 12º E

Quando admirei todo o nosso trabalho na segunda-feira de manhã, nem queria acreditar. Adooorei aqueles dias todos, apesar de termos trabalhado imenso. Seis dias seguidos sem parar. Eu não conseguia largar a escola, com o desejo de ver tudo terminado. E o meu desejo ali está concretizado... com muito orgulho! Sofia Pedro, 12º E


da biblioteca Promoção da leitura

Efemérides

Alunos ilustram livros de Ana Saldanha Com o objectivo de promover a leitura, a Biblioteca, em articulação com a disciplina de Oficina de Arte, lançou um desafio aos alunos do 9º ano com vista ao desenvolvimento de um projecto de ilustração de livros. Esta actividade realizada durante este período, contou com o apoio do formador Paulo Vale, pintor da nossa comunidade, convidado para orientar o projecto.

contemporânea que reflectem problemas idênticos aos que surgem nas versões dos contos tradicionais, mas que continuam a fazer parte da sociedade actual e do desenvolvimento dos jovens de hoje. Outras disciplinas articularam as suas actividades com este projecto,explorando as temáticas que se prendem com problemáticas fundamentais no desenvolvimento da personalida-

Dia da Europa No dia 9 de Maio, assinalou-se o Dia da Europa. Foi nesta data no ano de 1950 que Robert Schuman apresentou uma proposta de criação de uma Europa organizada, requisito indispensável para a manutenção de relações pacíficas. Esta proposta, conhecida como “Declaração Schuman”, é considerada o começo da criação do que é hoje a União Europeia. Actualmente o dia 9 de Maio tornou-se um símbolo europeu (Dia da Europa) que, juntamente com a bandeira, o hino, a divisa

e a moeda única (o euro), representa a identidade política da União Europeia. O Dia da Europa constitui uma oportunidade para desenvolver actividades e festejos que aproximam a Europa dos seus cidadãos e os povos da União entre si. A Biblioteca comemorou este dia com actividades de pesquisa sobre a União Europeia dirigidas aos alunos do 3º ciclo. Os vencedores foram os alunos Alexandre Aparício e Bruno Felner do 9ºB. RA

Dia Mundial do Livro

O formador Paulo Vale e a professora Cidália Mota orientam os trabalhos de ilustração

Foram escolhidos dois livros da autoria de Ana Saldanha, “A Princesa e o Sapo” e “O Gorro Vermelho” da colecção “Era uma vez…Outra vez”, a ilustrar pelos alunos do 9ºA e 9ºB respectivamente. Esta colecção é inspirada em histórias tradicionais, mas adaptadas aos tempos modernos. Criam-se contextos e personagens da época

de dos jovens como a importância das relações interpessoais e do respeito pelos outros; a conquista da autonomia, da coragem, da auto-confiança; o sentimento de pertença a uma família, a uma comunidade; a importância da amizade; a insegurança face à sociedade contemporânea entre outras. Raquel Afonso

No âmbito do Plano Nacional de Leitura

Conhecer Autores Juvenis Também com o objectivo de promover a leitura e em articulação com a disciplina de Área de Projecto do 7º ano, a Biblioteca e os professores desta área disciplinar não curricular desenvolveram a actividade “Conhecer autores juvenis”. Foram propostos vários escritores portugueses de entre os autores de obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura e cada grupo de alunos escolheu um autor e uma obra para realizarem a tarefa proposta: elaboração de um guião para um programa cultural televisivo sobre um escritor juvenil português. Após a recolha da informação, os grupos prepararam

o programa televisivo constituído por três partes: apresentação do escritor convidado; entrevista com o escritor; experiência de leitura (da obra escolhida) por parte de um leitor. Os alunos elaboraram também apresentações em PowerPoint sobre os vários escritores com a finalidade de integrar o site do programa televisivo. Este trabalhou implicou actividades de pesquisa sobre o escritor em causa assim como a leitura de um livro desse autor, contribuindo-se assim para o desenvolvimento de competências no âmbito da literacia da informação, ao mesmo tempo que se promoveu a leitura. RA

O dia Mundial do livro e dos direitos de autor comemora-se a 23 de Abril. Foi instituído pela UNESCO e é uma data simbólica para a literatura mundial: morreram neste dia e no mesmo ano de 1616, Cervantes, Shakespeare e Inca Garcilaso de la Vega. É também a data de nascimento ou de morte de outros proeminentes autores como Maurice Druon, K. Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo. A ideia desta celebração teve origem na Catalunha onde, em 23 de abril, dia de S. Jorge, uma rosa é dada em troca de cada livro vendido, honrando a velha tradição catalã segundo a qual os cavaleiros ofereciam às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge, recebendo delas um livro. Ao celebrar este dia ao longo de todo o mundo, a UNESCO visa promover a leitura, a edição e a protecção da propriedade intelectual através

de direitos de autor, incentivando todos, e em particular os jovens, a descobrir o prazer da leitura. Para assinalar este dia a Biblioteca promoveu três concursos: “Concurso de Livros Artísticos” cujos trabalhos foram elaborados pelos alunos do 11ºG, 11ºH e 12ºE nas disciplinas de Desenho A, Desenho B e Oficina de Arte, sob a orientação da professora Maria João Serrasqueiro e teve como vencedores na modalidade de pintura, Raquel Matos do 11ºG, na modalidade de escultura, Sofia Pedro do 12ºE, o livro mais votado pela comunidade escolar pertence a Inês Oliveira do 11ºH; o Concurso “O Melhor Leitor do livro “A Princesa e o Sapo” de Ana Saldanha cuja vencedora foi Ana Galvão do 9ºA; o Concurso “O Melhor Leitor do livro “O Gorro Vermelho” de Ana Saldanha, conquistado por Susana Janeca do 9ºB. RA


iblioteca

Biblioteca leva alunos a reflectir sobre o Ambiente

Pequenos gestos podem salvar o planeta Consumir menos água: - Escovar os dentes sem a torneira a correr. - Tomar duches mais curtos. - Encher o lavatório de água para lavar a louça em vez de a deixar correr. - Fechar o autoclismo. - Não deixar torneiras a pingar. Gastar menos energia: - Apagar as luzes das divisões onde não estamos e utilizar lâmpadas fluorescentes. - Desligar todos os aparelhos electrónicos e não os deixar em standby quando não os estivermos a usar. - Não deixar a porta do frigorífico aberta. Escolher depressa o que pretendemos tirar. - Manter as portas fechadas e isolar as janelas para que não se perca o calor. - Máquinas de lavar cheias de louça/roupa evitam desperdícios de energia e de água. Reciclar: - Separar o lixo, utilizando os respectivos ecopontos. - Evitar o uso de papéis com cheiros e decorações para que a reciclagem seja facilitada. - Ter um pano de cozinha sempre à mão para evitar utilizar guardanapos ou papel de cozinha sempre que precisarmos limpar gotas de água. - Aproveitar envelopes usados. - Não imprimir documentos sem necessidade. Transportes: - Utilizar transportes públicos em vez do automóvel; - Ao comprar um automóvel, optar pelos híbridos ou pelos que consumem menos combustíveis. - Verificar regularmente a pressão dos pneus do automóvel para gastar o menor combustível possível. Tiago Antunes, 9ºA

Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez Experiência de leitura por Marta Portugal, 12ºC Cem Anos de Solidão retrata a história da amaldiçoada família Buendía ao longo dos seus cem anos de existência, vividos na cidade fictícia de Macondo. É assim um retrato de uma família, com as suas sete gerações que nada têm de comum e são ao mesmo tempo a representação da tragédia, mas também do amor universal com todas as suas obsessões, milagres, fantasias, tragédias, incestos, adultérios, sexualidade, pragas, guerras, glórias e fracassos. A obra tem uma forte componente nostálgica, o que remete para o tema central, a solidão. Quando tudo parece estar bem, há sempre um acontecimento que altera todo o curso da história e conduz à solidão de uma ou mais personagens, acentuando o seu drama pessoal e familiar, numa reviravolta que consegue sempre surpreender o leitor e provocar-lhe sentimentos de compaixão e proximidade

em relação às personagens. Esta é de facto a grande magia da obra, a forma como se cria um ambiente familiar e de proximidade com o leitor através do ambiente envolvente da própria cidade, dos problemas quotidianos das personagens, das suas tragédias. Por isso, não é possível ficar indiferente e acaba-se por sentir com as personagens, sofrer com elas, sentindo a mesma solidão mas continua-se a querer cada vez mais mergulhar no seio daquela família. E assim o tempo passa. Passam cem anos. Passam sem se dar conta com uma alternância entre períodos de rápida evolução em que tudo acontece ao mesmo tempo, com outros períodos em que o tempo pára e as personagens parecem viver abandonadas à sua sorte, sozinhas, esquecidas e sem poder algum para alterar um destino que está traçado desde o início. Tal como diz Úrsula, a matriarca

da família e a personagem comum a todas as gerações, “o tempo não passa, enrola-se sobre si mesmo como um caracol”. E, ao enrolar-se, encontra-se o fim desta família amaldiçoada, sobre a qual uma profecia contida nos pergaminhos de um cigano se revela ao último descendente vivo. Ao decifrá-la e antes de chegar ao último verso, num final momento de consciência e lucidez, este apercebe-se de que “ (...) não sairia nunca desse quarto, pois estava previsto que a cidade dos espelhos (ou das miragens) seria arrasada pelo vento e desterrada da memória dos Homens no momento em que Aureliano Babilonia acabasse de decifrar os pergaminhos e que tudo o que neles estava escrito era irrepetível desde sempre e para sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a Terra”.

Uma Verdade Inconveniente Comentário por Elisa Pacheco, 9ºA Ao longo de todos estes anos, principalmente desde a revolução industrial, o ser humano tem abusado de todos os princípios naturais. A tão querida imagem de um planeta Terra saudável e viçoso onde existia um equilíbrio natural entre todos os ecossistemas não passa agora de uma nostálgica lembrança. Lembrança tal que, por vezes, é escondida como se fosse sigilo, ou algo proibido. O nosso planeta está a ser afectado por todos os nossos actos, está a desenvolver uma doença que, com o passar do tempo, está a dar passos largos e inevitáveis para

uma destruição atroz. Cabe-nos a nós, homens do séc. XXI, mostrar um pouco de compaixão e talvez consciência por esta esfera que permite que respiremos e nos dá o dom da vida. O documentário “Uma Verdade Inconveniente” evidencia com todas as letras como o nosso lar se está a degradar e revela também como irá ficar futuramente se não forem tomadas medidas convenientes. Ajudar na cura do planeta terra não compete unicamente aos grandes proprietários de indústrias poluentes, compete também a todo o ser humano que respira e habita na Terra. O ser humano tem-se mostrado muito egoísta e ambicioso e as suas atitudes têm trazido cada vez mais consequências ao nosso

planeta. Agora mais do que nunca deveríamos consciencializarnos que, ao poluirmos ou fazer acções que parecem insignificantes, estamos a prejudicar-nos a nós próprios e às futuras gerações que irão pagar por todos os nossos erros. Será altura de pensarmos: “Como chegou o planeta a este ponto?”. Só nós o podemos ajudar. Não é impossível e muito menos difícil. Pequenas atitudes como andar mais de transportes públicos, desligar a televisão, as luzes ou todos os aparelhos que não estão a ser utilizados, lavar os dentes com a torneira fechada, reciclar, reduzir e reutilizar podem marcar a diferença e contribuir para um futuro melhor. Pensemos nisso!

Um olhar de quem não vê À conversa com Catarina Caio Para uma aluna invisual, a disciplina de Oficina de Arte foi muito importante. Aprendi a utilizar materiais muito diversos como ligaduras de gesso, folha de alumínio, arroz, açúcar, sal, serradura, areia fina e grossa, aparas de madeira, vidro, estanho, plasticina, lápis, tintas…

“Vi” com as minhas mãos as máscaras dos meus colegas que realizei com ligaduras de gesso e tive muito prazer em trabalhar a folha de alumínio porque tudo era mais evidente para mim. Pareceu-me muito engraçado usar materiais que utilizamos na

nossa alimentação – o arroz, por exemplo quando fiz os trabalhos em vitral. Em todo o momento senti o apoio e o incentivo dos meus colegas e do professor.


Cinco escolas com valores acima do permitido

Níveis de Radão nas escolas da cidade Estudo realizado no âmbito da Área de Projecto, detecta cinco escolas com níveis de concentração de radão acima dos 400 Bq/ m3400, valor permitido pelas comunidades europeias O radão é um gás radioactivo natural que está presente em diversos solos ou materiais rochosos, concentrandose em ambientes fechados, como caves e arrecadações dos edifícios. Nas condições normais de temperatura e pressão, é incolor e inodoro, não sendo, por esse motivo, detectável aos nossos sentidos. Deste modo, torna-se óbvio o risco associado a este elemento, em particular nas casas de habitação onde tende a concentrar-se. Em Portugal, este gás é o responsável por mais de 50% da dose de radiação fornecida por fontes naturais. As concentrações do gás radão em edifícios são influenciadas por factores geológicos e meteorológicos, bem como pela tipologia construtiva. Assim, verifica-se que são vários os factores que afectam a concentração de radão dentro de uma habitação, nomeadamente a natureza do solo, os materiais de construção, a temperatura ambiente, a pressão atmosférica e

N o Laboratório de Radioactividade Natural em Coimbra

a ventilação. Com o objectivo de conhecer melhor este gás, os alunos Paulo Silva, Pedro Baptista e João Alberto, da turma C do 12º ano de escolaridade, propuseram, como trabalho da Área de Projecto, o desenvolvimento de um estudo intitulado: “A presença do gás radão em alguns estabelecimentos de ensino da cidade de Castelo Branco”. Este trabalho contou com o apoio do professor da disciplina e do Laboratório de Radioactividade Natural, do Departamento de Ciências da Terra, da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra. Para a medição dos níveis de gás radão em alguns estabeleci-

mentos de ensino da cidade de Castelo Branco, colocaram-se 28 detectores CR-39 em diversas escolas (e dentro destas, em vários espaços), recolheram-se os dados e trataram-se os mesmos no Laboratório de Radioactividade Natural, com a colaboração dos investigadores da área, Prof. Doutor Alcides Pereira e bolseiros Paulo Pinto e Ana Vicente. Dos resultados obtidos nos diversos estabelecimentos de ensino, de realçar as seguintes escolas que ultrapassaram os 400 Bq/m3, valor limite permitido pela Comissão das Comunidades Europeias: Secundária Nuno Álvares (409 Bq/m3), João de Deus (410 Bq/ m3), EB1 Cansado (429 Bq/m3), EB1 Horta D’Alva (503 Bq/m3), EB1 Mina (1512 Bq/m 3 ). Na nossa escola foram colocados três detectores que registaram os valores 19 Bq/m3, 944 Bq/m3 e 373 Bq/m3. Após a análise dos resultados, pode-se evidenciar que as escolas construídas em pedra (granito) e mais antigas são as que apresentam maiores concentrações. Na maioria desses estabelecimentos de ensino, os valores de concentração de radão ultrapassam o valor limite permitido pela Comissão das Comunidades Europeias, os 400 Bq/m3. As escolas que se encontram nesta situação são a Escola Secundária Nuno Álvares, Escola João de Deus, Escola EB1 Cansado, Escola EB1 Mina e Escola EB1 Horta D’Alva. Salientamos que o caso que nos parece mais preocupante,

atendendo aos resultados, é a Escola EB1 Mina, uma vez que a concentração obtida é quase quatro vezes superior ao valor limite. Parece-nos que as principais razões que estão na origem desta situação são o facto da escola estar assente directamente no solo, o que pode fazer com que o radão se infiltre mais facilmente através de fissuras nos pavimentos, fendas nas fundações e paredes, juntas de construção ou espaços não preenchidos na base da edificação; os materiais de construção serem essencialmente o granito; e a sala onde foi colocado o detector não ser arejada. Deste modo, a fim de colmatar esta situação serão alertadas as entidades competentes para a necessidade de ventilar a sala, tapar todas as fendas existentes no pavimento ou juntas de tubagens e colocar no pavimento membranas que sejam impermeáveis ao gás radão. No que respeita à nossa escola, podemos concluir que, com o detector colocado na cave, verificou-se uma maior concentração de radão, 373 Bq/m3, do que com os dois detectores colocados no rés-do-chão. Mais uma vez, estes valores sugerem-nos que o facto de a sala testada ser uma cave, incrementa a concentração de radão.

Paulo Silva, 12ºC João Alberto, 12ºC Pedro Batista, 12ºC

Acção de sensibilização

Alunos de Biologia e Geologia em visita de estudo

112 - Cadeia de sobrevivência

Geomonumento do Cabo Mondego

No passado dia 5 de Maio (segunda-feira) decorreu entre as 12 e as 13.30 horas, uma acção de sensibilização intitulada “112 Cadeia de Sobrevivência”, organizada pelo grupo de Biologia/ Geologia e dinamizada por uma equipa do INEM. Esta acção, destinada aos alunos das turmas A, B, C, D e E do 10º ano, teve lugar no auditório gentilmente cedido pelo Instituto Português da Juventude. O objectivo desta acção era sensibilizar os alunos para a importância do Instituto Nacional de Emergência Médica e mostrar algumas linhas de acção e procedimentos base na resposta a emergências. A equipa do INEM utilizou informação em suporte digital (PowerPoint) para apresentar a organização e explicar os procedimentos da resposta de emergência face a incidentes, referindo algumas experiências pessoais relevantes no sentido de melhor sensibilizar a assistência. No final, todos ficaram a conhecer melhor o que acontece quando se liga para o 112 e como se deve proceder em caso de emergência. Paulo Duarte

As turmas A, B, C, D e E do 10º ano participaram, no dia 22 de Abril, na Visita de Estudo ao Cabo Mondego, na Figueira da Foz, dinamizada pelos professores de Biologia e Geologia. A visita começou muito cedo, com a saída da Escola por volta das sete e meia da manhã e o primeiro acontecimento de destaque ocorreu logo pouco depois. Tendo sido obrigados a parar, como é já tradição neste tipo de actividades, para uma visitinha à casa de banho numa estação de serviço em Ansião, eis que, para nosso grande espanto, uma das duas camionetas se recusa a trabalhar devido a um problema eléctrico. Valeu-nos a experiência e sabedoria dos senhores motoristas e, ao fim de cerca de uma hora, já nos fazíamos de novo ao caminho. Tudo decorreu tranquilamente desde então, até à nossa chegada ao ponto de encontro com as guias do Visionarium – o miradouro da Bandeira, no cimo da Serra da Boa Viagem. Quem não conhece tal local deveria visitá-lo, pois dali alcança-se uma paisagem bastante bonita em volta da povoação de Quiaios que possui um parque de merendas extraordinário

Começámos aí a nossa jornada no sentido de saber o historial da região. Foi-nos explicada a morfologia de toda aquela zona e os acontecimentos geológicos que ali tiveram lugar. Passámos, de seguida, a uma parte também bastante agradável das visitas – o almoço ao ar livre!! Da parte da tarde, iniciámos a descida da Serra da Boa Viagem em direcção ao Cabo Mondego, num percurso pedestre em que, se nos tivéssemos conseguido manter em silêncio, poderíamos ter observado, segundo nos afirmou a guia, algumas das espécies animais típicas da região, tais como águias, javalis e mesmo esquilos. Limitámonos então a ver toda uma fantástica flora local com árvores de idade e tamanhos já consideráveis, pelo menos as poucas que sobraram dos incêndios devastadores de anos anteriores. Ainda no mesmo percurso, os alunos deliraram com a caça aos fósseis, tendo encontrado alguns vestígios de seres que ali viveram há alguns milhões de anos atrás, como Amonites e moluscos bivalves. Já perto da costa, foi-nos permitido visitar o interior do recinto

da fábrica de cimento que ali labora e explicadas a sua história e a origem geológica dos materiais que explora. Também nos foram mostradas as pegadas de alguns dinossauros que por ali deambularam há muito, muito tempo. Para completar a nossa jornada visitámos um local emblemático da Figueira da Foz - o Foz Plaza, centro comercial onde aproveitámos para lanchar. A visita de estudo acabou assim, após um dia divertido e muito animado, tendo-nos permitido conhecer um pouco mais do nosso património biológico e geológico, visualizar estruturas e compreender situações cuja dimensão nunca é totalmente alcançada numa sala de aula. Paulo Duarte


Cursos Científico- Humanísticos

Cursos Profissionais

(Noct.)

Cursos de Educação e Formação

C u r s o s Te c n o l ó g i c o s

Matrículas 2008/2009 A partir de 30 de Junho

Documentos necessários para a matrícula - Envelope com os impressos para o ano que pretende frequentar (a adquirir na Papelaria da escola); - 1 fotografia identificada no verso (nome/ano de escolaridade); - Bilhete de Identidade e fotocópia; - Fotocópia do Cartão de Assistência Médica; - Boletim Individual de Saúde actualizado.


MURAL DO eSALPICOS Cursos Profissionais

Quando a água corre, pode haver uma ponte. E tantos cursos há no horizonte! Quando a vida vai e a escolha é premente Um curso profissional pode ser pertinente!

Na informática...de tanto teclar, de tanto escrever, até as ideias fazem o cabelo crescer...

Na mecatrónica, no frio e nas eléctricas instalações... fios e botões são aos milhões!

E se o robot não quer fazer a subidinha, vai uma ajudinha...

Na contabilidade... contas sempre na hora, pelos impostos, sem juros de mora! Se a conta for errada, é certo que a coima será cobrada!

Na construção civil, no design e na carpintaria...medir está na ordem do dia. E se queremos qualidade, “imaginação ao poder” e muita criatividade!


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