EDUCAÇÃO
CONTANDO COM A AJUDA DO
MELHOR AMIGO Instituto usa cães como facilitador para o aprendizado de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem LUCIANA ISSA DIRETORA TÉCNICA
externo como, por exemplo, metodologia de
nível de ansiedade, ao mesmo tempo em que
ensino, baixa autoestima, problemas emo-
atua como uma ponte de comunicação que
cionais decorrentes de conflito familiar e etc.
vai favorecer a relação com o terapeuta, au-
“Outro fator responsável pelo insucesso na
xiliando a criança ou adolescente a se expor.
aprendizagem é o fato de o indivíduo ter um distúrbio de aprendizagem. Distúrbio significa uma alteração violenta de ordem natural da aprendizagem, vinculado ao indivíduo, na medida em que propõe a existência de comprometimento neurológicos em funções corticais específicas, tais como:
P
ara todas as crianças e adolescentes,
transtorno de Asperger, TDAH,
o sucesso escolar é importantíssimo,
dislexia, disgrafia, entre outras”,
já que o desempenho como pessoa
conta Luciana.
está vinculado em grande parte à sua atuação como aluno.
Através do animal como instrumento facilitador no processo corretor, é possível favorecer a autoestima, autonomia e liderança, pois a coerência das reações que recebem do cão é capaz de aumentar a expectativa da criança de que é amada e apreciada. Ao
Para auxiliar no desenvolvimento escolar dessas crianças,
O mal desempenho na escola pode ser
uma
técnica
cientificamente
explicado por problemas ou transtornos de
comprovada, porém, recente e
aprendizagem que são construídos, basica-
pouco difundida no Brasil, tem
mente, da organização familiar e social.
alcançado resultados surpreen-
Em São Paulo, o IBETAA - instituto Brasileiro de Educação e Terapia Assistida por Animais -, trabalha assistindo crianças e adolescentes utilizando o cão como
dentes e que vão além do tratamento convencional, ao utilizar cães treinados para sessões de atendimento psicopedagógico.
executar atividades relacionadas ao cuidar do animal, como por exemplo, alimentá-lo,
instrumento facilitador. Segundo a direto-
A presença do animal faz com que o
ra técnica, Luciana Issa, que é pedagoga,
ambiente terapêutico pareça menos “ame-
pós-graduada em Psicopedagogia Clínica
açador” e, consequentemente, estimula o
e especialista em Cinoterapia (uso do cão
paciente a ficar mais disposto a colaborar,
em terapia), explica que as dificuldades de
principalmente no início do processo em
aprendizagem se relacionam aos problemas
que o vínculo terapeuta-paciente ainda está
Manter este contato com animais em
de ordem psicológica e sócio-culturais, isto
em formação e o espaço de atendimento se
casa também estimula o aprendizado fora
é, o problema para aprender não está cen-
mostra “assustador”. Nesse contexto, o ani-
do ambiente de tratamento. Quer saber mais?
trado apenas no indivíduo, mas no ambiente
mal gera o efeito tranquilizador, reduzindo o
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dar-lhe água e treiná-lo, ajuda a criança a sentir-se responsável e competente de maneira muito mais complexa do que quando aprendem a fazer coisas da vida diária.
HÁ 6 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO E CULTURA PARA O NOSSO INTERIOR!
JUNHO/JULHO2013
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