IF News - você sempre informado - I Edição Maio 2023

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Nesta Edição

Editorial

Jornal e escola: parceria e aprendizagens - p. 2

EM DESTAQUE

Entrevista

De Custódia (PE) para Capivari: o criador do nome e da logo do nosso jornal - p. 3

Entrevista

Ex-aluno do IFSP Capivari

lança livro - p. 5

Espaço dos ex-alunos

Relatos de experiência: do IFSP Capivari para a Universidade - p. 6

Acontece no Câmpus

Primeiro encontro do English

Club - p. 7

Cineclube e Bate-papo

Federal - p. 7-8

Entretenimento e Arte - p. 8

Na entrevista "De 2010 até 2023: saiba mais sobre nosso Câmpus" (pág. 3-5) entrevistamos a Diretora Geral, Leticia Pedroso Ramos, e o Diretor Adjunto Educacional, Carlos Roberto Paviotti (Carlinhos), ambos atuam no cargo desde 2021 Segundo Leticia, no cargo da Direção Geral, ela é responsável por tudo o que acontece no Câmpus, principalmente em assuntos relacionados a questões burocráticas. Já a função de um Diretor Adjunto Educacional é ser o braço direito da diretoria, além de cuidar da parte educacional em específico Ambos estão empolgados com o projeto Jornal do Câmpus, confira: "Tenho a expectativa de que aumente o processo de divulgação das informações, que outras pessoas recebam esse material e também conheçam o IF, que as reportagens sejam produtivas e despertem o interesse pela leitura", disse a diretora Leticia

I EDIÇÃO
MAIO 2023
PROJETODEEXTENSÃO JORNALDOCÂMPUS
Construção do novo Câmpus Fonte: arquivo pessoal de Leticia Pedroso Atual Câmpus do IFSP Capivari Fonte: reprodução do site oficial do IFSP Capivari

Maio 2023

Editorial

Jornal e escola: parceria e aprendizagens

O jornalismo possui uma importância fundamental no cotidiano das pessoas, por ser uma peça chave da comunicação e da informação O jornal é utilizado há mais de 2 mil anos, e começou por iniciativa do imperador romano Júlio César (100 - 44 a.C). Em “Acta Diurna”, considerado o primeiro jornal do mundo, o imperador divulgava suas conquistas militares. Por muito tempo, a versão impressa do jornal foi o único meio de comunicação jornalística presente na sociedade; depois veio o jornalismo no rádio, e hoje podemos acessar informações através dos telejornais e dos jornais online, além de sites e portais de notícias. Se o advento da internet ampliou o acesso das pessoas à informação e fez com que os jornais pudessem alcançar mais pessoas, por outro lado, também trouxe novos desafios para o jornalismo profissional.

Dados de 2022 da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) apontam o Brasil como um dos países que tiveram retrocesso em relação à liberdade de imprensa De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), em 2022, o Brasil registrou, em média, uma agressão a jornalistas por dia, entre intimidações, ameaças e ataques físicos Segundo o portal Educa Mais Brasil, a graduação da qual as pessoas mais se arrependem de terem feito é a de jornalismo. Esse cenário pode ser relacionado às críticas e até mesmo ataques que, nos últimos anos, se tornaram rotineiros contra veículos e profissionais do jornalismo, numa onda de desvalorização e descredibilização do jornalismo profissional, que pode ser bem ilustrada pela proliferação das fake news e de sites que disseminam mentiras, distorcem os fatos, muitas vezes com objetivos claros de criar ou alimentar uma polarização extrema na sociedade.

Este é um grave problema que tem sido enfrentado pelos profissionais dessa área. Houve muita luta para conquistar a tão falada liberdade de imprensa, mas esta não pode se confundir com a disseminação de mentiras e má fé Uma das principais funções do jornalismo, para uma sociedade democrática, é garantir aos cidadãos o acesso à informação mais objetiva e fidedigna possível para que possam formar suas opiniões e se posicionarem no mundo

Apesar do jornal ter essa grande importância, pouco se fala sobre sua presença no ambiente escolar e sobre os impactos positivos que pode proporcionar aos estudantes e toda comunidade escolar. Sabemos que notícias falsas têm sido divulgadas como se fossem verdadeiras, por isso, é importante ter acesso a um

meio que em que tenhamos confiança; um veículo jornalístico que tenha informações verídicas, transmitidas de forma clara e objetiva Portanto, a escola, como espaço de formação, deve incentivar os estudantes a se tornarem sujeitos autônomos e críticos. Nesse sentido, o trabalho com a produção de um jornal no ambiente escolar, feito por e para os estudantes, pode estimular nos adolescentes e jovens envolvidos o hábito da reflexão e da busca por fontes confiáveis; o hábito da leitura crítica e da produção escrita significativa que terá como leitor toda a comunidade interna e externa. Por esses motivos, está nascendo o Jornal do câmpus.

O jornal IF News, você sempre informado, trará entretenimento, cultura, debates de opiniões e ideias Também divulgará os projetos de ensino, de pesquisa e de extensão que são desenvolvidos no Câmpus Capivari, bem como eventos e demais atividades que acontecerão ao longo do ano letivo O jornal também pretende se constituir como um veículo de comunicação entre comunidade interna e externa, contribuindo para a consolidação do Instituto Federal na região A presença do jornal escolar em nosso Câmpus nos proporcionará a conexão e proximidade entre discentes e docentes desse ambiente, como foi dito na entrevista de Carlos Paviotti e Leticia Pedroso que está nesta edição do jornal (página 3)

Esperamos que cada leitor, estudante, servidor, membro da comunidade externa, tenham a oportunidade de expandir pensamentos e debater ideias a partir dos conteúdos publicados durante as edições do jornal, para assim construirmos um ambiente escolar e uma sociedade cada vez mais democráticos e livres de informações falsas.

Participaram desta edição

Discentes dos Cursos Técnicos Integrados ao EM

Anna Clara Parazzi - Técnico em Química

Daniel Nere- Técnico em Informática para Internet

Elis Bianchi - Técnico em Química

Elisa Pagotto - Técnico em Química

Gabrielle Favero - Técnico em Química

Gabrielly Coelho - Técnico em Informática

Henrique Ferreira - Técnico em Informática

Isabel Assis - Técnico em Informática (bolsista)

Kleiton Lucarelli - Técnico em Informática

Lívia Lopes - Técnico em Química

Manuela Leite - Técnico em Química

Mariana Bueno - Técnico em Química

Natan Pereira - Técnico em Química

Wanessa Brito - Técnico em Informática (bolsista)

Servidoras

Érica Grande - Professora EBTT / Língua Portuguesa

Fabiana Tonin - Professora EBTT / Língua Portuguesa

Francine Ribeiro - Professora EBTT / Filosofia

Michele Santos - Bibliotecária (coord do projeto)

Também colaboraram com esta edição

Ana Beatriz Rodrigues; Camilli Amaral e Laís Piai

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Maio 2023

De Custódia (PE) para Capivari: o criador do nome e da logo do nosso jornal

No mês de março, a equipe do Projeto Jornal do Câmpus criou e divulgou um concurso para escolher o nome e a logo do jornal Para a seleção das propostas inscritas, foram convidados discentes, docentes e técnicos-administrativos para formar uma banca. A proposta escolhida pela banca é de autoria do discente Matheus Pinheiro da Silva, que participa de um curso de espanhol a distância oferecido pelo Câmpus.

Matheus, que mora na cidade de Custódia, Pernambuco, aceitou responder por e-mail algumas perguntas feitas pela equipe do Jornal

IF News: Matheus, você é aluno de um curso a distância oferecido pelo nosso Câmpus. Você poderia nos contar um pouco sobre a sua formação profissional e nos dizer por que está fazendo esse curso de espanhol?

Matheus Silva: Nas escolas de Pernambuco, era oferecido o “Programa Ganhe o Mundo”, que é um intercâmbio. Eu sempre quis fazer o de língua espanhola, mas por motivos maiores não pude participar do programa Então, sempre quis me especializar e fazer cursos para me desenvolver na língua espanhola. Quando vi que o campus estava oferecendo esse curso, não pensei duas vezes, fui lá e fiz minha inscrição Fiquei muito feliz quando saiu meu nome na lista de classificados, e aqui estou, absorvendo conhecimentos, e participando de uma entrevista do jornal do Câmpus, depois do meu projeto de logo ter sido aprovado para ser a “cara” do jornal

IFN: O que o motivou a participar do concurso promovido pelo nosso projeto?

MS: Sou uma pessoa que gosta de desafios e criativi-

dade, então quando vi que era pra fazer algo da “minha área”, fui logo pensando em possíveis design, fiz dois projetos, os quais ficaram entre os 3 mais bem avaliados

IFN: Você teve alguma inspiração ou alguma dificuldade para elaborar seu trabalho? Quanto tempo você demorou para criar a sua proposta?

MS: Os projetos foram criados do zero, ainda pesquisei algumas coisas para me inspirar, mas não me agradava de nada Eu queria fazer algo que tivesse a cara e a marca do Câmpus, então fui testando formas e cores durante uns 3 dias, até que saiu essa logo, que encantou aos jurados.

IFN: Qual foi a sua reação quando soube que foi o ganhador?

MS: Estava ansioso pelo resultado, nem tanto pelo prêmio, mas por ter meu trabalho reconhecido. Sou muito inseguro no que faço, então por meu trabalho ter sido avaliado por pessoas que não me conhecem, e ter sido bem avaliado, isso já foi meu próprio prêmio, estou muito feliz pelo resultado.

IFN: A sua proposta foi escolhida para nomear o jornal que está nascendo no nosso Câmpus, a partir de um projeto de extensão. O que você pensa sobre o jornal no Câmpus? Você teria alguma ideia ou alguma sugestão para o nosso projeto?

MS: A proposta “IF news - Você sempre informado” já deixa explícito o cuidado do Câmpus para com todos que fazem o IF Capivari, o essencial que saibamos de tudo que acontece e as propostas que envolvem a unidade. E para que o jornal tenha uma visibilidade maior e haja uma relação direta entre os alunos/professores/funcionários e o jornal, tem-se sempre que ouvir seus relatos e propor mais concursos/projetos para que se torne dinâmico e atrativo o jornal e o Câmpus em si. *

De 2010 a 2023: saiba mais sobre nosso Câmpus

por Gabrielly Coelho, Henrique Ferreira, Isabel Assis, Kleiton Lucarelli e Wanessa Brito

O IFSP Capivari teve seu início oficialmente em 2010, oferecendo cursos técnicos, cursos superiores, pósgraduação e cursos CAI (Cursos de Aperfeiçoamento Interno) Neste ano inicial, os cursos técnicos funcionavam em parceria com as escolas estaduais. Em 2013, foi ofertado no câmpus o primeiro curso superior, de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, com o apoio do Câmpus de Salto E foi em 2014 que o curso Técnico Integrado ao Ensino Médio teve seu início.

Confira na entrevista a seguir, realizada com Leticia Pedroso (Diretora Geral) e Carlos Paviotti (Diretor

Adjunto Educacional), mais detalhes sobre a história e o funcionamento do IFSP Capivari.

IFNews: Como o IFSP Capivari teve seu início? Quais foram os avanços em relação à estrutura que nosso Câmpus teve desde então?

Carlos Paviotti: Em 2010, tínhamos os cursos Técnico em Química concomitante e subsequente e o Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Em 2012, tínhamos um curso integrado em parceria com o estado, que funcionava da seguinte forma: as disciplinas comuns eram realizadas na escola Padre Fabiano

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Maio 2023

(Capivari-SP) e as técnicas (Química e Informática) no Instituto Em 2013, começamos com o nosso primeiro curso superior ADS (Análise e Desenvolvimento de Sistemas). Em 2014, o ensino médio integrado ao curso técnico começou. [...] No meio da pandemia, surgiram duas pós graduações: uma em Ensino de Ciências e Matemática, e outra em Ensino de Línguas Também teve início o Técnico em Alimentos na modalidade concomitante e subsequente. No próximo ano teremos um curso Técnico em Recursos Humanos, em EaD, já estamos engatinhando para isso acontecer Há também discussões sobre termos mais cursos integrados. Pode ser que tenhamos um novo curso de Pedagogia. Estamos em constante análise e discussão, para evolução do arranjo produtivo. [...] Somos o primeiro e o único câmpus dentro do Instituto Federal, que tem o curso superior de Tecnologia em Processos Gerenciais, na modalidade EaD.

IFN: Quando vocês olham para esses 12 anos de Instituto Federal em Capivari, qual a maior satisfação que vocês sentem, como gestores ou servidores deste Câmpus?

Leticia Pedroso: Nossa maior satisfação é que, mesmo sendo um grãozinho de areia, mudamos muita coisa aqui na região, ainda que pouco, sentimos essa mudança Quando eu entrei aqui, há quase 9 anos atrás, os nossos alunos não se davam como opção estudar fora da cidade. Eu me lembro da primeira vez que eu entrei em uma sala e fui falar sobre a USP e a UNICAMP. Parecia que eu estava falando com a parede, porque ninguém pensava em cursar essas universidades e hoje eu sei que muitos de vocês sabem da existência delas e sonham em cursá-las [ ] Outra mudança está nas vezes em que visitamos outras cidades aqui na região e fomos muito bem acolhidos e reconhecidos [ ] E [satisfação] em saber que, cada vez que a gente vai panfletar na rua e na rodoviária, o panfletinho que a gente entrega muda o conhecimento sobre a existência do Instituto Federal.

Outra coisa é a questão racial: o Brasil como um todo ainda é muito racista Estou no Câmpus há um tempo e quando eu olho as salas de antes e as salas de hoje, percebo como elas estão mais coloridas. Nossa escola finalmente tem as cores do Brasil e eu sei que eu vivo em um país onde todos merecem ter o mesmo direito [ ] É satisfatório quando encontramos um aluno que já fez o Instituto Federal e hoje é um escritor que está trilhando o próprio caminho. Que o aluno hoje está bem empregado, dá palestras e divulga o Instituto Federal, porque para ele foi significativo Temos alunos fazendo doutorado internacional e morando no Canadá [...]. Sabemos que muitos de vocês, alunos e também servidores, vão sair daqui para levar mensa-

gens positivas para a sociedade. Ver que os alunos saem do IFSP e sabem identificar e denunciar práticas racistas e preconceituosas e não se omitem é muito satisfatório.

Acho que é um pouco isso, é o reflexo que a gente faz na sociedade mesmo sendo pequenininho.

IFN: O Jornal IF NEWS é uma novidade este ano no Câmpus, vinculado ao projeto de extensão Jornal do Câmpus. Quais são as expectativas de vocês em relação ao Jornal?

CP: É uma ação inovadora do Câmpus e quero parabenizar vocês por estarem envolvidos nesse projeto. Eu vejo este jornal como um meio de comunicação adequada do que realmente está acontecendo no instituto, pois é um meio de diálogo, contato, e comunicação correta e precisa para o nosso público e isso é muito importante para qualquer ação em que estivermos inseridos e envolvidos Por conta disso, a proposta do jornal vai ser importantíssima para o Câmpus, vai ser através dele que vão ser expressadas as informações e notícias.

Entrevista com Carlinhos e Leticia

Da esquerda para a direita: Gabrielly, Leticia, Isabel, Carlinhos, Kleiton, Wanessa e Henrique / Fotografia: Gabrielly Coelho

IFN: Estamos em 2023, já são mais de 10 anos de Instituto Federal na cidade. Como vocês imaginam o câmpus daqui a 10 anos?

LP: Espero que a gente tenha um câmpus fisicamente. Socialmente nós vivemos um câmpus, mas eu espero que possamos construir e ter um câmpus de fato Hoje

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Espero termos sempre uma estrutura adequada para uma educação de qualidade.
Carlos Paviotti

Maio 2023

ele já está em construção, está nos primeiros tijolinhos. Eu acho que para os próximos 10 anos seria isso. Espero que sejamos reconhecidos localmente e regionalmente, pois não somos reconhecidos, muitas pessoas não conhecem o Instituto Federal, e muito

menos sabem que é gratuito e público. Também, espero termos um aumento de alunos nos cursos regulares, hoje temos por volta de 815 alunos regulares, fora os alunos de curso FIC, a ideia é que esses 815 cheguem nos 1200 *

JoãoMarcoseseulivro“CaveirasExtremas”

No dia 06 de abril de 2023, foi realizada a entrevista com o ex-aluno do IFSP Capivari, João Marcos, que teve seu livro "Caveiras Extremas" lançado no dia 10 de março "Caveiras Extremas" é um livro de ficção e fantasia, destinado para o público jovem adulto. Durante a entrevista, João relatou algumas de suas experiências nessa jornada

JM: Tiveram vários, acho que o maior foi a questão do bloqueio criativo Havia dias em que eu não conseguia escrever nenhuma palavra, enquanto em outros, eu escrevia um capítulo inteiro. Mas uma das maiores que eu tive foi a seguinte, esse livro estava pronto em 2019, eu estava aqui no IF ainda, estava tudo pronto, até na sequência dele, na metade, só que eu estava no laboratório, tinha deixado o computador aberto, ligado, saí pro intervalo, e alguém desligou o monitor, corrompendo todo o arquivo Na época, eu tinha desistido mesmo de escrever, falei “eu não vou mais escrever, deu totalmente errado, perdi a obra inteira”, mas depois de um tempo eu motivei de novo, comecei a escrever e saiu a versão final do livro

IFN: Como você consegue inspiração para escrever e ter todas as ideias?

ncia de ter feito o ensino médio e influenciou de alguma forma a e escritor?

João Marcos: Foi em partes, eu comecei minha carreira de escritor no oitavo ano, que foi quando comecei a escrever, mas quando ingressei no IF, comecei a ter mais contato ainda com a leitura. Ia à biblioteca toda semana, pegava um livro, terminava o livro em uma semana Ia lendo e escrevendo às vezes, escrevia até nas aulas do laboratório de informática Então creio que aqui eu tive um maior contato com a literatura, a Fabi (professora de português e literatura) me ensinou bastante coisa, tive bastante experiências e apoio dos meus colegas e e professores, então teve uma boa influência.

IFN: Como foi o processo para você decidir que gostaria de se tornar um escritor?

JM: Posso dizer que começou desde a infância, gostava bastante de ler, de escrever Sempre sonhei em ser escritor, sempre falei que queria ser Porém chegou uma época que não achava que seria viável, não achava que ia dar certo. Quando chegou o oitavo ano, eu lembro que fui assistir a um filme com os meus amigos e comecei a imaginar eu mesmo escrevendo uma obra, dando vida a personagens… E queria que isso se tornasse real.

IFN: Qual foi o maior desafio que você enfrentou ao longo da produção do livro?

JM: Acho que a minha maior inspiração seria o meu dia a dia, eu vou tendo percepções individuais, convivendo com outras pessoas e imaginando cenários. Nisso eu vou montando uma história na minha cabeça, coloco no papel e começa a fluir.

IFN: Qual conselho você daria para uma pessoa que deseja escrever seu próprio livro e está começando do zero?

JM: Meu principal conselho é: qualquer coisa que vier da mente, coloca no papel, porque toda a informação, toda a ideia, todo personagem que você criar pode servir muito bem para o futuro. Por exemplo, o personagem principal da minha obra estava pronto desde 2016, foi o primeiro personagem que eu criei e foi o único que eu não descartei. Então, minha dica é, insista, leia bastante do gênero que você gosta pra ter um grande repertório e não desista porque no final vale a pena

Você pode encontrar o livro físico de “Caveiras Extremas” no site da Amazon e da Editora Viseu Se preferir o e-book, este formato está disponível apenas no site da Amazon. *

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João Marcos na Biblioteca do Câmpus e com a coordenadora do projeto Jornal do Câmpus, Michele Santos / Fotografias: Malu Brandão e Thayla Barone Capa do livro Caveiras Extremas Fonte: reprodução do site da Editora Viseu

Maio 2023

Espaço dos ex-alunos

Relato de experiência

por Laís Piai

Meu nome é Laís Piai e sou uma recém-formada em Letras pela Faculdade de Ciência e Letras da UNESP Araraquara. Atualmente, estou cursando mestrado na mesma instituição e tenho grande interesse no estudo da linguagem e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem Minha jornada começou no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Câmpus Capivari, onde obtive meu diploma de técnico em informática integrado ao ensino médio em 2019 Foi durante esse período que tive minha primeira experiência com a pesquisa, ao participar do projeto de iniciação científica "Leitura fruição: diálogos, partilha e construção em sala de aula", com a orientação da Profa Dra Fabiana Bigaton Tonin Esse projeto foi fundamental para me aproximar da literatura e compreender sua importância não apenas para o desenvolvimento da linguagem, mas também para o bem-estar emocional e a formação do senso crítico Foi essa experiência que me motivou a seguir a carreira em Letras.

Durante a graduação, tive a oportunidade de participar de outros projetos que estabelecem relações diretas e recíprocas entre a universidade e a comunidade e embora tenha ingressado no curso com um interesse específico em literatura, percebi que ele havia se ampliado para outras áreas, especialmente para o estudo da linguagem e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem Assim, ingressei no mestrado em Linguística e Língua Portuguesa na Unesp Araraquara, no qual desenvolvo a pesquisa que investiga as estratégias usadas por professores de inglês em salas de aula online, tão presentes no mundo pós-pandemia.

Acredito que uma educação pautada pelo ensino, pela pesquisa e pela extensão, como defendida pelos Institutos, é a base para formar sujeitos mais críticos, autônomos e humanos, capazes de construir uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse sentido, desde minha formação no Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e o ingresso na universidade pública, duas ideias têm norteado minha trajetória A primeira é que a escola e a educação, em todos os seus níveis, se não pensadas de forma consciente tornam-se ferramentas de exclusão sistemática Por isso, defender uma educação pública e de qualidade requer combater uma escola que reforça desigualdades e perpetua preconceitos e violências. A segunda ideia, emprestada da obra de Antonio Candido, é que pensar em direitos humanos pressupõe reconhecer que aquilo que é

indispensável p outro. Portanto qualidade é um para democratizar o acesso a ela para todos

O miserável e mágico caminho até a faculdade

Sempre gostei muito do ato de me comunicar. Quando criança, minha mãe ouvia a frase: “A Ana é uma ótima aluna, só que conversa demais ” em todas as reuniões da escola Conforme fui crescendo, arrumei outras maneiras de me expressar, como a dança e a escrita. Nesse processo, troquei de opção de curso umas 30 vezes no mínimo Pensei em Psicologia, História e Letras, todos esses relacionados com o que eu gostava de verdade. Mas foi depois de muita conversa com os professores do Instituto Federal que cheguei a conclusão de que Jornalismo era minha escolha

O terceiro ano é um sufoco. Não dá para romantizar esse período, temos apenas 17 anos e precisamos tomar decisões, que no momento, parecem ser permanentes Chorar com a incerteza, infelizmente, era algo que eu sempre me deparava. Queria passar direto, sem cursinho. E achei que não era capaz de fazer isso. Porém, conviver mais com os professores do que com os nossos próprios pais faz com que eles percebam que algo está acontecendo. E esse suporte foi essencial nesse ano. Conversas sinceras com os professores me fizeram tomar confiança Sou grata imensamente a paciência e a amizade deles Outra coisa que fez toda a diferença foi o contato diário com os colegas. Criamos conexões tão reais que também é surreal como auxiliam nesse caminho maluco

O curso de Jornalismo só é ofertado em duas universidades públicas no estado de São Paulo, na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). Eu queria muito passar na USP por uma questão muito prática, São Paulo era mais perto do que Bauru, onde fica localizado o Campus da Unesp. Entretanto, reconheci o valor da Unesp e encarei o desafio de morar quase 300 km de casa quando passei para Jornalismo em Bauru

Por mais que eu tenha me formado no Ensino Médio com Técnico em Química no Instituto Federal e não tenha muita ligação com a minha área, acredito que nesses três anos eu aprendi o que era necessário para essa fase da minha vida. O preparo como ser humano que o IF nos proporciona é realmente diferenciado. A dedicação da escola em nos tornar cidadãos antes de qualquer coisa é reconhecível quando encaramos o mundo real. *

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Acontece no Câmpus

Primeiro encontro do English Club por Isabel Assis

O English Conversation Club (Clube de Inglês) é um projeto de extensão coordenado pelo Prof. Dr. Tiago Pellim da Silva. O clube de conversação acontece mensalmente, na última quinta-feira do mês, às 12h20, nos laboratórios de informática. As alunas Maria Eduarda Miranda e Elis Bianchi, ambas do 3° Integrado em Química, são as bolsistas que atuam no projeto

Segundo a bolsista Maria Eduarda, “A proposta do English Club é trazer temas que sejam atuais, que as pessoas estejam interessadas, para que o aprendizado traga mais prazer para elas. Nós, bolsistas do projeto, buscamos fazer um “intermédio” para a conversa dos participantes fluir em inglês, trazendo algumas imagens e vocabulários sobre o assunto, assim as pessoas aprendem a língua de forma desconstruída e prática”.

“Paraospróxim muita cultura e entretenimento (sem spoilers)! Compartilhar experiências e ideias com o pessoal foi realmenteincrívelevocêsverãoquefalaringlêsnãoé um bicho de sete cabeças! Estudar junto é uma forma de unir nossa comunidade Participe você também, let’sspeakEnglishTogether!”

A primeira roda de conversa do English Club aconteceu no dia 30/03 (quinta-feira), às 12h20, e contou com a presença de 18 pessoas O tema do dia foi "Games & Series". Os discentes tiveram a oportunidade de debater sobre seus jogos favoritos e sobre a série recém lançada The Last of Us, muito popular entre os jovens.

“O English Conversation Club foi muito bom, um ótimo momento para trocar experiências em outra língua, foi um momento descontraído sem aquela pressão que envolve a sala de aula. E todos, de diferentes níveis na língua, conseguimos nos comunicar, o que gera uma imersão na língua inglesa. Agradeço ao Teacher Tiago Pellim e às bolsistas por nos proporcionarem um momento tão legal como esse.”, comenta Vinícius Diniz, aluno do 3° Informática.

Veja a seguir o convite da bolsista Elis para toda a comunidade:

Mais informações sobre este projeto de extensão podem ser encontradas no Instagram, no perfil: @englishclub ifsp Acompanhem e participem dos próximos encontros! *

Na sexta-feira, 31 de março, aconteceu a 2ª sessão do Cineclube, um dos projetos de extensão que está sendo desenvolvido ao longo deste ano no Câmpus Capivari O professor Flávio Ferraresi, um dos professores que coordena o projeto, nos contou que a ideia surgiu quando o câmpus recebeu um acervo de filmes em VHS, que havia pertencido a um já falecido professor da USP.

“Devido à demanda de catalogação, a ideia era fazer um projeto em que nós conseguíssemos bolsistas para fazer a catalogação e entender quais eram os filmes que estavam alí E vinculado a isso nós pensamos em um projeto de extensão em que seria possível exibir alguns filmes e discutir temáticas sobre Direitos Humanos ” , relata o professor

A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson, uma produção da Netflix, de 2017, dirigido por David France, foi escolhido para exibição por ser o dia 31 de março o Dia Internacional da Visibilidade Transgênero. Marsha P. Johnson foi uma mulher transexual e ativista dos direitos da comunidade LGBTQIA+ que faleceu no dia 6 de julho de 1992 O

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Momento da roda de conversa do English Club Conversation Fotografia: Tiago Pellim 2ª Sessão do Cineclube e Bate-papo Federal por Natan Pereira e Lívia Lopes Bolsistas do projeto Elis (esquerda) e Maria Eduarda (direita) com o coordenador Tiago Pellim / Fotografia: Isabel Assis

Maio 2023

documentário mostra a ativista Victoria Cruz investigando a morte de sua amiga (Marsha).

“Marsha foi um dos pontos mais importantes pra mim e para que eu me aceitasse quanto uma pessoa trans e me colocasse assim para as pessoas também. […] Ela é muito importante na luta até hoje - Silvia também - as duas foram transgêneras muito importantes para a luta e nos inspiram até hoje”, afirma Caos Profano, convidado especial para a 2ª sessão do Cineclube

A aluna Kamilli Victória, do 1º ano do curso técnico integrado de Informática para Internet, também compareceu à exibição Ao ser questionada sobre como acha que projetos como esse podem contribuir para melhorar o convívio dos alunos em sociedade, Kamili disse: “Creio que, futuramente, os estudantes possam olhar tudo e todos com uma perspectiva diferente, para que assim possamos conviver com uma sociedade com menos preconceitos e mais receptiva, onde todos sejam respeitados.”

Outros alunos ao serem questionados sobre o que acharam da escolha do documentário relataram:

“É um assunto bem importante de ser abordado e que foi muito bom terem feito um debate sobre isso Graças a luta delas (Marsha e Silvia), nós da comunidade trans estamos aqui.” - Liam, 1º ano do curso Técnico Integrado em Informática para Internet

“O filme relata uma realidade. Acho que é algo bom de ser exibido para terem uma noção do que nós passamos ” - Mikael, 1º ano do curso Técnico Integrado em Informática para Internet

Caça-palavras

Cursos do IFSP-Capivari

Informática / Química / Administração / Alimentos Processos Químicos / Processos Gerenciais

Licenciatura / Ensino de Línguas

Fala, comunidade!

O fim depende do começo

Por Camilli Alves Amaral

O fim depende do começo pois o começo diz muito sobre a trajetória que levará até o fim, as escolhas de alguém tudo no final tem uma consequência por isso temos que sempre começar planejando o fim…

O professor Flávio pede que os discentes participem das sessões do Cineclube e contribuam com o projeto participando dos debates e sugerindo filmes com temáticas importantes a serem discutidas. *

De algumas história, o fim não é bonito Há alguns fins que, por mais que doam, são necessários, mas, se você olhar para o passado e lembrar do começo, verá porque o fim foi desta forma perceberá que tudo já estava pra acontecer aquilo não foi nenhuma surpresa Há fins que já são esperados e outros que são uma esperança

Você escreve poesias ou contos, faz fotografias, desenha? Que tal colaborar com as próximas edições do IF News Capivari? Envie sua contribuição para: projetojornaldocampus@gmail.com

Coordenadores do projeto Daniel (esquerda) e Flávio (direita) os bolsistas Brenda e Eduardo e o convidado Caos Profano Fotografia: Lívia Lopes
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