IF News - você sempre informado - II Edição Junho 2023

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Nesta Edição

Editorial Educação é soluçãop. 2

Patrono da Educação Brasileira

Você conhece Paulo Freire? - p. 2-3

Espaço dos exalunos Relato de experiência - p 7

Esporte É ano de Copa! - p. 8

Acontece na Cidade Batuquinho no Quintal - p. 9

OS DESAFIOS DO "NOVO" ENSINO MÉDIO

O novo ensino médio tem dividido opiniões e alimentado polêmicas A falta de infraestrutura, de professores, além das modificações no currículo (com disciplinas por vezes esvaziadas de conteúdo e propósito) têm feito muitos questionarem e pedirem a revogação dessa proposta. Para saber mais sobre esse assunto, leia a reportagem na página 3

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: SOLUÇÃO OU PROBLEMA?

Inteligências Artificiais (IA) são softwares criados para serem similares à mente humana, podendo até mesmo criar imagens, textos e músicas Para falar sobre IAs, Alexandre Aguado, professor de Informática do IFSP Câmpus Capivari, nos recebeu para uma entrevista. Confira a entrevista completa a partir da página 5

Resenha Literária

Cartas de amor aos mortos - p. 10

Entretenimento e Arte - p. 11

VOCÊ SABE O QUE É UM "MINDHACKER"?

Segundo o professor Alexandre Aguado, atual coordenador do projeto Laboratório IFMaker/MindHacker Capivari: espaços para educação "mão na massa", os “MindHackers” são espaços em que as pessoas criam coisas, desenvolvem tecnologias: são laboratórios comunitários de criação Saiba mais na página 8

II EDIÇÃO
JUNHO 2023
PROJETODEEXTENSÃO JORNALDOCÂMPUS
Manifestação contra o Novo Ensino Médio em Brasília / Imagem: Reprodução Poder 360, 15/03/2023
Visão panorâmica do Espaço Maker / Imagem: Sofia Gonçalves Parente

Educação é solução

A educação é um direito previsto no artigo 205 da Constituição Federal brasileira. Segundo a lei, é dever do Estado promover uma educação de qualidade, visando incentivar o exercício da cidadania e garantir qualificação a todos. Garantir uma educação pública de qualidade significa um futuro com mais oportunidades para milhões de pessoas No entanto, existem diversos desafios enfrentados pela educação no país, especialmente pela rede pública de ensino

Anualmente o Governo Federal, em parceria com as secretarias estaduais e municipais de educação, realiza o Censo Escolar da Educação Básica, um levantamento estatístico que permite avaliar as condições de oferta e atendimento educacional brasileiro na educação básica ofertada no país Dados do Censo de 2021 mostram que o Brasil é um país onde a maioria dos alunos residem em áreas urbanas, onde 85,5% estudam em redes públicas no país

Fatores como o alto índice de profissionais sem especialização, os baixos salários dos professores, pais que não participam da vida escolar dos filhos, entre outros, podem influenciar na educação e afetar o futuro pessoal e profissional dos jovens brasileiros De acordo com uma pesquisa do SESI-SENAI, 57% dos cidadãos acreditam que a educação básica ofertada para a população prepara pouco ou quase nada os estudantes para o ensino superior ou para o mercado de trabalho Uma educação de qualidade é condição fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade.

A fim de convidar a reflexões sobre esse assunto, nesta edição, apresentamos uma reportagem que discute a polêmica reforma do Ensino Médio no Brasil O novo modelo vem dividindo opiniões desde sua formulação, ao propor que os estudantes se aprofundem em áreas específicas do conhecimento através de itinerários formativos. Isso implica o aumento da carga horária das aulas, isto é, resulta nas escolas em tempo integral Entretanto, a falta de estrutura nas escolas públicas para suportar tal proposta torna a reforma ainda mais equivocada e problemática De acordo com a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), o novo ensino médio aumenta a desigualdade e a evasão escolar, fazendo com que a educação de qualidade se torne cada vez mais distante.

É importante continuar expondo e debatendo esse tema para que possamos exigir do poder público o direito constitucional de cada cidadão, conforme descrito no artigo 205. É com muito orgulho que destacamos o compromisso do IFSP Capivari com a educação pública e de qualidade, proporcionando espaços de debate e reflexão para todos. Esta é a missão deste jornal, um espaço que se propõe a abrir debates e discussões sobre assuntos tão importantes quanto esse. *

Participam desta edição

Discentes dos Cursos Técnicos Integrados ao EM

Anna Clara Parazzi - Técnico em Química

Daniel Nere- Técnico em Informática para Internet

Elis Bianchi - Técnico em Química

Elisa Pagotto - Técnico em Química

Gabriela Ribeiro - Técnico em Química

Gabrielle Favero - Técnico em Química

Gabrielly Coelho - Técnico em Informática

Heloisa Molla - Técnico em Química

Henrique Ferreira - Técnico em Informática

Isabel Assis - Técnico em Informática (bolsista)

Kleiton Lucarelli - Técnico em Informática

Lívia Lopes - Técnico em Química

Manuela Leite - Técnico em Química

Mariana Bueno - Técnico em Química

Natan Pereira - Técnico em Química

Wanessa Brito - Técnico em Informática (bolsista)

Servidoras

Érica Grande - Professora EBTT / Língua Portuguesa

Fabiana Tonin - Professora EBTT / Língua Portuguesa

Fernanda Tonelli - Professora EBTT / Língua Espanhola

Francine Ribeiro - Professora EBTT / Filosofia

Irlla K S Diniz - Professora EBTT/Educação Física

Michele Santos - Bibliotecária (coord do projeto)

Também colaboraram com esta edição

Gyovanna Lemos; Arthur Prates

O pioneirismo de Paulo Freire

Por Lívia Lopes e Wanessa Brito

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), mais conhecido como Paulo Freire, nasceu em Recife, no estado de Pernambuco Foi um importante pedagogo, filósofo e escritor. Em seu legado, ficou conhecido como o Patrono da Educação Brasileira

Em 1947, Freire começou a trabalhar como diretor do Departamento de Educação e Cultura do SESI (Serviço Social da Indústria), onde iniciou seus serviços em prol da educação.

Freire foi responsável por desenvolver um novo método de alfabetização de adultos, que consistia basicamente em uma forma de ensino em que o professor e o aluno estavam em condições igualitárias de troca de conhecimento entre professores e alunos No ano de 1961, ele iniciou suas experiências de alfabetização e concretizou o seu método Liderou um grupo de professores, e foram responsáveis por alfabetizar, em 45 dias, 300 cortadores de cana.

Seu trabalho foi tão importante que inspirou a criação do Plano Nacional de Alfabetização, que visava a alfabetização em massa de jovens e adultos. O plano foi assinado e decretado pelo presidente João Goulart No entanto, o plano foi interrompido pela ditadura militar em 1964.

Freire defendia a alfabetização de adultos trabalhadores, sua luta se baseava no conhecimento como prática libertadora e como ferramenta de transformação social. Com conhecimento e pensamento crítico, esses trabalhadores começaram a conhecer seus direitos

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Editorial

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e não aceitarem mais as péssimas condições de trabal Durante a ditadura militar, ele foi preso e depois exila na Bolívia e no Chile. Após ter seus primeiros liv publicados, foi convidado a ser professor visitante Universidade de Harvard, em 1969 Apenas em 19 após a anistia, retornou ao Brasil

Autor de obras como Pedagogia do Oprimi Pedagogia da Autonomia e Educação como Prática Liberdade, Freire sempre foi um destaque no mundo suas brilhantes reflexões sobre educação. Nas palav do autor,

Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros.

*todos os títulos de autoria de Paulo Freire citados, estão disponíveis no acervo da biblioteca do câmpus

Referências:

PAULO Freire que faria 90 Outras mídias São Paulo set 2011 Canal Outras Palavras Disponível em: https://outraspalavras net/outrasmidias/91911-paulo-freire-ganha-livro-em-data-faria-90-anos/ Acesso em: 24 maio 2023

A tão polêmica re

Entenda por que essa mudança tem sido

As discussões sobre uma reforma do ensino médio datam de 2013, quando o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) apresentou propostas para a reformulação desta etapa final do ensino básico O parlamentar sugeriu o período integral para o EM e a organização de currículos de acordo com áreas de conhecimento Em 2014, o Movimento pela Base Nacional Comum foi criado, uma organização não governamental voltada à implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Em 2015, através da portaria 592, o Ministério da Educação instituiu uma comissão de especialistas composta por 116 membros para a elaboração da BNCC

O texto com uma primeira versão da BNCC foi produzido e publicado pelo MEC em setembro de 2015

Em dezembro do mesmo ano houve uma mobilização nas escolas para discussão do documento. Em maio de 2016, o MEC elaborou uma segunda versão da proposta a partir das contribuições recebidas. Uma série de seminários com especialistas e gestores da área da educação têm início No entanto, esse processo de discussão foi interrompido pelas mudanças que ocorreram no MEC após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, e em agosto de 2016, já sob a gestão de Michel Temer, começa a ser redigida a terceira versão da proposta da BNCC

Em setembro de 2016, o novo governo entrega ao Congresso a Medida Provisória - MP 746 - que, posteriormente, se tornou a Lei 1 3415/2017, a lei do novo ensino médio Esta reformulação surge após a percepção de que, dentre as etapas da educação básica, o ensino médio é a que apresenta maiores taxas de abandono, reprovação e atraso escolar O novo ensino médio propõe que o aluno seja o centro da aprendiza-

Desenho feito pelo estudante Arthur Prates Domingos, do 2º ano do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio Para conhecer mais o trabalho de Arthur, visite seu perfil no Instagram: @art prts

gem, com a promessa de que o estudante partiria de seus interesses e poria em prática seus talentos através de itinerários formativos A proposta também contempla aumento da carga horária das aulas. Diversos grupos de professores e especialistas da área da educação alertaram a sociedade para os riscos contidos na proposta de reforma da MP 746, argumentando que a desigualdade entre alunos da rede pública e privada iria aumentar

A previsão é de que até 2024 essa reforma educacional seja aplicada integralmente em todas as escolas do país Esse novo currículo diluiu as matérias em áreas de conhecimento, fazendo com que apenas língua portuguesa e matemática sejam obrigatórias nos 3 anos Das 3 mil horas acumuladas ao final dos 3 anos, 1800 são destinadas às matérias obrigatórias da BNCC, e 1200 são destinadas para os itinerários formativos Além de promover o ensino integral, com o objetivo de cumprir a carga horária, que foi aumentada.

Em 2020, o processo de implantação do novo ensino médio começou Porém, com a pandemia da COVID-19, os alunos tiveram aulas a distância, e muitas escolas não chegaram a implementar a mudança O estado de São Paulo foi o primeiro a aprovar um novo currículo alinhado à BNCC e à reforma.

Itinerários formativos: o que são; o que propõem e como estão de fato se concretizando

Os objetivos dos itinerários formativos consistem em aprofundar e ampliar aprendizagens; consolidar formação integral; promover valores universais; e desenvolver habilidades Os itinerários consistem nas quatro áreas de conhecimento (linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da

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natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas), além da área de conhecimento e formação técnica, totalizando cinco oportunidades de escolha para os estudantes

A implementação desses itinerários está dividindo opiniões, e a maioria delas são contrárias ao novo modelo de ensino médio. “Não temos opções de escolha em relação aos itinerários, o que era pra se tornar algo interativo, se tornou cansativo. Se tornou algo estressante porque são muitas aulas durante a semana, substituindo aulas das matérias comuns cobradas no ENEM”, disse a aluna do terceiro ano de uma escola pública, Arielle Bonano Muitos alunos se sentem pressionados e afirmam que a chance de passar em um vestibular ao final dos 3 anos diminuiu, visto que os estudantes foram afastados das matérias que consideram fundamentais.“A ideia era que os alunos escolhessem a área do itinerário formativo que iriam fazer, mas não é assim que está funcionando, sinto que a escola está sugando de mim um tempo que seria valioso para estudar matérias que realmente são cobradas nos vestibulares”, declarou Laura Batistela, aluna do 1° ano do ensino médio de uma escola particular.

Além disso, muitas escolas não possuem a estrutura adequada para suportar o período integral como: salas, refeitórios e laboratórios de ensino adequados para os itinerários formativos, e isso é mais um impacto negativo dessa reforma Professores formados em outras disciplinas são obrigados a se adaptarem aos itinerários formativos Isso faz com que durante o período escolar o aluno tenha aulas sobre jogos de tabuleiro, mas não tenha aulas de química, por exemplo.

Diversos estudantes já chegaram a desistir de estudar por causa desse novo modelo Muitos precisam ajudar os pais com as despesas de casa e, por isso, não aguentam a pressão do período integral "Com o fato de algumas escolas passarem a ser integrais, muitos alunos acabam optando por escolas que possuem o período de aulas "normais", sobrecarregando essas que não estão preparadas. Em sua maioria, eles procuram trabalhar para ajudar com as despesas da casa Particularmente, o novo ensino médio significa, para mim, o fim para o estudante da escola pública”, comentou o aluno Caio Ayres, do 2° ano do ensino médio de uma escola pública da cidade

Manifestações e Revolta

A reforma do Ensino Médio tem sido motivo de revolta, e por isso diversos estudantes e professores decidiram ir às ruas e manifestar de forma virtual também A manifestação mais marcante ocorreu no dia 15 de março de 2023, alunos e professores fizeram uma manifestação na capital paulista contra essa reforma O ato de protesto foi organizado pela UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), contando com o apoio de outras organizações como: Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) Deputados do PT e do Psol também estavam presentes

A manifestação aconteceu em frente ao Museu de Arte de São Paulo, na avenida Paulista Todas as pistas de trânsito foram ocupadas pelos estudantes e professores, os quais estavam com diversas faixas e cartazes que continham a frase: "REVOGA O NOVO ENSINO MÉDIO!" Os alunos não foram só às ruas, como também estão utilizando as redes sociais para protestar

Suspensão do processo de implementação

No início do mês de abril de 2023, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspendeu o processo de implementação do novo ensino médio e do novo ENEM por 60 dias Durante o período, o presidente afirmou que uma consulta pública será feita visando ao aperfeiçoamento do novo modelo Essa suspensão foi alvo de diversas críticas de secretarias estaduais de educação e até mesmo de supervisores ligados a escolas particulares A suspensão vale para as escolas que ainda não começaram a implantar o novo sistema O MEC disse que quer ouvir 100.000 estudantes através do WhatsApp, a pesquisa teve início em 24 de abril e vai até 6 de junho

Alguns especialistas acreditam que essa suspensão seria uma oportunidade para resolver os problemas dessa implementação, e outros defendem a revogação do novo ensino médio a partir desses 60 dias. O ministro da Educação e o próprio presidente, em várias declarações, rejeitam a revogação, e admitem que possa haver ajustes pontuais e que é preciso melhorar a comunicação do MEC Assim, segundo essas autoridades, a partir das reformulações feitas nesse período, o novo ensino médio já estaria pronto para continuar a ser implantado

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Manifestação através das redes sociais / Imagem: reprodução Twitter *

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InteligênciasArtificiaiseseusimpac

Alexandre Aguado é tecnólogo em software livre, mestre em tecnologia e inovação pela UNICAMP, e doutor em Educação pela Universidade Autônoma de Barcelona Atualmente, sua linha de pesquisa é a educação hacker, (hacker é alguém criativo, curioso, dedicado a entender como as coisas funcionam a fundo) e como fazer essa educação típica das comunidades hacker acontecer na escola Educação hacker não tem a ver só com tecnologia, mas sim como uma forma humana de fazer educação, sem desconsiderar que a tecnologia mudou nossa vida.

IFN: Você já utilizou alguma Inteligência Artificial? Conte-nos um pouco sobre sua experiência.

AA: Já, na verdade, eu estudei sobre Inteligência Artificial para entender e compreender pela primeira vez, em 2010 No mestrado, fiz uma disciplina sobre Inteligência Artificial. Um dos objetivos da disciplina foi que, em grupo, pudéssemos desenvolver e programar algo com Inteligência Artificial Com o meu grupo, na época, criamos um ChatBot, utilizando uma lógica chamada lógica fuzzy, que é uma maneira de você programar buscando fazer as respostas do computador se parecerem muito com o jeito humano de pe

Por H

para outra área, meu interesse de pesquisa foi em outra linha Porém, utilizamos a Inteligência Artificial há muito tempo e em muitas coisas que a gente não sabe porque a todo momento a gente está usando tecnologias, acessando um site, acessando um recurso, acessando um aplicativo que a gente não sabe o que está rodando por trás, pode ser uma Inteligência Artificial que está ali conversando com a gente, que talvez está gerando determinado conteúdo

Se eu já usei Inteligência Artificial? Todos nós já usamos, talvez não necessariamente entramos no ChatGPT, que está na moda (e eu tenho minhas críticas), mas utilizar, todos nós já utilizamos.

IFN: Para você, como as Inteligências Artificiais impactam no aprendizado dos alunos que possuem acesso a essas inteligências (como por exemplo o ChatGPT) ?

AA: Nesse momento estou encarando de forma bastante crítica isso O ChatGPT traz um mecanismo pelo qual você conversa com ele, ele te dá respostas Várias Inteligências Artificiais têm sido criadas Para mim,

binária, é muito sim ou não, 0 ou 1. A nossa forma de encarar as coisas não é tão binária assim Temos muitas outras possibilidades e a lógica fuzzy é um jeito de programar onde você considera também essas outras possibilidades Programando desse jeito, você tenta fazer os computadores e os programas parecerem mais com o humano, e isso é uma estratégia de programação através da Inteligência Artificial Então fizemos um ChatBot que fazia isso, era um programa no qual você conversava com ele e, se caso ele não encontrasse a resposta para você, ele ia na internet, buscava, trazia as respostas e pedia a validação da pessoa. Se a pessoa falasse que não fazia sentido, ele ignorava, caso contrário ele ia alimentando a base de dados de conhecimento dele, já que a Inteligência Artificial é isso. O pressuposto da Inteligência Artificial é que ela aprende: só é Inteligência Artificial aquilo que aprende, no sentido de evoluir, da autonomia. Não somente usei no sentido de Inteligência Artificial como também foi algo que nós programamos Por fim eu fui

devia ser um requisito mínimo que os algoritmos fossem abertos (para que todos pudessem ver onde o programa busca dados, como é programada sua base de dados e para o quê nossos dados vêm sendo utilizados).

A OpenAI, a Google, a Microsoft e o Facebook são Bigtechs e todos os seus algoritmos são fechados (de acordo com eles, é para vantagem competitiva) Os dados abertos são importantes por quê? Porque não sabemos o que está dialogando com os nossos alunos. Normalmente, quem programa são homens brancos, do norte, dessa forma, os algoritmos vêm com a forma de pensar de quem os programa, não tendo uma diversidade. Então eles têm um viés que muitas vezes ignora as especificidades de cada contexto. Assim, a gente tem um problema: a gente não sabe de onde vem aquilo ou o que está sendo feito Se você digita no ChatGPT “desenhe um exemplo de família feliz", normalmente ele vai trazer um exemplo de uma família Doriana (pai, mãe, filho, todos brancos do cabelo loiro), mas se no lugar escrever “desenhe um ladrão”,

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Imagem: disponível no Pixaby

provavelmente iria mostrar um garoto preto, por que essas tecnologias replicam os estereótipos, elas não dão conta da diversidade Eu vejo que a Inteligência Artificial tem um poder tremendo de nos ajudar a aprender novas coisas, desde que saibamos como usá-la. A Inteligência Artificial não é ruim, porém ela não é neutra.

Outra coisa que me preocupa é que, quando a gente começa a ter acesso às respostas do programa, de que maneira ter essas respostas faz com que eu não precise pensar criticamente sobre determinada coisa? Tem todo um trabalho de formulação da pergunta, mas mesmo assim eu precisaria refletir, errar. O erro é muito importante, ele não devia ser tão punido, você só aprende quando erra Será que os alunos não estão deixando de errar, deixando de pensar criticamente ao usarem essas tecnologias? Será que os alunos acreditam nessas ferramentas como a verdade absoluta, ignorando que a gente não sabe a fonte daqueles fatos, não sabemos os pensamentos que estão sendo traduzidos? Precisamos nos preocupar muito mais com a inteligência humana do que com a artificial. O ser humano é dotado de muitas inteligências (afetivas, emocionais), que uma Inteligência Artificial não tem Não excluo o potencial que essa tecnologia possa ter, mas essas empresas querem lucro [...]

IFN: Tendo em vista o crescente desenvolvimento das pesquisas sobre Inteligências Artificiais, como você acha que serão utilizadas as Inteligências Artificiais no futuro?

AA: O assunto Inteligência Artificial está bombando, mas não é uma novidade, uma invenção atual Como já falei, em 2010, quando eu estudava sobre tecnologias, já havia Inteligências Artificiais Estamos falando de algoritmos e tecnologias desenvolvidos há muito tempo Acontece que, quem pauta as discussões de tecnologia são as Big Techs pelo poder que tem. Essas empresas precisam de novidades e precisam desenvolver necessidade nas pessoas, fazer as coisas circularem, por que isso envolve lucro. Mas a Inteligência Artificial já está em dispositivos embarcados - ajudando na tomada de decisão - há muito tempo, seja na aviação ou no processo de criação de veículos autônomos Eu vejo que esse processo de trazer esses algoritmos para a realidade das pessoas tende a aumentar bastante dentro dessa linha chamada de IOT (Internet of Things) a Internet das Coisas, que cada vez mais estará presente nos eletrodomésticos ou nos veículos com esse tipo de tecnologia embarcada O que mudou de antes para agora no campo da IA? Essas empresas têm muitos dados para treinar esses algoritmos e esses dados são obtidos da gente Tem uma autora chamada Shoshana Zuboff que chama essa Era em que estamos vivendo de Capitalismo de Vigilância, onde toda a economia é baseada no processo de vigiar as pessoas. A todo momento em que estamos conversando, se eu falar “Ok Google!", dependendo do celular, ele já vai aparecer na busca Quer dizer então que ele está me escutando? Ele sabe que eu estou falando “Ok Google!”, logo ele está a todo momento me escutando, coletando meus dados, os

dados do meu email e do meu celular E, ainda por cima, com nossas autorizações, a gente aceita os termos de uso sem ler Nós somos vigiados, seja pela câmera que está filmando, quanto pelos nossos celulares que são os dispositivos de vigilância mais utilizados que têm. Se você ficar falando perto do seu celular sobre guitarra, vai começar a chegar propaganda de guitarra para você Então, você tem um processo absurdo de coleta de dados das pessoas que gera matéria prima para treinar determinados algoritmos para que ele tome decisões Esse grande volume de dados que antes não existia e que foi crescendo com o tempo, ajuda no desenvolvimento de tecnologias e algoritmos mais precisos. Sem falar que existe todo um estudo hoje sobre empregos precários de pessoas em países como Gana, por exemplo, em que essas pessoas ficam na frente do computador tratando e ranqueando as respostas, por exemplo, do Chat GPT São pessoas que são contratadas por hora, recebem um salário baixíssimo e estão no processo de modelagem desses algoritmos. Vamos supor que o Chat GPT te responde, mas a resposta não faz sentido e você aponta que não faz sentido o que foi dito, há um trabalho humano envolvido de alguém que vai identificar as respostas

Se continuarmos cada vez mais refém dessas empresas de tecnologia ou Big Techs, a tendência é que cada vez mais elas pautem aquilo que quiserem. Se continuarmos docilmente abraçando essas tecnologias, como o Instituto Federal fez a alguns anos atrás em relação a tecnologia de emails institucionais (até as instituições fazem isso, de adotar determinadas tecnologias sem medir o impacto), o futuro vai ser o que elas quiserem. Se elas quiserem que a gente tenha carros voadores ou que a gente implante chips que se conectam com o nosso sistema nervoso e que tem uma Inteligência Artificial que faz isso e aquilo, vai ser, pois elas vão pautar a discussão. Acho que o grande trabalho daqueles que pensam criticamente nisso é deixar claro que não pode ser isso, a tecnologia não serve para isso

Tecnologia - seja o giz, o sinal de fumaça ou o celular mais avançado do mundo - deve estar a serviço da humanidade, do humano e de suas necessidades.

Ela não pode desconsiderar o que é humano, ela não deve estar a serviço de um interesse de um mercado tecnológico, mas sim a serviço do ser humano. Quando você tira isso, qualquer coisa pode acontecer, e a gente está vivendo essa época infelizmente, onde qualquer coisa pode acontecer Estou muito pessimista em relação a isso, para ser bem sincero A gente deveria discutir por que, com tanta tecnologia, tem gente passando fome? Com tanta tecnologia, por que tem gente que não tem acesso a ela? 40% da população mundial não sabe o que é um celular, o que é um computador É muita gente!

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A gente deveria discutir por que, com tanta tecnologia, tem gente passando fome? Com tanta tecnologia, por que tem gente que não tem acesso a ela? 40% da população mundial não sabe o que é um celular, o que é um computador.

Espaço dos ex-alunos

Iniciei no Instituto Federal no ano de 2012. Fiz parte da 1 ° Turma do Ensino Médio Integrado ao Técnico em uma parceria com a escola Estadual Padre Fabiano. Sou nordestina, nascida em São Luís - MA e vi ali uma oportunidade de me profissionalizar para o futuro. Durante os 3 anos de ensino médio eu pude experimentar de um ensino extraordinário, gratuito e de qualidade que me garantiu experiências que, até antes dos 14 anos, eu não imaginava que seria possível experimentar. Durante o ensino médio me esforcei para garantir que todas as oportunidades fossem aproveitadas: palestras, feiras de tecnologia, cursos, passeios culturais e passeios técnicos.

O problema não é a Inteligência

Artificial, mas sim a falta de transparência junto com o potencial dessa tecnologia, dependendo como é adotada, tirar nossa capacidade de pensar criticamente.

IFN: O físico teórico Stephen Hawking em uma palestra afirmou que as Inteligências Artificiais “podem ser o pior evento da história de nossa civilização”. Você concorda com essa afirmação? Comente um pouco sobre.

AA: Pode ser o pior, pode ser o melhor, tudo vai depender de como nós, como sociedade vamos lidar com isso, quando eu falo isso, estou falando por exemplo dos governos, como eles vão lidar com isso Como disse, o problema não é a Inteligência

Artificial, mas sim a falta de transparência junto com o potencial dessa tecnologia, dependendo como é adotada, tirar nossa capacidade de pensar criticamente Então, dependendo do caminho, pode ser um desastre O grande problema é quando todo o desenvolvimento e o poder econômico estão sob o interesse de um processo de opressão da sociedade, quando você tem todos esses poderes, todo esse desenvolvimento econômico, todo esse poder tecnológico, que não estão sob o interesse das pessoas e das necessidades reais, eu acho que tem um problema. Eu não me preocupo com as possibilidades das máquinas roubarem nossos trabalhos, eu acho que é fato que determinados trabalhos vão ser substituídos, mas tudo bem se a gente como sociedade tiver uma visão que a gente precisa ter uma educação pra todo mundo, pra que a sociedade evolua Para o que a gente quer que as tecnologias evoluam se não é em prol da sociedade e do planeta ? *

Assim que terminei o ensino médio, com um aproveitamento muito bom que me proporcionou o título de Honra ao Mérito Acadêmico da turma do Técnico em Informática, decidi que continuaria na área de tecnologia Foi então que escolhi o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas no próprio IFSP Capivari como graduação.

Logo no 1º semestre tive o prazer de ser bolsista de um projeto sensacional sobre Direitos Humanos com a Grazielle Nayara Felício, assistente social, como mentora, levando o projeto “Direitos Humanos e extensão universitária” para o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológico que aconteceu em Recife - PE no ano de 2015. Ainda, no fim do 1º semestre, também iniciei um estágio na IBM e, após 5 meses, a efetivação As disciplinas técnicas do curso de ADS me proporcionaram conhecimento técnico para que eu pudesse alçar voos no mercado de trabalho com um diferencial que só o IFSP poderia ter me proporcionado

Além da IBM, uma gigante da tecnologia, também trabalhei na AMBEV Atualmente, trabalho na empresa Quinto Andar, uma empresa em expansão internacional no setor imobiliário. Tenho me especializado em Computação em Nuvem e buscado cada vez mais aperfeiçoar os conhecimentos técnicos

Agora me preparo para mais uma grande oportunidade: meu primeiro intercâmbio para aperfeiçoar o inglês. Embarco para a Inglaterra em julho e não poderia estar mais animada e ansiosa para aproveitar cada dia com muito entusiasmo, conhecer pessoas ao redor do mundo e novos lugares

O IFSP Capivari me proporcionou aprendizagem, um ambiente confortável, acolhedor e com possibilidades profissionais e pessoais que nenhum outro lugar poderia ter me proporcionado Tive professores extraordinários - alguns que até viraram grandes amigos, que acreditaram em meu potencial, uma equipe pedagógica disposta a acolher nos momentos de fraquezas e incertezas que a grande maioria dos ado-

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Da direita para a esquerda: Alexandre Aguado, Wanessa Brito e Henrique Jardim Imagem: foto tirada por Alexandre Aguado

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lescentes passam durante a pressão em escolher uma profissão, além de ter feito amigos pra vida inteira e que hoje partilhamos dessa experiência com muitas lembranças do tempo em que passamos juntos O IFSP de Capivari me viabilizou no passado a chance de ter um futuro diferente e eu aproveitei isso.

O presente é extraordinário, cheio de oportunidades e eu sou feliz demais em ter feito parte da construção do IFSP Capivari e de tudo que vivi e que me moldou profissionalmente e pessoalmente. *

Esporte

É ano de Copa!

Você deve estar se perguntando: é ano de Copa do Mundo de novo? E a resposta é sim! Em 2023, será realizada a 9º Edição da Copa do Mundo de Futebol

Feminino

O evento acontecerá na Austrália e na Nova Zelândia de 20 de julho a 20 de agosto. O jogo de abertura trará o confronto entre Nova Zelândia e Noruega.

Será a maior Copa feminina de futebol já vista, com trinta e duas seleções participantes. O formato trará oito grupos com quatro países cada, de maneira que os dois primeiros colocados se classificam para a etapa de matamata A proposta é justamente valorizar o futebol feminino ao adotar a mesma estrutura do evento masculino A título de comparação, na última competição realizada em 2019, havia apenas vinte e quatro seleções.

Outra iniciativa que se destacou foi o pedido das próprias jogadoras da seleção brasileira para que as cinco estrelas que, até então, estampavam o uniforme fossem retiradas Os símbolos faziam referência aos títulos conquistados pela seleção masculina de futebol, e dessa forma, não representavam as jogadoras O objetivo delas com essa atitude é construir a própria trajetória, e ir em busca da tão sonhada estrela.

Até então, os Estados Unidos são os principais vencedores com quatro títulos (1991, 1999, 2015 e 2019), atuais bicampeões. Já a Alemanha levantou o troféu em duas oportunidades (2003 e 2007), a última delas inclusive, superando o Brasil na decisão

Está na hora de vestir o verde e amarelo e torcer pelas meninas, afinal, é ano de Copa! *

Acontece no Câmpus

Espaço Maker: um espaço para educação “mão na massa”

No dia 25 de abril de 2023, foi reinaugurado o Espaço Maker, o nosso “Mind Hacker”, onde é possível mexer com eletrônica, parafusadeira, corte a laser e muito mais! Este espaço está situado no laboratório 10, do piso superior do prédio do Câmpus Capivari e pode ser usado por toda a comunidade interna e externa do IF

Mas, afinal, como surgiu o Espaço Maker? Segundo o professor Alexandre Aguado, na Europa, na década de 80, houve um movimento em que as pessoas precisavam ter lugares para criar coletivamente, além de poderem usar computadores, mexer com artesanato e tarefas similares Como manter uma estrutura assim era muito caro, muitas pessoas começaram a criar estes espaços compartilhados. Esse movimento ficou conhecido como “movimento HackLabs”, diz o professor

Inspirados por este movimento, em 2017, alguns professores e alunos do câmpus Capivari se organizaram para pensar a criação de um espaço similar no Instituto Federal. Este grupo fez uma vaquinha virtual, juntamente com recursos que já tinham de outros projetos e assim se tornou possível a criação do espaço Em 2018, o Espaço Maker começou a funcionar e foi local de vários projetos Porém, depois houve uma pausa em suas atividades. Em 2021, o Instituto Federal de São Paulo resolveu criar o sistema de IF Maker, mas como no nosso câmpus, já estava criado o espaço, e o nome que a maioria dos alunos escolheram foi deixado de homenagem, já que foi escolhido em um concurso junto com uma logo incrível, uma capivara!

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Andressinha meio-campista da seleção brasileira (E) e Adriana, atacante / Imagem: Divulgação/Nike Entrada do Espaço Maker e Ilhas de trabalho / Imagem: Anna Parazzi Como as pessoas podem participar do Espaço Maker?

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O laboratório funciona de segunda a sexta, em horários previamente definidos. Os interessados em realizar atividades no Espaço Maker serão atendidos pelas bolsistas de extensão Livia Doriguello dos Santos e Sofia Gonçalves Parente Os agendamentos são feitos pelo site do Instituto!

Qualquer pessoa pode usar o Espaço Maker Para isso, deve consultar os horários disponíveis para fazer seu agendamento. Outra informação importante: para usar as máquinas, é recomendado que haja supervisão de um membro da equipe, como as bolsistas Mas, caso a pessoa queira usar sozinha, deve fazer um breve treinamento Para saber mais, visite o site do IFSP Capivari

Quer saber mais sobre esse projeto? Então, leia a entrevista com a bolsista Sofia Gonçalves Parente.

Conversamos com uma das bolsistas do projeto, a aluna Sofia Gonçalves Parente. Ela conta como é trabalhar em um projeto desses, e a sua experiência diária.

IFNews: Sofia, por que você se interessou pelo projeto?

Sofia: Ano passado quando eu entrei aqui no maker ele sempre ficava muito fechado, e nós nunca entramos aqui para fazer uma aula, ou até algum projeto aqui Então eu sempre fiquei muito curiosa a respeito, e sempre quis saber mais E aí este ano abriram bolsas sobre o projeto e eu falei assim: “por que não?” Aí eu me inscrevi, e acabei passando.

IFNews: O que você faz aqui no projeto, e como você participa?

Sofia: Bom, nós os bolsistas aqui do maker cuidamos para que o espaço tenha vida, porque ele ficou por três anos parado, e isso é muito tempo Por causa de que vários professores saíram para seguir a sua carreira, como a pós-graduação, doutorado, etc. E aí não tinha ninguém para cuidar do espaço, e agora esse é meu papel e da Livia, sendo pra fazer a monitoria dos equipamentos, e auxiliar o uso do espaço sem danificar o local, que é comunitário

mas apesar disso, eu gosto bastante pois nós fazemos várias coisas aqui. Já fizemos projeto na impressora 3D, na máquina de corte e é muito legal, e muda um pouquinho a rotina *

Acontece na Cidade

Quintal da Dona Marta promove oficinas de Batuque de Umbigada a jovens

“Batuquinho no Quintal: Herança para o futuro” é um projeto gratuito para crianças e jovens entre 10 e 16 anos, que promove a tradição do Batuque de Umbigada e sua ancestralidade por meio de oficinas de dança, teatro e música O Batuque de Umbigada é um ritmo de raiz africana que nasce em solo paulista (especificamente na região de Capivari e Tietê) com a chegada de negros escravizados de origem bantu, e tem como principal função festejar a fertilidade

Atualmente, quem coordena o projeto é Marta Joana da Silva, mestra do Batuque de Umbigada e ativista cultural na Secretaria Municipal de Cultura de Capivari O Quintal da Dona Marta, local onde ocorre o projeto, surgiu após a mestra começar a atuar na Câmara Municipal e perceber a necessidade da criação de um espaço exclusivo para as festividades.

Participantes e organizadores do projeto no Quintal da D. Marta / Imagem: Arquivo pessoal de Lorena Faria

Hoje, o Quintal da Dona Marta está localizado na rua Otávio Alves de Souza, 174 - Res Santo Antônio, em Capivari É nesse espaço que acontecem as atividades do projeto “Batuquinho no Quintal”.

O projeto está organizado em módulos O primeiro módulo é composto por oficinas de Batuque de Umbigada e teatro e aconteceu no dia 03/06; já no segundo módulo, serão oferecidas oficinas de dança e percussão, nas datas 10/06 e 17/06. Todas as atividades serão realizadas das 15h às 17h30 *

FNews: Como está sendo a sua experiência no espaço maker?

Sofia: Está sendo uma boa experiência, apesar da carga horária bem puxada sendo 15 horas semanais. Eu tenho de ficar aqui por três dias, das 8 da manhã às 20h40,

Para participar, você pode acessar o Instagram @quintaldadonamarta (e responder o formulário on-line disponível no link da bio), o e-mail diadorimculturapopular@gmail.com ou comparecer no Quintal da Dona Marta no dia e horário de oficina, caso não possua acesso facilitado à internet

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Máquina de corte a laser / Imagem: Anna Parazzi

Junho 2023

Resenha Literária

Cartas de amor aos mortos

Este é o primeiro livro de Ava Dellaira, escritora americana que atualmente vive em Santa Monica, na Califórnia, e é formada pela Universidade de Chicago e mestre pela Iowa Writers’ Workshop

Em Cartas de amor aos mortos, Laurel acaba de perder sua irmã e está devastada Na tentativa de um recomeço, ela muda de escola e recebe a tarefa de escrever uma carta para alguém que já morreu Isso logo vira um hábito e ela escreve diversas cartas para diferentes pessoas. Enquanto faz novas amizades, se apaixona e lida com os problemas familiares, pois Laurel tenta aceitar o que aconteceu no passado com sua irmã

Esse foi o segundo livro que li da autora e mais uma vez me surpreendi. A forma como a história é contada (por cartas) me conectou muito com a personagem principal, pois ao ler as cartas que ela escreve, pude conhecer os mais profundos sentimentos dela e toda a sua dor.

Gostei muito de como os personagens secundários foram construídos, mas me incomodou um pouco o fato de não ter descrições físicas deles Em relação ao romance principal, acho que tiveram tantos outros acontecimentos na história que ele nem chamou muito minha atenção.

É um livro com assuntos delicados, sensíveis e tristes, como abuso e suicídio, mas é notável que a autora se importou em retratar tudo isso com o cuidado necessário.

Sem dúvidas, foi uma leitura muito marcante, cheia de reflexões, aprendizados e significados. Super recomendo

Se você procura por um livro com uma história incrível de superação e que prenda o leitor desde o começo, esse livro é para você

Informamos que esse título encontra-se disponível no acervo da biblioteca do câmpus!

Coordenadoria de Biblioteca

IFSP Câmpus Capivari

Horário de atendimento:

Segunda-feira: 14h00 às 21h00

Terça e Quarta-feira: 9h30 às 16h30

Quinta-feira: 9h30 às 21h00

Sexta-feira: 15h00 às 21h00

Contato: cbi.cpv@ifsp.edu.br

InformaçõesBibliográficas

Título:CartasdeAmoraosMortos

Autora:AvaDellaira/Editora:Seguinte Númerodepáginas:344/Anodepublicação:2014

Biblioteca do IFSP Câmpus Capivari

Precisa de auxílio para desenvolver sua pesquisa? Localizar aquele artigo ou normalizar seu trabalho acadêmico? Entre em contato conosco! Nossa biblioteca foi organizada de modo a atender suas necessidades informacionais E, além dos livros técnicos, em nosso acervo (físico e virtual) você também encontra livros de literatura, HQs, mangás e conhecimentos gerais

Dica das bibliotecárias: já vai preparando a sua lista, pois em breve iniciaremos o "Empréstimo de Férias"!

Você também escreve resenhas e gostaria de publicá-las em nosso jornal? Envie uma mensagem para: projetojornaldocampus@gmail.com

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I m a g e m : r e p r o d u ç ã o s i t e C o m p a n h i a d a s L e t r a s
Entrada da biblioteca / Imagem: Michele C Santos

Palavras Cruzadas

Fala, comunidade!

A LUA E O MAR

A Lua beijou o Mar

Sinto muito Dona Lua!

Por que nunca falamos dela?

Após dizer ao Sol que precisava pensar tudo em sua vida mudou

O Vento passou a lhe evitar, o que tornou seus dias mais quentes e abafados...

As estrelas passaram a ignorá-la de tal forma que já nem se aproximavam

As nuvens lhe empurravam quando passava

E o Sol?

Ele fugia o mais rápido que podia quando ela estava emergindo

Ela se sentia cada vez mais isolada do universo...

Da sua própria casa... Da sua própria... Família....

A Lua não aguentava mais aquela situação...

Foi ficando cada vez mais fraca Cada vez mais triste

Cada vez mais escura

A Lua perdeu seu brilho... E o que nós fizemos???

Nós apenas não notamos que o ser celeste que tanto dizemos amar entrou em declínio

Talvez seja sempre assim, afinal vemos o que queremos ver nas pessoas e deixamos suas tristezas de lado... Esquecemos que todos temos cicatrizes...

Anos se passaram e a Lua, já acostumada com aquela situação, deixou de tentar se aproximar

Até que um dia ela o notou Ela o ouviu chamar por ela

A Lua ouviu o mar Ele a contemplava Ele a admirava Com o brilho no olhar que ela não se lembrava de existir...

Então, em uma noite a Lua beijou o Mar Porque ele foi o único que a amou em seu pior momento Ele a ajudou quando ela mais precisou A Lua beijou o Mar

Você escreve poesias ou contos, faz fotografias, desenha? Que tal colaborar com as próximas edições do IF News Capivari? Envie sua contribuição para:

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2023
Junho
Samara Serrano Silva
projetojornaldocampus@gmail.com
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