IF News - você sempre informado - V Edição Outubro 2023

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V EDIÇÃO

OUTUBRO 2023

Nesta Edição Editorial - Vida, Ética e Sustentabilidade -p. 2

Resenha: Repensando a relação entre a sociedade e a natureza: reflexões em "A vida não é útil" de Ailton Krenak - p. 2 Em debate: a adoção de dietas veganas e seus impactos para a saúde e o meio ambiente. - p.4 Acontece na Cidade Conheça a Biblioteca e o Museu Municipal de Capivari - p. 6 Artigo de opinião- Pra não dizer que não falei das flores, olhe pra cima! - p. 7 Entretenimento e Arte Palavra-cruzada e Fala Comunidade - p. 8

CRISE CLIMÁTICA: EVIDÊNCIAS INEGÁVEIS, MAS NÃO PARA TODOS Cientistas e ativistas ambientais avisam: estamos enfrentando uma crise climática. Mas queimadas e desmatamento continuam batendo recordes, e fenômenos extremos se tornam cada vez mais comuns: chuvas intensas e enchentes numa parte do país, seca extrema em outra. O que as fronteiras agrícolas tem a ver com a crise climática? Será que todos somos afetados por esses fenômenos da mesma maneira? O que é racismo climático? Saiba mais na página 3.

Rio Solimões, em Tabatinga, durante a seca 2023 / Imagem: Reprodução do site G1 (Rôney Elias/Rede Amazônica)

ACONTECEU NO CAMPUS De 23 a 26 de outubro, aconteceu no IFSP Capivari a 20° edição da Semana Nacional de Tecnologia e Ciência. Os estudantes e a comunidade externa puderam participar de palestras, oficinas, feira de ciências, mostra de trabalhos de ensino, pesquisa e extensão, exibição de filmes e documentários. E para encerrar a semana, o Grêmio Estudantil organizou uma Festa de Halloween. Saiba mais sobre esse evento a partir da página 7.

ESPORTE

Festa de Halloween 2023 / Imagem: Luciana Gatti

Citius, Altius, Fortius: o Fair Play e a ética na competição Será que o mais importante é mesmo competir? O Fair Play ainda tem espaço quando o assunto é esporte? Saiba mais sobre o que esse conceito significa e alguns dos seus desdobramentos na página 5.

Acesse a versão on-line através do QR Code abaixo:

Festival de Tênis de Mesa e de Voleibol no Campus Capivari Na foto, os competidores da final do Voleibol Misto Imagem: Vinicius Diniz

Confira na página 5 como foram esses festivais e os seus vencedores!

PROJETO DE EXTENSÃO JORNAL DO CAMPUS


Outubro 2023

Editorial

Vida, Ética e Sustentabilidade

Desde muito tempo ouvimos falar de mudanças climáticas, e o que antes apenas parecia um “alarme” dos cientistas sobre os riscos do aquecimento global, hoje vemos tornar-se uma realidade. Entre secas extremas e enchentes, grandes ondas de calor e de frio, é perceptível como o ser humano tem sofrido com algo que ele mesmo encadeou. Nesta edição, na nossa matéria principal, discutiremos a situação ambiental que o mundo está vivendo, a crise ou emergência climática, trazendo alguns dos principais fatores causadores e os efeitos que a sociedade está sentindo na pele, discutindo também sobre porque pessoas em situações diferentes sofrem mais ou menos com as mudanças climáticas. A emergência climática nos coloca diante de desafios que exigem de nós mudanças de hábitos, uma nova visão de mundo, uma outra forma de nos relacionar com a natureza e demais seres vivos. A resenha do livro A vida não é útil, de Ailton Krenak, nos convida a refletir sobre nossos valores, nossas escolhas e ações, e a pensar em modos alternativos de estar no mundo. Infelizmente, muitas pessoas ainda estão em negação e parecem se recusar a olhar ou fingem não perceber o problema. É possível que as manifestações artísticas consigam cumprir esse papel de alerta para aspectos problemáticos de nossa realidade? Em Pra não dizer que não falei das flores, olhe pra cima!, a professora Érica Grande une música, cinema e filosofia numa provocação necessária: o ser humano não pode mais ficar olhando para baixo, aceitando passivamente as “sombras” das desinformação projetadas na tela (ou seria uma caverna) de seus celulares, precisamos olhar para cima buscando ver a realidade à nossa volta. Aproveitando o Dia Mundial do Veganismo, celebrado no dia 01 de novembro, e pensando nas mudanças de hábitos que podem nos ajudar a enfrentar a crise climática, a seção Em Debate traz o tema “a adoção de dietas veganas e seus impactos para a saúde e o meio ambiente”. Quais são os desafios, os prós e contras que uma dieta sem qualquer alimento de origem animal de seu cardápio traz para a saúde? E quais seus impactos para o meio ambiente? Seria o veganismo um caminho para diminuirmos os gases de efeito estufa? Também nesta edição, o Aconteceu no Campus contempla a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) que aconteceu entre os dias 23 e 26 de outubro. Uma semana inteira com palestras, atividades e oficinas no âmbito da divulgação científica. O IFNews destaca a oficina e a palestra promovidas pelo Projeto de Extensão “VegProtein: proteínas vegetais para todos”, coordenado pela professora Adria de Sousa Bentes. A seção de Esportes irá tratar a ética na competição e o Fair Play no âmbito esportivo. A seção também falará sobre a continuidade e os resultados dos festivais esportivos do Projeto de Ensino “Esporte em Ação: educação pelo movimento", coordenado pela professora Irlla Diniz e organizado pelo seu bolsista Vinícius Diniz (aluno do 3° Ano de Informática). E na seção Acontece na Cidade, o IFNews convida os leitores a conhecerem dois patrimônios históricos de Capivari: a biblioteca e o museu municipal. Boa leitura! *

Isabel Assis - Técnico em Informática (bolsista) Kleiton Lucarelli - Técnico em Informática Manuela Leite - Técnico em Química Wanessa Brito - Técnico em Informática (bolsista) Servidoras Érica Grande - Professora EBTT / Língua Portuguesa Fabiana Tonin - Professora EBTT / Língua Portuguesa Fernanda Tonelli - Professora EBTT / Língua Espanhola Francine Ribeiro - Professora EBTT / Filosofia Irlla K. S. Diniz - Professora EBTT/Educação Física Michele Santos - Bibliotecária (coord. do projeto) Também colaboraram com esta edição Gustav Oscar Dumke / Vitor Rogério Reis

Repensando a relação entre a sociedade e a natureza: reflexões em "A vida não é útil" de Ailton Krenak Por Gabriela Ribeiro "Vamos ter que produzir outros corpos, outros afetos, sonhar outros sonhos para sermos acolhidos por esse mundo e nele podermos habitar. Se encararmos as coisas dessa forma, isso que estamos vivendo hoje não será apenas uma crise, mas uma esperança fantástica e promissora." Ailton Krenak

“A vida não é útil”, do líder indígena, ambientalista, jornalista e escritor Ailton Krenak, é uma obra que nos convida a refletir sobre a relação do ser humano com o mundo e a natureza e de como essa relação deve ser repensada. Durante o livro, que é dividido em 5 textos de variadas palestras do escritor, ele faz duras críticas ao capitalismo e à “civilização”, denunciando as tendências destrutivas desse modelo. Além disso, ele traz um questionamento interessante sobre a ideia de progresso que temos atualmente e de como se deve questionar o atual modo de vida ocidental no qual a sociedade enaltece o consumismo desenfreado e cuja economia adquire uma importância muito maior do que a vida. Krenak também faz críticas e questiona a crença no antropocentrismo, citando que há uma presente busca da humanidade pela sensação de poder. Segundo ele, acreditamos na ideia de que somos donos da terra, enquanto somos apenas inquilinos barulhentos. O autor oferece uma perspectiva indígena e explica como o seu povo lida com essas questões relacionadas ao mundo e à natureza. Ao longo da obra, Krenak defende que a sociedade deve repensar as ações realizadas que são prejudiciais ao mundo. O livro é uma escolha indispensável de leitura, pois é uma obra que nos presenteia com reflexões inestimáveis e nos lembra do que realmente é importante. Ele nos inspira a buscar uma forma diferente de nos relacionarmos com o planeta e com as pessoas à nossa volta, buscando viver em uma sociedade onde o cuidado, a harmonia e o respeito estão presentes e a preservação da vida e da natureza tem a importância que é necessária. *

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Discentes dos Cursos Técnicos Integrados ao EM Daniel Nere - Técnico em Informática para Internet Elis Bianchi - Técnico em Química Elisa Pagotto - Técnico em Química Gabriela Ribeiro - Técnico em Química Gabrielle Favero - Técnico em Química Gabrielly Coelho - Técnico em Informática Henrique Ferreira - Técnico em Informática

Informações bibliográficas Título: A vida não é útil Autor: Ailton Krenak Editora: Companhia das Letras Número de páginas: 128 Ano de publicação: 2020

Capa do livro A vida nã é Imagem: repr útil odução siteo da editora

Participaram desta edição


Outubro 2023

Crise climática: evidências inegáveis, mas não para todos As expressões “crise climática” ou “emergência climática” têm sido muito usadas para alertar sobre a atual situação ambiental que o planeta tem enfrentado. Desse modo, estudiosos da área e ativistas do clima alertam e denunciam ameaças à biodiversidade e chamam atenção para as consequências do aquecimento global. O aquecimento global é um fenômeno climático que ocorre devido à emissão de gases de efeito estufa, causando um aumento na temperatura média do planeta. Duas das principais causas desse fenômeno são o desmatamento e a queimada de florestas. Entre 1985 e 2022, o Brasil perdeu cerca de 185 milhões de hectares em decorrência das queimadas, segundo dados do Projeto MapBiomas. Tal situação afeta diretamente a qualidade do solo e a biodiversidade, além de impulsionar a emissão de gases de efeito estufa. Em 2022, de acordo com o Global Forest Watch, o Brasil foi o país que mais desmatou dentre todos os outros países do mundo. Uma das áreas que mais têm sofrido com as queimadas é a Amazônia. Como aponta a jornalista e escritora Eliane Brum, “A Amazônia é o centro do mundo e vive problemas urgentes e, se não entendermos isso e agirmos rapidamente pela sua preservação, vamos pagar um alto preço com a nossa própria vida”. Atualmente, temos percebido drásticos eventos climáticos em diversas partes do Brasil. Como exemplo, temos as secas extremas na Amazônia que afetaram os braços do Rio Solimões, de modo que as populações ribeirinhas ficaram isoladas, com dificuldade para acesso à comida e água. Enquanto um estado do Brasil sofre com secas extremas, outro é afetado diretamente pelas chuvas intensas. Cidades do Rio Grande do Sul têm enfrentado desde o começo de setembro os efeitos de um ciclone tropical, que deixou mais de 3 mil pessoas desabrigadas e 27 mortos. Mas o problema não está apenas no nosso país. Em meados de janeiro de 2020, vimos a Austrália em chamas. Devido a temperaturas elevadas em todo o país, mais de 18 milhões de hectares foram completamente devastados pelo fogo, que levou consigo vidas humanas e causou danos irreparáveis à biodiversidade. A crise climática também se faz perceber no derretimento das geleiras do planeta, o que tende a causar aumento no nível do mar e, consequentemente, o desaparecimento de cidades e até países inteiros, além de ameaçar de extinção diversas espécies.

Expansão das fronteiras agrícolas Outro aspecto a se considerar nessa discussão diz respeito às fronteiras agrícolas, zonas onde ocorre a última expansão das atividades de agricultura e pecuária, em direção ao meio natural, às matas nativas, biomas e florestas. De acordo com o geógrafo e professor Tiago Berg, as fronteiras agrícolas sempre existiram ao longo da história, mas, sobretudo, no Brasil e na América Latina, foram se originando a partir da colonização no litoral, onde ocorreram as primeiras atividades de ocupação humana, avançando para o interior em diferentes fases históricas. A ampliação das fronteiras agrícolas para o avanço da pecuária e a produção da agricultura vem intensificando o desmatamento e contribuindo com as mudanças climáticas. Por exemplo, nas últimas décadas, houve o agravamento das condições de seca na zona de transição entre o leste da Amazônia e o Cerrado. O desmatamento desenfreado nessas áreas traz sérios problemas para a estabilidade dos biomas, acarretando no aumento da temperatura média e no agravamento de períodos de secas. Vale lembrar que zonas como Cerrado são importantes para a recarga de aquíferos e, no caso da Amazônia, a sua biomassa (ou seja, a expressiva quantidade de vegetação que libera umidade no ar pela transpiração da floresta) atua na regulação da quantidade de chuvas e do clima a nível global e, em especial, para a América do Sul.

Por Gabrielly Coelho, Henrique Ferreira, Wanessa Brito

A intensificação do desmatamento e das queimadas implica grandes impactos não apenas em termos de perda de biodiversidade, mas também econômicos, à medida que os eventos climáticos e meteorológicos se tornam mais intensos e severos para setores como agricultura, energia e abastecimento. Segundo Tiago Berg, hoje o país possui uma ampla legislação que engloba leis de uso do solo, e também que regulam o desmatamento. O professor chama atenção para o contexto de criação das legislações e para os embates políticos travados entre diferentes grupos de interesse. No Brasil, políticas a favor da preservação ambiental sofrem muita pressão no Congresso Nacional da bancada ruralista, que defende os interesses dos grandes proprietários rurais. A bancada tenta flexibilizar leis ambientais, como o Código Florestal, o que pode causar prejuízos ao meio ambiente a médio e longo prazo. Nos últimos anos, a sociedade civil, contudo, tem pressionado seus representantes, exigindo deles um maior compromisso com nossa diversidade ambiental, sobretudo, de modo a proteger biomas como o do Cerrado e das florestas tropicais. O professor também chama a atenção para o fato de que a nível internacional, a implementação e o respeito às práticas ambientais mais sustentáveis na agricultura passaria uma imagem positiva do país, contribuindo para um desenvolvimento mais equitativo em todas as áreas.

Racismo climático Outro ponto relevante nesta discussão diz respeito a como esses problemas afetam as pessoas. Será que atingem a todos da mesma forma? Com certeza, não! O mundo sofre com o chamado racismo climático. De acordo com a socióloga e professora Maria Amélia Pagotto, racismo climático, também chamado de racismo ambiental, é a percepção de que os problemas climáticos afetam de forma diferente diferentes grupos na sociedade (mulheres, pobres, negros, quilombolas, ribeirinhos, indígenas). Por exemplo: a forma que as enchentes prejudicam as pessoas pobres, que não têm boas opções de moradia e vivem próximas a rios que correm o risco de alagar, é completamente diversa do que acontece com pessoas de alto poder aquisitivo, que não têm que se preocupar com isso. A socióloga afirma que os problemas do racismo ambiental começaram no Brasil Império, perduram no Brasil República e ficam ainda mais intensos no Brasil do século 20. Com a industrialização e a urbanização, ocorreram ocupações desenfreadas nas cidades, fazendo com que pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social tivessem que morar em lugares precários, em péssimas condições de higiene e mais expostos a enchentes e desmoronamentos. Pessoas que sofrem com o racismo climático convivem com o medo, na expectativa da próxima chuva que poderá acabar com suas casas. São assombradas com o medo de ter que começar de novo. A população mais vulnerável do município de Capivari que, por décadas, vem sofrendo com as enchentes, exemplifica a injustiça ambiental e o racismo climático. Todos os anos, nos meses com mais volume de chuva, dezembro-janeiro, dezenas de famílias veem suas casas serem invadidas pela água e pela lama, perdem móveis, eletrodomésticos, roupas, precisam deixar suas casas, ficam desalojadas. Falar de injustiça ambiental e de racismo climático é chamar a atenção para problemas estruturais do nosso país. Somos um país que manteve mão de obra escravizada por mais de 300 anos e que, após a abolição, não teve política pública de reparação. Esse fator empurrou milhares de pessoas para moradias em áreas de risco, sem infraestrutura, na mais completa vulnerabilidade. Assim, para enfrentar os desafios da emergência climática, precisaremos enfrentar também velhos problemas da sociedade brasileira. * 3


Outubro 2023

Em debate

O tema da seção Em debate desta edição é: a adoção de dietas veganas e seus impactos para a saúde e o meio ambiente. Agradecemos as contribuições recebidas. Por questão de espaço, escolhemos uma para ser publicada, mas os leitores poderão acessar todas as contribuições através do link: https://abre.ai/he4e

Enverdecendo

Gustav Oscar Dumke Aluno do curso FIC Auxiliar Administrativo IFSP Capivari

Só quem já adotou uma dieta vegana é capaz de conhecer os impactos benéficos sobre a saúde e ao meio ambiente que esta proporciona. Vinculamos tão intimamente o ato de comer carne a um componente emocional que, quando somos apresentados a um hábito mais saudável, sentimos muita resistência. Esse vínculo cultural que o alimento nos proporciona, essa partilha do alimento fruto da caça, com os familiares, remonta aos período do neolítico e impregna nossa genética profundamente. Mas aquele era um tempo em que não havia espaço para o sedentarismo. Uma alta ingestão de proteínas de origem animal, atualmente, é a receita perfeita para o desenvolvimento de inúmeras patologias, cita-se a arteriosclerose, a obesidade e até mesmo doenças neurodegenerativas. O consumo de lacticínios, promove um retrocesso absurdo na absorção de nutrientes no intestino, e nossa fisiologia não é capaz de eliminar tais toxinas e muco. Não é preciso lembrar que dentre os mamíferos somos os únicos a continuar bebendo leite após a idade adulta. Por outro lado, como se não bastasse o caos interior de nossos organismos, surgem as mudanças climáticas cruentas e o aquecimento global. Podemos afirmar sermos nós mesmos os responsáveis enquanto consumidores. Já não é mais uma teoria da conspiração o fato de grande parte da emissão de gases do efeito estufa ser proveniente da criação de bovinos em sistemas intensivos. E essa preocupação já nasce no século passado, com o livro Primavera Silenciosa e também com o Animal Machines, obras pioneiras ao chamar atenção ao bem-estar animal, que seria uma ilusão nestes sistemas industriais e poluentes de produção de carne. Portanto, mesmo que o veganismo, que segundo Peter Singer (2010)* dê consistência e significado a todas as outras atividades a favor dos animais, este ainda irá exigir uma certa mudança em nossas condições e hábitos de vida. Mudar para uma dieta a base de plantas, "veganecer" o organismo, pode ajudar a proteger a natureza, auxiliar o bem-estar físico, psíquico e espiritual, mas os sistemas econômicos e de governança vigentes ainda não aparentam estar com muita vontade de perder essa fonte de riquezas. Por isso, resgatamos tal força de vontade em nosso íntimo em prol da vida, não só da nossa, mas das futuras gerações neste planeta terra, rico em biodiversidade. Tente, a partir de agora, nutrir seu organismo com alimentos 100% livres de crueldade e doenças e dê uma chance ao seu corpo e ao Planeta Terra para se curar. É chegado o momento de contrabalancear a destruição com hábitos de cuidado e de carinho ambiental. * *SINGER, Peter. Libertação animal. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. 4

Esporte

Citius, Altius, Fortius: o Fair Play e a ética na competição Por Daniel Nere, Elis Bianchi e Manuela Leite

A competição é um dos pilares do esporte, ou seja, é o que o torna parte da cultura global e é fundamental, inclusive, para a sua concepção. Mas será que a competitividade em excesso é saudável? A competitividade pode ter impactos negativos para sociedade quando promove a exclusão de um determinado grupo, agrava a desigualdade, fere os valores ou mesmo o corpo do adversário, além de causar situações de estresse e ansiedade. É importante encontrar um equilíbrio entre a competição e a competitividade; a esse equilíbrio, damos o nome de espírito esportivo. O espírito esportivo refere-se a um conjunto de atitudes e comportamentos que enfatizam a ética e o respeito entre os competidores. Ele é fundamental para manter a organização e a integridade no esporte e promover um ambiente saudável para todos, possibilitando espaços de competição verdadeiramente inclusivos. No escopo dessa discussão, podemos citar também o Fair Play. Traduzido do inglês, Fair Play é uma expressão que significa “jogo limpo e justo”. Possui origem na sociedade Aristocrática Inglesa e foi difundido pelo Barão Pierre de Coubertin. O Fair Play é a base do espírito esportivo: é a ideia de ganhar de forma honesta, seguindo as regras e reconhecendo o esforço, a dignidade e o mérito do outro. Trata-se da valorização da camaradagem, da empatia e da cooperação. Atualmente, o Comitê Olímpico Internacional (COI) confere uma honraria especial para os atletas que demonstram alto grau de esportividade: a medalha Pierre de Coubertin, concedida a somente vinte pessoas em toda a história do esporte moderno. Eugenio Monti, atleta italiano de bobsled, deixou um legado marcante ao se tornar o primeiro a receber a Medalha Pierre de Coubertin. Durante as Olimpíadas de Inverno da Áustria em 1964, ao descobrir que seus oponentes, os britânicos Tony Nash e Robin Dixon, enfrentavam dificuldades com seu trenó antes da final, ele ofereceu um parafuso reserva de seu próprio veículo, auxiliando os britânicos a conquistarem o primeiro lugar na prova, enquanto eles garantiram a medalha de bronze. Essa não foi a única demonstração de sua natureza generosa, já que em outra ocasião, ajudou uma equipe canadense cujo trenó também foi danificado e corria o risco de desclassificação. Monti e sua equipe de mecânicos consertaram o trenó, permitindo que os canadenses continuassem na competição. Outro atleta que conseguiu a medalha Pierre de Coubertin foi o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, único latino-americano prestigiado com a honraria. Bicampeão Pan Americano e medalhista de bronze nas Olimpíadas de Atenas 2004, o ex-maratonista paranaense conquistou o prêmio após um incidente em uma corrida daquela mesma edição dos Jogos Olímpicos. Enquanto liderava a maratona, ele foi atacado por Cornelius Horan e, apesar de conseguir voltar à liderança da corrida, não manteve o mesmo ritmo e finalizou a prova em terceiro lugar. Apesar de ter conquistado essa colocação, Vanderlei cruzou a linha de chegada com extrema felicidade, demonstrando seu espírito olímpico e sem reclamar do resultado que, nitidamente, foi influenciado pelo ataque. *


Outubro 2023

Vanderlei Cordeiro de Lima é atacado nas Olimpíadas de Atenas. Imagem: reprodução do site Jornal do Tocantins

É muito importante tentar aplicar o Fair Play em nosso dia a dia, porque na sociedade em que vivemos, tudo vira motivo de competição. “O fair play da vida real é agir com a verdade. Significa mais que um respeito às regras, pois cobre a noção de amizade, de respeito ao próximo e representa o modo de pensar” Diz Etienne Henklein, professor do Centro Universitário Internacional (UNINTER) e especialista em Artes Visuais. Portanto, o Fair Play é um elemento fundamental não apenas no esporte, mas na vida em sociedade. Ele engloba os princípios de respeito mútuo, integridade e espírito esportivo. Promovê-lo, estimula não apenas uma competição saudável, mas também fortalece os laços entre atletas, equipes, torcidas e comunidades. É a chave para a construção de um ambiente positivo que transcende as fronteiras do esporte e se estende para a vida. E você, já refletiu sobre como pode adotar esses valores na sua vida hoje? *

Festival de Tênis de Mesa e de Voleibol O projeto de ensino “Esporte em Ação: educação pelo movimento" desenvolvido pela professora Irlla Diniz e pelo bolsista Vinícius Diniz (aluno do 3º Informática) deu continuidade aos festivais esportivos. No mês de setembro, foram realizados os Festivais Feminino e Masculino de Tênis de Mesa, e no mês de outubro o Festival Misto de Voleibol. Acompanhem os resultados: Tênis de Mesa Feminino: 1º LUGAR: Giovana Bisetto Piai; 2º LUGAR: Vitória Pereira Nascimento; 3º LUGAR: Anabelli Aguiar. Tênis de mesa Masculino: 1º LUGAR: Hilquias Marreiro Pereira; 2º LUGAR: Vinicius de Almeida; 3º LUGAR: Vinícius de Souza Fernandes . Voleibol Misto: 1º LUGAR: “Guibes e amigos”; 2º LUGAR: “LP e subordinados”; 3º LUGAR: “Fênix”

Como já mencionado na edição anterior, o projeto prevê também o Prêmio Fair Play, que valoriza as boas condutas esportivas, tema desta edição da seção de esportes. Os vencedores foram: Tênis de Mesa: Victor Hugo de Paula; Voleibol: Gabriel Faria; Honraria Coletiva: Equipe “De cara na bola”.

Victor Hugo de Paula, vencedor do prêmio Fair Play do tênis de mesa, com a professora Irlla Diniz / Imagem: Vinícius Diniz

O IFNews almeja que seja possível exercitar o Fair Play em diferentes espaços da formação promovida pelo IFSP, de forma que as competições valorizem e reconheçam o espírito esportivo! O próximo festival será o de futsal, os jogos ocorrem nos intervalos das aulas, venham prestigiar! Instagram do projeto: @esporteduca.cpv *

Acontece na cidade

Patrimônios Históricos de Capivari: Conhecendo um pouco mais sobre a Biblioteca Municipal e o Museu Histórico de Capivari Por Gabrielle Favero e Kleiton Lucarelli

Todo município tem uma Secretaria da Cultura, órgão que tem como função administrar e promover políticas municipais de apoio e incentivo à Cultura. As competências dessa corporação são: a Biblioteca Pública, o Conservatório Municipal, o Museu da Cidade, as Oficinas Culturais dos bairros e outros espaços culturais. Em nossa cidade, Capivari, isso não é diferente. Dentre essas competências, daremos destaque à Biblioteca Municipal João Batista Prata e ao Museu Histórico Dr. Cesário Motta Júnior. Para isso, fizemos uma pequena entrevista com a responsável pela Biblioteca Municipal, Josiani Bresciani, que atua no cargo de Auxiliar de Biblioteca. Também conversamos com a Técnica em Museologia, Gabriela Fiuza, e com a Coordenadora do Museu de Capivari, Simone Gagliardi. Ao decorrer da conversa sobre a agenda cultural de ambos locais, ficamos sabendo que a programação de 2023 já foi encerrada. No entanto, encontra-se em planejamento para o próximo ano. Abaixo, destacamos os principais assuntos abordados na entrevista. IFNews: Desde quando a instituição está em funcionamento na cidade? Poderiam fazer um breve histórico da instituição? Josiani (Biblioteca): A instalação da Biblioteca Municipal se deu na gestão do prefeito municipal Sr. Miguel Simão Neto, em 10 de julho de 1959, que nomeia Sra. Ládia Duarte para ser a responsável pela mesma, e dá o nome de João Batista Prata à Biblioteca Municipal. Gabriela (Museu): O Museu Histórico Municipal Doutor Cesário Motta Junior foi criado em 1957 e a inauguração aconteceu em abril de 1958. Até o ano 2000, foi administrado pelo Governo do Estado de São Paulo. Em 2013, foi realizada a doação do acervo ao município e atualmente o edifício sede, na Praça José Zuza – Centro, passa por um processo de regularização para início das obras arquitetônicas visando acessibilidade, melhor atendimento do público e salvaguarda de acervo. IFNews: Onde está localizada e qual o horário de funcionamento? 5


Outubro 2023 J:A biblioteca está localizada Rua Madre Valéria, 287, Centro, CapivariSP e funciona de segunda a sexta-feira das 8 às 17 horas. G: Atualmente, o acervo está em exposição na Rua Madre Valéria, 287, Centro, Capivari e pode ser visitado de segunda-feira a sexta-feira, das 8 horas às 17 horas. IFNews: Tem algum site com informações referentes ao espaço? Quais são os canais de comunicação com o público externo? J: Pessoas interessadas em saber mais sobre a Biblioteca Municipal podem acessar o site https://capivari.sp.gov.br/portal/. Para o contato direto, você pode ligar para o telefone: 3492-2559 G: A informações institucionais estão disponíveis no site da prefeitura: https://capivari.sp.gov.br/portal/secretarias/cultura-e-turismo/ e a comunicação é feita no site da prefeitura, onde acontece a divulgação dos eventos, e pelo telefone (19) 3491-2722. IFNews: É possível consultar o acervo? Vocês realizam empréstimo de materiais? Se sim, como funciona? J: Sim. Tem que vir até a biblioteca munido de alguns documentos: comprovante de residência, 2 fotos 3x4 e documento com foto para fazer o cadastro, com isso você pode levar até 3 livros e ficar 15 dias com o mesmo. G: O acervo do MCMJ é formado por 8 mil itens e parte desse acervo está disponível. Atendemos a população sem necessitar de agendamento, além de grupos agendados e pesquisadores para consulta dos documentos em reserva técnica. Frequentemente o acervo é solicitado para exposições temporárias em instituições e eventos realizados em Capivari e outros municípios. O empréstimo é solicitado através de documentação e ofício para a Secretaria de Cultura e Turismo. IFNews: Gostaria de acrescentar mais alguma informação? J: Quando quiserem fazer uma visita, é só entrar em contato que estaremos à disposição. G: O museu busca oferecer a dimensão educacional entre seus diversos públicos e práticas educacionais relacionadas a exposições, acervos e produção de conhecimento de forma acessível, provendo condições de comunicação incentivando diálogos, ampliação de repertório, ações de valorização e conhecimento sobre acessibilidade e pertencimento através do reconhecimento cultural, visando ações multiplicadoras e formação de público. *

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia Por Isabel Assis e Elisa Pagotto

Durante os dias 23 a 26 de outubro, no IFSP Capivari, aconteceu a 20° edição da Semana Nacional de Tecnologia e Ciência (SNTC). A semana contou com diversas palestras, exibição de filmes e documentário, e oficinas nas quais os projetos de pesquisa e extensão puderam expor os resultados dos seus trabalhos. Além de uma feira de ciências organizada pelos alunos do curso técnico de química.

Proteínas vegetais para todos com o Projeto de Extensão VegProtein Na quinta-feira, 26 de outubro, a equipe do Projeto de Extensão “VegProtein: proteínas vegetais para todos” realizou a oficina “Proteínas vegetais, diversificando a comida do dia a dia” no período da manhã. No período da tarde, também na quinta-feira, as bolsistas juntamente com a professora Adria realizaram uma palestra com o tema "Como alimentos ultraprocessados podem ser mais acessíveis (financeiramente) do que alimentos "in natura?" Esse projeto tem como coordenadora a professora Adria de Sousa Bentes, e como bolsistas as alunas Gabrieli Teles e Sthefany Silva, ambas do terceiro ano de química.

Oficina Proteínas vegetais, diversificando a comida do dia a dia / Palestra Como alimentos ultraprocessados podem ser mais acessíveis (financeiramente) do que alimentos "in natura? Imagens: Arquivo pessoal das bolsistas do projeto

A escolha de realizar essa oficina na SNTC surgiu a partir da ideia de fazer com que as pessoas provassem algumas das sugestões de receitas já divulgadas no instagram do projeto. Segundo as bolsistas, a oficina foi um sucesso e todos que estavam presentes gostaram muito da experiência e se surpreenderam positivamente com as preparações. Algumas pessoas até levaram para casa. Elas consideram que, do projeto inteiro, essa foi a melhor parte, a parte que saíram de trás das telinhas e realmente colocaram a mão na massa. O projeto, segundo Sthefanny e Gabrieli, tem como objetivo “veicular informações, através da página @nopratotododia, sobre combinações de vegetais para obtenção de boas fontes de proteínas, por meio de sugestões de preparações e aplicações, para que nossos pratos no dia a dia possam ser diversificados, de qualidade, e com baixo custo.”

Biblioteca Municipal de Capivari Imagem: Josiani Bresciani

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Aconteceu no Campus

Exposição de obras de Tarsila do Amaral no Museu de Capivari / Imagem: Gabriela Fiuza

A alimentação é uma questão de saúde pública, e muitas dúvidas em relação a esse tema surgem: “Quanto de vegetais eu preciso ter no meu prato?” “Como eu posso diversificar a minha alimentação de forma que não demande muito custo?” Dúvidas como essas fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, e o projeto busca respondê-las de forma prática e eficiente no instagram @nopratotodia. *


Outubro 2023 Pra não dizer que não falei das flores, olhe pra cima!

Apresentação do Jornal do Campus No dia 24 de outubro, a equipe do Jornal do Campus realizou uma atividade durante o período da manhã no auditório do Campus Capivari. A atividade visava explicar o processo de criação do projeto e a elaboração das edições. A equipe teve a oportunidade de relatar a experiência de fazer parte desse projeto e de distribuir mais alguns exemplares dos jornais para os presentes.

As bolsistas Isabel Assis e Wanessa Brito durante apresentação / Parte da equipe do Jornal do Campus: professora Francine Ribeiro; Wanessa Brito, Henrique Ferreira; Gabrielly Coelho, Kleiton Lucarelli; Gabrielle Favero, Isabel Assis e a coordenadora do projeto, a bibliotecária Michele Santos / Imagens: arquivo pessoal da equipe

A 20 ª edição da Semana Nacional de Tecnologia e Ciência contou com diversas apresentações e palestras. Tivemos a participação de ex-alunos e de alunos de outras escolas apresentando experimentos na feira de ciências, além de rodas de conversas e oficinas dos projetos de pesquisa e extensão do nosso campus. *

Halloween 2023

No dia 27 de outubro, o campus contou com uma Festa de Halloween organizada pelo Grêmio Estudantil. A festa teve início às 11h30, com direito à karaokê, dança das cadeiras, jogos, dinâmica especial na biblioteca, concurso de fantasias e até mesmo banho de chuva. Para a dinâmica da biblioteca havia um caminho a ser seguido: o local foi decorado de modo assustador, com panos escuros nas janelas para escurecer o ambiente e alguns estudantes voluntários tiveram a função de assustar e perseguir quem estivesse disposto a participar da atividade. No ano anterior, essa atividade foi realizada de forma similar , o que serviu de inspiração para o Halloween de 2023. No concurso de fantasias, houve premiações: um vale-pizza do MamaMia, para o primeiro lugar; um kit com uma caixinha de som, fone de ouvido e mousepad, para o segundo; e um pacote de balas para o terceiro lugar. Os critérios foram: criatividade, reação do público e a motivação da fantasia. Confira os vencedores:

1º lugar - Henrique Nascimento fantasiado de Spider-Man Black Suit (a fantasia foi toda feita à mão!) Imagem: arquivo Henrique

2º lugar - Vitória Nascimento Fantasiada de Papa Emeritus da banda “Ghost” / Imagem: arquivo Vitória 3º lugar - Gabrielli Pereira, Gustavo Moreira, Letícia Demori e Vitória Caroline fantasiados do filme “Shrek” Imagem: arquivo Gabrielli

O Halloween 2023 se estendeu até as 17h e foi um sucesso, um momento de muita diversão para os estudantes. *

Por Erica Grande professora de Língua Portuguesa

Fazer referência a manifestações artísticas para tratar de aspectos da realidade humana e seus problemas não é novidade. Também não é novidade falar da canção de Geraldo Vandré para pessoas de gerações do século XX, mas talvez o título deste texto seja inédito para muitos jovens do século XXI. Por isso, gostaria de esclarecer que não vou falar exatamente de flores nem de seu perfume ou de sua beleza e simbologia, apesar do tema necessário e urgente da preservação do meio ambiente ser o fio condutor das reflexões que serão expostas aqui. Além disso, pretendo esclarecer a aparente incoerência do título escolhido. Bem mais recente que a canção é a obra cinematográfica “Não olhe para cima”, do diretor Adam McKay, lançada no Brasil em dezembro de 2021. Nesta produção, o planeta Terra está na rota de colisão de um cometa descoberto por dois astrônomos Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) que tentam alertar as autoridades americanas sobre a fatalidade que se aproxima, mas são ignorados. Primeiramente pela presidente dos EUA, Orlean (Meryl Streep), que está mais preocupada com sua campanha de reeleição, e em seguida pela mídia, que transforma a notícia em entretenimento e distração. Diante da rápida aproximação da catástrofe, apenas seis meses até o cometa destruir o planeta, os cientistas tentam gerenciar o ciclo de notícias e ganhar a atenção do público controlado pelas mídias sociais. No entanto, a população não quer acreditar neles, a mídia não quer dar notícias tristes para o mundo, a presidente não quer perder as eleições e um multimilionário CEO de uma mega empresa de tecnologia entra na história com intenção de explorar economicamente o evento astronômico e lucrar com os minerais trazidos no interior do cometa. Eu poderia ainda fazer menção ao mito da caverna de Platão, que utiliza uma alegoria para tratar da importância do senso crítico e da razão para que os indivíduos possam se “libertar das correntes” e buscar o conhecimento verdadeiro, representado pelo mundo exterior à caverna. Desse modo, o apelo dos cientistas do filme se assemelha à atitude do prisioneiro que se liberta das correntes e volta para ajudar seus iguais presos na ignorância. Mas, para não dizer que não falei das flores, quero aproveitar a crítica que o filme apresenta contra o negacionismo da ciência para fazer um paralelo com a realidade que estamos vivendo agora, em 2023. Não estamos na iminência de uma colisão com um cometa, no entanto, os reflexos do aquecimento global estão cada dia mais evidentes, de modo que até mesmo os pseudocientistas que defendem teses contrárias à antropogênese das mudanças climáticas estão encontrando dificuldades para defenderem seus argumentos. Basta verificar, por exemplo, os resultados de estudos meteorológicos das agências internacionais sobre a previsão de um Super El Niño em 20232024. (https://metsul.com/el-nino-ganha-forca-e-se-aproxima-dopatamar-de-super-el-nino/) Não apenas as flores, mas toda a flora, a fauna e os ecossistemas do planeta estão sofrendo as consequências dos impactos do ser humano. Assim, a canção de Vandré nos inspira a caminhar e a cantar em defesa da preservação do meio ambiente. O ser humano não pode mais ficar olhando para baixo, aceitando passivamente as “sombras” das desinformação projetadas na tela (ou seria uma caverna) de seus celulares. Assim como no filme, precisamos olhar para cima buscando ver a realidade à nossa volta. “Vem vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” * 7


Outubro 2023

Palavras Cruzadas

Fala, comunidade! Charge de autoria da aluna Jhovanna Carolliny Gomes de Souza, do 2º ano do curso técnico de Informática integrado ao ensino médio do IFSPCapivari.

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