ygino | H a ré d n A | r e y e m ie N ré d An iar | u g A a m ti Fá | a d n a ir M s rk Da antos | S s o d a n lia Ju | e d ra d n A Gilson íllà w x a m | i n ra o m . m | s e d n Leka Me | ro va Fa lia a th a N | o b m la u morais | M elli p o C n a Y | a z u o S l a V | ch Reitchel Kom na Eleison, ey K y) b d te ra u (c ria do ra Cu Yhuri Cruz Pablo León de La Barra &
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Abre Alas 16 The Unspoken ck Abre Alas 16 / el zív di In O without looking ba 2 / To continue on s trá ra pa ar ir sem olh 4 Para segu eyer 8 André Niem gino 10 Andréa Hy
nda 12 Darks Mira uiar 14 Fátima Ag
drade 16 Gilson An
s Santos 18 Juliana do es 20 Leka Mend i 22 m. moran
morais 24 max wíllà 26 Mulambo
varo 28 Nathalia Fa mch 30 Reitchel Ko 32 Val Souza 34 Yan Copelli
& Yhuri Cruz ón de La Barra eison, Pablo Le El a yn Ke ) by ted Curadoria (cura
A GENTIL CARIOCA _ Rio de Janeiro, 2020
O INDIZÍVEL - ABRE ALAS 16
Abre, abre, abre-alas
Abre abre, abre-alas
Dezesseis anos de carnaval
Dezesseis anos de carnaval
Olha ouve a nova arte
Olha ouve a nova arte
Que vem chegando no alto astral
Que vem chegando no alto astral
Os curadores esfregaram a lâmpada
A arte é o invisível, o escondido, o indizível
uma brisa de dentro subiu Saiu o gênio das artes 14 artistas entre 600 Saiu o gênio das artes 14 artistas entre 600 Meu orixá me diz agora, como podemos escolher, como vamos encontrar mais artistas para encantar Agora neste momento, em que a ordem agride a arte
E lá vem Gentil, a carioca, mais uma vez Tentando olhar a sorte A gente dança para oferecer São 14 artistas que chegaram pra perguntar Aonde estamos nós? “Que país é este?” América do Sul É homem mulher, LGBT preto, branco, azul, amarelo, vermelho, onça, peixe,
Como podemos viver, viver sem arte
manga, jaca e jabuti
Arte é poesia, é magia Sem ela tudo é propaganda,
Viva nosso planeta terra,
controle social pobreza infernal
vamos à luta, firmeza no timão A floresta é água, somos oceano,
Precisamos muito da arte,
todo mundo é gente, viva gente
Cantar, dançar e também sonhar
e vamos com muito amor
Pintura escultura e performance,
e com gentileza em nosso coração
Palavra vídeo e fotografia E desenhando a vida, vamos caminhando neste carnaval 2
E desenhando a vida, vamos sambando neste carnaval
A Gentil Carioca musicado por Ernesto Neto e Kuska
THE UNSPOKEN - ABRE ALAS 16
Open,open, abre-alas Sixteen years of carnival Listen look the new art Arriving in high spirits
Open open, abre-alas Sixteen years of carnival Listen look the new art Arriving in high spirits
The curators rubbed the lamp a breeze rose from within The genie of art came out 14 artists from among 600 The genie of art came out 14 artists from among 600
Art is the invisible, the hidden, the unspoken And here comes Gentil, the Carioca, once again Trying to look at luck We dance as an offering
My orisha tells me now, how we can choose, how are we going to find more artists to delight Now at this moment when order attacks art
There are 14 artists who arrived to ask us Where are we? “What country is this?” South America Man woman, LGBT black, white, blue, yellow, red, jaguar, fish, mango, jackfruit and tortoise
How can we live, live without art Art is poetry, is magic Without art all is propaganda social control hellish poverty We need a lot of art Singing, dancing and also dreaming Paintings sculptures and performances Words videos and photography Drawing life we walk in this carnival Drawing life we dance in this carnival
Long live our planet earth, let’s fight, firmness at the helm The forest is water, we are ocean everybody is a person, long live the people and here we go with lots of love and kindness in our hearts
A Gentil Carioca set to music by Ernesto Neto and Kuska
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Para seguir sem olhar para trás Que a destruição comece, e que seja de dentro, que ela venha com a percepção dos olhos, com algo que nunca foi visto. De onde podemos ver, arrancar e perceber e assimilar? Mais do que convidar, mais do que aceitar, mais do que admitir, mais que se redimir, mais que saber do privilégio, mais do que citar paridades. Fazer parte ao perceber a ignorância. O que não se pode ver, saber e negar? Que os corpos são múltiplos e múltipla é a inteligência. Que o que é coletivo pode ser estrutural e o que é estrutural pode ser refeito por dentro e por fora. E quem está dentro? Aqui dentro artistas, fazendo sua arte para nós, o público. Que seja assim, que as categorias sejam das inteligências, das linguagens, das vistas de perto. Uma exposição. É para ser levada a sério, é para ser vista muitas vezes, é para contar para todas as pessoas, é para star com todas as pessoas, é para perceber que tem alguma coisa ali que não tinha antes. É só para ser arte. E cada nome deve ser dito em voz alta: André Niemeyer Andréa Hygino Darks Miranda Fátima Aguiar 4
Gilson Andrade Juliana dos Santos
Leka Mendes m. morani max wíllà morais Mulambo Nathalia Favaro Reitchel Komch Val Souza Yan Copelli
COMISSÃO DA FRENTE
Keyna Eleison, Pablo León de La Barra & Yhuri Cruz
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To continue on without looking back Let the destruction begin, and from within, let it come through the perception of eyes, with something that has never been seen.
From where we can see, pull, perceive and assimilate? More than inviting, more than accepting, more than admitting, more than redeeming, more than knowing the privilege, more than quoting parities. To be a part of perceiving ignorance. What can’t you see, know and deny? That bodies are multiple and multiple is intelligence. What is collective can be structural, and what is structural can be remade from within and without. And who is inside? Artists inside here, creating their art for us, the public. Let it be so, that the categories be of intelligences, of languages, of close looks. An exhibition. It is to be taken seriously, it is to be seen many times, it is to be talked about with everyone, it is to ‘star’ with everyone, it is to realize that there is something there that wasn’t there before. It’s just there to be art. And each name must be said out loud: André Niemeyer Andréa Hygino Darks Miranda Fátima Aguiar Gilson Andrade Juliana dos Santos 6
Leka Mendes
m. morani max wíllà morais Mulambo Nathalia Favaro Reitchel Komch Val Souza Yan Copelli
COMISSÃO DA FRENTE
Keyna Eleison, Pablo Leon de La Barra & Yhuri Cruz
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André Niemeyer Seu trabalho mais recente faz referência ao ativismo LGBTQ+, imigração e política social, usando a sátira e o kitsch em suas telas: apropria-se da linguagem de propaganda, ou remete a uma foto de grupo em baile de carnaval ou de coletivos queer, usando a camuflagem como metáfora para indivíduos que tentam, por necessidade, passar despercebidos pela sociedade em reflexão à teoria de C.G. Jung, na qual criamos nossas máscaras para o mundo e ao mesmo tempo dissimulamos nossa verdadeira natureza. Atua como agente cultural organizando as exposições do Centro Cultural Casa da Luz desde 2017. His most recent work refers to LGBTQ + activism, immigration and social policy, using satire and kitsch on his canvases: he appropriates advertising language, or refers to a group photo at a carnival ball or queer collectives, using camouflage as a metaphor for individuals who try, out of necessity, to go unnoticed by society in reflection of the theory of C.G. Jung, in which we create our masks for the world and at the same time hide our true nature. He acts as a cultural agent and has organized the exhibitions of the Casa da Luz Cultural Center since 2017.
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h Rainha da Tiradentes, 2019 / óleo sobre tela / oil on canvas / 77 x 62cm Jungle Juice, 2019 / óleo sobre tela / oil on canvas / 200 x 150 cm g
André Niemeyer, carioca, nascido em 1969, vive em São Paulo. Artista multidisciplinar, estudou desenho industrial, design de moda e pintura. Viveu entre Londres, Paris e Nova Iorque de 1994 a 2011. André Niemeyer, born in 1969, lives in São Paulo. A multidisciplinary artist, he studied industrial design, fashion design and painting. He lived between London, Paris and NY from 1994 to 2011.
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Andréa Hygino A série Das vezes que não foi à Lua é parte de pesquisa iniciada em 2017 e que se desenvolve em estratégias arqueológicas. Quantas histórias inscritas, apagadas, soterradas, esquecidas e, sobretudo, sobreviventes já não foram encontradas por aquelxs que se põe a desvendar o solo? A investigação do chão como documento de memórias não contadas; coleta e inventário de fotografias e gravuras dessa superfície; enquanto reflexão sobre a forma como o arquivo é elaborado. Que interesses balizam o que deve integrar, ou não, o arquivo? O que deve ser lembrado? O que será apagado/esquecido? Quem tem direito à memória? Ou ainda, quem tem direito sobre ela? The series Das vezes que não foi à Lua is part of research initiated in 2017 and that develops archaeological strategies. How many stories have already been found inscribed, erased, buried, forgotten and, above all, survived by those who set out to unmask the soil? The investigation of the ground as a document of untold memories; a collection and inventory of photographs and prints of this surface while reflecting on how archives are created. What are the interests that guide what should be included in the archive, or not? What should be remembered? What will be erased / forgotten? Who has the right to memory? Or even, who has the right over it?
Andréa Hygino é artista e arte-educadora. Bacharela em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UERJ e Mestra em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Artes da UFRJ. Sua pesquisa artística explora linguagens diversas: desenho, instalação, fotografia, performance, desenvolvendo interesse especial pela gravura. A artista frequentou os ateliês gráficos do Parque Lage e participa do projeto de extensão universitária Experiências Indiciais no ateliê de gravura da UERJ. Andréa Hygino is an artist and art educator. Bachelor in Visual Arts from the Institute of Arts of UERJ and Master of Visual Languages from the Graduate Program of the School of Fine Arts of UFRJ. Her artistic research explores different languages: drawing, installation, photography, performance, developing a special interest in engraving. She attended graphic workshops at Parque Lage and the univer10 sity extension project Experiências Indiciais at the engraving studio at UERJ.
Das vezes que não foi à Lua, 2017-2019 (série/series) / Frotagens sobre algodão cru / Frottage on cotton paper / Dimensões variáveis / Variable dimensions
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Darks Miranda Darks propõe mostrar versões de um imaginário brasileiro e gringo, feminino e drag, fetichista e frutífero, tristeza travestida de alegria e vice-versa. Com referência primeira na mulher fruta inaugural Carmen Miranda, Darks incursiona cultura de massa adentro, passando pelo imaginário já quase esquecido da lambada, pelas mulheres fruta dos anos dois mil e pelo flerte com a póspornografia e o animismo. Para isso, faz uso de diversas mídias e formatos, como vídeos, revistas, fotografias, lambe-lambe, performance, objetos e instalações. Os diferentes trabalhos se contaminam e completam, formando todos um universo próprio. Darks proposes to show versions of the Brazilian and gringo, feminine and drag, fetishist and fruitful imaginary, sadness disguised with joy and vice versa. With reference to the inaugural fruit woman Carmen Miranda, Darks ventures into mass culture, passing through the almost forgotten lambada imagery, the fruit women of the 2000s and flirtation with postpornography and animism. For this, she makes use of various media and formats, such as videos, magazines, photographs, street posters, performance, objects and installations. The different works contaminate and complete themselves, creating a universe of their own.
12 Caroço, 2019 / esculturas (tríptico) / sculpture (triptych)/ ferro, frutas e resina / iron, fruits and resin / dimensões variáveis / variable dimensions
Autoficção e incorporação de forças obscuras e cômicas incontroláveis, Darks Miranda é uma entidade pastelão das trevas que equilibra frutas sobre a cabeça assombrada por suas antepassadas. Brota dos escombros mudos da modernidade, sem ginga, e desliza pelas camadas de lodo acumuladas no concreto através dos tempos. Em 2018, foi bolsista do programa de formação da EAV Parque Lage. Em 2019, teve sua primeira exposição individual, mulher desfruta, na Galeria Cândido Portinari. Self-fiction and incorporation of dark and comic uncontrollable forces, Darks Miranda is a dark slapstick entity who balances fruits on her head, haunted by her ancestors. She springs from the mute rubble of modernity, without swagger, and slides through the layers of sludge accumulated in concrete over time. In 2018, she received a scholarship from the EAV Parque Lage training program. In 2019, she had 13 her first solo exhibition, mulher desfruta, at the Cândido Portinari Gallery.
Fátima Aguiar Asfaltitos são amostras de rochas antropomórficas que cobrem grande parte da superfície terrestre e cujo valor e status são evidenciados nessa apresentação e catalogação. O valor agregado a cada amostra depende da quantidade de asfalto existente na cobertura do bairro em que se localiza, tornando uma amostra mais rara e cara do que outra. Os Asfaltitos são uma tentativa catalogação do presente e previsão de futuro. Asphaltites are samples of anthropomorphic rocks that cover a large part of the Earth’s surface and whose value and status are evidenced in this presentation and cataloguing. The value added to each sample depends on the amount of asphalt on the roof of the neighborhood in which it is located, making one sample more rare and expensive than another. Asphaltites are an attempt to catalog the present and predict the future.
14 Asfaltitos, 2018 / instalação com amostras antropomórficas coletadas em diferentes bairros / installation with anthropomorphic samples collected in different neighborhoods / dimensões variáveis / variable dimensions
-22.938416, -43.248500
Sem Título é uma ação feita em objetos da cidade que tenta entender a forma como lidamos com a estética e a construção imagética da mesma, a partir de apagamentos dos símbolos que mantemos e que sustentam a construção da experiência urbana. As fotografias tiradas por Gabriel Blazar e Rodrigo Pinheiro são registros da ação feita na Praça Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro, em um brasão da coroa portuguesa. Untitled is an action made from objects of the city that tries to understand the way we deal with aesthetics and the construction of imagery, by erasing the symbols that we maintain and that sustain the construction of the urban experience. The photographs taken by Gabriel Blazar and Rodrigo Pinheiro are records of the action undertaken on a coat of arms of the Portuguese crown at Tiradentes square in the center of Rio de Janeiro.
15 Sem Título, 2019 / fotografia digital / digital photography / 26 x 40 cm
FOTOGRAFIA RODRIGO PINHEIRO
Gilson Andrade
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Meridianos, 2019 / ferro e couro / iron and leather / 160 x 40 cm, cada uma das três partes / each of the three parts
Estudo para Flutuação, 2019 / Fotografia / photography / 100 x 35 cm
Gilson Andrade, Goiânia 1988. Vive e trabalha entre Goiânia e Rio de Janeiro. Artista visual e educador, mestrando em arte no Instituto de Arte da UERJ e aluno do Programa Formação e Deformação da EAV Parque Lage (2019). Tem especialização em Processos e Produtos Criativos realizada na FAV UFG (2016). É historiador pela Universidade Estadual de Goiás (2010).
Gilson Andrade, Goiânia 1988. Lives and works between Goiânia and Rio de Janeiro. Visual artist and Educator, has a master’s degree in Art from the Institute of Arts at UERJ and is a student of the Programa Formação e Deformação at EAV Parque Lage (2019). He has a specialization in Processes and Creative Products from FAV UFG (2016) and is also a historian at the State University of Goiás (2010).
Seus interesses estão relacionados à elaboração de programas sobre o processo criativo em arte e educação para instituições culturais. Investiga também o imaginário sobre o corpo negro e sua historicidade em sua produção artística. As obras falam sobre histórias soterradas, escondidas ou que operam de forma subcutânea em nós; as obras falam de uma geografia que sempre atravessou sua pele conforme movia-se pelo mundo; as obras contam como transformamos água parada em água flutuante, mudando o estado do tempo; as obras fazem parte de um arquivo vivo que criam ficções para seu próprio passado; as obras carregam algo que não será visto.
His interests are related to the elaboration of programs on the creative process in art and education for cultural institutions. He also investigates the imaginary surrounding the black body and its historicity in his artistic production. The works speak about buried stories, hidden or that operate subcutaneously in us; the works speak of a geography that always crossed his skin as he moved around the world; the works tell how we transform still water into floating water, changing the state of time; the works are part of a living archive, which creates fiction for their own past; the works carry something that will not be seen. 17
Juliana dos Santos
Alalaô: Para-sol Para Ser Ativado com Alegria II, 2020 / nylon, tule e gorgurão / nylon, tulle and grosgrain / dimensões variáveis / variable dimensions
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Alalaô: Para-sol Para Ser Ativado com Alegria II, é parte da pesquisa em forma, cor e espacialidade. A composição geométrica com nylon translúcido e tule com a técnica de patchwork instalada na rua cria uma espécie de tenda, uma asa-delta projetando sombras triângulares que se modificam ao longo do dia.
FOTOGRAFIA RENATO MANGOLIN
Experiência Azul é um desdobramento da pesquisa Entre o Azul e que não me deixam/ deixo esquecer, que vem sendo realizada desde 2017. Um processo de investigação sobre as possibilidades de abstração tendo a cor azul da flor da Clitoria Ternatea como disparador de experiências sensíveis. Neste trabalho, a artista explora as possibilidades de tintura da flor num processo de aquarela orgânica. Alalaô: Para-sol Para Ser Ativado com Alegria II is part of her research on shape, color and spatiality. The geometric composition with translucent nylon and tulle using a patchwork technique installed on the street creates a kind of tent, a hang glider projecting triangular shadows that change throughout the day. Experiência Azul is a part of the research Entre o Azul e que não me deixam/ deixo esquecer, that has been developed since 2017. This research focuses on the possibilities of abstraction using the blue color of the Clitoria Ternatea flower as a trigger of sensitive experiences. With this work the artist explores the possibilities of dyeing the flower in an organic watercolor process.
Experiência Azul, 2017 / pintura com flor de Clitoria Ternatea sobre papel algodão / painting with the Clitoria Ternatea flower on cotton paper / dimensões variáveis / variable dimensions
Juliana dos Santos, São Paulo, 1987. Artista visual e doutoranda em artes pelo Instituto de Artes da Unesp. Foi premiada em 3º lugar no 16º Salão de Artes Visuais de Ubatuba e realizou uma exposição individual no Paço das Artes em 2019. Sua primeira individual foi em 2018 como artista/ docente convidada para residência artística na Academia de Belas Artes de Viena. Atualmente é artista residente no Instituto de Artes da Unesp. Juliana dos Santos, São Paulo, 1987. Visual artist and doctoral student in arts at the Institute of Arts, Unesp. She was awarded 3rd place in the 16th Visual Arts Salon of Ubatuba and held a solo exhibition at Paço das Artes in 2019. Her first solo show was in 2018 as an artist / teacher invited to an artistic residency at the Vienna Academy of Fine Arts. She is currently a resident artist at the Institute of Arts, Unesp.
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Leka Mendes No trabalho Notas do antropoceno (estandarte), os escombros funcionam como suporte para transferir sua forma para um tecido. O fragmento é como uma imagem em si, transferindo para uma composição abstrata a memória de sua forma a fim de reivindicar a importância de cada uma daquelas partes que anteriormente compunham um todo. Visualmente, o resultado lembra a escrita rupestre ou simbólica e é inspirado nas nossas relações políticas, na falta de tolerância, de entendimento, de empatia e de comunicação. In Notas do Antropoceno (estandarte), the rubble works as a medium to transfer its shape to a fabric. The fragment is like an image in itself, transferring the memory of its shape to an abstract composition in order to claim the importance of each of those parts that previously made up a whole. Visually the result resembles prehistoric art or symbolic writings and is inspired by our political relationships, by the lack of tolerance, understanding, empathy and communication.
Leka Mendes é graduada em Programação Visual na Faculdade de Belas Artes. Dentro do universo de suas pesquisas visuais, Leka está interessada na coleta de vestígios da cidade. Por isso, utiliza entulhos de caçambas, de restos de reformas, peças inteiras descartadas e detritos de variadas ordens produzidos pela construção civil em São Paulo. Com tais matérias-primas realiza trabalhos em diferentes linguagens que se unem com sua poética. Participou de diversas mostras coletivas e sua obra faz das seguintes coleções: Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil; The Fine Art Laboratory, FAL - Universidade de Arte de Musashino, Tokyo, Japão; MARGS, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS / Brasil; Fun20 dacíon Luiz Seoane, La Coruña, Espanha; Museu de Artes de Britânia (MABRI), Britânia, Goiás.
Leka Mendes has a degree in Visual Programming from the Faculty of Fine Arts. Within the universe of her visual research, she is interested in collecting traces of the city. For this, she uses rubbish from skips, remnants of refurbishments, entire discarded pieces and various types of waste produced by civil construction in São Paulo. With this raw materials she creates works in different languages which are united with her poetics.She participated in several group shows and her work is in the following collections: Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brazil; The Fine Art Laboratory, FAL - The Musashino University of Art, Tokyo, Japan; MARGS, Rio Grande do Sul Museum of Art, Porto Alegre, RS / Brasil; The Luiz Seoane Foundation, La Coruña, Spain; The Britânia Museum of Art (MABRI), Britânia, Goiás.
Notas do Antropoceno (estandarte), 2018 / detritos de 21 construção carimbados sobre linho com acrílica / construction debris stamped on linen with acrylic / 160 x 100 cm
m. morani o impossível
a visualidade do projeto colonial: premissas agônicas que se desvelam em paisagens fragmentadas, possibilidades violentamente des -configuradas em discursos da distopia. trabalho de transmutação: da dupla consciência >> à simultânea presença. entender-se parte do mistério espiralar da vida, desdobrar-se no tempo entre passado e presente, evocar anseios, ir de encontro ao desejo que escapa à linguagem e se faz impossível por não se reconhecer no discurso de nenhum mestre; somente em si mesmo. traçar outras perspectivas aos pontos de fuga: o futuro. (meu corpo é cais, mar e embarcação.) the impossible
the visuality of the colonial project: agonic premises that are unveiled in fragmented landscapes, violently un-configured possibilities in discourses of dystopia. transmutation work: from double consciousness >> to simultaneous presence. to understand oneself as part of the spiraling mystery of life, unfolding in time between past and present, to evoke longings, meet the desire that escapes from language and turn out impossible because it is not recognized in the discourse of any master; only in itself. to trace other perspectives to the vanishing points: the future. (my body is the pier, sea and vessel.)
m. morani. Nascido em Nilópolis, BXD, RJ, 1997. Participa do Programa de Residência Internacional do Capacete (2019/2020). Graduado em História da Arte pela Escola de Belas Artes – UFRJ. Arte educador do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Pesquisador do núcleo de Filosofia Africana do Geru Maa/UFRJ. Participação em 22 exposições coletivas no Paço Imperial, EAV - Parque Lage, Caixa Cultural Rio de Janeiro, Atelier Organi.co, entre outros.
m. morani. Born in Nilópolis, BXD, RJ, 1997. Is participating in the International Residency Program at Capacete (2019/2020). Graduated in Art History at the School of Fine Arts - UFRJ. Art educator at the Museum of Contemporary Art in Niterói. Researcher at the African Philosophy Group at Geru Maa / UFRJ. Participated in group exhibitions at the Paço Imperial, EAV - Parque Lage, Caixa Cultural Rio de Janeiro, Atelier Organi.co, among others.
o impossível, 2019 / impressão digital em papel fotográfico/ digital print on photographic paper / 29,7 x 42 cm (cada) díptico / 29,7 x 42 cm (each) - diptych
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max wíllà morais
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h da série Garfos preparados / Garfos preparados series, 2019-2020 / objetos, alumínio e prata / objects, aluminum and silver / dimensão variável / variable dimensions f da série Esteiras, 2019 / Esteiras series / palhas e cordas de sisal / sisal straw and ropes / 165 x 105 cm da série Piolhos, 2019 / Piolhos series / lápis sanguíneo e carvão sobre papel / charcoal and red chalk on paper / 21 x 29,7 cm
max wíllà morais (1993) é artista, pessoa pesquisadora, educadora e mestranda do PPGE/UFRJ (2019-2021), com graduação em Artes Visuais / UERJ (2012-2016). Seu trabalho investiga histórias em acervos, situações geográficas e relações materiais/imateriais com pessoas e objetos, sobretudo referindo-se à vida diaspórica, aos encontros estranhos e familiares. max wíllà morais (1993) is an artist, researcher, educator and master’s student at PPGE / UFRJ (2019-2021), with a degree in Visual Arts / UERJ (2012-2016). Her work investigates stories in collections, geographical situations and material / immaterial relationships with people and objects, especially referring to diasporic life, strange and family encounters.
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FOTOGRAFIA BERNARDO FEITOSA
Mulambo
26 Gengiva, 2019 / pintura sobre tijolos / painting on bricks / 150 x 150 x 60 cm
Gengiva é uma arcada dentária feita de tijolos. Esse trabalho é sobre o que estrutura uma mordida e o que sustenta a sua força. Se alimentar é construir. Gum is a dental arch made of bricks. This work is about what structures a bite and what sustains its strength. To feed is to build.
Mulambo, 1995, nasceu João e cresceu entre as cidades de Saquarema e São Gonçalo. Trabalha pensando nas forças que constroem o existir periférico no Rio de Janeiro através de materiais do cotidiano como papelão, tijolo e fotos de redes sociais. Assim, procura encurtar as distâncias porque, antes de ser artista, é neto, filho e padrinho e faz arte para afirmar que não tem museu no mundo como a casa da nossa vó. Mulambo, 1995, was born João and grew up between the cities of Saquarema and São Gonçalo. He works thinking about the forces that build peripheral existence in Rio de Janeiro through everyday materials like cardboard, brick and photos from social networks. With this he tries to shorten distances because, above being an artist, he is a grandson, 27 son and godfather and makes art to affirm that there is no museum in the world like our grandmother’s house.
Nathalia Favaro
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Intervalo é um registro de uma ação de caminhar pela Reserva Florestal Adolfo Ducke, em Manaus, Amazonas, com uma folha de papel em branco nas mãos em busca da luz que entra por entre as árvores nas primeiras horas da manhã. O trabalho também propõe um olhar para o Antropoceno, a era onde o homem é o maior agente transformador da natureza. Intervalo is a record of an action of walking through the Reserva Florestal Adolfo Ducke, in Manaus, Amazonas, with a blank sheet of paper in hand in search of the light that enters through the trees in the early hours of the morning. The work also proposes a look at the Anthropocene, the era where man is the greatest transforming agent of nature.
Nathalia Favaro vive e trabalha em São Paulo, Brasil. É formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie e pela Universidad de Buenos Aires, Argentina. Foi artista residente no EKWC - European Ceramic Workcentre na Holanda, em 2017, no Gaya Ceramics na Indonésia e no Labverde, no Brasil, em 2018. Seu trabalho transita entre a escultura, o desenho e o vídeo, com temas relacionados ao Antropoceno, ao deslocamento e ao território.
Intervalo, 2018-2019 / vídeo / 4’ 12’’
Nathalia Favaro lives and works in São Paulo, Brazil. She has a degree in Architecture and Urbanism from Mackenzie and The University of Buenos Aires, Argentina. She was a resident artist at the EKWC - European Ceramic Workcentre in the Netherlands, in 2017, at Gaya Ceramics in Indonesia and at Labverde in Brazil, in 2018. Her work 29 travels between sculpture, drawing and video, with themes related to the Anthropocene, displacement and territory.
Reitchel Komch Na tradição mitológica africana, o orixá Iroko é o tempo. Misterioso e libertário, agente do destino e dos desvios, ele se transfigura em um das quatro árvores sagradas para os povos iorubás: a milicia excelsa (correspondente no Brasil à gameleira). Mais visão do que revisionismo, antes longevidade e impermanência do que atemporalidade ou dogmatismo, suas pintura e esculturas cogitam desde emblemáticas narrativas da diáspora negra à paradoxais atualizações emocionais por resgate das origens. In the African mythological tradition, the Iroko orisha represents time. Mysterious and libertarian, an agent of destiny and deviations, he transforms himself into one of the four sacred trees for the Yoruba peoples: the milicia excelsa (correspondent in Brazil to the gameleira). More vision than revisionism, rather longevity and impermanence than timelessness or dogmatism, her paintings and sculptures contemplate from emblematic narratives of the black diaspora to paradoxical emotional updates and a recuperation of origins.
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Trilhas para o Iroko, 2019 / Totens em ferro / Iron totems / 1,85 x 30cm
FOTOGRAFIA ROBERTO BELLONIA
Trilhas para o Iroko (2), 2019 / linho, meada, linha / linen, skein, thread / 105 x 71 cm
Reitchel Komch, artista visual. De tendência neoexpressionista, atua em suportes diversos — com foco em revisões de mitologias ancestrais enquanto dispositivos para visibilidade de grupos historicamente marginalizados. Fez oficinas na EAV-Parque Lage a partir de 2010 e a Escola Sem Sítio desde 2017. Em 2019, fez Acompanhamento & Diálogo para Artistas com Daniela Name. Realizou a mostra individual Dos Gestos e do Tempo: uma Intersecção dos Olhares no Espaço Correios (Niterói, 2019). Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Visual artist. With a neo-expressionist tendency, she works in different mediums - focusing on revisions of ancestral mythologies as devices for the visibility of historically marginalized groups. Has held workshops at EAV-Parque Lage from 2010 and Escola Sem Sítio since 2017. In 2019, she attended the Acompanhamento & Diálogo para Artistas (Accompaniment & Dialogue for Artists) course with Daniela Name. She held the individual exhibition Dos Gestos e do Tempo: uma Intersecção dos Olhares (Of Gestures and Time: An intersection of Visions) at 31 Espaço Correios (Niterói, 2019). Lives and works in Rio de Janeiro.
Val Souza O que você enxerga ao ver uma mulher negra? É a provocação que a bailarina Val Souza convida ao colocar nas ruas o solo de dança Can you see it?, com uma placa onde lê-se ‘piriguete R$ 2 reais’. A artista faz uma mixagem de discursos de direitos das mulheres em uma trilha que mistura ritmos das periferias brasileiras. Ao passar pelas ruas com seu carrinho luminoso, a artista atua como um sound system ambulante, ou um baile ambulante, trazendo para próximo aquilo que a sociedade prefere esconder. Ao expor seu corpo e sua dança, questiona as lógicas de estereótipos de gênero calcados em modelos masculinos de poder. What do you see when you see a black woman? This is the provocation that the ballerina Val Souza invites the public to contemplate by bringing to the streets the dance solo can you see it? together with a sign written ‘piriguete R$ 2 reais’ (´tart R$2 reals’). The artist makes a mix of women’s rights speeches on a track that mixes rhythms from the Brazilian peripheries. By passing through the streets with her luminous cart, the artist acts as a walking sound system, or a walking party, drawing attention to what society prefers to hide. When exposing her body and her dance, she questions the logic of gender stereotypes based on male models of power.
Val Souza é uma artista cujo trabalho é desenvolvido predominantemente em performance. Vive entre São Paulo e Salvador. 32
Val Souza is an artist whose work is developed predominantly in performance. She lives between São Paulo and Salvador.
Can you see it?! 2018 / fotografia / photography / 155 cm x 100 cm (cada) / (each)
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Yan Copelli
34 corpo-objeto, 2018 / acrílica e porcelana fria sobre tela / acrylic and cold porcelain on canvas / 50 x 60,5 cm
Desire Machine, 2019 / focinho de cachorro, ferro, vidro, espelho, plug anal e display led/ dog muzzle, iron, glass, mirror, anal plug and led display / 68 x 20 x 54 cm
Yan Copelli é um artista visual nascido no Rio de Janeiro. Vive e trabalha em São Paulo com pintura e escultura. É formado em Design Gráfico. Sua produção artística explora temas relacionados com a ontologia e a natureza dos objetos através de uma perspectiva queer e faz uma análise também do mercado de consumo, das relações de classe e de poder. Nascido em uma cidade de contrastes como o Rio de Janeiro, seu trabalho transfere as suas vivências para uma materialidade em estado de conflito: social, de uso, de permanência e de significado. Aí é onde a sua pesquisa acontece, com o intuito de entrar em sintonia com este universo ao subvertê-lo e dar-lhe novos significados. Yan realizou sua primeira exposição individual no Espaço CC, em São Paulo, em 2018 e já participou de diversas mostras coletivas pelo Brasil em lugares como o Centro Cultural da Justiça Federal Rio de Janeiro, Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, Museu da Diversidade em São Paulo e em países como França, Espanha, Estados Unidos e Peru.
Yan Copelli is a visual artist born in Rio de Janeiro. He lives and works with painting and sculpture in São Paulo. He has a degree in Graphic Design. His artistic production explores themes related to ontology and the nature of objects through a queer perspective and also analyzes the consumer market, class and power relations. Born in a city of contrasts like Rio de Janeiro, his work transfers his experiences to a materiality in a state of conflict: social, of use, permanence and meaning. This is where his research takes place, in order to get in tune with this universe by subverting it and giving it new meanings. Yan held his first solo exhibition at Espaço CC in São Paulo in 2018 and has participated in several collective exhibitions throughout Brazil. Places such as the Rio de Janeiro Federal Justice Cultural Center, Rio Grande do Sul State Public Archive, Diversity Museum in São Paulo. Also as part of independent exhibitions along France, Spain, United States and Peru.
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A GENTIL CARIOCA sócios (partners)
Ernesto Neto, Laura Lima, Márcio Botner e (and) Elsa Ravazzolo Botner direção (director)
Elsa Ravazzolo Botner e (and) Márcio Botner administrador financeiro (administration and finance department)
Alberto Evaristo Bernabé assistente de administração e finanças (administration and financial assistant)
Vinicius Amorim Tavares estagiário de administração e finanças (internship administration and financial)
Michel Melo gerente de produção (production manager)
Rosa Melo produção e logística (production and logistics)
Amanda Accioly e (and) Thais Medeiros estagiária de produção e logística (internship production and logistic)
Luiza Rosado design e arquivo (design and archive)
Alexandre Colchete e (and) Pedro Paulo Rezende comunicação e mídias sociais (social media)
Rubens Takamine montagem e acervo (assembly and archive)
Rafael Corrêa assistente de montagem e acervo (assembly and archive assistent)
Fagner França serviços gerais (general services)
Inácio Ferreira da Silva, Ely de Freitas e (and) Zezé (Maria José Venâncio Sales)
CATÁLOGO ABRE ALAS (CATALOGUE) edição e design gráfico (edition and graphic design)
Liliane Kemper tradução e revisão (translation and proofreading)
Thais Medeiros
Publicado pela A Gentil Carioca por ocasião da exposição Abre Alas 16, realizada entre 15/02 e 20/03/2020 na galeria A Gentil Carioca, com curadoria de Keyna Eleison, Pablo León de la Barra e Yhuri Cruz. Published by A Gentil Carioca on the occasion of the exhibition Abre Alas 16, from February 15th to March 20th, 2020 at A Gentil Carioca gallery, curated by Keyna Eleison, Pablo León de la Barra and Yhuri Cruz.
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