

editorial
A PhysikUPDATE é a revista do Departamento de Física e Astronomia (DFA) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) feita pelos alunos e para os alunos.
De que vai falar a vossa revista? A PhysikUPDATE vai pôr-vos up to date dos acontecimentos atuais do mundo da Física. Para além de todas as atividades desenvolvidas no nosso departamento, tais como trabalhos realizados por alunos de mestrado ou doutoramento, irão poder ainda encontrar entrevistas exclusivas a professores, testemunhos de alunos, jogos e recomendações de filmes e livros.
Todos os trimestres poderão encontrar uma nova edição desta revista, preparada pela nossa equipa da casa—Mafalda Matos (3º ano da Licenciatura em Física), Hugo Santos e Marisa Viana – juntamente com alguns convidados especiais, que neste caso são Bruna Dias, Duarte Graça, César Couto, Bruno Mota, Luís Dias e alguns alunos que frequentaram o curso pela primeira vez em 2020. Ficaste curioso? Lê a revista!
Posto isto, a publicação desta mesma teria sido impossível sem o apoio do CAUP (Centro de Astronomia da Universidade do Porto), do DFA, da Teresa Van-Zeller (designer), da Rita Bugalhão (presidente do PhysikUP) e, claro, de vocês – os nossos leitores.
Como sempre, a equipa da PhysikUPDATE deseja-vos uma boa leitura!
Será que é tudo relativo? Bem, é relativo.
Steins;Gate
Os Contras de Marte
Entretenimento
DFA Week
Testemunhos 1º ano
Testemunhos de Mestrado
SERÁ QUE É TUDO RELATIVO?
BEM, É RELATIVO
Quem não sentiu já uma aula a passar no que pareceu um breve instante ou, em sentido inverso, no que pareceu o tempo da idade do universo dependendo de quão interessante era a matéria? Quem não já se arrependeu de fazer uma longa caminhada por um percurso que parecia tão curto de carro?
Não, estas situações não são corolários do fenómeno físico relativista, já que se tratam de demonstrações de como a condição psicológica em dado momento influencia a perceção do espaço e do tempo. No entanto, podem servir para nos aproximar de uma raiz filosófica comum à “relatividade psicológica” e à Relatividade Geral, que permite dar algum sentido à construção fundamentalmente contraintuitiva que constitui a Relatividade Geral: o espaço e o tempo não têm uma métrica definida universalmente e em absoluto para todo e qualquer referencial.
Aliás, a dimensão da capacidade de intuição física foi central no desenvolvimento da Relatividade Restrita - primeiro passo a caminho de uma teoria generalizada do fenómeno relativista - e da Relatividade Geral, refletida na produção de tão conhecidas Gedankenexperiment (que podemos traduzir como experiência de pensamento, ou seja o imaginar das consequências de uma determinada hipótese numa situação prática) como as do passageiro de um comboio em movimento a disparar um raio de luz para cada ponta do comboio ou de alguém a “viajar” num elevador em queda livre.
No caso da Relatividade Restrita (RR), há dois postulados que dão base a toda a conceptualização e desenvolvimento matemático que se segue:
a velocidade da luz no vácuo é constante para todos os observadores as leis da Física são invariantestêm a mesma forma - em todos os referenciais inerciais
Aplicando-os a uma das criativas Gedankenexperiment de Einstein, obtêm-se os resultados curiosos de RR, como o fator de Lorentz γ e a conversão de coordenadas de um referencial inercial (t,x,y,z) para outro (t’,x’,y’,z’) que se move com uma velocidade v na direção do eixo dos xx em relação ao primeiro:



Mas, para quem pretende maximizar a generalização de leis físicas, a RR é manifestamente insuficiente por não se aplicar a referenciais em aceleração. Assim, a motivação de Einstein evoluiu para considerar o efeito particular da gravidade no espaço-tempo. De Gedankenexperiment, como a de um observador num elevador em queda livre, Einstein retirou que o passageiro não sente o seu próprio peso, pelo que qualquer experiência física não relacionada com a força gravítica que realizasse teria os mesmos resultados que o mesmo passageiro num referencial inercial não acelerado obteria. Assim, da mesma forma como o postulado da velocidade da luz constante no vácuo associado à invariância das leis da Física implica a relatividade da definição de espaço e de tempo para referenciais inerciais em movimento relativo, também a gravidade deverá ser considerada pelo efeito de curvatura no espaço-tempo.
Enquanto generalização da RR, a Relatividade Geral (RG) permite definir a métrica característica de um espaço preenchido por um campo gravítico, sendo a métrica o que define o elemento infinitesimal do intervalo espaço-tempo, ds, em função do elemento infinitesimal de cada coordenada, (dt,dx,dy,dz). No caso da RR (ausência de gravidade), que se define no denominado espaço de Minkowski, a métrica é tão simplesmente:

Uma pequena nota a registar: aqui se vê que a diferença da coordenada temporal para as espaciais resume-se na métrica a um fator -1. No entanto, a título de exemplo, no exterior de uma estrela esfericamente simétrica longe da qual o espaço se torna assintoticamente plano - ou seja, próximo do de Minkowski da RR -, observa-se a métrica de Schwarzschild, que assume a forma (em coordenadas esféricas):

Torna-se, deste modo, evidente que RG é a generalização desejável de RR, que permite introduzir os efeitos da gravidade no tecido do espaço-tempo. Aliás, um dado curioso a registar, que permite fazer a ligação de RR a RG, é que, por definição, qualquer espaço caracterizado por uma métrica definida em função de um campo gravítico assume localmente a forma do espaço de Minkowski, ou seja, é possível encontrar, para qualquer ponto, uma escala suficientemente reduzida em que os efeitos de curvatura induzidos pela gravidade são negligenciáveis, sendo este o domínio da RR.
Depois de tão breve viagem relativista, não querendo sujeitar a ou o leitor a mais conceitos dos quais depende toda a construção da RG, uma vez que a sua compreensão exige um estudo particular que não pode ser resumido num artigo desta dimensão, deixo só um apelo a que aqui se encontre a motivação para estudar, investigar, refletir sobre esta que é uma das áreas mais fascinantes da Física moderna e que ainda tem muito por explorar - não estivesse a comunidade da Física ainda em suspense acerca do que exatamente acontece nas profundezas de um buraco negro ou do que se passou no instante em que de uma singularidade há mais de treze mil milhões de anos atrás brotou toda a existência do nosso universo.
OS CONTRAS DE MARTE
por Marisa Viana
Desde os seus primórdios que o ser humano evolui e se adapta, modificando o planeta Terra conforme as suas necessidades. No entanto, nas últimas décadas, começou a olhar para o céu e pensar se seria possível ir além-fronteiras. Iniciou-se, então, a era de exploração do espaço, que tem evoluído em paralelo com o aumento da curiosidade do homem e da sua ambição de chegar mais longe.
E o que há uns tempos era ficção científica, atualmente é realidade! Tal exemplo é a tão conhecida colonização de Marte. Várias missões têm sido realizadas e planeadas para explorar este planeta e verificar as suas condições de habitabilidade. A mais recente de todas, Mars 2020 Perseverance, tem como objetivo recolher amostras de solo no planeta vermelho que eventualmente regressarão à Terra para analisar a presença de vestígios de vida ancestral.
Cada uma destas missões tem contribuído para a construção de um modelo representativo de Marte e para a avaliação da sua potencial capacidade de albergar vida. Todavia, o nosso planeta vizinho está longe de se assemelhar ao planeta azul no que toca à vida.
Por um lado, temos um dos piores obstáculos: a atmosfera, cuja densidade é menos de 1% da densidade do ar da Terra e essencialmente constituída por dióxido de carbono (cerca de 95,1%). O problema de uma atmosfera rarefeita, acrescido de uma magnetosfera demasiado fraca, culmina na desproteção da superfície do planeta contra raios solares, fatais em organismos biológicos.
Por outro lado, a temperatura de Marte é extrema, chegando a atingir os 80 graus Celsius negativos; tais temperaturas são enormes impedimentos à sobrevivência de organismos da Terra e à existência de água no estado líquido. O clima à superfície é ainda marcado por frequentes tempestades de poeira que dificultam a passagem de luz solar.
Não esquecendo também de referir a questão da gravidade que, no planeta vermelho, é de apenas 3,71 m ∙ s-2, ou seja, cerca de 2,6 vezes inferior à gravidade terrestre; um valor tão baixo de força gravítica teria desastres enormes na fisionomia humana, principalmente nos ossos e músculos.
Os problemas referidos acima são apenas alguns dos muitos que surgem quando falamos em colonizar Marte. Será necessário imenso trabalho, tempo e investimento para concretizarmos mais um sonho do homem no domínio da astronomia e de facto tornarmos Marte um planeta propício à habitabilidade de seres humanos.
Hoje em dia, a ciência tem tentativas de resolução de muitos destes inconvenientes, nomeadamente processos de retirada de dióxido de carbono da atmosfera de Marte e emissão de oxigénio, criação de gravidade artificial, fatos protetores de radiação, aproveitamento dos recursos naturais, entre outros. O plano de investigadores da NASA passa pela criação de um campo magnético em torno do planeta que permita recuperar atmosfera, temperaturas mais altas e oceanos que fizeram parte do seu passado.

De facto, o poder da ciência, aliado à inovação tecnológica, tem sido um motor no desenvolvimento cada mais acelerado do ser humano, das suas condições de vida e da concretização dos seus sonhos. Desta forma, os obstáculos que encontramos em Marte aliados à capacidade de descoberta e inovação do ser humano fazem com que a presença da espécie humana em Marte pareça uma realidade distante e simultaneamente tão próxima. Talvez num futuro próximo sejamos, como nas palavras de Elon Musk, uma “Espécie Multiplanetária”.
Para finalizar, há uma questão que se coloca: “Quais os impactos de uma eventual colonização de Marte?”. Este é um dos aspetos mais debatidos, principalmente nos tempos atuais em que lidamos com diversos problemas ambientais e o impacto do ser humano no planeta Terra. Colonizar Marte será sinónimo de o destruirmos? Ou seremos capazes cuidar desse novo lar de uma forma muito mais digna do que a forma como cuidamos da Terra?
Fonte: NASA
STEINS;GATE
Nunca fui um aficionado por animes, apenas vi os clássicos Naruto, Pokémon, Digimon, Doremi, entre outros, que foram séries que vinham ter comigo ao sofá entre zappings de canais generalistas. Até há muito pouco tempo, o único anime que tinha procurado com o intuito de ver por iniciativa própria tinha sido Death Note, que tinha gostado bastante! E, durante o confinamento de março do ano passado, dei a oportunidade a Steins;Gate de entrar na minha lista, visto que tinha sido recomendado por um colega do curso, que por sinal costuma ter bom gosto e um que é semelhante ao meu.
Steins;Gate, ou abreviado S;G, é sobre Okabe Rintarou, um “cientista maluco” que passa o tempo com os amigos no seu laboratório, ocasionalmente inventando uns engenhos futurísticos, que aqui não interessam ser mencionados, à exceção de um dispositivo que consegue enviar mensagens para o passado, com consequente impacto no presente. Viagens no tempo são dos temas mais difíceis de abordar na ficção-científica, já que existem muitas coisas que podem correr mal e, quando algo muda, é necessário manter o paradoxo ou essa mudança nunca existirá. No entanto, a série consegue lidar bem com este obstáculo.
por César Couto
A série começa de forma lenta, mas com uma razão. E ninguém que vê a série pode dizer que os primeiros episódios são inúteis, pois eles têm o seu papel fundamental. Okarin, outra alcunha para a personagem principal, tem uma personalidade muito peculiar e é capaz de fazer os espetadores rir, chorar e até sentirem-se na viagem com ele. E que viagem! A certa altura, a ficção científica e o suspense começam a explodir e cada episódio a partir de um determinado acontecimento faz-nos ficar na borda do sofá com mindblows atrás de mindblows. S;G não é a típica série ou filme sobre viagens no tempo; o enredo é executado na perfeição. Há vários saltos nas linhas temporais, mas consegue-se manter a atenção do espectador sem o deixar completamente confuso. Aos poucos, todos os eventos misteriosos são desvendados, seguindo um rumo para um fantástico final. Para quem adorou a série, há uma OVA (Original Video Animation) e posteriormente um filme, que deve ser visto nesta ordem. Para os mais masoquistas, podem optar por começar a ver um episódio alternativo (episódio 23), e só depois a OVA; contudo, é algo que eu não recomendo de todo, visto que o suspense é demasiado. Percebo que, para algumas pessoas, o formato anime não seja tão atrativo, mas, para quem gosta de ficção científica, paradoxos ou viagens no tempo, é, sem dúvida, uma série a ver!
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--“People assume that time is a strict progression of cause to effect, but actually, from a non-linear, non subjective viewpoint it’s more like a big ball of wibbly wobbley ... timey wimey ... stuff”
Okabe Rintarou (Steins;Gate)
Fonte: Wallha
DFA WEEK
No dia 8 de março arrancamos com a segunda edição da DFA Week. Para quem não conhece, a DFA Week é o maior evento organizado pelo PhysikUP, tendo a participação de todos os departamentos do núcleo. Historicamente, o principal objetivo desta semana tem sido informar os alunos acerca da investigação desenvolvida no departamento, seja com as JEFFA, onde podemos ver várias apresentações de colegas nossos sobre o trabalho que realizam no contexto de teses de mestrado/ doutoramento, ou com as apresentações dos vários institutos ligados ao DFA. Neste ano tentou-se expandir um pouco o objetivo da semana e tentamos incluir sessões que vos permitissem ficar a conhecer um bocadinho melhor o mercado de trabalho e que vos esclarecessem acerca dos vários percursos disponíveis para um físico ou engenheiro físico, assim como dar a conhecer a mudança de panorama que atravessamos atualmente e que irá dar azo a novos empregos no futuro. Aqui está então um resumo sobre todas as atividades desta edição, algumas das quais podes aproveitar para viver, ou reviver, no nosso canal do Youtube!

Assim, para arrancar bem a semana com uma atividade organizada pelo Outreach, tivemos connosco o Dr. Braz Costa, que nos veio falar sobre os empregos do Futuro.
Nesta sessão, que foi moderada por Nuno Vivas, tivemos o testemunho pessoal do orador acerca do papel que um físico desempenha agora e do desempenhava há alguns anos. Com esse testemunho, foi evidente perceber que os físicos estão cada vez mais a ocupar o mercado de trabalho.
O orador acrescentou ainda que o futuro passa, como já temos conhecimento, pela continuação da exploração da nanotecnologia, que é um tema vigente desde a década de 1970 e uma componente fundamental no percurso de um físico experimental atualmente. O dia seguinte, 9 de março, passou pelo Quiz@Home, organizado pelo departamento de Integração, que nesta edição especial foi criado e apresentado pelo Jorge Páramos, antigo professor do departamento e atual Consultor Sénior na LCG Consulting. Contou ainda com a participação de cerca de 51 alunos que se formaram em 22 grupos. Normalmente esta atividade consiste em responder a perguntas de cultura geral e esta edição não foi diferente. No entanto, no meio de tantas perguntas interessantes, começaram discussões acesas no chat, e até mesmo com o apresentador, sobre a legitimidade da carreira de Nicki Minaj, assim como o número de obras incluídas na saga d’As Cinquenta Sombras De Grey. Escusado será dizer que o quiz foi um momento de descontração do estudo, de divertimento e de educação.
Retomando o tópico das perspetivas de emprego para um físico, no dia 10, o departamento do Outreach convidou os oradores Dr. Bruno Soares, Dr. Fábio Rocha, Dr. Flávio Coelho e Tiago Leal, todos eles ex-alumni da FCUP e dos nossos cursos, para falarem sobre o seu percurso profissional. Porém, nenhum deles seguiu o caminho típico/esperado de um físico teórico ou engenheiro físico. Logo, retirámos do testemunho deles e das respostas às perguntas feitas pelo moderador Nicolau Sobrosa duas lições:
+Os físicos têm um potencial enorme para vingarem em carreiras inesperadas, desde pilotos de avião a examinador de patentes;
E em concordância com o último ponto, aprendemos que existem cada vez mais físicos que não seguem doutoramento e pós-doc atrás de pós-doc até arranjarem lugar como professor, o que vem a reforçar a opinião do Dr. Braz Costa.
Para as JEFFA – Jornadas da Engenharia Física, Física e Astronomia – do dia 11, o departamento do Inreach fez contar a participação de alunos de doutoramento dos quatro institutos que cooperam com o DFA: o CFP (Centro de Física do Porto), o CAUP (Centro de Astrofísica da Universidade do Porto), o INESC TEC (Institute for Systems and Computer Engineering, Science and Technology) e o IFIMUP (Instituto de Física dos Materiais da Universidade do Porto). Estes alunos deram a conhecer, em curtas palestras de 15 minutos, o trabalho que desenvolvem em cada um dos institutos. Abordaram-se temas que variavam desde a Teoria das Cordas, ao estudo da composição da atmosfera de exoplanetas e passando pela criação de materiais termoelétricos.
Para acabar este mesmo dia em beleza e culminar as sessões acerca do mundo empresarial, o departamento do Outreach organizou a sessão de Academia VS Indústria, cujos moldes foram um debate em que ouvimos opiniões dos dois lados. A representar o lado da Academia, tivemos o professor João Pires, atualmente a tirar o doutoramento na FCUP, e o aluno de Doutoramento Pedro Vianez, que está de momento em Cambridge. No outro lado do espectro, tivemos o Simão Sá, atualmente Cientista de Dados na empresa Avlino e o Gilberto Loureiro, co-fundador e CEO da Smartex.
No decorrer da sessão, o moderador Duarte Graça colocou algumas questões para tentar estabelecer o paralelismo entre as duas áreas, assim como as divergências, mas depressa o debate se tornou numa conversa fluída entre todo o painel, que tocou em pontos importantes sobre a ligação entre academia e indústria e o panorama da indústria/academia em Portugal comparado com países estrangeiros, entre outras coisas.

Para fechar a semana, tivemos a participação de representantes de cada um dos institutos mencionados anteriormente, que nos deram uma perspetiva geral sobre o trabalho que é feito em cada uma das instituições. Foram eles a professora Catarina Lobo da parte do CAUP, o professor Eduardo Castro do CFP, o professor Paulo Marques do INESC-TEC e o professor João Pedro Araújo do IFIMUP. Assim damos por terminada a segunda edição da DFA Week, que foi com certeza um evento memorável. Esta semana está a tornar-se numa tradição para o PhysikUP, sendo cada vez maior e melhor, por isso já sabes que não podes perder a próxima!
No último dia da DFA Week, o departamento de Inreach colocou os nossos alunos de mestrado à prova com as apresentações flash da JEFFA. O desafio era cobrirem a sua apresentação da tese de mestrado em menos de 10 minutos. Tivemos a participação de doze alunos de mestrado dos quatro institutos, tendo os tópicos variado entre a exploração de matéria negra, desenvolvimento de micro-geradores de energia, utilização de endoscopia Raman e muito mais! por
Mafalda Matos
sugestões
SÉRIES E DOCUMENTÁRIOS LIVROS



FILMES,





I, Robot Isaac Asimov
Dune Frank Herbert
A Chave de Salomão José Rodrigues dos Santos
Radioactive
Ant-Man
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Firefly
Cowboy Bebop
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SOLUÇÕES DA EDIÇÃO Nº 4
IM Zatonskih,A (2420) - IM Shahade,G (2476)
IM Not A GM Speed Chess chess.com
INT, 2020.04.22
1.d4 Nf6
2.c4 e6
3.Nf3 Bb4+
4.Bd2 Qe7
5.g3 Nc6
6.a3 Bxd2+
7.Qxd2 d6
8.Bg2 O-O
9.O-O e5
10.d5 Nb8
11.Nc3 a5
12.Qc2 Na6
13.Nd2 Bd7
14.Rfb1 h6
15.b3 Rfc8
16.Ra2 c6
17.Qd1 Bf5
18.Nde4 Nc5
19.Nxf6+ Qxf6
20.Rc1 e4
21.b4 axb4
22.axb4 Rxa2
23.Nxa2 Na6
24.dxc6 bxc6
25.b5 Nc5
26.Nc3 cxb5
27.Nd5 Qe5
28.cxb5 Rb8
29.b6 Be6
30.Ne7+ Kh7
31.Nc6 Qf6
32.Nxb8 Qd8
33.Nc6 Qxb6
34.Qxd6 Nb3
35.Rb1 e3
36.f4 Qa6
37.Be4+ g6
38.f5 gxf5
39.Bd3 Qa2
40.Rf1 Nd2
41.Rxf5 Bxf5
42.Bxf5+ Kg8
43.Qd8+ Kg7
44.Qd4+ Kg8
45.Ne7+ Kf8
46.Nd5
46.Nd5 Nf3+
47.exf3 Qf2+
48.Kh1 Qf1#
46...Qa1+ 47.Qxa1 Nc4 1-0
completa a sequência: dica: não é 6!
1 3 5 2 4 ?
GM Ding Liren - GM Nakamura, Hikaru Carlsen Inv Prelim chess24.com
INT, 2020.04.29
1.c4 e5
2.Nc3 Nf6
3.Nf3 Nc6
4.g3 d5
5.cxd5 Nxd5
6.Bg2 Nb6
7.O-O Be7
8.a3 O-O
9.d3 Be6
10.Be3 Nd5
11.Nxd5 Bxd5
12.Qa4 Re8
13.Rac1 a6
14.Rc3 Bf6
15.Rd1 Nd4
16.Rd2 Nxf3+
17.Bxf3 Bxf3
18.exf3 c6
19.Kg2 g6
20.Qe4 Bg7
21.b4 f5
22.Qc4+ Kh8
23.d4 e4
24.d5 exf3+
25.Kxf3 Qe7
29.Qd3 Qb7 0-1 Stock, LaraBilling, Tanja DEM U10, Ueberlingen 2000.06.04 Worek JoannaDanielian, Elina 21st European Teams Women, Hersonissos GR 2017.11.05
26.Rcc2 cxd5
27.Rxd5 Rad8
28.Kg2
28.Kg2 b5
29.Qd3 Qb7
30.Rcc5 Re5
31.Rc7 Rexd5
31...Qxd5+
32.Qxd5 Rexd5
28...b5
O meu nome é Luís Dias e sou estudante de 5º ano do Mestrado Integrado em Engenharia Física estando, neste momento, a começar o meu estágio na Sphere Ultrafast Photonics sob a orientação do professor Hélder Crespo. O objetivo é fazer um laser (para quem não sabe, Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) ultra-rápido, bombeado por díodos laser.
TESTEMUNHOS MESTRADO Entrevistas por Hugo Santos Dias
Física foi algo que descobri bastante tarde na minha adolescência, contudo, sinto que sempre fui um miúdo curioso e interessado por ciência em geral. A minha disciplina favorita era Matemática e, até entrar no secundário, pensava que o que queria para o meu futuro era seguir Economia. Foi um dia que o rapaz que está na página ao lado (sim, eu e o Bruno conhecemo-nos desde os 2 anos de idade!) me falou um pouco sobre Física e da beleza como a matemática descreve a Natureza e, por conseguinte, decidi ir para Ciências e Tecnologias; desde aí, comecei a interessar-me mais por Física.
Já no departamento, e próximo da primeira época de exames do primeiro ano, comecei a ficar aterrorizado porque é nessa altura do ano que todos nós nos apercebemos que não vai ser nada fácil sair do departamento com o curso feito.
Luís
Contudo, isso nunca foi um motivo para eu desanimar. Muitos são os desafios com que nos deparamos na nossa jornada pelo curso e pelo departamento, mas agora que estou na reta final, apercebo-me que estes desafios servem para nos ensinar a pensar de forma correta, a ser curiosos e, sobretudo, a nunca desistir por mais difícil que seja o problema. No que toca à experiência que ganhei a fazer física no departamento, tive a oportunidade de trabalhar no IFIMUP-IN sob a supervisão do investigador Fábio Figueiras, onde ganhei experiência em RF-Sputtering e X-Ray Difraction.
Além disto, juntamente com o meu amigo e colega, Fernando Maia, formei uma banda de Metal Progressivo, chamada Phase Transition, onde posso explorar mais a minha parte criativa e desenvolver outras skills, como o trabalho em equipa e o desenvolvimento e planeamento de um projeto sério.
Para aqueles que são novos no departamento, o meu conselho é que estudem, principalmente, mas que não tornem isso o vosso único foco. A faculdade é muito mais do que aulas e exames.

Estou atualmente no segundo ano do mestrado em física teórica, sob a orientação do professor João Viana Lopes. Entrei no Mestrado Integrado em Engenharia Física em 2016 na Faculdade de Ciências, onde tive a oportunidade de fazer um grupo de amigos absolutamente espetacular. No final do primeiro ano, decidi mudar para a Licenciatura em Física porque se enquadrava melhor com os meus gostos.
Ao longo do segundo e terceiro ano desenvolvi várias ideias. Uma delas consistia em criar uma plataforma que disponibilizava diversos materiais de estudo para os alunos do departamento, a que chamei Accio: a palavra tem origem num feitiço de Harry Potter usado para convocar objetos. A ideia nasceu puramente de necessidade, visto que o material das cadeiras não era partilhado de forma eficiente ou era simplesmente inexistente. O objetivo é recolher o máximo de conteúdo possível de anos anteriores (apontamentos, fichas, exames, vídeos, etc.) e colocar tudo isto num sítio só. O site permite ainda que os alunos contribuam com material que achem adequado de modo a descentralizar a plataforma o máximo possível. Juntamente com o Duarte Silva (que incidentemente é meu mentorado), decidimos lançar o grupo de computação quântica sediado no nosso departamento, área a que fui introduzido pelo professor João Lopes dos Santos no meu primeiro ano de mestrado.
Quando não estou ocupado com todas estas atividades, geralmente encontro-me a ler, ouvir música ou a passar tempo com os meus amigos (sendo uma destas a pessoa da coluna ao lado).
Se tivesse de dar algum conselho seria este: levando-vos ao céu ou ao inferno, penso que a nossa obsessão nos leva muito mais longe que a inteligência. Além disso, independentemente da circunstância, não se esqueçam que há sempre tempo para beber umas cervejas com os vossos amigos.
Bruno Mota
TESTEMUNHOS 1º ANO
física/engenharia física
O ano de 2020 foi marcado pela mudança. As rotinas foram trocadas pela incerteza e pela insegurança e a realidade que nos viemos a acostumar vestiu-se como saudade de hábitos antigos.
Um ano ditado por regras que afetaram tudo e todos. Por esse motivo, decidimos tentar perceber como se processou a transição para a universidade e quais as expectativas que ficaram aquém do esperado, num dos anos mais importantes para qualquer estudante. Para isso, tivemos a oportunidade de vivenciar um pouco dessa realidade, através do testemunho de dois alunos:
1Apesar de não terem experienciado ainda o regime completo de aulas presenciais, como comparam este semestre, até ao momento, com o anterior em que tinham aulas mistas (presenciais e online)?
Sentem-se igualmente motivados?
Sentiram mudanças da vossa parte ou da parte dos professores na abordagem às aulas?
Guilherme Santos: O semestre passado, em que tínhamos aulas mistas (teóricas em casa e as práticas na faculdade) foi bastante mais desafiante. Ter todas as aulas em regime à distância é desmotivante, a nível de aprendizagem durante a aula, de estudos e até mesmo pessoal. Sinto-me um bocado infeliz, pois sou uma pessoa que gosta de sair de casa, em especial com amigos; e não ter nada disso não ajuda a motivar-me para os estudos. Devido à pandemia, sinto que ainda não estou muito integrado na faculdade: não fiz muitos amigos, nem tive oportunidade de conhecer sequer metade das 140 pessoas do 1º ano do curso. Os convívios ajudariam muito para ultrapassar esta barreira, mas infelizmente não são possíveis. Está a ser um primeiro ano de ensino superior abaixo das minhas expectativas, já que só tem sido estudar e mais nada. Em relação aos professores, notei uma maior diferença nas aulas práticas, porque estas são melhores a nível presencial e nada substitui o professor poder estar ao nosso lado a riscar o nosso caderno e a ajudar-nos; fica bastante difícil tirar duvidas neste regime à distância. Em relação às aulas laboratoriais via remota, estas são secantes, uma vez que a parte interessante e o propósito da UC em si seria realizar a experiência; em contrapartida, estamos limitados à parte chata que são os relatórios e os logbooks.
Ângela Lopes: No primeiro semestre já sentia vontade de ir mais vezes à faculdade, mas sem dúvida que neste segundo semestre essa vontade tornou-se uma necessidade. Por um lado, a aprendizagem é muito mais fácil quando temos aulas presencialmente, não só porque os próprios professores estão mais confortáveis com os recursos disponíveis para lecionar, mas também devido a uma melhor comunicação com os mesmos (a colocação e o esclarecimento de dúvidas são consideravelmente mais eficazes). Por outro lado, penso que a falta de convívio, nomeadamente com os colegas de curso, é um fator de peso na motivação de um estudante; a solidão e o “abandono” que se sente quando se está em casa, favorecido pelo facto de não termos tido oportunidade de conhecer muita gente nem fazer muitos amigos, são sentimentos que nos desmotivam bastante. No que refere à abordagem dos conteúdos neste semestre, o único ponto que tenho a apontar é o facto de não podermos ter laboratórios em regime presencial. Para além de tornar as duas cadeiras mais desinteressantes, a absorção de conhecimentos é mais difícil, sem mencionar o tempo extra que dedicamos às mesmas.
2Quais as principais dificuldades que sentiram na transição de ensino secundário para o superior e quais as maiores dificuldades que ainda sentem?
O que poderia ajudar nessa transição?na abordagem às aulas?
G: As maiores dificuldades na transição do ensino secundário para o superior é o stress e a carga horária ser muito maior; é preciso dedicarmo-nos muito mais ao estudo, caso contrário, não acompanhamos a matéria. O nível de dificuldade é maior mas nada exorbitante e o principal ponto é que se acaba por se tornar um ensino mais ativo, ao invés do secundário que é mais passivo; isto é, no secundário, a informação vem em direção a nós e temos sempre os professores para nos ajudar, enquanto que, na faculdade, temos que pesquisar muito, cooperar com os colegas para obter informação e, em última estância, mandar email ao professor, situação em que me sinto satisfeito, porque na maior parte das vezes eles respondem rápido.
Â: Penso que a grande diferença que se sente é a discrepância entre o grau de exigência na faculdade e o grau de exigência no ensino secundário. Com exigência refiro-me essencialmente a três fatores: - nível de dificuldade dos conteúdos: consideravelmente mais elevado na faculdade; por vezes é necessário/vantajoso possuir bases que não nos são dadas no ensino secundário (este último fator está mais relacionado com o nosso curso em específico); - tempo livre: segundo a minha experiência, sinto necessidade de dedicar mais tempo aos estudos agora que estou na faculdade; o nível de dificuldade contribui para isso mesmo; - apoio direto ao aluno: não temos o mesmo apoio dos professores nem segurança na nossa relação professor-aluno;
3Quais são as vantagens da faculdade, comparativamente ao ensino secundário?
G: Temos maior liberdade no que toca a aproveitar o nosso tempo, o que pode ser bom para uns, mas, para outros, é como dar um tiro nos próprios pés. Todavia, há tempo para tudo e há que saber dividi-lo bem para não prejudicar a nossa sanidade mental, estudo e notas e ainda poder conviver com amigos.
Â: Penso que existem duas grandes vantagens:
- mais liberdade: cada um decide a melhor forma de gerir o seu tempo e distribuir o seu estudo, bem como se acha relevante ou não assistir às aulas em que não são marcadas as presenças;
- mais contactos: embora neste preciso momento com o covid não seja assim tão linear, a faculdade leva-nos a conhecer pessoas novas, a formar novas amizades e a criar uma vida social mais ativa, o que promove o desenvolvimento pessoal de cada um.
(Alunos de Eng. Física) Caso conheçam alunos de outros cursos de engenharia fora da fcup (ex: feup, isep, etc) quais as principais diferenças que notam na abordagem que é dada neste curso para a abordagem noutras instituições, especialmente em cadeiras base comuns da engenharia (álgebra, cálculo, eletromagnetismo entre outras)?
G: Tenho inúmeros amigos que ingressaram no ensino superior na área da engenharia: uns foram para a FEUP e outros para o ISEP. Temos várias cadeiras em comum com nomes diferentes, mas os temas abordados, em geral, são idênticos. Às vezes eu tento ajudá-los nessas cadeiras semelhantes, como análise, álgebra e, neste segundo semestre, cadeiras de física, em particular na área da mecânica. As maiores diferenças das UC’s são os nomes de alguns temas e a alguns detalhes, mas o cerne da informação é a mesma. A avaliação também é idêntica, por isso, se tiverem amigos com cadeiras parecidas, podem estudar com eles.
Quais atividades da vida académica que, com as condições de higiene asseguradas e a devida segurança, mais estariam interessados em participar? (ex: desportos universitários, jantares, quizes presenciais, eventos da up/fap (ex: queima), praxe, churrascos, convívio diário nos recintos da faculdade (ex: dcc, biblioteca…).
G: As atividades nas quais tinha mais interesse eram os jantares, os eventos da up e fap, a praxe, os churrascos e o convívio diário com os colegas de curso nos recintos da faculdade, sendo este atualmente restrito por causa do distanciamento. Todas ajudar-me-iam a integrar na faculdade e a desanuviar a cabeça, o que acabaria por me motivar mais a estudar e até a viver.
Â: No que refere às atividades, estaria interessada em participar em todas elas, exceto nos desportos universitários. Não quer dizer que não seria uma boa experiência, contudo, não tenho disponibilidade para tal e muito menos jeito para fazer parte de uma equipa.
“Qual a tua expectativa quando entraste na faculdade, em comparação com a realidade que encontraste devido ao Covid? E se essa experiência foi de acordo com a expectativa.”
G: Ao entrar para a faculdade, as minhas expectativas eram conhecer os meus colegas de curso e contar sempre com dias reservados para uma praxe, um jantar, uma saída para beber um copo- em geral, aproveitar a vida.
Uma das coisas que ansiava era passear pelo Porto, poder sair de uma aula e andar a vaguear ao invés de ir direto para casa. Porém, a situação que encontrei era pouco ou nada parecida com a que imaginei. A minha rotina consiste em ir de casa para a faculdade e da faculdade para casa; o que me contaram (e o que eu esperava encontrar), como estudar em grupo e conhecer caras novas, ficou-se por uma mera expectativa.
O início resumiu-se muito a ficar no meu canto e ir para casa estudar, mas com o tempo, felizmente, fui conhecendo mais gente, até consegui juntar um grupo para conviver na pausa do almoço.
Uma das coisas que notei foi que, apesar de sermos aproximadamente 140, nas aulas teórico-práticas só metade dos alunos é que estavam na faculdade, então acabei por não conhecer muitos deles. Além disso, da metade de alunos com quem tinha aulas, não consegui conviver com todos. Isto por causa do Covid, porque há sempre quem tenha mais receio, o que eu entendo perfeitamente porque, se estivesse em contacto com pessoas de risco elevado, também tentaria manter alguma distância e evitaria grupos maiores de pessoas.
Resumindo, de 140 alunos tive contacto com metade; dessa metade, apenas conheci e fiz amizade com 20; os outros nunca os cheguei a ver…
Â: Sou uma pessoa que tinha bastantes expectativas no que toca à faculdade. Embora me tenha integrado bem com os meus colegas, parece que esta nova fase da minha vida é praticamente estudo. Não posso dizer que sinto falta do ambiente académico, porque nunca soube o que isso era, mas tenho um desejo enorme de que tudo volte à normalidade nos próximos tempos. Se já é difícil, por vezes, estabelecer contacto com todos, então com o distanciamento tornou-se pior. São barreiras que temos tentado ultrapassar, mas o pouco tempo que fomos à faculdade não ajudou muito nesse processo. Penso que a praxe, as saídas e outras atividades fazem muita falta para nós caloiros!
Entrevistas por Hugo Santos

DEPARTAMENTO DE FÍSICA E ASTRONOMIA DO PORTO

Astronomia, Física e Engenharia
Física, são as áreas de intervenção do DFA, nas vertentes de Formação, Investigação e Divulgação.
O Departamento tem 28 membros permanentes, que trabalham em quatro centros de investigação, que totalizam mais de 80 investigadores doutorados e cerca de 50 estudantes de doutoramento





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