2 minute read

Revista LITTERA N4

Dicas de Literatura

Advertisement

Pacto Sinistro

Patricia Highsmith

Publicado em 1950, o livro é o sinônimo do que se pode entender por “suspense psicológico”. A trama é, sim, original, mas também é impactante por sua simplicidade. A grande sofisticação de Highsmith é incrementar essa narrativa de poucos eventos chave e recheá-la com diálogo interno dos personagens, que refletem longamente sobre fatos os atos extremos cometidos. De q u e s t i o n a m e n t o s fi l o s ó fi c o s b a n h a d o s d e existencialismo ao simples jorro desconfortável de interjeições agressivas, Pacto Sinistro é uma leitura no mínimo torturante, pouco menos de trezentas páginas de paisagens emocionais sombrias. Patricia deve ser comparada com fiódor Dostoiévski em um cenário urbano e dentro de um enredo do Gênero terror psicológico. A catarse do final é imprevisível e seca e, por isso mesmo, a cereja do bolo dessa narrativa. O livro é empático e impiedoso em uma contradição tornandose um clássico instantâneo, virando um grande filme de Hitchcoock apenas um ano depois de ser publicado. O arquiteto Guy Haines, em uma viagem de trem para Metcalf tratando de seu divórcio com sua esposa Míriam, grávida de outro nome, conhece Charles Bruno, jovem alcoólatra, falastrão e de comportamento maníaco. Entre drinques e gentilezas contam suas próprias histórias que culminam em uma proposta de Bruno: ele mataria Míriam, deixando Guy livre em sua vida profissional e pessoal com sua namorada Anne Paulkner, enquanto o Haines eliminaria Samuel Bruno, que impedia o filho de ter acesso aos recursos financeiros de sua família. O arquiteto não acredita no plano e ambos se despedem, mas tempos depois o pior acontece em uma narrativa cortante e viciante.

CAMILA NAVARRO MOTTA

This article is from: