Homenagem ao dr murilo

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HOMENAGEM

Divulgação

EXPERIÊNCIA A SERVIÇO DA

NEUROCIRURGIA SBN homenageia Dr. Murillo Drummond, membro emérito e mais antigo da entidade Por Paula Netto

S

er um neurocirurgião de sucesso requer estudo, dedicação e muito amor à profissão. Um exemplo vivo disso é o Dr. Murillo Drummond. Ao todo, são 63 anos dedicados à Neurocirurgia e uma carreira repleta de êxitos. Para homenagear o membro mais antigo da SBN, entrevistamos o médico, que nos contou um pouco da sua trajetória e revelou quais são as expectativas para o futuro. SBN Hoje: O que o levou a escolher a Neurocirurgia? Murillo Drummond: No segundo ano da faculdade, o pai de um amigo, que era professor, tinha vindo dos Estados Unidos e trazido para o Brasil a ideia da Neurocirurgia. Então, eu questionava o que era essa área, e como sempre gostei de desafios, pensei que era isso mesmo que eu iria fazer. Era algo novo, desafiador e que abria um campo enorme dentro da Medicina. Com o tempo, me apaixonei pela Neurocirurgia e assim fiz toda minha carreira. SBN Hoje: Ao longo de sua trajetória, quais foram os principais desafios enfrentados? MD: Os grandes desafios foram a concorrência – muitas vezes desleal – e o fato de se tratar de uma especialidade nova que exigia muito estudo e conhecimento. Eu também queria ser um dos melhores, então era preciso estudar o máximo possível e construir uma experiência profunda. Às vezes, passava o final de semana estudando para aperfeiçoar as técnicas.

SBN Hoje: O que considera como os principais sucessos alcançados em sua vida profissional? MD: Um dos grandes sucessos que tive foi ter operado um menino de sete anos de idade com um tumor da fossa posterior, o que, naquela época, tinha um enorme percentual de morte. Ele conseguiu se salvar e atualmente é neurocirurgião. Acho que essa foi a maior vitória da minha vida profissional. Além desse caso, tive outros sucessos em cirurgias da fossa posterior, mesmo com os recursos limitados daquele tempo. Quando eu estive na Europa para me aperfeiçoar, demonstrei que no Brasil também fazíamos Neurocirurgia de alto gabarito e exatamente por isso fui convidado para permanecer lá. Tive um convite semelhante oriundo dos Estados Unidos alguns anos depois. Em ambos os casos, foi uma grande satisfação, mas eu recusei por não querer abrir mão do que eu podia fazer dentro do meu país. SBN Hoje: Na sua opinião, quais foram as principais contribuições da SBN para a especialidade no país? MD: A Sociedade sempre teve um papel primordial. Os colegas que fizeram parte dela como presidentes também foram pessoas ilustres e extremamente competentes, que só elevaram a Neurocirurgia do Brasil e que, talvez, a tenham transformado em uma das mais importantes sociedades do mundo inteiro atualmente. O grupo de neurocirurgiões que temos no Brasil só me dá orgulho, pois não deixa nada a desejar em relação a qualquer outro país, como os Estados Unidos e o Japão, dois grandes centros de

“O grupo de neurocirurgiões que temos no Brasil só me dá orgulho, pois não deixa nada a desejar em relação a qualquer outro país, como os Estados Unidos e o Japão, dois grandes centros de Neurocirurgia”

Neurocirurgia. Estamos no mesmo nível e a Sociedade contribuiu muito para que chegássemos a esse ponto. SBN Hoje: Como o senhor imagina o futuro da área? MD: Eu acho que será extremamente promissor. A tecnologia tem evoluído muito, principalmente depois de estudos em genética e com implantes. Tenho a impressão de que a cirurgia estereotáxica será o grande futuro, embora atualmente ela já seja de grande valia para a cirurgia funcional. Acredito que ela será ainda mais útil e indicada nas cirurgias, lesando o mínimo possível de estruturas cerebrais e permitindo uma precisão imensa dentro da possibilidade de resolver problemas cirúrgicos. O trabalho será todo baseado em equipes, pois não existe mais a possibilidade de os neurocirurgiões serem aquilo que nós éramos. Naquela época, tínhamos que conhecer tudo, atuando como neurocirurgiões gerais. Hoje em dia é preciso haver subespecialidades dentro da área para a garantia do paciente e evolução cada vez maior.

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