O que as sociedades fazem por você

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Educação:

O que as sociedades fazem

POR VOCÊ

Luan Sicchierolli e Paula Netto

Primordial para o exercício médico de excelência, conceito vem ganhando cada vez mais espaço entre as ações realizadas pelas sociedades médicas brasileiras

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er um bom profissional de Medicina exige, além da técnica adquirida durante a formação e os anos de experiência, atualização e aperfeiçoamento constantes. Uma das formas de colocar isso em prática é promovendo a educação continuada.

Atentas a isso, as sociedades médicas – cada uma a sua maneira – têm realizado diversas ações com o intuito de estimular o aprendizado e a profissionalização contínua dos médicos em meio a sua rotina atribulada. Ao final do processo, não somente os

profissionais saem ganhando, mas também – e principalmente – os pacientes, uma vez que terão acesso a um atendimento cada vez mais qualificado.

Para abordar a questão, a Revista DOC entrevistou os presidentes de onze sociedades médicas brasileiras e apurou quais são as principais ações voltadas para o tema, a importância de promovê-las e como eles pretendem seguir contribuindo para a educação continuada em 2017.

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(SBC) Sociedade Brasileira de Cardiologia

“Queremos que o cardiologista em formação já comece a participar da nossa sociedade. Assim, estabelecemos um acordo com a ACC para que todos os residentes

pluralidade e curso preparatório para o título de especialista

e pós-graduandos em

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pós-graduandos em Cardiologia ingressem nela e na SBC, e passem a receber as informações de educação continuada, de modo que haja essa interação e que eles absorvam o mesmo conhecimento que os médicos americanos obtêm na área, por exemplo”, declara.

Para além dos congressos, as revistas científicas também auxiliam no processo de atualização dos membros da SBC. Os Arquivos Brasileiros de Cardiologia, uma das mais tradicionais publicações da área, trazem, a cada mês, artigos originais com o que há de melhor na produção científica nacional e internacional. Nesse âmbito, Malachias conta que, em 2016, a sociedade assumiu um novo periódico: o International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), com a finalidade de divulgar o que há de mais recente na produção científica e acolher as entidades de mestrado e doutorado que produzem suas teses e dissertações.

Em 2017, no entanto, a grande novidade ficará por conta do Capitec, curso preparatório para o título de especialista que integrará a Universidade Corporativa da SBC. O presidente também planeja criar outros cursos on-line com os departamentos da sociedade voltados para o aprofundamento em subespecialidades, como Hipertensão, Arritmia e Cardiologia Pediátrica. Embora não haja uma ação específica em educação continuada voltada para gestão de carreira médica, Malachias adianta que essa é uma das ideias para o ano. “Promovemos algumas mudanças importantes em termos de modernização da estrutura administrativa.

Então, para o próximo ano, pretendemos atuar em novas frentes, como o planejamento da carreira do médico”, afirma.

Cardiologia ingressem nela e na SBC, e passem a receber as informações de educação continuada” Marcus Vinícius Bolívar Malachias (Gestão: 2016-2017) Divulgação

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lém do Congresso Brasileiro de Cardiologia, maior evento da área na América Latina, a SBC promove uma série de atividades educativas ao longo do ano. De acordo com o presidente da sociedade, Marcus Vinícius Bolívar Malachias, levar oportunidade de conhecimento para um número maior de cardiologistas é uma necessidade que a SBC busca suprir. Nesse quesito, o especialista destaca a boa relação da instituição com outras organizações, o que contribui com a participação de representantes brasileiros em congressos mundiais e para a oferta, junto à Fundação Lemann, de bolsas de estudos para médicos pesquisadores na Harvard University. Ainda, quando o objetivo é minimizar as dificuldades que impedem alguns profissionais de comparecerem a eventos importantes no exterior, a SBC dispõe da Universidade Corporativa, um portal de informações on-line, contendo resenhas de congressos nacionais e internacionais, sinopses, videoaulas, entrevistas com especialistas presentes nos encontros, cursos, treinamentos e, também, acesso ao conteúdo de periódicos médicos da família do Journal of the American College of Cardiology (JACC), em parceria com o American College of Cardiology (ACC).

Segundo Malachias, vale a pena ressaltar que a SBC tem como uma de suas propostas colocar os jovens cardiologistas em contato, desde o início da carreira, com as instituições. “Queremos que o cardiologista em formação já comece a participar da nossa sociedade.

Assim, estabelecemos um acordo com a ACC para que todos os residentes e

(SBP) Sociedade Brasileira de Pediatria

educação científica e valorização profissional

“É o investimento em educação continuada que manterá o pediatra qualificado e atualizado. Isso permitirá que o profissional possa atender bem e melhor

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seus pacientes e suas famílias” Luciana Rodrigues Silva (Gestão: 2016-2018)

Agência Olho de Peixe (BA)

educação continuada é uma das bases da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Para a atual presidente da entidade, Luciana Rodrigues Silva, é por meio da promoção de iniciativas como congressos e atividades à distância, bem como cursos fixos e itinerantes, que a Sociedade se amplia cada vez mais nessa área. Acontecem, também, investimentos na elaboração de publicações, como livros, informes e revistas, pois a SBP observa a frequente necessidade de atualização das formas de ensino médico. “Os avanços na área médica são muito dinâmicos e os novos desafios surgem rotineiramente. A atual gestão da sociedade está atenta a essa questão e estuda formas de aperfeiçoar as ferramentas e os instrumentos usados nas estratégias de capacitação”, expõe Luciana.

Pensando nisso, a entidade pretende ampliar os cursos e publicações neste ano. A intenção é que, em 2017, novos cursos itinerantes sejam criados e a plataforma de ensino à distância (EAD) no portal da SBP seja modificada, com o intuito de torná-la mais amigável ao usuário, deixando-o mais informado. Outra meta é fazer um levantamento nacional sobre o perfil do pediatra brasileiro. O objetivo é conhecer melhor os especialistas e saber quais são os temas em que eles pretendem se aprimorar. Outra função desse levantamento é colher informações sobre as condições de trabalhos desses profissionais, pois, além do conhecimento científico, a SBP tem como um de seus pilares a valorização do pediatra como profissional e como pessoa. Por causa disso, a entidade tem buscado se ampliar em outras vertentes, como a seção da defesa profissional e de humanidades, assim como as discussões sobre as políticas públicas voltadas para as crianças e adolescentes.

A dirigente acrescenta que a sociedade está ciente do impacto desse processo, e procura discuti-lo continuamente, no que cabe à diretoria, junto aos seus 32 departamentos científicos. “É o investimento em educação continuada que manterá o pediatra qualificado e atualizado. Isso permitirá que o profissional possa atender bem e melhor seus pacientes e suas famílias”, define.

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Federação Brasileira de Gastroenterologia

(FBG) foco em atividades virtuais

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Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) representa a especialidade não somente no país, mas em nível mundial, e, como tal, enxerga a importância de investir na atualização dos seus associados. De acordo com o presidente eleito para a gestão 2017-2018, Flávio Antonio Quilici, disponibilizar atividades educativas também para os que não são membros da FBG é uma ideia que ele pretende aperfeiçoar. “Temos nossos associados, mas também queremos trazer o não sócio para a federação. Manter algumas informações abertas a esse público ajuda a mostrar o que é a sociedade e as vantagens de pertencer a ela, além de promover a educação continuada, que é a ação mais importante para nós”, argumenta.

Boa parte das ações às quais Quilici se refere estão disponíveis no site Academia FBG, iniciativa on-line voltada para formação científica por meio de conteúdo – em formato de vídeos e textos – atualizado em Gastroenterologia. Ainda no site da FBG, é possível assistir a aulas, ter acesso a informações, casos clínicos e biblioteca com as melhores revistas científicas da especialidade. O Programa Jovem Gastro, destinado a médicos com menos de cinco anos de formação que ingressam na especialidade, e o Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Gastroenterologia (FAPEGE) ajudam a promover educação continuada por meio de seminários em diversas regiões do país. Além disso, os congressos regionais e a Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (Sbad) – que reúne, em média, 5 mil participantes por

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edição – são outros exemplos de sucesso.

As parcerias com instituições do exterior também se destacam. A FBG possui convênio com sociedades de Gastroenterologia de países como Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, México, Portugal e Uruguai, assim como com a Organização Pan-americana de Enfermidades Digestivas (OPED) e a World Gastroenterology Organisation (WGO), que possui dois centros de treinamento no Brasil: um em São Paulo e outro em Porto Alegre.

Segundo o dirigente, a FBG, por meio dessas ações, tem sido eficiente em levar atualização aos gastroenterologistas de todo o país, principalmente os do interior. “Para esse tipo de divulgação, temos os eventos regionais que percorrem o Brasil, fora dos grandes centros, e os simpósios itinerantes mensais. Outro exemplo é que, a cada congresso, disponibilizamos as aulas on-line, ou seja, quem não pode estar presente

tem acesso ao conteúdo depois”, conta.

“Queremos chegar ao gastroenterologista, não importa onde ele esteja. Com essas atividades, ele tem acesso em qualquer lugar e isso nos deixa muito satisfeitos”, complementa.

A missão de comandar a FBG deve enfrentar desafios, como a obtenção de recursos. Mesmo assim, Quilici garante que o desejo é continuar investindo em ações de educação e, até mesmo, implementar novas. “Somos uma instituição com mais de 7 mil sócios, então precisamos ouvir as pessoas, em primeiro lugar, e avaliar cada região a fim de identificar o que é o melhor a ser feito, não só em termos de educação continuada, mas como um todo. O propósito é atender nossos associados e os demais gastroenterologistas brasileiros abrindo um canal de diálogo para melhor atender às necessidades peculiares de cada região”, declara.

Bruna Nishihata

"O propósito é atender nossos associados e os demais gastroenterologistas brasileiros abrindo um canal de diálogo para melhor atender às necessidades peculiares de cada região” Flávio Antonio Quilici (Gestão: 2017-2018)

“Com a maior facilidade

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

(ABORL-CCF)

de disseminação de conhecimento e a criação de várias

atualização científica e perspectiva de carreira médica

formas e plataformas de ensino, precisamos buscar alternativas de educação que sejam efetivas. Nosso objetivo é alcançar, progressivamente, um maior número de associados, levando até eles atualização de qualidade” Wilma Anselmo Lima (Gestão: 2017)

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educação continuada é uma das prioridades da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). De acordo com a presidente da instituição, Wilma Anselmo Lima, nos últimos anos, todos os ex-presidentes deram total apoio aos membros do Comitê de Educação Continuada. Além disso, são várias as ações desenvolvidas pelos comitês, departamentos e academias que compõem a ABORL-CCF. A associação promove mais de 12 cursos itinerantes, workshops, seminários, conferências, ciclos de palestras, cursos e um programa interativo de aulas on-line, o Otoweb. A instituição oferece, ainda, um espaço destinado a discussões on-line por meio da plataforma Ology. Destacam-se, também, os 36 volumes do Programa de Atualização em Otorrinolaringologia (Pró-ORL), os congressos on-line, as publicações – entre elas, a revista Vox Otorrino – e o Combined Meeting, somados ao grande evento da associação: o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

A ABORL-CCF também passou a oferecer ações centradas em gestão, com temas voltados para a orientação de carreira, planejamento financeiro, fidelização de pacientes, design e arquitetura de consultórios, entre outros aspectos. “Realizamos pré-congressos, palestras on-line e reportagens especiais na VOX, orientando os médicos sobre como montar um consultório, gestão de carreira, marketing e propaganda médica etc. Para este ano, vamos ampliar esse tipo de atividade, que é, sem

dúvida, de extrema importância para os nossos associados”, declara.

Entre os desafios que envolvem a iniciativa, Wilma destaca a inexistência de legislação e políticas públicas e institucionais em torno do assunto, tornando sua incorporação um processo mais difícil.

“Alguns países, como os Estados Unidos, adotam políticas de revalidação do título de especialista por meio de pontuação em cursos, congressos, simpósios e palestras.

Como no Brasil não há legislação vigente para tal finalidade, não é obrigatório que o especialista busque a revalidação e isso acaba deixando, para o otorrinolaringologista, a atualização livre e espontânea por meio dessas atividades”, expõe.

Diante disso, a presidente explica que o objetivo da ABORL-CCF é, justamente, tornar as ações educativas cada vez mais atrativas e proveitosas para que os médicos busquem a atualização contínua. “Com a maior facilidade de disseminação de conhecimento e a criação de vários modos e plataformas de ensino, precisamos buscar alternativas de educação que sejam efetivas. Nosso objetivo é alcançar, progressivamente, um maior número de associados, levando até eles atualização de qualidade”, reforça.

A dirigente ainda pretende ampliar e aperfeiçoar as medidas existentes e implementar novidades. “Queremos estruturar uma plataforma anual para um curso de educação continuada on-line com os principais temas de ORL-CCF, indo dos níveis básico ao avançado, e dando a possibilidade de resolução de dúvidas em esquema de plantão com a TV Otorrino”, adianta. Firmar convênios internacionais, a fim de propiciar aos otorrinos um estágio no exterior, também está nos planos.

Divulgação/ABORL-CCF

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(SBD) Sociedade Brasileira de Dermatologia

capilarização da educação médica continuada

Divulgação

onsiderada a segunda maior sociedade do mundo – atrás apenas da American Academy of Dermatology (AAD) – a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desempenha papel importante no fomento da educação médica continuada. Entre as ações voltadas para o tema, destacam-se o oferecimento regular de cursos, simpósios e fóruns, além do tradicional Congresso Brasileiro de Dermatologia (CBD), que, neste ano, chegará à sua 72ª edição.

Para o presidente da sociedade, José Antonio Sanches, investir em educação continuada é a melhor maneira de promover a atualização profissional dos 8.100 associados e trazer ganhos significativos em saúde para a sociedade.

Tendo isso em vista, a SBD promove ações específicas que vão além do congresso anual. É o caso, por exemplo, do Teraderm – que, diferentemente do CBD, no qual há uma preocupação em abordar todos os assuntos, foca somente na atualização terapêutica.

Nos Anais Brasileiros de Dermatologia, periódico oficial da SBD, os dermatologistas encontram uma seção especial chamada Educação Médica Continuada, que tem por finalidade estimular o conhecimento entre os profissionais. Ao final das publicações, o leitor pode fazer uma autoavaliação, respondendo a perguntas referentes ao conteúdo. No tocante à educação voltada para gestão de carreira médica, a SBD possui o projeto SBD Capacita, composto por variados cursos realizados periodicamente. Fazem parte da iniciativa capacitações como Marketing Ético, Gestão Financeira, Responsabilidade Civil, Educação Médica Continuada e Curso para Secretárias.

Conforme Sanches, é necessário capilarizar a informação. “Os eventos precisam, cada vez mais, ser oferecidos nas diversas regiões e em todo o interior do país. Uma das melhores maneiras de tornar isso possível é por meio da difusão de atividades à distância, prestando muita atenção, claro, à qualidade do serviço oferecido e ao que cada região necessita em termos de atualização”, explica. À frente da SBD em 2017, Sanches pretende multiplicar a transmissão de eventos on-line para o interior do país, facilitando o acesso de dermatologistas que,

“Os eventos precisam ser oferecidos nas diversas regiões e em todo o interior do país.

Nosso foco é fazer com que as informações cheguem até os locais mais remotos” José Antonio Sanches (Gestão: 2017-2018)

por qualquer razão, não possam se deslocar até os locais de realização. “Esse tipo de ação já existe, mas queremos profissionalizá-la ainda mais. Nosso foco é atuar com a capilarização e fazer com que as informações cheguem até os locais mais remotos”, completa.

De acordo com o presidente, a SBD já alcança, de certa forma, essa capilaridade por intermédio das regionais distribuídas em praticamente todas as capitais brasileiras, especificamente em São Paulo, com a existência também das distritais – bastante atuantes desde o interior até o litoral.

Estreitar as relações com as regionais, a fim de ajudá-las a implementar a educação continuada está na lista de prioridades da nova diretoria. O presidente antecipa que, durante sua gestão, os esforços em atualização médica estarão voltados para três temas principais: o envelhecimento da população, o uso de imunobiológicos e o paciente oncológico. “Os idosos representarão a maior parte da população no futuro. Os imunobiológicos exigem experiência para manuseio e ainda há um número pequeno de dermatologistas dispostos a fazer uso deles. A Dermatologia vinculada à Oncologia auxiliará a minimizar os efeitos adversos das terapias-alvo às quais os pacientes oncológicos são submetidos, como o estigma criado em torno disso. É necessária uma atenção especial da educação continuada, com foco em melhorar a atuação dos dermatologistas em relação a essas três questões tão atuais em nosso cenário”, finaliza.

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

(SBOT) educação continuada como pilar

“A

formação e a educação continuada são a razão de ser da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot). Foi em cima desses pilares que nós nos erguemos e, ainda hoje, é a nossa expertise maior”.

A afirmação é de João Maurício Barreto, presidente da Sbot. Assumindo o comando da instituição este ano, o ortopedista reconhece as dificuldades que envolvem o desenvolvimento da premissa e sabe que será necessário

um esforço cotidiano da diretoria.

“Os desafios são econômicos, no sentido de combinar, eticamente, a participação de empresas interessadas em patrocinar nossas atividades, e conceituais, em relação à busca constante pelo melhor veículo, aquele que tem melhor aceitação, consumo mais fácil e melhor custo-benefício para a divulgação da atualização médica”, define.

De acordo com Barreto, a Sbot promove a educação continuada de maneira virtual – disponibilizando o que há de melhor na Ortopedia brasileira e mundial por meio de aulas on-line, discussões, cursos e assinatura de revistas estrangeiras – e presencial – com cursos ministrados em todo o território nacional. “Privilegiamos cidades do interior, e a tônica das atividades é a discussão informal entre participantes e instrutores sobre temas do cotidiano de nossa especialidade e, é claro, há o nosso Congresso Brasileiro de Ortopedia

e Traumatologia (Cbot), que reúne todas as nossas subespecialidades, para discussões e debates que são presenças obrigatórias”, destaca o presidente.

A atualização dos associados também ocorre em forma de intercâmbio, participação em congressos e possibilidade de realizar cursos e treinamentos no exterior, por meio de parcerias com a Federação Europeia de Ortopedia e Traumatologia, por exemplo. A propósito, a Sbot está atenta ao que é feito pelas sociedades internacionais, buscando importar o que considera relevante para a melhoria de suas atividades. Na opinião de Barreto, o que mais agrada em congressos na Europa e Estados Unidos é o espaço reservado às discussões. “O modelo clássico de congresso, por meio do qual o professor fala e a audiência escuta, precisa ser mudado, definitivamente, por atividades em que plateia e instrutores tenham maior liberdade para trocar ideias, tirar dúvidas e interagir, contribuindo para um aprendizado mútuo”, sugere.

Embora sinta os efeitos negativos da crise econômica que atinge o país, a Sbot tem a intenção de tornar as ações educativas ainda mais abrangentes.

Barreto declara que, apesar das modificações no patrocínio da sociedade, reduzir o custo de participação dos sócios e torná-la mais simples – como o fim, por exemplo, da necessidade de pagamento da anuidade e do Cbot de forma individualizada – estão entre os objetivos da diretoria. “Assim, o pagamento da anuidade daria acesso pleno e irrestrito a todas as nossas atividades científicas, sem exceção”, expõe.

Bruna Nishihata

“A formação e a educação continuada são a razão de ser da Sbot. Foi em cima desses pilares que nós nos erguemos e, ainda hoje, é a nossa expertise maior” João Maurício Barreto (Gestão: 2017) | 59 | DOC

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Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

“O investimento na educação continuada

(SBEM)

é fundamental para que possamos contribuir não só para a boa prática de nossa especialidade, mas para que essas

investimento na educação médica para o benefício dos pacientes

informações atinjam, de forma positiva, nossa população”

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Fábio Trujilho (Gestão 2017-2018) Celso Pupo

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ssim como as outras instituições de especialidades médicas, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) tem suas próprias formas de educação continuada, tanto presenciais quanto a distância. Os grandes exemplos de atividades presenciais são os dois maiores congressos promovidos pela Sbem: o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, que ocorre em anos pares, e o Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia, em anos ímpares. Há, também, os congressos ou encontros realizados pelos departamentos ou sociedades parceiras, que tratam das subáreas da Endocrinologia, como Tireoide, Diabetes, Obesidade, Neuroendocrinologia, Metabolismo Ósseo e Endocrinologia Pediátrica, entre outras.

De acordo com o presidente Fábio Trujilho, atualmente, a entidade tem realizado cursos sobre assuntos que possuem grande demanda por atualização dos associados, como o Curso de Suplementação Alimentar e Endocrinologia do Esporte. Sobre as atividades a distância desenvolvidas pela Sociedade, o presidente cita o Webmeeting. “Durante o ano, a Comissão de Educação Médica Continuada da Sbem, junto com os vários departamentos da instituição, promove webmeetings, com assuntos de grande interesse do associado, que podem ser assistidos ao vivo de forma interativa ou vistos posteriormente”, relata.

Além do site da entidade, em que a área restrita para associados possui informações atualizadas sobre os principais temas da especialidade, seus membros também contam com a revista científica Archives of Endocrinology and Metabolism, bem como a assinatura e disponibilização de duas grandes revistas científicas internacionais. Fora isso, há também o Proendocrino, uma atualização profissional certificada pela Sbem, que os inscritos recebem por meio de ciclos de atualização de 12 meses. “O investimento na educação continuada é fundamental para que possamos contribuir não só para a boa prática de nossa especialidade, mas para que essas informações atinjam, de forma positiva, nossa população”, defende.

Associação Brasileira de Psiquiatria

“A rede de federadas

(ABP)

é fundamental para a promoção de cursos e eventos científicos em nível regional, descentralizando atividades presenciais.

Elas também atuam

acesso a distância ao ensino médico

em parceria com faculdades de Medicina

a ABP on-line são meios que possibilitam o acesso ao ensino médico a distância. “Além disso, a rede de federadas é fundamental para a promoção de cursos e eventos científicos em nível regional, descentralizando atividades presenciais. Elas também atuam em parceria com faculdades de Medicina no interior. Nós vamos incentivar e diversificar ainda mais essas atividades”, afirma.

A entidade também oferece o Programa de Atualização em Psiquiatria – Propsiq, em parceria com o Sistema de Educação Continuada à Distância – Secad. “São ciclos de atualização científica organizados em 12 meses, com certificado equivalente a 120 horas outorgado pela ABP, destinados a psiquiatras, médicos residentes, mestrandos, doutorandos e demais profissionais da área”, explica.

A presidente ressalta que o Congresso Brasileiro de Psiquiatria é o maior evento de especialidade médica da América Latina e o segundo maior do mundo sobre Psiquiatria e lembra que o evento também é disponibilizado na plataforma on-line. “Em 2016, foram mais de 1.100 profissionais envolvidos na apresentação de atividades, mais de 50 psiquiatras internacionais convidados e mais de 300 horas de atividades científicas”, relata.

no interior. Nós vamos incentivar e diversificar ainda mais essas atividades” Carmita Abdo (Gestão: 2017-2019)

Divulgação ABP

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ma das premissas básicas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) é a educação continuada. A entidade possui diversas iniciativas que visam à atualização dos psiquiatras, como o Pec/ABP on-line, programa de educação continuada da instituição. Na plataforma, as aulas são disponibilizadas quinzenalmente e ministradas por nomes consagrados da Psiquiatria brasileira, que são professores com título de especialista em Psiquiatria pela ABP. Além das aulas on-line, a associação também promove o Pec presencial nos eventos de suas federadas. Ainda na forma virtual, a entidade disponibiliza o programa ABP TV, cuja transmissão acontece toda segunda-feira às 21h, no Facebook e no site da instituição.

Durante o programa, dois ou mais médicos convidados debatem temas de atualização psiquiátrica, além de responderem às perguntas do público sobre o assunto.

Visando ao estímulo da educação continuada para levar a Psiquiatria a todos os cantos do Brasil, os eventos das federadas e dos núcleos associativos contam com apoio financeiro da ABP por meio do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento das Federadas e dos Núcleos Associativos (Fadef/ABP).

De acordo com a nova presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Carmita Abdo, a educação continuada nas cidades do interior é de grande relevância para a entidade, e o Pec e

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(SBU) Sociedade Brasileira de Urologia

“Queremos que o urologista realmente participe das nossas iniciativas. Para o futuro, o desejo é manter esses programas e realizar

mix de atividades educativas

o Congresso de Urologia neste ano,

tuante no que se refere à educação continuada, a SBU possui um órgão especial para o assunto denominado Escola Superior de Urologia. Fazem parte dessa escola programas a distância e projetos presenciais. De acordo com o presidente, Archimedes Nardozza Junior, aulas com duração de 20 minutos sobre variados temas da Urologia são disponibilizadas on-line, com foco no urologista já formado. “Existe outro programa, chamado Pró-TiSBU, com aulas mais temáticas, cujo objetivo é preparar os profissionais que prestarão a prova para o título de especialista da SBU”, afirma.

Ainda nesse âmbito, a SBU possui o Treinando em Casa, que visa aperfeiçoar a técnica cirúrgica dos associados por meio de filmes e explicações sobre o procedimento. Já na esfera presencial, o Professor Visitante leva conhecimento a regiões onde o foco é um público menor.

“São pequenos meetings feitos para uma média de 30 pessoas e que são realizados em diversas cidades do Brasil, principalmente em regiões do interior”, conta Nardozza. Outros eventos integram a lista de atividades presenciais da SBU, como o Congresso Brasileiro de Urologia (CBU), Congresso Sul-Brasileiro de Urologia, Congresso Norte-Nordeste de Urologia, Jornada Carioca de Urologia, Congresso Paulista de Urologia e o Congresso Mineiro de Urologia.

Em uma espécie de “mix de atividade presencial e a distância”, como o próprio Nardozza define, a SBU realiza, periodicamente, o curso de atualização Urologia Global. De caráter teórico-prático,

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a capacitação ocorre presencialmente em determinada região, ao mesmo tempo em que é transmitida via web para todas as seccionais da sociedade. Conforme o presidente, tanto os projetos a distância quanto os presenciais contam com o apoio de sociedades internacionais, como a American Urological Association (AUA), European Association of Urology (EAU) e a Confederación Americana de Urología (CAU).

Segundo o dirigente, um novo projeto, chamado Procet, está em curso na SBU. O programa visa monitorar os centros de residência em Urologia, submetendo-os à avaliação para obterem o selo de qualidade da SBU. Além das capacitações e do programa de supervisão, a instituição disponibiliza dois periódicos para atualização dos médicos, o International Brazilian Jornal of Urology e a revista Urologia Essencial, ambos voltados para a educação continuada.

Questionado sobre os desafios na área, Nardozza destaca a crise econômica como uma dificuldade, mas também ressalta a importância de engajar o profissional a incorporar a educação continuada como parte de seu cotidiano.

“Queremos que o urologista realmente participe das nossas iniciativas. Estudos mostram que, atualmente, mais de 50% de médicos da especialidade acessam os projetos que disponibilizamos.

Para o futuro, o desejo é manter esses programas e realizar o Congresso de Urologia neste ano, nosso maior evento de atualização científica, em que reunimos urologistas de todas as partes do mundo”, resume.

nosso maior evento de atualização científica” Archimedes Nardozza Junior (Gestão: 2016-2017)

Divulgação

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(CBO) Conselho Brasileiro de Oftalmologia

“Gostaria de reforçar que a educação continuada é um tema de enorme importância para o CBO e que não pouparemos

atualização de conteúdos e foco em parcerias internacionais

esforços para levar conhecimentos fundamentais e

educação continuada é uma preocupação para diversas entidades médicas, e com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia não poderia ser diferente. Segundo o presidente Homero Gusmão, o CBO possui forte tradição em educação continuada e, por isso, possui recursos presenciais e a distância para a educação de seus membros.

“Entre as ferramentas presenciais, destacam-se os Congressos Brasileiros de Oftalmologia, realizados anualmente, sempre com um tema oficial escolhido pelo colegiado, de acordo as necessidades indicadas. Além disso, um livro é editado a cada ano sobre o referido tema”, conta.

Gusmão destaca, ainda, outras atividades, como a realização de cursos feitos em parceria com as Sociedades Estaduais de Oftalmologia, que são levados a diversas cidades brasileiras. Nas ferramentas digitais, o CBO possui cursos e palestras on-line, além de um programa que disponibiliza algumas palestras proferidas durante os congressos para serem assistidas pelo portal.

Fora os meios de educação continuada disponíveis no conselho, o dirigente comenta que umas das principais ações realizadas até o momento sobre o assunto é a atualização da Coleção CBO (um conjunto de 17 volumes que compõem um verdadeiro compêndio sobre a especialidade). Também

estão incluídas entre as novidades: a nova formatação do programa Webcasting, que dá acesso às palestras proferidas nos Congressos Brasileiros de Oftalmologia, e a parceria com as sociedades estaduais de Oftalmologia, que leva cursos para as diversas cidades brasileiras.

Em relação às parcerias internacionais, o CBO é responsável pela certificação do Concilium Internacional, além de também oferecer aos associados acesso à plataforma O.N.E, da Academia Americana de Oftalmologia. Ainda, o CBO promove há algum tempo, a realização do Curso de Lideranças, em conjunto com a Associação Pan-americana de Oftalmologia, que, atualmente, se encontra na terceira turma.

Por fim, o presidente deixa uma mensagem reafirmando o compromisso da instituição quanto à educação continuada: “Gostaria de reforçar que a educação continuada é um tema de enorme importância para o CBO e que não pouparemos esforços para levar conhecimentos fundamentais e os avanços da especialidade a todos os colegas”.

especialidade a todos os colegas” Homero Gusmão (Gestão: 2015-2017)

Fernando Gardinali

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os avanços da

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Colégio Brasileiro de Cirurgiões

(CBC) ações que estimulam o aprimoramento das práticas cirúrgicas

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endo a educação continuada como uma de suas mais importantes missões, o CBC estimula a atualização médica por meio do intercâmbio de seus membros e de projetos como o Programa de Atualização em Cirurgia (Proaci) e o Programa de Atualização em Uso de Antibióticos em Cirurgia, com foco em trauma, sepse abdominal e na utilização racional dos produtos. Há, também, o Programa de Autoavaliação em Cirurgia – tratando de assuntos como pré e pós-operatório, videolaparoscopia, tromboembolismo venoso, paciente idoso, entre outros – e uma atividade voltada para educação médica especificamente em dor cirúrgica. Também são promovidos congressos setoriais e o renomado Congresso Brasileiro de Cirurgia, além de simpósios.

As publicações são outro ponto forte da instituição, como explica o atual presidente, Paulo Roberto Corsi. “Entre as publicações, a Revista do CBC, indexada em várias bibliotecas, recebe a melhor classificação nacional da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na área de Cirurgia. Distribuímos para todos os nossos membros o Boletim Nacional, e, em 2016, iniciamos a distribuição eletrônica do Atualidades Cirúrgicas, boletim do Capítulo de SP do CBC, os quais sempre trazem sessões científicas”, reitera.

Levando em consideração que as áreas cirúrgicas necessitam, além da transmissão de informações, de treinamento dos médicos para a boa execução dos procedimentos, Corsi enxerga nos cursos hands-on uma possibilidade efetiva rumo a esse objetivo.

“O CBC entende que o aprimoramento se reflete positivamente no atendimento médico, beneficiando o paciente. Temos obrigação de aperfeiçoar os produtos existentes e criar novos meios de educação continuada para os associados” Paulo Roberto Corsi (Gestão: 2016-2017) DOC | 64 |

Renato Velasco

da formação do profissional de Medicina

“Em parceria com instituições de treinamento, temos divulgado e incentivado a participação dos nossos membros nesses cursos. Talvez um dos nossos maiores desafios seja a falta de estímulos para reciclagem, uma vez que a capacidade profissional não determina diferenciação de rendimentos na grande maioria das fontes pagadoras”, acrescenta.

A educação continuada no interior também está na mira do CBC. Segundo Corsi, essas regiões carecem de médicos com elevada capacidade de resolução. Sendo assim, é primordial dar atenção às atividades nesses locais. “A internet facilitou muito o acesso aos colegas distantes. A capilaridade dos nossos programas atinge pequenos e grandes centros, servindo para aprimorar a atividade cirúrgica e estimular a realização de outros cursos presenciais”, avalia.

Quando questionado sobre a importância da iniciativa e o que pretende fazer em 2017, Corsi é enfático: “Nosso empenho no assunto é uma resposta à demanda dos membros. O CBC entende que o aprimoramento da formação do profissional de Medicina se reflete positivamente no atendimento médico, beneficiando o paciente. Temos obrigação de aperfeiçoar os produtos existentes e criar novos meios de educação continuada para os associados. O cargo em uma sociedade médica reconhecida por sua excelência é uma honra revestida de simbolismo. Mas, acima de tudo, é uma oportunidade de trabalharmos por nossos colegas. É o que continuaremos a fazer”. g