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Especial Dia do Médico
Adeus
ao mestre
DA CIRURGIA PLÁSTICA Com um trabalho incansável na Medicina, Ivo Pitanguy colocou o Brasil no mapa da Cirurgia Plástica mundial, tornando a especialidade conhecida e respeitada
o dia 6 de agosto, a Medicina se despediu de Ivo Pitanguy. Considerado um ícone mundial da Cirurgia Plástica, o médico partiu aos 93 anos de idade, em decorrência de uma parada cardíaca. Filho do cirurgião-geral Antônio de Campos Pitanguy, a habilidade com o bisturi parece ter vindo mesmo no DNA do mineiro de Belo Horizonte. Formado em uma época em que a Cirurgia Plástica não era reconhecida como uma especialidade, Pitanguy não deixou o sonho de lado. Por meio de uma bolsa de estudos, atuou como cirurgião-residente do Serviço do Professor John Longacre, no Bethesda Hospital, em Ohio, nos Estados Unidos. O médico frequentou, ainda, a Mayo Clinic, em Minnesota, e passou pelo Serviço de Cirurgia Plástica do especialista John Marquis Converse, em Nova Iorque. Ao voltar para o Brasil, criou o primeiro Serviço de Cirurgia de Mão da América do Sul e trabalhou como chefe do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, prestando assistência a pessoas carentes. Depois, teve a chance de aprimorar seus conhecimentos na Europa ao trabalhar com grandes nomes da área. Ao longo da carreira, também foi chefe do Serviço de Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar e criou a 38ª Enfermaria da Santa Casa, com foco no atendimento à população menos favorecida. O trabalho social, aliás,
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era uma das grandes preocupações do médico que, durante sua vida, procurou mostrar que a Cirurgia Plástica podia ser acessível a todos. Foi, ainda, professor titular do Departamento de Cirurgia Plástica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas. Em 1960, criou o curso de pós-graduação em Cirurgia Plástica da PUC, contribuindo para a formação de mais de 500 profissionais do Brasil e de 40 países. Na tragédia do Gran Circo Norte-Americano, ocorrida em 1961, em Niterói, Pitanguy liderou o Serviço de Queimados do Hospital Antonio Pedro, cuidando das vítimas do incêndio, como um verdadeiro herói. Em 1963, fundou a famosa Clínica Ivo Pitanguy, tornando-a um centro de referência mundial em cirurgia plástica estética e reconstrutora. Colecionador de títulos e homenagens, Pitanguy foi patrono da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro titular da Academia Brasileira de Letras, Academia Nacional de Medicina e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, além de várias entidades internacionais. Sua última aparição pública foi marcada por um momento histórico: o médico carregou, um dia antes de sua morte, a tocha olímpica no Rio de Janeiro. Nada mais justo para o homem que tornou o Brasil uma referência em Cirurgia Plástica no mundo.
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Paula Netto