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Entrudo
Festa popular com raízes em práticas medievais de preparo à quaresma e tradições romanas pagãs, o entrudo foi o principal embrião do carnaval de rua do Brasil. Divertida brincadeira anárquica muito apreciada pela população, chegou ao Brasil através dos portugueses. Taxada como prática selvagem por intelectuais e jornalistas, sofreu grande combate por parte das autoridades do século XIX. Apesar das constantes proibições era praticado na rua e tinha como principal característica a brincadeira de jogar talco ou polvilho uns nos outros, além de água limpa, lama, tinta e até urina. No entrudo de Petrolândia, as “vítimas” eram agarradas e jogadas no rio com roupa e tudo. Crianças e os jovens também “armavam-se” de latas de água, e às vezes até de outros líquidos como urina, para molhar umas às outras numa verdadeira batalha. Esse mela-mela acontecia sempre nas manhãs do domingo de carnaval. Atravessar a D. Pedro II naquela hora era uma verdadeira aventura para os que gostavam e um terror para quem não apreciava a brincadeira. Esses, claro, eram os preferidos da meninada na hora de perseguir.
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Dadas as confusões geradas por tais brincadeiras detestadas por muitos, o entrudo aos poucos foi sendo substituído pelo Zé Pereira, forma também improvisada de brincadeira de rua, aonde um batuque qualquer vai naturalmente atraindo outros batuques e sem organização prévia o povo abre o carnaval no sábado á noite. Por muitos anos na década de 70, o professor Alberto Celso, sério docente do Colégio, arrastou gente no Zé Pereira. A batucada começava em frente ao Clube e seguia pela D. Pedro II até a difusora de Panta, juntando gente à folia e apreciadores nas calçadas. À frente da troça, Pavão (motorista da Suvale), alto, magro e pulando muito, incorporava o Zé Pereira. Pronto. Juízos desligados até a Quarta-Feira de Cinzas. Começava o carnaval.
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