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Marcelo Martinez pág
Edtechs e a transformação do ensino superior
“Apesar das evidências e cerca de 2,3 milhões de alunos online no ensino superior, estratégias que promovam experiências digitais de qualidade ainda são raras em boa parte das instituições (...)” Ao longo da pandemia, o aprendizado online desempenhou um papel fundamental na educação de milhões de pessoas em todo o mundo. Plataformas de aprendizagem virtual tiveram impressionantes números de crescimento, impulsionadas por estudantes que buscavam expandir seus conhecimentos na impossibilidade das aulas presenciais. Como era de se esperar, neste período, as edtechs, startups focadas no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a educação, também tiveram seu auge. Segundo a consultoria Distrito, em 2021, somente as nacionais levantaram 222 milhões de dólares em investimentos, com expectativas ainda maiores para esse ano.
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Sob a ótica do ensino superior, as edtechs estão reinventando os métodos de aprendizado, revolucionando por meio da tecnologia processos educacionais com soluções interativas e adaptativas que conquistam a cada dia novos fãs. É o que aponta a Pesquisa Digital Learning Pulse da Cengage, na qual 68% dos alunos e 57% dos professores disseram preferir uma opção de aprendizagem online pós-pandemia. Sim, em um mundo de “trabalho de qualquer lugar”, as pessoas também querem “aprender de qualquer lugar”. Em um curto espaço de tempo, as universidades se viram obrigadas a replicar digitalmente as experiências de salas de aula presenciais, utilizando tecnologias de edtechs que conectem ambientes e pessoas para preencher a lacuna entre aluno e computador.
Apesar das evidências e cerca de 2,3 milhões de alunos online no ensino superior, estratégias que promovam experiências digitais de qualidade ainda são raras em boa parte das instituições de ensino, algumas por falta de visão estratégica, outras por simplesmente não saberem como fazer, mas todas perdendo alunos dia após dia enquanto vêem seus custos aumentarem. De fato, as universidades devem se reinventar ou correrão o risco de substituição. Devem entender que o novo aluno quer jornadas de aprendizagem flexíveis e personalizadas, quer ter acesso aos melhores professores e faculdades de sua área mesmo longe do campus, quer que a educação supere a barreira dos formatos para entregar experiências de aprendizagem de qualidade e individualizadas.
O desafio é grande, mas o caminho é claro. Para se manterem relevantes as universidades precisam começar a mudança imediatamente, estabelecendo uma agenda de transformação com a parceria das edtechs. Nesse futuro não tão distante, as instituições que não entenderem este cenário, não sobreviverão para contar a história.
Marcelo Martinez é engenheiro químico pela Poli-USP, pós-graduado em Marketing pela ESPM, com Mestrado em Administração pela FEA-USP e Doutorado em Administração pela FGV. Executivo com mais de 20 anos de atuação em empresas multinacionais, possui sólida vivência nas áreas de vendas, produtos e marketing, e experiência na elaboração e implementação de estratégias de negócios orientadas a resultados em diversos canais. É palestrante em Congressos nacionais e internacionais. Dê sua opinião sobre o artigo ou faça sugestões para nossos colunistas, envie seu e-mail.

