PANROTAS 1.600 - LGBTravel

Page 1


A drag queen Tchaka entre Thomas Dubaere e Antonietta Varlese, lideranças da Accor para as Américas

Networking com os maiores líderes do mercado

Fortalecimento da sua marca

Descoberta de novidades e tendências

Capacitações e palestras exclusivas

Impulsionamento da sua carreira

ÍNDICE

06. Os valore$ da diver$idade

09. CORIS SEGURO VIAGEM

10. Como a diversidade transforma os negócios da Accor Hotels

16. ORINTER TOUR & TRAVEL

18. Opinião: Como o Brasil avançou e o que ainda falta?

20. FORT LAUDERDALE (ESTADOS UNIDOS)

22. Aprendendo com os países mais seguros para o público LGBT+

28. Opinião: Turismo LGBT+ é impulsionado por direitos da comunidade

30. THE PALM BEACHES (ESTADOS UNIDOS)

32. Mercado está pronto para receber as famílias LGBT+?

42. PARTICIPE DO 1º PAN OPEN DE TÊNIS

44. HERO SEGUROS

46. Com autoridade, IGLTA avalia Turismo LGBT+ no Brasil e no mundo

50. Paradas do Orgulho pelo mundo: viaje pelos principais eventos

53. AVIANCA

54. Limelight Gaycations: como a mídia impulsiona as viagens LGBT+

57. BATON ROUGE (ESTADOS UNIDOS)

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta

GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA

Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade

Quer receber a revista PANROTAS pelo celular?

Toque aqui ou use o QR Code ao lado.

Media Partner Parceria Estratégica

OS VALORE$ DA DIVER$IDADE

O mercado de Turismo LGBTQ+ não é mais um nicho a ser explorado – é uma força econômica consolidada que movimenta globalmente mais de US$ 320 bilhões anuais, com projeção de ultrapassar US$ 630 bilhões anuais até 2033.

São números importantes, destacados em recentes pesquisas de mercado, que revelam uma verdade incontestável para o trade turístico: respeitar a diversidade transcende a esfera ética e moral, configurando-se como uma decisão estratégica de negócios que impacta diretamente o resultado financeiro das empresas.

Enquanto observamos um cenário político global volátil, com avanços e retrocessos nas políticas de inclusão, o comportamento do consumidor LGBTQ+ permanece consistente: este público prioriza viagens em seu orçamento e demonstra lealdade significativa às marcas que genuinamente os acolhem.

Dados do Instituto Gallup mostram que 7,6% da população americana se identifica como LGBTQ+, número que dobrou na última década, e na Geração Z – que em breve dominará o mercado consumidor – esse índice já atinge 30%. Ignorar este segmento não é apenas um erro ético, mas um equívoco comercial.

As empresas com ambientes corporativos diversos estão mais preparadas para compreender e atender às necessidades deste público. Quando colaboradores LGBTQ+ participam do desenvolvimento de produtos e serviços, a autenticidade das iniciativas é percebida pelo consumidor, que busca experiências genuínas e não apenas símbolos vazios durante datas comemorativas – o chamado “pinkwashing”, cada vez mais rejeitado por um público crítico e informado.

Personalização se tornou palavra-chave neste mercado. O viajante

LGBTQ+ contemporâneo deseja muito mais que apenas ser “tolerado” em destinos e estabelecimentos; ele busca experiências que celebrem sua identidade, reconheçam suas particularidades e ofereçam serviços adaptados às suas necessidades específicas. Não por acaso, credenciais como o “ILGTA Accredited” e o “Queer Destinations Committed” ganham relevância global, sinalizando aos consumidores quais empresas realmente investem em treinamento e políticas inclusivas.

Para o trade turístico brasileiro, o momento é de grande oportunidade. Com um mercado global em expansão e um público doméstico cada vez mais empoderado, as empresas que souberem equilibrar propósito e lucro, desenvolvendo produtos autênticos e inclusivos, colherão os frutos de um segmento caracterizado por alto poder aquisitivo, estadas mais longas e fidelidade às marcas que os respeitam. A matemática é simples: diversidade gera valor – tanto humano quanto financeiro.

Nesta edição especial da Revista PANROTAS dedicada ao Turismo LGBTQ+, convidamos o setor a enxergar os números e compreender que a verdadeira revolução está na forma como fazemos negócios: com respeito, autenticidade e a compreensão de que a liberdade de ser quem se é deve estar presente em cada etapa da jornada do viajante – da inspiração ao retorno para casa.

COM NOVA SEGURADORA, CORIS TERÁ EXPANSÃO INTERNACIONAL, MAIS SOLIDEZ E INOVAÇÃO

A Coris está com uma seguradora nova. A empresa de seguro viagem anunciou uma parceria com a Chubb e, nesta nova fase, promete ainda mais solidez, inovações e até uma expansão internacional. Luiz Gustavo Costa, CEO da Coris, explica que a empresa já atende algumas operações de fora, mas com a nova seguradora, a ideia é expandir. “Estamos elevando cada vez mais o nível de qualidade do setor e essa parceria com a Chubb vem para reinventar o que tem no mercado de seguro viagem no Brasil. Agora, temos muito mais oportunidades e muitas ideias. Queremos ampliar nossa atuação, não só no nosso País como também fora dele. Nossa expectativa é muito alta", conta.

A diretora comercial e de Marketing da Coris, Claudia Brito, concorda com o CEO. Ela acrescenta que a Chubb é

muito além do que uma garantidora de riscos: é uma parceria de negócios. “Sentimos que estávamos em outro patamar de negócios e começamos a procurar opções de seguradora no mercado. Procuramos uma parceria com maior afinidade com nossa empresa e vimos na Chubb essa oportunidade de alavancar negócios para além de uma garantidora de riscos", explica Claudia.

Luiz Gustavo continua: "Nós não estamos fazendo essa mudança por necessidade, mas sim por escolha. É um processo que foi discutido durante um ano e temos orgulho de dizer para o mercado que estamos celebrando uma parceria que vai elevar o patamar no setor”, destaca.

AO LADO DO AGENTE DE VIAGENS

A parceria entrará em vigor oficialmente a partir de 2 de julho, quando todas

as apólices emitidas já estarão com a nova seguradora. Os produtos e as novidades que serão fruto da parceria começam a ser discutidos neste momento de ‘oficialização’; até lá, a Coris reforça seus diferenciais em atendimento para o agente de viagens. "Nosso grande diferencial é o atendimento próprio. Desde que adquirimos a empresa, estamos aumentando a qualidade do nosso atendimento e isso faz com a gente realmente tenha um diferencial muito grande", destaca Claudia. No Brasil, a Coris possui mais de 15 mil clientes cadastrados, com uma equipe espalhada por todo o País. "Nós estamos sempre trabalhando em novidades para o nosso cliente B2B, com novas campanhas para atrair esse público e para motivar a comercialização de seguros viagem", finaliza.

Leandro Adam e Helena Cunha, da Chubb, Luiz Gustavo e Claudia Brito, da Coris, e Claudio Oliveira, da Chubb

Luiz Felipe Simões

Thomas Dubaere, CEO da Accor para as Américas, e Antonietta Varlese, vicepresidente sênior de Comunicação, Sustentabilidade e Relações Institucionais da Accor para as Américas

DIVERSIDADE QUE TRANSFORMA

Presente em mais de 110 países, a Accor é uma das maiores redes hoteleiras do mundo, com um portfólio que ultrapassa 45 marcas, somando mais de 5,6 mil hotéis e 850 mil quartos. A operação global também inclui mais de 10 mil restaurantes e bares e conta com uma equipe de mais de 360 mil colaboradores, refletindo a ampla atuação do grupo na hospitalidade e no setor de serviços. Como uma empresa que atua diretamente com pessoas, a Accor tem se comprometido com a diversidade, equidade e inclusão (DEI) de maneira constante e mensurável. Desde 2017, é signatária do Fórum de Empresas e Direitos LGBTQIA+ e, atualmente, no Brasil, 21% de seus colaboradores se autodeclaram membros da comunidade LGBTI+, sendo 2% pessoas trans.

Segundo Antonietta Varlese, vice-presidente sênior de Comunicação, Sustentabilidade e

Relações Institucionais da Accor para as Américas, a companhia tem uma agenda permanente voltada à inclusão. “Somos uma empresa de hospitalidade, que trabalha para pessoas e com pessoas. Queremos que todos se sintam bem-vindos em nossos hotéis, bares e restaurantes, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero”, afirma. O CEO da Accor nas Américas, Thomas Dubaere, reforça que as ações de DEI não são simbólicas. “Diversidade, equidade e inclusão só fazem sentido quando são estruturadas, mensuradas e vividas diariamente. Não é um compromisso de campanha ou algo pontual. É algo constante, que precisa fazer parte da cultura da empresa o tempo todo.” Ao compartilhar a experiência pessoal de seu filho, que se assumiu homossexual, o executivo destacou como esse momento reforçou seu compromisso em criar ambientes de trabalho seguros e respeitosos.

Thomas Dubaere, CEO da Accor para as Américas, Elayne Correa, da CEO da Saint Gobain, Rogério Barreira, CEO da Arcos Dourados, e Rodolfo Eschenbach, CEO da Accenture

COMBATE A LGBTI+FOBIA REFORÇA COMPROMISSO COM A INCLUSÃO

Para marcar o Dia Internacional de Combate à LGBTI+fobia, celebrado em 17 de maio, a Accor realizou em São Paulo o evento “Juntos pela Erradicação da LGBTI+fobia”, que reuniu agentes de viagens, operadores, especialistas e autoridades em uma manhã de diálogos e reflexões sobre hospitalidade e respeito. O evento também levantou debates sobre práticas de acolhimento e construção de experiências seguras para a comunidade LGBTI+ no Turismo. Com mediação de Catarina Costa, da Accor, o painel contou com nomes como Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, e Jorge Souza, diretor da Orinter. De acordo com dados da Booking.com, 58% dos turistas LGBTQIA+ brasileiros já sofreram algum tipo de discriminação durante uma viagem, e 75% consideram a possibilidade de serem autênticos um fator decisivo na hora de escolher o destino.

Cesar Ferragi, professor adjunto no curso de Turismo da UFSCar

Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBTI+ do Brasil, Alex Bernardes do LGBT+ Turismo Expo, e Jorge Souza, diretor da Orinter

Cesar Ferragi, professor da UFSCar e coordenador de pesquisa com a IGLTA, reforçou que segurança e acolhimento são fatores prioritários. “As pessoas não querem viajar tensas. Elas querem relaxar e ser quem são”, afirmou. Jorge Souza destacou a importância de preparar o trade turístico para esse público: “Quando oferecemos um produto, não pensamos apenas em festas. Trabalhamos com o agente de viagens para que ele saiba o que pode oferecer sem medo.” Ele também ressaltou o valor da representatividade interna. “Na Orinter, temos a sorte de contar com uma equipe composta por 10% de profissionais LGBTQIA+”, afirmou.

Para Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, a inclusão começa pelo reconhecimento da comunidade como público qualificado e força de trabalho. “O Turismo foi um dos primeiros setores a enxergar que a população LGBTI+ poderia ser uma força de trabalho cuidadosa e respeitosa”, afirmou. Ele também reforçou que o público LGBTI+ é mais fiel, justamente por ainda não ser bem acolhido em todos os lugares. “Onde somos bem recebidos, voltamos — e indicamos.”

PRÁTICAS CONCRETAS E ESTRUTURA DEDICADA

A Accor mantém comitês LGBTQIA+ em diversos países da América Latina, com embaixadores dedicados e políticas estruturadas. A área de diversidade e inclusão atua em quatro frentes: equidade de gênero, etnias, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIA+.

Entre as iniciativas estão campanhas de conscientização, metas internas de desenvolvimento, a empresa mantém comitês LGBTI+ em diversos países da América Latina, além de desenvolver materiais de comunicação personalizados. “Temos newsletters com sugestões de bares e restaurantes amigáveis à comunidade, além dos nossos próprios estabelecimentos. Também somos membros da IGLTA, que mapeia destinos seguros para esse público”, destacou Antonietta.

Integrantes do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+

TURISMO COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO

Durante o evento, o painel mediado por Catarina Costa, da Accor, contou com especialistas e representantes da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil. O professor da UFSCar, Cesar Ferragi, apresentou dados de uma pesquisa realizada com apoio da IGLTA, indicando que 87% dos turistas LGBTQIA+ apontam segurança e acolhimento como fatores decisivos na escolha de destinos e acomodações. “As pessoas querem relaxar e ser quem são. E quan -

do acolhemos bem, acolhemos não só os membros da comunidade, mas também suas famílias e amigos”, destacou.

Jorge Souza, da Orinter, falou sobre o núcleo LGBTQIA+ da operadora e o trabalho de capacitação de agentes. "Isso nos ajuda a desenvolver ações mais autênticas e representativas.”

Gomes ressaltou o papel do Turismo na inclusão e o apoio histórico do setor. “Mesmo quando a sigla LGBTQIA+ ainda não era amplamente usada, esse setor já acolhia profissionais da comunidade.”

CAPACITAÇÃO

E VISIBILIDADE

COMO PILARES

Uma das formas encontradas pela Accor para garantir ambientes mais inclusivos é a capacitação contínua dos seus colaboradores. Segundo Antonietta Varlese, essa formação não se restringe à sede ou à liderança, mas alcança todas as áreas operacionais dos hotéis. “Queremos que a cultura de respeito esteja presente em todos os pontos de contato com o hóspede, desde o check-in até os serviços de alimentação e lazer”, pontua.

A executiva destaca que, além das campanhas internas e de sensibilização, os times têm acesso a conteúdos

sobre terminologias corretas, boas práticas de atendimento e protocolos para lidar com situações de discriminação. “Não basta querer ser inclusivo — é preciso saber como agir de forma respeitosa e empática no dia a dia”, completa.

Além do foco interno, a visibilidade da comunidade também é parte da estratégia da rede. Durante o mês do orgulho LGBTI+, a Accor realiza ações especiais, como iluminação temática das fachadas de hotéis, apoio a eventos culturais e colaborações com influenciadores e entidades representativas.

Catarina Costa, da Accor, o jornalista Bruno Chateaubriand, Cesar Ferragi, da UFScar, Jorge Souza, da Orinter, e Ricardo Gomes, da Câmara de Comércio e Turismo LGBT+

PARCERIAS ESTRATÉGICAS E RECONHECIMENTO DO MERCADO

Ao longo dos anos, a Accor firmou parcerias estratégicas com entidades como a Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, fortalecendo seu compromisso não só como empregadora, mas também como marca alinhada às pautas de diversidade. “A Accor está conosco desde o início, ajudando a consolidar o Turismo LGBT como um segmento legítimo e potente da economia”, afirma Ricardo Gomes, presidente da entidade. O grupo também participa ativamente de conferências internacionais, fóruns de debate e premiações que reconhecem as melhores práticas em diversidade e inclusão. Para a rede, o reconhecimento externo é importante, mas o impacto real está na transformação da cultura organizacional e na experiência oferecida ao hóspede.

TURISMO COMO AGENTE DE MUDANÇA

A hospitalidade tem o poder de acolher e transformar. É com essa visão que a Accor avança em sua jornada pela inclusão, reafirmando o papel do Turismo como agente de mudança social. Ao colocar a diversidade no centro da sua operação, a companhia demonstra que respeitar as diferenças é mais do que uma obrigação moral — é uma estratégia de negócios inteligente e sustentável. Como afirmou Thomas Dubaere, CEO da Accor nas Américas, “não é uma tendência, nem uma ação pontual. É uma prática que precisa estar na essência da empresa”. E, ao que tudo indica, a Accor está determinada a manter esse compromisso todos os dias — com estrutura, escuta ativa e ações concretas. n

ORINTER PRIDE: ORGULHO E TURISMO INCLUSIVO DURANTE TODO O ANO

A Orinter Pride segue firme no compromisso com o Turismo inclusivo, promovendo ações de visibilidade e valorização da comunidade LGBTQIAP+ ao longo de todo o ano. Em junho de 2024, celebramos o Mês do Orgulho com campanhas digitais e ativações em parceria com agentes e operadoras.

Em julho, marcamos presença na Expo LGBTQIA+ em São Paulo com estande próprio e networking estratégico. Agosto foi dedicado à capacitação de agentes e à divulgação de pacotes para destinos como Buenos Aires, Colonia del Sacramento e Caribe. Setembro trouxe grandes conquistas: realizamos o FAMTRIP

LGBTQIA+ para Miami, em parceria com o Greater Miami CVB, e participamos de uma reunião histórica com o governo brasileiro, em Brasília, para discutir o fortalecimento do Turismo inclusivo.

Em outubro, estivemos na IGLTA Global Convention, em Osaka, e, já no Brasil, promovemos o evento Caribe e México com destinos como Playa del Carmen, Curaçao e Aruba. Novembro foi marcado pela participação na Festuris Gramado, celebrando os 15 anos do espaço LGBTQIAP+, além do apoio a iniciativas da Accor e do Fórum LGBTI+. Janeiro começou com o evento do Washington Pride em São Paulo e com o início da divulgação oficial

do WorldPride 2025. De fevereiro a abril, realizamos o FAMTRIP Tailândia e lançamos campanhas para destinos como Toronto, Aspen e Amsterdam, além da pré-venda do camarote Dua Lipa.

Maio coroou o ciclo com o FAM IGLTA + Orinter Pride em Manaus, participação em um painel da Accor e diversas ações para divulgar a Parada SP 2025.

E vem mais por aí: Bangkok Pride, Festuris LGBTQIA+, Circuito Cores SP e Rio, IGLTA Palm Springs e muito mais. Porque orgulho e Turismo caminham juntos — o ano todo. Saiba mais em pride.orinter.com. br e acompanhe tudo em tempo real no Instagram @orinterpride

TURISMO LGBT+ NO BRASIL: COMO AVANÇAMOS E O QUE AINDA FALTA?

Alex Bernardes, especialista em Comunicação e criador da LGBT+ Turismo Expo, a maior feira B2B desse segmento na América Latina, fundada em 2022

Desde 2008 eu respiro Turismo LGBT+, e nesses mais de 15 anos tenho visto de perto como o mercado está crescendo, mas também os desafios que ainda enfrentamos. O Brasil é o segundo maior mercado consumidor LGBT+ do mundo, perdendo apenas para os EUA. Existe uma estimativa de que somos mais de 20 milhões de pessoas LGBT+ no País. Segundo o mais recente estudo Rainbow Homes, da NielsenIQ Brasil, consumidores LGBTQIA+ movimentaram R$ 18,7 bilhões em 2024, um aumento de 39% com relação ao ano anterior. No Turismo, esse público gasta até 30% mais que os viajantes convencionais, segundo a IGLTA (International LGBTQ+ Travel Association). Mas como foi a evolução do Turismo LGBT+ no Brasil nos últimos dez anos? E o que ainda

falta para sermos um destino definitivamente de referência?

A TRANSFORMAÇÃO

DO SETOR PRIVADO

Há uma década, poucas empresas falavam em Turismo LGBT+ no Brasil. Hoje, grandes players como Accor Hotels, Belmond, entre outros, abraçaram esse perfil de viajantes e possuem comitês e programas de fomento. Na operação, grandes nomes como Orinter, Visual e Diversa também notaram o valor, investiram e já têm filtros e pacotes voltados para o público diverso.

DESTINOS ALÉM DO ÓBVIO

Quando falamos em destinos, a disputa por essa fatia do mercado fica ainda mais interessante. Além dos clássicos Rio de Janeiro e São Paulo, outros estão se destacando. Pernambuco,

Bahia e Ceará têm investido em campanhas e promoção. Já Mato Grosso do Sul, com Bonito e Pantanal, foi além: capacitou seu trade para bem receber os turistas LGBT+ e constantemente apoia e patrocina eventos nacionais e internacionais voltados para o tema, se tornando uma referência de destino acolhedor.

Em julho deste ano, em parceria com a LGBT+ Turismo Expo, o Mato Grosso do Sul receberá pela primeira vez um famtour de buyers internacionais especializados no segmento LGBT+. Iniciativas parecidas vêm sendo seguidas por São Luís, Paraty, Rio Grande do Sul e Pipa.

Em maio tivemos o primeiro famtour LGBT+ em Manaus. Uma parceria entre a Abav Amazonas, IGLTA e Orinter levou 5 agências de viagens que atendem esse perfil de viajantes para conhecer

as maravilhas da capital amazonense. Para coroar todas essas ações, temos o Ministério do Turismo com sua cartilha de boas práticas de atendimento, apoios e patrocínios a eventos do segmento, reuniões frequentes com lideranças do turismo LGBT+, e a Embratur com seu departamento de Diversidade desenvolvendo campanhas internacionais reforçando a promoção do Brasil como um destino LGBT+ friendly. Um alento para milhões de turistas dessa comunidade em todo mundo que tem sentido cada vez mais rispidez em destinos internacionais até então considerados acolhedores.

PRIORIDADE DO TURISTA LGBT+

Mas, o que ainda falta para o Brasil decolar de vez? A resposta é: Segurança, Segurança e… Segurança!

Uma pesquisa realizada pela IGLTA (Associação Internacional de Turismo LGBT+, em tradução livre) revelou que o primeiro item que um turista LGBT+ leva em consideração na hora de escolher sua viagem é a segurança. E aqui não nos referimos só a crimes com furtos e assaltos. Nenhum lugar no mundo está livre desse tipo de situação. Para o LGBT+, o crime de ódio é o que preocupa e o que torna decisivo na escolha de sua próxima viagem. Nada adianta termos festas incríveis se muitos viajantes ainda têm medo de andar de mãos dadas na rua. Precisamos de mais cidades com políticas anti-discriminação ou de inciativas como os aplicativos de denúncia integrados ao Turismo (como o "Rainbow Safe Travel" da Europa).

Profissionais do Turismo preparados fazem toda a diferença. Muitos guias e receptivos ainda não sabem lidar com casais do mesmo sexo ou pessoas trans. É urgente um programa de atendimento inclusivo.

Além disso, a missão só estará completa quando conseguirmos levar a diversidade para além os grandes centros urbanos, assim como foi feito em Pipa, Bonito e Paraty. Precisamos avançar e chegar em destinos como Amazônia, Canela, e até cidades históricas como Ouro Preto, Tiradentes, Marechal Deodoro e tantos outros. Isso exige parcerias entre governo e iniciativa privada.

E o que vem por aí? Se queremos nos tornar uma referência neste segmento, precisamos avançar rápido. As novas gerações (Gen Z e Alpha) já chegam com exigências diferentes: não basta um destino ser "tolerante", ele precisa ser verdadeiramente acolhedor. E o Brasil, com sua hospitalidade reconhecida, tem tudo para ser um líder nisso... se souber como se adaptar. O primeiro passo é entender que a personalização será o novo normal. Viagens sob medida e experiências realmente autênticas é o que busca a geração TikTok. Viagens temáticas como afroturismo LGBT+, viagens entre famílias LGBT+, roteiros que contemplem visitas em estabelecimentos com proprietários LGBT+, são mais atraentes para essa nova geração. Além disso, a geração que vem aí não se intimida e vai buscar seu espaço também em lugares atrações turísticas até então inimagináveis, como por exemplo nas quadrilhas das festas de São João, no nordeste brasileiro. É cada vez mais comum a presença deste público, tanto que, em 2023 a quadrilha junina Agitação Caipira homenageou os LGBTQIA+ trazendo casais homoafetivos e drag queens para sua performance em Boa Vista, Roraima. Já na Bahia, as quadrilhas juninas já contam com rainhas da diversidade e uma forte presença de mulheres trans. Festivais como o de Parintins, no Amazonas e até o Círio de Nazaré também entraram no roteiro dos mais jovens. Para a Geração Z, sustentabilidade e diversidade não são negociáveis. A geração clima não aceita destinos que só fazem "pinkwashing" (marketing LGBT+ sem ações reais). Eles querem hotéis com selos ESG, selos LGBTQ+ Friendly, festivais zero waste e principalmente um turismo com impacto social: roteiros que apoiem ONGs locais LGBT+, como casas de acolhimento para jovens expulsos de casa.

O CAMINHO À FRENTE

O Brasil já deu passos importantes, mas ainda não é o paraíso LGBT+ que poderia ser. Como organizador da LGBT+ Turismo Expo, vejo o potencial gigante desse mercado. Agora o que precisamos é ficar atentos às tendências do mercado e inserir o Turismo LGBT+ como política de Estado. n

FORT LAUDERDALE: O DESTINO LGBT+ ONDE SEUS CLIENTES SE SENTEM EM CASA

Para agentes de viagens que planejam férias inesquecíveis para clientes LGBT+, a Grande Fort Lauderdale se destaca como um dos destinos mais inclusivos dos Estados Unidos. Reconhecida como a capital LGBT+ da Flórida, a região abraça a diversidade, celebra a individualidade e oferece experiências enriquecedoras durante o ano todo. Com 24 milhas de praias imaculadas, mais de 480 quilômetros de vias navegáveis e um espírito caloroso e acolhedor, a Grande Fort Lauderdale é mais do que um refúgio tropical: é um destino onde todos se sentem em casa. No centro da vibrante cena LGBT+

local está Wilton Manors, o famoso bairro gay da cidade. Seus clientes podem começar o dia com um café na Wilton Drive, saborear as delícias do Cake Daddy, almoçar ao ar livre no Rosie's Bar & Grill ou experimentar a fusão do Tee-Jay Thai Sushi. À noite, a diversão continua em casas icônicas como Hunters, The Eagle e Alibi Monkey Bar. O bairro é repleto de lojas, galerias, bares e cafeterias de propriedade local que ostentam com orgulho a bandeira do arco-íris. A metrópole também oferece experiências à beira-mar com resorts LGBT+ friendly, como o The Grand Resort & Spa, além de restaurantes sofisticados, boutiques no Las

Olas Boulevard e distritos artísticos como Flagler Village.

E quando o assunto é celebração, a cidade não decepciona. Eventos como o Pride Fort Lauderdale, a Tropical Bear Week (em abril), os encontros de verão FLoatarama e Flockfest e a criativa festa de Halloween Wicked Manors atraem viajantes de todo o mundo.

Com dias de praia, cruzeiros LGBT+ partindo de Port Everglades e uma vida noturna inesquecível, a Grande Fort Lauderdale oferece sol, estilo e acolhimento. Mais do que um lugar para visitar, é um destino para se sentir visto, seguro e celebrado.

Karina Cedeño

MUITOS PAÍSES, UMA SÓ BANDEIRA

Canadá, Islândia, Malta, Portugal e Espanha. O que esses países têm em comum? O fato de serem considerados os mais seguros para viajantes LGBT+ em 2025, de acordo com o Spartacus Gay Travel Index.

O levantamento avalia 216 países e regiões, mostra o nível de segurança das pessoas LGBT+ em cada país e também a conscientização sobre desigualdades existentes.

O Spartacus Gay Travel Index leva em consideração o fato de que muitos turistas preferem visitar países onde a comunidade LGBT+ é aceita e valorizada na sociedade. Ao mesmo tempo, outros podem escolher propositalmente destinos onde tenham a oportunidade de dialogar com comunidades queer locais que enfrentam opressão. Sendo assim, o índice pode servir como uma ferramenta utilizada para tomada de decisão para ambos os perfis.

ONDE ESTÁ O BRASIL NO RANKING DE 2025?

Neste ano, o Brasil ocupa a 30ª posição na lista Spartacus de países mais seguros para o Turismo LGBT+, dois lugares acima da posição ocupada no ranking do ano passado (quando ficou em 32° lugar).

Mas essa posição no ranking é boa ou ruim? Significa que o Brasil está pronto ou que ainda tem muito a melhorar quando o assunto é a receptividade do turista LGBT+?

"Considerando que a lista tem 216 países e o Brasil está posicionado dentro da 'faixa verde' do ranking, isso já nos coloca em um ponto positivo", opina o coordenador da IGLTA no Brasil e na América do Sul, Clovis Casemiro. Vale lembrar que a cor verde-escuro no ranking representa os países mais liberais e queer-friendly.

"Mas há um erro logo nos primeiros pontos, que abrangem os itens Antidiscriminação, Legislação, Casamento/União Civil, Adoção Permitida, nos quais o Brasil deveria estar com nota máxima. Nos pontos negativos estão a interferência da religião e as hostilidades e mortes sofridas pela comunidade LGBT+", comenta Casemiro.

Clovis Casemiro, coordenador da IGLTA no Brasil e na América do Sul

De acordo com ele, as leis brasileiras, como criminalizar a LGBTfobia, são um sinal positivo muito forte, mas muito pouco usado por Embratur na divulgação do País no Exterior.

"O Brasil é um País que há anos recebe os Turistas LGBT+. Basta ver o nosso Carnaval, o Rock in Rio, show da Lady Gaga e outros grandes festivais. O público LGBT+ é sempre muito presente e isso fica evidente na mídia. Por outro lado, ainda não temos como medir os turistas LGBT+ que adoram a natureza, querem conhecer a história rica do Brasil, visitar o Amazonas ou o Pantanal".

PODEMOS MOSTRAR MAIS

Clovis Casemiro também considera tímida a campanha para atrair os turistas LGBT+. "Basta ver quanta divulgação tivemos das mais de 300 Paradas do Orgulho LGBT+ que acontecem desde o Parintins até Porto Alegre. Salvador é a cidade com mais Paradas do Orgulho no mundo, pois são realizadas em bairros. E onde está a divulgação da maior Parada do Orgulho LGBT do mundo?", questiona. Sobre os primeiros países do ranking, ele comenta: "Eles são o que chamamos de destinos LGBT+ consagrados em vários pontos, desde realmente divulgar seus destinos pra o mercado LGBT até as realizações de importantes eventos".

"O mais novo nesse grupo é Portugal, que 'saiu do armário' para o mercado LGBT+ por meio do Brasil e o nosso forte mercado. Foi quando se apresentou no evento LGBT+ Turismo Expo. No BTL, há dois anos, há uma área sobre Turismo LGBT+", conta.

A IMPORTÂNCIA

DOS EUA

O presidente da IGLTA também lembra que é importante reconhecer a importância dos EUA com a comunidade LGBTQ+. "Foi lá onde tudo começou na era moderna. São mais de 50 anos de muitas conquistas que refletiram em muitos países e hoje os EUA são o país com mais destinos friendly no mundo". Ele cita cidades que são ícones, como Nova York, Chicago, São Francisco e Miami, com ofertas e programação ao longo do ano para um mercado interno fortíssimo.

O Canadá é amplamente reconhecido por sua segurança e leis progressistas

PRECONCEITO VELADO NA INDÚSTRIA

Segundo Clovis, ainda há um preconceito velado na indústria de Turismo. "Falta entender o Turismo LGBT+ como gerador de negócios, ver os turistas LGBT+ e suas vontades ao atender o segmento e não fazer "Pink Wash", afinal nós somos consumidores em 365 dias e não apenas em um mês do ano. É muito importante esse posicionamento com o mercado, mas também com suas equipes e fornecedores", comenta.

AÇÕES EXEMPLARES DO TOP 15

O Canadá é amplamente reconhecido por sua segurança e leis progressistas que garantem os direitos da comunidade LGBT+. O casamento igualitário é legal desde 2005, e há proteção contra discriminação em todos os níveis. Cidades como Toronto e Montreal possuem um ambiente acolhedor para o público queer. Entre os eventos mais emblemáticos, está o Fierté Montréal (Montreal Pride), que acontece em agosto e atrai milhões de pessoas para celebrações, desfiles e eventos culturais;

Portugal tem se tornado cada vez mais reconhecido como um dos destinos mais seguros e acolhedores da Europa para a comunidade LGBT+. Com o casamento igualitário legal desde 2010 e leis robustas contra crimes de ódio, o país oferece uma atmosfera de respeito e inclusão. Lisboa e Porto se destacam por eventos como o Arraial Lisboa Pride em junho e o Porto Pride em julho, além dos festivais de cinema Queer Lisboa e Queer Porto, realizados no segundo semestre do ano;

Não é à toa que os 15 primeiros colocados da lista se destacam no ranking Spartacus Gay Travel Index 2025. Eles são referência quando o assunto é a proteção contra discriminação, segurança dos viajantes LGBT+ e ainda realizam eventos que atraem milhões de visitantes. Veja, abaixo, a razão de cada um desses países estarem nas 15 primeiras posições:

A Islândia é conhecida por sua cultura inclusiva e segura, sendo um dos países mais acolhedores do mundo para pessoas LGBT+. Além das leis protetoras e uma sociedade que preza pelo respeito, a visibilidade LGBT+ é forte até em espaços públicos como piscinas termais. O evento mais conhecido é o Reykjavík Pride, que acontece em agosto e atrai mais de 100 mil pessoas, transformando a capital islandesa em um verdadeiro festival de cores e diversidade;

Malta é um pequeno arquipélago que se destaca por possuir algumas das legislações LGBT+ mais avançadas da Europa. O país ocupa as primeiras posições em rankings de direitos LGBT+ da ILGAEurope. Eventos como o Valletta Pride, realizado em setembro, e festas temáticas durante o verão atraem visitantes de toda a Europa, consolidando Malta como um destino seguro e animado para o Turismo queer;

A Espanha é uma das maiores referências em Turismo LGBT+ do mundo, com casamento gay legal desde 2005 e proteção legal abrangente. O Madrid Pride (MADO) é o maior da Europa e ocorre em julho, atraindo mais de 1,5 milhão de participantes. Além de Madri, cidades como Barcelona e Torremolinos também são destinos populares, com praias gayfriendly e uma vida noturna animada;

A Alemanha combina segurança legal com uma ambiente LGBT+ diversificado. Berlim é famosa por sua cultura queer acolhedora e o Christopher Street Day (CSD), celebrado em diversas cidades, é o destaque do calendário LGBT+, com a edição de Berlim em julho sendo uma das maiores do continente europeu;

A Nova Zelândia é conhecida por seu compromisso com os direitos civis, sendo um dos primeiros países a legalizar o casamento igualitário fora da Europa. Além de ser um destino seguro, é também amigável para viajantes LGBT+. O destaque do calendário é o Big Gay Out, realizado em Auckland por volta de fevereiro, com shows, desfiles e atividades culturais ao ar livre;

A Suíça, embora mais conservadora em alguns aspectos, avançou consideravel mente nos direitos LGBT+, com o casamento igualitário legalizado em 2022. A Zurich Pride, realizada em junho, é o principal evento LGBT+ do país, oferecendo desfiles, festas e atividades culturais. Genebra também realiza sua própria parada, promovendo diversidade na região francófona;

O Chile tem avançado em sua legislação nos últimos anos, com o casamento igualitário aprovado em 2022. A visibilidade LGBT+ está em crescimento, especialmente em Santiago, onde ocorre a Marcha del Orgullo em novembro. Além disso, eventos como Luz & Igualdad destacam iniciativas de arte e cultura queer no país;

A Austrália é um destino de referência global no turismo LGBT+, especialmente após a legalização do casamento igualitário em 2017. O país possui leis antidiscriminatórias e uma sociedade amplamente inclusiva. O Sydney Gay & Lesbian Mardi Gras, realizado em fevereiro/ março, é um dos maiores eventos LGBT+ do mundo, atraindo milhares de visitantes e artistas internacionais;

O Uruguai é considerado um dos países mais progressistas da América Latina em termos de direitos LGBT+, com casamento gay legal e leis que permitem adoção por casais do mesmo sexo. Montevidéu é o centro da cena LGBT+ e realiza eventos como a Marcha por la Diversidad, geralmente em setembro, celebrando a inclusão com shows, desfiles e debates;

A Dinamarca foi pioneira mundial na legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo em 1989, e continua sendo líder em direitos LGBT+. O Copenhagen Pride, realizado em agosto, é o maior evento LGBT+ do país, com desfiles, shows e feiras. Além disso, o Copenhagen Queer Film Festival e outros eventos em Aarhus e Aalborg enriquecem o calendário queer dinamarquês;

A Noruega figura entre os países mais inclusivos do mundo, com leis protetivas desde a década de 80 e uma sociedade altamente respeitosa. O Oslo Pride, que ocorre em junho, é o maior do país e dura cerca de dez dias, com desfiles, shows e debates. Outras cidades como Bergen e Trondheim também promovem eventos similares, como o Bergen Pride e o Trondheim Pride;

A Bélgica foi um dos primeiros países da União Europeia a legalizar o casamento igualitário, em 2003, e segue sendo uma referência em segurança e inclusão. Bruxelas realiza anualmente o Brussels Pride em junho, com participação massiva e apoio institucional. A cidade de Antuérpia também possui uma cena LGBT+ forte, com festas e eventos culturais durante o ano;

A Argentina é considerada um dos países mais avançados da América Latina em direitos LGBT+, com casamento igualitário legal desde 2010 e leis que garantem a identidade de gênero. Buenos Aires é o epicentro da cena queer, com o Buenos Aires Pride em novembro e eventos culturais durante o ano todo, como as milongas de tango queer e a tradicional festa Vendimia Para Todxs, em Mendoza, durante o mês de março.

DIREITOS LGBTQIA+ IMPULSIONAM O TURISMO GLOBAL

Por Otávio Furtado, jornalista e consultor de Diversidade & Inclusão. Editor-chefe do Maior Viagem Lifestyle e Colunista da Veja Rio

A garantia de direitos da comunidade LGBTQIA+ não afeta somente os habitantes de um país, mas também é um grande impulsionador do Turismo queer, garantindo um fluxo maior de visitantes.

O Turismo LGBTQIA+ deverá movimentar U$ 357 bilhões este ano, segundo dados da Coherent Market Insights, organização global de consultoria e inteligência de mercado. Ainda, a expectativa de crescimento é de 7,8% até 2031, demonstrando o enorme potencial deste mercado. Segurança e acolhimento estão presentes na tomada de decisão do viajante da comunidade

quando está decidindo o próximo destino. Pesquisa do Booking.com (2024) revelou que 75% levam em consideração a possibilidade de serem autênticos durante a viagem. Até por isso, o conhecido ranking anual da Spartacus sobre os melhores países para o Turismo LGBTQIA+ tem como maior destaque na pontuação os direitos garantidos para a comunidade. Se olharmos a fundo o recém-divulgado levantamento, veremos exemplos claros de como a legislação local impacta no ranqueamento. Países como Tailândia, Grécia e Curaçao deram um salto pela aprovação do casamen-

to civil entre pessoas do mesmo sexo. Na contramão, os Estados Unidos viram sua colocação piorar em virtude dos recentes ataques do governo Trump ao direito das pessoas queer.

Nos últimos cinco anos o Brasil subiu 19 posições no ranking, mas ainda está apenas na 30ª colocação, atrás de outros países da América do Sul como Uruguai (8º lugar), Chile (12º) e Argentina (15º). Apesar de uma legislação de proteção à comunidade considerada avançada, perdemos pontos por ter “nativos hostis”.

Questionado sobre o quesito, Marcelo Freixo, Presidente da Embratur, destacou a importância do diálogo com outros órgãos federais, como o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

Outro aspecto avaliado negativamente pelo ranking é a promoção do Turismo inclusivo. Nesse ponto a Embratur tem papel fundamental para ajudar a transmitir a mensagem sobre a legislação local e o acolhimento ao turista LGBTQIA+.

“A Embratur busca integrar cada vez mais o recorte LGBTQIA+ em sua narrativa institucional e estratégias de promoção internacional do Brasil. O novo Plano Brasis, lançado recentemente, se estrutura, entre outras prioridades, com o objetivo de promover ações e direcionamentos que valorizam a diversidade e a pluralidade cultural do Brasil”, explicou Freixo. Fato é que além da legislação, é preciso garantir a aplicação e garantia dos direitos da comunidade para figurar como um país acolhedor. Este trabalho contínuo precisa ser feito por qualquer país que queira uma fatia do mercado milionário do turismo LGBTQIA+.

O Brasil está no caminho, mas ainda há como avançar.

THE PALM BEACHES: LUXO, CULTURA E EXPERIÊNCIAS INESQUECÍVEIS

The Palm Beaches, o primeiro destino de resort da América® e o mais elegante da Flórida, recebe viajantes exigentes há mais de 125 anos. Com natureza deslumbrante, cultura vibrante e uma gastronomia premiada, o destino oferece uma coleção de experiências inesquecíveis.

DIVERSIDADE DE CIDADES E ATRAÇÕES

Com 39 cidades distintas, The Palm Beaches tem algo para todos os perfis. West Palm Beach encanta com sua vida noturna e cena cultural, enquanto Jupiter revela paisagens naturais exuberantes. Palm Beach resgata a Era Dourada com sua arquitetura icônica, e Boca Raton se destaca pelos restaurantes sofisticados e museus.

HOSPEDAGEM SOFISTICADA

A elegância é uma marca registrada de

The Palm Beaches. Resorts icônicos como The Breakers Palm Beach e The Brazilian Court combinam história e sofisticação, enquanto Eau Palm Beach e Four Seasons Palm Beach oferecem luxo à beira-mar.

GASTRONOMIA E COMPRAS EXCLUSIVAS

Com mais de 2.000 restaurantes, a região abriga chefs renomados como Lindsay Autry (Honeybelle) e Clay Conley (Buccan). Para os amantes das compras, Worth Avenue e Royal Poinciana Plaza são paradas obrigatórias.

ESPORTES E NATUREZA

Conhecida como a Capital do Golfe da Flórida, The Palm Beaches conta com campos assinados por Jack Nicklaus e Arnold Palmer. Os visitantes também podem praticar tênis, polo e esportes aquáticos, além de explorar 47 milhas

de praias paradisíacas e trilhas ao ar livre.

CULTURA E BEM-ESTAR

O destino abriga o Norton Museum of Art, o Kravis Center for the Performing Arts e o Morikami Museum & Japanese Gardens. Para relaxar, spas premiados oferecem experiências revigorantes, como massagens ao ar livre com vista para o mar.

SUSTENTABILIDADE E ACESSIBILIDADE

Comprometido com a preservação a biental, The Palm Beaches protege ecossistemas como recifes de coral e áreas de nidificação de tartarugas. Além disso, é um destino inclusivo, garantindo acessibilidade para todos os visitantes.

Planeje a viagem de seu cliente em th palmbeaches.com/travel-professionals.

O destino de férias mais elegante da Flórida

Ao visitar The Palm Beaches, você vivenciará experiências únicas e personalizadas de acordo com as suas preferências. Organize as férias perfeitas do seu cliente ThePalmBeaches.com/Travel-Professionals

VIAGENS EM FAMÍLIA

Entre 2021 e 2023, mais de 50 mil crianças foram registradas por casais homoafetivos no Brasil. Nesse mesmo período, o número de crianças que encontraram um lar dobrou, graças à adoção realizada por casais do mesmo sexo. Desde a legalização do casamento homoafetivo em 2013, o País tem registrado um aumento contínuo dessas uniões, refletindo a crescente diversidade na configuração das famílias brasileiras. Essa transformação no perfil das famílias também impacta diretamente em vários setores, incluindo o Turismo. De acordo com projeções da Research and Markets, o mercado global de Turismo LGBTQ+ deve movimentar US$ 532 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual de 6,9%. Além disso, estudos apontam que o Turismo LGBTQ+ é, em média, 30% mais rentável do que o Turismo convencional.

A presença cada vez maior de famílias LGBTQ+

no setor turístico tem contribuído para ampliar a diversidade de ofertas e destinos voltados a esse público. O segmento familiar ganha destaque e quebra estereótipos ao mostrar que o Turismo LGBTQ+ vai muito além de vida noturna e grandes festas. Hoje, casais homoafetivos com filhos procuram experiências culturais, roteiros personalizados e estruturas que acolham suas famílias. Especialistas frisam esse novo cenário, destacando como a evolução social tem impulsionado esse perfil de viajantes e influenciado diretamente o mercado. Ed Salvato, professor de Turismo na Universidade de Nova York e integrante da Proud Experiences, expõe que, no último ano, cerca de 85% dos pais LGBTQ+ com filhos menores de 18 anos fizeram pelo menos uma viagem em família, o que impulsiona o setor de Turismo a desenvolver produtos e serviços mais inclusivos para atender às necessidades específicas desse público.

"O mercado global de Turismo LGBTQ+ é uma força econômica poderosa. Estima-se que seu impacto econômico global anual seja superior a US$ 140 bilhões. Esse efeito ressalta o poder de compra substancial dos viajantes LGBTQ+, incluindo famílias. Destinos que promovem ativamente a inclusão e a segurança para famílias LGBTQ+ frequentemente registram aumento na receita. Temos exemplos de destinos como Cidade do Cabo, na África do Sul, e Barcelona, na Espanha, que registraram um crescimento econômico influenciado pela presença de famílias LGBTQ+. Isso não apenas enriquece o tecido cultural dos destinos, mas também proporciona benefícios econômicos tangíveis. Ao promover ambientes inclusivos, os destinos podem atrair uma gama diversificada de viajantes, levando ao crescimento econômico sustentado e ao desenvolvimento da própria comunidade local”, esclarece Ed. Além do impacto econômico, o comportamento desse novo perfil de viajantes também revela mudanças importantes nos critérios de escolha dos destinos. Uma pesquisa da Booking. com revelou que:

u 34% dos pais LGBTQ+ brasileiros afirmam que sua orientação sexual ou identidade de gênero influencia na escolha dos destinos de férias com a família;

u 67% também analisam se o local é acolhedor tanto para crianças quanto para pessoas LGBTQ+ antes de realizar suas reservas.

Robert e Gustavo, digital influencers conhecidos como @2depais e pais do Marc e da Maya, contam que adoram viajar com as crianças e que sempre fazem questão de escolher destinos que sejam abertos a famílias LGBTQ+.

“Quando viajamos em família, buscamos destinos que oferecem acessibilidade, estrutura e opções de lazer para os pequenos. Preferimos destinos que concentram tudo em um só lugar — como resorts ou cidades super preparadas para famílias, como Orlando. A França também nos surpreendeu positivamente, além do Brasil, que é um país incrível para viajar sendo uma família LGBTQ+. Em todas as cidades que visitamos com as crianças, fomos muito bem recebidos. E o mais bonito é que não se trata de um tratamento diferenciado — somos tratados simplesmente como uma família, como qualquer outra. Isso, para nós, é o mais importante”, destacam.

Outro casal que compartilha essa visão é o @paisde3_, Carlos e Lucas, pais do Kawã, do Edgar e da Ketlin, que também valorizam destinos acolhedores. Eles relatam ótimas experiências ao viajar pelo Brasil, especialmente no Marupiara Resort, em Porto de Galinhas (PE), onde se sentiram acolhidos tanto pelos colaboradores do hotel quanto pelos demais hóspedes.

“Foi um lugar que nos deixou muito à vontade para aproveitarmos todos os momentos. Inclusive, lá, também tivemos contato com outras famílias LGBTQ+ hospedadas. Antes de fazer qualquer viagem, a gente sempre pesquisa sobre o lugar e o acolhimento à diversidade. Então, vamos nas redes sociais verificar se há diversidade nas publicações, além de também pesquisarmos a cultura local. Por meio das viagens, nossos filhos têm contato com outros costumes e culturas, fazendo com que eles também se identifiquem e aprendam mais sobre a diversidade que existe além da nossa família, respeitando outras formas de ser e existir. Além disso, também traz segurança a eles próprios, pois percebem que a família deles é ‘diferente’ para outras pessoas, mas que a beleza está realmente aí: nas diferenças existentes. Viajar é uma forma de mostrar toda essa riqueza que existe, fortalecendo todos nós em relação à diversidade e à identidade familiar”, compartilham.

Robert e Gustavo curtem as férias em família
Carlos e Lucas exploram destinos com os familiares

Tony Warner, vice-presidente de Finanças da IGLTA, explica que as viagens multigeracionais — que reúnem crianças, avós e outros parentes — estão se tornando cada vez mais comuns e duradouras, com a segurança sendo sempre a prioridade. Ele próprio, ao lado do marido, realiza frequentemente viagens internacionais de longa duração com os três filhos do casal, de nove anos. "Levamos nossos filhos ao Sri Lanka, às Maldivas, à África do Sul e à Namíbia. Viajar abre os olhos deles, aumenta a confiança e os ajuda a entender a diversidade cultural. A segurança é a base das nossas viagens. Se não sentirmos que nossa família estará segura e respeitada, não iremos. Famílias LGBTQ+ planejam com cuidado, gastam com cuidado e se lembram de como são tratadas.”

Warner reforça que hotéis e destinos devem se destacar de forma significativa, capacitando equipes para o uso de linguagem inclusiva, adotando posturas acolhedoras e oferecendo estruturas e atividades voltadas para todos os tipos de família. “Quanto mais visíveis formos, mais chances teremos de abrir corações e mentes”, conclui.

Tony e sua família fazem safári no deserto

CRIANÇAS

EM EVENTOS LGBTQ+?

Eventos e festivais desempenham um papel fundamental não apenas para o Turismo LGBTQ+, mas para o setor como um todo. Seu enorme potencial econômico é evidenciado por iniciativas como as Paradas do Orgulho, especialmente a de São Paulo, que figura entre as maiores do mundo. A cada edição, o evento atrai entre 3 e 4 milhões de pessoas e movimenta mais de R$ 400 milhões, impulsionando a economia local e beneficiando diretamente hotéis, restaurantes, bares, serviços de transporte e o comércio em geral.

Além das Paradas do Orgulho, a comunidade LGBTQ+ também reforça sua diversidade em eventos culturais e ar -

tísticos como shows de drag queens - que combinam performance, música, moda e até humor e teatro - exposições de arte em museus, mostras de cinema, circuitos literários e manifestações políticas.

Para Bruna e Camila, mais conhecidas como @2maeseosgemeos, participar de eventos como esses é uma forma de aproximar os filhos da representatividade e da diversidade. “Levamos nossos filhos em eventos LGBTQ+ porque acreditamos que é muito importante que eles vejam que a nossa família é tão legítima quanto qualquer outra. Cada viagem, cada experiência, acrescenta positivamente na vivência deles”, comentam.

Robert e Gustavo pensam da mesma forma e se orgulham em afirmar que levam Marc e Maya a eventos LGBTQ+ desde bebês. “Participamos da Parada do Orgulho todos os anos. Sempre vamos no momento da montagem, antes da grande movimentação, para que eles possam ver como aquela festa é construída — com orgulho, alegria e respeito. Também gostamos de levá-los a eventos diurnos que celebram a cultura LGBTQ+, com shows de drag, arte e representatividade. Fazemos questão de mostrar esse universo para eles desde pequenos, com naturalidade e carinho”, afirmam.

O LGBT+ Turismo Expo é outro exemplo de evento que dispõe de espaços para famílias. Marcada para o dia 24 de julho, em São Paulo, a feira reunirá fornecedores de produtos e serviços que atendem as demandas dos viajantes LGBTQ+ , além de apresentar treinamentos e painéis sobre destinos acolhedores.

Alex Bernardes, idealizador do evento, compartilha que "cruzeiros exclusivos para famílias LGBTQ+ já são uma realidade em destinos internacionais.

Em eventos como a Parada do Orgulho de São Paulo, destaca-se a iniciativa do Trio das Mães pela Diversidade. E também temos o Hopi Pride, no parque Hopi Hari, mais voltado a um público jovem. A oferta de opções específicas para famílias é limitada, apontando uma clara oportunidade de negócio para quem organiza eventos e festivais LGBTQ+ ao passar a contemplar esse público."

Bruna e Camila viajam em família

FAMÍLIAS QUE SÓ QUEREM… SER FAMÍLIAS

Como se não bastassem todos os anos de luta para garantir direitos básicos como a legalização da união estável e a possibilidade de formar uma família, casais LGBTQ+ ainda enfrentam julgamentos e discriminações em destinos e meios de hospedagem que não estão preparados para recebê-los de forma adequada.

Comentários inadequados, suposições heteronormativas, ausência de políticas claras de não discriminação, materiais de marketing que retratam apenas casais heterossexuais e até a resistência em oferecer camas de casal para casais do mesmo sexo são exemplos de um despreparo que compromete a experiência dessas famílias.

Robert e Gustavo, do @2depais, vivenciaram esse tipo de situação. “Como família, nunca passamos por situações desconfortáveis. Mas como casal, já vivemos um episódio constrangedor em Gramado (RS). Eu, Gustavo, preparei uma surpresa romântica para o Robert no hotel — com flores, pétalas, champanhe — mas na hora do check-in, a recepcionista simplesmente não conseguia entender que era para um casal gay. Ficou perguntando várias vezes se tínhamos certeza de que o quarto decorado era para a gente, nos acompanhou até lá, questionando o tempo todo e, sem querer, acabou estragando a surpresa. Não foi um caso de homofobia, mas de despreparo mesmo — faltou sensibilidade para lidar com a situação com naturalidade e enxergar a gente como um casal. Isso só reforça a importância de treinar equipes para lidar com a diversidade”, explica Gustavo, que ainda reforça a importância das empresas de Turismo oferecerem treinamento adequado aos colaboradores e parceiros. "Cabe às empresas garantirem que toda a cadeia — desde guias e funcionários até hotéis e restaurantes — esteja pre-

Adobestock

parada para receber todos com respeito e naturalidade", complementa. Quem também enfrentou um momento desconfortável durante uma viagem foram Paula e Camila, conhecidas nas redes como @duasmaesdobenjamin. Ao chegarem ao hotel, se depararam com duas camas de solteiro, embora tivessem reservado uma cama de casal. “Por sermos duas mulheres, presumiram que éramos apenas amigas. Outro problema recorrente são os formulários que exigem o preenchimento com 'nome da mãe' e 'nome do pai', como se todas as famílias seguissem o modelo heteronormativo. Sempre ressaltamos a importância de atualizar esses sistemas para 'filiação' ou 'responsáveis', tornando os formulários mais inclusivos e igualitários”, relatam.

Paula e Camila

Ed Salvato salienta que empresas que negligenciam ou abordam de forma superficial a inclusão da comunidade LGBTQ+ comprometem não apenas sua imagem institucional, mas também seu desempenho financeiro. A ausência de um posicionamento consistente pode resultar na perda de credibilidade, relevância de mercado e receita, especialmente em um cenário onde os consumidores demonstram crescente consciência em relação aos valores das marcas que apoiam.

“Marcas que apoiam a comunidade LGBTQ+ de forma autêntica e consistente podem promover uma fidelidade significativa do cliente e impulsionar a lucratividade. De acordo com uma pesquisa da Nielsen, 72% dos consumidores LGBTQ+ deixam de comprar de marcas que não valorizam sua comunidade. Isso ressalta a importância do engajamento genuíno durante todo o ano, em vez de gestos limitados e performáticos durante o mês do Orgulho. A inclusão autêntica envolve mais do que apenas marketing; abrange políticas inclusivas, representação e ativismo”, elucida. Nesse contexto, o setor de hospitalidade também tem buscado se adaptar. O Pullman São Paulo Ibirapuera, por exemplo, implementou mudanças para acolher melhor os novos perfis de viajantes, como: uTreinamento de colaboradores focado em Diversidade, Equidade e Inclusão; uAtendimento personalizado para clientes LGBTQ+, com fotos da família, itens com cores da bandeira do Orgulho e kit de desenho para crianças; uEquipe de Guest Relations, que sugere roteiros per-

sonalizados pela região do hotel, de acordo com o que o hóspede solicita.

Juliana Silveira, coordenadora de Talento e Cultura do Pullman Ibirapuera, conta que "o treinamento da equipe é baseado em casos reais de situações discriminatórias vivenciadas por nossos próprios colaboradores. Orientamos o time sobre as atitudes adequadas a serem adotadas nesses contextos, com o objetivo de criar um ambiente seguro e acolhedor, onde todos se sintam livres para ser quem realmente são".

Outro meio de hospedagem que se compromete com a diversidade a partir de políticas de inclusão e capacitação é a Blue Tree Hotels. Como parte desse compromisso, alguns hotéis da rede, entre eles o Blue Tree Towers Anália Franco (SP), ostentam o selo "Travel Proud" da Booking.com — uma certificação que reconhece a preparação de seus colaboradores para receber o público LGBTQ+ com respeito, igualdade e naturalidade.

Chieko Aoki, presidente da rede, explica que as equipes de atendimento passam por treinamentos específicos com foco em práticas inclusivas e no combate a preconceitos. "Todos os colaboradores da rede são capacitados continuamente em políticas de ética e diversidade, reforçando o compromisso com um ambiente acolhedor e respeitoso para todos os perfis de famílias. Esses treinamentos abrangem temas como comunicação não discriminatória, valorização das diferenças e atuação sensível em situações que exigem empatia, assegurando que todas as pessoas se sintam bem-vindas", conta.

DICAS PRÁTICAS PARA AGENTES E CONSULTORES

DE VIAGENS

u Pratique o respeito à diversidade - Trate todos com igual consideração e prefira termos neutros como "seu/sua acompanhante";

u Informe-se sobre destinos LGBTQ+ friendly - Saiba quais países têm leis discriminatórias e mantenha-se atualizado sobre destinos seguros;

u Recomende acomodações inclusivasDê preferência a hotéis e pousadas que sejam reconhecidamente LGBTQ+ friendly;

u Respeite nomes sociais e pronomes, especialmente com pessoas trans e não binárias;

u Ofereça serviços personalizados - Sugira experiências culturais, eventos ou locais LGBTQ+ friendly;

u Oriente sobre segurança - Dê dicas sobre como agir em situações de discriminação;

u Faça parcerias com empresas inclusivas - Trabalhe com fornecedores que respeitem os direitos da comunidade.

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA RECEBER FAMÍLIAS LGBTQ+

uUtilize linguagem inclusiva - Evite suposições sobre gênero ou estrutura familiar. uTrate casais LGBTQ+ com igualdade - Ofereça o mesmo nível de atenção e serviços que seriam proporcionados a casais heterossexuais.

uCapacite os colaboradores - Promova treinamentos regulares sobre diversidade, equidade e inclusão para toda a equipe.

uSaiba lidar com situações de discriminação - Caso presencie ou seja informado sobre atitudes discriminatórias, esteja pronto para oferecer suporte às vítimas.

uAdapte formulários e sistemas - Crie formulários com opções de gênero além de "masculino" e "feminino" e campos com "responsável 1" e "responsável 2" ao invés de "pai" e "mãe".

uEsteja atento a detalhes - Tenha a preocupação de adaptar o quarto em relação a artigos de uso pessoal e brindes para casais do mesmo sexo.

uDemonstre compromisso com a inclusão - Ações como exibir a bandeira do arco-íris ou participar de eventos de orgulho LGBTQ+ são simbólicas, mas devem ser acompanhadas de políticas e práticas inclusivas reais.

Além dos meios de hospedagem estarem preparados para receber essas famílias, os agentes de viagens também desempenham um papel fundamental na criação de experiências respeitosas para famílias LGBTQ+.

Mais do que apenas intermediar reservas, esses profissionais têm a responsabilidade de garantir que todos os detalhes da viagem reflitam cuidado, inclusão e sensibilidade às diversas configurações familiares.

"Pergunte com atenção o que a família busca nas férias. Como consultor de viagens, você deve entrar em contato com o hotel e garantir que a roupa de cama seja a solicitada, para que o hóspede não precise fazer isso ou passar por qualquer situação constrangedora ao chegar”, orienta Gregg Kaminsky, fundador da R Family Vacations, operadora especializada em viagens LGBTQ+.

1º PAN OPEN DE TÊNIS UNE TRADE E ESPORTE

O 1º PAN OPEN de Tênis chega para fazer um ace no mundo dos negócios. O evento inaugura uma nova modalidade de networking para os profissionais de Turismo, trocando as tradicionais salas de reunião pelas quadras esportivas

No dia 28 de junho de 2025, a Arena ACE São Paulo será o palco perfeito para quem busca uma forma leve e descontraída de fortalecer parcerias comerciais. Com tênis e beach tennis, o PAN OPEN foi criado para unir negócios e experiências, oferecendo uma oportunidade de dar um break na formalidade das salas de

reunião pelo clima descontraído das quadras. O evento convida profissionais a chamarem seus colegas de trabalho, parceiros comerciais e familiares para formar um ambiente de conexão saudável entre atletas e torcedores. "Queremos proporcionar uma nova maneira do trade se encontrar, com um astral completamente diferente do dia a dia nos escritórios e eventos formais. É uma iniciativa que promove bem-estar, esporte e negócios em um só lugar", explica José Guilherme Alcorta, CEO da PANROTAS e entusiasta do esporte.

Independentemente do nível técnico - seja um jogador experiente ou iniciante -, o PAN OPEN oferece categorias tanto para tênis quanto para beach tennis e recebe profissionais de Turismo de qualquer segmento. Para aqueles que preferem não entrar em quadra, o convite se estende a todos que desejam torcer pelos colegas, aproveitar a estrutura premium do local e curtir um dia diferente. A Arena ACE São Paulo oferece estrutura completa, com música ambiente, área de alimentação com petiscos e drinks refrescantes.

INSCRIÇÕES & TROFÉUS PARA TODOS OS NÍVEIS

Os participantes não sairão de mãos vazias, já que os campeões serão premiados com troféus e brindes especiais. O site panopen.com.br está com inscrições abertas, mas as vagas são limitadas para garantir a qualidade da experiência. O torneio começa às 9h do dia 28 de junho, na Rua Baumann, 191.

Mais informações e inscrições: panopen.com.br

HERO PRIDE: PORQUE TODA JORNADA MERECE RESPEITO E SEGURANÇA

Em um mundo onde o direito de ir e vir com liberdade e dignidade ainda não é uma realidade para todos, proteger uma viagem é mais do que uma responsabilidade, é um ato de respeito à vida e às identidades diversas. A Hero Seguros acredita que inovar vai além da tecnologia: é sobre enxergar o que historicamente foi silenciado. Inovar, para a Hero, é incluir. É escutar, compreender e agir com coragem diante das reais necessidades das pessoas. No setor de seguros, isso significa romper com modelos padronizados e criar soluções verdadeiramente humanas. Nenhuma proteção é completa se não considera as diferentes formas de existir, amar e se expressar. É com esse compromisso que nasce o Hero Pride, um novo combo do My Hero, criado com orgulho em parceria com o Pool de Agências LGBTs. O objetivo é oferecer suporte completo, seguro e acolhedor à comunidade LGBTQIAP+ em suas jornadas pelo mundo.

Diferenciais que tornam o Hero Pride uma inovação necessária:

uTelepsicologia com o Hospital Israelita Albert Einstein, acionada em casos de violência por orientação sexual ou identidade de gênero.

uAssistência jurídica internacional especializada, garantindo suporte em situações críticas fora do país.

uReembolso de medicamentos hormonais prescritos, em caso de extravio ou furto qualificado da bagagem de pessoas em processo de transição de gênero.

E mais benefícios para todos os perfis de viajantes:

uCentral de atendimento trilíngue, 100% internalizada, disponível 24/7/365.

uAcesso às salas VIP da W Premium para produtos com nomenclatura VIP*.

u10% de desconto nas lojas Duty Free e Hudson com upgrade pelo app Club Avolta.

uReembolso ágil em até 72 horas após envio completo da documentação.* (*Consulte condições gerais.)

COMPROMISSO

COM IMPACTO REAL

A comunidade LGBTQIAP+ movimenta bilhões por ano no Turismo e exige mais do que inclusão simbólica: exige respeito, segurança e representatividade.

Com o Hero Pride, a Hero reafirma sua posição de liderança no setor, reconhecendo o valor econômico, social e humano da diversidade, com propósito, seriedade e uma rede de parceiros que compartilha a mesma visão.

HERO PRIDE

Porque ser quem se é nunca deveria ser um risco.

E viajar nunca deveria ser um medo

AUTORIDADE NO ASSUNTO, IGLTA AVALIA TURISMO LGBTQ+

NO BRASIL

E NO MUNDO

Artigo de John Tanzella, presidente/CEO da Associação Internacional de Turismo LGBTQ+ (IGLTA)

A viagem tem o poder de abrir corações e mentes. Ela atravessa fronteiras e une culturas. Para viajantes LGBTQ+, sentir-se seguro, visto e acolhido não é um luxo — é essencial. A partir de pesquisas da IGLTA Foundation e conversas em andamento dentro da rede global da IGLTA, sabemos que políticas inclusivas influenciam as decisões de viagem.

O MERCADO DE TURISMO LGBTQ+

O Turismo global está em constante evolução. Os viajantes de hoje são mais in -

tencionais e seletivos, muitas vezes buscando experiências fora do convencional. Os viajantes LGBTQ+ representam uma parte significativa desse grupo. E eles procuram destinos onde a inclusão seja visível, a segurança seja genuína e possam se conectar com a cultura local de forma autêntica e responsável. Quando os viajantes se sentem bem-vindos, ficam mais tempo e gastam mais, beneficiando tanto os destinos quanto as comunidades locais.

A era digital também transformou a forma como as

pessoas planejam suas viagens. As redes sociais, em particular, desempenham um papel importante na maneira como os viajantes LGBTQ+ encontram inspiração e recomendações. Para marcas e destinos turísticos, isso torna a visibilidade, a credibilidade e um compromisso claro com a inclusão mais importantes do que nunca para influenciar decisões e construir fidelidade.

ONDE O BRASIL SE ENCAIXA NESSE CENÁRIO?

O Brasil ocupa um lugar especial para muitos viajan -

tes LGBTQ+, tanto nacionalmente — para aqueles que buscam escapar de cidades menos acolhedoras — quanto para um público global encantado com o romantismo de suas praias ensolaradas.

Há décadas, a IGLTA mantém uma presença forte e engajada no País, que atualmente é o segundo em número de membros. Isso não é coincidência.

O Brasil trabalhou duro para criar um ambiente acolhedor para todos.

Ao longo dos anos, o País avançou significativamente nos direitos LGBTQ+. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, e suas famílias são protegidas. Pessoas trans e de gênero diverso podem atualizar seus documentos sem burocracia excessiva. O sistema público de saúde oferece tratamento para HIV e cuidados afirmativos de gênero, algo que ainda não é garantido em muitas partes do mundo.

O País também celebra a comunidade LGBTQ+ com orgu -

lho todos os anos, com mais de 300 eventos. Essas celebrações incluem desde paradas do Orgulho e festivais até encontros culturais que refletem a diversidade LGBTQ+ do Brasil. Na verdade, São Paulo sedia uma das maiores paradas do Orgulho do mundo. Mas a celebração não para por aí. Há experiências únicas também fora das grandes cidades. Em Brasília, a Festa da Lili ilumina a capital com música e cor. Mais ao sul, há destinos naturais como Foz do Iguaçu, com seu projeto Love Iguassu, e a floresta amazônica. Esse espírito de celebração ficou evidente no início deste ano, quando Lady Gaga fez seu histórico show gratuito na Praia de Copacabana, atraindo cerca de 2,5 milhões de pessoas. Gaga agitou orgulhosamente uma bandeira do Orgulho, enviando uma mensagem clara de amor aos muitos fãs LGBTQ+ na plateia que sempre a apoiaram. Momentos como esse

Divulgação Prefeitura do RioMarcelo Piu
Show da Lady Gaga em Copacabana

A indústria global de viagens LGBTQ+ está em expansão – e você pode crescer junto com ela!

Palm Springs 2025 será ponto de encontro dos principais líderes em Turismo inclusivo

- Conecte-se com líderes

- Forme parcerias

- Descubra novos mercados e oportunidades

Faça parte das conversas que nos movem. Inscreva-se em igltaconvention.org @iglta

PARADAS LGBT 2025

ASPEN GAY SKI WEEK (EUA)

12 a 19 de janeiro aspensnowmass.com/visit/events/aspen-gay-ski-week

CAPE TOWN PRIDE (ÁFRICA DO SUL)

2 de março cptpride.org/pride-2025

SYDNEY GAY AND LESBIAN MARDI GRAS (AUSTRÁLIA)

2 de março mardigras.org.au/2025-festival

PRIDE ON THE BLOCK (EUA)

7 de junho prideontheblock.com/

TOKYO RAINBOW PRIDE (JAPÃO)

8 de junho tokyorainbowpride.org/

LA PRIDE PARADE (EUA)

8 de junho lapride.org/

IBIZA GAY PRIDE (ESPANHA)

7 a 14 de junho www.ibizagaypride.eu/

TEL AVIV PRIDE (ISRAEL)

13 de junho pridetelaviv.com/

ROMA PRIDE (ITÁLIA)

14 de junho romapride.it/

BARCELONA PRIDE (ESPANHA)

19 de junho pridebarcelona.org/

PARADA DO ORGULHO LGBT DE BELO HORIZONTE (BRASIL)

20 de junho instagram.com/cellosmg/?hl=pt

PARADA DO ORGULHO LGBT+ DE SÃO PAULO (BRASIL) 22 de junho paradasp.org.br/

BERLIN PRIDE (ALEMANHA)

26 de junho csd-berlin.de/

MUNICH GAY PRIDE (ALEMANHA)

14 a 29 de junho csdmuenchen.de/de/

OSLO PRIDE (NORUEGA)

20 a 28 de junho oslopride.no/

MARCHE DES FIERTÉS (FRANÇA)

28 de junho marchedesfiertes.org/

DUBLIN PRIDE PARADE (IRLANDA)

28 de junho dublinpride.ie/

SAN FRANCISCO PRIDE PARADE (EUA)

28 e 29 de junho sfpride.org/

MARCHA DEL ORGULLO (ARGENTINA)

29 de junho instagram.com/marchadelorgulloar/

NYC PRIDE MARCH (EUA)

29 de junho nycpride.org/event/nyc-pride-march

PARADA DO ORGULHO

LGBT DE SANTOS (BRASIL)

29 de junho instagram.com/paradasantosoficial/?hl=pt

PRIDE TORONTO (CANADÁ)

27 a 29 de junho pridetoronto.com/

PRAGUE PRIDE FESTIVAL (REPÚBLICA TCHECA)

28 de junho a 3 de julho festival.praguepride.com/en/

MADRID ORGULLO (ESPANHA)

2 a 6 de julho madridorgullo.com

PRIDE IN LONDON (REINO UNIDO)

5 de julho prideinlondon.org/

PARADA DO ORGULHO

LGBTS DE BRASÍLIA (BRASIL)

6 de julho brasiliaorgulho.lgbt/

PARADA LGBTQIAP+ DE RIBEIRÃO PRETO (BRASIL) 17 de julho instagram.com/paradarp/

AMSTERDAM PRIDE (HOLANDA)

26 de julho a 3 de agosto pride.amsterdam/en/

STOCKHOLM PRIDE (SUÉCIA)

28 de julho a 2 de agosto stockholmpride.org/

FIERTÉ MONTRÉAL FESTIVAL (CANADÁ)

31 de julho a 10 de agosto fiertemontreal.com/en

CURAÇAO PRIDE (CURAÇAO)

26 de setembro a 5 de outubro curacaopride.org/

COME OUT WITH PRIDE ORLANDO (EUA)

18 de outubro comeoutwithpride.org/

JOHANNESBURG PRIDE (ÁFRICA DO SUL)

3 a 31 de outubro instagram.com/jhbpride/

PARADA DO ORGULHO LGBTI+ NO RIO (BRASIL)

Sem data informada até o fechamento desta edição

PARADA DO ORGULHO LGBTQIA+ DE RORAIMA (BRASIL)

Sem data informada até o fechamento desta edição

AVIANCA ANUNCIA NOVA ROTA DE BOGOTÁ PARA TAMPA BAY

A Avianca continua a fortalecer a conectividade da Colômbia com o mundo. Agora, os viajantes poderão voar diretamente de Bogotá para Tampa Bay, um dos destinos mais vibrantes e versáteis da Flórida, graças à abertura desta nova rota, operada por modernas aeronaves Airbus A320, com capacidade para 180 passageiros. Com quatro frequências semanais, a companhia oferecerá 1.440 assentos por mês entre Bogotá e Tampa, permitindo que cada vez mais pessoas vivenciem uma experiência de viagem confortável, rápida e direta para esse paraíso de sol, diversão e aventura.

TAMPA BAY: UM DESTINO

PARA TODOS OS GOSTOS

Localizada na costa oeste da Flórida,

a Baía de Tampa é uma joia a ser descoberta. Desde seus icônicos parques de diversões e toboáguas reconhecidos mundialmente até a tranquilidade de suas belas praias, a cidade oferece uma combinação de emoção e relaxamento, ideal para famílias, casais, viajantes a negócios ou aventureiros em busca de novos lugares para explorar. Em Tampa, é possível passear pela ampla baía, aproveitar a vibrante vida noturna, experimentar a culinária local e relaxar ao sol. Os amantes da natureza também ficarão maravilhados com a vida marinha local, onde é comum avistar golfinhos, peixes-boi e uma rica biodiversidade que encanta tanto os jovens quanto os adultos. Para os fãs de esportes, Tampa é o lar de grandes equipes e eventos. Assistir

a uma partida ao vivo, cercado por torcedores apaixonados, é uma experiência cheia de emoção e energia.

“Com essa nova rota direta, a Avianca reafirma seu compromisso de expandir as opções de viagem para seus passageiros e fortalecer o acesso aos Estados Unidos a partir da Colômbia”, afirma David Alemán, diretor de Vendas da Avianca para a Colômbia e América do Sul.

As passagens já estão disponíveis para compra no site avianca.com, no aplicativo móvel, nos pontos de venda físicos e nas agências de viagens autorizadas.

Voe quando quiser, como quiser. Compre agora em avianca.com e surpreenda-se com este novo destino. Avianca: mais céus para explorar.

LUZ, CÂMERA, VIAGEM:

COMO A MÍDIA INFLUENCIA O TURISMO LGBTQ+

O mercado de Turismo LGBTQ+ movimenta globalmente cerca de US$ 218 bilhões anuais, com projeção de atingir US$ 568,5 bilhões até 2030, segundo dados da Grandview Research. Embora destinos como Mykonos, Barcelona e São Francisco continuem liderando as preferências, uma tendência disruptiva está reconfigurando o mapa de oportunidades para o trade: o fenômeno Limelight Gaycations – destinos que experimentam aumento significativo na demanda após aparecerem em produções audiovisuais com temática LGBTQ+. Este movimento ganhou força em 2023, conso-

lidou-se como estratégia comercial em 2025. Após a série britânica Heartstopper exibir cenas românticas em Paris, operadoras europeias registraram aumento de 23% nas reservas para a capital francesa especificamente no segmento LGBTQ+, com estadas médias 30% mais longas que o público geral. Fenômeno similar ocorreu com Fire Island (EUA), onde pousadas e aluguéis por temporada reportaram ocupação antecipada 45% superior após o lançamento do filme homônimo, estendendo significativamente a temporada turística local.

O impacto deste fenômeno vai além dos números. Plataformas de streaming como Netflix, Amazon Prime e HBO Max têm investido consistentemente em produções com representatividade LGBTQ+, criando um ciclo virtuoso: mais visibilidade gera mais interesse em destinos, que por sua vez investem em atrair estas produções. Destinos como Tel Aviv (Israel), Cidade do Cabo (África do Sul) e Auckland (Nova Zelândia) já desenvolveram incentivos fiscais específicos para atrair filmagens com temática LGBTQ+, visando o retorno em fluxo turístico posterior.

Para operadoras e agências, a oportunidade está em identificar antecipadamente produções com potencial de impacto e desenvolver produtos customizados. Monitorar lançamentos e criar roteiros temáticos rapidamente pode garantir vantagem competitiva neste nicho. Segundo a IGLTA, viajantes motivados por produções audiovisuais tendem a gastar 32% mais que a média e buscar experiências autênticas conectadas às narrativas que admiram.

Para o trade turístico brasileiro, este fenômeno representa uma dupla oportunidade: tanto para comercializar novos roteiros internacionais inspirados nestas produções, quanto para desenvolver produtos domésticos que conectem locações de produções nacionais com potencial de atratividade para este público.

NOVAS PRODUÇÕES LGBTQ+ QUE INCENTIVAM VIAGENS

1. HEARTSTOPPER (PARIS, FRANÇA)

A série retrata um casal adolescente (Nick e Charlie) vivendo um romance em cenários parisienses icônicos, incluindo a ponte Bir-Hakeim e o Louvre. A cena do beijo na ponte tornou-se um ponto de peregrinação para casais LGBTQ+.

Divulgação

2. FIRE ISLAND (FIRE ISLAND, EUA)

O filme retrata um grupo de amigos gays em férias anuais nesta ilha próxima a Nova York, mostrando as festas na praia, a comunidade LGBTQ+ local e a cultura única do destino como refúgio queer histórico.

3. THE WHITE LOTUS (HAVAÍ, SICÍLIA E TAILÂNDIA)

Nas três temporadas, a série apresenta personagens queer emluxuosos resorts, explorando temas de privilégio e sexualidade em cenários deslumbrantes.

4. SCHITT'S CREEK (GOODWOOD, CANADÁ)

A série apresenta o relacionamento gay dos personagens David e Patrick em uma pequena cidade, culminando em um casamento que se tornou um marco de representatividade. As locações reais em Ontário viraram pontos turísticos.

CONHEÇA BATON ROUGE, UMA CIDADE DESCONTRAÍDA, MAS REFINADA

A capital da Louisiana surpreende ao combinar o espírito leve do Sul dos Estados Unidos com uma sofisticação presente na gastronomia, nas artes e nas acomodações. De frutos do mar frescos do Golfo a festivais de música e eventos esportivos, Baton Rouge é ideal para quem busca experiências autênticas e acolhedoras. Em 2024, a cidade recebeu cerca de 9 milhões de visitantes, que movimentaram aproximadamente US$ 1,7 bilhão. Ao longo do ano, o Visit Baton Rouge apoiou 60 eventos. Os viajantes são atraídos pela cena musical vibrante, pela culinária criativa, pelo charme histórico e pela cultura esportiva universitária.

ESPORTES E TRADIÇÃO

Baton Rouge é um ícone dos esportes universitários nos EUA, sendo lar dos famosos LSU Tigers. Nos dias

de jogo, a cidade se transforma com as tradicionais tailgates — festas ao ar livre com música, comida típica e muita animação. Os visitantes podem adquirir pacotes especiais para viver essa experiência, em grupo ou individualmente. Outro destaque é a Southern University, uma das HBCUs (Faculdades e Universidades Historicamente Negras).

CULINÁRIA, CULTURA E HOSPEDAGEM

Amantes da gastronomia encontram em Baton Rouge uma cena rica e diversa. O restaurante Zeeland Street, por exemplo, foi incluído na lista dos 50 melhores dos EUA pelo New York Times em 2024. O Poor Boy Lloyd’s, no centro, é referência em pratos cajun como gumbo e frutos do mar fritos. Já o Jubans, em atividade desde 1986, é conhecido pelo "Hallelujah

Crab", um clássico local.

Eventos como o Flower Fest e o Mardi Gras animam o calendário da cidade — com destaque para o irreverente Spanish Town Parade, dominado por flamingos cor-de-rosa. O local também é berço do Swamp Blues, gênero musical originado nas comunidades negras, celebrado anualmente no Baton Rouge Blues Festival. Com localização privilegiada às margens do Rio Mississippi e acesso por voos diretos de Houston, Dallas e Atlanta, Baton Rouge alia conveniência e charme. A cidade também é base da Cruise America, ideal para quem viaja de motorhome. Opções como Hotel Indigo, Hilton Baton Rouge Capitol Center e Origin Hotel by Wyndham garantem conforto no centro.

Para mais informações: marie@visitbatonrouge.com

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.