O Vale do Neiva - Edição 107 março 2023

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março 2023 edição 107

Propriedade: A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente)

Barroselas Mensal

Gratuito Versão digital

Queimada na Bandeira pág. 3

Carnaval em Barcelos com grande afluência de foliões

Mujães 30º Aniversário da Associação Cultural de Mujães | pág. 4

Tregosa

Atividades do Centro Social Paroquial de Tregosa: Projeto “Espaço Saúde” | pág. 5

Crónica Uma carta para Garcia | pág.18

destaques

edição 107

março 2023

ficha técnica

diretoria e administração: Direção de “A Mó”

redação:

José Miranda

Manuel Pinheiro

Estela Maria

António Cruz

edição:

107 – março 2023

colaboradores:

Abel Queirós (ACMujães)

Alcino Pereira

Américo Manuel Santos

Ana Sofia Portela

Andreia Castro

Daniela Maciel

Fernando Fernandes

Francisco P. Ribeiro

Geovana Mascarenhas

J.F. Vila de Punhe

José Händel de Oliveira

José Maria Miranda

Lara Ribeiro Gonçalves

Mota Leite

Pedro Tilheiro

design gráfico:

Mário Pereira

paginação:

Cristiano Maciel

supervisor:

Pe. Manuel de Passos

contacto da redação:

Avenida S. Paulo da Cruz, Edifício Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas

e-mail:

redacaojornalvaledoneiva@gmail.com

periodicidade:

Mensal

formato:

Digital

distribuição:

Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação.

Conto: Uma noite na Guiné página 10

editorial

“Acheta domesticus”, conhece? página 13

Nunca é demais falar do nosso rio Neiva

Procuro estar atento ao rio que nos banha, para verificar as transformações e alterações ao seu leito, em cada ano que passa. Este idílico rio, já foi por mim muito falado, mas, quanto mais falo, mais novidades e temas de interesse, surgem com espontaneidade.

Lembram-se, quando falei de acumulados de terra cheios de jacintos, montes de ervas daninhas, silvas, sacas fechadas encostadas às margens e por último, cheiros esquisitos a partir de uma determinada hora da noite? Claro, que se lembram! Esta situação aconteceu porque houve muita seca e o baixo nível a água não conseguiu proceder a uma varredura do leito. Entretanto, a situação inverteu-se e, surgiram grandes chuvadas, durante um determinado

período de tempo. Por fim, chegou a bonança e o resultado saltou à vista: As ilhotas cheias de esterco, desapareceram, os jacintos nem vê-los, o lixo atracado nas margens desapareceu e, o rio, sorriu como a querer agradecer à mãe natureza, por ter aplicado uma das suas armas mais poderosas: a “vassoura”.

Também sabemos que há quem se aproveite das cheias, para descarregar o que não devia (já está a imaginar o que poderá ser!...) mas,

Plantas A primavera página 7

Saúde Violência no namoro página 8

Cinema

As catástrofes naturais no cinema página 20

com a força da água, lá vai tudo parar ao Castelo do Neiva e entrar a céu aberto no oceano Atlântico.

Agora, noto que o rio Neiva, sente-se mais feliz e vaidoso porque, de um momento para outro, vestiu uma nova roupagem. Vamos continuar a olhar pelo nosso Rio porque, ainda, continua a ser a inspiração para todos os que vivem neste lindo Vale. Salvando o rio Neiva, estamos a salvar a nossa identidade.

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Largo das Neves Queimada na Bandeira

conforto, foi iniciado o espetáculo das danças, com a participação de duas escolas de dança, nomeadamente Daniela Chaves Dance e Ld Box, seguindo-se o mítico esconjuro, a queimada e a degustação da aguardente. A noite prosseguiu em festa com DJ até a madrugada cansar.

Sexta-feira, 13 de Janeiro, foi a noite do misticismo no Vale do Neiva que contou com caminhada noturna, acompanhada com bombos, esconjuro, danças, queimada e noite DJ até madrugada.

O Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto em parceria com as freguesias de Vila de Punhe, Mujães e UF Barroselas e Carvoeiro, organizaram mais uma queimada em sexta-feira 13, cumprindo assim a tradição. As comunidades de Barroselas, Mujães e Vila de Punhe entendem-se e trabalham em conjunto. Começaram com caminhada noturna com partida das igrejas das respetivas freguesias, caminharam por trilhos diferentes, mas todos chegaram ao Souto das Neves junto à bandeira. Existiram animações ao longo dos percursos com jovens e idosos, ao ritmo marcado pelo ribombar dos bombos, com figurantes a assustar os curiosos. Chegados junto do mastro da bandeira, os cerca de 500 participantes assistiram ao cortejo até à tenda em frente da capela, com o transporte dos potes com a aguardente. Dentro da tenda, por motivos das condições meteorológicas e maior

Apesar das condições do tempo um pouco adversas, a população aderiu e compareceu de forma a superar as melhores expectativas, elogiando o trabalho da organização.

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por Junta de Freguesia de Vila de Punhe junta.vilapunhe@gmail.com

30º Aniversário da Associação Cultural de Mujães

ra do seu trágico desaparecimento em 31 de agosto do ano transato, vítima de um acidente de trabalho, era presidente da direção da ACM.

Nosábado 28 de janeiro, no âmbito das comemorações do seu 30º aniversário, a Associação Cultural de Mujães convidou os seus associados e simpatizantes a estarem presentes na missa em homenagem a todos os sócios e no jantar que pretendeu celebrar a data da fundação da coletividade. À missa seguiu-se uma romagem solene ao cemitério para depositar uma coroa de flores e uma lápide de homenagem ao sócio Rui Miranda Lima que, na altu-

No restaurante Sol Doce, uma centena de pessoas reuniu-se para confraternizar, recordando momentos e amizades. Na hora da sobremesa, os convivas foram surpreendidos com a presença do Grupo de Janeiras da Comissão de Festas do Corpo de Deus que, tendo gentilmente aceite o convite, cantaram e abrilhantaram o serão. A presidente da Assembleia Geral, Sandrina Lima, em nome da equipa diretiva, agradeceu a presença e o envolvimento dos sócios, simpatizantes, parceiros e representantes da autarquia de Mujães. Lembrou que Mujães é terra de gente dinâmica que ao longo

de tantas décadas não deixou definhar as suas tradições e mantém vivas os seus valores humanistas, sendo as suas coletividades exemplos de voluntariado e solidariedade. Referiu também que a equipa diretiva ambiciona alargar o espectro das suas atividades procurando nas áreas cultural e desportiva, incentivar e apoiar a formação de grupos musicais e equipas em modalidades como andebol e voleibol, entre outras. Terminou convidando os sócios para a próxima reunião da Assembleia geral, a realizar no dia 19 de fevereiro pelas 10 horas, e cuja ordem de trabalhos contempla a aprovação do Relatório de contas 2022 e apresentação do Plano anual de atividades 2023.

A Associação Cultural de Mujães tem sede no poli-

desportivo de Mujães, na rua Monsenhor Ribeiro Torre , 227. As suas iniciativas promovem a preservação do património sócio- cultural e o desenvolvimento de hábitos de vida saudável procurando, também para esses fins, estabelecer parcerias com outras associações da comunidade local. Disponibiliza aos sócios pelo décimo sexto ano consecutivo, aulas semanais de Ginástica/Aeróbica e Pilates Clínico. Alberga também escolas de Danças e de Karaté. Os próximos eventos neste primeiro semestre incluem o Concurso de Maios, o Passeio ACM a Ribeira de Pena e as comemorações do Dia Mundial da Criança.

Para mais informações consultar Facebook: AC Mujães ou, por email, acmujaes@hotmail.com.

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local » mujães
da ACMujães

Atividades do Centro Social Paroquial de Tregosa Projeto

“Espaço Saúde”

“Espaço Saúde”, seguido de um rastreio de Tensão Arterial.

Nodia 12 de fevereiro, o Centro Social e Paroquial de Tregosa e o Grupo de Jovens Acreditar assinalaram o Dia do Doente com uma iniciativa aberta a toda a comunidade no Centro Pastoral de Tregosa. A primeira parte deste evento foi o lançamento do projeto

Lembrar o Dia do Doente deve ser para nós motivo de reflexão, de nos lembrarmos que a saúde é um bem valioso e que depende de cada um de nós, mas também, depende de todos nós a criação condições para melhor vivermos e com saúde. Por isso, cada vez mais, a nossa atenção não é só o doente, não é só tratar a doença, mas também a promoção da saúde individual e coletiva. Apostar na deteção precoce e potenciar ao máximo a qualidade de vida.

E foi com este objetivo, que surgiu a ideia do projeto: “Espaço Saúde”. O Centro Social de Tregosa em 2014 teve uma primeira versão deste projeto, na altura só com enfermagem, agora, volta a querer dar vida a este projeto, mas

mais enriquecido.

Este projeto pretende ser uma resposta de proximidade e flexibilidade e contará com a psicóloga Cristiana, a fisioterapeuta Rafaela, a psicomotricista Marisa, a bombeira Claúdia e a Enfermeira Ana Sofia.

Os atendimentos vão ser na sala do Centro Social e Paroquial de Tregosa no edifício da Junta de Freguesia. Semanalmente, à terça-feira das 16h às 17h é possível avaliar parâmetros como tensão arterial, frequência cardíaca, índice massa corporal, saturação de oxigénio no sangue ou glicemia. As consultas serão agendadas para conjugar a disponibilidade de quem quer a consulta e das profissionais. Este agendamento pode ser feito por telemóvel (963409696), email (espacosaudetregosa@sapo.pt), ou na instituição.

Qualquer pessoa pode fazer agendamento de consultas ou dirigir-se às terças-feiras para os atendimentos semanais. É garantida confidencialidade nos atendimentos e consultas.

Queremos manter o nosso propósito de proximidade à comunidade. Criar oportunidades de promoção da saúde, cidadania, inclusão e literacia, neste projeto, que também terá componente de voluntariado.

Na prossecução das iniciativas solidárias da nossa instituição informamos que no dia 30 de abril teremos uma excursão a Fátima, estão abertas as inscrições. A todos que connosco colaborarem o nosso grande obrigado!

Acompanhe a atividade da nossa instituição pela página de Facebook: Centro Social Paroquial de Tregosa ou pelo Instagram csptregosa.

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local » tregosa
Paroquial de Tregosa

Higiene oral

Já parou para pensar que os dentes que surgem quando nós somos crianças deverão acompanhar-nos para o resto das nossas vidas? Tendo esta ideia sempre em mente deve ter uma higiene cuidada e nunca descurar a marcação de uma consulta no seu Médico Dentista.

Uma higiene cuidada passa por realizar uma escovagem eficaz, com movimentos circulares, durante 2 minutos, 3 vezes ao dia, após as refeições principais (pequeno-almoço, almoço e jantar). Para a escovagem, deve usar uma escova suave ou média e uma pasta dentífrica fluoretada, com o mínimo de 1450 ppm de flúor. Deve-se sempre aconselhar com

da ao seu biótipo gengival e características dentárias. Antes de deitar, deve passar o fio ou fita dentária, de preferência encerado, em todos os espaços interdentários, num movimento deslizante, dentro da gengiva e nunca puxando ou fazendo pressão exacerbada, uma vez que se pode magoar. Caso haja espaços interdentários grandes e que o fio não funcione de forma consistente, opte por um escovilhão interdentário com cerdas suaves e

com o calibre adequado ao espaço existente. A língua deve, também, ser higienizada com recurso à escova ou a um raspador lingual, fazendo movimentos de raspagem de dentro para fora. Para finalizar a sua rotina de higiene oral, bocheche, durante 1 minuto, com um colutório diluído em água. Caso tenha coroas sob implantes, pontes fixas ou próteses fixas sob implantes é aconselhado que passe no espaço entre a sua gengiva e a prótese um jato de água, de modo a remover os restos alimentares que possam ainda ter restado.

Segundo a OMS (Orga-

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nização Mundial de Saúde), a visita ao Médico Dentista deve ser feita de 6 em 6 meses, de modo a realizar-se uma consulta de rotina, que inclui, de um modo geral, um diagnóstico, com auxílio ou não de exame radiológico, seguido de um plano de tratamento e tratamento. Caso o seu estado de saúde oral esteja normal, realiza-se uma destartarização total bimaxilar, que não é nada mais, nada menos que uma limpeza, com auxílio de um ultrassom, de modo a remover o tártaro existente. Não adie mais a sua Saúde Oral e marque já uma consulta no seu Médico Dentista!

crónica » saúde
por Lara Ribeiro Gonçalves Médica Dentista

A primavera

nas plantações que vai fazer nas próximas semanas.

Odia em que a primavera tem início, é definido pelo equinócio da primavera que ocorre, por norma, a 21 de março. A palavra equinócio tem origem no latim “aequinoctium”, termo constituído pelo radical “aequi” (que significa igual) e a palavra “noctium” (que significa noite). Assim, o equinócio corresponde a cada uma das duas conjunturas do ano em que o dia é igual à noite em toda a Terra e que se dá no momento em que o Sol atravessa o equador (21 de Março, equinócio da Primavera ou ponto Vernal, e 23 de Setembro, equinócio do Outono).

Sabe que o domingo de Páscoa é calculado todos os anos com base no dia em que ocorre o equinócio da primavera? Para tal, determina-se a primeira noite de lua cheia depois do equinócio da primavera, e o domingo que se seguir ao dia dessa lua cheia é o Domingo de Páscoa. Isto leva a que o Domingo de Páscoa nunca aconteça antes de 22 de março nem depois de 25 de abril. Este ano, a lua cheia ocorre a 6 de abril, pelo que o domingo de Páscoa será a 9 de abril.

E, na zona onde vivemos, para os nossos jardins, Páscoa é sinónimo de flores e muita cor, pelo que está na hora de começar a pensar

Ao longo dos últimos meses, falamos sobre algumas flores e plantas que adornam os nossos jardins de forma alegre e colorida. Aproveite alguns desses conselhos para criar espaços harmoniosos onde vale a pena viver. Cada vez mais, o jardim deve ser uma extensão das nossas casas, e são vários os artigos onde podemos constatar a importância do jardim e do contacto com a natureza na nossa saúde e bem-estar.

Qualquer jardim começa com o planeamento. Por isso, antes de colocar qualquer planta convém verificar se o local é o mais apropriado. No planeamento é importante ter em conta a altura e a largura que as espécies alcançam quando adultas para deixar o espaço necessário ao seu desenvolvimento. Também terá que ter em conta a época de floração das plantas,

para garantir que consegue manter o seu jardim com flores durante todo o ano. Para épocas em que não há flor, opte por colocar plantas com folhagem colorida e com diferentes formatos, promovendo diferentes texturas e contrastes que manterão o jardim bonito e visualmente interessante.

Se tiver muros despidos, pode também pensar em plantas trepadeiras, como o jasmim (género Jasminum), as clemátis (género Clematite), a buganvílea (género Bougainvillea), entre outras.

Nos jardins com tanques ou pequenos lagos, pode optar também por plantas aquáticas. Neste caso, nunca as vá buscar a rios e/ou lagos que conheça, uma vez que existem várias espécies invasoras a tomar conta destes espaços e a sua utilização, para além de ser proibida por lei, deve ser

conscientemente evitada por cada um de nós, de forma a minimizar as perdas de biodiversidade e os prejuízos que estas espécies trazem para os ecossistemas.

A colocação de vasos em alpendres e varandas é uma opção que deve considerar também, sobretudo se vive numa casa sem jardim ou num apartamento. Pode colocar vasos e floreiras no chão, em suportes, fixos à parede ou pendurados em gradeamentos. Numa varanda, pode até fixar uma treliça na parede e colocar um vaso com uma trepadeira que vai utilizar a treliça como meio de fixação.

A imaginação é o limite quando se trata do seu jardim, por isso, aproveite estes dias e prepare o seu para os dias quentes e ensolarados que se avizinham. Saia de casa, aproveite o sol, ouça os pássaros, chame as borboletas e os insetos para esse seu cantinho e verá como se vai sentir feliz ao chegar a casa no fim de mais um dia de trabalho.

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plantas » primavera

Violência no namoro

ter sofrido pelo menos uma forma de violência por parte de atual ou ex-companheiro/a e 67% de jovens consideram como natural algum dos comportamentos de violência.

Nodia 14 de fevereiro assinala-se o Dia dos Namorados. Lembrar este dia é também falar num fenómeno que a todos nos preocupa: a violência no namoro. É este tema que vos trago este mês.

A violência no namoro acontece quando o/a parceiro/a magoa (física, emocional ou sexualmente) e quer controlar a pessoa ou a relação. É um ato de violência, pontual ou contínuo, que tem como objetivo ter mais poder e controlo do que a outra pessoa envolvida na relação. A violência no namoro pode acontecer quer as relações sejam “sérias” ou não, menos ou mais longas. Quer as raparigas quer os rapazes podem ser violentos para os seus parceiros. As relações em que existe violência não são todas iguais e não é obrigatório que incluam violência física. Na mesma relação podem ocorrer várias formas de violência: física, sexual, verbal, psicológica, social e digital.

De acordo com o Estudo Nacional sobre Violência no Namoro 2020, promovido pela UMAR, 58% de jovens que namoram ou já namoraram reportam já

É fundamental dar relevância à deteção precoce de sinais de risco de violência nas relações amorosas, incluindo a exercida através das redes sociais. A interrupção dos ciclos de violência junto das populações mais jovens afigura-se como uma prioridade na prevenção da violência no namoro, como forma de acautelar a evolução para situações de violência doméstica na conjugalidade, impacto nos futuros papéis parentais e até potenciais situações de homicídio.

Por forma a capacitar os/as adolescentes no reconhecimento de relações saudáveis vs. relações violentas no namoro, incluindo violência física, sexual, psicológica e online, foi criada a infografia #namorosaudavel #namorarsemviolencia, bem como do E-book Emoções, Relações e Complicações disponível em https://bit.ly/VdN107-1

Se fores vítima deste tipo de violência procura ajuda. Junto do teu enfermeiro ou médico de família ou pelos contactos disponíveis na imagem. A violência nunca é o caminho nem a solução.

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especialista em Enfermagem Comunitária USF Aqueduto – ACES Vila do Conde/Póvoa do Varzim
saúde » violência no namoro

Lei do Esforço Invertido

luta. Para o autor, evitar a dor é dar-lhe demasiada importância, mas se formos capazes de borrifar na dor, tornamo-nos imparáveis. É a “estrada não escolhida” que faz a diferença.

portante e o que não é”. A procura da felicidade é um problema sendo uma razão na vida e considera que há sofrimento desnecessário provocado pela estupidez humana (veja-se, a guerra).

Aproposta

para este artigo está associado a um livro que me foi oferecido com título não politicamente correcto, ou seja, “A arte subtil de saber dizer que se f*da”, de Mark Mason, e onde explora a “lei” do esforço invertido. Segundo o autor, trata-se de uma ideia de eterna insatisfação com o que temos, porque procuramos sempre mais, tendo sempre as nossas metas sempre mais adiante. A lei do esforço invertido é quanto procuramos sentir bem com algo, alguma coisa ou alguém, mas acabamos sempre insatisfeitos com essa sensação. Por exemplo, quanto mais ricos tentamos ser e mais pobres nos sentimos, ou quando mais sexy nos esforçamos e mais feios nos sentimos, etc.. A proposta é dizer “mandar às urtigas” (não usando a palavra começada por F que não é Francisco) porque tem um efeito inverso. Quando não estamos a contar com algo e esse acontece, é bom, o inverso. Defende o autor que na procura do positivo sai o negativo, e vice-versa. Considera que o sofrer medos e ansiedades permite construir coragem e perseverança e que a negação do sofrimento é, por si, um sofrimento, assim como a negação da luta é uma

A abordagem do livro é muito interessante e a aprendizagem imediata que se tira cola-se à necessidade de ter que “aprender a definir eficazmente prioridades” e de usar, com subtileza, da arte de ignorar o que não interessa na vida e passar a estar confortável com a indiferença que prestamos a determinado assunto. É necessário reservar força e energia para o que de facto é importante na nossa vida (acções, pessoas e bens). Para o autor, é necessário selecionar o “lixo” no qual queremos estar envolvidos, já que não há outra hipótese porque do “lixo” não nos livramos, ponto assente. Para Mason, o tempo ensina a perceber que, na generalidade, as pessoas prestam muito pouca atenção a detalhes sobre nós, é um facto, sendo necessário ser mais selectivos na distribuição das futuras preocupações (concordo). A isso chama-se Maturidade, que é quando se aprende a preocupar com o que, de facto, merece a pena (considero que “as coisas na vida só têm a importância que lhe atribuímos”). Segundo o autor, há coisas na vida para o qual não vale a pena tentar, porque não merece (pois é) e considera que “a ideia de estar nas tintas é uma maneira simples de reorientar as nossas expectativas de vida e escolher o que é im-

Num segundo capítulo conta a história de Buda, resumindo que a dor e a perda são inevitáveis (condição humana) e que deveríamos deixar de lhes resistir. Acresce que “a insatisfação e o desconforto são partes inerentes da natureza humana”, inerente à condição de criação de felicidade. Por exemplo, considera que “amizade” mais não é que uma tentativa constante de impressionar terceiros. Defende que o sofrimento inspira a mudança (quem nunca passou por isto?), sendo uma forma mais eficaz (e desagradável) de provocar acção. É um facto que a dor ensina a prestar atenção, sendo vital para o nosso desenvolvimento e proteção (aprendemos para o futuro), sendo um indicador que algo está mal e deve ser corrigido ou que algum limite foi excedido. A dor emocional da rejeição (amoroso) e do fra-

casso ensina a evitar erros futuros. Defende que a solução é trocar de problemas (não gosto). Por exemplo, no esforço de emagrecer criamos o problema da ida ginásio, levantar cedo, dores musculares, pagar, etc. Vida sem problemas não existe (que cenário) e estes nunca param, sendo trocados por outros ou sofrendo um upgrade. A felicidade está na resolução de problemas e não em fugir a eles e exige luta.

O autor coloca uma questão que não é tanto o quão feliz se pretende ser mas “que dor deseja suportar”, uma vez que o caminho é sinuoso (não uso os termos do livro). Como dizem os antigos, “no pain, no gain”. Segundo o autor, “quem nós somos define-se por aquilo que desejamos lutar”.

Recomendo a leitura porque há que aprender com os erros e perceber que a lei natural da vida tem um sentido, que conduz a algo (podemos considerar injusto). Deixo-vos com esta reflexão e vemo-nos nos caminhos da vida, entre algum upgrade, eventualmente.

jornal 9
crónica » lei do esforço invertido
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Uma noite na Guiné

Oaquartelamento

de Brá, na então província Portuguesa da Guiné, subitamente ficara envolto por densa escuridão com que o manto da noite o cobrira. No ar, para além do cheiro forte e agradável daquela terra vermelha, havia também um ruido constante produzido por milhares de insetos que esvoaçavam em volta das lâmpadas.

Já ao por do Sol se arriara a Bandeira Nacional com aquela solenidade e respeito que nos merecia o símbolo sagrado da Pátria.

Já e na qualidade de Oficial de Dia vigiara o jantar – autêntico manjar comparado com o “rancho” que, nesse tempo, era servido nos quarteis da Metrópole – de centenas dos nossos soldados.

Nas casernas, os bravos, mas loucos comandos do Capitão Leandro, os adidos que eram uma constante dor de cabeça para o Capitão Gandra e parte dos efetivos do Batalhão de Caçadores 1877, a que eu pertencia, e em que se destacou, entre outros, o valente Alferes açoriano Gil de Sousa que veio a ser condecorado com uma Cruz de Guerra, preparavam-se já para descansar.

De pé, na base de cimento, bem alta, em que estava implantado o edifício do Co-

mando, remoendo saudades dos meus que, certamente, lá longe, também pensavam em mim, ia observando, ora as luzes dos carros que velozes, passavam na estrada que liga Bissau a Nhacra, ora o vizinho quartel de Engenharia onde estava o Alferes António Pereira da Costa, meu colega de Coimbra e velho amigo de Landim.

De repente, a minha atenção foi desviada para o aparecimento do “Transmontano”, soldado encarregado de acompanhar da Porta de Armas até ao refeitório, a meia centena de miúdos negros que, naquele dia, como, aliás acontecia em todos os outros, vinham, de latas na mão, buscar a comida sobejante das refeições.

Ofegante, disse-me:Meu Alferes, os adidos estão a fazer judiarias aos pretinhos e ainda me amea-

çaram.

Indignado com tal procedimento, num ápice galguei a distância que me separava do refeitório, quase atropelando alguns dos garotos que fugiam espavoridos, e, de rompante, entrei no edifício. Deparei então com uma cena terrível. No meio de vários militares da Companhia de Adidos, cerca de duas dezenas de miúdos choravam de medo, enquanto eram empurrados com grande violência de um lado para o outro.

Com toda a força dos meus pulmões, gritei: - Larguem as crianças, seus cobardes, ou lixo-vos a todos!

Fez-se um silêncio sepulcral, mas o círculo desmanchou-se o que permitiu às pobres vítimas que pudessem desaparecer. Foi então que me vi numa situação muito delicada. Vários daqueles homens, desenquadrados e indisci-

plinados, avançaram para mim e alguns deles muniram-se mesmo de bancos individuais, formados por duas barras de ferro e uma tábua, agitando-os ameaçadoramente. Saquei, de imediato, da pistola Walter que engatilhei e com voz rouca, mas firme, exclamei: - Mato o primeiro que avançar! Mal acabara de proferir estas palavras, ouvi o som familiar, mas que ecoou na minha cabeça como um rebentamento, de uma bala a entrar na câmara de uma espingarda. Fora o “Transmontano” que, atrás de mim, empunhara a G3 e que, com voz trémula me perguntou – Disparo meu Alferes? Segurei-lhe o cano da arma e disse-lhe: -Só quando eu ordenar!

Passaram-se uns breves segundos que me pareceram uma eternidade, mas os amotinados começaram a pousar os bancos e a desan-

edição 107 • março 2023 10
crónica » literatura

dar lentamente. O último a fazê-lo foi um indivíduo que nos olhos injetados mostrava bem a quantidade de álcool que tinha ingerido. De resto, deveria ser daqueles que nós costumávamos dizer que estava “apanhado pelo clima”, pois há tanto tempo que estava em África que ainda usava o uniforme de cor amarela. Ele tinha estado sempre na mira da minha arma, contudo, acabou também, embora praguejando, por dar meia volta e sumir-se na escuridão.

Depois de me ter certifi-

cado de que todas as crianças tinham saído do aquartelamento, dirigi-me para o meu gabinete, a fim de fazer o relatório dos acontecimentos. Acompanhou-me o “Transmontano” que, talvez por estar muito nervoso, não parava de falar. No entanto, nem o ouvia. Perturbado como estava, enquanto limpava o suor frio que me escorria pela testa, ia pensando no que acontecera. Parecia-me mesmo impossível de que eu que era incapaz de maltratar um animal, tivesse estado

na iminência de ferir seres humanos.

Mas, o meu mal-estar acabou-se ao lembrar-me das palavras que o meu querido pai me dissera, quando num último abraço de despedida, na gare Marítima de Alcântara, em Lisboa e momentos antes de embarcar no navio “Ana Mafalda”: - Meu filho, nada faças ou deixes de fazer o que quer que seja, que ponha em causa os direitos das gentes da Guiné. Na verdade, arriscara muito, mas tinha estado ao lado

A importância da equipe multidisciplinar para crianças com atrasos do neurodesenvolvimento

conquistar sua autonomia e que possa transformar-se em um adulto produtivo e capaz de inserir-se socialmente.

dos mais fracos, quando precisaram de ajuda.

Aliviado, dei uma palmada amigável nas costas do “Transmontano” e ordenei-lhe que tomasse o seu lugar no posto. Assobiando baixinho passei pela casota do “Táta”, o pastor alemão do Major Pinto Ferreira, que agradeceu as minhas festas e as bolachas que lhe dei, com grandes manifestações de alegria.

E foi assim, uma noite na Guiné, desse longínquo mês de Abril de 1966.

Odesenvolvimento

infantil está relacionado com o bem-estar neurológico, assim como o comportamento, o aprendizado, as habilidades adquiridas, e capacidades para enfrentar os desafios da vida adulta. O objetivo é levar a criança nas fases de sua vida, a

Mas nem sempre as coisas acontecem como o esperado. Os atrasos no desenvolvimento, podem ser considerados quando uma criança não atinge alguns dos marcos do desenvolvimento com a idade esperada, mesmo já levando em conta as variantes pessoais. Há estudos que mostram que a ocorrência de atrasos no desenvolvimento em 10 a 15% das crianças de menos de 3 anos, portanto trata-se de um problema re-

lativamente comum. Entre os atrasos estão dificuldade de aprendizado, de se comunicar, de se movimentar e até de brincar. Cerca de 40% das crianças que têm algum atraso no desenvolvimento possuem também um outro atraso em outra área. Somente 2% possuem três tipos ou mais. Quanto mais rapidamente a criança receber terapias adequadas e especializadas mais de diminuir o impacto do atraso de desenvolvimento.

Mas, o que fazer quando desconfiamos que a criança possa estar com atraso no desenvolvimento? Você deve levá-lo ao Pediatra

ou Neurologista Pediátrico. Se o seu filho estiver atrasado no desenvolvimento, quanto mais cedo você obter um diagnóstico, mais cedo poderá começar a se conectar a serviços de desenvolvimento ou recursos terapêuticos, e melhor será o progresso da sua criança. Na dúvida, se anteceda ao problema.

O trabalho com a equipe multidisciplinar incide de maneira especial numa organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de dife-

(continua na página seguinte)

jornal 11
crónica » neuropsicopedagogia

» neuropsicopedagogia

(continuação do artigo da página anterior)

rentes áreas, sugerindo a constituição de um determinado trabalho, com objetivo comum, permitindo que todos façam parte de uma mesma ação em prol do desenvolvimento da criança. A troca de conhecimento e experiência entre uma equipe é fator determinante no sucesso das habilidades, pois motiva a buscar de forma coerente os objetivos traçados para o desenvolvimento daquela criança. Quando a equipe trabalha engajada num único objetivo, ou seja, num objetivo maior é notório os benefícios de um planejamento direcionado para a multidisciplinaridade, pois o desenvolvimento das crianças depende muito do planejamento de intervenção feito para ela.

A equipe pode ser composta de diversos profissionais, tudo dependerá da demanda que cada criança irá apresentar. Comumente, quatro profissionais acabam por intervir numa maior demanda. São eles:

Neuropediatra ou Psiquiatra Infantil: A atuação dos profissionais nesta especialidade engloba além do tratamento, o acompanhamento e prevenção de uma série de problemas que possam comprometer o bom desenvolvimento físico, mental e emocional das crianças. Atua a partir dos anos iniciais do desenvolvimento, desde o período neonatal; possibilitando atenção especial em casos de Epilepsia, Paralisia cerebral, dores de cabeça e junto a crianças portadoras de Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista, ou com distúrbios de aprendizagem e Transtorno do Déficit de Atenção

e Hiperatividade.

Psicopedagogia: Visa a prevenção de sintomas relacionados aos sentimentos de “não aprender” e embasado no estudo da origem das dificuldades de aprendizagem, a psicopedagogia visa o desenvolvimento de atividades que estimulam as funções cognitivas, abordando simultaneamente as questões afetivas e sociais do paciente. Deste modo, a intervenção psicopedagógica contribui para a construção da autonomia e independência por meio da relação com o saber/aprender.

Terapia Ocupacional: A atuação do terapeuta ocupacional visa o desempenho e independência nas atividades de vida diária, que incluem o cuidado do próprio indivíduo com seu corpo, a mobilidade funcional e na comunidade A terapia ocupacional utiliza a atividade como recurso, possibilitando através dela viabilizar a expressão, a espontaneidade, conhecimento das potencialidades e das limitações dos clientes durante suas ações.

Fonoaudiologia: A Fonoaudiologia visa promover o aperfeiçoamento e o tratamento das desordens da fala, linguagem, voz e audição, além da adequação das funções de alimentação e da motricidade oral. Também atende pacientes com desordens decorrentes de lesões neurológicas, que resultem em dificuldades de alimentação (disfagia) e/ou fala e linguagem (comunicação suplementar e alternativa).

Portanto, observar os marcos de desenvolvimento das crianças é papel de todos, da família, da escola e de toda uma comunidade, pois assim, com uma inves-

tigação correta, crianças podem receber intervenções e estímulos adequados a suas dificuldades e assim,

usufruírem ao longo de sua vida de autonomia e bem estar. Avaliar para intervir e intervir para evoluir!

RECOMENDAÇÃO LITERÁRIA

Este livro traz-nos duas histórias em paralelo, que acabarão por se interligar.

A história de Colby, um jovem que sempre acreditou que teria um futuro como músico, e a de Beverly, uma mulher que fugiu de casa com o filho de 6 anos para escapar a um marido violento.

A minha história preferida foi a de Beverly, cujos capítulos transmitem na perfeição a angústia que ela sente.

A surpresa deste livro acaba por ser a forma como a vida destas três personagens se vai interligar. O final é bom, com uma pitada de drama, como é natural de Nicholas Sparks, mas é também uma história que nos traz otimismo.

edição 107 • março 2023 12
crónica

“Acheta domesticus”, conhece?

Aproposta de artigo de hoje é polémica e controvérsia e por isso, desde já deixo aqui a minha responsabilidade nesta partilha, valendo o que vale. Mas gosto de ser informado e, por isso, esta minha ação de partilha. Então, exactamente, o que estamos a falar?

Então, o artigo de hoje

No documento possível de extrair do link [no fundo do artigo] consta o Regulamento de Execução que autoriza a empresa Vietnamita Cricket One Co. Ltd a comercializar, em regime de exclusividade, o pó desengordurado e extraído de Acheta Domesticus (grilo doméstico).

serve para deixar o alerta sobre os alimentos que ingerimos e gostaria de alertar para os componentes para o qual devemos estar atentos, no que se prende com a lista de ingredientes. O desafio/ alerta vai para o “Acheta domesticus”, um produto que é extraído dos grilos (pode haver quem goste mas particularmente, eu dispenso). Mas é um facto que, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, assinou um documento (1) em formato regulamento de execução (UE) 2023/5 da Comissão Europeia, de

3 de janeiro de 2023 (muito recente), em nome de todos os Estados Membros da União Europeia. No documento possível de extrair do link acima consta o Regulamento de Execução que autoriza a empresa Vietnamita Cricket One Co. Ltd a comercializar, em regime de exclusividade, o pó desengordurado e extraído de Acheta Domesticus (grilo doméstico).

Para além da questão ética e da consciência pessoal, o cuidado a ter está na utilização deste pó obtido de grilo, a ser considerado na confeção de pão (pães e pãezinhos multicereais), de bolachas de água-e-sal e gressinos, de barras de cereais, de pré-misturas secas para produtos de panificação e de pastelaria, de bolachas e de biscoitos, de produtos secos à base de massas alimentícias recheados e não recheados, em molhos, em produtos transformados à base de batata, em pratos à base de leguminosas (atenção vegetarianos e vegans)

e de produtos hortícolas, de pizzas ou produtos à base de massas alimentícias, soro de leite em pó, sucedâneos de carne, sopas e sopas concentradas ou em pó, snacks à base de farinha de milho, bebidas semelhantes à cerveja, de produtos de confeitaria à base de chocolate, em snacks, que não batatas fritas, e em preparados de carne, destinados à população em geral (para mais informação, melhorada e fundamentada, sugiro a leitura do anexo do documento, para esclarecer).

O que podemos e devemos lamentar é a fraca qualidade da nossa comunicação social que deixa passar este assunto em branco, com sério impacto ao nível da relevância para a saúde pública. As alterações foram feitas de forma “refundida” que deixam perceber a pouca transparência e falta de clareza, pese embora o documento este disponível para análise. Este assunto tendo vindo a ser tratado há vários anos e nunca foi

colocado em debate na sociedade europeia, passando, por completo, despercebido e de forma sub-reptício, até estar consumada em formato de legislação (como o documento disponível no link acima), aprovado e implementado. Agrava o processo que este documento dá o benefício de um regime de exclusividade de 5 anos a esta empresa (ver o ponto 14 e artigo 2.º do referido documento), para este efeito. E nós “comemos e calamos”, fica a questão?.

Enquanto cidadão português e, por consequência, europeu, confesso alguma vergonha nesta postura dos dirigentes europeus, assim como, a permissividade dos nossos representantes. Confesso-me chocado e com esta informação toda apenas me apraz recordar o saudoso jornalista, Fernando Peça, com a sua assinatura final nas suas peças televisivas: “e esta, hein?”. Deixo à vossa consideração.

jornal 13
crónica » acheta domesticus
(1) Fonte: https://bit.ly/VdN107-2

O pulsar da sociedade Os desafios do multilateralismo

intenções, muitas vezes deparamos que a estrutura gigantesca da ONU, não é capaz de alcançar boa parte desses desideratos, devido a bloqueios e egoísmo de certos estados aderentes.

Todos que percecionam a premência do multilateralismo, sabem que se distingue como uma aliança ou conjugação de esforços patenteados por vários países, em torno de um objetivo em comum, podendo ser crucial para a salvaguarda do equilíbrio mundial, a tentativa de resolução das chagas que afetam o mundo, e por sinal debelar problemas novos, que, entretanto, surgem de modo inusitado.

Seguindo este raciocínio existem vários exemplos de multilateralismo, a começar por aquelas instâncias que politicamente tratam dos assuntos, de forma holística, um deles referindo-se á União Europeia, que foi capaz de aprovar um pacote substancial, para acudir aos seus estados-membros, no âmbito da crise económica gerada, pela pandemia Covid 19. Outro tipo extremamente preponderante, é a Organização das Nações Unidas (ONU) que contém uma panóplia de objetivos, bem sedimentados, que convergem em três alicerces inequívocos, designadamente a paz entre os povos, a coesão social e crescimento económico, e a consolidação dos direitos humanos, só que não obstante essas

Num formato mais específico e concreto, existem outras instituições multilateralistas, como Nato, Organização Mundial do Comércio, a Organização Mundial de Saúde, que dão contributos incisivos em cada área.

Contudo, neste século uma nova vaga de desafios, essenciais para o mundo se perfilham no horizonte, e que não podem ser dirimidos pelos estados autónomos, principalmente aqueles que se preconizam por regimes políticos frágeis e por meios financeiros débeis. Esses periclitantes chavões, que se avizinham ou persistem, são os direitos humanos, e a paz entre os estados, que devem sempre prevalecer, e por isso o Presidente Americano Joe Biden demonstrou num passado recente, uma enorme apologia de multilateralismo, ao promover a Cimeira da Democracia, que contou com a presença de mais de 100 Países, com o intuito de pressionar, os outros países que de maneira despótica e tirana, coartam as liberdades e garantias dos seres humanos, além de alguns destes sublinharem o insidio caudal expansionista, originando guerras inconcebíveis.

Umas das preocupações urgentes que se elenca, é a situação climática, fulcral

para manutenção salutar do nosso planeta, denotando-se que só o multilateralismo se arroga ao direito de convencer, todos os países a reduzir drasticamente as emissões dos gases poluídos para atmosfera.

A revolução digital e a nefanda inteligência artificial, são conceitos que no futuro, vão alterar o paradigma da estrutura económica, mas apesar dos progressos tecnológicos de grande envergadura, que esta demanda pode concretizar, a verdade é que existem riscos plausíveis de proliferação de ataques cibernautas, pondo em xeque a segurança dos estados, devido ao peso digital. Além da forte probabilidade de robôs sobredotados, substituírem o homem em diversas funções, aumentando clamorosamente os números do desemprego. Sendo que ao arrepio desta gigantesca transformação, a intencionalidade pedagógica do multilateralismo, é decisiva para impor ajustes

cirúrgicos e providenciais.

Outros aspetos sensíveis são a demografia e a pobreza, que de certa maneira estão interligados pois uma boa parte da miséria extrema, passa-se em países do terceiro mundo que debitam um excesso de população incomensurável, impulsionando um considerável êxodo de refugiados, que por vezes são alvos duma tragédia humana, e não são distribuídos equitativamente, em vários países com necessidades de mão de obra, por conservarem uma população demasiado envelhecida, sendo que neste prisma, o multilateralismo tem um trabalho árduo, pela frente.

Portanto só com uma intervenção arrojada e transversal do multilateralismo, reforçando, se calhar os meios da ONU e dotando por via consensual, o seu élan persuasivo, é possível brotar um mundo mais justo, próspero, e sobretudo salubre, fundamental para a sobrevivência das novas gerações.

edição 107 • março 2023 14
crónica » o pulsar da sociedade

A caixa

Talvez

um dos mitos mais conhecidos nos nossos dias remonta à Grécia Antiga, e tem como objeto principal, uma simples caixa.

Hefesto, o deus do Fogo, fica extraordinariamente zangado quando se apercebe que Prometeu, um dos Titãs, tinha facultado à Humanidade um dos segredos mais bem guardados do Olimpo; o fogo. Sendo este da sua responsabilidade e estando apenas disponível nas suas gigantescas forjas, demasiado irado com semelhante ato, e a mando de

Zeus, cria, conjunto com os outros deuses, uma mulher de beleza imensurável. Recebeu inúmeras qualidade como a destreza, inteligência, mas Hermes, a mando de Zeus, coloca-lhe no coração a mentira e a astúcia. Uma mulher criada à imagem das Deusas do Olimpo mas com um objetivo cruel. O primeiro passo foi de a enviar para a Terra a fim de se casar com Epimeteu irmão de Prometeu. Pese embora este o tenha alertado para nunca receber presentes dos Deuses, a inigualável beleza da mulher, enfeitiçou-o, sendo impossível recusar o pedido de casamento. Mas a artimanha deste envio era muito mais que meramente simbólica. Consigo, Pandora, seu nome, levou uma caixa sendo-lhe dada a indicação de jamais a abrir, em quaisquer circunstâncias. Porém, era mais do que ób-

vio que Hefesto sabia que a curiosidade dos Humanos é insaciável, pelo que após o casamento, Pandora não resistiu e abriu a caixa. Ao fazê-lo jamais imaginaria que mudou, para sempre, a forma de viver no planeta. Todos os males até então desconhecidos, guerra, fome, doenças, ódio, mentira entre muitos mais, foram libertados. Foi esta a forma que Zeus engendrou para se vingar quer de Prometeu quer da Humanidade por terem profanado o secretismo inerente ao fogo. Em pânico, Pandora fechou de imediato a caixa não deixando sair a última coisa sem saber o que poderia ser. Tanto ela como o marido e após uma longa reflexão, decidiram abri-la, pois, o que está no interior não poderia ser pior do que o que já tinha saído. A medo, abriu o recipiente devagar e do seu interior saiu a Es-

perança, o único dom colocado por Zeus para tentar remediar os males. Ou seja, foi criada uma luta desigual entre tudo o que de nefasto pode acontecer, tendo como atenuante, este simples simbolismo.

Fazendo o paralelismo com outras histórias, o mito da curiosidade Humana face ao que lhe é proibido, pode ser observado em muitos outras culturas, religiões, sendo um exemplo disso, a maçã que Eva comeu no Paraíso, mesmo após a advertência de Deus para não o fazer.

Afinal, ficamos a perceber porque realmente dizemos que a esperança é a última a morrer. Ensina-nos a nunca desistir dos nossos objetivos e coisas más que nos acontecem ao longo da vida, caso contrário Zeus não a teria colocado dentro da caixa e sofreríamos eternamente.

POEMA MARÇO

Fiz de teu corpo meu viver

Fiz de teu corpo o meu viver Amei-o tanto e intensamente Senti bem de perto o teu sofrer Senti-o tão apaixonadamente

Senti o prazer o teu corpo, percorrer Nos teus gemidos de prazer profundo Eu Fiz do teu corpo vibrar de prazer Pois Eu Fiz do teu corpo o meu mundo

jornal 15
crónica » mitos e lendas

Vamos conhecer os nossos autores (continuação)

Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo

Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo nasceu em S. Julião de Freixo, Ponte de Lima, em 6 de Março de 1906, e faleceu, nesta mesma freguesia, em 14 de Agosto de 1991.

Professora do Ensino Básico e mãe de 13 filhos, dizem-me, foi de inexcedível dedicação!

Escritora, poetisa, foi membro de diversas associações culturais de Portugal e do Brasil. Fundadora da UMATI - Universidade da Terceira Idade, instituída em 1982, com o objetivo de promover a socialização na terceira idade, a fim de promover a qualidade de vida dos idosos, combatendo a desmotivação, o isolamento e o tédio.

Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo foi ainda membro co-fundadora do Centro de Estudos Regionais de Viana do Castelo, membro da Academia do Centro Cultural, Literário e Artístico de «O Jornal de Felgueiras», membro do Instituto Limiano de Ponte de Lima, para além de colaborar em diversos jornais locais e regionais.

Durante vários anos colaborou no jornal “O Povo do Lima”, na secção “Página Feminina”, na qual publicou muitos dos seus poemas, além de comentários e artigos sobre os mais

variados temas.

Reconhecendo os seus méritos e valores, a Câmara Municipal de Ponte de Lima, em reunião ordinária de 9 de Setembro de 1985, distinguiu-a com a Medalha de Prata do Município.

Porque viveu e conheceu os principais obstáculos enfrentados pelas gentes locais, nesses tempos demasiados problemáticos e de extremas dificuldades económicas, tentou, a seu modo, dar o melhor de si ajudando a enfrentar essas barreiras, distribuindo “pão” e “ensinando a pescar”! Como? Procurava levar os alunos com maiores dificuldades para sua casa, ensinava-os, alimentava-os e oferecia-lhes os cadernos, os lápis e livros, para além de algumas vestimentas e calçado! Era a “mecenas” dos desprovidos da sociedade…

Da sua proposta educativa para com as famílias, editou um conjunto de livros, maioritariamente em poesia, que são um autêntico hino de louvor aquilo que, entenda-se, deve ser a “célula” padrão na formação do povo.

Os títulos que enumeram cada uma das edições, são bem elucidativos do tributo e afeto que enfatizava para, subjectivo à temática “família”, corresponder assertivamente às dificuldades que encarnou dentro

daquilo que ia observando no seio familiar dos seus, “outros filhinhos”…

Apesar de contar com vasta obra literária publicada em livro e bastante colaboração dispersa por diversos órgãos da imprensa regional, a poetisa limiana Laurinda Fernan-

des de Carvalho Araújo permanece ainda demasiado ignorada inclusivamente em parte dos seus conterrâneos e, mormente, no Vale do Neiva!

edição 107 • março 2023 16 crónica » literatura
Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo fazendo a apresentação do seu livro, em Lisboa, em 1987. À direita, na foto, o sr. Dias de Carvalho, de Vitorino das Donas.

Coração que sofre 1971

Apologia de S. Julião de Freixo e Suas damas de Honor (que são as freguesias circunvizinhas) 1972

Retalhos de poesia 1972

Reminiscências do passado 1977

História da avozinha para os netos 1978

Faúlhas do 25 de Abril 1979

Conversa íntima com as jovens: noivas e casadas 1979

Poesias Dispersas 1980

Monografia de S. Julião de Freixo e estudo sucinto de Anais (Santa Marinha de) 1981

O Fim da Hospedagem 1981

Poesias Completas para os meus 13 filhos 1981

Cartas... sem resposta 1983 No Crepúsculo… …Ainda há luz 1982

Poesias para os meus 30 netos (A pedido deles) 1983

Monografia de S. Eulália de Rio Covo – Barcelos 1984

Homenagem

Manuel Azevedo Araújo: notícia de homenagem do CER, Centro de Estudos Regionais de viana do Castelo, em Homenagem a D. Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo (Professora, Poetisa e Escritora) 1982

jornal 17 crónica » literatura

Uma Carta para Garcia

Aproposta

de artigo para a edição deste mês reporta a tempos universitário, recomendação académica para leitura do livro de Elbert Hubbard. Para o efeito, escolhi numa edição com prefácio de Raúl de Abreu Diniz, advogado e professor de Comportamento e Ética na Escola de Direção de Negócios e onde refere que Elbert Hubbard morreu com a mulher, tropeado por alemães na primeira guerra mundial, num barco chamado Lusitânia (ironia engraçada da vida).

O livro foi publicado, inicialmente, na revista “The Philistine”, em 1899, sendo baseada em factos verídicos da guerra hispano-americana e, posteriormente, enriquecido com comentários e sátiras. A mensagem deste livro foca-se no propósito, sentido e envolvimento necessário para se fazer cumprir uma missão que nos é atribuída, visando exclusivamente a ação de executar sem questionar (“don’t ask questions, get the job done”). Este livro é um elogio ao “just do it”, sem levantar problemas de ética empresarial. Versa sobre uma postura de “self-management” cujo fundamento é o autoconhecimento, a ferramenta é o autocontrolo e a alavanca (chamado kick-off) é a

auto- estima. O livro direciona o seu propósito para a orientação para a tarefa do nosso herói, estando este plenamente focado na missão. Penso que seja legítimo afirmar que a mensagem do livro direciona-se para pessoas calculistas e frias, que não perdem a cabeça facilmente nem entram em pânico, que perante a tarefa que lhe é entregue (em concreto, entregar uma carta ao general Garcia, contra todas as vicissitudes do caminho), dedica-se objetivamente ao cumprimento do seu objetivo, traçando uma estratégia e implementando-a, contra tudo e todos. Lidera-se a si próprio, em autogestão, onde devemos fazer acontecer o êxito. Refere-se no livro que “muita coisa não se ousa fazer porque parece difícil, mas muita coisa só parece difícil porque não se ousa arriscar” e subscrevo.

Em resumo, o livro “Uma carta para Garcia” versa sobre a guerra entre Espanha e os Estados Unidos da América (EUA), onde o general Garcia um estratega fundamental para a situação local e que se encontrava nas montanhas agreste de Cuba, sendo necessário comunicar-lhe algo por via de uma carta do presidente dos EUA. Para tal, encontrou-se a pessoa exacta para fazer essa entrega que, contra tudo e todos, focou-se na missão que lhe foi confiada e tudo fez para o cumprir. Hoje em dia esse nível de entrega é questionável, mas é muito desejável para as organizações. É fundamental desenvolver lealdade e espírito de missão sendo fulcral passar

essa mensagem às gerações vindouras. Missão, cumprimento do objetivo, respeito corporativo e individual e lealdade são situações muito raras de encontrar hoje em dia, por isso, é necessário incutir essa mensagem aos jovens. O autor refere que existe “uma cooperação deficiente, uma sentida falta de atenção, uma indiferença desleixada e um trabalho realizado com entusiasmo medíocre e constituem regra”. Defende que, hoje, nenhum homem triunfa a não ser por ameaças, por força maior ou suborno (corrupção passiva ou activa). Mas, hierarquicamente, é também fundamental confiar na pessoa a quem é entregue a missão, numa confiança mútua, acreditando que a pessoa é capaz do cumprir, sendo meio caminho para o sucesso. Foi necessário confiar e transmitir essa confiança ao “mensageiro” da carta (leia-se, tarefa entregue), como forma de garantir/assegurar o sucesso, sendo necessário reconhecer o brilhantismo das pessoas. O autor considera que “o auto-interesse conduz o chefe a conservar os

melhores, aqueles que serão capazes de levar uma carta a Garcia”. O autor deixa como mensagem ser necessário aceitar as missões que nos são entregues na vida, sem perguntas desnecessárias e sem intenção de a deitar fora essa oportunidade. Essa pessoa é rara e nenhum empregador pode-se dar o luxo de perder uma pessoa com essa característica. Defende que o mundo clama por homens/mulheres capazes de cumprir “a” tarefa.

Fica a partilha de leitura com a nota pessoal que devemos acreditar em nós porque considero que “temos que sorrir para a vida para que esta nos sorria de volta”. Publicidade

edição 107 • março 2023 18
crónica » uma carta para garcia

Estádio Municipal 9 de março, 10h00

Formação “Horta em Vasos e Floreiras”

Organização: Município de Barcelos

Preço: Gratuito (incrição obrigatória)

Nesta formação, os participantes ficarão a saber quais as plantas hortícolas que poderão cultivar com sucesso em vasos e floreiras, as combinações compatíveis entre plantas e tipo de vasos ideais para cada situação, bem como os cuidados a ter na escolha do substrato, na rega e localização.

Barcelos

11 de março, 08h30

Rota Criativa do Vinho e da Vinha

Preço: Gratuito (incrição obrigatória)

E sta atividade faz parte do programa anual Touring Barcelos e encontra-se inserida no programa da Semana Gastronómica do Galo, que tem lugar de 10 a 19 de março e que conta com a participação vários restaurantes de Barcelos. Esta rota é composta pela visita à Quinta de Sant’Iago Mayor (Vinhos Zarague) em Vila Seca, seguindo-se a visita à Quinta do Barco, em Manhente, dois espaços vinícolas do concelho.

Avenida da Liberdade

25 de março, 10h00

Olá Primavera

A Av. da Liberdade veste-se a rigor e transforma-se num jardim para receber o “Olá Primavera”, iniciativa de sensibilização ambiental, com espaço para exposições, workshops, atividades para crianças, entre outras atrações para descobrir e receber a nova estação da forma mais florida e sustentável.

“Olá Primavera” é uma iniciativa dos Amigos da Montanha dedicada ao ambiente e, por isso, a principal mensagem é o espelho da proteção do planeta transmitida através de diversas iniciativas com o objetivo de informar, sensibilizar e ensinar.

jornal 19 agenda cultural » barcelos

As catástrofes naturais no cinema

Umtipo de cinema que se distingue pelo seu cariz devastador e contundente, é sem sombra de dúvidas, as histórias que provêm de catástrofes naturais. Perante os inúmeros testemunhos e evidências, da prossecução irredutíveis destes fenómenos climáticos extremos, as artes cénicas conferem-lhe o devido significado, criando narrativas empolgantes, baseados nessas vicissitudes tétricas, executando de modo primoroso e sensacional, essa representação para o grande ecrã, para espanto dos espectadores em geral.

Em conformidade com esse apanágio, indico três exemplos, onde podemos verificar nitidamente a ira da natureza, em simultâneo, com a atitude periclitante do homem, que oscila entre uma reação titubeante, frenética e heroica, há ecologia que o pretende arrasar.

Terramoto (1974) considerado um clássico imprescindível do cinema, este filme demonstra dois aspetos nucleares, que o elegem, como um dos mais ilustres desta categoria. A primeira obviamente, refere-se aos efeitos especiais sem paralelo, que projetam um terrível

tremor de terra, que assola completamente a cidade de Los Angeles, originada por uma fratura subterrânea de enorme distensão, que provoca o ruir transversal dos edifícios da cidade, causando o pânico e destruição, e principalmente as indescritíveis vidas que se perdem. Deixando de lado, a descrição pormenorizada das personagens que compõem o elenco, no que concerne á segunda alegação, o enredo de modo inequívoco, evidência as peripécias do quotidiano, com que se debatem, as diversas figuras do filme, antes da ocorrência do terramoto, e como esse contexto circunstancial, se altera significativamente, derivado á imponência dessa calamidade.

O Cume do Dante de (1997): o argumento deste filme, gira á volta da pequena localidade “Dante’s Peak”, categoricamente cotada como uma povoação feliz e economicamente próspera, mas com um handicap a pairar nas suas hostes, devido á existência de um vulcão adormecido, na sua estrutura montanhosa. Contudo, um certo dia o Instituto de Geologia recolhe indícios, que o inibido vulcão, pode estar prestes a esboroar a catita terriola, enviando então o seu melhor especialista nessa área, Harry Dalton, para investigar essa exicial hipótese. Ao ser recebido aprazivelmente, pela afável Presidente da Câmara, Rachel Wando, uma

mãe solteira de dois filhos menores, Harry na companhia destes, encontra de imediato, dois corpos queimados na margem do rio, gerado pela temperatura efervescente da água, prevendo-se de modo latente, que o vulcão se encaminha para uma tenebrosa erupção. Ao aperceber-se dessa constatação, Harry perora a Rachel, para agendar uma reunião urgente com os caciques da cidade, para se proceder á evacuação total. Desautorizado, pelo seu chefe, prescinde-se da dita reunião, pois a restante equipe de geólogos, munidos de meios sofisticados, entendem destrinçar essa atividade, através do âmago do vulcão, para terem mais certezas, e evitarem precipitações infundadas. Só que ao retardarem essa decisão irremediável, o vulcão dum momento para o outro deflagra a temível lava, obrigando por sinal, Harry a usar a sua bravura e tenacidade, para salvar Rachel e sua família.

Não Olhem para cima de (2021): apesar deste filme, enquadrar-se perfeitamente nos propósitos tempestuosos, que enunciei, o mesmo contém outros detalhes pertinentes, que realçam a exígua preocupação que a sociedade, observa com a sobrevivência e longevidade do planeta. Esse prisma inquietante, sucede-se quando dois astrónomos, no exercício das suas funções, detetam a franca possibilidade dum cometa de dimensões incomensuráveis, dirigir-se em direção á terra, implicando uma colisão trágica, com efeitos comparáveis, a mil milhões de bombas atómicas. Ao anunciarem esse facto consumado, fatal para a humanidade, os média, o poder político e a comunicação social, parecem desvalorizar desdenhosamente esse aviso de proporções inomináveis, com a própria Casa Branca, a atuar tarde e más horas, sem aparente sucesso, diante do descalabro apocalíptico que se avizinha.

edição 107 • março 2023 20
cinema » sugestão ao leitor
alcinop@ipvc.pt

Viana do Castelo

11 e 12 de março

2ª Edição do “E-Viana Enduro Bike”

O FeelViana desafia todos os adeptos do ciclismo para a 2ª Edição do E-Viana Enduro Bike, uma prova de enduro clássica e independente destinada exclusivamente a e-Bikes. O percurso de aproximadamente 30 quilómetros passará pela região de Viana do Castelo e incluirá 6 classificativas. As inscrições já se encontram abertas e terão um máximo de 120 participantes. Todos os participantes podem inscrever-se através do site da competição em www.vianaebike.com.

Espaço RelaxArt

Rua Arquiteto Ventura Terra nº. 1 r/c

28 e 25 de março

Oficina de Artesanato:

Cabeçudos de Viana

“Mãos com Arte” – Arteterapia, Oficina de Cabeçudos, consiste em reunir várias pessoas e dar a oportunidade de aprender, ensinar, partilhar e envolver pessoas com algum tipo de dificuldade a realizar trabalhos como uma terapia. Os trabalhos são escolhidos pelos participantes e vão desde bordado, leitura, escrita, pintura, artesanato de todo o tipo, macramê, arraiolos e até fazer só conversa. Inscrição obrigatória.

Ponto de Partida e Chegada:

Largo do Souto, Montaria

25

de março

Caminhada “Passos de Memória” – Trilho dos Pastores – PR 2

Preço: Gratuito (inscrição obrigatória)

Este é um dos trilhos existentes na Montaria, concelho de Viana do Castelo, e revela a riqueza paisagística, ecológica e cultural desta freguesia. Mais informações através do telefone: 258 809 350 ou do e-mail: sturismo@cm-viana-castelo.pt

jornal 21 agenda cultural » viana do castelo

Agência Funerária Tilheiro

Tel: 258 971 259

Tlm: 962 903 471

www.funerariatilheiro.com

Barroselas

59 anos

AGRADECIMENTO

António Armindo Martins Lopes

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

90 anos

AGRADECIMENTO

Maria Arlinda Martins dos Reis

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

88 anos

AGRADECIMENTO

Maria Eugénia Neiva Sinaré

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

79 anos

AGRADECIMENTO

Maria Angelina Mesquita Miranda

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

96 anos

AGRADECIMENTO

Maria da Conceição Riberio dos Reis

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

89 anos

AGRADECIMENTO

Padre, Benigno Villa Lores

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

92 anos

AGRADECIMENTO

Maria Celeste Maciel Martins

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

64 anos

AGRADECIMENTO

José António da Costa Correia

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

edição 107 • março 2023 22
necrologia

90 anos

AGRADECIMENTO

Teresa dos Prazeres Vilas Boas

Navió – Ponte de Lima

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

90 anos

AGRADECIMENTO

Rosa Maciel de Miranda

Carvoeiro – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

90 anos

AGRADECIMENTO

Celia de Jesus

Gonçalves Morencio

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

83 anos

AGRADECIMENTO

Maria Beatriz Lima

Ribeiro Dias Pereira

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

56 anos

AGRADECIMENTO

António Agostinho Rodrigues Carvalho

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

91 anos

AGRADECIMENTO

Nuno Martins da Silva Cruz

Aldreu – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

86 anos

AGRADECIMENTO

Maria Ester

Fernandes da Cunha

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

96 anos

AGRADECIMENTO

Almerinda da Silva Ramos

Palme – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

65 anos

AGRADECIMENTO

Maria do Sameiro Morais

Barbosa Felgueiras

Alvarães – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

jornal 23
necrologia
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