O Vale do Neiva - Edição 104 dezembro 2022

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dezembro 2022 edição 104 Propriedade: A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) Barroselas Mensal Gratuito Versão digital O Magusto n’A Mó pág. 4 Vila de Punhe Lançamento do livro “Da Azenha do Bonfim ao Forno Comunitário” | pág. 5 Tregosa Atividades do Centro Social Paroquial de Tregosa | pág. 6 Crónica Desagregação de freguesias | pág. 15 TeatroNeiva em Vila Cova, Barcelos pág. 3

destaques

edição 104

ficha técnica

diretoria e administração: Direção de “A Mó” redação: José Miranda Manuel Pinheiro Estela Maria António Cruz edição: 104 – dezembro 2022 colaboradores: Adão Lima (J.F.Vila de Punhe) Alcino Pereira Américo Manuel Santos Ana Sofia Portela Daniela Maciel Fernando Fernandes Filipe Macedo Francisco P. Ribeiro Geovana Mascarenhas

José Händel de Oliveira José Maria Miranda Pedro Tilheiro design gráfico: Mário Pereira paginação: Cristiano Maciel supervisor: Pe. Manuel de Passos contacto da redação: Avenida S. Paulo da Cruz, Edifício Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas e-mail: redacaojornalvaledoneiva@gmail.com periodicidade: Mensal formato: Digital distribuição: Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação.

VIH/SIDA: Fazer o rastreio é fundamental! página 9

Aumento de peregrinos e a crise mundial página 10

editorial Natal: tempo de Paz e Amor (devia ser !!!)

Mitos e lendas: Faetonte página 14

Caros

Colaboradores e amigos do jornal O Vale do Neiva, mais um Natal se avizinha e, com ele, uma nova vida se constrói, para enfrentarmos de cabeça erguida o Novo ano de 2023. Com tanta coisa a acontecer, (oxalá que me engane) sinto que 2023 vai ser muito tur bulento e sombrio, se não vejamos: A guerra estúpida e hedionda na Ucrânia, os sucessivos testes com armamen to nuclear mandados executar por cabeça de “abóbora cheia de pevi des”, a indústria em de

sespero, a economia em agonia, as latas do atum a serem palmilhadas nos hipermercados, como consequência da subida do custo de vida e ou tros a lucrar 2,2milhões por dia, (caso de uma petrolífera nacional).

A história, relata -nos, que desde sempre este planeta chamado terra foi assolado por catástrofes naturais, guerras, pestes, fome, miséria e com a existên cia de pobres e ricos.

Logo: Um Natal, com Paz e Amor na sua plenitude, nunca será possível para todos.

Atualmente, o Natal, é visto como um evento meramente comercial, pondo totalmente de parte o rosto espiritual de um acontecimento. A partilha de que tan

to se apregoa, está com os dias contados, e, na generalidade das men tes, salta este pensa mento: Esteja eu bem, e quanto ao resto, que se arranjem. Também as crianças de hoje, veem o Natal como uma grande festa, onde o Pai Natal traz muitas prendas. Conclusão: O protago nista da Festa, não é fa lado rigorosamente para nada, tendo a sua tarefa de outros tempos, (dis tribuição de prendas) passado para O Pai Na tal pelas próprias mãos dos papás.

Façamos Natal em todos os dias da nossa vida, e não esperemos apenas pelo dia 25 de dezembro.

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Bo as festas !
por José Maria Miranda Presidente da Direção d’A Mó dezembro 2022

TeatroNeiva em Vila Cova, Barcelos

OGrupo de Teatro de A Mó-Associação do Vale do Neiva, integrado no pro grama Festa do Teatro, foi até Vila Cova no passado dia

22-10-2012 para representar a peça: “Momentos de Pa ródia 2022”. Este ano, a su pervisão e logística do even to, Festa do Teatro, esteve a cargo do Grupo de Teatro “Os Pioneiros da Ucha” sob a orientação do nosso ami go Abel Martins. A receção do TeatroNeiva na freguesia de Vila Cova, foi muito boa, quer pelo simpático público, como também pela amável presença do Sr. Eng.º João Alberto, Presidente da Jun ta de freguesia. A represen

tação, teve mais uma vez o sucesso merecido, com base no empenho e dedicação das atrizes, atores e técnico de som e luz. No final do espe táculo, o Sr. Abel Martins e o Sr. João Alberto, subiram ao palco para usar da palavra e, entregar ao grupo, uma gar rafa de Champanhe e uma lembrança a testemunhar a nossa presença naquela loca lidade.

Tudo acondicionado na carrinha, partimos em di reção ao campo de futebol, onde estava preparado um repasto que, em boa verdade, veio mesmo a calhar. Bem comidos e bebidos, agradece mos a amabilidade para com o Grupo e, partimos felizes e contentes por mais uma espetacular representação. TeatroNeiva na vanguarda da Paródia.

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cultura » festa do teatro

Na Mó: houve castanhas, vinho, presunto e muita animação

AMó Associação do Vale do Neiva realizou na sua Sede em Barroselas mais um habitual Magusto onde a pinga e castanhas

durienses demarcaram-se pela excelente qualidade. Também contamos com o presunto oferecido pela câ mara de Barcelos no mês de maio quando na altura fize mos parte dos Romeiros ao Sr. da Cruz. Esta iniciativa tem como objetivo motivar os nossos colaboradores nas diferentes áreas de ação e também contribuir para um melhor conhecimento e aproximação entre todos.

A Direção exibiu através do vídeo-projetor algumas cenas das diferentes ativida des desenvolvidas em anos anteriores como: convívios anuais, representações tea trais, música de cariz po pular cantada e tocada pelo Grupo Modilhas. Finalmen te, seguiu-se uma sessão de anedotas que devido à forma e à maneira como fo ram contadas criaram entre todos um espírito de alegria

e bem-estar. Caiu a noite e com tudo já arrumado par timos para casa com a espe rança de para o ano repetir este tradicional convívio que só traz benefícios a vá rios níveis. Que S. Martinho nos proteja e nos dê muita saúde e bem-estar para con tribuir para o desenvolvi mento e ação da Instituição A Mó-Associação do Vale do Neiva.

“Abraça a Tua Vida –Um guia para jovens adul tos” é a primeira obra literá ria da escritora Kati Pereira. Esta obra não é a primeira viagem da autora barrose lense ao mundo da escrita pois a esta antecedeu o seu blog “Positive Mindset,” com

mais de 2,5 milhões de vi sualizações e a aplicação móvel “21 Days Challenge”, com mais de 7 milhões de utilizadores.

Este livro fervilha de ca raterísticas pessoais e tem como fio condutor a sua his tória pessoal de conquista do seu bem-estar. Pretende, na desejável formulação da identificação quotidiana lei

tor – escritora, que surjam pormenores suficientes para inspirar e ajudar os jovens adultos a superarem as suas batalhas diárias.

Editado pela Moonlight Edições - Grupo Editorial Atlântico está disponível para aquisição em Portugal e no Brasil ou através do contacto com a autora (kati pereira16@gmail.com)

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local » barroselas
por Adão Lima Autarquia de Vila de Punhe

Lançamento do livro “Da Azenha do Bonfim ao Forno

Comunitário”

Acerimónia de apresen tação da obra - “Da Azenha do Bonfim ao For no Comunitário” - que teve lugar no Parque da Azenha, largo do Bonfim (Arques), no passado dia 15 de outu bro, foi precedida pela atua ção das Cantadeiras do Vale do Neiva com seus cantares à capela.

Na apresentação da pu

blicação, o Presidente da Junta de Freguesia, António Costa, fez um sucinto resu mo da obra desde a edifica ção da azenha e da entrega desta pelos seus proprietá rios à Junta de Freguesia até à sua transformação num forno comunitário. Sensibi lizou, também, os presentes para a necessidade, cada vez mais premente, de preservar tudo aquilo que nos ajuda a narrar os tempos de outrora.

O autor da obra, Dr. Alí pio Torres, agradeceu a to

dos os envolvidos neste pro jeto. Realçou a importância de recolher e expor os traços culturais das populações e de garantir a sua transmis sibilidade para as gerações vindouras.

O antropólogo Álvaro Campelo elucidou acerca da importância da água e do pão nas tradições das nos sas comunidades, pois estes ultrapassavam a questão da sobrevivência ao estarem presentes nos momentos fes tivos e de lazer.

O representante do mu nicípio vianense, vereador Manuel Vitorino, enalteceu o propósito desta publica ção e referiu a colaboração que a Câmara Municipal de Viana do Castelo disponibi liza para a concretização de projetos inerentes ao registo

da memória popular.

Em simultâneo, decor reu uma exposição filatéli ca alusiva ao tema do pão, promovida pela Associação de Filatelia e Colecionismo do Vale do Neiva. Os CTT – Correios de Portugal, com um posto no local, emitiram um carimbo comemorativo e alusivo ao evento.

Finalizou a cerimónia com um lanche ofertado pala Autarquia Vilapunhense onde sobressaiu a broa feita neste Forno Comunitário.

Fica, assim, mais enri quecido o espólio literário da Freguesia com esta obra que, com o registo de ima gens de extrema qualidade do edificado e dos seus uten sílios, salvaguarda o patri mónio ligado ao uso da água e do pão.

jornal 5 cultura » vila de punhe

Atividades do Centro Social Paroquial de Tregosa

Nodia 4 de Outubro as sinala-se o Dia Mun dial do Animal! No âmbito da Estratégia Nacional de Educação para a Cidada nia, a Direção-Geral da Educação convidou os es tabelecimentos escolares a promover, ao longo da se mana de 1 a 5 de outubro, espaços de discussão e de aprendizagem, por forma a incrementar na escola e

na comunidade educati va uma cidadania ativa, em matéria de bem-estar Animal. Como resposta a este convite, a nossa ins tituição promoveu uma atividade aberta a toda a comunidade desenvolvida pela FLUFFYPET, com a presença da cuidadora Hermínia Santos, que levou a sua amiga “Lobita” para uma ação de sensibilização. A Lobita mostrou as suas habilidades, ao mesmo tem po que a tutora dava conse lhos sobre os cuidados a ter com os animais. Foi uma bela tarde de brincadeiras e aprendizagem!

No dia 12 teve a início a atividade extra-curricular Atividade Física e Educa ção Motora. Nesta ativida de podem participar todas

as crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos. Ainda há vagas para o grupo, por isso, ain da é possível novas inscri ções! Esta atividade acon tece todas as quartas-feiras das 17.45h às 18.45h nas instalações da instituição.

A 16 de outubro assi nala-se o “Dia Mundial da Alimentação” e para a lem brar esta efeméride, no dia 18, tivemos uma tertúlia orientada pela Enfermeira Susana Martins que falou sobre alimentação saudá vel, roda dos alimentos, dicas de lanches saudáveis e muito divertidos. No dia 20 tivemos um atelier de culinária com a confeção

de lanches saudáveis.

Para terminar o mês, no dia 31 brincamos a Hallo ween e houve muitas doçu ras e brincadeiras!

A par das atividades da valência CATL, durante o mês de outubro desenvolve ram-se as sessões de capa citação dos Cuidadores, no âmbito do projeto ProCui dador, as quais continuam no mês de novembro.

A partir de novembro também começará o “Clube de Inglês” para crianças dos 3 as 12 anos. Inscrevam-se!

A todos que colaboram e ajudam o Centro Social e Paroquial de Tregosa o nos so grande obrigado! Segui mos juntos!

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por Ana Sofia Portela Centro Social e Paroquial de Tregosa

Viana do Castelo: um ponto de convergência de músicos migrantes?

Onúmero

de cidadãos es trangeiros que procu ram a nossa cidade para resi dir tem sido cada vez maior o que tem provocado algumas alterações ao nível económi co, social e demográfico. Têm chegado pessoas com as mais diferentes formações e expe riências profissionais, sendo que normalmente aqui che gados essas experiências de pouco valem pois existe toda uma burocracia que limita, além de ser sempre necessá rio um período de adaptação e na maioria dos casos um refazer dos círculos de ami zade.

Irei abordar neste arti go, o caso da arte mais pro priamente a música e como 4 músicos com carreiras em outros países decidiram es colher Viana do Castelo para viverem.

Marcelo Alves natural de Mato Grosso do Sul (Brasil) é licenciado em música e exe cutante de guitarra elétrica há mais de 23 anos, tendo já tocado desde música cristã, a samba ou heavy metal. Com uma carreira que já o levou a tocar em 25 países diferentes (América do Sul, América Central e Europa). Já resi

dindo em Viana, em 2019 participou numa digressão europeia com uma banda brasileira de heavy metal. Apesar de ainda não ter tido a oportunidades de poder dedicar-se a 100% à música, tem ministrado sessões de música para crianças den tro do espectro do autismo, e está a iniciar a lecionação de aulas de guitarra elétrica numa escola de música da cidade. Neste ano concluiu o mestrado em Educação Ar tística no IPVC e lançou um videoclipe, gravado em Vila Nova de Cerveira, para uma das suas músicas. Ao mesmo tempo continua a compor e a planear a produção de um espetáculo onde possa apre sentar as suas composições.

Também do Brasil, mas do estado nordestino de Pernambuco, chegou o Flá vio Ferreira com ligação à música há mais de 15 anos. Começou por tocar música regional do nordeste brasilei ro, como forró, Baião entre outros, assim como Heavy metal, tendo feito algumas digressões pelo Brasil. Em 2021 decidiu mudar-se para a nossa cidade devido à qua lidade de vida e para ter um maior acesso à cultura do nosso país, sendo que enten de que de uma forma geral existe pouco investimento na cultura e em eventos ao longo do ano. Encontra-se a desenvolver um espetáculo acústico de música brasilei ra, sendo que retende ainda continuar a criar músicas da

sua própria autoria.

Já da Venezuela chega ram o José Luís (baterista) e a sua esposa Laura (cantora) mas que chegaram à nossa cidade a partir do Equador, país onde a paixão pela mú sica os uniu tendo fundado o grupo Kakau Positivo que lhes possibilitou efetuarem espetáculos no Equador e Colômbia. Viana apareceu como uma casualidade, sen do que depressa sentiram a tranquilidade da cidade e decidiram ficar. Entre outras atividades necessárias à sua manutenção aqui, nunca dei xaram de lado a sua paixão e para isso têm atuado em espaços públicos nas cida des mais próximas. O facto de a cidade receber muitos turistas de Espanha é uma vantagem, pois conseguem que mais pessoas entendam a sua linguagem nativa, a castelhana. Além disso, gos tariam de compartilhar a sua arte nos programas culturais da cidade.

O último caso é o João Fortinho cuja carreira musi cal leva mais de 25 anos, ten do trabalhado com diferentes bandas do estado brasileiro de Santa Catarina, sendo que é no rock onde se sente mais realizado. Chegado a Portu gal fixou-se em Lisboa, mas por intermédio de um amigo natural da nossa cidade, deci diu vir para Viana e chegado aqui logo se apercebeu que seria o lugar certo para ele e a sua esposa. Sobre a nossa cidade entendem que Viana é toda ela uma obra de arte, mas que apesar dos mais variados eventos que acon tecem durante o verão, no resto do ano são muitos pou cos, e há uma grande falta na cidade de espaços e casas de espectáculos. Face a esta falta, o João teve de procurar oportunidades musicais fora de Viana sendo no momento vocalista da banda de heavy metal eslovaca Signum Regis da Eslováquia, assim como de outras bandas.

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crónica » cultura/música
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Três leituras para aproveitar em dezembro

Noúltimo mês do ano venho recomendar três livros para explorar enquan to aproveitamos o calor da lareira.

passado, para conhecer a Maggie de 16 anos, que foi viver com uma tia que mal conhecia, numa vila costei ra. Muito revoltada com a sua estada ali, ela vai co nhecer Bryce, um dos pou cos adolescentes da zona. Ele vai mostrar-lhe a bele za daquela ilha e despertar nela a paixão pela fotogra fia, que a acompanhará no futuro.

«O Sonho» é uma his tória muito bonita, embora triste. Gostei muito, tanto da parte do presente como da narrativa no passado. Gostei da relação de com panheirismo que se foi es tabelecendo entre Maggie e Bryce.

Mais uma vez, o autor abordou com muita sensibi lidade um tema difícil e eu dei por mim completamente agarrada ao livro e li-o em poucos dias.

«O Sonho» é uma histó ria cheia de ternura, que nos fala de perda, de descober

ta e da importância de de dicarmos o nosso tempo às pessoas que amamos.

«Crimes de Inverno», de Agatha Christie, é uma coleção de diversos contos, quase todos passados no in verno.

Histórias nas quais po demos reencontrar Hercule Poirot e Miss Marple.

Os dias estão a ficar mais curtos e as noites cada vez mais frias… esta é a melhor altura do ano para procurar o conforto de uma manta bem quente e a com panhia dos melhores misté rios de inverno da Rainha do Crime.

escritora-fantasma do livro de memórias de um famoso negociante de arte. Ela é jor nalista e não tem tido muita sorte nos últimos tempos, daí a alegria com que rece be a proposta de emprego: não se trata apenas de um (muito necessário) cheque, mas também de seis (seis!) noites na sua própria suíte no Plaza.

Tudo se torna mais in teressante quando conhece Ian Wentworth no bar do hotel. Ian assume que Sabri na é rica e está habituada ao melhor que o dinheiro pode comprar. Ela não o corrige, especialmente depois de sa ber que Ian é Lord Braxton, membro da aristocracia in glesa e herdeiro de uma vas ta fortuna. No entanto, Ian é apenas o secretário pessoal de Spencer, o verdadeiro Lord Braxton.

Uma história de amor cheia de luz e magia.

Desejo-lhe uma quadra natalícia repleta de amor, sorrisos e boas histórias!

«O Sonho», de Nicho las Sparks, é uma história dentro de uma história. Co meçamos no tempo presen te, e conhecemos Maggie, uma fotógrafa de renome que vive em Nova Iorque. A história passa-se uns dias antes do Natal e, conforme se aproxima a quadra nata lícia, ela vai recordar uma época da sua juventude que mudou para sempre o rumo da sua vida.

Regressamos então ao

«Um Natal Mágico em Nova Iorque», de Anita Hughes, transporta-nos para Nova Iorque e, mais especificamente, para o Ho tel Plaza.

Sabrina Post chega a este hotel decidida a aceitar ser

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crónica » literatura
por Daniela Maciel dani18maciel@hotmail.com “Crimes de Inverno” Agatha Christie 2021 “Um Natal Mágico em Nova Iorque” Anita Hughes 2021 “O Sonho” Nicholas Sparks 2021

VIH/SIDA – Fazer o rastreio é fundamental!

A1de dezembro assina la-se o Dia Mundial de Luta contra a SIDA e nunca é demais a sensibi lização para a prevenção e diagnóstico precoce desta doença.

O VIH (Vírus da Imuno deficiência Humana) é um vírus que destrói o sistema imunitário da pessoa infe tada, isto é, destrói os me canismos de defesa que nos protegem das doenças.

O vírus VIH encontra-se principalmente no sangue, no sémen, no líquido pré-e jaculatório, nos fluidos va ginais de pessoas infetadas e também no leite materno. Assim, a transmissão do vírus ocorre quando estes fluidos corporais entram diretamente em contacto com o corpo de outra pes soa pela via sexual e/ou sanguínea, ou, no caso do leite materno, durante a amamentação.

Este vírus não se trans mite pelos contactos so ciais: aperto de mão, toque, abraço, beijo social; por alimentos ou água; espirros ou tosse; picadas de insetos; ou piscinas ou casas-de-ba nho.

Como prevenir o contágio do VIH?

● Utilizar o preservativo, masculino (externo) ou feminino (interno) em todas as práticas sexuais, que impliquem a passa gem de fluidos corporais de uma pessoa para ou tra;

● Não partilhar objetos que possam estar contami nados com sangue, no meadamente, agulhas e seringas (bem como todo o material envolvido na preparação da injeção de substâncias por via endo venosa), lâminas de bar bear, escovas de dentes;

● O risco de contágio de uma mãe seropositiva para o seu bebé pode ser diminuído significativa mente realizando tera pêutica adequada duran te a gravidez e o parto e evitando o aleitamento materno do bebé

Como sei se estou infetado/a pelo VIH?

Para saberes se estás infe tado/a pelo VIH tens de fazer análises de sangue específi cas, designadas genericamen te Testes do VIH. Podes ir ao/à teu/tua médico/a ou en fermeiro/a de família, a um centro de aconselhamento e deteção do VIH (CAD) ou a uma organização não gover namental (ONG) ou de base comunitária, que trabalhe na prevenção e rastreio do VIH, e pede para fazer o teste.

Onde posso obter mais informações?

Podes pedir mais in formações na tua Unidade de Saúde e, nos Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH - CAD”, ou então, simplesmente, basta telefonares para a Sexuali dade em Linha (800222003).

Adopta comportamen tos preventivos desta doen ça e não hesites em fazer o Rastreio VIH/SIDA é gra tuito e confidencial!

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saúde » vih/sida
por Ana Sofia Portela enf.anasofia@gmail.com Enfermeira especialista em Enfermagem Comunitária USF Aqueduto – ACES Vila do Conde/Póvoa do Varzim Publicidade

Aumento de peregrinos e a crise mundial

Oano está a terminar e, numa óptica de pré-ba lanço, tendo por referência o Boletim n.º 944 do Turismo da Galícia, este ano foram batidos recordes históricos no número de peregrinos a Santiago de Composte la e de visitantes, a toda a Galícia. De acordo com os dados provisórios, de 25 de outubro, só no Verão de 2022 foram entregues mais de 153.000 Compostelas, referentes a entradas de pe regrinos (dados de registo do Centro Internacional de Peregrinação de Santiago de Compostela, em Espanha). De acordo com o artigo do boletim do Turismo da Galí cia, 2022 duplicou os dados de 2021, tendo superado em 32% o número de Compos tela emitidas em 2019. Das 153.000 Compostelas emiti das no Verão de 2022, cerca de 107.000 (70%) corres pondem ao segmento de tu rismo interno de espanhóis, enquanto os restantes 46.000 (30%) dizem respeito ao tu rismo internacional, ou seja, peregrinos fora de Espanha. Os registos oficiais deno tam que todas as rotas do Caminho de Santiago sofre ram aumento de peregrinos mas as maiores evidências

são para Caminho Inglês (de Ferrol ou da Coruña) e Caminho de Inverno (de Gijón ou mais atrás), Ca minho Português da Costa (tanto o que atravessa em Caminha como o primitivo até Valença do Minho) e o Caminho Francês, estes ca minhos com cerca de 49% das Compostelas emitidas (cerca de 74.970). Em ter mos internacionais, o maior incremento de peregrinos internacionais vai para a Itália (liderando os ran kings), seguido dos EUA, de Portugal e da Alemanha, todos com níveis superiores aos de 2019. Os dados são registados diariamente, e re feridos nas missas diárias de peregrinos, que se realizam na catedral às 12h00 e às 19h30, conforme se eviden cia no registo diário oficial do Centro Internacional de Peregrinação.

Como informação adi cional, sendo do senso co mum, dia 25 de julho é dia de Santiago. Acresce que 2021 foi ano santo Compos telano e, em regime excep cional por conta do Covid, o Papa Francisco concedeu identifico tratamento ao corrente ano de 2022. Posto isto, só em 25 de julho do corrente ano cerca de 200 mil peregrinos de todo o mundo visitaram Santiago de Compostela.

Estes dados servem para análise e apreciação porque, como os cientistas socais sabem, em tempos de crise e guerra (eventual), as pes soas voltam-se para a Fé (seja essa uma Fé enfeza

da, uma mera Fé ou apenas uma Fezada). O que é um facto, que os investigadores sociais identificam, nestes momentos, um incremento da Fé (pela dúvida, de quem pratica) já que a esperança na comunidade política é cada vez menor, em termos globais (veja-se os dados re ferentes às abstenções eleito rais). Se analisarem os paí ses com maior incremento de peregrinos (acima referi dos) e se associarmos esses factos às situações mundiais conhecidas de convulsões políticas e alguma instabili dade, é fácil estabelecer um paralelo entre os factos. Há, claramente, movimentos que se assemelham a êxodos (como estudámos na esco la), na tentativa de procura de melhores opções e mais condições de vida, estes mo vimentos aliados à Fé e à es perança da caridade alheia.

Olhando à volta, o mun do está em convulsão social

e política, qualquer pessoa vê. O que não se vê é o sen tido e a orientação a tomar. Há gritos de revolta e de dor, registados, diariamente, nos telejornais e é na Fé que as pessoas encontram o seu porto seguro, a zona de con forto para si e para os seus. Mas a procura de melhores condições, permite criar ja nelas de oportunidade para as tomadas totalitárias de poder e abre espaço aos extremismos. O que fazer, é uma decisão difícil. Não existe resposta objetiva e, como um dia disse o profes sor doutor Adriano Moreira (falecido, com 100 anos), o que o assustava não era o seu futuro ou o dos seus seis filhos mas antes, o fu turo dos seus netos. As nos sas decisões e ações actuais irão reflectir-se nas gerações vindouras. Fica esta minha preocupação e a partilha.

edição 104 • dezembro 2022 10
crónica » peregrinação

Rota Carmelita-Fátima, parte III

Aestória

1 (vide explica ção em rodapé) desta narrativa não é ficcional mas real. Em agosto de 2022, resolvi fazer o cami nho de Fátima, como faço todos os anos, mas desta vez segui um sonho, optei pela Rota Carmelita. Em bom rigor, estamos a falar

de 111 kms entre Coimbra e a capela em Fátima. A Rota inicia-se no Convento do Carmelo, situado no alto de Coimbra, junto ao mira douro da Saudade, muito conhecido pelos estudantes universitários locais, cheio de placas alusivas aos cur sos. Em bom rigor, uma viagem às memórias estu dantis e de paixões jovens. Já o convento do Carmelo, é um local de retiro e clau sura que acolheu a irmã Lúcia, a última dos pastori nhos. É um local a visitar, mas sem nota ou reparo especial a não ser que pode obter o carimbo na loja do convento e para visitar a

igreja tem que tocar à cam painha. Ai começou a mi nha peregrinação. Depois da viagem de Viana do Cas telo a Coimbra, fiz ainda 8 quilómetros até ao conven to e regressar ao albergue da Rainha Santa Isabel (do outro lado de Coimbra, com uma vista esmagadoramen te bela). Aliás, esta crónica surge apenas para realçar a beleza de todo o percurso.

No primeiro dia, de pois do Carmelo, visitar Coimbra, andar pelas ruas, comer um pastel de Santa Clara (comecei no dia de Santa Clara, tinha mesmo que comer um doce desses) e visitar a igreja da Rainha Santa Isabel, aproveitar as vistas e o sossego. Deixo como nota que a tónica des te caminho é mesmo o sos sego, adormecer com o “ba rulho” do silêncio e acordar a ouvir os passarinhos. Ma ravilhoso.

No segundo dia, do al bergue em Coimbra (mar cava 108 kms) ao Rabaçal, foram 28,7 kms feitos em campo ou estradas menos que secundárias. Um des lumbramento aos olhos e descanso aos pulmões. Dei xo a nota que o caminho da Rota Carmelita é o mesmo do caminho de Santiago (em sentido inverso), ha vendo apenas uma inver são na parte final. Mas já lá vamos. Neste segundo dia, após Condeixa-a-Nova (onde estive com uns ami gos óptimos), segui pelo meio da parte museológica de Conimbriga (atravessei o campo de investigação). Do lado de lá, campo, paz e tranquilidade e … o Raba çal, num albergue dedicado a mim (O Bonito). Foi um

dia memorável que termi nou a provar os famosos queijos.

No terceiro dia, do al bergue no Rabaçal até Al vaiázere, foram 32,2 kms, feito em campo e atraves sando montes que, infeliz mente, alguns já tinham ardidos. A nota engraçada é que no meio, os marcos do caminho ainda lá estavam. Passei por aldeias já va zias e conheci um Portugal profundo, lugares óptimos. Descansei em Alvorge, no alto do monte com uma vis ta fabulosa e a segunda vez em Ansião (imagem ao pe regrino). O dia terminou em Alvaiázere, em dia de festa local (que maçada, os bolos locais).

No quarto dia fiz dois dias num só, para chegar a tempo da procissão das ve las, num total de 55 kms. Caso contrário teria ficado em Seiça. Mas ainda bem que a opção foi essa pois dois dias depois o local es tava em chamas. Tirando isso, a sensação é estarmos noutro mundo. O caminho, após a vila de Cortiça, se para-se do caminho Central e estamos por nossa conta. Mas valeu a pena. A che gada foi memorial, a tempo da procissão e a pernoita foi na Capela (não havia alo jamento). Enfim, regresso de peito cheio. Em resumo, foi um percurso espiritual e gastronómico, que limpou as vistas.

1 Estória ou História, são sinónimos. Estória é uma história de carácter ficcional ou popular, uma narrativa ou conto curto. História é o mesmo que estória, porém tem muitos outros sentidos como evolução da humanidade, narração crítica e pormenorizada de factos sociais, políticos, económicos, militares, culturais ou religiosos, etc.

jornal 11
crónica » rota carmelita-fátima

O pulsar da sociedade As touradas

Sehá espetáculo ou even to de massas, que acho repugnante, paupérrimo e inócuo é sem sombra de dúvidas “As Touradas”, opinião aliás fundada, em aspetos taxativos e inequí vocos, e não apenas, em de talhes de género esparso.

Esta minha declaração unívoca de animosidade com as Touradas, explica-se em conformidade com qua tro aspetos nucleares, que estão relacionados: com a sua génese, o seu âmbito, o seu antagonismo e a sua pretensão de excelência, que o torne indelével em termos culturais. No que concerne á sua génese, as touradas fazem-me lembrar aqueles filmes dos míticos anos 60, sobre o império romano, em que circos ao ar livre, á pinha com gente frenética, rejubilavam intensamen te, com a luta sangrenta entre escravos e animais selvagens, que originavam mortes trágicas e chocan tes, que nos dias de hoje fe riam incomensuravelmente as suscetibilidades de um ser humano civilizado. Re lativamente ao seu âmbito, este tipo de certame, de monstra o seu teor nocivo, colidindo com os direitos dos animais, especialmente

por aplicar sevícias muti lantes ao Touro, com uma série consecutiva de lanças bem aguçadas, conducente com uma intenção perver sa, e que de certa maneira conspurca com a lei atual, pelo simples facto, que já se prende pessoas por tra tarem ignominiosamen te os animais domésticos e portanto a organização das Touradas, com uma capa, omite a perceção da agressão implacável, que é manifestamente perpe tuada contra o desditoso Touro. No que se refere, ao seu antagonismo, acho es tranho como pessoas que sufragam os valores mais humanistas, assistem e en tram em delírio bacoco, ao verificarem a tortura e a humilhação dum animal na praça, num confronto desigual, em que o homem dispõe de todas as vanta gens, para vergar o touro, se possível até á morte. No que toca aos apoiantes da Tauromaquia, entenderem que aquele espetáculo de índole grotesco, veicula uma manutenção de exce lência e qualidade, isso en tão é confrangedor e desca bido, pois a coreografia das Touradas é sempre mais do mesmo, sem nuances, sem criatividade, imbuído num tédio, desprovido de mais valias.

Mas sem ser propria mente no contexto das touradas, onde se dispensa aquele estendal cerimonio so e programático, aven tam-se regularmente ou tras iniciativas envolvendo o touro, no despique com

o homem, mas com um ca riz mais impetuoso, trans bordante e folclórico, que expõe o homem ao perigo, aliás censurando também, em sintonia com as alega ções previamente invoca das. Esse cenário rocambo lesco e estuante, semeia-se a título de exemplo, através das festas de Santo Firmi no, em Pamplona (Espa nha), ao qual uma largada abrupta de touros, pelas estreitas e sinuosas ruas da cidade, acicata o pâni co e um chinfrim inconse quente nos participantes autóctones e turistas exci tados, que aderem a essa empreitada, sujeitando-se á custa dessa diversão, a ter acidentes graves, que lhes pode custar a vida, e que no passado, certamen te já muitos tombaram, de modo lutuoso, para angús tia dos seus familiares e en tes queridos.

Apesar de não concor dar, e sobretudo escudar a minha posição, com fun damentos nobres e saluta

res, respeito a existência de pessoas que apreciam vivamente, esta modalida de, designadamente o co tejo do homem possante e heroico, diante dum touro enfurecido. No mesmo pris ma, compreendo o direito ao contraditório sinalizado pelos entusiastas das Tou radas, que apresentam jus tificações firmes, usando os vernáculos tradicionais do povo, além de ser um com plemento para o turismo e as festas regionais, e so bretudo realçando o lastro intrínseco do touro, como um animal truculento, ar gumentos que servem para manter a condição intocá vel desta atividade.

Porém analisando os benefícios e os prejuízos, reforço que a tourada, em termos substantivos, ex prime-se em moldes, que suscitam um atraso civili zacional, em conformidade com as razões que elenquei, e que são perniciosos que chegue.

edição 104 • dezembro 2022 12
crónica » o pulsar da sociedade

Recordações: A velha de pousada

Quando andava na já extinta Escola Primá ria do Sindicato de Delães, concelho de Vila Nova de Famalicão, que o meu sau doso pai tanto acarinhou e protegeu, na companhia de alguns colegas, várias ve zes nos deslocámos para o lugar de Delães de Baixo, a fim de na quinta de Pousa da, ali existente, cortarmos canas que utilizávamos para pescar no rio Ave. Diga-se, porém, que só os mais afoitos se atreviam a pular a cerca que rodeava o canavial, pois era bem visível uma placa, já enfer rujada, que alertava para a existência de uma “ ratoei ra a fogo” que concluímos estar ali apenas para assus tar, pois nunca funcionou.

Esta enorme quinta tem uma bonita casa senho rial, de estrutura ao estilo minhoto, pois o acesso ao primeiro andar é feito por uma grandiosa escadaria em granito e na parte vi rada para o majestoso jar dim, corre uma linda va randa com o tecto apoiado em colunas de pedra. A verdade é que todos con sideravam aquela casa as sombrada e, de noite, pou cos se atreviam a passar no caminho fronteiro que liga ao lugar das Figueiras.

O Sr. António das Fi gueiras, presença habitual nos serões que se realiza vam, quase todas as sema nas, na casa dos meus pais, para meu arrepio e dos meus irmãos, contava que naquela casa vivera uma senhora muito idosa, acom panhada por duas criadas e por ter tido a ousadia de mandar construir, no jar dim, uma espécie de jazigo onde colocou o seu grande cão de estimação que mor rera, foi considerada herege pelos católicos locais, visto que dera uma sepultura

cristã a um animal. Tal ati tude não admirava porque o povinho andava temero so com as pregações de uns frades que viam pecados por todos os lados e casti gavam com abstinências e grandes rezas, todos aque les que, no entender deles, pecassem, como era o caso das raparigas que usassem vestidos sem ser de manga comprida. Iam direitinhas para o Inferno!

Quando a proprietária faleceu, os herdeiros man daram fazer obras na casa. O Sr. António das Figuei ras que era, então, carpin teiro, contou que as tábuas do soalho que colocavam durante o dia, na manhã seguinte estavam despre gadas e postas ao alto con tra as paredes. Os operá rios andavam assustados e tudo ficou pior quando o Sr. António das Figuei ras ali estava a trabalhar e começou a ouvir música de baile vinda de uma das salas. Curioso, foi ver o que se passava, mas levou semelhante bofetada, dada por mão invisível, que o fez atirar-se por uma janela, escorregando pelos andai mes até ao chão onde dei tou a fugir para não mais voltar àquele local.

Perante isso, aque la magnífica casa ficou abandonada muitos anos. Recordo, contudo, o belo portão de ferro que dava entrada para o jardim e a grande argola, também de ferro, cunhada no umbral direito do portão, encima do por um brasão de armas e, segundo me contaram,

antigamente, os persegui dos pela justiça do rei, se agarravam e não podiam ser presos, por estarem protegidos pelos fidalgos que habitavam aquela casa nobre.

Porém, passado muito tempo, uma família lisboeta foi viver para aquela casa, conhecida como sendo da velha de pousada. Ninguém sabia porque eles tinham vindo para a província, como depreciativamente chamam a todo o território fora de Lisboa. Nos baixos da casa, funcionava a adega e o feitor da quinta andava intrigado com a grande quantidade de vinho que constantemente desapare cia. Claro que quem pagou com as favas foi a velha de pousada que já tinha sido acusada de ser a autora de um grande incêndio que destruíra, por completo, a moradia do caseiro, situada numa das extremidades da quinta. No entanto, o feitor não foi em cantigas e uma noite, armado de caçadeira e acompanhado por dois criados da lavoura que só o seguiram por terem medo de serem despedidos, apare ceu de surpresa na adega e verificou que de um buraco do soalho do andar em que viviam os lisboetas, pendia uma longa mangueira com o que aspiravam o vinho das tulhas. Perante isto, fo ram postos na rua e a casa voltou a ficar abandonada e sujeita às mais imaginati vas histórias.

jornal 13
crónica » literatura
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Faetonte

Muito provavelmente poucas são as pessoas que já ouviram falar deste mito. Todavia, até o nosso grandíssimo Luís de Camões o refere nos Lusíadas. Mas já lá iremos.

Jovem irreverente e ha bilidoso na condução da biga, a celebre carroça de duas rodas, segundo o mito, Faetonte foi o vencedor dos primeiros jogos Ístmi cos, celebrados em Corinto em honra ao deus Posei don. Todavia, vive com um problema de carência de veracidade no que diz res peito à sua ascendência. Se realmente é filho de Hélio, o deus do sol. Com o orgu lho demasiado ferido pelas constantes provocações re lacionadas com este tema, decide falar com a sua mãe e resolver a questão de uma vez por todas. Clímene, de seu nome, ao vê-lo demasia do incomodado toma uma decisão um pouco drástica indicando-lhe para o visi tar, nada mais nada me nos do que no palácio do próprio deus para dissipar quaisquer dúvidas a esse respeito. Ninguém melhor do que a Divindade em pes soa para o fazer. Através do Egito e da Índia foi o cami nho indicado. Após uma longa viagem, Faetonte chega ao sumptuoso lar de Hélio que o recebe de bra

ços abertos e, naturalmen te, para deleite deste, con firma a autenticidade da sua origem. É de facto seu filho. Porém, e mesmo com as palavras proferidas por uma Divindade, Faetonte pede ao seu pai uma prova irrefutável de que realmen te é o seu progenitor para acabar com as provocações de forma terminantemente decisiva. Embora um pou co relutante, Hélio acede ao pedido do filho e con cede-lhe apenas num único desejo, o que quiser sem li mitações de escolha. Usan do o seu orgulho ao má ximo, Faetonte pede algo impensável. Nem mesmo o próprio Zeus, o rei dos Deuses, teve alguma vez a possibilidade de o fazer: guiar a carruagem do pai que guia o sol pelos céus apenas por um dia. Em choque, Hélio tenta demo vê-lo pois isso acarreta um perigo imensurável para a harmonia do Universo, pois jamais tal poder saiu da sua responsabilidade. Citou Zeus como exemplo, mas nem isso foi suficien te para alterar a ideia de Faetonte. Agastado, cede, cumprindo a sua promes sa e entrega a carruagem de ouro para que este pos sa conduzi-la. Tomando pulso às rédeas, Faetonte começa a conduzir os ca valos que expelem chamas em direção ao céu. Mas, o inesperado acontece. Ame drontado com as alturas, começa paulatinamente a perder o controlo do carro. Conforme vai avançando, o temor aumenta cada vez mais com os corpos celes tes, o tamanho gigante das constelações e num ápice a carruagem começa a diri

gir-se para a Terra. Neste momento, apenas os cava los controlam o destino e começam a semear o pâ nico e destruição por onde passam. Florestas, rios, montanhas, são dizimadas, secos, queimadas, perante o olhar impotente dos Deuses e de Hélio. Temendo pelo desenrolar da situação, Gaia, a Deusa da Nature za pede auxílio a Zeus que lança um raio fulminante matando o jovem Faeton te. O seu corpo caí no rio Erídano onde as suas irmãs o chorarão até se transfor marem em choupos. Hélio fica inconsolável e durante

dias o Sol não brilha na Ter ra. Foi necessário que todos os Deuses suplicassem para que este regresse, algo que fez a muito custo. Curio samente, os antigos Gre gos chamavam Faetonte ao planeta que hoje conhece mos por Júpiter. Quanto a Luís de Camões, refere nos Lusíadas que a cor dos ha bitantes de África foi con sequência deste episódio. Por isso agora sabemos que quando o Sol não brilha nos céus, é num dia em que Hé lio que está saudoso do seu filho, Faetonte.

edição 104 • dezembro 2022 14
crónica » mitos e lendas

Desagregação de freguesias

ALei

n.º 39/2021, de 24 de junho, define o re gime jurídico para a cria ção, modificação e extinção de freguesias, revogando a Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, que procede à reor ganização administrativa do território das freguesias, no âmbito da reorganização administrativa do território das freguesias. Mas para os requisitos necessários sejam cumpridos, é necessário afe rir os critérios de pondera ção contantes no art. 2.º do referido diploma. Esses cri térios são explorados no art. 4.º que refere critérios de apreciação, de verificação obrigatória, que no caso da criação (eventual desagre gação com criação de novas freguesias) deve obedecer as questões de prestação de serviço à população (art. 5.º), a questão de eficácia e eficiência da gestão pública (art. 6.º), a dimensão popu lacional e territorial (art. 7.º), para além das ques tões de história e identidade cultural (art. 8.º), tudo isto sujeito a sufrágio popular local que traduza o verda deiro sentido e vontade da população (art. 9.º). Agora, a vontade política deve ser manifestada pelos respecti vos órgãos representativos, mas esse trabalho carece de consulta prévia da popula ção em causa quando o pon

to (agregação ou desagre gação) não se encontra no manifesto político dos can didatos, no acto de eleição. O processo, como se per cebe, não é fácil e deve ser conduzido com a máxima transparência, não refletin do, apenas, egos individuais e extemporâneos. Para mais esclarecimentos, sugere-se a consulta do Guia Prático sobre este assunto, promo vido pela CCDR NorteTo dos os condicionalismos referidos devem ser analisa dos previamente, antes do assunto ir a Assembleia de Freguesia, caso se pretenda que a causa seja ganha. Se for apenas “figura de estilo” para agradar a uns muito poucos, então o assunto está logo destinado a chumbo. Segundo o jornal Públi co, de 26 de outubro, e a dois meses do fim do ano e do prazo de reversão da “Lei Relvas” (prazo dado pela Lei nº39/2021, de reorga nização administrativa das freguesias, aprovada em As sembleia da República em dezembro de 2012), apenas deu entrada na Assembleia da República nove pedidos

de desagregação de fregue sias (e consequente criação de novas), seguindo os cri térios referidos. Por sua vez, segundo o Porto Canal, a re gião norte é quem mais rei vindica a desagregação de freguesias. Segundo o referi do canal, todas as uniões de freguesias de Vila Nova de Gaia e de Matosinhos, com Senhora da Hora e São Ma mede Infesta, irão avançar com propostas de desagre gação, até ao final do ano, já discutido em Assembleia Municipal, conforme refere o Diário de Notícias. Mas é preciso tomar atenção por que as freguesias com um reduzido número de eleito res, inferior a 750 no geral e 250 eleitores no interior (são freguesias considera das pequenas), não podem ser desagregadas, deven do continuar associadas a outra contígua. Mas o DN acrescenta que, até ao final do corrente, mais propostas se prevê de desagregação, respetivamente, de Braga, Viana do Castelo e Gondo mar.

Não pretendo fazer a defesa do diploma “Lei Rel

vas”, mas admitamos que houve uma clara redução de encargos públicos e cortes nos lugares públicos (deno minados “poleiros”). Havia zonas do país com fregue sias que nem funcionários tinham. A pergunta que se faz é se se justifica este en cargo? Fica a questão. Nes ses casos, qual seria o ver dadeiro serviço público que essas freguesias poderiam prestar? Mas há excepções à regra, no caso de freguesias que “merecem” a referida desagregação porque cum prem os requisitos acima referidos (Lei n.º 39/2021).

Como nota adicional des taco, apenas, o facto que ambos diplomas foram tra balhados e apresentados por facções políticas distintas, a primeira, que fez a união das freguesias, por Pedro Passos Coelho e esta última, o regime jurídico, com An tónio Costa. Com isto pre tendo apenas destacar que não me parece haver gran des divergências de ideias políticas para o país, em re lação a este assunto, estarei enganado? Fica esta minha preocupação e a partilha.

jornal 15
por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com
opinião » desagregação de freguesias

TDAH: Transtorno do Déficit de Atenção

Avaliação e Intervenção precoces para uma vida mais saudável

toda a sua vida. Ele se ca racteriza majoritariamente por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

Você conhece ou já ouviu falar de uma criança ou um adulto que frequente mente se perde em seus pró prios pensamentos, tem di ficuldade de se concentrar e demonstra ser, muitas vezes, uma pessoa inquieta? Pois é, esses são alguns dos sinais mais comuns em pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH).

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) pode ser definido pela impulsividade, agitação demasiada e dificuldade de concentração. É importante considerar que estes com portamentos são comuns en tre as pessoas, sim! Sempre tem um dia em que estamos mais distraídos, mais ansio sos, mais agitados, porém, quando eles passam a com prometer a socialização, a saúde emocional e, princi palmente, o aprendizado, é preciso investigar.

O TDAH é um transtor no neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por

Mas como podemos per ceber que algo está além do dito “normal”? Alguns si nais podem ser observados em indivíduos com TDAH como por exemplo: Desa tenção, agitação demasiada, dificuldade de compreender instruções, ansiedade. Aten ção ao desempenho escolar abaixo da média também ocorre. É claro que o TDAH não é a única explicação para um mau desempenho escolar. Porém, é importan te, sim, investigar se as cau sas de notas baixas e pouco interesse nas aulas são cau sadas pelo Transtorno do Déficit de Atenção.

É muito importante co nhecer e saber mais sobre o TDAH, para desmistificar a crença do indivíduo pregui çoso. Nos casos do TDAH confirmado a família pode procurar ajuda profissional rapidamente. Desse modo, esse indivíduo tem todo o suporte emocional e técnico para lidar com os sintomas e se desenvolver de forma saudável.

Uma vez o diagnóstico sendo confirmado, o primei ro passo é conversar com a criança para explicar que não há nada de errado com ela, mas que é preciso con tribuir para o tratamento. Mostrar para a criança o que está acontecendo é im

portante, principalmente, para que a autoestima não seja afetada. Afinal, por apresentarem dificuldades para se concentrar até mes mo nas tarefas em que estão interessadas e serem fre quentemente constrangidas por serem inquietas, elas podem se sentir naturalmen te culpadas.

Outro passo importante é orientar com informação certa as pessoas que fazem parte da vida dessa criança. Assim, em vez de repreen der as crianças quando apresentarem algum dos sin tomas de TDAH, é possível utilizar recursos que ajudem a acalmar e a se concentrar.

Assim como a maioria dos transtornos neurobio lógicos, o TDAH precisa ser tratado. Os profissio nais que atenderão a crian ça dependerão da demanda de cada um. Cada criança apresentará necessidades es pecíficas. A seguir listamos os profissionais mais procu rados de acordo com a ne cessidade da criança.

Médicos – Neuropedia tria e Psiquiatria

O tratamento para o TDAH geralmente envolve terapias e medicamentos. O médico poderá fazer uma análise histórica para che gar a um diagnóstico e tem o conhecimento pertinen te para tratar o transtorno com medicamentos, porém

não se deve esquecer que o ideal é um tratamento multi disciplinar ou transdiscipli nar, e por isso normalmente o médico orienta a procura por especialistas.

Psicólogos

O mais recomendado por especialistas da equipe mul tidisciplinar é sempre contar com tratamentos terapêuti cos, como a terapia cogniti vo-comportamental, a TCC. Esse tipo de terapia é con duzido por um psicólogo e costuma apresentar avanços na melhora do quadro de pa cientes com TDAH, já que o objetivo principal é trans formar o comportamento do paciente.

Neuropsicopedagogos

Para diminuir os sinto mas do TDAH no dia a dia do paciente, especialmente quando falamos de crianças, as intervenções no ambiente escolar são fundamentais. Quando feitas ainda no iní cio do tratamento por psi copedagogos e Neuropsico pedagogos, o paciente pode ter menos dificuldades de aprendizado e desenvolvi mento escolar.

Fonoaudiólogo

O papel desse profissio nal no tratamento do TDAH é, principalmente, melhorar as habilidades de comuni cação oral do paciente, que podem ser prejudicadas pelo distúrbio neurológico.

Por fim, vale lembrar que essas crianças crescem, e o principal objetivo de toda ação terapêutica é validar uma vida adulta feliz e sau dável.

edição 104 • dezembro 2022 16
crónica » transtorno do déficit de atenção

O bom nível do cinema espanhol

Tem-se notado ultima mente o emergir do cinema espanhol, numa lógica de sucesso e de dis seminação entre os média, especialmente impulsiona do pelos bestiais filmes de Pedro Almodôvar, e pela consagração na cena inter nacional, dos atores Pené lope Cruz e Javier Bardem. Aproveitando o reconhe cimento unânime desses embaixadores, o cinema espanhol singrou em de finitivo, desenvolvendo-se consistentemente, cimen tando á ação do filme, o ha bitual padrão pragmático, o aperfeiçoamento eficaz dos seus argumentos, além de demonstrar um trajeto impactante e uma versatili dade sem paralelo. Em con formidade com essa noto riedade, recomendo alguns exemplos que demonstram essa hegemonia:

Todos Sabem de 2018 é um filme intenso, que esta belece como pano de fundo, um sórdido rapto duma miúda, em plena festa de casamento, pondo em al voroço toda a família, que

se juntou expressamente a esse certame. Esse re pugnante acontecimento, atinge sobretudo, as convi dadas, Laura e a sua filha Irene, que se deslocaram de propósito da Argentina, para assistir á cerimónia. Apercebendo-se Laura do desaparecimento de Irene, o desespero e a sideração, instala-se nela e nos entes queridos, até que o surge o leonino contato, a reivin dicar o rapto, e a respetiva soma a pagar. Chocada, Laura parece definhar, pois não dispõe de dinheiro suficiente, para satisfazer as exigências dos crimino sos. Enquanto o ambiente implode, arrastado pela desconfiança generalizada, Pablo, o antigo namorado de Laura, estranhamente empenha-se, em arranjar a verba, estipulada pelos si nistros raptores.

A Trincheira Infinita de 2019 baseado em fatos verídicos o filme retrata a vida dum homem, que se fechou na sua própria casa durante 30 anos, na sequência da derrota dos republicanos face aos na cionalistas, na guerra civil espanhola, com receio de ser fuzilado pelos fascis tas, decorria o terrível ano de 1939. Nesses moldes, a narrativa de modo dramá tico e expectante, salienta o cativeiro forçado de Hi gino, que com o respaldo da sua mulher, suportam ambos as inquietudes des sa situação confrangedora, fruto das ocorrências noci vas, que originam angústia e tensão. Até que um certo dia, em 1969, chega a óti ma notícia, que parecia im possível, mas que pode reti

rar de vez, Higino, daquela cadência pungente.

As Leis da Frontei ra de 2021 Numa espécie de catarse, o protagonis ta Nacho, relembra a sua adolescência, destacando o momento que entendeu associar-se a um grupo de malfeitores, e o consequen te lastro danoso, que essa anuência acarretou. Focan do-se em termos temporais, a história na década de 70, o jovem Nacho caracteri za-se pela personalidade bisonha e frágil, submeten do-se a todas as chacotas. Porém num inédito dia, cruza-se com os dois delin

quentes, que o acarinham e o envolvem numa teia for mada por gandulos, com intenções perniciosas. En tusiasmado Nacho com es sas novas amizades, que no fundo não passa dum logro, este assenta a sua conduta numa deriva, que divaga, entre o prazer líbido e o cri me, claramente perigoso e sinuoso, para o seu futuro.

Mães Paralelas de 2021 este filme descreve o caráter integro da morena ça Janis, como elemento -chave, no desenrolar e na

(continua na próxima página)

POEMA NOVEMBRO

Vais sentir falta de mim

Vais sentir falta de mim De eu te beijar á noitinha Nas tuas noites sem fim Do carinho que eu te tinha

sentir falta de mim em todos os lugares falta de mim, estejas tu onde estiveres tu vais sentir falta de me amares tu vais sentir falta de me veres

tu Vais sentir falta de mim Nas tuas noites de solidão Numa saudade sem fim De eu segurar na tua mão

Tu Vais sentir falta de mim Como eu sinto falta de ti nosso amor chegou ao fim e eu, nem de ti, me despedi

por Américo Manuel Santos americosantos1927@gmail.com

jornal 17
cinema » sugestão ao leitor

(continuação da página anterior)

resolução, de um problema sério, que se ocasionou gra vemente. Numa senda ca rismática e independente, Janis flirta circunstancial mente com o arqueólogo Arturo, acabando por en gravidar do individuo. A despeito dessa bênção, Ja nis resolve assumir o feto, não contando com o apoio do Pai, circunscrito a uma postura de mero engata tão. Concretizando-se o nascimento da filha, Janis denota paulatinamente que a bebé não evidencia uma fisionomia similar, com os Pais, avançando para um teste de ADN, que emi te um veredicto taxativo, acerca dela não ser a mãe biológica da menina. Cons trangida com esta trágica constatação, Janis opta por procurar Ana, a outra grávida que se encontrava no mesmo quarto, onde se realizou o parto, para ave riguar a provável troca dos recém-nascidos.

Agência Funerária Tilheiro

92 anos

AGRADECIMENTO

António da Silva Sobreiros Palme – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

78 anos

AGRADECIMENTO

Amadeu Rodrigues da Torre

Mujães – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

59 anos

AGRADECIMENTO

Vítor

Manuel Sarmento Figueiredo

Deocriste – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

89 anos

AGRADECIMENTO

86 anos

AGRADECIMENTO

Alípio Rodrigues Alves

Poiares – Ponte de Lima

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

70 anos

AGRADECIMENTO

Ireneu

Luso Esteves Rosas

Carvoeiro – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

Carlos Filipe Lomba Portela

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

edição 104 • dezembro 2022 18
necrologia
Tel: 258 971 259 Tlm: 962 903 471 www.funerariatilheiro.com Barroselas

78

anos

AGRADECIMENTO

Manuel Lima Alves Franco Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

88 anos

AGRADECIMENTO

Maria Felisbela Rodrigues Oliveira

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

93 anos

AGRADECIMENTO

96 anos

AGRADECIMENTO

António Fernandes Veloso Balugães – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

91 anos

AGRADECIMENTO

Manuel António Marques Ribeiro Tregosa – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

76

anos

AGRADECIMENTO

António Monteiro de Sousa Quintiães – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

58 anos

AGRADECIMENTO

Maria da Assunção Pinheiro Maciel Durrães – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

Maria

Olinda Balester Ramos

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

88 anos

AGRADECIMENTO

José

Alves de Miranda Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

73 anos

AGRADECIMENTO

Maria da Conceição Ribeiro Martins Fiúza Lima

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

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