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Coordenação de Conteúdo
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Ilustração
Carlus Campos
Edição de Arte
Andrea Araujo
Designer
Mariana Araujo
Analista de Operações
Alexandra Carvalho
Analista de Projetos
Elizabete Dantas

P171d

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
Palma, Bartira Pereira
Desenvolvimento positivo no esporte para meninas e mulheres [recurso eletrônico] / Bartira Pereira Palma ; ilustrado por Carlus Campos. – 2. ed. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2025. ePUB.
ISBN: 978-65-5383-201-5 (ePUB)
1. Esporte. 2. Educação. 3. Meninas. 4. Mulheres. 5. Inclusão. I.Campos, Carlus. II. Título.
CDD 796
CDU 796
2025-5390
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410
Índice para catálogo sistemático:
1. Esporte 796
2. Esporte 796




O objetivo deste módulo é explorar a experiência esportiva de meninas e mulheres e pensarmos juntos como podemos construir uma experiência positiva. Refletiremos sobre como os estereótipos de gênero na sociedade mais ampla são reproduzidos no esporte, uma manifestação cultural que é parte de nossas vidas. Pensaremos juntos e juntas, então, em formas de mediar a experiência esportiva para que ela ofereça oportunidades para meninas e mulheres se desenvolverem e atingirem o seu potencial humano. Afinal, o esporte é um direito de todas e todos, e toda a sociedade deve trabalhar para que meninas e mulheres tenham oportunidades justas de acessar o esporte em suas múltiplas manifestações. Seja no lazer, na escola, no clube ou no esporte de elite, elas querem e podem participar. Vamos construir experiências esportivas positivas para todas elas.


Ao concluir este fascículo, você será capaz de:
5 Compreender o esporte como um fenômeno cultural ao qual todas as pessoas têm direito de acesso;
5 Compreender que o esporte pode ser um ambiente que promove o desenvolvimento de potencialidades humanas para meninas e mulheres;
5 Conhecer estratégias que podem ser utilizadas para oferecer chances para que meninas e mulheres se beneficiem do desenvolvimento de potencialidades no esporte.


Começo a discussão apresentando o caso da Júlia, que representa a experiência esportiva de muitas meninas, no futebol ou em outras modalidades esportivas.

A Júlia sempre gostou de bola. Desde pequena, corria atrás dela no quintal, chutava contra o muro e sonhava em jogar futebol de verdade. Quando contou para a família que queria entrar numa escolinha do bairro, ouviu logo de cara: “Isso não é coisa de menina”. A cada pedido, vinham olhares de reprovação e comentários desanimadores. Mesmo assim, com muita insistência,

ela conseguiu convencer os pais a deixarem que fizesse uma aula experimental.
No primeiro treino, a turma era mista. Júlia chegou animada, mas logo percebeu que não seria fácil. Os meninos a chamavam por apelidos maldosos, evitavam passar a bola e, quando ela tentava se enturmar, vinham as risadinhas de canto. Em vez de se sentir parte do grupo, se sentia cada vez mais sozinha.
O treinador também não ajudava. Ao invés de tratá-la como qualquer outro aluno, falava com ela de forma diferente, como se estivesse ali só para “brincar”. Chegava a dizer que ela seria o “café com leite” do time, sem nunca integrar Júlia de fato às atividades. Para alguém que sonhava tanto em jogar, era como receber, dia após dia, o recado de que não era capaz.
Depois de algumas semanas tentando resistir, Júlia desistiu. Não porque deixou de amar o futebol, mas porque o ambiente que deveria acolher e incentivar acabou reforçando a ideia de que aquele não era um lugar para ela.




O esporte é um fenômeno cultural de grande magnitude, com significados diversos e de valor no processo de desenvolvimento. É uma produção humana que acompanha a própria história, estando intrinsecamente ligada à forma como nos organizamos enquanto sociedade. Dessa forma, não se constitui como um fenômeno à parte e tanto reflete quanto influencia as mazelas e virtudes da sociedade mais ampla. Nesse sentido, na condição de fenômeno cultural e, portanto, uma criação humana, ele não é bom nem ruim, mas sim o que fazemos dele enquanto comunidade. O esporte mo-
derno se desenvolveu no século XIX como um meio pedagógico, a partir da esportivização de jogos e brincadeiras praticados por integrantes da nobreza. Seu potencial formador é percebido e, portanto, o esporte é inserido nos currículos das escolas para meninos das classes dominantes. Assim, o esporte moderno é desenvolvido em um contexto de privilégio de classe e gênero, e os efeitos desse histórico são combatidos até os dias atuais.
O engajamento com o esporte nos permite desenvolver uma forma única de se relacionar com o mundo, que pode estar associada à realização pessoal e crescimento. Esse é um dos papéis da cultura, proporcionar a oportunidade de aprendermos a ser e a nos relacionar em nossas comunidades a partir de uma expressão humana construída ao longo da história, mas também construir novas formas de viver o fenômeno cultural, de um modo que represente o que somos hoje e o que queremos para o nosso futuro. Nessa perspectiva, o esporte se configura como um ambiente propício para o desenvolvimento humano. Essa perspectiva do esporte como parte da nossa cultura e, portanto, uma expressão humana, sustenta a compreensão do esporte enquanto um direito de todos os cidadãos brasileiros e cidadãs brasileiras.
Em 1978 a perspectiva do acesso ao esporte por uma parcela de pessoas privilegiadas é contestada pela primeira vez em um documento oficial da UNESCO, que foi um marco para o reconhecimento da educação física e o esporte como direitos fundamentais de todos os seres humanos, destacando seu papel na promoção da saúde, do desenvolvimento integral e da convivência pacífica entre os povos. O documento ressaltava a responsabilidade dos Estados em garantir acesso universal a práticas esportivas
e educativas de qualidade, especialmente em contextos escolares. Em 2015, a Carta foi revisada e atualizada para responder a novos desafios globais, como a crescente desigualdade de acesso, a mercantilização do esporte e a necessidade de inclusão. Entre os acréscimos, ganharam destaque a equidade de gênero, a valorização da diversidade cultural, a preocupação com a sustentabilidade e o compromisso com a justiça social. Essa atualização reforça o compromisso de que políticas esportivas e educacionais sejam intencionais na promoção da inclusão de meninas, mulheres e grupos historicamente marginalizados, garantindo que o esporte seja efetivamente um bem comum.
Para saber mais sobre o esporte como um fenômeno cultural ao qual todas as pessoas têm direito de acesso no Brasil você pode ler:
5 Um artigo que discute o oferecimento de práticas esportivas como direito: Vista do Entre Meio e Fim
5 O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano: MOVIMENTO É VIDA: ATIVIDADES FÍSICAS E ESPORTIVAS PARA TODAS AS PESSOAS - Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano do Brasil 2017 | United Nations Development Programme
5 A Lei Geral do Esporte (2023): https://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/l14597.htm
No Brasil, esse movimento internacional repercutiu fortemente. Dez anos após a primeira Carta da UNESCO, a Constituição Federal de 1988 consolidou o esporte como um direito social, estabelecendo no artigo 217 que é dever do Estado fomentar práticas esportivas formais e não formais, como direito de cada cidadão. Esse reconhecimento constitucional ampliou o entendimento do esporte como parte da cidadania e da dignidade humana, aproximando o país das diretrizes internacionais. Mais recentemente, a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023) atualizou o marco jurídico esportivo brasileiro, reafirmando o esporte como direito social e detalhando princípios como equidade, diversidade, inclusão, proteção contra discriminação e assédio, além de reforçar mecanismos de governança e financiamento. Entretanto, apesar de ser um direito, o acesso efetivo a práticas esportivas não é garantido a todas as pessoas, nem oferecido com a mesma qualidade para quem consegue acessá-las. No caso de meninas e mulheres, a vivência esportiva é atravessada por preconceitos de gênero e pela ideia socialmente construída de que elas não seriam aptas ou habilidosas o suficiente ou, ainda, de que o esporte não faria parte de seus interesses. Essa percepção foi se consolidando historicamente em sintonia com outros preconceitos enfrentados pelas mulheres em diferentes setores da sociedade, como o trabalho. Assim, o preconceito de gênero é estrutural e se manifesta em todas as esferas sociais, inclusive no esporte.


No Brasil, a relação entre esporte e gênero é marcada por profundas desigualdades históricas. Um exemplo emblemático foi a proibição legal da prática de futebol e de outras modalidades consideradas “incompatíveis com a natureza feminina” (do ponto de vista da compreensão predominante do que seria feminilidade), vigente entre 1941 e 1979, quando o Conselho Nacional de Desportos, amparado pelo Decreto-Lei nº 3.199, vetou a participação das mulheres em diversas modalidades. Essa restrição institucionalizou a exclusão e reforçou estereótipos de feminilidade que colocavam o corpo feminino como frágil e inadequado para o esporte competitivo.

Mais do que uma medida isolada, essa proibição expressa o preconceito de gênero estrutural, que naturalizou a invisibilidade das mulheres, sexualizou sua presença nos ambientes esportivos e limitou investimentos em suas categorias. Os efeitos desse passado ainda repercutem, explicando parte das desigualdades que persistem no esporte contemporâneo.
Somado a isso, a interseccionalidade, termo descrito pela primeira vez pela professora e pesquisadora ne -
gra norte-americana Kimberlé Crenshaw, explica como a sobreposição de marcadores sociais (como raça, gênero, classe, etnia, orientação sexual e deficiência), influenciam a forma como as pessoas vão vivenciar diferentes fenômenos, como o esporte, por exemplo. Esses marcadores determinam privilégio para determinados grupos e desvantagens para outros. A depender da quantidade de marcadores que uma pessoa acumula, sua experiência vai ser pior. Por exemplo, a experiência de meninos brancos nascidos em famílias com histórico socioeconômico privilegiado tendem a ter mais facilidade de acesso ao esporte, além de acessarem práticas de maior qualidade, já que podem financiar essa prática. Por outro lado, meninas negras nascidas em famílias com histórico de vulnerabilidade socioeconômica tendem a ter uma experiência de menor qualidade com o esporte. Dessa forma, ao oferecer atividades esportivas para meninas e mulheres, é preciso considerar os efeitos de outros marcadores sociais além do gênero.
Enquanto parte de uma estrutura, o preconceito de gênero afeta a todas as pessoas, inclusive treinadores/as e gestores/as. Assim, ações que combatam os efeitos do preconceito de gênero no esporte precisam ser articuladas e coletivas, e o envolvimento de todas as pessoas envolvidas no ambiente esportivo é necessária. Isso reforça a importância da oportunidade de formação específica para profissionais da área, como a proposta desta apostila, para que possam não só identificar os preconceitos de que meninas e mulheres são vítimas, mas propor e implantar ações efetivas na direção de oferecer práticas de qualida-
de e mais justas para meninas e mulheres. Fica evidente, então, a importância da intervenção de quem conduz a atividade esportiva, ou seja, de treinadores/as e professores/ as, bem como a de gestores/as, que vão contribuir para estabelecer um ambiente que ofereça oportunidades equitativas de desenvolvimento de potencialidades humanas para meninas e mulheres.




PERSPECTIVA DO DESENVOLVIMENTO
POSITIVO NO ESPORTE:
O desenvolvimento positivo (DP) é um conceito amplo que se refere ao fortalecimento das potencialidades ou características positivas humanas em diferentes ambientes. O DP trata da preocupação em contribuir para que as pessoas alcancem seu pleno potencial enquanto seres humanos, ou seja, que desenvolvam competências e habilidades que as beneficiem nas diferentes dimensões das suas vidas. A partir do desenvolvimento pessoal, espera-se aumentar as chances de que as pessoas consigam perseguir
suas aspirações e motivações na vida, estabelecerem relacionamentos de qualidades nos diferentes ambientes que frequentam, além de se sentirem bem consigo mesmas. Dessa forma, o desenvolvimento positivo pode resultar em bem-estar e níveis adequados de qualidade de vida.
Tradicionalmente, as ciências da saúde têm se concentrado em evitar doenças e outros desfechos negativos, o que, embora seja relevante para o desenvolvimento humano, não abarca toda a sua complexidade. Afinal, mais do que evitar resultados indesejados, buscamos também alcançar metas, cultivar a esperança, encontrar um propósito de vida, construir amizades, sentirmo-nos bem e competentes, entre tantos outros aspectos.
O desenvolvimento positivo foi inicialmente concebido para jovens nos Estados Unidos e, por isso, recebeu a denominação Desenvolvimento Positivo de Jovens. Ele nasceu em um contexto de aumento da pobreza, da criminalidade juvenil e de outros problemas sociais nas décadas de 1950 e 1960. Isso levou a um maior investimento em iniciativas voltadas a enfrentar essas questões. Na década de 1970, surgiram programas de prevenção, a maioria voltada para ensinar jovens a evitar um tipo específico de comportamento, como o uso de drogas, por exemplo.
Posteriormente, na década de 1980, informações científicas sobre variáveis que poderiam indicar que adolescentes se envolveriam com comportamentos de risco levaram a uma compreensão crescente de que fatores ambientais e de interação social deveriam ser incorporados aos programas. A prevenção de comportamentos negativos isolados não era suficiente para facilitar a transição dos e das ado -
lescentes para a vida adulta. Na década de 1990, os programas de Desenvolvimento Positivo para Jovens ganharam força baseados na premissa de que, ao aprenderem competências socioemocionais (como, confiança, caráter, relacionar-se e autoestima), adolescentes teriam maiores chances de alcançar seu pleno potencial. Além disso, o desenvolvimento de características positivas pode ajudar a prevenir comportamentos negativos.
Mas o Desenvolvimento Positivo não foi pensado inicialmente para o ambiente esportivo. O esporte é uma atividade atrativa para jovens, com muita oportunidade de interação social. Ainda, a participação no esporte ocorre de forma voluntária, ou seja, os/as jovens se envolvem por vontade própria, porque gostam, além de ser uma atividade que proporciona altos níveis de concentração. Esses fatores tornam o esporte um ambiente propício para o desenvolvimento positivo. Então, o ambiente esportivo passa a ser considerado em pesquisas científicas e na prática profissional de treinadores/as com o objetivo de entender quais características desse ambiente podem promover o DP.




O esporte não é um ambiente naturalmente benéfico para quem se envolve. O esporte é o que fazemos dele, a atividade em si não promove resultados positivos nem negativos, mas a forma como as pessoas engajadas compreendem o esporte e como elas se comportam durante a prática é que vai determinar a experiência de cada pessoa. Considere que ainda nos dias atuais reproduzimos algumas formas de compreender o esporte que foram construídas ao longo da história, mas que não é benéfica para todas as pessoas. Por exemplo, ainda é comum a ideia de que o
esporte é uma prática exclusiva para quem possui habilidades específicas, como se as habilidades esportivas não fossem aprendidas, o que contradiz o que as evidências atuais indicam. Essa ideia começou a ser construída junto com a concepção do esporte moderno, e vem sendo reproduzida desde então. Entretanto, as habilidades esportivas não são inatas, ou seja, elas são aprendidas. Dessa forma, qualquer pessoa pode aprender, algumas terão mais facilidade, outras menos, seja por questões genéticas, ou fatores ambientais.
Um exemplo importante para o tema que estamos discutindo é a construção coletiva que fizemos enquanto sociedade de que o esporte não é apropriado para meninas e mulheres, que elas não estariam interessadas em se envolver com atividades competitivas porque não seria da sua “natureza”. Já existem evidências científicas suficientes provando que essa ideia não é verdade. O problema é que é uma concepção ainda tem grande influência na sociedade, tem efeito sobre a prática esportiva das meninas e mulheres, mas também sobre a forma como treinadores e treinadoras conduzem os processos de ensino-aprendizagem-treinamento esportivo.
Então, chegamos em um ponto importante, devido ao fato de a compreensão do que é o esporte ainda hoje estar conectada ao rendimento máximo, à exclusividade para poucas pessoas e a hiper competitividade, a forma como as pessoas se relacionam com o esporte (praticantes, treinadores/as e gestores/as) muitas vezes é expressa a partir dessas características. Assim, a fim de aumentar as chances de que praticantes colham benefícios do engajamento
com atividades esportivas, a mediação de treinadores/as é essencial. Os/As treinadores/as são as pessoas responsáveis por planejar a experiência esportiva e, por meio de uma intervenção pedagógica intencional, oferecer um ambiente propício ao Desenvolvimento Positivo no Esporte.
Nessa direção, alguns modelos disponíveis na literatura especializada pode ajudar profissionais da área a planejar ambientes de treino e competição capazes de promover o DP no esporte. Por exemplo, o Modelo dos Recursos Pessoais (Você encontra esse modelo disponível na literatura com o nome: Personal Assets Framework) propõe que o desenvolvimento positivo de jovens no esporte é potencializado quando três condições centrais estão presentes. Os ambientes adequados (de treino e competição) garantem experiências fisicamente e psicologicamente seguras , inclusivas e desafiadoras; os relacionamentos de qualidade, por meio do desenvolvimento de relacionamentos saudáveis com treinadores/as, colegas e familiares, oferecem apoio, confiança e oportunidades de pertencimento; e as aprendizagens pessoais favorecem a aquisição de competências esportivas, sociais e para a vida.
Nesse processo, o papel do/a treinador/a é fundamental: cabe a ele/ela criar contextos intencionais de treino que estimulem a cooperação, o respeito e a autonomia. Oferecendo orientações construtivas, promovendo relações de confiança e valorizando a diversidade das trajetórias das atletas. Ao adotar práticas pedagógicas sensíveis a essas dimensões, o/a treinador/a amplia as chances de que meninas e mulheres não apenas desenvolvam suas habilidades esportivas, mas também fortaleçam recursos
pessoais como autoestima, resiliência e liderança, garantindo maior engajamento e benefícios duradouros dentro e fora do esporte. Um esquema do Modelo de Recursos Pessoais é oferecido na figura 1.

Para ler mais sobre o desenvolvimento positivo no esporte especificamente para meninas e mulheres, você pode ler:
15542-Texto do artigo-73019-1-10-20250813 (1).pdf



Como podemos fazer a história da Júlia, contada no início deste texto, ser diferente?
A literatura mais atual sobre como oferecer a prática esportiva para crianças e adolescentes de forma a promover resultados positivos como desenvolvimento pessoal e engajamento com o esporte em longo prazo, aponta a necessidade de considerar alguns aspectos importantes. O Desenvolvimento de Atletas em Longo Prazo no Esporte (DALP) é uma diretriz que busca promover o desenvolvimento sustentável e integral de atletas/praticantes de esporte por meio de fases progressivas, nas quais se enfatizam competências físicas, motoras, afetivas e sociais. Um dos princípios centrais é a necessidade de promover o letramento corporal em fases iniciais de contato com o esporte pelas crianças. O letramento corporal é um termo que descreve o desenvolvimento do
conhecimento sobre o próprio corpo em movimento, tanto conceitual, como o saber fazer, como por exemplo a competência para jogar,. Mas, ele vai além de simplesmente aprender a executar habilidades esportivas ou outros movimentos. Inclui também o desenvolvimento da consciência corporal, da autoconfiança, autoestima e percepção da sua própria capacidade e motivação para a prática.
Então, o que a DALP nos diz é que é importante que todas as crianças tenham oportunidade de passar pelo letramento corporal no início da vida esportiva. Para tanto, recomenda-se o contato com diversas modalidades esportivas no início da trajetória no esporte, além de qualidade nas experiências de treino e competição (variedade, desafio equilibrado), recuperação adequada e cuidado com saúde física e mental. Cada etapa deve prover estímulos apropriados à idade e maturação do/a praticante atleta, respeito aos ritmos individuais, e manter motivação e prazer como elementos centrais. SAIBA MAIS!
Para ler mais sobre o desenvolvimento de atletas/praticantes em longo prazo, você pode acessar o documento oficial do Comitê Olímpico do Brasil. Nesse documento são integradas as diferentes formas de se envolver com o esporte. Você pode baixar o documento no seu computador ou consultá-lo online no link: Modelo de Desenvolvimento Esportivo | Comitê Olímpico do Brasil: https://www.cob.org.br/time-brasil/modelo-de-desenvolvimento-esportivo
Apesar de ser uma diretriz reconhecida e promovida oficialmente, na prática, meninas frequentemente enfrentam barreiras que impedem seu pleno aproveitamento dos princípios do DALP. Elas tendem a ter menos oportunidades de envolvimento desde as fases iniciais e ao longo da trajetória, seja por estereótipos de gênero que desencorajam sua participação, seja por decisões institucionais que priorizam meninos para treinos, espaços ou recursos financeiros. Além disso, há menor investimento em treinadoras aptas, programas específicos de desenvolvimento de líderes mulheres, infraestrutura adequada, e existe uma menor expectativa de progresso para meninas, o que pode se refletir em orientações menos construtivas, menor diversidade de atividades oferecidas ou em ambientes menos acolhedores.
Além disso, as meninas e mulheres têm menos oportunidade de competir, o que compromete o seu desenvolvimento nas diferentes modalidades esportivas. Há menos disponibilidade de eventos competitivos destinados as mesmas, além de uma crença prevalente que a competição feminina não é séria, que elas não teriam interesse em competir, ou não mereceriam os mesmos investimentos do que as masculinas. Esse cenário é preocupante para o desenvolvimento no esporte, já que as competições representam um elemento educativo. Essas desigualdades comprometem os ganhos em autoestima, autoconfiança e engajamento contínuo no esporte. Tornando para muitas meninas difícil alcançar participação de longo prazo como prevê o DALP. Como essas são práticas comuns no esporte há muito tempo, muitas vezes é difícil para treinadores/as perceberem que elas ocorrem. Dessa forma, é preciso que estejamos atentos/as aos preconceitos que meninas podem estar sofrendo
durante a prática esportiva, para podemos combatê-lo. Por exemplo, observar se as meninas estão tendo oportunidades justas de envolvimento com as atividades de treino e na competição, se estão se sentindo incluídas, entre outros aspectos. Para construir ambientes de treino e competição mais justos, podemos considerar os seguintes aspectos:
Quadro 1: Dicas de ações que podem contribuir para o oferecimento de práticas esportivas equitativas para as meninas e mulheres.
Revisar práticas sexistas naturalizadas
Evitar estratégias que tratem meninas como “menos competentes” (ex.: deixá-las como “café com leite”, oferecer menos tempo de jogo ou treinos diferenciados), reconhecendo o potencial de cada atleta. Além disso, fique atento ao comportamento sexistas dos/as colegas, que devem sempre ser interrompidos, além de serem discutidos e problematizados nas atividades. Assim, as meninas têm mais chances de construir confiança e autoestima, além de sentirem-se empoderadas para continuarem a prática.
Desafiar estereótipos de gênero
Questionar ideias de que apenas certos corpos ou estilos de jogo são “corretos”, valorizando múltiplas formas de desempenho e participação. Lembre-se de que o esporte praticado por meninos e homens não é o padrão a ser atingido. O esporte praticado por elas é tão legítimo quanto o praticado por eles e estabelecer referências condizentes é essencial.
linguagem
Palavras, apelidos e instruções têm impacto direto na autoestima; treinadores/as devem adotar comunicação que encoraje, em vez de reforçar preconceitos. Utilizar expressões como “Você está correndo como uma garota” é inadequado e desrespeitoso, já que parte do princípio que a corrida delas seria ruim.
Promover espaços físicos e emocionais livres de assédio, discriminação e intimidação, reconhecendo que meninas e mulheres frequentemente enfrentam esses riscos no esporte. Reconhecer e interromper qualquer tipo de violência que ela sofram no ambiente de treino e competição é uma responsabilidade ética, que contribui para o desenvolvimento delas e da sociedade como um todo.
Incentivar vínculos de confiança, cooperação e respeito mútuo entre atletas, favorecendo pertencimento e engajamento de longo prazo. É necessário envolver os meninos nessa luta. Eles precisam ser ativos no respeito às meninas e ao direito delas de praticarem esporte.
Refletir sobre como o treino pode contribuir para reduzir desigualdades, estimulando autonomia, consciência crítica e protagonismo das atletas. A intencionalidade na atuação pedagógica é muito importante. O estímulo à autonomia, autoestima, confiança, protagonismo, entre outras, deve ser constante, sistemático.
Estar atento/a a como raça, classe, orientação sexual, identidade de gênero e deficiência impactam a experiência esportiva de meninas e mulheres, garantindo inclusão real. Cada pessoa terá uma experiência esportiva única, a depender dos marcadores sociais que acumulam.
Então, garantir que a Júlia, mencionada no caso no início deste texto, tenha oportunidade de se envolver com uma prática esportiva enriquecedora, capaz de oferecer chance de desenvolvimento pessoal integral, considerando seus aspectos físicos/motores, psicológicos e sociais, não é fácil. Mas, a Júlia e outras meninas merecem o nosso esforço.


E A OPORTUNIDADE DE AS MENINAS
E MULHERES SE DESENVOLVEREM DE FORMA INTEGRAL NO ESPORTE
É importante que as pessoas responsáveis por oferecer a prática esportiva, como treinadores/as e professores/as, estejam atentos à necessidade de considerar os aspectos relacionados ao preconceito de gênero no esporte em seu planejamento. Contar com o acaso não garante que essas questões serão trabalhadas com intenção e, portanto, as chances de não receberem o tratamento pedagógico adequado são grandes.

A intenção pedagógica de treinadores/as e professores/as esportivos
A intencionalidade pedagógica diz respeito às escolhas conscientes que treinadores/as e professores/as fazem ao trabalhar os conteúdos esportivos. Isso envolve selecionar o que será ensinado, como será ensinado, transformar esses conteúdos em atividades práticas e avaliá-los de forma contínua.
Os conteúdos esportivos não se restringem às habilidades motoras e cognitivas. Eles também abrangem:
5 Questões sociais: preconceito de gênero no esporte; baixa representatividade de mulheres em cargos de liderança, especialmente mulheres negras.
5 Competências pessoais: autoestima, liderança, confiança, caráter.
Assim, a intencionalidade pedagógica consiste em conduzir todo o processo de ensino-aprendizagem-treinamento de forma planejada, incluindo desde a seleção dos conteúdos até sua aplicação e avaliação.

É importante que possamos refletir sobre um aspecto. A utilização do esporte como um instrumento ou ferramenta para alcançar outros objetivos extrínsecos (como saúde, inclusão social, ocupação do tempo livre, prevenção de uso de drogas), ou seja, o esporte usado para “algo além dele mesmo”, pode ser problemático. O esporte tem um valor em si mesmo, enquanto fenômeno cultural, uma prática humana fundamentalmente valiosa, que deve ser garantida com liberdade, autodeterminação, dignidade e qualidade de experiência. O direito ao esporte, nessa abordagem, pressupõe que todas as pessoas possam praticá-lo plenamente, com autonomia e alegria, não apenas como meio para propósitos externos.
Isso significa que a principal ideia que esse texto pretende deixar é que oferecer uma prática esportiva de qualidade, que envolva aprender bem as habilidades esportivas, aprender a se relacionar bem no esporte (consigo mesma e com as outras pessoas), além de aprender sobre a cultura esportiva, tem o potencial de promover o desenvolvimento pessoal. Então, quando nos preocupamos com que as meninas e mulheres tenham acesso a um ambiente esportivo intencionalmente enriquecedor, oferecemos mais chances de que elas desenvolvam a autoestima, a confiança em si mesmas, a cooperação e a empatia, entre tantas outras características positivas tão importantes para o nosso desenvolvimento humano integral.
Meninas e mulheres confiantes em sua competência, com níveis adequados de autoestima e autoconhecimento, e que saibam se relacionar bem, podem ser líderes competentes e empáticas, que estimulem outras meninas a se
envolverem com a liderança no esporte. Isso tem o potencial de fortalecer a representatividade, ou seja, que outras meninas se enxerguem no esporte e o percebam como um direito seu. Todo esse contexto tem o potencial de contribuir para o empoderamento de meninas e mulheres para se envolverem no esporte de forma autônoma, além de influenciarem aqueles e aquelas ao seu redor a engajarem no esporte, beneficiando outras pessoas em suas comunidades.
Dessa forma, enquanto comunidade esportiva, é importante que nos esforcemos para oferecer práticas significativas, desafiantes, com estímulo real para aprender as habilidades esportivas. Também é importante que lutemos por investimentos nas estruturas esportivas públicas, na formação de treinadoras/es bem preparados/as, que possam reconhecer o mérito e o progresso das meninas no esporte, construindo assim a autoconfiança delas. Dessa forma, combatemos a desigualdade de gênero e reforçamos a ideia de que o esporte é feito para elas também, que a forma como elas praticam é legítima e que elas têm direito de acessar práticas de qualidade. Precisamos estimular as meninas a serem protagonistas em sua própria trajetória esportiva, e que exerçam esse papel com responsabilidade, estimulando outras meninas e mulheres.
Vamos terminar essa discussão dando um final feliz para Júlia. Considerando tudo que conversamos até aqui, a experiência dela pode ser muito diferente, se tornando empoderadora.

Desta vez, a história da Júlia tomou outro rumo. Quando ela contou à família que queria jogar futebol, ao invés de desânimo, recebeu incentivo: os pais a acompanharam nos primeiros treinos, vibraram com cada conquista e mostraram orgulho por sua decisão. Na escolinha, a treinadora acolheu Júlia de forma respeitosa e cuidadosa, oferecendo as mesmas oportunidades de desenvolvimento que aos demais colegas. Para que ela se sentisse integrada, criou a estratégia de indicar uma jogadora mais experiente como mentora, responsável por acolher Júlia, explicar as dinâmicas e facilitar sua adaptação ao grupo. Aos poucos, as relações de confiança foram se fortalecendo e Júlia passou a se sentir parte da equipe. Durante uma das aulas, a treinadora propôs um exercício
em que cada equipe deveria organizar sua própria estratégia de ataque em um jogo reduzido. Nesse momento, ela convidou Júlia a assumir a liderança do grupo, incentivando que fosse ela a propor a divisão de papéis e orientar as colegas sobre como se posicionar em campo. A experiência, além de desafiadora, foi profundamente empoderadora: Júlia não apenas jogou, mas também exerceu sua voz, conquistando respeito e mostrando competência. No fim, Júlia estava feliz com sua escolha de se envolver no futebol. Sentia-se segura, valorizada e motivada a continuar treinando. Mais do que isso, transformou sua vivência em inspiração: empolgada, passou a convidar colegas da escola para se juntarem a ela nos treinos, ampliando o grupo e reforçando que o esporte é, sim, um lugar para meninas.


BRASIL. Lei nº 14.597, de 14 de junho de 2023. Institui a Lei Geral do Esporte. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 15 jun. 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/L14597.htm. Acesso em: 22 set. 2025.
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Bartira Pereira Palma
Professora da Escola Superior de Educação Física de Jundiaí. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da UNICAMP, fiz estágio doutoral na University of Ottawa, Canadá; sou integrante do Laboratório de Estudos em Pedagogia do Esporte – UNICAMP. Possuo mestrado pela Faculdade de Educação Física da USP e graduação em Educação Física pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tenho experiência com formação de educadores/as em ONGs e instituições esportivas, e com formação universitária. Atuei na concepção de projetos estratégicos para o esporte nacional, como o Modelo de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Olímpico do Brasil, e fui responsável por liderar iniciativas de impacto em confederações esportivas, além de atuar na organização de congressos internacionais. Sou praticante de basquetebol desde a adolescência, atualmente praticante de basquetebol master.

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