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as florestas de carbono brasileiro Florestas nativas e plantações florestais são sistemas orgânicos constituídos por carbono, não só nas suas madeiras e partes vivas, mas também nas serapilheiras, partes mortas e no solo. São reconhecidas como sumidouros de carbono, ou seja, sistemas que retiram carbono da atmosfera e os fixam em suas estruturas. As florestas mundiais têm potencial de retirar da atmosfera entre 3 e 27 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, dependendo do manejo florestal e dos modelos de recuperação e restauração ambiental florestal que for concebido. A superfície da Terra livre de gelo é de 130 MKm². 38% dessa superfície, ou seja, 49,4 MKm² são formados de florestas ou ecossistemas naturais. Desse valor, 9% é composto por florestas primárias, 7% por ecossistemas naturais não florestais e de baixa interferência humana, 20% é formado por florestas naturais manejadas para uso da madeira e somente 2% corresponde a florestas plantadas. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – UNFCCC é um tratado internacional resultante da Rio-92 e tem como objetivo buscar soluções para a esta-
Há muitas possibilidades para o setor florestal, seja de plantadas ou de manejo de nativas, tanto para sequestro de carbono quanto para carbono evitado e redução de emissões, gerando créditos de carbono e grandes oportunidades para todos os seus atores sociais. "
Marcelo Langer Diretor da ESG Tech
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bilização das concentrações dos gases de efeito de estufa (GEE) presentes na atmosfera. Em 1995, na cidade de Berlin, foi realizada a primeira UNFCC, ou a Conferência das Partes – COP. A COP estabeleceu três grupos de países. Os países do Anexo I (industrializados), países do Anexo II (países desenvolvidos que pagam custos para os países em desenvolvimento) e os países em desenvolvimento. Em 1997, na COP3, foi estabelecido o Protocolo de Quioto (PQ), com prazo de reavaliação de suas bases em 2012. O PQ reconheceu as florestas como o sistema mais importante para retirar o CO2 da atmosfera, por meio da fotossíntese, e fixá-lo na forma de carbono orgânico total nas suas estruturas, sendo assim, o sistema mais eficaz para o combate às mudanças climáticas. Buscando conter o aumento das temperaturas registradas nos últimos séculos desde a Revolução Industrial, o PQ estabeleceu como meta mundial a redução de emissões antrópicas de GEE em 5,2% ao nível de 1990, com metas diferenciadas para cada país parte do PQ. Essas reduções poderiam acontecer por mudanças tecnológicas, redução do consumo de ;