Plantar floresta, pra quê?

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a real energia da árvore O setor de florestas plantadas de Eucalyptus spp. e Pinus sp., com mais de 9,5 milhões de hectares em áreas produtivas e respeitando integralmente as exigências legais e ambientais nacionais e internacionais (mais de 6 milhões de hectares de área conservada), produz, de maneira sustentável e certificada internacionalmente, matéria-prima e produtos derivados relevantes para o Brasil. A nossa silvicultura é reconhecida pela sua alta produtividade, qualidade em seus produtos e derivados, sustentabilidade, tecnologias e inovações nas operações florestais, desde o preparo de solo, passando pelo plantio e irrigação, até a colheita da madeira. A produção e a exportação dos principais produtos da silvicultura nacional, em 2020, representaram 8,9% das exportações mundiais. Os produtos tradicionais do agronegócio nacional, como soja, açúcar, café, carne (bovina e de aves), milho e algodão, ainda lideram nosso ranking de exportação que seguem para China (32,4%), União Europeia (14,5%) e Estados Unidos da América (6,4%), superando R$ 2 trilhões – 27% do PIB nacional. Nesse contexto, as florestas plantadas contribuem com 4,8% dos produtos da cadeia de exportação do agronegócio, ou seja, 2,7% do PIB nacional, com cifras

que somam mais de US$ 11 bilhões em 2020. Os principais produtos florestais são celulose, papel, painéis e pisos laminados, madeira serrada e compensados, colocando o Brasil na posição de maior exportador de celulose do mundo. Mas, além da participação e representatividade internacional, as florestas plantadas contribuem de forma relevante na matriz energética nacional, sendo a biomassa florestal uma fonte renovável, contribuindo pelo fornecimento de 9% da eletricidade consumida em todo o País. O Brasil possui menos de 1% do território ocupado pelas florestas plantadas, que é responsável por atender 91% de toda a demanda de madeira para fins industriais no País, e 1 milhão de hectares é destinado aos plantios energéticos. Nesses plantios, a biomassa florestal, importante material orgânico sintetizado pelas árvores na fotossíntese, que abrange componentes acima do solo (folhas, galhos, fuste, casca e toco) e abaixo dele (raízes), pode ser convertida em energia térmica ou elétrica. O mesmo vale para a biomassa morta ou residual, que é caracterizada pelo resíduo de lenho, raízes e tocos e restos da colheita remanescente no campo. Tradicionalmente utilizada no velho continente desde os anos 1600, exportada durante os anos de 1800 pelos países nórdicos, a biomassa residual florestal

as florestas plantadas contribuem de forma relevante na matriz energética nacional, sendo a biomassa florestal uma fonte renovável, contribuindo pelo fornecimento de 9% da eletricidade consumida em todo o País. "

Saulo Philipe Guerra Diretor da Agência UNESP de Inovação - AUIN e Líder Científico do Programa Cooperativo sobre Mecanização e Automação Florestal – PCMAF/IPEF


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