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como as florestas estarão no nosso futuro? Via de regra, as universidades e os institutos de pesquisa se preocupam com o futuro das florestas. Isso ocorre porque, no caso dessas instituições, é necessário um planejamento de longo prazo, pois essas pesquisas demandam muitos recursos financeiros, humanos e de infraestrutura, que, em geral, são muito caros e apresentam resultados lentos e demorados. Desse modo, não podemos desperdiçar todos esses recursos para, apenas quando o futuro chegar, percebermos que empregamos mal os investimentos feitos no presente. No caso das universidades, devemos, ainda, considerar um outro importante papel por ela desempenhado: a formação de recursos humanos aptos a lidar com questões complexas que se apresentarão daqui a 10, 20, 30 anos ou mais. No mundo corporativo das empresas privadas, a visão de futuro com os seus mais variados cenários é de capital importância, pois isso pode significar a diferença entre crescimento econômico e o fim do empreendimento. De uma maneira didática, as universidades e os institutos de pesquisa da área florestal teorizaram três grandes vertentes para a área florestal. A primeira delas, sem dúvida, é atender
à sociedade com produtos por ela demandados, mas, agora, com um componente muito importante, que é o socioambiental. Segunda, as florestas ocupam uma posição de destaque no cenário da conservação do nosso meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas. A terceira, que tem sido relegada a segundo plano, é o turismo florestal. No Brasil, em particular, o turismo fica restrito às áreas dos sistemas agroflorestais, plantios mistos de árvores com outras culturas do agronegócio e até com animais. Geralmente, trata-se de pequenas propriedades ou associações de produtores familiares. É difícil encontrarmos exemplos brasileiros de grandes empreendimentos voltados para o turismo na área florestal. O planejamento feito pelas universidades e institutos de pesquisa, considerando essas três grandes vertentes, é bem antigo, mas podemos dizer que ainda continua na moda. O que realmente vem mudando e que deve fazer uma grande diferença no futuro é o sistema agroindustrial de processamento da biomassa florestal como matéria-prima. Há bem pouco tempo, essa biomassa era usada tão somente para geração de polpa de celulose e de energia, carvão vegetal e madeira maciça ou reconstituída para a construção civil de um modo geral. Agora, estamos juntando esses setores ou essas vertentes ambientais e de produção num só. A sociedade está exigindo produtos advindos dessa biomassa florestal que sejam mais verdes, ambientalmente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis. A biomassa florestal deverá gerar, além daquilo que produz atualmente, muitos outros produtos para substituir os de origem fóssil.
temos na biomassa, carbono, oxigênio e hidrogenio, e esses átomos podem ser rearranjados nas mais diferentes moléculas e substâncias, o que permite produzirmos absolutamente tudo que o petróleo nos oferece "
Washington Luiz Esteves Magalhães Pesquisador da Embrapa Florestas