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produtores de florestas
eucalipto: novas perspectivas à luz da nova conjuntura Hoje, segundo o último relatório da Ibá - Industria Brasileira de Árvores, o Brasil tem 9 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 77,4% de eucalipto, destinados à indústria de papel, ao carvão vegetal, às serrarias, aos produtos de madeira sólida e processada. O gênero Eucalyptus têm ocorrência natural na Austrália, Papua Nova Guiné e Indonésia. Possui mais de 600 espécies e variedades de ocorrência natural, porém, comercialmente, 9 espécies florestais (chamadas big nine) constituem mais de 95% das florestas plantadas de eucalipto do mundo; são elas: E. grandis, E. urophylla, E. globulus, E. camaldulensis, E. nitens, E. pellita, E. saligna, E. tereticornis, E. dunnii, todas elas pertencentes ao subgênero Symphyomyrtus. É de fácil percepção a evolução da produtividade florestal, quando se observa que, na década de 1960/1970, os plantios realizados com sementes, sem definição explícita da espécie, fertilização e manejo adequados, produziam florestas com 18 m³/ha/ano, e, atualmente, é possível encontrar florestas com produtividade variando de 30 m³/ha/ano (em ambientes marginais, de elevado déficit hídrico) a 50 m³/ ha/ano. De acordo com o último relatório Ibá, a produtividade média de eucalipto no Brasil (2019) foi de 35,3 m³/ha/ano. Contudo é interessante salientar que os ganhos de produtividades vão ficando cada vez menores, ou tendem a se estabilizar, a partir da evolução de um programa de implementações de melhoramento genético com gerações avançadas, estudos de solos, nutrição de plantas, manejo florestal e fitossanidade.
Para atenuar esse efeito, é sempre necessário agregar novas ferramentas biológicas, estatísticas mais apuradas, tecnologias de precisão em aplicação e monitoramento das necessidades de insumos “mais inteligentes”, modelagens ecofisiológicas, e um arrojado programa de inovação tecnológica para implementação de tecnologias, almejando ganhos constantes e sustentáveis da produtividade. O aumento das áreas plantadas, na última década, ocorreu principalmente nas chamadas “fronteiras florestais” (termo muito utilizado nos anos 2010), com destaque para o estado do Mato Grosso do Sul. Nessas regiões, temos predominantemente o bioma cerrado, com solos tropicais, altamente intemperizados, baixa fertilidade natural e, em sua maior parte, com textura arenosa ou franco-arenosa. Portanto, são solos que dependem da aplicação de boas práticas de fertilização e monitoramento nutricional para garantia de produtividade. Esse fato já é bastante conhecido e estudado, com importantes contribuições da Embrapa na “domesticação dos solos do cerrado” e também de universidades e centros de pesquisa com a criação e o aprimoramento de softwares e sistemas para recomendações de adubações. O desafio relacionado a este tema é o fato de o Brasil ser um grande importador de fertilizantes (80% da demanda) e, atualmente, responsável por 8% do consumo global, ocupando a quarta posição, atrás da China, Índia e EUA. As adversidades são ainda maiores considerando os engargalamentos logísticos causados pela pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, afetando significativamente a oferta dos fertilizantes, em especial o potássio (Rússia e Belarus estão entre os principais fornecedores de K para o Brasil).
Se os cenários são adversos e de incertezas, o setor deve responder com ciência, conhecimento e tecnologia para mitigação dos possíveis impactos. "
Sharlles Christian Moreira Dias Gerente de Tecnologia e Competitividade da Eldorado Brasil