Jornal Oficina Brasil - Novembro 2013

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reparador diesel

Mercedes Benz 710 com apenas 15.918km apresentou falha e danos à bomba injetora Com falha na bomba elétrica, a bomba injetora trabalhou em sobrecarga e sofreu danos aos componentes internos. Se a manutenção fosse feita assim que a falha ocorreu, estes poderiam ter sido diminuídos

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Mercedes-Benz é uma das montadoras mais tradicionais no mercado de caminhões, mas se diferencia da Volvo e Scania principalmente por atuar em praticamente todas as categorias, do VUC (Veículos Urbanos de Carga) ao ‘Cavalo Mecânico’. Aproveitando essa grande gama em nosso mercado, visitamos a oficina DVG Técnica Diesel, localizada no bairro da Vila Guilherme em São Paulo-SP que estava com um MB 710 Plus turbo/intercooler com 15.918km rodados, apresentando falha na bomba elétrica de combustível. Para comentar esta manutenção, conversamos com o reparador e proprietário da oficina Allan Calvo. “Atendo cerca de 200 veículos por mês, dentre eles, caminhões de pequeno porte como este e até carretas. Às vezes aparece algum veículo em prazo de garantia vigente, mas recusados pela concessionária sob a alegação de uso de combustível de baixa qualidade

ou culpando os famosos ‘agentes externos’, como eles mesmos denominam”.

Fotos: Oficina Brasil

Fernando Naccari

características que o original”, orientou Allan. BoMBa iNJeTora

a FalHa O sistema de alimentação de combustível deste caminhão é dotado de uma bomba elétrica (Foto 1) de baixa pressão que trabalha em torno de 0,3bar até 1bar, onde esta alimenta a bomba injetora para o funcionamento do motor. Mas neste caminhão isso não estava acontecendo: “A bomba elétrica deste caminhão apresentou falha, exigindo assim que a bomba injetora exercesse a função de puxar o diesel também, dessa forma, esta trabalhou em sobrecarga e perdeu a lubrificação, trazendo danos a seus componentes internos”. “O mais curioso é que mesmo com todo este ‘estrago’, o motor

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Reparador Allan Calvo e o MB710 alvo da matéria

continuava funcionando, mas apresentando emissão de fumaça branca em excesso e falhas na marcha lenta, evidenciando que a bomba (Foto 2) estava fora do

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ponto, mas não imaginávamos que esta era a causa”, acrescentou Allan. Mas como todos sabemos, este não é um defeito que surge ‘do dia para a noite’, portanto, a falta de cuidado foi um dos agravantes à falha: “Geralmente não é o dono do veículo que utiliza este tipo de caminhão diariamente, mas sim um motorista terceirizado, assim o condutor deste rodou com o veículo durante um bom tempo apresentando falhas na rotação e emissão de fumaça branca e, se essa situação se fosse tratada de início, não ganharia a magnitude que esta tomou”, afirmou Allan. “O filtro de combustível do MB710 tem uma particularidade. Internamente, existe uma válvula que quando a bomba é acionada, esta entra em funcionamento direcionando o combustível ao sistema de filtragem. Quando o filtro utilizado não é o recomendado pela fabricante, este sistema não abre a válvula, não filtrando o combustível e causando avarias na bomba injetora. Portanto, devemos tomar muito cuidado no momento de trocar este filtro. Ele sempre deverá possuir as

Com o advento da injeção eletrônica nos motores ciclo Diesel, as bombas injetoras ficaram obsoletas. Mesmo eficientes na função de dosar o combustível e oferecer a aceleração correta ao motor, tinham difíceis regulagens e devido à suas características construtivas, não atendiam às emissões de poluentes vigentes. “Ao contrário do que ocorre no ciclo Otto, no ciclo Diesel a aceleração é controlada pela bomba injetora, aumentando e diminuindo a dosagem de combustível para a queima na câmara. Então é certo dizer que quanto mais ar entrar na câmara de combustão, mais eficiente será a queima. Por conta disso é que a passagem de ar no ciclo Diesel é direta e nos motores atuais o sistema turbo alimentado é item de série”, comentou Allan. “A bomba injetora utilizada neste veículo é uma tipo VE (Foto 3) onde vemos o reparo danificado pela falta de lubrificação. As demais peças devem substituídas como consequência do reparo”, disse Allan.

3 “Em seguida, deve-se verificar a vazão da bomba injetora (Foto 4), a pressão, a rotação, o avanço entre outros, sendo que não se pode esquecer de efetuar estes testes somente em máquinas apropriadas para este fim”, orien-


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