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EDM vai expandir Central Termoeléctrica de Maputo com apoio japonês
A Electricidade de Moçambique (EDM) vai proceder, com apoio do geverno do Japão, a expansão da Central Termoeléctrica de Maputo, duplicando a actual capacidade de produção de 106 para 200 megawatts.
Actualmente os 106 megawatts que a central termoeléctrica produz a partir do gás natural, alimenta a cidade e província de Maputo.
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O projecto de expansão ainda está em fase de discussão, mas a EDM está confiante que a segunda fase da central seja concluída dentro de cinco anos.
“A iniciativa vai suprir a necessidade de energia no país”, disse o Administrador Pedro Jossias Ngulume.
O responsável revelou que o sistema electrico nacional regista um crescimento médio do sistema em termos de demanda anual, entre 8- 10%/ano. O que a EDM tem vindo a fazer é antecipar a demanda futura.
“É preciso fazer uma planificação adequada, de tal forma que aquilo que são as necessidades no médio e longo prazo possam ser todas elas, devidamente planeadas e supridas. Portanto, estes adicionais de 100 megawatts iriam dar resposta àquilo que, em média, nós poderíamos chamar cerca de um ano de crescimento da demanda interna.” Esclareceu Pedro
Jossias
O Administrador Executivo da EDM, disse haver mais projectos eléctricos, de raiz ou de expansão, que estão a ser implementados em parceria com o governo japonês.
“Temos também, em Nacala, uma central que tem um donativo japonês para o qual pretendemos, estender para além dos 40 megawatts que estão planificados”. Disse
Pedro Jossias Nguelume fez estes pronunciamentos a margem da visita que o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do Japão efectuou a Central Termoeléctrica de Maputo.
Sobem De Tom Os Apelos A Maximiza O Dos Ganhos Provenientes Do G S Natural
O Vice-Presidente da Comissão de Agricultura, Economia e Ambiente (CAEA) da Assembleia da República (AR), Manuel Rodrigo Ramessane, entende que persistem no país os desafios inerentes à maximização dos ganhos decorrentes das receitas do gás natural e de outros recursos naturais não renováveis, visando o desenvolvimento de instituições funcionais e transparentes sem atrofiar a economia nacional.
Falando, na segunda-feira (24), no Distrito Municipal da Katembe, Cidade de Maputo, durante abertura do seminário de capacitação dos deputados membros da CAEA em matéria de produção legislativa, monitoria, responsabilidade social e Fundo Soberano no âmbito da Indústria Extrativa, Ramessane sublinhou que existe um consenso nacional sobre a importância da criação deste fundo em Moçambique.
“O tema é actual e de extrema importância, atendendo que se estima que o país venha arrecadar cerca de 96 bilhões de dólares, durante a vida útil dos projectos de exploração do gás natural”, disse Ramessane, acrescentando que “Moçambique possui enormes jazigos de gás natural e de outros recursos naturais de elevado valor comercial, com reservas estimadas em cerca de 277 triliões de pés cúbicos”.
O parlamentar vincou a importância do evento, apelando aos seus pares para, como fiscalizadores da acção governativa, se apropriarem dos conhecimentos e experiências que estão a ser partilhados no seminário da Katembe.
O Vice-Presidente da CAEA destacou que Moçambique poderá integrar o grupo dos dez maiores produtores mundiais de gás natural e tornar-se no segundo maior produtor em África, depois da Nigéria.

“Para além do gás natural, o potencial energético do país inclui reservas de carvão, recursos hídricos, areias pesadas, titânio, entre outros minérios de elevado valor de mercado”, acrescentou Ramessane.
Por seu turno, o Coordenador de Programas no Instituto para a Democracia Multipartidária
(IMD), Osman Cossing, desafiou os deputados da AR a aprofundar o domínio da legislação e a conhecer outros aspectos genéricos ou específicos dos processos que caracterizam a indústria extractiva, de modo a garantir maior eficácia na monitoria, avaliação e prestação de contas.
No quadro da indústria extractiva, o Governo depositou na AR a Proposta de Lei que Cria o Fundo Soberano de Moçambique para sua apreciação e posterior aprovação. Nesta senda, tratando-se de matéria complexa que envolve sector da indústria extractiva, Cossing afirmou que “urge necessidade de melhor aprimoramento, dotando os deputados de conhecimentos que aprofundem seus conhecimentos, para melhor análise e emissão de pareceres com propriedade e conhecimento de causa, para que no final tenhamos uma lei que reflicta os reais anseios dos moçambicanos”.

Segundo o Coordenador de Programas no IMD, no contexto socioeconómico e político, as leis revestem-se de carácter crucial para a regulação dos diferentes interesses dos cidadãos, e sendo a AR, órgão legislativo por excelência, fiscalizador e representativo dos cidadãos, tem sim um papel fundamental.
“A AR tem um papel fundamental na captação das necessidades dos cidadãos e identificação das lacunas que a legislação em vigor apresenta, devendo fazer a revisão e aprimorá-la de modo que mesma não só, tornem-se impositiva, mas também possam alcançar um dos seus fins últimos, que é a justiça, disse Cossing, frisando que “a produção de leis com qualidade esperada irá permitir que os deputados melhor fiscalizem e prestem contas aos cidadãos”.
Com a duração de dois dias, a formação dos deputados membros da CAEA é organizada pela AR em parceria com o IMD no âmbito da fortificação do papel do Parlamento e das Assembleias Provinciais na fiscalização da área da indústria extractiva.
Gás natural e energias verdes abrem espaço para a industrialização e transformação estrutural da economia de Moçambique
No período 2012-022, Moçambique aprovou 62 projectos, de investimento privado italiano, susceptíveis de criar 3,444 postos de trabalho, no valor total de US$ 488,562,493, do qual, o equivalente a US$ 81,676,974 constitui investimento directo. Como resultado dos investimentos realizados nesse período, a Itália, em 2012 e 2013, ocupou o 9º lugar e em 2016, o 10º lugar no ranking dos dez países maiores investidores em Moçambique. Se à estes dados forem adicionados os investimentos realizados no sector da indústria extractiva, estamos convictos que a posição da Itália torna-se ainda mais expressiva no contexto dos 10 maiores investidores estrangeiros em Moçambique. Entre 2012 a 2022, Moçambique aprovou 62 projetos de investimento privado italiano, suscetíveis de criar 3500 postos de trabalho, num valor total de cerca de e 500 milhões US$, do qual o equivalente a 81 milhões US$ constitui investimento directo estrangeiro. São dados que ilustram o nível e importância das relações comerciais entre Moçambique e Itália, um relacionamento que o “Fórum de Negócios MoçambiqueItália”, que se realizou sob signo “Transição Energética e Industrialização”, pretende exponenciar.


O Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, que participou no evento, disse que, no concernente ao processo de industrialização, “a Itália pode contribuir com a sua larga e vasta experiência no desenvolvimento de uma robusta indústria assente nas PMEs”.
“A Itália é mundialmente reconhecida pelo desenvolvimento de tecnologias apropriadas à produção e processamento de materiais de construção, vestuário, calçado, madeira, e vários derivados de origem animal e vegetal, como o leite, queijos, enchidos, enlatados, sumos, entre outros”. São estas áreas que o governante moçambicano quer ver serem desenvolvidas com o concurso do empresariado italiano, e o convite foi formulado nessa perspectiva: “As PMEs italianas são reconhecidas mundialmente pela sua criatividade e capacidade de se integrar nas cadeias de valor em várias indústrias e competir e se afirmar com sucesso no mercado internacional. Por esta e outras razões gostaríamos de convidar as empresas italianas a liderarem o processo de industrialização e diversificação da nossa estrutura económica”
Para incentivar as empresas italianas a investir em Moçambique, Silvino Moreno, mencionou as reformas aprovadas pelo Governo com vista melhorar o ambiente de negócios, com particular destaque para o Pacote de Medidas de
Aceleração Económica (PAE) que, segundo disse, “propiciam condições para novas iniciativas de investimentos estruturantes e aposta em Moçambique como destino preferencial de investimentos em diversos segmentos de actividades económicas”.
O Ministro disse aos empresários que ao contexto reformista do Governo, um quadro que qualificou de “bastante atractivo aos investimentos”, estão em vigor dois importantes instrumentos de cooperação no domínio de investimentos, designadamente, (i) o Acordo sobre a Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos e (ii) a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal, ambos instrumentos ratificados por Moçambique através da Resolução nº16/2000, de 25 de Julho, e Resolução nº27/99, de 8 de Setembro, respectivamente.
É todo um quadro que Silvino Moreno caracterizou de bastante fértil e oportuno aos investimentos, que deveriam ser aproveitados pelos empresários dos dois países.
Região pode ter contracção de 4% do PIB em 10 anos, diz o Fundo;
Investimento estrangeiro directo pode cair até US$ 10 mil milhões de dólares.
A África pode sofrer um impacto económico permanente se as actuais tensões dividirem a economia global em blocos comerciais opostos em torno dos EUA e da China, disse o Fundo Monetário Internacional.

“Se as tensões geopolíticas aumentassem, os países poderiam ser atingidos por preços de importação mais altos ou até mesmo perder o acesso aos principais mercados de exportação – cerca de metade do valor do comércio internacional da região poderia ser afectado”, escreveu o FMI em um comunicado ensaio publicado segunda-feira, 01/05.
Estima-se que a África Subsariana poderá assistir a um declínio de 4% do produto interno bruto se passar pelo menos após 10 anos sob uma versão severa de um mundo bipolar. A situação pode agravar-se se os fluxos de capitais também forem afectados, o que prejudicaria de forma duradoura o desenvolvimento económico a longo prazo.
O relatório estimou que o investimento estrangeiro directo no continente poderia cair até US$ 10 mil milhões de dólares.
“Os países precisam construir resiliência. Isso pode ser feito fortalecendo a integração comercial regional em curso”, diz o relatório. “O aprofundamento dos mercados financeiros domésticos também pode ampliar as fontes de financiamento e reduzir a volatilidade associada à dependência excessiva de fluxos estrangeiros.”
A edição de 2023 do Tracking SDG 7: The Energy Progress Report (Acompanhamento do ODS 7: Relatório de Progresso em Energia – traduzido do inglês), revelam que, em 2010, 84% da população mundial tinha acesso à electricidade. Isso aumentou para 91% em 2021, o que significa que mais de um bilhão de pessoas tiveram acesso nesse período. No entanto, o ritmo de crescimento do acesso abrandou em 2019-2021 em comparação com os anos anteriores. Os esforços de electrificação rural contribuíram para este progresso, mas continua a existir uma grande lacuna nas zonas urbanas.
Em 2021, 567 milhões de pessoas na África Subsariana não tiveram acesso a electricidade, representando mais de 80% da população mundial sem acesso. O défice de
O “Tracking SDG 7: The Energy Progress Repor”, confirma que o mundo continua longe de alcançar o acesso universal à cozinha limpa até 2030, visto que, cerca de 2,3 mil milhões de pessoas continuam a utilizar combustíveis e tecnologias poluentes para cozinhar, principalmente na África Subsariana e na Ásia.
“A utilização da biomassa tradicional significa também que os agregados familiares passam até 40 horas por semana a recolher lenha e a cozinhar, o que proíbe as mulheres de procurar emprego ou de participar nos órgãos de decisão locais e as crianças de irem à escola”, sublinha o
O “Acompanhamento do ODS
7: Relatório de Progresso em Energia”, cita De as estimativas de 2019 da OMS, que indicam que 3,2 milhões de mortes prematuras a cada ano foram atribuídas à poluição do ar doméstico criada pelo uso de combustíveis e tecnologias poluentes para cozinhar.
O relatório, confirma ainda que o uso de electricidade renovável no consumo global cresceu de 26,3% em 2019 para 28,2% em 2020, o maior aumento em um único ano desde o início do acompanhamento do progresso para os ODS.
“Os esforços para aumentar a quota das energias renováveis no aquecimento e nos transportes, que representam mais de três quartos do consumo global de energia, continuam aquém do objectivo de atingir os objectivos climáticos de 1,5 °C”, afirma o relatório, acrescentando ainda que, a intensidade energética – a medida da quantidade de energia que a economia global utiliza por dólar do PIB – melhorou 2010 a 2020 em 1,8% ao ano. “Este valor é superior à melhoria de 1,2% registada nas décadas anteriores”. Sublinha

O relatório revela também que os fluxos financeiros públicos internacionais de apoio à energia limpa nos países em desenvolvimento situam-se em 10,8 mil milhões de dólares em 2021, menos 35% do que a média de 2010-2019 e apenas cerca de 40% do pico de 2017, de 26,4 mil milhões de dólares. Em 2021, 19 países receberam 80% dos compromissos.
“Os elevados preços da energia atingiram duramente os mais vulneráveis, em especial os das economias em desenvolvimento. Embora a transição para as energias limpas esteja a avançar mais rapidamente do que muitos pensam, ainda há muito trabalho a fazer para proporcionar um acesso sustentável, seguro e a preços acessíveis aos serviços energéticos modernos para os milhares de milhões de pessoas que vivem sem ele. O êxito das transições energéticas depende de políticas eficazes e de inovação tecnológica, combinadas com a mobilização em larga escala de capital de investimento. A comunidade internacional deve tirar partido de todos estes instrumentos para cumprir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável até ao final desta década., afirmou Fatih Birol, Director Executivo, Agência Internacional de Energia.
Por seu turno, Francesco La Camera, Director-geral, Agência Internacional para as Energias Renováveis, afirmou que “as energias renováveis competitivas em termos de custos demonstraram mais uma vez uma resiliência notável, mas os mais pobres do mundo continuam a ser, em grande medida, incapazes de dela beneficiar plenamente. Para concretizar o ODS7 sem comprometer os objectivos climáticos, temos de provocar uma mudança sistémica na forma como a cooperação internacional funciona. É crucial que as instituições financeiras multilaterais direccionem os fluxos financeiros de forma mais equitativa em todo o mundo para apoiar a implantação de energias renováveis e o desenvolvimento de infra-estruturas físicas conexas.”

• África do Sul sobe interesse na solução “Karpowership” nas opções de minimização de deficit energético O défice de electricidade na África do Sul, constitui um dos maiores problemas que compõem a estrutura de crise económica que assola o País. Nesse sentido, entre os planos para aliviar os apagões está a ser considerada a aquisição de 2.000 megawatts a partir de centrais flutuantes.

Na última quarta-feira, o ministro da Electricidade, Kgosientsho Ramokgopa, anunciou que o seu ministério iniciaria um programa de compras de emergência negociando contratos de compra de energia. Crucialmente, esses contratos seriam de apenas cinco anos, disse ele, sem dar mais detalhes.

Ao que se sabe a empresa turca Karpowership, de capacidade de fornecimento firme de 1.220 megawatts da electricidade, que pode ser gerada no lugar dpo diesel, através do gás de modo a cpnvergir com as exigências ambientais. A Karporweaship vê no gás natural de Mocambique a solução desse aspecto em particular.
A Karpowership pretende posicionar na costa moçambicana uma das centrais flutuantes que integrará a solução de fornecimento à Africa do Sul. Ao que O.Económico pôde apurar é que com o lado moçambicano já existe um pré-acordo, cuja finalização está dependente das recomendações feitas pelo parecer ambiental dado pelo Ministério da Terra e Ambiente.
“Estamos a trabalhar na integração da componente ambiental na solução”. Assegurou-nos a fonte.
A fonte da estatal elécrica moçambicana, Electricidade de Moçambique, confirmou ao O.Económico que, efectivamernte, a questão do barco ou da central flutuante, vem de “certa forma como uma como oportunidade que o mercado está a dar”.
“Claramente que para se por a central é preciso ultrapassar, uma série de requisitos. E um deles é exactamente este que é o aspecto ambiental, e neste momento está-se a trabalhar com as autoridades competentes pedindo mais documentação, mas ainda não há ainda um desfecho sobre o assunto”. Disse a fonte.
“ A EDM será wheeler, i.e. transportador de energia para região e consumidor se precisar”. Acrescentou a fonte em perguntas de insistência do O.Económico
A EDM explica ainda que poderá comprar até 150 MW da central flutuante, para o mercado doméstico, caso necessite.
“ Os 250 MW ou mais remanescentes serão postos à disposição do mercado regional, SAPP e/ou contratos bilaterais. Estamos actualmente a negociar com a Zâmbia o fornecimento de 200MW adicionais, também temos pedidos de fornecimento de energia do Zimbabwe, Malawi, e África do Sul.” Acrescentou.
A EDM reitera que não estará a olhar exclusivamente para as necessidades urgentes da África do Sul, mas sim a trabalhar numa visão mais alargada, “A África do Sul não é o único país na região com déficit energético. Botswana, Zâmbia, Zimbabwe e Malawi estão a passar pela mesma dificuldade e Moçambique vê essa janela como uma oportunidade de capitalizar vendendo o excedente e desenvolvendo projectos para responder às necessidades do mercado regional. Disse

Parte considerável dos esforços no sector da energia, incidem sobre o desafio que representa a disponibilização de uma energia de qualidade limpa e sustentável, com vista à atração de investimentos.
“Estamos a concentrar esforços para modernizar o nosso parque de geração de energia, para tornar a energia de maior confiabilidade para a indústria, pois é importante trazermos a previsibilidade para a indústria, eliminando a instabilidade no fornecimento de energia e ensejo igualmente ganhos de desenvolvimento social.”, Disse o Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Teodoro Vales, na conferência Energia e Industria que decorre na capital do País.

Existe a percepção, pelo menos do lado do Governo, de que o sector está a consolidar-se como factor crucial para o sector industrial, para o desenvolvimento sócio económico inclusivo e sustentável, daí que as apostas do sector público vai para concentração de esforços para modernizar cada vez mais o parque de geração de energia, investindo na tecnologia e na optimização e confiabilidade, ao mesmo tempo que a energia é disponibilizada mais barata, estável e limpa para todos os fins.
O dirigente referiu-se a abordagem de desenvolvimento da indústria através dos parques industriais, algo que requer a expansão da energia como um dos factores de transformação agroindustrial, que acrescentará valor às cadeias de valor agrícolas e a recursos minerais, atraindo desta forma o sector privado da indústria alimentar e agroindustrial para zonas rurais.
A conferência “Energia e Indústria”, efectivamente, iniciou no passado dia 30-31 de Maio, na cidade de Pemba, Cabo Delgado, e agora decorre a segunda parte do programa que vai de 6-8 de Junho, na cidade de Maputo. A programação prevê a partilha de uma serie de informações sobre o estágio e a tendência do sector no País, incluindo a temática do “Conteúdo Local”, e é organizada pela Associação Moçambicana de Conteúdo Local, ACLM.
AIE: Acesso básico à energia aquém é do esperado
O fosso global no acesso à energia persiste: 675 milhões de pessoas sem electricidade, 2,3 mil milhões de pessoas dependentes de combustíveis de cozinha nocivos Um novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), da International Renewable Energy Agency (IRENA), da United Nations Statistics Division (UNSD), do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado hoje, 07/06, conclui que o mundo não está no caminho certo para alcançar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 para o acesso universal a energia até 2030.

Este ano, marca a metade do caminho para alcançar os ODS até 2030. O ODS 7 consiste em garantir o acesso a energia a preços acessíveis, fiável, sustentável e moderna. O objectivo inclui alcançar o acesso universal à electricidade e à cozinha limpa, duplicar os níveis históricos de melhorias de eficiência e aumentar substancialmente a quota das energias renováveis no cabaz energético global. A consecução deste objectivo é considerado de impacto profundo na saúde e no bem-estar das pessoas, ajudando a protegê-las de riscos ambientais e sociais, como a poluição atmosférica, e expandindo o acesso aos cuidados e serviços de saúde primários.
A edição de 2023 do Tracking SDG 7: The Energy Progress Report (Acompanhamento do ODS 7: Relatório de Progresso em Energia – traduzido do inglês) alerta que os esforços actuais não são suficientes para alcançar o ODS 7 a tempo. Registaram-se alguns progressos em elementos específicos da agenda do ODS 7 – por exemplo, o aumento da taxa de utilização de energias renováveis no sector da energia – mas os progressos são insuficientes para atingir as metas estabelecidas nos ODS.
Espera-se que a crise energética global estimule a implantação de energias renováveis e melhore a eficiência energética, com várias políticas governamentais apontando para o aumento do investimento. No entanto, as estimativas da IRENA mostram que os fluxos financeiros públicos internacionais em apoio à energia limpa em países de baixa e média renda têm diminuído desde antes da pandemia de COVID-19 e o financiamento é limitado a um pequeno número de países. Para cumprir as metas do ODS 7 e garantir que as pessoas beneficiem plenamente dos benefícios socioeconómicos da transição para uma energia sustentável, é necessário reformar estruturalmente as finanças públicas internacionais e definir novas oportunidades para desbloquear investimentos.
O relatório também conclui que o aumento da dívida e o aumento dos preços da energia estão a piorar as perspectivas para alcançar o acesso universal a cozinha limpa e electricidade. As projecções actuais estimam que 1,9 mil milhões de pessoas ficarão sem cozinha limpa e 660 milhões sem acesso à electricidade em 2030 se não tomarmos mais medidas e continuarmos com os esforços atuais.
Estas lacunas terão um impacto negativo na saúde das nossas populações mais vulneráveis e acelerarão as alterações climáticas. De acordo com a OMS, 3,2 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças causadas pelo uso de combustíveis e tecnologias poluentes, que aumentam a exposição a níveis tóxicos de poluição do ar doméstico.
Investimento em energia solar deve ultrapassar a produção de

“Os valores actuais de investimento em combustíveis fósseis são mais do que o dobro dos níveis necessários no cenário de emissões líquidas zero até 2050”, diz a Agência Internacional de Energia. Painéis solares em uma instalação na Inglaterra. De acordo com o director executivo da AIE, Fatih Birol, o investimento em energia solar “deve ultrapassar o montante de investimento na produção de petróleo pela primeira vez”.
O investimento global em energia deve atingir cerca de 2,8 biliões de dólares em 2023, de acordo com um novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), sendo que mais de 1,7 biliões de dólares desse valor. é destinado a tecnologias de energia limpa, como veículos eléctricos, energias renováveis e armazenamento.
Os dados interpretam a forma como a transição energética está a progredir, e o relatório World Energy Investment da AIE revela que os investimentos em energia solar devem atrair mais de mil milhões de dólares por dia em 2023.
Em um comunicado, Fatih Birol, Director Executivo da AIE, disse que o investimento em energia solar estava “pronto para ultrapassar o montante de investimento na produção de petróleo pela primeira vez”.
Falando ao Arabile Gumede da CNBC na manhã de quinta-feira, 25 de Maio, Birol disse que havia uma “lacuna crescente entre o investimento em energia fóssil e o investimento em energia limpa”.
Havia três razões para isso, argumentou. Em primeiro lugar, o custo das energias limpas, como solar e eólica, estava “ficar cada vez mais barato”, disse ele.
Em segundo lugar, Birol observou que muitos governos agora vêem “fontes de energia limpas – renováveis, carros eléctricos, energia nuclear – como uma solução duradoura para seu problema de segurança energética, além das mudanças climáticas”.
A estratégia industrial foi o terceiro factor, disse Birol, citando a Lei de Redução da Inflação dos Estados Unidos e outros programas e políticas na Europa, Japão, Índia e China.
“Governos, investidores, vêem que o próximo capítulo da indústria é a fabricação de tecnologia de energia limpa – baterias, carros eléctricos, painéis solares – e estão fornecendo enormes incentivos aos investidores”, explicou.
Embora os defensores da transição para um futuro sustentável acolham favoravelmente o que foi dito acima, estes provavelmente ficarão desanimados com a projecção da AIE segundo a qual o carvão, gás e petróleo ainda estão no caminho certo para atrair “um pouco mais” de 1 bilião em investimentos este
Petr Leo
ano.
“Os gastos actuais com investimento em combustíveis fósseis são agora mais do que o dobro dos níveis necessários no cenário de emissões líquidas zero até 2050”, disse o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE).
“O desalinhamento para o carvão é particularmente marcante: os investimentos de hoje são quase seis vezes os requisitos de 2030 do Cenário NZE”, acrescentou.
O efeito dos combustíveis fósseis no ambiente é considerável. A ONU diz que, desde o século 19, “as actividades humanas têm sido o principal impulsionador das mudanças climáticas, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás”.
A sombra do Acordo de Paris de 2015 paira sobre o relatório da AIE. O acordo histórico visa “limitar o aquecimento global a bem menos de 2, de preferência a 1,5 graus Celsius, em comparação com os níveis pré-industriais”.
Reduzir as emissões de dióxido de carbono produzidas pelo homem para zero líquido até 2050 é visto como crucial quando se trata de cumprir a meta de 1,5 graus Celsius.
Embora haja preocupações sobre o dinheiro que flui para os combustíveis fósseis, Birol, procurou destacar o que poderia ser uma mudança significativa no futuro.
“A energia limpa está se movendo rapidamente – mais rápido do que muitas pessoas imaginam”, disse ele em um comunicado divulgado ao lado do relatório da AIE. “Isso é claro nas tendências de investimento, onde as tecnologias limpas estão se afastando dos combustíveis fósseis.”
“Por cada dólar investido em combustíveis fósseis, cerca de 1,7 dólares estão agora a ser canalizados para energias limpas”, acrescentou Birol, explicando que este rácio era de um para um há apenas cinco anos.
Outros que comentaram o relatório da AIE incluíram Dave Jones, chefe de insights de dados do think tank de energia, a Ember. “Isso coroa a energia solar como uma verdadeira superpotência energética”, disse ele.
“Está emergindo como a maior ferramenta que temos para a rápida descarbonização de toda a economia, especialmente porque a energia solar é cada vez mais usada para alimentar carros no lugar do petróleo”, acrescentou.
“A ironia continua sendo que alguns dos lugares mais ensolarados do mundo têm os níveis mais baixos de investimento solar, e este é um problema que precisa de atenção.”
