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BNI reitera mandato de incentivo ao financiamento para o desenvolvimento, mesmo que comporte elevado risco
O Banco Nacional de Investimento (BNI), observa que não obstante o regulador atribuir algum quadro regulatório de banco comercial, ele é, efectivamente, um banco de desenvolvimento, não só pelas atribuições dadas mas também pelo tratamento legal que lhe é dispensado.
O BNI é regulado como um banco comercial na medida em que tal como os outros bancos comerciais, este também deve reportar todos os rácios, contudo, o BNI desempenha o papel de mobilizador de financiamento para o desenvolvimento e, a maior parte, dos segmentos por si financiados são de risco elevado, disse Edson Manguinhane, Director da Banca de Investimentos, em declarações feitas em um evento empresarial recentemente realizado na capital do País.
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O Director do BNI, abordou o dilema que o BNI enfrenta: “Se nós temos que reportar todos os rácios que o Banco Central exige, e ao mesmo tempo, temos que dar financiamento mais acessível, nesse caso, a vários segmentos da economia, entramos aí num dilema porque os bancos comerciais não costumam ter a mesma postura de financiamento que nós, porem nós somos exigidos pelo Banco Central os mesmos rácios que os Bancos comerciais, isso constitui um dilema para nós”.


A despeito do dilema que o BNI enfrenta, Edson Manguinhane, afirmou que o BNI sempre procura se reinventar para poder continuar com o mandato, embora tenha as limitações (os dilemas): “ o nosso capital social é muito baixo para podermos financiar infra-estruturas ou o sector produtivo como nós gostaríamos que fosse, mas o que nós temos estado a fazer é criar parcerias com os outros bancos de desenvolvimento, que nos transferem algumas linhas de financiamento que nos permitem repassar a economia”. Ajustou.
Edson Manguinhane abordou, hipoteticamente, a mobilização dos depósitos por parte do BNI, tendo dito que a sua instituição até chegou a ponderar sobre essa perspectiva, porém “a percepção do papel que o BNI desempenha na economia, limitou a progressão dessa ideia, pois o BNI não esta na economia para estabelecer uma concorrência com os bancos comerciais, dai que o BNI prefere deixar a mobilização dos depósitos como competência exclusiva dos bancos comerciais e as instituições financeiras tomadoras de depósitos”.
Referindo-se aos desafios disse que, a questão da inclusão financeira como sendo um dos grandes entraves, dando exemplo da linha do financiamento ao agronegócio e empreendedorismo no Vale do Zambeze, “em que simplesmente os potenciais beneficiários deste financiamento não tinham documentos para poderem abrir uma conta bancária, o que levou a algum tipo de conflito com o Banco Central, porque o BNI queria financiar a este segmento de agentes económicos, tentou avançar com abertura de algumas contas, relaxando alguns critérios, mas a questão de branqueamento de capitais, constituiu uma premissa restritiva, e assim as contas abertas tiveram que ser encerradas, dificultando assim o acesso ao financiamento ao agronegócio e empreendedorismo no vale da Zambeze.
• Idiossincrasias locais alimentam inflação e freiam crescimento;
• É necessário implementar reformas estruturais.
A economia mais industrializada de África, poderia ter tido uma inflação mais baixa e um crescimento económico mais forte no ano passado não fossem as restrições logísticas, as frequentes quedas de energia e a inclusão numa lista de vigilância do dinheiro sujo, disse o Governador do Banco Central, Lesetja Kganyago.
Embora alguns dos desafios do País espelhassem os da economia global, “as idiossincrasias domésticas desempenharam um papel descomunal” no estímulo à inflação e na contenção da produção, disse ele em um discurso proferido na quarta-feira, 10/05. “Dito de outra forma, estamos a sofrer de feridas em grande parte auto-infligidas.”
Apagões persistentes e a adição recente do País à Lista Cinzentado Grup de recente do país Acção Financeira Internacional, “mantiveram os investidores cautelosos”, disse Kganyago. O Rand tem sido a segunda moeda de mercados emergentes com pior desempenho em relação ao dólar este ano e esteve entre os maiores perdedores em
A depreciação do Rand anulou o impacto dos menores custos internacionais de energia e alimentos em 2023, após um aumento nos preços que levou ao pior choque de inflação global em uma geração e condições financeiras mais apertadas, de acordo com o Governador.
A nação mais industrializada da África foi submetida a 16 meses consecutivos de apagões que foram impostos por até 12 horas por dia devido a incapacidade a eléctrica nacional, Eskom Holdings SOC Ltd. de satisfazer a procura das suas centrais a carvão. O Banco Central prevê que os cortes de energia adicionem 0,5 pontos percentuais à taxa de inflação deste ano e reduzam em 2 pontos percentuais o crescimento do produto interno bruto.
Espera igualmente que os estrangulamentos das infra-estruturas nacionais continuem exercendo pressão ascendente sobre a inflação, disse Kganyago.
O Conselho dos Minerais, um grupo de pressão da indústria, estima que o sector perdeu 50 mil milhões de rands (US$ 2,7 mil milhões de dólares) em 2022 por causa de restrições na rede ferroviária de carga do país.
O Banco Central aumentou as taxas de juro em 425 pontos base em relação aos últimos 18 meses para controlar uma taxa de inflação que a 7.1% permanece acima do ponto médio de 4,5% do intervalo da meta em que prefere ancorar as expectativas de crescimento dos preços. Espera o Governador que a inflação global permaneça elevada, atingindo o meio do intervalo da meta apenas em 2025.
Lesetja Kganyago instou o Governo a permanecer comprometido com a implementação de medidas de reforma estrutural, especialmente no que diz respeito à logística e electricidade que irão desbloquear o potencial de crescimento da África do Sul e, por sua vez, enfrentar seus desafios de desemprego de longa data.
