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MADER lança Plataforma de Coordenação Intersectorial de Mecanismo para o Financiamento da Agricultura

O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) procedeu ao lançamento esta quarta-feira. 31/05, na Cidade de Maputo, ao Lançamento Oficial da Plataforma de Coordenação Intersectorial de Mecanismo para o Financiamento da Agricultura (CIFAM) em cerimónia que foi dirigida pelo Vice-Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Olegário Banze.

Na ocasião, o Vice-Ministro disse que esta plataforma visa melhorar o quadro de políticas para o financiamento ao sector agrário através duma coordenação multisectorial e operacionalização de grupos de trabalhos técnicos, enquadrando-se nos esforços do governo para a melhoria do sector.

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Num outro momento, o dirigente referiu que a plataforma lançada apresenta uma estrutura já formada e com planos de actividades claros para os próximos tempos. Salientou que se espera que a curto prazo posições claras de políticas para alimentar as reformas em curso com vista a tornar o ambiente do financiamento agrário mais saudável e disponível a todos os actores da cadeia agrícola.

O objectivo passa também por debater temas que possam contribuir na criação e desenvolvimento de estratégias e posições políticas em várias áreas relacionadas com as finanças agrícolas, para que sirvam de orientação ao Governo, ao sector privado e às organizações internacionais na implementação das reformas necessárias facilitadoras do financiamento ao sector agrário nacional.

Segundo o MADER, espera-se que o envolvimento dos diferentes sectores neste projecto promova abordagens e práticas inovadoras no domínio das finanças agrícolas, incentive abordagens sensíveis ao género sobre o mesmo tema e reforce a capacidade interventiva dos parceiros e das partes interessadas a nível nacional nos sectores público e privado.

Participaram do evento, Membros do Conselho Consultivo do MADER, Membros do Corpo Diplomático, Representantes de Organizações Não Governamentais, Parceiros de Cooperação, Investigadores, Representantes dos Produtores e de Empresas Agrárias, Representantes de Instituições Públicas e Privadas, Representantes de Instituições de Crédito e de Sociedades Financeiras.

• Relatório recomenda incentivos para atrair investimento privado para o crescimento verde África deverá ser a segunda região com o crescimento mais rápido do mundo, a seguir à Ásia, em 2023 e 24, demonstrando a resiliência da sua economia, apesar de enfrentar vários choques globais.

O crescimento previsto, no entanto, dependerá das condições globais e da capacidade do continente para reforçar a sua resiliência económica, segundo o relatório sobre as Perspectivas Económicas Africanas 2023, do Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB, sigla em inglês).

O relatório, lançado na última quarta-feira, prevê que África consolide a sua recuperação pós-pandemia de COVID-19, atingindo um crescimento do PIB de 4,3% em 2024, contra 3,8% em 2022. Segundo o relatório, cerca de 22 países registarão taxas de crescimento superiores a 5%.

O relatório recomenda acções políticas robustas, incluindo incentivos às indústrias verdes e o fornecimento de garantias em grande escala para reduzir o risco de investimentos do sector privado na gestão do capital natural em todo o continente.

O lançamento do “Perspectivas Económicas Africanas 2023”, que contou com a presença de líderes africanos, peritos e parceiros de desenvolvimento, foi um dos pontos altos dos Encontros Anuais do Grupo Banco que decorre em Sharm El Sheikh, no Egipto, cujo tema escolhido é “Mobilizar o financiamento do sector privado para o clima e o crescimento verde”.

Kevin Urama, Economista-Chefe do Grupo Banco e Vice-Presidente para a Governação Económica e Gestão do Conhecimento, apresentou as conclusões do relatório, que propõe várias acções políticas potenciais para estimular um maior financiamento do sector privado para o clima e o crescimento verde em África.

As opções incluem o aproveitamento da crescente apetência do capital privado e do capital de risco a nível nacional e global pelos mercados africanos e “o envolvimento cauteloso com os mercados de carbono emergentes e as trocas de dívida por clima”, disse Urama.

Ao apresentar o relatório de 220 páginas, o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, afirmou que os países africanos têm de fazer mais, incluindo mobilizar mais recursos internos e reestruturar a dívida para resistir aos ventos contrários globais.

“As economias africanas estão a avançar na direção certa”, afirmou Adesina, salientando que cinco das seis economias com melhor desempenho antes da pandemia deverão voltar a fazer parte da lista das 10 economias com crescimento mais rápido do mundo em 2023 e 2024.

O relatório “Perspectivas Económicas Africanas” é a principal publicação anual do Grupo Banco que, segundo a instituição de crédito multilateral pan-africana, fornece evidências e análises convincentes e actualizadas para informar as decisões políticas.

Embora destaque os desafios, o African Economic Outlook 2023 concentra-se principalmente nas oportunidades para desbloquear investimentos privados e know-how e explorar o vasto capital natural do continente para combater as alterações climáticas e estimular a transição para o crescimento verde.

O Ministro das Finanças do Gana, Kenneth OforiAtta, afirmou que África não pode continuar com a actual arquitectura financeira global, em que os seus países não têm acesso aos recursos necessários para a recuperação. “O conjunto de instrumentos de que dispõem o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial é inadequado para apoiar o caminho que África precisa de percorrer”, defendeu.

Ofori-Atta falava 55.ª Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, do Planeamento e do Desenvolvimento Económico.

No encontro foi particularmente destacada a importância das tecnologias digitais para galvanizar o crescimento inclusivo em África, considerando-se estas fundamentais para esse desiderato.

Com efeito, foi reiterado no encontro que as tecnologias digitais podem oferecer a África uma grande oportunidade de abrir novas vias para um crescimento económico rápido e inclusivo e para a criação de emprego, de acordo com o Comissário da União Africana para o Desenvolvimento Económico, Comércio, Turismo, Indústria e Minerais, Embaixador Albert Muchanga.

Muchanga afirmou que o continente precisa de angariar os fundos necessários para desenvolver a sua base de conhecimentos digitais e alcançar o crescimento.

“A mobilização de recursos internos deve ser priorizada, com especial ênfase no combate aos fluxos financeiros ilícitos, que privam o continente de cerca de 90 mil milhões de dólares por ano”, afirmou na conferência organizada pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA).

Falando sobre o tema “Promover a recuperação e a transformação em África para reduzir as desigualdades e as vulnerabilidades“, o Comissário Muchanga reconheceu os sucessos do continente na adaptação de algumas destas tecnologias, particularmente nos serviços de dinheiro eletrónico.

“Mas estas transformações devem ir além dos níveis actuais para alcançar os objectivos da Agenda 2063, criar um grande número de empregos para os jovens e combater a pobreza e as desigualdades”, afirmou.

Nas suas observações, o Secretário Executivo em exercício da UNECA, António Pedro, disse que África está no centro das transições globais de sustentabilidade, incluindo a eletrificação das infraestruturas de transporte, a implantação acelerada de energias renováveis, a dinâmica demográfica e a ação climática.

“Estas transições devem sustentar o caminho de África para a recuperação, assegurando uma transformação estruturada para a diversificação económica, criando resiliência e alcançando um crescimento sustentável e inclusivo em conformidade com a Agenda 2030 e a Agenda 2063”, afirmou Pedro.

O crescimento de África está a recuperar para 4,1% e a inflação abrandou para 12%, afirmou, acrescentando que o que era necessário para alcançar um avanço no continente era um crescimento de dois dígitos.

• Maximizar as receitas obtidas da riqueza dos recursos naturais pode gerar grandes dividendos fiscais e ambientais para os países africanos A conjuntura da economia internacional, caracterizada pela tendência da transição energética e de aumento da procura por metais e minerais, proporciona aos governos dos países ricos em recursos naturais da África Subsaariana, a oportunidade de aproveitar melhor esses recursos para financiarem os seus programas públicos, diversificar a sua economia e aumentar o acesso à energia.

O Futuro dos Recursos da África, um relatório do Banco Mundial lançado hoje, 11/05, em Washington, constata que, em média, os países da África Subsaariana captam apenas cerca de 40% das receitas que poderiam potencialmente obter dos seus recursos naturais. Em outras palavras, num momento em que os países estão sobrecarregados por um crescimento lento e um elevado endividamento, os governos poderiam mais do que duplicar as receitas provenientes dos recursos naturais, como minerais, petróleo e gás, adoptando um melhor conjunto de políticas, implementando reformas e investindo numa melhor administração fiscal e na promoção da boa governança.

A tributação integral dos recursos naturais também é importante para cobrar o custo total dos impactos ambientais e sociais nem sempre totalmente cobertos pelos produtores, incluindo os recursos petrolíferos, indica o estudo do Banco Mundial. Alertando, no entanto, que não o fazer [a tributação] pode funcionar como um subsídio implícito à produção e aumentar as emissões de carbono.

“Maximizar as receitas dos governos sob a forma de royalties e impostos pagos pelas indústrias privadas que exploram os recursos naturais, juntamente com atrair novos investimentos, constituiria um duplo benefício para as pessoas e para o planeta, aumentando o espaço orçamental e removendo subsídios implícitos à produção”, disse James Cust, Economista Sénior da Região de África do Banco Mundial e coeditor do relatório.

O estudo observa que a perspectiva de obtenção de maiores receitas é especialmente bem-vinda nos países que se vêem incapazes de fazer investimentos para desenvolvimentos urgentemente necessários devido aos elevados custos dos empréstimos e do serviço da dívida. O estudo recorda ainda que, a transição global para acabar com a utilização dos combustíveis fósseis está a criar uma procura sem precedentes por diversos minerais e metais, como o cobalto, lítio, cobre, níquel e elementos de terras raras necessários para o desenvolvimento das tecnologias verdes, como turbinas eólicas, painéis solares e baterias.

“Muitos desses recursos existem em abundância em toda a África. No entanto, a experiência mostra que a riqueza dos recursos naturais não se traduz automaticamente num crescimento inclusivo e em prosperidade. Os minerais, o petróleo e o gás representam um terço ou mais das exportações da maioria dos países da África Subsaariana, mas os países têm enfrentado no passado dificuldades para converterem essa riqueza em crescimento sustentável.”

AfCFTA: África deve apostar nas infra-estruturas

O Secretário-Executivo interino da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) recomenda que os países do continente têm de apostar em políticas que promovam o desenvolvimento de infra-estruturas para beneficiarem-se do acordo de comércio livre.

“Para colher as oportunidades do acordo de comércio livre em África (AfCFTA) na sigla em inglês), temos de resolver o défice de infra-estruturas”, disse António Pedro, salientando que “não é por falta de planos e projectos que o continente ainda não atingiu a transformação estrutural, mas sim pela falta de espaço político para fazer avançar esta agenda”.

Numa intervenção na sessão sobre África do 12.º Encontro Anual de Investimento, realizado segunda-feira, 15/05, em Addis Abeba, Etiópia, destinada a debater a criação de um novo enquadramento para atrair investimentos sustentáveis e reprodutivos, o responsável vincou que, “para atrair investimentos sustentáveis e transfronteiriços em África, a infra-estrutura física e digital tem de estar a postos”.

A AfCFTA entrou em vigor em 2019 e constituiu a maior zona de comércio livre do mundo, com 1,3 mil milhões de habitantes e um PIB combinado de cerca de 2,5 biliões de dólares, tendo como derradeiro objectivo, a longo prazo, eliminar as barreiras alfandegárias nos 54 países africanos.

“Precisamos de investir em ciência, tecnologia e inovação para continuar competitivos a longo prazo e constituir cadeiras regionais de valor que possam gerar mais valor acrescentado para aumentar a quota de mercado das empresas africanas”, defendeu, acrescentando que África pode alavancar os seus recursos naturais para criar cadeias de valor sustentáveis, exemplificando com a área das baterias para veículos eléctricos na República Democrática do Congo e na Zâmbia.

“As indústrias verdes são importantes para a competitividade de África num futuro em mercados com carbono zero”, disse António Pedro, salientando a importância deste sector para atrair investimento estrangeiro.

A zona de livre comércio é uma das maiores ambições da União Africana, estando a dar os primeiros passos, que seriam acelerados se o movimento de pessoas no continente fosse aprofundado, para permitir melhoramentos nas indústrias e alavancar a diversificação dos países africanos, defendeu a directora do secretariado da AfCFTA, Emily Mburu.

Entre as iniciativas que já foram aprovadas, está um sistema de pagamentos em moeda local nos negócios transfronteiriços (Sistema Pan-africano de Pagamento e Acertos) e um mecanismo de compensação financeira pelas perdas de receita alfandegária (Fundo de Ajustamento).

Infraestruturas são decisivas para promover a integração económica de África

Intervindo na conferência organizada no âmbito do 25 de Maio, dia de África, o economista Luís Magaço, chamou atenção sobre o facto de o continente africano estar a passar ao lado de importantes oportunidades e processos de crescimento económico e, subsequente, desenvolvimento socioeconómico.

Consubstanciando a sua percepção, o economista, colocou em evidencia o facto de o continente apenas contribuir com Cerca 2% do volume global do comércio mundial que é de quase 24 triliões de dólares por ano, ou seja, África tem um fluxo de comércio que ronda os 1,5 triliões de dólares.

“Significa isto, que este comércio é feito sobretudo pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), portanto, a África, exporta as commodities para OCDE”, Disse Luís Magaço que é CEO da Austral Consultoria e Presidente da Associação Comercial e Industrial

“E se essas commodities forem internalizadas, elas criarão no continente benefícios para a população, porque vai criar a alavancagem económica necessária para que os países africanos possam fazer aquilo que é essencial em toda esta temática da criação deste bloco de integração económica intra-continental”, Disse Luís Magaço, referindo-se aos desafios da Zona de Comercio Livre Continental Africana.

Para ele, a questão “não é apenas permitir o comércio interno sobre a África, o mais importante é que a África possa começar a transformar aquilo que produz, portanto, os ganhos estão na transformação, porém esta requer que haja um mercado”.

Segundo disse, esse mercado já existe potencialmente, “estamos a falar de cerca de 1,3 mil milhões de pessoas, mas que precisam de estar integradas, e esta integração significa infra-estruturas de comunicação acima de tudo, porque é necessário que o produto que por exemplo Moçambique exporta, chegue à República Democrática de Congo, Uganda, África do Sul, entre outros, mas para isso precisamos de estradas, linhas férreas, o que precipita a urgência da necessidade do investimento ou Parceria Público-Privado (PPP), para o desenvolvimento desta infra-estruturas de comunicações, ligações entre os países, energia eléctrica, telecomunicações, regras comuns de funcionamento dos mercados”.

“Há permanentemente no mundo, cerca de 2 triliões de dólares à espera de oportunidades de negócio, estão soltos é uma questão de oportunidades para que todos nós possamos ir buscar os 2 triliões ou parte desse valor, e falar de oportunidades significa que, os mercados funcionem de forma dinâmica, ninguém vai investir no mercado que não funciona, que não tem energia eléctrica, que não tem infra-estruturas que as leis não são cumpridas, portanto, o “enforcement” é extremamente importante”, desferiu Luís Magaço.

A rivalidade com a China, as consequências da guerra da Rússia na Ucrânia e as aceerimas disputas, mais uma vez, em Washington sobre o tecto da dívida dos Estados Unidos colocaram o status do dólar como a moeda dominante do mundo sob novo escrutínio.

As sanções impostas pela Rússia ao exílio dos sistemas financeiros globais no ano passado também alimentaram especulações de que aliados não americanos se diversificariam em relação aos dólares.

Quais os principais argumentos, sobre porquê a desdolarização acontecerá? Ou no sentiudo inverso, acontecerá?

Estatuto De Reserva Escorregadia

A participação do dólar nas reservas oficiais de câmbio caiu para uma mínima de 20 anos de 58% no quarto trimestre de 2022, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional.

Stephen Jen, CEO da Eurizon SLJ Capital Limited, disse que essa mudança foi mais pronunciada quando ajustada pela taxa de câmbio.

“O que aconteceu em 2022 foi uma queda muito acentuada na participação do dólar em termos reais”, disse Jen, acrescentando que esta foi uma reacção ao congelamento de metade dos 640 mil milhões de dólares em reservas de ouro e câmbio da Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022. Isso provocou uma reformulação em países como Arábia Saudita, China, Índia e Turquia sobre a diversificação para outras moedas.

Tendo A Vis O Mais Longa

A participação em dólares das reservas externas dos bancos centrais no último trimestre de 2022 atingiu uma mínima de duas décadas, mas o movimento foi gradual e agora está quase em um nível semelhante ao de 1995.

Os bancos centrais colocam fundos em dólares para o caso de precisarem de sustentar as taxas de câmbio durante crises económicas. Se uma moeda enfraquece demais em relação ao dólar, o petróleo e outras commodities negociadas na moeda americana ficam caros, elevando o custo de vida e alimentando a inflação.

Muitas moedas, do dólar de Hong Kong ao balboa do Panamá, estão indexadas ao dólar por razões semelhantes.

Diminui O Do Controlo Sobre Os Produtos De Base

O todo-poderoso dólar teve um bloqueio no comércio de commodities, permitindo que Washington dificultasse o acesso ao mercado para países produtores, da Rússia à Venezuela e até ao Irão.

Mas o comércio está a mudar. A Índia está a comprar petróleo russo em dirham e rublos dos Emirados Árabes Unidos. A China mudou para o yuan para comprar cerca de 88 mil milhões de dólares em petróleo, carvão e metais russos. A companhia petrolífera nacional chinesa CNOOC e a francesa TotalEnergies concluíram seu primeiro comércio de LNG liquidado em yuans em Março.

Depois da Rússia, as nações estão a questionar “e se você cair do lado errado das sanções?”, disse o estrategista do BNY Mellon, Geoffrey Yu.

A participação do yuan nas transações globais de forex de balcão aumentou de quase nada há 15 anos para 7%, de acordo com o Bank for International Settlements (BIS).

Mas Um Sistema Demasiado Complexo

A desdolarização exigiria uma vasta e complexa rede de exportadores, importadores, comerciantes de divisas, emitentes de dívida e mutuantes para decidir de forma independente utilizar outras moedas. Pouco provável.

O dólar está de um lado de quase 90% das transacções globais de forex, representando cerca de 6,6 biliões de dólares em 2022, de acordo com dados do Bank for International Settlements (BIS).

Cerca de metade de toda a dívida offshore é em dólares, disse o BIS, e metade de todo o comércio global é facturado em dólares.

As funções do dólar “todas se reforçam mutuamente”, disse Barry Eichengreen, professor de economia e ciência política de Berkeley.

“Simplesmente não há um mecanismo para fazer com que bancos, empresas e governos mudem seus comportamentos ao mesmo tempo.”

Um Futuro Fragmentado

Embora possa não haver um único sucessor em dólares, alternativas cada vez maiores podem criar um mundo multipolar.

Yu, do BNY Mellon, disse que as nações estavam a perceber que um ou dois blocos de activos de reserva dominantes “simplesmente não eram diversificados o suficiente”.

Os bancos centrais globais estão a analisar uma maior variedade de activos, incluindo dívida empresarial, activos tangíveis, como imóveis, e outras moedas.

“Este é o processo que está em andamento”, disse Mark Tinker, director-gerente da Toscafund Hong Kong. “O dólar vai ser menos usado no sistema global.”

Uma Base Inabal Vel

Como os grandes depósitos bancários nem sempre são garantidos, as empresas usam títulos do governo como alternativa em dinheiro. O status do dólar é, portanto, sustentado pelo mercado do Tesouro dos EUA de 23 biliões de dólares – visto como um porto seguro para o dinheiro.

“A profundidade, liquidez e segurança do mercado de Treasuries é uma grande razão pela qual o dólar é uma das principais moedas de reserva”, disse Brad Setser, membro do Council on Foreign Relations que acompanha os fluxos cambiais transfronteiriços.

As participações internacionais dos Treasuries são vastas e ainda não há alternativa credível. O mercado de títulos da Alemanha é relativamente pequeno, com pouco mais de 2 biliões de dólares.

Os produtores de commodities podem concordar em negociar com a China em yuan, mas a reciclagem de dinheiro em títulos do governo chinês continua complicada devido a dificuldades para abrir contas e incerteza regulatória.

“Mas você pode entrar em um aplicativo e negociar Treasuries de qualquer lugar”, disse o estrategista de mercados emergentes da Natwest Markets, Galvin Chia.

• Produção industrial, consumo, investimento imobiliário mostram economia a perder fôlego;

• Tanto os motores internos como os motores comerciais do crescimento continuam a uma velocidade reduzida;

• Alto desemprego juvenil é “preocupante”, dizem analistas;

• Luta económica pós-COVID leva a apelos a mais flexibilização das políticas.

O crescimento da produção industrial e das vendas a retalho da China em Abril ficou aquém das previsões, sugerindo que a economia perdeu ímpeto no início do segundo trimestre e intensificando a pressão sobre os decisores políticos para reforçar uma recuperação pós-COVID instável.

O conjunto de dados divulgados terça-feira, 16/05, que também mostrou um novo declínio no investimento imobiliário, aumenta as preocupações sobre as perspectivas para a segunda maior economia do mundo, já que seus motores domésticos e de exportação de crescimento continuam subalimentados.

A produção industrial cresceu 5,6% em Abril em relação ao ano anterior, acelerando em relação ao ritmo de 3,9% visto em Março, mostraram dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas

(NBS). O dado ficou bem abaixo das expectativas de alta de 10,9% em pesquisa da Reuters com analistas, embora tenha registado a taxa de crescimento mais rápida desde Setembro de 2022.

As vendas no retalho, um indicador do consumo, saltaram 18,4%, bem acima do aumento de 10,6% em Março, para o maior aumento desde Março de 2021. Os analistas esperavam um crescimento de 21,0%.

Os números anuais foram fortemente distorcidos por contracções em Abril passado, quando o centro financeiro de Xangai e outras grandes cidades estavam sob rigorosos lockdowns e restrições antivírus, o que impactou severamente o crescimento do gigante asiático em 2022.

“Os dados mais fracos do que o esperado de hoje mostram como é difícil manter o motor de crescimento funcionando depois de reiniciá-lo”, disse Bruce Pang, economista-chefe da Jones Lang Lasalle.

“O crescimento ano a ano no 2º trimestre ainda pode parecer elevado, graças a uma base baixa, mas o crescimento sequencial pode experimentar um declínio material”, disseram.

Apoio Pol Tico

De facto, outros dados tornados públicos na semana passada mostrava redução das importações em Abril, o aprofundamento da deflação à porta das fábricas e os empréstimos bancários piores do que o esperado, sinalizando uma demanda doméstica fraca, aumentando as pressões sobre as autoridades para sustentar a recuperação económica à medida que o crescimento global vacila.

O Banco Central da China manteve a taxa de juros inalterada na segunda-feira, 15/05 como esperado, mas os mercados estão a apostar em mais afrouxamento monetário nos próximos meses, já que os dados de commodities também destacaram bolsas de fraqueza em toda a economia.

A produção média diária de carvão, a produção de alumínio e a produção de aço bruto do País caíram em Abril em relação ao mês anterior.

Zhou Hao, economista da Guotai Junan International, espera que o banco central reduza as taxas de juro “à medida que a pressão da recessão económica ainda permanece”.

O Executivo da China revelou no final de Abril planos para impulsionar o emprego e o comércio, enquanto tenta cumprir sua modesta meta de crescimento de cerca de 5% em 2023, depois de falhar gravemente a meta do ano passado.

FORA DO ‘SWEET SPOT’

O yuan chinês offshore enfraqueceu para uma mínima de dois meses, enquanto o dólar australiano passou de pequenos ganhos iniciais para uma perda após os dados desanimadores.

Além dos problemas de demanda ampla, os formuladores de políticas chineses têm que lidar com ventos contrários das recentes falências de bancos ocidentais, aumento dos custos globais de empréstimos, alta dívida interna e a guerra da Ucrânia.

Os dados também mostraram que o investimento em activos fixos expandiu 4,7% nos primeiros quatro meses de 2023 na comparação anual, desacelerando em relação ao ritmo de 5,1% no período de Janeiro a Março.

O investimento privado em activos fixos aumentou apenas 0,4%, um forte contraste com o salto de 9,4% no investimento das entidades estatais, indicando uma fraca confiança empresarial.

O investimento no sector imobiliário, um pilar fundamental da economia, caiu 16,2% em termos homólogos no mês passado, após uma queda de 7,2% em Março, de acordo com os cálculos da Reuters com base em dados oficiais, uma vez que os investidores permanecem cautelosos devido à uma procura ainda frágil.

As contratações ainda eram baixas entre as empresas cautelosas com suas finanças. A taxa de desemprego juvenil atingiu um recorde de 20,4%, contra 19,6% em Março, o que Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management, descreveu como um “sinal preocupante”.

“Com a China agora fora do ponto ideal de reabertura, a esperança de uma nova reparação do sentimento pode estar diminuindo na ausência de acções decisivas do Governo”, disseram economistas do Citi em nota.

“Acreditamos que os formuladores de políticas precisam passar do modo de “esperar para ver” para uma flexibilização proactiva e esperamos um corte de 20 bps na taxa de juros no restante do ano”.

CFM vai investir US$ 150 milhões de dólares na requalificação do terminal de passageiros da Estação Central de Maputo

O Terminal de passageiros da Estação Central de Maputo, da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), será dotado, num futuro próximo, de condições modernas com padrões internacionais, mercê das obras de requalificação, parte das quais já estão em curso.

Dados partilhados ontem por ocasião da visita do Presidente do Conselho de Administração da empresa CFM, Agostinho Langa Jr, indicam que a companhia está a mobilizar, de forma faseada, 150 milhões de dólares para a concretização do projecto, que tomará a zona numa estação moderna.

O projecto contempla a construção de oito linhas para embarque e desembarque de passageiros, além de uma nova sede da empresa, centro comercial, hotel e restaurante, salas de conferências, parque de estacionamento de viaturas, entre outros serviços.

Numa visita que o levou até Ressano Garcia, distrito da Moamba, província de Maputo, Agostinho Langa interagiu com os técnicos envolvidos nos trabalhos, tendo recebido detalhadamente explicações sobre a fase actual das obras.

Na ocasião, o PCA da CFM recebeu garantias de que o projecto de requalificação está a ser projectado em estreita sintonia com o Conselho Municipal de Maputo, até porque os trabalhos necessários prevêem igualmente alguma requalificação das avenidas 25 de Setembro e Albert Lithuli.

Ainda dentro da estação central da companhia, Langa conferenciou com os trabalhadores do sector da Via e Obra, tendo apelado a estes para uma maior atenção na qualidade do trabalho que executam.

Disse que uma das grandes preocupações da empresa é a redução dos descarrilamentos, pelo que os trabalhadores passarão a ser classificados sectorialmente.

“E preciso que os que fazem a manutenção das linhas tenham a sua classificação independente daqueles que fornecem os materiais e também dos maquinistas. Quando ocorrer um descarrilamento temos que saber qual é sector que falhou. A ideia é premiar aqueles que fazem bem o seu tralho”, observou Langa.

O PCA da empresa CFM inteirou-se das obras em curso, visando a duplicação da linha férrea de Ressano Garcia.

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