Edição 50

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CAPINA QUÍMICA

Usado na surdina há 3 meses, o glifosato será testado como substituto das roçadeiras |S13 |D14 |S15 |T16 |Q17 |Q18 |S19

Caxias do Sul, novembro de 2010 | Ano I, Edição 50 | R$ 2,50

CANSAMOS DE ESPERAR

André T. Susin/O Caxiense

Pressão da sociedade motiva o Ministério Público a retomar uma cobrança que não deveria ser necessária: que todos os médicos da rede municipal – obrigados pela Justiça a encerrar a greve – cumpram seu horário

Campanhas: quem pagou a conta das eleições | Renato Henrichs: mudanças à vista na prefeitura |

Roberto Hunoff: balanços confirmam cenário azul na indústria | Golfe: o esporte quer ganhar terreno


Índice

www.OCAXIENSE.com.br

A Semana | 3

As notícias que foram destaque no site

Parabéns pela matéria de capa, por identificar uma pauta jornalística onde muitos pensaram se tratar de incautos cartazes infantis. É de jornalismo assim que Caxias precisa. E agradece quando tem. Vida longa! Roberta Mattana

Roberto Hunoff | 4

Feriado será de portas abertas no comércio de Caxias, animado para o Natal Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Médicos | 5

Derrotada na Justiça, categoria enfim é chamada ao dever de cumprir o horário

Capina Química | 8

Apesar de proibido por lei municipal, glifosato será testado como alternativa a roçadeiras

Doadores de campanha | 10

Onde os políticos locais buscaram dinheiro para concorrer

Bispo do Xingu | 11

Erwin Kraütler ameaça, através da palavra, fazendeiros e grileiros da Amazônia

@alexandregolive @ocaxiense Parabéns a toda equipe, premiações são o resultado do esforço dedicado e a certeza que estão no caminho correto... muito sucesso! #prêmioari @Gabeemendez Parabéns ao jornal @ocaxiense pela conquista deste prêmio. Sucesso sempre! #prêmioari

Golfe | 12

As tacadas do Caxias Golf Club querem conquistar novos adeptos

@Fernandogreis1 @ocaxiense parabéns pelo prêmio mais do que merecido. Sucesso e sigam nesse caminho. #prêmioari

San Pelegrino | 14

Com público diversificado como a cidade, shopping inaugura com as primeiras lojas

@AleMXavier @ocaxiense parabéns pela cobertura da inauguração do novo shopping San Pelegrino. #sanpelegrinoaovivo

O Caxiense entrevista | 15

Maria Rita Kehl, afastada do Estadão, reclama da grande mídia – e tenta controlar a pequena

Artes | 16

@RoseBrogliato Tô gostando de ver o San Pelegrino pelo olhar de @ocaxiense. #sanpelegrinoaovivo

Dois pensadores premiados: um cubista pop e um médico poeta

Festa Campeira | 17

Habilidade no laço, shows e confraternização em Vila Oliva

@gilrenan Grande cobertura do @ocaxiense sobre a inauguração do shopping San Pelegrino de Caxias do Sul. #sanpelegrinoaovivo

Guia de Cultura | 18

Jovem atriz caxiense no teatro e velha banda mineira na música

@bidese @ocaxiense total cobertura da inauguração do San Pelegrino. Muita eficiência. Parabéns. #sanpelegrinoaovivo

Dupla CA-JU | 20

O desabafo de Voges e a preparação do Juventude para o Gauchão

Guia de Esportes | 21

O futebol amador domina os campos

Renato Henrichs | 23

Secretário Carlos Búrigo pode ser a Dilma de Sartori

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

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Edição 49 | Cartazes do Carmo Num tempo em que grandes veículos de comunicação se posicionam a favor de candidaturas – de forma explícita ou velada – é bom ver que ainda é possível fazer um jornalismo reflexivo e questionador. Como professora, vi na matéria um eco do trabalho que ainda insistimos em realizar em busca do direito à cidadania e o avanço da democracia. Parabéns! Vanessa Francescato Testes de capina química | É um absurdo! Totalmente na contramão da tendência de preservação e cuidado ambiental. O que mais falta a Fepam fazer para assumir que realmente é um órgão obsoleto? Suzana Daudt

No Site

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Assista ao audioslide com fotos de André T. Susin e reportagem de Camila Boff sobre as consequências das greves dos médicos.

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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13 a 19 de novembro de 2010

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Fotos: Reprodução/O Caxiense

paula.sperb@ocaxiense.com.br

Maicon Damasceno/O Caxiense

editado por Paula Sperb

A Semana

Novo espaço do Amarp deve abrir em dezembro. Antigo Salão de Artes deve virar teatro em março de 2011; Marco de Menezes e Paulo Ribeiro são indicados ao Prêmio Açorianos

SEGUNDA | 8 de novembro Soama

Brechó levanta recursos para chácara

Nos dias 16, 17 e 18 no Centro de Convivência da UCS, um brechó vai arrecadar fundos para melhorias nos canis da Sociedade Amigos dos Animais (Soama). A Sociedade Amigos dos Animais já está vendendo o calendário do próximo ano da entidade. O tema para 2011 é “Abra o coração para um cachorro grandão” e pretende incentivar a adoção de animais maiores, os menos valorizados por quem procura animais de estimação, que também são a maioria na chácara. O calendário custa R$ 10 e pode ser comprado no brechó ou em postos de venda.

TERÇA | 9 de novembro Mérito Gigia Bandera

Empresários são homenageados

Na manhã de terça-feira foram

anunciados os nomes dos três empresários que receberão a homenagem do Mérito Metalúrgico Gigia Bandera, o mais importante prêmio do setor metalúrgico da região. Os escolhidos foram Edson Tomiello, presidente da Neobus, Ricardo Borghetti, diretor comercial da Master Power Turbo e Oscar de Azevedo, diretor industrial da Aspro do Brasil. O anúncio ocorreu na sala de eventos do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) com a presença do seu presidente, Getúlio Fonseca.

QUARTA | 10 de novembro Prêmio Açorianos

Marco de Menezes e Paulo Ribeiro são indicados O poeta Marco de Menezes e o escritor Paulo Ribeiro estão entre os finalistas do 16° Prêmio Açorianos de Literatura 2010. O prêmio indicou três finalistas em cada uma das 10 categorias. A premiação está marcada para o dia 13 de dezembro, às 20h, no Teatro Renascença, em Porto Alegre. O médico Marco de Menezes

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foi indicado na categoria Poesia, pelo livro Fim das Coisas Velhas, lançado pela sua editora, Modelo de Nuvem, em 2009. Dividido em quatro partes – Torvelinho, Os pátios, Como um peixe de parede, Ítaca e Itaqui – o livro transita entre a os pampas e a cidade, o passado e o presente. Paulo Ribeiro, professor de Jornalismo na UCS, foi indicado na categoria Ensaio de Literatura e Humanidades, pela coletânea de ensaios Tríptico para Iberê, lançada pela editora Cosac Naify, escrito em parceria com a pesquisadora de Artes, Daniela Vicentini, e a artista plástica e professora de desenho na UFRGS, Laura Castilhos.

Educação

UCS terá novo doutorado e dois mestrados A Universidade de Caxias do Sul irá oferecer novas opções de pósgraduação. O doutorado na área de Letras e os mestrados em Gestão Vitivinícola e em Engenharia de Processos e Tecnologias terão turmas no próximo ano. Os novos cursos fazem parte da adequação da UCS às novas exigências do Ministério da Educação para manter o status de universidade.

QUINTA | 11 de novembro Servidores

Prefeitura não funciona Nesta sexta-feira (12), serviços relacionados a administração municipal não estarão funcionando, por causa do feriado do servidor municipal. Do dia 28 de outubro, o feriado foi transferido para essa sexta. Prefeitura e autarquias não terão expediente de sexta a terça, já que segunda-feira (15) é comemorada a Proclamação da República.

SEXTA | 12 de novembro Amarp

Novo espaço deve ser inaugurado em dezembro Caxias está prestes a ganhar um novo espaço para artes. As reformas na galeria do Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul (Amarp), junto ao Centro de Cultura Ordovás, foram concluídas nesta sexta (12) e, segundo o secretário de Cultura, Antonio Feldmann, o novo espaço será inaugurado em dezembro.

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O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Cássia Carvalho, Divulgação/O Caxiense

Comemoração

Otimismo

O comércio de Caxias do Sul está mais otimista com o desempenho das vendas do próximo Natal do que a média do Rio Grande do Sul. Enquanto as projeções da Federação do Comércio de Bens e de Serviços são de 6%, o Sindicato do Comércio Varejista de Caxias do Sul crê em variação de 10% a 12%. O presidente da entidade, Ivanir Gasparin, observa que a confiança está ligada ao bom momento da economia.

Portas abertas

O feriado de segunda-feira será de comércio de portas abertas. A convenção coletiva, fechada em outubro, fixou 15 de novembro como único feriado do ano em que as empresas podem utilizar mão de obra empregada. A jornada, no entanto, não pode exceder seis horas e cada empregado terá direito a bônus/prêmio de R$ 41,50 e folga antecipada.

Homenagem

Pelo 16º ano consecutivo, a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas - Regional Serra - RS entrega o título de Dirigente Cristão do Ano. Nesta edição o homenageado será o reitor da Universidade de Caxias do Sul, Isidoro Zorzi. A cerimônia ocorrerá na sexta-feira (19), a partir de 19h, na Capela do Seminário Nossa Senhora Aparecida, seguida de jantar de confraternização e baile na CIC de Caxias do Sul. O evento também marcará a posse da nova diretoria para 2011, presidida por Márcio Onzi.

Colocação garantida

Os 20 formandos do curso de Iniciação em Serviços para a Indústria, mantido pela Marelli Ambientes Racionais em parceria com a Fundação Projeto Pescar, já estão empregados por meio do programa Jovem Aprendiz. A formatura da quinta turma ocorreu nesta semana na Unidade Dijalma Borelli, franquia social adotada pela Marelli em 2006. Dos 20 formandos, oito ficaram na própria empresa e os demais foram contratados pela Darthel, Multispuma e Saccaro. A Marelli recebe até o dia 30 de novembro inscrições de interessados para a sexta turma. Podem se inscrever jovens de ambos os sexos, com idades de 16 a 18 anos, que estejam cursando a partir da oitava série do ensino fundamental.

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Empenho social

A Keko Acessórios acaba de criar o programa Contando História, no qual funcionários deixam seus postos de trabalho por uma hora, uma vez por semana, para contar histórias infantis a crianças de quatro a seis anos em entidades carentes de Caxias. Para instigar a imaginação dos pequenos, são utilizados recursos visuais como alegorias, fantoches e dedoches. Inicialmente,

o programa beneficiará crianças do Centro Cultural Espírita Jardelino Ramos, da Escola Infantil Raio de Sol A Luz do Bem e da Associação Centro de Promoção do Menor Santa Fé. A intenção é, a partir do aumento da adesão de voluntários, estender a iniciativa para outras entidades carentes, inclusive de Flores da Cunha, cidade que será a nova sede da Keko a partir de 2011.

Premiação

A Eletrobrás e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal reconheceram o esforço do Samae na busca da redução do consumo de energia elétrica. Caxias do Sul foi um dos cinco municípios brasileiros e o único gaúcho a ser agraciado com o Prêmio Procel Cidade Eficiente em Energia Elétrica. O Samae conseguiu reduzir em 32,2% o consumo de energia elétrica na Estação de Tratamento Parque da Imprensa

e na Estação de Bombeamento de Água Tratada Zona Nordeste. Em números absolutos em torno de 500 MWh/ano, o que representa cerca de R$ 200 mil, além da retirada de 214,8 kW da demanda do sistema. O diretor do Samae, Marcus Caberlon, argumenta que a preocupação da autarquia é de preservação do meio ambiente, tanto que no sistema Marrecas a água será trazida por gravidade, sem necessidade de bombas.

A Lupatech, por sua vez, elevou sua receita líquida consolidada em 22%, para quase R$ 445 milhões, dos quais 31,5% gerados a partir de exportações e vendas de suas coligadas no Exterior. O problema ainda reside no resultado final, que é negativo. O prejuízo acumulado em nove meses é superior a R$ 29,2 milhões, enquanto no ano passado havia apurado lucro de R$ 5,9 milhões. O resultado, dentre outras razões, é atribuído à contínua valorização do real. A carteira de pedidos para os próximos anos é de R$ 2,5 bilhões.

Reconhecimento

A Suspensys Sistemas Automotivos, integrante do conglomerado das Empresas Randon, recebeu o prêmio Supply Awards conferido pela MAN Latin America, fabricante de veículos

A publicação nesta semana dos balanços trimestrais das principais empresas de Caxias do Sul evidencia o comportamento positivo da economia neste ano. A Marcopolo superou a marca de R$ 2,1 bilhões de receita líquida consolidada acumulada até setembro, o que permite projetar que a estimativa de R$ 2,8 bilhões para o exercício será rompida. A fabricante de carroçarias de ônibus também alcançou número robusto no lucro líquido: R$ 213,2 milhões, alta de quase 200% sobre igual período de 2009, e margem de 10,1%. A venda global chegou a 20.317 ônibus, dos quais 12.157 no Brasil. A Randon apurou receita líquida consolidada de R$ 2,7 bilhões e lucro líquido de R$ 170,9 milhões no acumulado de nove meses, em altas de 53% e 74%, respectivamente. A margem final foi de 6,4%, quase um ponto acima do consolidado na mesma base de comparação. A receita bruta se aproximou de R$ 4,1 bilhões, crescimento de 55,3%. O mercado doméstico representou 71% da receita bruta, superando R$ 3,7 bilhões, e avanço de 57,8%. Já as exportações somaram R$ 318,5 milhões, crescimento de 31%.

No vermelho

comerciais. A empresa caxiense foi considerada a melhor fornecedora na área de logística graças ao seu modelo de suprimento.

Cesta mais cara

Sílvia Chiapinotto, Divulgação/ O Caxiense

Gilmar Gomes, Divulgação/O Caxiense

O Grupo DiPaolo comemorou nesta semana os prêmios conquistados no ano junto ao Guia Quatro Rodas: Melhor Galeto do Brasil, Qualidade na Cozinha e Restaurateur do Ano. O encontro foi organizado por Paulo Geremia, eleito Restaurateur do Ano, juntamente com os irmãos e sócios Roberto, Vicente e Camilo. O grupo existe desde 1994 e, neste período, conquistou 16 estrelas, 10 em anos consecutivos.

Grandes resultados

O valor da cesta de produtos básicos de Caxias do Sul de outubro aumentou 2,07%, superando R$ 504, aproximando-se do pico do ano que foi de R$ 505,57 em abril. No acumulado do ano o reajuste é de 2,5% e, em 12 meses, de 2,7%. Em outubro o custo dos alimentos variou 2,1% e dos produtos nãoalimentares, 1,94%. As altas mais significativas foram verificadas nos preços das laranja em 53%; na maçã, 26%; na carne bovina e no açúcar, 6%; e no pão, 4%. Houve redução nos preços da batatainglesa em 15%; no apresuntado, 12%; no arroz, 9%; no frango, 6%; e na cerveja, 5,5%. Os dados são do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da Universidade de Caxias do Sul.

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André T. Susin/O Caxiense

Tratamento de choque

Com cartazes e conversas nas filas, integrantes do Movimento Vivo em Defesa da Saúde Pública tentam conscientizar a população a exigir seus direitos

A PACIÊNCIA

ACABOU Q

por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br

uase mil assinaturas divididas em folhas brancas ou pautadas. Graças a elas, a prefeitura de Caxias terá que acabar de vez com um hábito adquirido pelos médicos do SUS e defendido ferrenhamente pelos dirigentes do sindicato. Por recomendação do Ministério Público, caso o Executivo continue tolerando o descumprimento da carga horária dos médicos na rede pública, o Município se tornará réu de um processo judicial. O posicionamento definitivo do 2º promotor da Promotoria de Justiça Especializada de Caxias, Adrio Gelatti, ocorreu terça-feira (9), após os representantes do Movimento Vivo em Defesa da Saúde Pública entregarem ao MP o abaixo-assinado de caxienses inconformados. As assinaturas, recolhidas entre paradas de ônibus lotadas e portas de unidades básicas de saúde, expuseram o descontentamento com o atendimento de saúde em Caxias, principalmente após a greve que completou 75 dias na última sexta-feira (12). O protesto não tinha foco no descumprimento de horários dos médicos, mas fez com que o Ministério Público precisasse demonstrar atuação favorável à população na relação conflituosa entre classe médica e prefeitura. A recomendação do promotor foi feita ainda em março de 2009, após o MP investigar por quase dois anos aquilo que os usuários do Sistema Único de Saúde já sabiam: diariamente,

médicos atendem a um determinado número de pacientes em um tempo inferior ao que regem os contratos de trabalho. Após concordar com diversas justificativas da prefeitura, Gelatti decidiu que não tinha mais por que esperar. Horas depois de receber os manifestantes, foi ao gabinete do prefeito em exercício Alceu Barbosa Velho (PDT) e entregou uma cópia das seis páginas contendo a recomendação para que a prefeitura fiscalize de forma efetiva o cumprimento de horário por parte dos médicos. O último prazo concedido pelo MP encerra-se no dia 24 de novembro. Interinamente no cargo de prefeito, Alceu demonstrou pragmatismo ao tentar resolver uma das questões-chave da greve: como os médicos reivindicam 295% de reajuste no piso salarial quando não trabalham todo o período para o qual foram contratados? Marlonei Silveira dos Santos, o presidente do sindicato, sempre se posicionou contra a obediência dos contratos. “Enquanto não receber reajuste, não vamos respeitar a carga horária. Recebendo R$ 2.165 de piso não tem como cumprir quatro horas diárias”, afirmou o líder sindical, ameaçando demissões em massa caso houvesse pressão por parte do poder público. A recomendação do MP também cobra da prefeitura a elaboração de um plano de carreira, cargos e salários para a classe médica, o que, na avaliação do promotor Gelatti, evitaria novas paralisações. O Sindicato dos Médicos já tem elaborada sua proposta para o planeja-

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Com o fim da greve dos médicos determinado pela Justiça, Ministério Público cobra o óbvio: que eles cumpram seu horário

mento, no qual consta a solicitação do têm normas a cumprir. “Em princípio, salário mínimo de R$ 8,5 mil para 20 o que vale é o que está no contrato. Um horas semanais. Para o presidente do acordo coletivo ou um dissídio poConselho Regional de dem definir o que deve Medicina do Rio Granser considerado, se é de do Sul (Cremers), o atendimento da deFernando Weber Ma- “O contrato vai manda de pacientes em tos, que empreendeu ter que ser vez do cumprimento de uma tentativa frustra- cumprido. Acho horário, por exemplo. da de mediar o diáloSe isso não existe, os um absurdo ter go entre Sindicato dos funcionários têm que Médicos e prefeitura, a que entrar na cumprir aquilo que está proposta é fácil de ser Justiça para na carteira de trabalho”, rejeitada pelo Municí- pedir aquilo afirma o presidente do pio. “Existe um projeto Cremers. Ao que tudo que é normal”, de lei que busca alterar indica, os próprios ino piso nacional para os afirma Alceu teressados poderão inmédicos. À época da fluenciar bastante no criação, o valor da proque será regulado, já posta para 20 horas semanais era de R$ que deve ser criada uma subcomissão 7 mil e, com reajustes, chega próximo formada por prefeitura e Sindicato dos ao que o sindicato de Caxias quer. Mas, Médicos para definir o futuro da cateapesar de as entidades representativas goria no serviço público. de todo o Brasil estarem lutando para que o Congresso estabeleça esse salário A decisão do MP surgiu após mínimo, isso ainda não é uma lei em uma série de reuniões promovidas por vigor”, explica. Alceu Barbosa Velho, que simplificou De acordo com a Secretaria de Re- a obrigação executiva de fiscalizar os cursos Humanos e Logística, a média médicos. “A questão da carga horária dos salários dos médicos da prefeitu- não suscita muita discussão. Não intera é de R$ 4,2 mil – incluindo o piso e ressa se o salário é muito ou pouco, o benefícios como um auxílio refeição de que interessa é que o contrato vai ter cerca de R$ 300 pagos a profissionais que ser cumprido. Eu acho um absurque ficam menos de quatro horas no do ter que entrar na Justiça para pedir local de trabalho. aquilo que é normal”, declarou Alceu. Atingindo ou não o piso salarial al- Em menos de uma semana à frente do mejado pelo Sindicato dos Médicos, a Executivo, Alceu Barbosa Velho imcriação do plano de carreira, cargos e primiu um ritmo até então não visto salários será o marco regulatório que nas negociações entre médicos, demais falta para relembrar que os servidores servidores e prefeitura. Assumindo o 13 a 19 de novembro de 2010

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comando por conta de uma viagem técnica do prefeito José Ivo Sartori (PMDB) a Israel, Alceu tratou de se informar sobre os movimentos da greve dos médicos e sobre a elaboração dos planos de carreira dos servidores. Antes que se conseguisse definir qual entidade representaria os médicos na elaboração do plano, veio o posicionamento do Judiciário sobre a discussão. Na manhã de terça-feira (9) foi divulgada a sentença da juíza Maria Aline Brutomesso, da Vara de Fazenda Pública, no processo movido pela prefeitura que questionava a legalidade da greve e a quem competia a representatividade da classe. O resultado foi um ponto a favor para cada lado. A juíza considerou que o Sindicato dos Médicos pode desempenhar o papel de defensor dos interesses dos funcionários. No entanto, deu ganho de causa ao Município e definiu que a paralisação dos médicos é ilegal, já que tratamento de saúde é direito essencial da população. A sentença define que os médicos devem voltar ao trabalho imediatamente após a intimação das partes, o que deve ocorrer nesta semana. Caso contrário, o Sindicato dos Médicos pagará multa de R$ 50 mil por dia e os profissionais terão o salário descontado. Após 74 dias de paralisação, finalmente as partes interessadas sentaram frente a frente para conversar. Após ouvir os sindicatos individualmente, Alceu, advogado por formação, promoveu uma espécie de acareação entre Sindiserv e Sindicato dos Médicos. Após duas horas de negociação a portas fechadas, Marlonei conseguiu que uma subcomissão fosse criada, mesmo que subordinada a um grupo de trabalho já existente que estuda o plano de carreira de todos os servidores municipais. Após cederem em parte de suas reivindicações, os líderes sindicais saíram satisfeitos por terem, enfim, conversado pessoalmente.

te um dos fatores dessa redução. Mas o órgão também considera a baixa da procura por atendimento pela população que sabia da greve e a falta de demanda, ou seja, de agendamentos por parte dos pacientes. Os pacientes do SUS sabem que é preciso acordar cedo e tentar conseguir uma senha para atendimento no mesmo dia ou então agendar uma consulta a longo prazo. O que eles não entendem é como essa situação pode se agravar ainda mais. Na UBS do bairro Reolon, seis médicos deveriam atender uma cota diária de 192 consultas por dia. Pouco mais de 5 mil pessoas de sete bairros da região buscam atenção básica em saúde na unidade. A paralisação de 50% do quadro médico é o suficiente para causar filas, sobrecarga de funcionários e desconforto para quem espera atendimento. Na fila formada desde as 5h de terçafeira (9), as reclamações se acumulam. Um jovem de 25 anos, com um crise de úlcera, conta que perderá uma manhã de trabalho para tentar atendimento. Um senhor de 55 anos busca algum alívio para as dores no joelho, sequelas de um antigo acidente. Laís Fernanda Zinda, sete anos, arde em febre no colo da mãe, Izabel, que precisava de cuidados médicos para a pequena ainda na noite anterior, quando apareceram os primeiros sintomas de uma inflamação da garganta. Laís conseguiu ser a primeira a receber atendimento, por volta das 8h20, mas para isso precisou que a atenção a outra criança, à sua frente na fila de espera, fosse protelada. Izabel, aflita com o sofrimento da filha, contou com a ajuda do almoxarife Alexandre Almeida da Silva, 27 anos, integrante do Movimento Vivo. Com um cartaz pendurado no pescoço, no qual proclamava que “Omissão também é violência”, Alexandre, que adquiriu o hábito de ser fiscal do horário de trabalho dos médicos na porta das UBSs, anunciou em tom de cobrança a chegada da pediatra, por volta das 8h10. E fez a pergunta que todo cidadão deveria fazer: “Qual é o problema de eu ficar aqui? Eles dizem que fico tumultuando, mas eu só acho que, se pago o salário dos médicos, tenho o direito de saber como eles estão trabalhando.” Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Encabeçar as negociações do dilema que aflige a prefeitura há mais de um ano pode ser o último ato protagonizado por Alceu na atual gestão do Executivo. Eleito deputado estadual, o vice-prefeito se despede do cargo em 31 de janeiro para se integrar ao Legislativo gaúcho. Já Sartori adotou uma postura de delegar ao secretaria-

do as ações de negociação. A diferença repartições do Município. No entanto, de conduta entre os companheiros de a previsão é que ele esteja pronto só governo foi justificada pelo vice. “O daqui a seis meses. Para o promotor Sartori fez tudo o que estava ao alcan- Adrio Gelatti, não há possibilidade de ce dele para resolver esse problema. esperar tanto tempo. O Ministério PúEle formou essa comissão e vem tra- blico, que promete não protelar mais o tando da questão. Mas como existia prazo de tolerância, sugere uma soluessa intransigência da representação, ção mais rápida, que, apesar de óbvia, não tinha por que estar conversando”, não parece fácil de ser executada frente afirmou Alceu. “Eu não podia ver uma à autonomia dos médicos. “O gerente greve de 70 e poucos dias e ficar quieto, de uma unidade básica de saúde está como um dois de paus. Quando o Sar- enxergando quando é que o médico tori chegar eu vou dizer: ‘o que eu fiz entra e quando é que o médico sai, e ele foi o que a minha consciência mandou. é uma autoridade, o médico tem que se Tentei aproximar e acho que estamos reportar ao gerente”, diz Gelatti. no bom caminho’”, adiantou o viceLevando em conta a manifestação prefeito. popular que motivou o ultimato do As atitudes de Alceu Barbosa Velho MP, o promotor dá também uma outra suscitaram manifestasugestão. Gelatti aceita ções dentro do próprio como fiscalização do Executivo caxiense. O “Se pago o cumprimento do horásecretário da Cultura, salário dos rio dos médicos o que Antonio Feldmann, médicos, tenho o ele chama de controle saiu em defesa de Sarsocial. A ideia consistori em uma nota dis- direito de saber te em uma espécie de tribuída à imprensa. como eles estão ouvidoria à disposição Para ele, a decisão ju- trabalhando”, dos pacientes para que dicial que definiu o fim diz Alexandre, eles próprios fiscalizem da greve faz justiça à os servidores médicos. “seriedade” de Sartori. do Movimento “Esse meio de comuFeldmann afirmou ain- Vivo nicação deve estar da que o prefeito jamais acessível à população e abriu mão da responsajunto com um quadro bilidade de conduzir a linha de nego- de avisos em cada UBS, informando ciação com o Sindicato dos Médicos, quem são os médicos responsáveis e mas ressalta “que ele fez isso com seu seus respectivos horários para que eles estilo e seu jeito, sem buscar holofotes controlem se está havendo atendimenou flashes para aparecer”, em uma clara to ou não”, explica o promotor. alfinetada em Alceu, que não pareceu Nos locais por onde passaram para se intimidar e se dispôs a dar conti- recolher assinaturas, os integrantes do nuidade ao seu modo de negociar. “Se Movimento Vivo em Defesa da Saúde eu for convidado ou designado pelo Pública incentivaram os pacientes a prefeito, eu vou tentar cumprir essa tomar esse tipo de atitude. “O nosso função. Eu, enquanto prefeito interino, movimento é uma forma organizada jamais vou tomar uma atitude admi- e democrática que quer que as pessoas nistrativa de assinar um documento aprendam a lutar por um atendimento sem conversar com o prefeito. Eu não pleno em saúde”, explica o advogado abro mão do princípio da hierarquia”, Luís Fernando Possamai. garantiu o pedetista. Por mais que Sindicato dos Médicos e prefeitura afirmem o contrário, não Ao voltar de viagem nesta ter- é isso que a população tem encontraça-feira (16), Sartori deverá decidir se do. Os cálculos da Secretaria da Saúde nomeia a subcomissão pleiteada pelos indicam que, em condições normais, médicos. Também terá que colocar em 3.645 consultas são realizadas por dia prática a exigência de cumprimento nas UBSs da cidade. Entre 11 de outude horário por parte da categoria. A bro e 10 de novembro, durante a greve, Secretaria de Recursos Humanos e foram feitas somente 34,5% desse total. Logística trabalha em um novo siste- Para a secretaria, o atendimento de ma de ponto eletrônico para todas as meia agenda pelos médicos é somen-

Izabel e a filha Laís esperaram, mas, com sorte, foram passadas na frente da fila; o almoxarife Alexandre prega respeito à Constituição

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Convênio entre UCS e Codeca foi assinado na terça (9) para buscar alternativa para roçadeiras incluindo uso do glifosato como opção

um drible nA CAPINA Codeca testa capina com glifosato há três meses sem que a população saiba. Lei municipal proíbe o uso, Anvisa não aprova o produto e agora a Fepam autoriza pesquisa em parceria com a UCS

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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br hovia muito lá fora enquanto um convênio era assinado no bloco A da Universidade de Caxias do Sul na terçafeira (9). Poucos segundos duraram as assinaturas do reitor Isidoro Zorzi e do diretor presidente da Companhia de Desenvolvimento de Caxias (Codeca), Adiló Didomenico. Muito mais durou o tempo de negociação entre a Universidade e a autarquia, na tentativa de conseguir autorização para iniciar um estudo técnico sobre o controle de ervas invasoras em Caxias. Há cerca de um mês, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) permitiu o estudo, que analisará novas formas de capina para conter o mato que cresce nas ruas. Mato que aumenta a cada dia, principalmente quando chove, como chovia naquela terça. O estudo deve iniciar dentro de 15 dias em seis locais ainda não definidos na área urbana e sem circulação de pessoas. A técnica será desenvolvida por estudiosos da UCS e realizada por funcionários da Codeca. Os testes serão feitos durante um ano para que os produtos sejam avaliados nas quatro estações. Serão testadas a capina com ureia, fogo, dessecante orgânico, cloreto de sódio (sal de cozinha), roçadeira mecânica e glifosato, mais conhecido pelo nome comercial – Roundup, da multinacional Monsanto. O glifosato foi alvo de polêmica no final do ano passado, quando a Codeca tentou, sem sucesso, implantar a capina química. Em 17 de dezembro de 2009, a capina com glifosato foi rejeitada pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema). O glifosato não é licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seu possível uso foi criticado. Um dos motivos das críticas são os riscos para o meio ambiente e à saúde humana. “Há um aumento no número de abortos e partos prematuros nas

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famílias rurais que têm contato com o glifosato”, explicou pesquisadora da Universidade de Passo Fundo (UPF) Mara Regina Alliari, em reportagem publicada na primeira edição do jornal O Caxiense. O Roundup custa em média R$ 12 o litro e na sua embalagem constam informações como “Classificação Toxicológica III – Medianamente Tóxico” e “Classificação quanto ao Potencial de Periculosidade Ambiental III – Produto Perigoso ao Meio Ambiente”. Segundo o projeto da Codeca, na testagem com o glifosato será dada “atenção especial ao monitoramento da flora e da fauna, visando projetar recomendações na aplicação do herbicida que darão tranquilidade a população”. Os testes com glifosato, no entanto, já estão sendo realizados há três meses, sem que a população tenha sido alertada ou tranquilizada. Existe uma lei municipal de 2004 que proíbe a capina química em Caxias. “Todas as formas, de alguma maneira ou outra, já foram testadas. Mas a gente tem muitos questionamentos”, salienta Adiló. Há mais de 5 anos o diretor presidente da Codeca busca uma alternativa para a capina com roçadeiras. “Até hoje era discussão da minha opinião contra a dos especialistas, sem que se tivesse embasamento teórico”, diz ele. A parceria com a UCS, “com as cabeças pensantes”, como disse Adiló, foi buscada para que tivessem fim as discussões com “pessoas desatualizadas, que ficam dando pitaco”. “Vamos nos desarmar de fanatismos que não levam a lugar nenhum. Mexemos com ambientalistas, alvoroçamos meio mundo na cidade. Nós estrategicamente recuamos. A Anvisa nos disse que faltava um estudo e nós fomos em busca dele. E conseguimos”, explica, satisfeito. O prefeito em exercício Alceu Barbosa Velho concordou com a fala de Adiló. “No interior, nunca vi sujeira embaixo de parreira. É porque alguém

limpou, alguma coisa foi usada”, disse Alceu. “E ninguém morreu por isso”, disse alto alguém que acompanhava a assinatura do convênio. “Só porque é no paralelepípedo não pode? Para contentar todo mundo vamos usar dos recursos que a universidade oferece”, completou Alceu, que considera os R$ 200 mil empregados na pesquisa um investimento, e não um gasto.

Ainda não se definiu qual será o dessecante orgânico utilizado. Entre eles, segundo Adiló, pode estar o Biocras, que já foi aplicado pela Codeca, mas era considerado irregular pela Fepam, ou o EMX, um produto da Amazônia. Alguns cuidados serão tomados durante a testagem, já que há algumas particularidades dos produtos. Por exemplo: a ureia só funciona como herbicida em dias de sol e em deterAs seis formas testadas foram minados horários do dia. O glifosato escolhidas em connão pode ser aplicado junto pela UCS e pela antes da chuva, pois Codeca e, segundo “Mexemos com não terá a mesma efiJoão Osório Martins, ambientalistas, cácia – além de existiengenheiro químico rem divergências entre da autarquia, a quanti- alvoroçamos meio especialistas, sobre o dade de técnicas pode mundo. Nós impacto do agrotóxico aumentar com o an- estrategicamente nos lençóis freáticos. damento do estudo: recuamos”, diz Embora a Codeca “Vamos testar todas as diga que o mesmo cuivariáveis possíveis”. Os Adiló, pedindo dado será tomado para testes serão realizados que se evite todos os testes, a proem áreas diferentes, “fanatismos” fessora da UCS explica mas nos mesmos dias, que as maiores precaupara que passem pelas ções serão destinadas às mesmas condições climáticas. aplicações dos produtos químicos. A pesquisa envolve três professores Com os testes, serão observados o da universidade, entre eles a engenhei- quão tóxicos são os produtos, os resíra agrônoma e coordenadora do curso duos que eles deixam, além de serem de Ciências Biológicas, Luciana Scur. monitorados os riscos ambientais, a Ela explica que as áreas dos testes, que fauna e a flora. Logicamente, a questão ainda não foram definidas, serão pro- financeira também será estudada. “Vategidas da circulação de pessoas: “Por- mos esperar os resultados para avaliar que independentemente de ser fogo, o custo benefício”, diz Adiló, explicansal ou glifosato, qualquer uma terá tes- do que quem definirá a nova forma de te de monitoramento de impacto, cole- capina que limpará as ruas da cidade ta de material e acompanhamento do será a Fepam e a Anvisa. que vai crescer, do que acontece com O estudo é uma espécie de tiro no organismos do solo, então não pode escuro, não se sabe seus resultados, passar pessoas por ali”, afirma. impactos e nada parecido foi feito anQuatro das técnicas consistem em tes no Brasil. “Quem sabe esse estudo diluição em água e pulverização: com sirva para outras cidades”, prevê Adiglifosato, ureia, cloreto de sódio e o ló. “Os outros como estão resolvendo dessecante orgânico. As exceções são eu não sei. Nós queremos servir como a técnica com fogo, que ocorrerá com case, ser pioneiros em mais isso, assim uma espécie de “lança-chamas con- como Caxias tem sido em outros astrolado”, como diz Luciana, e a roçada pectos.” Caso Caxias adote o glifosato, mecânica, método que já é utilizado será a única cidade do Estado a usar o mas nunca passou por estudo. pesticida da Monsanto para capina.

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Caixa de campanha

QUEM PAGA

A CONTA

Assis Melo (PCdoB) R$ 107 mil Germano Rigotto (PMDB) R$ 100 mil Tarso Genro (PT) R$ 100 mil Pepe Vargas (PT) R$ 90 mil

Yeda Crusius (PSDB) R$ 40 mil

José Fogaça (PMDB) R$ 50 mil

Germano Rigotto (PMDB) R$ 30 mil

Yeda Crusius (PSDB) R$ 50 mil

Tarso Genro (PT) R$ 15 mil

Kalil Sehbe (PDT) R$ 30 mil

Alceu B. Velho (PDT) R$ 10 mil

Marisa Formolo (PT) R$ 30 mil

Kalil Sehbe (PDT) R$ 10 mil

Vinicius Ribeiro (PDT) R$ 30 mil

Mauro Pereira (PMDB) R$ 7 mil

Tarso Genro (PT) R$ 25 mil

Ruy Pauletti (PSDB) R$ 25 mil

Assis Melo (PCdoB) R$ 6 mil

Germano Rigotto (PMDB) R$ 15 mil

Alceu B. Velho (PDT) R$ 20 mil

Ruy Pauletti (PSDB) R$ 6 mil

Alceu B. Velho (PMDB) R$ 10 mil

Yeda Crusius (PSDB) R$ 25 mil

Maria H. Sartori (PMDB) R$ 20 mil

Maria H. Sartori (PMDB) R$ 5 mil

José A. Adamoli (PSB) R$ 10 mil

Maria H. Sartori (PMDB) R$ 10 mil

Mauro Pereira (PMDB) R$ 20 mil

Vinicius Ribeiro (PDT) R$ 4,5 mil

Maria H. Sartori (PMDB) R$ 10 mil

Paulo Paim (PT) R$ 10 mil

Paulo Paim (PT) R$ 20 mil

Marisa Formolo (PT) R$ 4 mil

Marisa Formolo (PT) R$ 10 mil

Ruy Pauletti (PSDB) R$ 10 mil

Abgail Pereira (PCdoB) R$ 10 mil

Guiomar Vidor (PCdoB) R$ 4 mil

Pepe Vargas (PT) R$ 10 mil

Vinícius Ribeiro (PDT) R$ 10 mil

Guiomar Vidor (PCdoB) R$ 10 mil

Abgail Pereira (PCdoB) R$ 3 mil

Assis Melo (PCdoB) R$ 5 mil

Pepe Vargas (PT) R$ 70 mil

Marisa Formolo (PT) R$ 7 mil

José A. Adamoli (PSB) R$ 10 mil

José A. Adamoli (PSB) R$ 3 mil

Kalil Sehbe (PDT) R$ 5 mil

Ruy Pauletti (PSDB) R$ 20 mil

José A. Adamoli (PSB) R$ 5 mil

Marcos Daneluz (PT) R$ 10 mil

Daniel Borghetti (PSDB) R$ 2 mil

Mauro Pereira (PMDB) R$ 5 mil

Maria H. Sartori (PMDB) R$ 10 mil

Pepe Vargas (PT) R$ 5 mil

Outros: R$ 755 mil

Outros: R$ 110 mil

Outros: R$ 10 mil

Outros: R$ 5 mil

Outros: R$ 5 mil

1° Marcopolo | R$ 1.487.000

O

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2° Randon | R$ 259.500

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br chapéu dos candidatos caxienses rodou bastante nestas eleições. Segundo a prestação de contas final entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul no dia 2 de novembro, os 27 políticos da cidade que disputaram cargos este ano arrecadaram juntos R$ 5.705.515,70 – valores repassados a candidatos à Presidência só serão conhecidos no dia 30 de novembro. Para isso, naturalmente, bateram na porta das empresas caxienses. Ao todo, 87 delas doaram R$ 3.283.300 às campanhas. Algumas companhias desembolsaram valores que passam da casa dos cinco dígitos, enquanto outras se limitaram a três. As menores contribuíram com pouco para um ou dois possíveis parlamentares. Destas, 53 doaram a apenas um candidato, sempre um político tradicional. O valor mínimo de pessoas jurídicas encontrado nas prestações de contas é de R$ 250. As grandes, obviamente, contribuem com valores mais volumosos, não só para políticos da cidade, mas até de outros estados – na maioria das vezes parlamentares que tinham maior chance de eleição ou que pretendiam renovar os mandatos. Um executivo que já passou por grandes empresas caxienses revela que as contribuições feitas dependem das demandas da companhia. Os interesses são diversos, como apoio em agências e órgãos de financiamento, na área de comércio exterior, licenças ambientais, tentativa de tributação diferenciada e pedidos junto aos órgãos de fazenda (secretaria e ministério). E, segundo ela, as doações não são feitas totalmente de bom grado.

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Cinco grandes empresas de Caxias doaram, juntas, R$ 2 milhões a candidatos da cidade e concorrentes ao Piratini

3° San Marino | R$ 115.000

“Como as empresas têm demandas, acabam fazendo-as através de alguém da região. A companhia tenta falar com os parlamentares que ajudou e normalmente eles conseguem alguma coisa, agendam uma reunião ou ao menos tentam”, relata o executivo. Os políticos não esquecem daqueles que os ajudaram – “provavelmente anotam” – e voltam a visitar as companhias na eleição seguinte. Conforme as contas apresentadas ao TRE, grandes empresas doam para candidatos de diversos partidos. “Muitas vezes, a direção da empresa é simpatizante do PT e acaba doando para outros partidos porque não são somente eles que vão governar. É um movimento muito mais no sentido de saber que determinada pessoa é da região e que a empresa vai conseguir falar com ela na medida em que precise”, acrescenta o executivo. São raros os parlamentares eleitos que visitam as empresas durante o mandato, apesar de geralmente irem às fábricas para pedir a ajuda. As doações são conhecidas pela diretoria – não pelos demais empregados, na maioria das vezes –, mas nem sempre são de consenso de todos da alta cúpula. Outro executivo conta que os anos eleitorais não alteram a programação dos orçamentos da maioria das empresas. Algumas, entretanto, chegam a fazer assembleia com grandes acionistas para decidir os valores e quem receberá doações. “Temos um networking. Se está ajudando determinado político, um empresário liga para o outro. Os políticos não chegam nas empresas sem avisar, usam contatos.” Outros fatores também pesam na hora da escolha de quem receberá a

4° Pettenati | R$ 105.000

5° Voges | R$ 87.000

ajuda. O executivo afirma que as em- pessoas físicas, os políticos também represas verificam a “afinidade” do can- ceberam recursos dos fundos partidádidato com os valores da companhia. rios e de outros candidatos do mesmo “Se o sujeito visitou uma ONG que partido. ajudamos e nos liga pedindo apoio, dizendo que tem a mesma linha de raOs dados divulgados pelo ciocínio, pode conseguir algum valor.” TRE apontam, entretanto, que alguns O volume de recursos destinado pe- concorrentes ainda estão em débito las cinco maiores doadoras de Caxias com suas obrigações eleitorais. Auronesta eleição, como mostra o gráfi- ra de Jesus, Claudemir Biglia (ambos co acima (as barras destacadas sob o do PSOL) entregaram declarações nome dos candidatos indicam a pro- com contas zeradas, e Arino da Rosa porção das contribuições), é exceção. Maciel, Lucas de Souza (também do Grande parte das com PSOL), Ayrton Corrêa empresas – 65, pelas (DEM) e João Carlos prestações de contas – “A companhia Schneider (PTdoB) doou valores abaixo de simplesmente não notenta falar com R$ 10 mil. tificaram o tribunal os parlamentares sobre sua arrecadação Os candidatos que ajudou e e gastos. também apelaram à normalmente eles A resolução n° 23.217 família e aos amigos e do Tribunal Superior conseguem algo, até colocaram a mão Eleitoral (TSE), que no bolso para tentar agendam uma rege o pleito de 2010, conquistar mandatos. reunião”, diz um prevê, assim como a Lei As doações de pessoas executivo 19.504, que candidatos físicas de todos os conque não apresentaram correntes caxienses soas contas ficam sem mam R$ 648.085,33. Germano Rigotto certidão de quitação eleitoral durante (PMDB), José Antônio Adamoli (PSB) o tempo do mandato que pretendiam e Waldemar de Lima (PTB) preferiram ocupar. “Eles não podem retirar ou angariar recursos apenas junto a em- renovar passaporte, fazer empréstimo presas. O candidato do PSB não inves- em bancos públicos ou ocupar qualtiu um centavo em sua campanha, que quer cargo público”, acrescenta o chefe somou R$ 51 mil. do Cartório da Zona Eleitoral CoordeOs comunistas Ivani de Lima e nadora de Caxias, Marcelo Reginatto. Guiomar Vidor conseguiram a maior O calendário eleitoral determina que parte do dinheiro sem recorrer a pes- as contas dos candidatos eleitos no prisoas jurídicas – R$ 9.164 (de um to- meiro turno devem ser aprovadas até o tal de R$ 9.722) e R$ 101.506 (de R$ dia 9 de dezembro. Não eleitos têm um 164.025,10), respectivamente. Ao todo, prazo maior, até 30 de junho do próxios candidatos da cidade gastaram R$ mo ano, quando contribuintes, pessoas 140.070,44 próprios e arrecadaram R$ físicas ou jurídicas já estarão avaliando 648.085,33 com pessoas físicas. Além os investimentos feitos nos parlamende dinheiro próprio, de empresas e de tares empossados.

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Bispado ambiental

O bispo do Xingu dispensou a proteção dos quatro policiais que o acompanham normalmente para palestrar na cidade

PATRIMÔNIO

SAGRADO N

por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

a Amazônia há dois tipos de morte. Morte matada ou morte morrida. Se não são as doenças como malária ou dengue, que assolam a região, morrese assassinado. É o que diz Dom Erwin Kraütler, 71, bispo do Xingu, que vive em Altamira, no Pará. Dom Erwin não tem medo de falar o que pensa. Já falou tanto e incomodou tanta gente, que hoje precisa estar 24 horas por dia escoltado por quatro policiais. Os seguranças só não o acompanharam em Caxias do Sul, por onde teve uma passagem rápida na noite abafada de segunda-feira (8), em palestra para o curso de Teologia da Catedral. Não havia espaço suficiente no auditório da Católica Domus para ouvir o que Dom Erwin tinha para falar. “Em 18 anos de curso nunca vi esse auditório tão lotado”, espantou-se o padre Leomar Brustolin. Por mais de uma hora, o público compreendeu que os problemas da Amazônia ultrapassam o desmatamento desenfreado que ouvimos falar. Alto e esguio, Dom Erwin fala com sotaque de quem não tem o português como língua materna. “Como se diz...?”, questiona antes de mencionar algumas palavras. Nascido na Áustria, Erwin embarcou para o Brasil em 1965. “Toda a minha vida está no Xingu”, diz o bispo, que foi diretamente para Altamira, cidade cortada pela Transamazônica desde o início dos anos 70, a. Foi durante a construção da rodovia, defendendo os canavieiros que não recebiam pagamento há nove meses, que o padre presenciou a maior demonstração de apoio dos trabalhadores. “‘O bispo está ajudando, então o bispo vai preso’, disse a polícia.

Fui jogado no chão, humilhado diante do povo. Até que as pessoas gritaram: ‘Larga ele! Ele é o nosso bispo’”, conta Erwin. Anos mais tarde, ele denunciou casos de abuso sexual de meninas de Altamira: “Eram pessoas abastadas que pegavam meninas na porta do colégio. As mães foram na polícia e eles nem registraram as queixas. No Brasil, existe um ditado: ‘Quando não tem mais jeito a gente tem que se queixar para o bispo’. E o bispo sou eu. Então abri o trombone”, conta Erwin, que prestou depoimento contra os abusadores. “Fui para a televisão, onde chamei todos aqueles homens de monstros, por terem destruído a vida de meninas de 12 anos.” Mas a principal luta de Dom Erwin sempre foi pelas comunidades indígenas, que, segundo ele, vivem sem nenhum tipo de assistência: “O povo indígena faz parte de um capítulo triste da Amazônia. Para quem acha que a igreja tem culpa no cartório, digo que não adianta lamentar séculos passados e jogar pedra em missionários. Temos que defender os índios hoje”, afirma o bispo, que é presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cujo lema é “A causa indígena é de todos nós”. Erwin costuma dizer que defende um povo que não tem onde cair morto. Um povo que não tem ninguém mais que fale por eles. Uma grande amiga sua, que também lutou pelas mesmas causas, foi a irmã Dorothy Stang. “Lembro quando ela chegou, dizendo que queria trabalhar entre os povos mais pobres. E eu fiz um discurso para ela, disse que pobreza não tinha nada de romantismo, que ela não ia aguentar. E ela aguentou. Até o dia 12 de fevereiro de 2005, quando foi barbaramente executada”, conta Erwin. “Dez dias antes de morrer, eu disse para ela

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Erwin Kraütler viajou 3,6 mil quilômetros para falar em Caxias do Sul sobre preservação do ambiente que ela corria risco. E ela me respon- cessos de inconstitucionalidade na Jusdeu: ‘Quem vai querer matar uma se- tiça envolvendo Belo Monte, conforme nhora de 73 anos’?”. Erwin. O presidente Lula afirmou para O assassinato brutal da irmã Do- a Agência Estado, em abril deste ano, rothy, assim como a morte de outros que o governo assumirá a construção religiosos que conviveram com Erwin, da hidrelétrica sozinho, por meio das foram, para ele, os momentos mais di- estatais, se for necessário. “Estive no fíceis. “São fatos que aconteceram. Não gabinete do presidente Lula duas vezes, conto para espantar”, onde o advogado dizia diz, ao ver a plateia da para ele que o projeto é palestra em profundo “Dez dias antes inviável”, conta. silêncio. Toda noite an- de morrer, disse Um grande problema tes de dormir, o bispo, para ela que ela é que a hidrelétrica afeque denuncia a atuatará 1/3 do município corria risco. Ela ção de latifundiários, de Altamira, que é a cigrileiros, madeireiros disse: ‘Quem vai dade central do Xingu. e fazendeiros, agradece querer matar “Tem 110 mil habitanpor mais um dia vivo. uma senhora’?”, tes em Altamira. Com E diz não ter receio de construção teria que conta Erwin sobre atransferir ter o mesmo destino de 30 mil pessoDorothy Stang irmã Dorothy: “A gente as da cidade. E elas vão não pode viver eternapara onde?”, questiona mente com medo”. Erwin. “O governo diz que nenhuma área indígena, cujo povo Nos 45 anos em Altamira, Erwin vive na beira do rio, que vive de peixe, engajou-se fortemente nas causas am- será ocupada. ‘A gente vai dar um jeibientais. “Se nós não respeitamos o to’, diz o governo. Só que até hoje não mundo que Deus criou estamos fada- avisaram que jeito vão dar”, completa dos a desaparecer desse planeta”, ad- o bispo, alegando que ao contrário do verte. Ele ganhou, neste ano, o prêmio que dizem – que a Belo Monte é a única Right Livelihood, conhecido como o – há mais quatro hidrelétricas planejaPrêmio Nobel Alternativo, pela dedi- das para o Xingu. “Belo Monte é vendicação a favor dos direitos ambientais do como um projeto contra o Apagão. da região amazônica. “Em 1965 eu via Muitos têm medo de perder novela das mata virgem, Amazônia intacta. Não 8, de perder o chuveiro quente. Porque defendo que a gente não deve usar isso é a coisa mais importante para alriquezas da Amazônia, só acho que guns”, diz Erwin. como foi feito é um crime. E o crime O desmatamento necessário para a continua. Os projetos para a Amazônia construção da terceira maior hidresão arrasadores”, diz. létrica do mundo, segundo o bispo, O projeto mais arrasador, contra o afetará muito mais do que o Xingu: “A qual Erwin luta há 30 anos, é o da hi- gente pensa que aqui em Caxias isso drelétrica Belo Monte, que será cons- não vai nos atingir. Mas quem pensa truída no Rio Xingu. Ela será a maior assim está redondamente enganado. A hidrelétrica do Brasil e a terceira maior Ciência comprova que o clima de todo do mundo. O empreendimento apre- o Brasil será alterado se a Amazônia senta irregularidades, e afetaria as continuar a ser desmatada. Será que terras indígenas da região. Há 15 pro- podemos nos calar?”. 13 a 19 de novembro de 2010

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Tacada certeira

Ruy Reinert Jr., presidente do Caxias Golf Club: “Os melhores greens do Brasil estão aqui. As condições são espantosas”

ARISTOCRÁTICO E DEMOCRÁTICO

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por FELIPE BOFF felipe.boff@ocaxiense.com.br

ob o sol radiante da manhã, Ruy Reinert Jr. passa o protetor labial, como nos tempos de surfista. Em seguida, ajusta a viseira branca na cabeça, como nos tempos de tenista. Mas os tempos são outros, e Ruy agora é golfista. “Como tenista, aos 45 anos eu já estava ficando sem condições de jogar com os mais novos. O golfe não exige um preparo físico tão exuberante e, na minha idade, tu voltas a progredir fazendo esporte”, explica o médico de 56 anos. Ruy é, na verdade, um pouco mais do que um golfista. É o presidente do Caxias Golf Club. Está elegantemente vestido, à altura do cargo e da ocasião. Naquele domingo (7) disputa-se a última etapa do Torneio Presidente, iniciado na véspera. Com sete anos de experiência no golfe, Ruy progrediu bastante. “Acho que é o melhor sênior do Estado”, observa o instrutor do clube, Luis Alberto Machado Silveira, o Baca. O presidente tem um dos melhores handicaps entre os participantes, dá nome ao torneio e joga em casa (mais em casa do que a maioria, como se verá adiante). Ao que tudo indica, é um dos

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favoritos ao título. Ou não. Porque o golfe tem essa sutileza, o tal do handicap. O handicap é uma média do desempenho de cada jogador nas últimas partidas, de acordo com o número de tacadas que ele precisou para finalizar os 18 buracos do campo. Quanto menor o handicap, melhor o jogador. Só que esse número é descontado na pontuação final do torneio. Assim, um golfista com handicap alto que consiga baixar bastante sua média pode vencer um mais qualificado que não teve a felicidade de repetir seu nível de jogo. “Tu tens condições de jogar contra um Guga do golfe, por exemplo. Teu adversário é tu mesmo. O teu objetivo é vir aqui e jogar melhor do que na vez anterior”, explica o capitão do clube, José Luiz Guedes. O capitão, segundo Guedes, equivale a um diretor de futebol do clube. Aliás, muitas outras analogias podem ser feitas entre o pouco popular golfe e o popularíssimo futebol. No estacionamento de terra do Caxias Golf Club, em Fazenda Souza, os carros não são muito mais luxuosos do que se vê ao redor de algumas quadras sintéticas

Esporte para todas as idades, o golfe quer se tornar popular em Caxias

de futebol sete nos finais de semana. gente que fica absolutamente nervosa, E o golfe parece padecer de um mal de uma forma bizarra”, relata o presicostumeiro em qualquer pelada. “Ele dente. Os momentos de irritação são me disse que vinha”, diz um golfista, raros, mas acontecem. Especialmente comentando a ausência de um colega. em torneios. “É, mas acho que ele foi para a noite ontem e não acordou”, especula outro. Ruy está na última turma a A diferença é que não se precisa de cin- avançar sobre o campo na manhã de co, sete ou 11 jogadores para cada lado. domingo. O torneio é disputado asCom um só golfista, sai sim, em grupos de três jogo. ou quatro jogadores, O golfe também tem “Tu tens alinhados por seus hanbolão entre os partici- condições de dicaps – os melhores pantes. O Torneio Pre- jogar contra um ficam para o final –, sidente é precedido por que vão explorando um Guga do golfe, um, a R$ 20 por cabepercurso de coxilhas ça. “É uma brincadeira, por exemplo. Teu entremeadas por lagos, só para dar estímulo”, adversário é tu bunkers de areia (aporconta Guedes. Com a mesmo”, enfatiza tuguesados para “banbola rolando, porém, cas”, no jargão dos golGuedes, capitão o jogo fica sério. Cada fistas), fatias de mato e golfista é avaliado taca- do clube outras armadilhas. O da a tacada. A cada buseleto grupo do presiraco, anota-se em um dente inclui um admicartão o escore do jogador. “Quando nistrador de empresas de meia-idade, bota o cartão no bolso, o bicho pega”, Luiz Zamboni Neto; um universitário diz Ruy. É aí que para os mais exaltados com um reluzente brinco na orelha esa bela paisagem some da vista, a sua- querda, Rafael Rosati; e um funcionáve cantoria dos passarinhos soa como rio do clube, também jovem, Sidnei da ruído e a cordialidade habitual dos ad- Silva. Além de Sidnei, que todos chaversários não serve de consolo. “Tem mam pelo apelido de Negão, um outro

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nha. Entre eles, Ruy.

“Se tu prestares atenção, isso aqui é um paraíso ecológico.”

O presidente caminha pelo campo com a familiaridade de quem Chegar ao paraíso, ou pelo passeia pelo próprio jardim. De fato, menos frequentá-lo no tempo livre, não está longe disso. Ruy pretende custa R$ 330 mensais no Caxias Golf construir uma casa na encosta atrás Club. “O que tu gastas para jogar goldo green do buraco 5. É que o Caxias fe, tu gastas para jogar tênis. Um equiGolf Club é também um condomínio, pamento de golfe dá mais ou menos o em que os sócios podem ser donos de preço de duas raquetes. A roupa é a do terrenos – alguns mais próximos do dia a dia. E a mensalidade custa um campo, outros com vista para a Barra- pouco mais do que a de um clube tragem do Faxinal. dicional”, compara Ruy, apresentando Por ora, o presidente contenta-se em um argumento poderoso. Quem quiser ser anfitrião apenas no campo. A cada agendar aulas pode frequentar o clube passo, destaca suas qualidades. “Os como sócio durante seis meses. Se gosmelhores greens do Brasil estão aqui. tar, continua. E as chances são grandes, As condições da bola rolar na grama reforça o instrutor Baca: “Cerca de 90% são espantosas.” Do platô de saída do dos que começam a aprender ficam no buraco 4, de onde se enxerga boa parte golfe. Este esporte é uma cachaça. Vido campo – e também cia mais que futebol”. um pedaço do Faxinal O aristocrático golfe, –, Ruy admira a vista “Este clube fazem questão de diantes de dar mais uma vai ser uma zer seus praticantes, é tacada firme com o também o democrático das grandes drive. “É um dos bugolfe. “Tem pessoas joracos mais lindos do áreas de gando com 80 e poucos país. À direita, está preservação anos, algo que em outro nascendo uma painei- de Caxias.Isso esporte não dá”, lembra ra. À esquerda, plantaNo golfe, as muaqui é um paraíso Baca. mos um flamboyant”, lheres podem jogar junecológico”, diz o orgulha-se. to com os homens. IniO cuidado com o presidente Ruy ciantes podem disputar meio ambiente é um com veteranos. E um tema caro ao presidenhumilde funcionário do te. Nas caminhadas entre cada buraco, clube, conhecido por todos como Neele vai pontuando isso. “Aqui, onde gão, pode vencer o adversário que trata fizemos o campo, era tudo lavoura.” sempre por “Doutor Ruy”. Foi o que fez “Este clube vai ser uma das grandes Sidnei da Silva, campeão do Torneio áreas de preservação de Caxias do Sul.” Presidente 2010. André T. Susin/O Caxiense

empregado desfruta dessa condição de tacadas, fazê-la chegar ao green, o exísócio-atleta, que os permite disputar os guo terreno em torno do buraco, acartorneios internos e figurar no ranking petado com uma grama miúda e rala. da federação gaúcha. “São os melhores O green equivaleria, no futebol, ao que jogadores do clube”, avisa Ruy, embora os narradores antigos chamavam de tenha handicap levemente melhor que “zona do agrião”. É a pequena área, o o de Sidnei. lugar dos lances decisiNo platô do buraco vos, a marca do pênalti. 1, Ruy veste a luva na É lá que os golfistas pe“A sensação é mão esquerda e finca gam o putter, o taco de o tee (pino de plástico muito legal. A maior precisão, para emque serve de suporte à adrenalina vai bocar a bola. Dentro do bola de saída) na gra- a mil. É como green, a bandeira que inma da variedade Berdica a localização exata se estivesse muda, especial para do buraco é retirada. Aí golfe. Canta o nome e nascendo o teu os golfistas se agacham o número de sua bola filho”, descreve atrás da bola e espremem para a organização Baca, que já fez os olhos, tentando calcudo torneio (cada bola lar o grau de inclinação três hole in one precisa ter uma idendo terreno, a distância tificação, às vezes um do buraco, a força necessinal feito com uma sária para chegar até ele. caneta especial, para se diferenciar das No green do buraco 7, Sidnei faz demais), pega o drive (um taco longo valer seu conhecimento do terreno. e leve, de base gorda) e ensaia duas ou Acerta a bola no buraco de uma distrês vezes o swing (o movimento da tância razoável, cerca de dois metros. tacada) rente à bola. O golfe, cuja ori- “Isso que dá cortar a grama do green gem é mais comumente atribuída aos todo dia”, brinca Zamboni, elogiando escoceses, é mesmo de enrolar a língua Sidnei. Uma boa jogada, mas nada perdos seus praticantes. Mas a habilidade to de um hole in one, que é quando o da pronúncia em inglês está longe de golfista faz a bola com uma só tacada, a ser atributo obrigatório. Na verdade, centenas de jardas. “A sensação é muipoucos golfistas dão importância a esse to legal, uma das melhores possíveis. A detalhe. adrenalina vai a mil. É como se estivesse nascendo o teu filho. O único ruim Com um golpe veloz, Ruy acerta é que depois tem que pagar o churrasa bola, num estampido seco, arremes- co para os outros golfistas”, descreve o sando-a mais de uma centena de jardas profissional Baca, pai orgulhoso de três morro acima – uma jarda mede 0,9144 hole in one. No Caxias Golf Club, sete metro. O objetivo é, com mais algumas golfistas já comemoraram essa faça-

Sidnei da Silva, o Negão, empunha o drive para dar a saída em um dos buracos mais bonitos do Caxias Golf Club

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Crônica de uma inauguração anunciada

A NOVIDADE

É BRANCA D

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por PAULA SPERB paula.sperb@ocaxiense.com.br

ois homens com uniformes verdes caminham pelo segundo andar do San Pelegrino Shopping na tarde de terçafeira (9), um dia após a inauguração apenas para convidados. O da direita olha para baixo, analisa o piso translúcido da passarela entre o centro e a parte externa do andar, e avisa: “Quero atravessar isso aí.” O da esquerda balança afirmativamente a cabeça com um sorriso sinuoso de explorador. A dupla inicia a travessia observando a sincronia dos quatro pés. No andar inferior, um grupo de senhoras de óculos olha para cima com a mesma admiração de turistas conhecendo a Estátua da Liberdade ou a Torre Eiffel. Mas o que elas enxergam são solas pretas dos sapatos da dupla que transita pelo passadouro. Eles não são os primeiros a pisar no chão diáfano, elas não são as primeiras a perceber que era possível enxergar os passos de quem caminha pela passagem. Mesmo assim, tudo é novidade para quem entra no San Pelegrino pela primeira vez. “Aqui tudo é confortável, planejado”, analisa uma jovem enquanto admira vitrines das poucas lojas abertas – apenas 44 de 115 estão funcionando – e logo muda de assunto com as amigas. Na entrada do shopping, quatro guris de tênis e boné estavam agitados naquela tarde chuvosa; aquela inquietação juvenil com risinhos, empurrões, que provoca irritação nas professoras de ensino médio. “O Iguatemi não tem

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escada rolante, né?”, compara um deles em direção à escada com as laterais espelhadas que conduz à parte superior. O San Pelegrino tem 16 escadas rolantes. No primeiro dia de funcionamento para o público, o que mais se via no shopping eram estudantes de uniforme, muitas senhoras e os próprios funcionários das lojas conhecendo o empreendimento. As mulheres recebiam gérberas vermelhas; adolescentes, balões com a marca da Renner. Os balões foram conduzidos pelo shopping, mas as gérberas se despedaçaram pelos corredores e muitas foram abandonadas nas lixeiras, no chão, no banheiro. “Feel the air” informa o adesivo do secador de mãos ao lado das pias brancas do banheiro. O ar quente causa um efeito na pele parecido com o vento que bate do rosto de um paraquedista. Impressiona. Mas às 15h da tarde, o banheiro está sujo e há uma montanha de papel higiênico na cabine do sanitário, onde não há lixeira. Visão diferente da noite anterior, quando tudo havia sido planejado, mesmo com pressa e atraso, para parecer impecável. Vinho tinto, branco, aperitivos, champagne, música ambiente e um telão com vídeos de modelos glamourosas vestindo algumas das grifes que serão encontradas no shopping. Mulheres impecavelmente maquiadas, com bandage dresses, sapatos parecidos com os desenhados pelo idolatrado Christian Laboutin, circulavam em grupos com bolsas Victor

San Pelegrino inaugura incompleto, mas infla otimismo na cidade que já temia um novo “elefante branco” Hugo, que não estão à venda no San abafado, distorcido, ecoa pelo gigante Pelegrino, somente no Iguatemi, ou arquitetônico. A luz é embaçada, talvez de braços dados com os companhei- pelos últimos resquícios da poeria das ros lacônicos escutando a euforia com obras. as lojas como Carlos Miele (que ainda não abriu), MissMano, Scapularium e A primeira data anunciada Armazém Mulher. para inauguração do San Pelegrino era Na tarde de terça, a euforia das mu- 30 de setembro. Teve lojista que se prelheres era com a até enparou para abrir nesta tão inédita em Caxias data. Estoque de prodo Sul Lojas America- Na inauguração dutos, obra interna finas. Havia fila no cai- telão exibia nalizada, funcionários xa, assim como havia imagens de treinados e contratafila para o champagne dos. O resultado foram na noite anterior. Fun- grifes, mulheres 40 dias com comércio cionárias tiravam fotos comemoravam parado pelo atraso da do primeiro dia de tra- novas marcas estreia do shopping balho. Bolsas e sacolas e havia fila que sofreu uma série cheias se chocavam de embargos gerando entre as prateleiras que para pegar dúvida sobre sua aberofereciam DVD do fil- champagne tura ainda neste ano. me Pulp Fiction, do Mesmo assim, o clidiretor Tarantino, a R$ ma é de otimismo em 12,99, DVD do documentário Tiros tudo que envolve o San Pelegrino Shoem Columbine, de Michael Moore, pping. No banheiro feminino, funcioque recebeu 36 prêmios internacionais, nárias de diferentes lojas trocam dicas a R$ 9,99 e promoção de absorventes de atendimento e beleza. “Pode passar femininos, compre 3 e leve 4. “.... Que a base por todo o rosto, menos aqui ó”, hoooooje eu te amo, não vou negar.... aponta para a parte inferior dos olhos que ooooooutra pessoa não servirááá”, a mulher que compartilha o truque de canta e toca um trio de voz, teclado, maquiagem. “Oi! Vim aqui conhecer acordeão dentro das Americanas. Mui- minhas vizinhas”, exclama uma jovem tas mulheres que escolhem enfeites e que trabalha em uma loja próxima. O presentes para o Natal conhecem o re- discurso dos lojistas é focado nos nefrão da dupla Victor & Leo, mas não gócios, mas expressa a mesma alegria. batem palmas quando a música acaba. Todos apostam no San Pelegrino como A atenção está toda voltada às promo- um empreendimento que eleva o status ções. Sair das Americanas para o cor- de Caxias do Sul, oferece novos serviredor do shopping é como estar em um ços, lojas, empregos e desenvolvimento ginásio de piscina coberta. O som fica – a cara da cidade.

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“O poder da mídia eletrônica é absoluto”

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O Caxiense entrevista

Vencedora do Prêmio Jabuti, a psicanalista Maria Rita Kehl, que teve sua coluna cancelada pelo jornal O Estado de São Paulo, critica monopólio dos veículos de comunicação

“A mídia de rádio e televisão é tão poderosa que se os deputados propusessem uma revisão séria das concessões nunca mais seriam eleitos”, acredita Maria Rita

O

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br artigo de maior repercussão de Maria Rita Kehl veio anos depois de a psicanalista ter deixado o jornalismo. No dia 2 de outubro, véspera do primeiro turno, O Estado de São Paulo publicou Dois pesos..., artigo sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Quatro dias depois, a coluna quinzenal de Maria Rita foi cancelada. Nos anos 70, a psicanalista foi editora do Movimento, jornal que, ao lado de O Pasquim, fez oposição à ditadura militar. Maria Rita esteve em Caxias no dia 5 de novembro em palestra na UCS, um dia após ter recebido o Prêmio Jabuti na categoria Melhor Livro de Educação, Psicologia e Psicanálise por O Tempo e o Cão – a Atualidade das Depressões. A entrevista para O Caxiense, no entanto, foi concedida por telefone no dia 9. E não teve nada de democrática. A psicanalista questionou a posição ideológica do jornal após ler as matérias sobre os comícios de Dilma e Serra nas edições 47 e 48. Pediu para receber as perguntas antes por e-mail, limitando-as a cinco. E, por telefone, advertiu o repórter quando este tentou fazer outras questões. A senhora foi jornalista durante a ditadura militar e por algum tempo depois, antes de trabalhar com psicanálise. Como essa experiência influenciou sua carreira na psicologia? Na verdade meu trabalho com o jornalismo não influenciou em nada minha carreira na psicologia. Eu já era psicóloga formada nos anos 70 e não queria trabalhar com psicologia, não me interessava pelo que eu via do campo na época. Me tornei jornalista por-

que me interessava em escrever e pela conjuntura política. Eu queria participar da luta política da minha geração e achava que era um modo de intervir, não sei se é essa a palavra, naquela conjuntura. Mas não fui para a luta armada, não tinha coragem para isso e talvez não acreditasse muito. Quando eu comecei a fazer análise pessoal é que entendi o poder transformador e libertador da psicanálise. Aí é que de fato eu comecei a estudar mais, fazer supervisões e buscar uma formação para me tornar analista. A senhora relaciona o prêmio Jabuti com o incidente com O Estado de São Paulo? Eu espero que não, sinceramente. Acredito que a comissão já até tinha escolhido o prêmio da categoria quando aconteceu o incidente com o Estado. Espero realmente que o prêmio tenha tido mérito próprio e não escolhido por uma conjuntura política. Quais as consequências da estratégia de desqualificar o voto de pessoas mais pobres, assunto do artigo que causou sua demissão do Estadão? Ainda há preconceito de classes no Brasil? É evidente que sim. Não só nesse assunto da desqualificação dos votos dos pobres, também há o preconceito de classe que se alia ao preconceito, digamos, regional. Como se aqui no Sudeste estivessem as pessoas esclarecidas, cidadãs. E no Nordeste, por exemplo, principalmente no interior mais pobre, estivessem as com menos cidadania. Recentemente em São Paulo, uma menina, Mayara, publicou no Twitter que cada paulistano que encontrasse um nordestino faria um favor a São

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Paulo se o afogasse, uma coisa muito nhum projeto de governo. O controle barra pesada. Mas acho que isso não é seria se o Congresso, no momento de consequência de desqualificar o voto renovar uma concessão, de fato examidos pobres, o certo é dizer que isso é nasse se a família Marinho, Abravanel, a causa. A consequênSaad etc. cumpriu ou cia seria a derrota da não com as obrigações Dilma, a candidata “Não fui para a impostas pela Consdo Lula. Certamente, luta armada na tituição. Mas a renodesqualificar o voto ditadura, não vação é automática, a dos mais pobres pode ponto de pensarmos ter ganho alguns vo- tinha coragem que as faixas que explotos para o candidato para isso e ram são dessas famílias. do PSDB, pessoas que talvez não Por que o congresso dizem “Eu não vou acreditasse não faz isso? Porque a votar com esses pé de mídia de rádio e televichinelo que estão com muito”, conta são é tão poderosa que o voto comprado.” Mas Maria Rita se os deputados propua consequência princisessem uma revisão sépal não aconteceu. ria da Globo, por exemplo, nunca mais seriam eleitos. Não Os projetos de controle social da mí- aparecem mais na televisão e acabou. dia são necessários ou a escolha da O poder dessa mídia é absoluto, mas população em se informar através de o instrumento de controle já existe na um ou outro veículo já é suficiente? mão da sociedade. Claro que, infelizmente, não há muitos outros veículos. A grande imprensa Depois da reaproximação com o jorpertence a algumas famílias há muito nalismo através de sua coluna no Estempo. Como disse o Muniz Sodré (co- tado de São Paulo, a senhora pretenlunista do Observatório da Imprensa), de voltar a assinar textos em veículos não é nem uma questão de grandes impressos? Você está chateada com o empresas, é uma questão patrimonial: jornal? famílias que possuem há muito tempo Não fiquei chateada com o jornal, os meios de comunicação no Rio, São mas com o editor que me demitiu – Paulo, Rio Grande do Sul etc. A popu- que certamente fez isso a mando da lação não tem muito como se informar chefia do jornal. Não se pode chamar através de outros veículos. De vez em o que aconteceu de demissão, eu não quando surgem jornais menores, in- era contratada pelo Estado, foi o candependentes – talvez O Caxiense seja celamento de uma coluna para qual eu um deles, não tenho certeza se é um recebia como autônoma. Evidente que jornal independente, pelo menos é um fiquei chateada, mas não no sentido de jornal menor. O mais importante con- que nunca mais escrevo. Não pretendo trole social da mídia, que é o controle neste momento, no final do ano, comedos meios eletrônicos, rádio e televi- çar uma coluna em outro lugar. Mas, são, não é exercido no Brasil. Para ele vou voltar a escrever se alguém me não é preciso nenhum conselho, ne- convidar sem nenhum problema. 13 a 19 de novembro de 2010

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Cristiane Marcante | O Pensador |

O estilo cubista/pop art de Cristiane Marcante, aqui mais cubista, faz uma releitura do ícone O Pensador. Intensa nas cores, a tela cria uma imagem mutante. Dobras, relevos, cubos. O Pensador é origami; pensamento é quebra-cabeças, colcha de retalhos; arte é labirinto. No mês passado, a obra foi premiada no XX Salão Internacional de Artes Plásticas do Proyecto Cultural Sur/Brasil, em Bento Gonçalves.

roberto bolaño, sonhador de desertos

por MARCO DE MENEZES

Mãos de alvaiade, pés de alicate alemão, o dorso de um corvo e o ventre de um potro ou de um bombo legüero. e não há cabeça, somente um livro suspenso por um prendedor em um cordel, flutuando na secura de Sonora. eu caminho sobre o abismo de telhados, nos olhos um jaspe furtado de um quadro de Balthus. aqui neste quarto – de pensão ou de hospital, pois já não sei – leio as tuas duzentas mil páginas, que me aterrorizam e enternecem. és um enterrado vivo, entre coisas vivas, ligustres, línguas de outras, planárias, e acabo de reconhecer tua sombra em uma calçada de Bucarelli, em México D.F. Este tipo de probablemente soy yo, se dijo en el sueño, pero no le dio ninguna importancia y la imagen se apagó. Poesia publicada no livro Fim das Coisas Velhas (2009, Modelo de Nuvem), indicado ao 16° Prêmio Açorianos de Literatura .

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Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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Cultura regional

Com 10 hectares, Parque de Rodeios Vila Oliva, oferece área para churrasco, canchas para provas, restaurante e galpão para 70 pessoas

Tradição

a galope O por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

ano era o de 1995. A euforia da conquista do tetracampeonato mundial de futebol no ano anterior e as mudanças implantadas pelo Plano Real resultaram em otimismo para o futuro. O clima de esperança contribuiu para o resgate da cultura e da história de um povo. Foi com este sentimento que um grupo de moradores do distrito de Vila Oliva, distante 30 quilômetros do centro de Caxias do Sul, resolveu criar um espaço destinado a perpetuação da cultura gaúcha. “A princípio, o parque foi feito como forma de incentivo para nossos filhos seguirem com o tradicionalismo. Com o tempo ele foi direcionado para a realização das festas, e hoje chegamos ao tamanho em que se encontra”, conta Solimar Daneluz, que meses depois viria a se tornar o Patrão do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Parque de Rodeios Vila Oliva. O distrito rural, com cerca de 1,5 mil moradores, tem como principal atividade o plantio de ameixa, maçã, caqui e pêssego. Na época da colheita a população local cresce com a chegada de aproximadamente 800 novos trabalhadores temporários. A movimentação de recrutamento e dispensa de mão de obra ocorre diversas vezes por ano, conforme especificidades das frutas cultivadas. Mas são nos quatro dias do mês de novembro que são registrados o maior aumento demográfico da região, há mais de uma década. Solimar conta que são esperados pelo menos 30 mil visitantes na 16ª Festa Campeira que iniciou na última quin-

ta (11) e segue até domingo (14). Devem participar ativamente das provas de laço, gineteada e rédeas mais duas mil pessoas, entre elas Ivan Vargas, 63 anos, morador do distrito de Vila Seca. Ivan já se aposentou da lida diária com o gado. Aos 14 anos, aprendeu a usar o laço pela primeira vez. Hoje, demonstra sua habilidade somente nos rodeios e festas campeiras da região. Nesta edição da Festa Campeira,e irá participar das provas de laço e tentará levar mais alguns troféus para casa. “Tenho um ‘cantão’ onde deixo os troféus. Também tenho uma sala cheia e mais outros espalhados pela cozinha e por toda a casa”, conta com orgulho sobre suas conquistas. Para competições deste final de semana, o aposentado de fala calma e simplória se mostra esperançoso de novos títulos. “Tenho andado com sorte ultimamente. No rodeio de Garibaldi ganhei quatro prêmios dos primeiros lugares”, lembra. Um dos concorrentes de Ivan Vargas também é um colecionador de troféus. O atual prefeito em exercício – no comando da prefeitura até exatamente o final da Festa, no domingo – e coordenador geral da festa, Alceu Barbosa Velho, competirá com Ivan na prova em que pais e filhos trabalham juntos na cancha para laçar o gado. Alceu e o filho Eduardo foram campeões em 2008 e vices em 2009. “Neste ano vamos lutar para recuperar o título”, avisa ele. Alceu sempre foi um dos grandes incentivadores do tradicionalismo em Caxias e participa ativamente de todos os eventos. Ele destaca que pelo fato desta festa campeira ser realizada lon-

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Com entrada e estacionamento gratuitos, 16ª Festa Campeira contempla a lida no campo, provas de laço, missa crioula e confraternização no distrito da Vila Oliva ge dos centros urbanos, ela obtém uma maior autenticidade, oferecendo assim o que denomina como ‘ar do campo’.

nibiliza uma estrutura com banheiros, chuveiros com água quente, área para churrasco, duas canchas para as provas campeiras, restaurante e um galpão A distância da cidade é um di- para 70 pessoas. ferencial da Festa para o coordenador Para Ricardo Daneluz, um dos orgada 25ª Região Tradicionalista (RT), Jó nizadores, duas outras características Arse, . “É quase uma fazem da Festa Camreprodução verdadeipeira de Vila Oliva um “O Parque foi ra. Ela ocorre a céu evento singular, a cavalaberto e no seu espaço feito como gada e a missa crioula. natural”, explica. Mas forma de A cavalgada com uma a distância também comitiva de 100 particiincentivo para pode prejudicar. “Aqui pantes parte de Fazenda (cidade) tu embarca no nossos filhos Souza às 11h de dominônibus e logo se che- seguirem com o go. A missa crioula está ga no evento. Lá (Vila tradicionalismo”, marcada para ocorrer Oliva), não. Ela é mais às 11h deste sábado. O conta Solimar focada para as pessoas padre Ernesto Camerida região. Se conse- Daneluz ni, auxiliar da Paróquia guirmos colocar de 10 Nossa Senhora de Caa 15 mil pessoas estou ravaggio de Ana Rech, muito satisfeito”, contemporiza, apesar será o responsável, ao lado do padre de a estimativa de público total ser o Dirceu Rigo, pela celebração. A batina dobro. é substituída por bombachas, camisas, lenços vermelhos e botas. Camerini Para atrair o público urbano, explica que a linguagem do discurso a programação oferece atrações artís- também sofre adaptação mas sem muticas. São três grupos renomados da dar o conteúdo da missa. “Ao invés de música tradicionalista: na noite de falar de ‘Deus’, eu digo ‘Patrão do Céu’”, sexta, João Luiz Corrêa, ex-integrante exemplifica o padre. Apesar de não se do Tchê Barbaridade, foi responsável considerar a pessoa mais indicada para pelo baile; no sábado será a vez do realizar esta atividade, Camerini já regrupo Os Tiranos; e no encerramento aliza a função há três anos. da festa, no domingo, a dupla César O clima deve ajudar a 16ª Festa Oliveira e Rogério Melo tocará músi- Campeira ter o sucesso desejado. “No cas que remetem ao cotidiano da vida ano passado choveu todos os dias e campeira. Para incentivar ainda mais também caiu um temporal. Neste ano a vinda do público, a entrada, estacio- o tempo estará bom”, espera o patrão namento e espaço para acampamento do CTG, Solimar Daneluz. O tempo são gratuitos. Além disso, o parque, será favorável, sim, se o “Patrão do que tem cerca de 10 hectares, dispo- Céu” quiser. 13 a 19 de novembro de 2010

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Guia de Cultura

por Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis

Alex Barbosa, Divulgação/O Caxiense

Carina Pasqual, Divulgação/O Caxiense

guiadecultura@ocaxiense.com.br

A bailarina e atriz Jéssica Pistorello protagoniza o infantil Ali-se...aqui ou acolá, dirigido por Márcio Ramos e Tefa Polidoro. 14 Bis toca no Teatro São Carlos

CINEMA

l Atração Perigosa | Policial. 14h20, 16h50, 19h20 e 21h50 | Iguatemi Ladrão tem a vida modificada ao se apaixonar pela gerente de um banco, feita refém durante um assalto de sua quadrilha. De e com Ben Affleck. 16 anos, 125 min., leg.. l Jackass (3D) | Comédia. 18h e 22h | Iguatemi Johnny Knoxville e companheiros aprontam mais daquelas façanhas de desocupados que sempre envolvem escatologia acentuada. Dirigido por Jeff Tremaine. 18 anos, 94 min., leg.. l Muita Calma Nessa Hora | Comédia. 13h40, 16h20, 18h50 e 21h10 | Iguatemi Três amigas passam por momento desafiador na vida e resolvem passar o fim de semana na praia. No caminho, dão carona a uma hippie e as situações engraçadas começam. Dirigido por Felipe Joffily. 12 anos, 92 min.. l Red – Aposentados e Perigosos | Ação. 13h50, 16h10, 19h10 e 21h40 | Iguatemi Aposentado da CIA corre risco de ser apagado em queima de arquivo, então recorre à antiga equipe. Dirigido por Robert Schwentke. Com Bruce Willis, Morgan Freeman, John Malkovich e Helen Mirren. 12 anos, 105 min., leg.. AINDA EM CARTAZ – Atividade Paranormal 2. Terror. 15h50, 17h40 e 19h30. Iguatemi | Comer, rezar, amar. Drama. 20h. UCS | Garfield – Um Super-Herói Animal (3D). Animação. 14h10. Iguatemi | Jogos Mortais: o Final (3D). Terror. 16h e 20h. Iguatemi | Juntos Pelo Acaso. Comédia romântica. 13h30 e 21h20. Iguatemi | Meu Malvado Favorito. Animação. 16h. UCS | Resident Evil: Recomeço. Terror. 18h. UCS | Tropa de Elite 2. Policial. 14h, 16h30, 19h e 21h30. Iguatemi | Diário de uma Pai-

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xão. Drama. Quinta (18), 15h. Matinê às 3. Ordovás. INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

TEATRO

l ALI-SE... aqui ou acolá... | Quinta (18) e sexta (19), às 20h | Os personagens do clássico Alice no País das Maravilhas em situações bem diferentes. Direção de Márcio Ramos e Tefa Polidoro. Teatro Municipal R$ 20 (geral) e R$ 10 (estudantes e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l As Beterrabas da Senhora Duquesa | Sábado, domingo e segunda (8), 20h30 | A 12ª Mostra Tem Gente Teatrando apresenta este infantil sobre dois jo-

vens que precisam de ajuda para fugir e enganar a Senhora Duquesa. Casa de Teatro R$ 20 (na hora) e R$ 10 (antecipado, sênior e estudante) | Olavo Bilac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 l Sonhos de uma Noite de Verão | Sábado, domingo e segunda (8), 20h30 | Clássico de Shakespeare, esta comédia tem elfos e fadas brincado com os humanos. Peça faz parte da 12ª Mostra Tem Gente Teatrando. Casa de Teatro R$ 20 (na hora) e R$ 10 (antecipado, sênior e estudante) | Olavo Bilac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 l Super Palhaço | Sábado, 20h | A peça infantil do Grupo I-Clowns apresenta um casal de palhaços. Um deles, com superpoderes, enfrenta um vilão. Teatro Municipal R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Mário Quintana – O poeta das coisas simples | Sábado, 20h30 e domingo, 20h | Os atores Tamara Taxman, Nina de Pádua, Selma Lopes e Sergio Miguel Braga cantam e interpretam textos de Quintana. Teatro São Carlos R$ 50 (público em geral), R$ 35 (antecipado) e R$ 25 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778, 2º andar | 3221-6387

EXPOSIÇÕES

l Olhares II 2010 sobre a Memória de Caxias do Sul | De segunda a sexta, das 9h às 17h São 30 trabalhos selecionados de quem participou de passeio em setem-

bro e registrou patrimônios arquitetônicos de Caxias. Museu Municipal Entrada franca | Visconde de Pelotas, 586 | 3221-2423 l Auto(Re)Velações | Terça (16), 20h | Abertura da exposição de fotografias de Karine Perez, que depois conversa com os presentes. A visitação é de segunda a sexta, das 8h às 22h30. Hall Superior – Campus 8 Entrada franca | RS-122, km 69 | 3289-9000 AINDA EM EXPOSIÇÃO – 4º Salão Campus 8. Coletiva. De segunda a sábado, das 9h às 21h e domingos das 15h às 21h. Galeria – Ordovás. 39011316 | Aves do Sul. Cristiano Dalla Rosa. De terças a sextas-feiras, das 8h às 11h30min e das 13h30 às 18h e aos sábados, das 9h às 11h30. Museu de Ciências Naturais – UCS. 3218-2100 | Badass. Matias Lucena. De segunda a sábado, das 10h às 19h30e domingos, das 16h às 19h. Catna Café. 30217348 | Construção da Identidade de Artista. Cristhian Caje. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000 | Eu vivo, e você? Cristiane Marcante. De segunda a sábado, das 8h às 20h. Sesc. 3221-5233 | Frames da dança. Coletiva. Sábado, das 17h às 21h. Galeria Moinho da Estação. 84041713 | Paisagens Gaúchas em Graffiti. Fábio Panone Lopes (Hauli), Henrique Padilha (HP) e Jonathan Souza de Oliveira (Favelinha). De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30 e sábados das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural do Ipam. 3222-9270 | Mulher... no coração, no cérebro e... na madeira. Bob De Grandi. De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697.

LITERATURA l Livro Livre | Até domingo, das 15h30 às 20h30 | Leve um livro seu por outro do mesmo gênero. Não quer se desfazer?

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Apareça só para ler alguma obra. Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316

DANÇA l 3º Salão Sul – Mostra de Dança de Salão de Caxias do Sul | De quinta (18) a domingo (21) | Abertura do evento focado em democratizar a dança de salão terá como convidado especial o dançarino Carlinhos de Jesus. Serão realizadas oficinas e palestras durante o Salão. Confira a programação: Quinta (18): Mostra de Abertura. Carlinhos de Jesus, professores e bailarinos convidados. 21h. Largo da Estação Férrea. | Festa de Abertura. Havana Café. 22h | Sexta (19): Eventos e cultura: relações sócio-econômicas. Mesa de discussão com Paula Nora e Bianca Pugen. 18h30. Clube Ballroom. | Festa III Salão Sul. 22h. Boteco 13 | Sábado (20): Panorama do cenário nacional da Dança de Salão. Bate papo com bailarinos convidados. 18h30. Clube Ballroom. | Baile de Confraternização. 21h. Clube Juvenil | Domingo (21): Mostra de Encerramento. Apresentação de escolas e grupos de dança. 18h. Largo da Estação Férrea. Festa de Encerramento. 19h. Mississippi Delta Blues Bar.

MÚSICA

l 14 Bis | Quinta (18), 21h | Com 30 anos de rock inspirado em Beatles, a banda mineira toca sucessos como Caçador de Mim e Natural. Teatro São Carlos R$ 80 (público em geral), R$ 70 (antecipado) e R$ 35 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778, 2º andar | 3221-6387 l Caxias do Som | Domingo, 20h | Maestro Gilberto Salvagni leva o repertório da Orquestra Municipal de Sopros para a Casa da Cultura. No repertório, música erudita, temas de filmes, MPB e música gaúcha. Teatro Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Gravaêh! | Sexta (19), 20h | Projeto do ônibus-estúdio volta à cidade para entregar os CDs às 10 bandas que participaram. Para comemorar o resultado, shows ao vivo. Centro de Convivência – UCS Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218-2100 l Sarau Jazz | Sábado, 20h | Terceira edição do evento apresenta a história do jazz e suas vertentes com vídeos e show de Mirta Gomez e Fernando Aver Jazz Trio. Depois, uma jam session que abriga professores e alunos do Acordes Atelier Musical,

além de outros músicos presentes. Acordes Atelier Musical Entrada franca | 13 de Maio, 1.392 | 3419-0601 l Show de Natal | Quarta (17), 20h30 | A abertura do Natal Brilha Caxias 2010 terá shows de Giovana Sartori, Franciele Duarte, Tita Sachet, Juliano Brito, Mozer de Oliveira, Rafa Gubert, Cássio Vianna, André Viegas, Rodrigo Maciel, Marcos De Ros, Rodrigo Cattani, João Viegas, Éder Bergozza e Gustavo Viegas. Parque dos Macaquinhos Entrada franca | Dom José Baréa, s/nº l Y Tangos | Quarta (17), 20h30 | A banda se apresenta no projeto Ordovás Acústico, acompanhada da dupla Anderson Oliveira e Tatiéli Bueno. O show terá canções do álbum lançado em 2009, Tango y Milongas. O som é gaúcho e argentino; chamamé, milonga e tango. Sala de cinema – Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Adriano Pasqual. Pop. 23h30. La Boom. 3221-6364 | Back Doors Band. The Doors Cover. 23h30. Vagão Classic. 9136-5071 | Banda Disco. Anos 70/80. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Blues de Bolso. Blues. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Dinamite Joe. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Graal. Rock. Santo Graal. 3221-1873 | Groovin Night. Pagode/sertanejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | HardRockers. Hard rock. 23h. Aristos London House. 3221-2679 | Jeison Reis. Nativista. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Nico Smolján & The Shakedancers. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Projeto Antenna – 5ª Edição. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Rodrigo Pedroso. Pop rock. 22h. Badulê. 3419-5269 | Domingo: Adriano Pasqual. Pop. 23h30. La Boom Snooker. 3221-6364 | Dinamite Joe. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Ladies First. Pagode/sertanejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | Los Infernales. Festa latina. Pepsi Club. 3419-0900 | Moderndance. Festa à fantasia Ídolos do Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Nico Smolján & The Shakedancers. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Terça (16): Ana Paula Chedid e Lazaro Nascimento. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Fabrício Beck. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Quarta (17): Fabiano Mittidieri. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Vini e Isack. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quinta (18): Coimbra Jones. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Egisto – Tributo a Bebeco Garcia. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Los Medonhos. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Ton e Trio. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sexta (19): Defaulen's Music. Rock. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Graal. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Bob Shut. Indie rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | A4. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 32205758.

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13 a 19 de novembro de 2010

O Caxiense

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CA-JU DUPLA

“O Caxias é hoje a terceira força do Estado sem vencer. Os outros caíram e o Caxias ficou onde está.” “Centroavante é uma mercadoria rara e cara. O Caxias precisa de um nome forte, mas precisa ter condições de pagar. Não vejo outra saída de conseguirmos os gols.” “O Caxias arrecada 30% do que gasta. Está equilibrado financeiramente, mas uma hora vai parar se não começar a entrar dinheiro. Que o torcedor venha ajudar.”

“2011 será o quarto ano consecutivo que o Caxias não ganhará um centavo da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Recentemente fizemos o acerto de uma causa trabalhista ainda de 1996. O dinheiro que receberíamos para o Gauchão já foi nessa ação. Não pagar hoje e deixar cobrar depois custa muito caro.” “Em 2010 não faltou dinheiro. Faltou a magia do gol. Existe agente de marketing melhor que o gol? Acho que não existe.” “Até nosso ônibus não anda. Desde que compramos o veículo ele não funciona. Acho que é olho gordo, só pode ser. O pessoal da Marcopolo ajudou muito. Mas que zica!” “Antes de eu assumir o Caxias tinha R$ 25,4 milhões em dívidas, 115 processos judiciais e 33 civis.”

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O Caxiense

Voges, assim como o presidente do Ju, Milton Scola, reclamou que a cidade não oferece apoio. Questionado se os clubes, então, deveriam se unir, teve uma resposta política, mas que abre precedente para as coisas se acertarem ali na frente: “O que aconteceu naquele CA-JU foi uma infelicidade. Eu quero o meu vizinho bem de vida. Vamos nos entender e melhorar a relação. Cada um tem problemas, mas diferentes. Agora, cada um deve pensar na sua. O Caxias vai buscar o seu caminho”. Essa busca diz respeito a patrocínios. Tratativas estão sendo feitas para que a camisa grená ostente um patrocinador que não seja a Voges Motores no Gauchão. “Estou falando como torcedor. Cheguei a me ver fora da presidência. Jamais abandonarei o Caxias”, disse Voges, emocionado. Desde que assumiu o clube, essa foi a terceira vez que ele quase saiu do Caxias.

Férias

O grupo do Caxias está em férias. A reapresentação está marcada para o dia 1° de dezembro. Até lá, a direção pretende contratar o tão sonhado

centroavante matador. Segundo Voges, um terço do grupo (entre sete e oito jogadores) será formado por jogadores das categorias de base.

Renovações

Do grupo que terminou a participação na Série C e se reapresentou na preparação para o Gauchão, a direção do Juventude encerrou na semana que passou as renovações dos jogadores. Os últimos a renovar foram os uruguaios Christian Yeladian e Ismael Espiga. O meia Christian fica até 31 de novembro de 2011 e, o atacante Espiga, até 16 de maio. Antes deles, o alviver-

de renovou com os volantes Umberto e Éverton Garroni, com o zagueiro Fred e com o lateral direito Celsinho. Foram contratados para o Gauchão o volante Jardel, ex-Pelotas, e o lateral esquerdo Anderson Pico, que havia sido dispensado do Brasiliense. A direção do Ju quer contratar um “camisa 10 de ofício”, salienta o vice de futebol eleito para o próximo mandato, Raimundo Demore. Acervo pessoal, Divulgação/O Caxiense

Palavras de Voges

É preciso haver uma reformulação. Por isso decidimos que a atual comissão técnica não permanece para a próxima temporada. Buscamos um treinador que olhe para as categorias de base”, afirmou. Naquele momento, Julinho Camargo não era mais o técnico do Caxias. O presidente grená contou que recebeu muitos telefonemas e e-mails de apoio. “Não saio porque pretendo dar continuidade a um projeto iniciado há três anos e 10 meses, que reestruturou o clube. O Caxias precisa ser sustentável. Estou cansado de botar dinheiro e não receber resultado dentro de campo. Agora, o torcedor deve fazer a sua parte, deve se associar e ajudar o Caxias”, conclamou. Fabiano Provin/O Caxiense

Terminou como esperado o discurso do presidente do Caxias, Osvaldo Voges, depois de alguns dias de suspense, na última segunda-feira (8). Depois de chegar animado, comentando como fora o show de Paul McCartney, o presidente mudou repentinamente a fisionomia e, em 34 minutos, fez um desabafo. “Falta o gol. Se tivéssemos marcado mais um gol em qualquer uma das competições que disputamos este ano, a história seria diferente. Se algo não dá certo na minha fábrica, por exemplo, eu paro de fazer. No Caxias não dá para ser assim. Não dá para parar.

Voges ficou de novo

Fabiano Provin

fabiano.provin@ocaxiense.com.br

Novo treinador

Além da dispensa de Julinho, Voges anunciou a formação de um grupo não remunerado de dirigentes e conselheiros que irá trabalhar com o novo treinador, Lisca. “Com mais pessoas dentro do vestiário, que vistam a camisa do Caxias, poderemos mudar para melhor”, aposta o presidente. Julinho declarou que saía contente do clube, tendo feito o possível. “Ao final do jogo contra o Sapucaiense, depois de ver parte da torcida não acreditando muito no meu traba-

lho, percebi que meu ciclo havia encerrado. Na cabeça as malas já estavam prontas. Hoje sou um amigo do Caxias e sigo a minha vida”, resumiu. Lisca chegou no dia 9 prometendo mobilização. “Sou uma pessoa que batalha muito e também cobra muito dos jogadores”, disse, ressaltando que a equipe não pode mais colecionar fracassos em momentos decisivos.Lisca, que passou pela base do Inter e estava no Luverdense-MT, assinou contrato até o final do Gauchão.

Masters

O Juventude lançará oficialmente no dia 19 de novembro o departamento de Masters do clube. O jantar às 20h, no salão paroquial dos Pavilhões da Festa da Uva, antecederá a primeira apresentação oficial do Masters: no dia 20, antes do amistoso do Ju contra o Porto Alegre, no Jaconi, haverá um jogo de exibição, às 14h. Os ingressos para a confraternização podem ser adquiridos por R$ 30 (adultos) e R$ 15 (crianças entre cinco e 10 anos) na Central de Atendimento

Bem menos

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou na tarde do dia 11, no Rio de Janeiro, os recursos do Caxias e do Juventude sobre a decisão do primeiro julgamento sobre os incidentes registrados no CA-JU do dia 29 de agosto, válido pela fase classificatória da Série C. Ambos tiveram as penas reduzidas: a interdição do Centenário foi suspensa e a perda

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de Sócios no Jaconi (Rua Hércules Galló, 1.547). Ao adquirir o bilhete os torcedores poderão escolher em qual mesa dos integrantes do time de Masters irão jantar: Isoton, Lauro, Pedro Haroldo, Fernando Rech, Plein, Márcio Angonese, Humberto, Claudinho, Ferreira, Ericson, Picoli... Mais informações pelo telefone 3027-8700. Neste domingo, o time fará um amistoso às 10h30 com o Planalto, equipe amadora de Nossa Senhora das Dores, em Veranópolis.

do mando de campo em competições organizadas pela CBF foi reduzida de dois jogos para um; no lado papo, o presidente Milton Scola teve a suspensão de 390 dias reduzida para 20 dias e, a multa de R$ 60 mil, suspensa. Para o Caxias, ficaram mantidas a multa de R$ 500 e os dois jogos de suspensão para os atletas Rodrigo Paulista, Adriano e Alisson.

Dr. Aloir, um caxiense

Atual médico da Seleção Brasileira de Futsal, Aloir Neri de Oliveira foi homenageado pela Câmara de Vereadores com o título de Cidadão Caxiense na noite de quinta-feira (11). Especializado em ortopedia e traumatologia, foi como médico do Caxias entre 1974 e 2007 que ficou conhecido pelas discussões com árbitros durante e depois das partidas, além de uma história curiosa: invadiu o gramado para impedir um gol contra o Caxias na década de 1980. Na homenagem, além de amigos e familiares que lotaram o plenário, esteve presente o ex-zagueiro, técnico do penta, em 2002 e atual comandante do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari. Aloir tem 58 anos, é natural de Lajeado e há 37 mora

em Caxias. Casado com Maria Lúcia Triches dos Reis de Oliveira, tem três filhos: Mayara, Thairine e Aloir Júnior. Formado em Medicina na UCS, especializou-se em ortopedia e traumatologia esportiva em Boston (EUA) e Toronto (Canadá). Jogou futsal pelo Flamengo, Juventude, Torino, Vasco e Acadêmicos da Bola. Como médico, além do Caxias, atou pela extinta (e multicampeã) Enxuta, ACBF, UCS/Cortiana e, desde 1987, trabalha na Seleção Brasileira de Futsal, além de atender os atletas da Associação Farroupilha de Futsal (AFF). Aloir orgulha-se de ter participado das duas maiores conquistas grenás: 8º lugar do Brasileiro da 1ª divisão em 1978 e campeão do Gauchão de 2000.

Primeiro amistoso

Neste sábado, o Ju faz amistoso contra o Serrano, em Canela. Durante a semana, Beto Almeida utilizou com Jonatas; Celsinho, Bruno Salvador, Fred e Anderson Pico; Umberto, Jardel, Tiago Silva, Cristiano e

Christian; Ismael Espiga. Fred, com desconforto muscular, não jogará. No seu lugar, deve entrar Victor. Celsinho também não joga – pediu liberação para o batizado do filho. Será substituído pelo volante Tiago Renz.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Guia de Esportes

guiadeesportes@ocaxiense.com.br MAicon Damasceno/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle

Jovens enxadristas tem 16 minutos como tempo para reflexão de jogadas na Copa QI de Xadrez

FUTEBOL l Copa União | Sábado, 14h15 e 16h30, domingo, 9h30 e 16h30 | Titulares, Master, Veteranos e Suplentes disputam jogos de volta da semifinal da Copa União. Entre os Titulares, duas equipes, que ainda não foram derrotadas nos 15 jogos disputados, devem defender a invencibilidade na eliminatória. O Pedancino venceu a equipe de São Gotardo em casa por 6 a 3, e pode perder até por dois gols de diferença para se classificar para a final. O Juvenil conquistou apenas um empate de 1 a 1 contra o Forquetense fora de casa no primeiro confronto. Um segundo empate levará o jogo para a prorrogação de dois tempos de 15 minutos. Persistindo o mesmo resultado, o Juvenil fica com a vaga. Conforme o regulamento, a equipe que tiver a melhor campanha na fase inicial avança no campeonato em casos de empate. O Juvenil foi o líder, enquanto o Forquetense conquistou apenas a quinta colocação. Sábado, 14h15: Botafogo x São Francisco (Master), Bevilacqua x São Virgílio (Master) | 16h30: Canarinho x Bevilacqua (Veterano), São Luiz x São Virgílio (Veterano) | Domingo, 9h30: Bevilacqua x Juvenil (Suplentes), São Francisco x Canarinho (Suplentes) | 16h30: Juvenil x Forquetense (Titulares), Pedancino x São Gotardo (Titulares) Jogos na casa do time mandante Entrada gratuita l Campeonato Municipal Infantil | Sábado, 14h30 e 16h | A 5ª rodada realizada no último fi-

nal de semana manteve algumas características da competição. Uma delas é a invencibilidade do CFA Caxias do Sul no campeonato, que apesar de não vencer, empatou em 1 a 1 com o Projeto CAE. O Galópolis Ativa também persistiu com a sina de derrotas. Após ser goleado por 8 a 0 pelo Águia Negra, a equipe perdeu novamente, de 5 a 1, para o Conceição. Neste sábado, às 16h, os meninos do Galópolis terão a chance de se reabilitar diante da equipe do Sagrada Família, que folgou na última semana e vem para a 6ª rodada com fome da bola. Sábado, 14h30: Águia Negra x CFA Caxias do Sul (Enxutão), Grêmio Murialdo x GE Conceição (Municipal 1) | 16h: Galópolis Ativa x Sagrada Família (Enxutão) Campo Municipal 1 e Enxutão Entrada gratuita | Municipal: Av. Circular Pedro Mocelin, s/n°, Cinquentenário; Enxutão: Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina l XV Copa Penalty Nordestão | Terça (16), 19h30 e 20h30, sexta (19), 19h e 20h | Os meninos do Santa Catarina, da categoria infantil, terão dois confrontos contra a equipe da UCS na próxima semana, válidos pela semifinal do campeonato. O primeiro será em casa, na terça (16), e em seguida o palco do embate será o Ginásio Poliesportivo da UCS, na sexta-feira (19). O time da Escola Santa Catarina se classificou como líder invicto da chave A, com sete vitórias e apenas um empate. Nestes jogos, marcou 36 vezes contra as redes adversárias. Isto representa uma média de 4,5 gols por partida. Já o time da UCS, conquistou a segunda coloca-

ção do grupo B. Ao todo foram quatro vitórias e duas derrotas. Mesmo com a campanha inferior a do adversário, a UCS tem a melhor defesa do campeonato. Não será fácil para a bola ultrapassar a linha branca que demarca a meta do goleiro da UCS. Nas seis partidas disputadas, isso ocorreu apenas duas vezes. Terça, 19h30: UCS x Santa Catarina (Infantil – UCS) | 20h30: UCS x Recreio da Juventude (Mirim – UCS) | Sexta, 19h: Santa Catarina x Top Sport (Iniciação – Sta. Catarina) | 20h: Santa Catarina x UCS (Infantil – Sta. Catarina) Ginásio do Sta. Catarina e Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina e Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petrópolis

BASQUETE l Caxias do Sul Basquete x Sogipa | Sábado (20), 20h30 | A realização da primeira fase da Copa do Brasil adiou os últimos confrontos do Caxias do Sul Basquete válidos pelo Campeonato Estadual. O time treinado por Rodrigo Barbosa está em Campo Mourão, Paraná, e disputa com a equipe que leva o nome da cidade e com o Aviba (time de Videira, SC) neste final de semana, uma vaga para a fase seguinte da competição. Os dois primeiros colocados se credenciam para o quadrangular final do campeonato. Caso se classifique, os jogos serão realizados no Ginásio de Esportes do Clube Juvenil, nos dias 3, 4 e 5 de dezembro. Na próxima quarta (17), a equipe

caxiense viaja novamente, agora para a cidade de Ivoti – região Metropolitana da Porto Alegre – para enfrentar o Java/Estância Velha no Ginásio Municipal da cidade, às 20h. A partida é válida pela abertura do returno do Campeonato Gaúcho. No primeiro confronto, o time comandado por Rodrigo Barbosa, jogando em casa, se saiu melhor e venceu o adversário por 94 a 81. Em seguida, no sábado (20), será disputado o jogo que irá definir as pretensões da equipe caxiense. Rodrigo tem a difícil missão de reverter o placar do primeiro confronto contra a equipe da Sogipa, que venceu em Porto Alegre por 65 a 54. Com a vitória, o Caxias, que está em segundo lugar com sete pontos, se aproximaria da equipe da capital que segue invicta no campeonato. Ginásio de Esportes do Clube Juvenil Ingressos: R$ 5 | Marquês do Herval, 197

XADREZ l Copa QI de Xadrez | Domingo, 9h | Jovens de 8 a 18 anos vão participar da disputa que além da habilidade no tabuleiro testa o quoficiente de inteligência. A arbitragem será realizada por juízes credenciados na Federação Gaúcha de Xadrez. A etapa final será em Gravataí. Os campeões de cada categoria e naipe receberão como premiação uma bolsa integral para realizar um curso profissionalizante ou técnico nas Escolas e Faculdades QI. QI Caxias do Sul Entrada Franca | Júlio de Castilhos, 2258

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível 6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 30 dias. Natureza: Cobrança. Processo: 010/1.08.0038094-3 (CNJ:.038094191.2008.8.21.0010). Autor: Marcos Roberto Maino. Réu: União Automóveis e outros. Objeto: CITAÇÃO de Ricardo Palavro, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 01 de outubro de 2010. ESCRIVÃ: Zélia Thomasini. Juiz: Luciana Fedrizzi Rizzon

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Im贸veis

Caxias do Sul, 13 a 19 de novembro de 2010

empregos e Oportunidades

Ve铆culos


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Unido e forte

Enfim

Os médicos têm os mesmos direitos e deveres que qualquer outro servidor. Os demais servidores estão fazendo a parte deles e cumprindo seus horários. Se for dado qualquer aumento para os médicos, esse reajuste precisa ser repassado para todas as categorias do funcionalismo municipal

Construção da chapa da situação à prefeitura em 2012 passa por alguns nomes em alta no governo Sartori: Carlos Búrigo, Édson Néspolo, Adiló Didomenico, Francisco Spiandorello, Paulo Dahmer. Ou seja, representantes dos principais partidos de sustentação da administração municipal: PMDB, PDT, PTB, PSB, PSDB. Conversas informais já ocorrem a pleno vapor.

Mexida geral

Vereador Mauro Pereira (PMDB), diante das reivindicações dos médicos da prefeitura, paralisados há dois meses e meio.

Sem apoio

O Dilma

Maicon Damasceno, AL/O Caxiense

Senador Pedro Simon teria confidenciado a algumas pessoas que o melhor nome para sucessão do prefeito Sartori é o do secretário Carlos Búrigo. O responsável pela pasta de Gestão e Finanças seria uma espécie de Dilma de Sartori. E de Dilma, o eleitor peemedebista sabe, Simon entende.

A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer seria incorporada pela Cultura. A de Meio Ambiente, pela Agricultura. Bobagem. A fusão de secretarias municipais, tida como certa para muitos, é descartada por assessores próximos ao prefeito José Ivo Sartori. Em compensação, ganha vez mais peso a ideia de que é preciso uma mexida no governo. Quando o prefeito Sartori reassumir o cargo na terçafeira, depois da viagem a Israel, devem começar a tomar forma mudanças no primeiro escalão. Pelo menos quatro a cinco secretarias deverão ter alterações.

Descompassado

Maior desgaste do vice-prefeito Alceu Barbosa Velho não foi sua postura na ausência do titular José Ivo Sartori. Foi sua opção de apoiar a candidata Dilma Roussef no segundo turno, quando em Caxias o candidato José Serra fez mais de 50 mil votos de diferença. E a grande maioria dos partidos que dão

sustentação ao governo Sartori se uniu no segundo turno em favor da candidatura do tucano. Ou seja, Alceu ficou isolado. E agora seu comportamento como prefeito em exercício serviu para aprofundar ainda mais esse isolamento e esse descompasso em relação aos seus companheiros de governo.

Soma de votos dos candidatos Vinicius Ribeiro e Alceu Barbosa Velho ainda provocam desconforto em setores do PDT caxiense. Em busca de uma vaga na Assembleia Legislativa, ambos somaram 57.076 votos em Caxias do Sul. Kalil Sehbe, candidato a deputado federal, obteve apenas 10.097. Seria natural que a votação do candidato à Câmara Federal acompanhasse os números dos estaduais. Marcos Eifler, AL, Divulgação/O Caxiense

Articulações

A sede do Acervo Municipal de Artes Plásticas, Amarp, está concluída – com sala climatizada e tudo – junto ao Centro de Cultura Ordovás. Inauguração deverá ser em dezembro.

André T. Susin/O Caxiense

Se engana quem aposta na divisão e em racha na base do governo Sartori. Avaliações internas apontam dois episódios que serviram para promover uma unidade ainda maior entre os partidos e suas lideranças em torno da administração: a vitória de José Serra em Caxias e a barulhenta interinidade do vice-prefeito Alceu Barbosa Velho na chefia do Executivo municipal.

Quarenta anos

Engarrafamento

Os dados são da Visate: um ônibus da linha Salgado Filho-Ana Rech levava, em 2000, 44 minutos para percorrer o trajeto de pouco mais de 20 quilômetros. Em 2010, o tempo necessário para o percurso pulou, em média, para 70 minutos. O aumento de 52%. dá uma ideia da situação do trânsito na Rua Sinimbu. Mesmo no corredor de ônibus ele não flui.

Equilíbrio

Sindicalista e deputado federal eleito, o vereador Assis Melo (PC do B) diz ser contra a decisão da Justiça pela ilegalidade da greve dos médicos da rede pública. Segundo ele, a decisão intervém na atividade sindical. Em compensação, posicionou-se contrário também ao não cumprimento da carga horária pelos profissionais da saúde do município.

O ano de 2012 marcará os 40 anos da primeira transmissão a cores da televisão brasileira – o desfile de carros alegóricos da Festa da Uva de Caxias do Sul de 1972. Um feito, aliás, que a cidade deve ao então

ministro das Comunicações, Higino Corsetti. Pois a data será comemorada com pompa e circunstância no evento que a comunidade caxiense realizará em fevereiro-março de 2012.

Quem sabe?

Com 430 mil habitantes detectados pelo Censo 2010, Caxias do Sul terá 23 vereadores a partir da próxima legislatura. Conforme o resultado final do trabalho desenvolvido pelo IBGE, esse número poderá ser ampliado.

A partir de 450.001 habitantes, qualquer município brasileiro tem direito a 25 legisladores. Mas, por precaução, a comissão de revisão da lei orgânica, presidida por Elói Frizzo (PSB), ainda trabalha com o total de 23 vereadores.

Público privada

A Assurcon-Serra foi a primeira a se indignar com o esquema montado pelo governo do Estado para a construção da ERS-010, a chamada Rodovia do Progresso, idealizada para aliviar o tráfego da congestionada BR-116. Mas os defensores da obra dizem que os prefeitos de municípios por onde a rodovia vai passar (como

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Novo Hamburgo, São Leopoldo, Esteio e Canoas) concordaram com a execução dela por meio de Parceria Público Privada (PPP). Os prefeitos dessas cidades são do PT. Ao que tudo indica, porém, o governador eleito Tarso Genro suspenderá o projeto – que prevê a instalaçao de quatro pedágios em 40 quilômetros de estrada.

Secretário Kalil

Relator da Comissão de Finanças da Assembleia, que aprovou esta semana o Orçamento estadual de 2011, Kalil está com um pé no futuro governo do Estado.. Beneficiado com a provável adesão do PDT ao governo petista, Kalil deverá ser o secretário de Esportes de Tarso Genro. “Se o desafio for lançado, estarei apto a cumpri-lo”, resume.

13 a 19 de novembro de 2010

O Caxiense

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