Edição 94

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Setembro | 2011

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ORGULHO

94 Ano ii

A vida é uma festa: o aniversário de

Paulo Gargioni

ESFARRAPADO Degola, estupro, venda de escravos, corrupção, indenizações com notas frias. Segundo o escritor Juremir Machado da Silva, essa é a verdadeira Revolução Farroupilha – “uma revolução da Farsul com método das Farc”–, muito distante da versão ufanista comemorada pelos tradicionalistas

Renato

Henrichs Da corte ao parlamento? Rainha Tatiane Frizzo quer reinar na Câmara de Vereadores

Quando as

escolas

recebem o boletim

Roberto

Vasco Machado,/O Caxiense

Hunoff Não falta serviço em Caxias: o setor vem puxando a geração de empregos

De “leopardo” a recordista mundial de dança

R$ 2,50


Índice Roberto Hunoff | 4 Mais emprego nos serviços, menos na indústria: como isso afeta o poder de compra do caxiense? O Caxiense entrevista | 5 Juremir Machado da Silva não sabe se o bairrismo amplificou a Revolução Farroupilha ou foi o contrário Educação | 8 A nota de Caxias no Enem ficou acima da média, mas dá pra melhorar Recordes caxienses | 10 O que leva uma pessoa a ficar mais de cinco dias dançando? Coluna social | 12 Paulo Gargioni, um príncipe decano em sociedade HQCX | 15 Quando havia esperança em Vênus

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

www.OCAXIENSE.com.br A foto da capa desta semana com as soberanas está linda! E o conteúdo como sempre. Parabéns!

Luana Lacerda

@CaliTroian o que falta é mão de obra qualificada para o setor de serviços. #geraçãodeempregos @jeanberlanda Ainda bem que contamos com @ocaxiense para o bem da democracia nos meios de comunicação locais. Menos azia, mais alegria! #imprensa @rafapretto Para aumentar o número de vereadores não precisou audiência pública... Engraçado isso, não? #tremregional

Guia de Cultura | 16 Diva para enfeitar filme francês e atores pendurados na fachada da igreja Artes | 19 Uma nova arte e um novo hino para o tradicionalismo

Rainha Tatiane pré-candidata a vereadora | Jesus... A moda chegou em Caxias! Fernanda Verona

Dupla CA-JU | 20 A sorte grená e o passeio cauteloso do Ju por Santa Catarina

Como o mundo evoluiu, pelo menos para maioria de nós, vem a Tatiane mostrar que, além de excelente representante caxiense e da nossa Festa da Uva, também é uma mulher com todas as qualidades do gênero: inteligente, comunicativa, extremamente batalhadora, cumpridora de seus deveres e, acima de tudo, uma jovem equilibrada. Atributos estes faltantes na política atual. Ivana Pioner

Guia de Esportes | 21 Com o futebol profissional longe, a Bola ao Mato fica para o golfe Boa Gente + Top 5 | 22 Um mito na fotografia, um fenômeno no teatro e os prédios mais importantes da arquitetura caxiense Renato Henrichs | 23 Fora da corte e dentro do DEM, Tatiane Frizzo quer concorrer a vereadora em 2012

Expediente

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), Janine Stecanella, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário) Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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Notas das candidatas a rainha | A Festa Nacional da Uva não merece essas embaixatrizes. Tivemos tantas festas onde as embaixatrizes contribuíram e, com certeza, tiveram o retorno da comunidade. A essas meninas, falta maturidade e também orientação. Eloisa Venzon Francisco Sem entrar no mérito, estamos em tempos de transparência total!! Mas, fazer o quê, né... para uns transparência e democracia é só discurso! Em 2012 será diferente, espero. Luis Fernando Possamai Capa da edição 93 | Minha demanda se relaciona com a forma grosseira – da grossura de uma parede de igreja ou de um parafuso de patrola – com que a capa da última edição se referiu às embaixatrizes. A opinião pública em favor delas é um massacre. Coisa de 100 para 1. O público só está fazendo aquilo que seria obrigação da comissão da festa: protegê-las. Pois as embaixatrizes são um patrimônio caxiense tão importante quanto a rainha da festa. Ronald Cavagnoli Soares

Agradecemos | A Vasco Machado, por permitir o uso de suas pinturas para a ilustração da capa e da entrevista com Juremir Machado da Silva sobre a Revolução Farroupilha. Suas obras sobre o tema estão expostas até terça-feira (20) nos Pavilhões da Festa da Uva (leia no Guia de Cultura).

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

Maurício Concatto/O Caxiense

Divulgação/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

editada por Jaisson Valim | jaisson.valim@ocaxiense.com.br

Espaço para descanso e, claro, para leitura, Leiturário será a principal novidade da Feira do Livro, que já começa a se instalar na praça

SEGUNDA | 12.set

Com as soberanas escolhidas, a Festa da Uva começa a intensificar os preparativos para o evento em si. A partir do próximo mês, inicia a venda de lotes mínimos de 100 ingressos, destinados a agências de turismo e empresas. Os ingressos normais custarão R$ 7 entre segunda-feira e quinta-feira. O valor se eleva para R$ 10 entre sexta-feira e domingo. O preço do bilhete para as arquibancadas do desfile alegórico será de R$ 25. A festa ocorrerá entre 16 de fevereiro e 4 de março.

panha de Recolhimento de Resíduos Eletrônicos e Telefonia PósConsumo e fazer um “H” com o ambiente. A iniciativa terminaria no dia 13, mas foi prorrogada até quarta-feira (21). O adiamento do prazo pode levar à impressão de que a campanha colhe resultados negativos. Pelo contrário. Até segunda-feira, ela já havia recolhido 50 toneladas – mais do que o dobro da meta inicial e nada menos do que a metade da expectativa projetada para todo o Estado. Os interessados devem fazer suas doações na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Av. Rubem Bento Alves, 8.380).

TERÇA | 13.set

QUARTA | 14.set

Um destino ecológico para o celular tijolão de seu avô

Praça Dante se prepara para receber os livros

Festa da Uva inicia venda de ingressos em outubro

O que fazer com o celular tijolão do seu bisavô, o computador 286 que toma pó no porão ou aquela impressora que não imprime mais? Os moradores de Caxias do Sul ganharam mais uma semana para entregar essas tralhas à Cam-

A principal novidade da Feira do Livro não figura na lista gigante de atividades previstas para os dias 30 de setembro a 16 de outubro. Na área do chafariz da Praça Dante Alighieri, os organizadores construirão um Leiturário, um espaço

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para que os participantes descansem ou aproveitem para dar a primeira espiada no motivo principal da festa. A programação prevê a participação de escritores como Fernando Morais, Lya Luft e Ana Maria Machado.

QUINTA | 15.set Cartórios registram 14 uniões gays neste ano

O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão histórica para a causa homossexual em maio, mas Caxias ainda não sentiu reflexos diretos. A corte reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar. Mesmo assim, a quantidade de registros nos cartórios se manteve estável, na observação dos escreventes locais. Foram 14 casos desde o início do ano. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Caxias tinha, em 2010, 131 casais declarados gays. É o quarto maior número do Estado, atrás de cidades como Porto Alegre e Pelotas.

SEXTA | 16.set Cartas reescrevem polêmica das notas

Os Correios estão em greve, mas embaixatrizes e organizadores da Festa da Uva deram um jeito de trocar cartas. Os textos, é óbvio, retomam a polêmica do mês: o evento deve divulgar as notas da escolha da rainha? Sim, reivindicaram as ex-candidatas, que lançaram a primeira carta em seus perfis no Facebook. Elas defendem que, depois de três meses de dedicação no pré-concurso, têm o direito de saber por que perderam a faixa de rainha ou princesa. “Não estamos questionando a escolha realizada, mas sim a transparência do processo”, argumentam. Horas depois, a Comissão Comunitária respondeu “não à divulgação do resultado” em texto por e-mail, com um argumento à moda Arnaldo, comentarista de arbitragem da Globo: “as regras do concurso são claras”: “A grandeza da Festa Nacional da Uva está acima de interesses particulares e eventuais divergências”.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Acima da média

O indicador oficial da inflação de Caxias do Sul, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), acumula alta de 7,8% em 12 meses. Está acima do indicador de Porto Alegre e de São Paulo, e do IPCA medido pelo IBGE, e mantém paridade com o IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas. Já em relação à meta, 4,5%, e do limite estipulado pelo governo para a inflação do ano, 6,5%, todos estão acima. Na cidade o peso maior vem do grupo de educação, leitura e recreação, com 10%, seguido por vestuário com 9,27%, e alimentação com 8,86%. Mas por conta do vestuário, que apresentou redução de preços na ordem de quase 2%, o índice de agosto foi o segundo menor em 12 meses, apenas 0,04%, abaixo somente de março, que teve deflação de 0,29%. O problema de agosto foi alimentação, com alta de 1,2%. O trabalho do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da UCS aponta pães e biscoitos como os vilões do mês, com elevação de 8,8%. Esta situação se confirma na cesta básica de agosto: aumento de 1,39%, para R$ 547,15.

Força dos

serviços Em muitas cidades brasileiras o setor de serviços é o grande gerador de trabalho e renda. Na economia de Caxias do Sul sua participação é de 29,6%, mas em franca expansão. Não por nada é que acumula alta de 13,2% no desempenho acumulado no ano, bem acima dos 6% obtidos por indústria e comércio. Outro parâmetro para identificar mudanças na economia local é a geração de empregos neste ano. As atividades de serviços abriram 3.398 vagas formais em oito meses, apenas 16 a menos do que a indústria, sempre a grande geradora de trabalho na cidade. Na comparação com o mesmo período de 2010, as novas vagas no setor de serviços representam alta de 81%, enquanto na indústria a queda é de 63%.

Trabalho, Moisés Waismann, observa que uma das razões para a queda no número de empregos na indústria, ainda a maior empregadora com 54% das 172 mil vagas formais, é o forte processo de automação em várias atividades. O presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, alertava meses atrás para esta realidade, projetando desaceleração na geração de empregos. Já a justificativa para a forte expansão dos empregos nos serviços é a condição de polo regional da cidade, em especial nas áreas da saúde e educação. Uma questão que se impõe: na indústria a remuneração é maior do que nos serviços. Esta mudança pode, no futuro, vir a interferir no poder de compra do caxiense? Ou já está interferindo, considerando que a inadimplência vem crescendo O professor de Economia do a cada mês?

Geração de empregos por atividade econômica acumulada até agosto 2011 | Total: 8.747

Avaliação da safra

De um lado, um público de 820 apreciadores de vinho. De outro, um painel de 16 comentaristas especializados no assunto. E nas centenas de taças o mesmo vinho sendo degustado por todos ao mesmo tempo. Este é o cenário da 19ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2011 – marcada para o próximo sábado (24), no Parque de Eventos de Bento Gonçalves. Neste ano foram inscritas 383 amostras por 72 vinícolas, recorde das edições, das quais 16 foram selecionadas por 120 enólogos.

Perda

A prefeitura de Caxias do Sul chegou a conversar com dirigentes da Paccar, montadora norteamericana de caminhões que instalará unidade no Brasil. Na última semana a multinacional anunciou que fabricará seus veículos em Ponta Grossa, no Paraná. A Paccar vai investir US$ 200 milhões e gerar 500 empregos diretos a partir de 2013. Mas haverá compensação. É aguardado para breve o anúncio de uma montadora de chassi na cidade.

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O Caxiense

2010 | Total: 12.058

Indústria | 39% (3.415)

Indústria | 76% (9.200)

Serviços | 38,8% (3.398)

Serviços | 15,5% (1.877)

Comércio | 13% (1.151)

Comércio | 9% (1.071)

Construção | 8% (679)

Construção | 1,5% (179)

Outros | 1,2% (104)

Outros | - 2% (- 269)

Mais uma sociedade

Menos de um mês depois de anunciar estudos para apurar a viabilidade econômica de nova parceria na Rússia, a Marcopolo assinou na última semana documento firmando compromisso com o grupo Kamaz para a constituição de jointventure comercial. A sociedade inicia operações em 2012, projetando a venda de 250 micro-ônibus, veículo que inicialmente será o único dis-

Caminhões 15% mais caros

A implantação das normas do Proconve P7, para reduzir a emissão de poluentes, deverá causar aumento de 15% no preço dos caminhões a partir de janeiro. A previsão é do CEO da MAN Lantin América, que detém 30% do mer-

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ponível para venda. A Marcopolo entrará com a carroçaria, enviando do Brasil para montagem na Rússia componentes mais complexos, enquanto os básicos serão fornecidos pela unidade da China. No Brasil a produção segue acelerada em três turnos, seis dias por semana – em alguns setores até no domingo – para atender a carteira já completa de pedidos até o fim do ano.

cado no Brasil, Roberto Cortes. A empresa apresentou os produtos adequados à nova legislação em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (15), antecipando os lançamentos para a Fenatran, que ocorre em outubro.

Disputa acirrada

A Escola de Formação Profissional Voges deu início nesta semana a mais dois cursos reunindo 40 alunos: o de operador de usinagem é oferecido pela primeira vez e o de auxiliar de metalurgia tem sua segunda edição. Para estes cursos a escola recebeu 200 inscrições, de jovens de 16 a 23 anos, com média de cinco por vaga, uma das maiores desde o início das atividades em 2006. Em cinco anos já foram formados 122 profissionais e mais 40 encerram cursos em novembro.

Trabalho escravo

Na Conferência do Trabalho Decente, realizada na última semana em Caxias como preparação ao encontro estadual, uma denúncia muito grave. O gerente regional do Ministério do Trabalho, Vanius Corte, confirmou mais de 20 casos de trabalho escravo na cidade. Anualmente a gerência fiscaliza 3 mil empresas locais. Também ficaram evidentes visões antagônicas sobre um mesmo tema. Enquanto Eremi Melo defendeu a redução da jornada como forma de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, Antônio Barreto, que representou os empresários, insistiu em investimentos na educação. Segundo ele, a falta de escolaridade faz com que essas pessoas sejam alvo de exploração.

Missão técnica

Embarca neste sábado (17) para a Alemanha um grupo de 26 empresários e representantes de empresas metalmecânicas da região, que forma a 21ª missão técnicocomercial do Simecs ao Exterior. O programa terá visita às feiras IAA, maior do mundo no segmento de automóveis, em Frankfurt, e EMO, de máquinas, equipamentos e serviços, em Hannover.

Curtas

A empresa Transportes Panex distribuirá na quarta-feira (21), na Praça Dante Alighieri, 5 mil mudas de árvores. O objetivo é amenizar a poluição que as atividades da transportadora podem causar ao meio ambiente. O diretor de relações governamentais e institucionais da MAN Latin America, Marco Antônio Saltini, palestrará na quarta-feira (21), na reunião-almoço da CIC, alusiva aos 20 anos SAE Brasil. Falará sobre o mercado automotivo brasileiro.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


O Caxiense entrevista

“O mito é

mais útil do

P

que a história”

Divulgação/O Caxiense

Escritor Juremir Machado da Silva desconstrói a Revolução Farroupilha: um levante sem interesse abolicionista, cujos heróis não foram tão heróis assim

www.ocaxiense.com.br

por JAISSON VALIM jaisson.valim@ocaxiense.com.br

repare-se para rever tudo o que você já ouviu falar sobre a Revolução Farroupilha. Auxiliado por uma equipe de pesquisadores, o historiador, escritor e jornalista Juremir Machado da Silva leu mais de 15 mil documentos e uma infinidade de livros sobre o acontecimento que motiva uma série de comemorações pelo Estado até o feriado de terça-feira (20). O resultado é tão devastador como a Batalha de Porongos, que aniquilou a tropa rio-grandense em 1844: ele desconstrói o mais emblemático episódio da história gaúcha nas 344 páginas de História Regional da Infâmia (L&PM, R$ 48). Diante da lança de Juremir, nada fica em pé. Segundo o intelectual, a Revolução Farroupilha foi uma revolta que não tinha intensa adesão popular nem objetivo abolicionista e usou métodos análogos aos das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, organização de guerrilha política ligada ao narcotráfico). Nem heróis, como Bento Gonçalves e o general Antônio de Sousa Neto, escapam da mira do jornalista, que recebeu o jornal O CAXIENSE na PUCRS, em Porto Alegre, onde ele coordena o curso de Pós-Graduação em Comunicação Social. Uma das suas propostas com o livro é mostrar o que é história e o que é mito na Revolução Farroupilha. Que mitos perduraram? Historiadores, folcloristas, entusiastas foram construindo o relato sobre a Revolução Farroupilha que nem sempre encontra respaldo nos documentos oficiais. Quando se olha para trás, parece que a Revolução Farroupilha foi um movimento de estancieiros abolicionistas e defensores da liberdade acima de tudo, com intensa adesão popular, imaculada e tudo mais. Quando a gente vai para os documentos, não é assim. Foi um movimento de produtores rurais – a Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul) da época – insatisfeitos com uma série de coisas: impostos altos, concorrência do charque latino, desatenção do governo central com o Rio Grande do Sul, tudo aquilo que é legítimo. Também uma série de militares estava aqui em uma espécie de geladeira. Eles tinham se envolvido em polêmicas em 1831 quando da abdicação de Dom Pedro I. Estavam insatisfeitos e começaram a conspirar. Junta isso com uma crise em 1834: o surto de carrapatos prejudica fortemente o rebanho. Some-se isso a outra causa que pouca gente lembra. A grande causa da Revolução Farroupilha é a Independência do Uruguai. Nossos produtores tinham campo no Uruguai. Eles iam e vinham com seu gado. Quando

o Uruguai se torna independente, esse ir e vir já não pode mais existir. Passa a ter a questão alfandegária, e eles se sentem altamente prejudicados, perdem os melhores pastos. Os produtores rurais e militares insatisfeitos promovem uma manifestação cujo intuito inicial é pressionar o governo central. Isso não tem nada de popular. Isso não tem nada de revolução para instaurar uma nova ordem social. No início, eles não eram republicanos. Eram monarquistas. Aos poucos, a sequência dos fatos vai radicalizando o movimento e obrigando a novas posições. Aqueles que olham hoje com entusiasmo só veem idealizações. Qual a maior novidade do livro? Para financiar o trem de guerra, Domingos José de Almeida – cérebro e tesoureiro do movimento – precisa vender seus negros no Uruguai. Em outro momento, a Revolução Farroupilha vai oferecer liberdade aos negros – especialmente escravos dos imperiais – para que eles lutem pelos farroupilhas. Em caso de vitória, eles seriam libertados. Mas isso é uma estratégia. Mesmo quando foi discutida uma Constituição, que não chegou a ser votada, não se previa a libertação dos escravos. Ela mantinha a escravidão. O ponto principal: a Revolução Farroupilha não foi abolicionista. Outro detalhe: a Revolução depois vai ter um grande racha. Por quê? Corrupção. Vicente da Fontoura acusa Domingos de Almeida e até Bento Gonçalves de terem se corrompido. Ao final, ainda há o que chamo de “Bolsa Revolução Farroupilha”. O Império indeniza 300 pessoas, inclusive Bento Gonçalves. Vicente da Fontoura é encarregado de fazer a distribuição dos recursos. Ele narra isso num texto chamado “Os quatro dias do inferno”. No texto, ele diz que o pessoal, para tentar ganhar mais, faz de tudo, principalmente notas frias. Na Revolução Farroupilha, tem de tudo um pouco: degola, estupro, venda de negros para financiar o movimento, corrupção e, por fim, indenizações e notas frias. Houve traição na Batalha de Porongos (o último grande confronto da Revolução Farroupilha, em 1844, onde hoje fica o município de Pinheiro Machado)? O episódio tem várias facetas. Tem a famosa carta assinada por Caxias, cuja assinatura é verdadeira, mas ainda é discutível se aquilo foi assinado antes ou depois de Porongos apenas para fazer uma intriga contra Canabarro. Eu mostro no livro que existem outros elementos, exteriores à carta (em que Caxias ordenaria o ataque em razão de um suposto acordo com o comandante das tropas farroupilhas, David Canabarro, que teria se comprometido a não resistir), que são

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para comprar agasalhos para os soldados. Os agasalhos não vieram.

Vasco Machado/O Caxiense

acachapantes. A irmã do general roupilha tem uma dimensão Neto ficou sabendo da aproxima- menor do que aquela dada pela ção das tropas adversárias, man- história oficial. É um episódio dou uma pessoa avisar Neto, que superdimensionado? mandou avisar Canabarro, que, ao Com certeza. É um movimento saber, mandou tirar o cartucha- regional, como aconteceram oume de sua infantaria. São detalhes tros na Regência. É verdade que descritos minuciosamente pelo foi o que mais tempo durou – até tenente Caldeira, participante dos pelo fato de que era produzido pelanceiros. Nós temos indícios pe- las nossas elites, ao contrário dos sados de que houve, ali, uma trai- outros, e o Império teve mais cuição. Acontece que essas coisas são dados. O que aconteceu foi uma discutidas por muitos ângulos. No guerra de guerrilha: uma embosdia seguinte, houve, cada aqui, uma emsim, uma traição. Os boscada ali e segue mortos desarmados “O movimento em frente, de vez em não eram lanceiros. tradicionalista é quando alguém se Eram infantes. Os de direita. E a interna no Uruguai lanceiros lutavam a Legalidade é para fugir da percavalo com suas lanseguição e depois ças. Os infantes luta- um movimento volta. É hiperdimenprogressista, vam a pé com arma sionada. Eles não esde fogo. E o que di- comandado por tavam proclamando zem os documentos? gente de esquerda. uma República para Só tem documento É mais incômodo” fazer um país de para falar. Canabarhomens livres, sem ro mandou tirar o escravos e que todos cartuchame, não as lanças. Então, fossem iguais. Não! Eles estavam é muito provável que os lanceiros defendendo seus interesses, de fatambém tenham morrido, outros zendeiros. fugiram, mas os infantes a pé e sem munição é que foram massa- O senhor falou em guerrilha. No crados. Os lanceiros eram negros. livro, compara o movimento farE os infantes, será que eram tam- rapo com as Farc. Isso não é probém? Fica uma brecha. Certamen- vocação de um polemista? te, havia infantes brancos. Mas, Claro que é uma provocação. na época, os gaúchos brancos não Era uma Revolução da Farsul da queriam lutar a pé. Era infamante época. Era de produtores rurais lutar a pé. O gaúcho branco e não em defesa de seus interesses, como escravo ia a cavalo. A maioria es- pagar menos impostos e receber magadora dos infantes era com- mais atenção do governo central. posta de negros. Então, todos esses Exatamente como a Farsul faz caminhos levam a fortíssimos in- hoje. Mas os métodos eram difedícios de que houve traição. rentes. A Farsul não usa esse método. E quais eram os métodos O senhor diz que Bento se envol- da Revolução Farroupilha? Saque veu em corrupção, mas a história à propriedade adversária, degola, oficial diz que ele morreu pobre. sequestro, tudo que as Farc usam. Ele não morreu pobre. No livro, Os homens daquela época usavam eu descrevo – como faz também esse método e os adversários tam(o historiador norte-americano) bém. Era a Revolução da Farsul Spencer Leitman – o que ele dei- com método das Farc. xou. Ele morre dois anos depois da Revolução, depois de ter dito que Canabarro foi traidor. Bento se voltava para casa como o homem envolveu em corrupção. Neto era mais pobre do mundo, mas morre mulherengo... rico e deixa mais de 50 escravos. (interrompendo) Até o Neto foi acusado de corrupção. Vicente da Quem lê o livro fica com a im- Fontoura acusa Neto de corruppressão de que a Revolução Far- ção. Neto recebeu uma quantia

Até Neto, talvez o personagem mais vangloriado da Revolução Farroupilha? Sim. Há muita mitologia sobre ele. Dizem que Neto não foi a Ponche Verde para assinar a rendição. Foi, sim! Neto estava lá. Vicente da Fontoura descreve Neto chegando, Neto saindo. E também não houve um tratado de paz. O que é um tratado de paz? Dois países ou adversários resolvem fazer um acordo, reúnem-se em determinado lugar, selam a paz e assinam um documento. Isso não existe. Caxias e Canabarro não estiveram no mesmo lugar no mesmo dia, não assinaram o mesmo documento. Isso não existe. Existe uma ata de rendição e de concessões que o governo fez aos produtores. Então, se até Neto tem problemas, o que sobra da Revolução Farroupilha? É interessante que o Rio Grande do Sul, apesar de minoritário e indisposto com os maus tratamentos do Império, ousou lutar, resistiu durante 10 anos, o que é muito. Foi o momento em que os gaúchos mostraram grande valor guerreiro. Em algumas batalhas, foram muito corajosos. É muito bom, muito importante, mas se esgota aí. Isso é bastante limitado. Em algumas coisas, eles foram infames. Por exemplo? Venda de negros para financiar um movimento que se queria humanista, fraterno e tudo mais. O senhor chega a afirmar que a Legalidade é mais importante do que a Revolução Farroupilha. Por quê? Do ponto de vista da história do Brasil, a Revolução Farroupilha tem muito menos importância do que a Revolução de 30 e do que a Legalidade. A Revolução Farroupilha foi um movimento do Rio Grande do Sul contra o Brasil. E acabou sendo sufocado. O Rio Grande do Sul perdeu, e o Império

Negros: venda, traiçã­o e massacre

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


fez algumas concessões. Depois, a Revolução de 1930 mudou o Brasil, é a grande mudança do Brasil. E a Legalidade evitou um golpe, que veio depois. São movimentos pelo Brasil. Na Revolução Farroupilha, nós perdemos.

não torcemos pelos times deles, nossos heróis são diferentes... E, além de tudo, às vezes, a gente se sente injustiçado em relação ao Rio e São Paulo ter mais destaque. É claro que a Revolução Farroupilha contribui para aumentar esse bairrismo, mas também esse bairrismo inventa o próprio passado. Não sei o que inventa mais: se a Revolução Farroupilha inventa o bairrismo, ou se o bairrismo inventa a Revolução. É uma via de duas mãos.

aprofundamento e contestação. História Regional da Infâmia foi lançado no ano passado. Sua contestação não ganhou espaço na mídia? Não. O livro até vendeu bem, mas não teve espaço nenhum na imprensa. Não ganhou nenhuma linha na grande mídia.

Em um artigo publicado no lançamento do livro, no ano passado, o senhor lembrava que a Revolução Francesa passa por Qual a participarevisões frequentes. ção da imprensa na Não temos esperansolidificação desse “Quais eram ça de que se discuta métodos da mito? a idealização da ReA mídia anual- revolução? Saque volução Farroupimente reforça e am- à propriedade lha por aqui? plia esse mito. Ela Não, não há espequer adular uma boa adversária, rança. Lá na Franparte da população degola, sequestro. ça, tem o François gaúcha que acredita Era a revolução Furet, Max Gallo e nesse mito. Ao ade- da Farsul com outros que reinterrir e ao colar ao mito, método das Farc” pretam a Revolução aparece como um Francesa. Quando porta-voz desse púsurge uma contesblico, cria uma identificação com tação dessas, há grandes debates. ele. A mídia, por interesse comer- Aqui, não. Não há interesse. E na cial, para fidelizar uma clientela, França também não folclorizam reforça o mito. A clientela, vendo a Revolução Francesa. Ninguém na mídia um eco ao seu imaginá- se fantasia de francês do século rio, adere a essa mídia. Então, isso XVIII para celebrar a Revolução. vai continuar por muito tempo. Se aqui tivesse acontecido a RevoEssa operação comercial, de mar- lução Francesa, todo ano a gente keting, não dá espaço para grande faria a degola do rei. Vasco Machado/O Caxiense

ro, os republicanos; depois, os militares do Instituto Histórico e Geográfico. A Revolução Farroupilha foi feita por militares, em certo sentido, e escrita por militares. Boa parte de quem escreve sobre o assunto são militares. Eles escrevem uma história grandiosa, ufaMas por que a Legalidade não é nista, onde só tem heroísmo, onde sequer lembrada durante a Se- boa parte da sujeira é escondida. mana Farroupilha, se foi comandada por gaúchos? De que forma esse mito contriO movimento tradicionalista é, buiu para formação da identidaem geral, um movimento de di- de do gaúcho? reita, conservador. E a Legalidade Boa parte das pessoas que se é um movimento progressista, co- orgulham desse passado e que comandado por gente de esquerda, memoram nos acampamentos não de centro-esquerda. Ele é muito faz a menor ideia da história da mais incômodo. Revolução. Só sabem pedacinhos: “Oh, o grande Neto”, “Oh, o granComo se deu a construção do de Bento Gonçalves”. Mas as pesmito da Revolução Farroupilha? soas não têm tempo, nem vontade, Isso começa quando Júlio de nem interesse em ver esses detaCastilhos, estudante de Direito em lhes. O mito é mais útil para a soSão Paulo, positivista, republicano, ciedade do que a história. O mito percebe que precisa de um mito permite que as pessoas se reúnam, fundador. No fim do século 19, convivam, compartilhem algo, se começa-se a estudar esse aconteci- sintam felizes, tenham autoestima. mento para tentar criar uma identidade gaúcha, que não existia tão A idealização da Revolução Farforte. Depois vêm outros trabalhos roupilha fortaleceu o bairrismo? e, nos anos 30, militares nacionaO bairrismo não é especificidalistas, ligados ao Instituto Históri- de nossa. Os cariocas são bairrisco e Geográfico, vão também dar tas, os paulistas são muito bairrissua contribuição para criar essa tas, os baianos são extremamente ideia – talvez alguns deles com bairristas. Cada Estado tem seu componentes racistas. Isso é uma bairrismo. Paulistas e cariocas nos construção de instituições: primei- acham mais bairristas porque nós

A Revolução, no olhar de Juremir: “O que aconteceu foi uma guerra de guerrilha: uma emboscada aqui, outra ali. É hiperdimensionada.”

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O BOLETIM

Maurício Concatto/O Caxiense

Os números falam

DOS COLÉGIOS

Escolas caxienses ultrapassam média nacional e estadual do Enem, mas educadores apontam espaço para melhorias

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Disciplina é uma das receitas do São José para ensinar com qualidade

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

s alunos do Colégio São José vestiram o uniforme com mais orgulho na semana que passou. Não que estudantes de Ensino Médio se preocupem em trocar de roupa para desfilar pela cidade fora do horário de aula. Utilizam o figurino escolar mais como a farda para enfrentar qualquer tipo de batalha – da biblioteca ao shopping. Mas, desde segunda-feira (11), a roupa padrão tem marcas de vitória. Nesse dia foi divulgado que o colégio atingiu a melhor média entre as escolas de Caxias e a 10ª melhor no Estado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010. Os 26 concluintes do 3º ano que prestaram a prova, o equivalente a 72% dos aptos a fazê-la, atingiram nota 652,88, entre as avaliações objetivas e a redação. “Na rua, as pessoas nos pararam e perguntaram como é a escola”, relata um desses alunos, Guilherme Cella. Apesar de não ser obrigatório, o exame aponta virtudes e deficiências do ensino médio. A média das escolas caxienses ficou bem acima da nacional, de 511,21, e da estadual, de 559,69. Juntos, os colégios da cidade obtiveram média 580,07. As particulares se saíram melhor, e aumentaram seu predomínio. Ocupam as 10 primeiras posições – na avaliação de 2009, o primeiro colégio público figurava em 8º. A arquitetura do São José lembra a topografia vertical da cidade. Pé direito alto e muito sobe e desce nas inúmeras escadas. Na última semana, tudo que se falava nos amplos corredores era o resultado positivo da prova. “Falou bem na imprensa, Jorge”, comentou uma aluna ao passar pelo professor de sociologia, Jorge Godoy, na quarta-feira (14). No imponente e espaçoso prédio no Centro de Caxias – além deste, o São José tem um ginásio com salas de aula no Panazzolo –, os dois coordenadores de disciplina usam um rádio para se comunicar. À tarde, quando a educação é voltada para os alunos do ensino fundamental, o número de coordenadores dobra. “Tem que ser tudo muito metódico. Senão se perde o controle”, explica Jorge. Ele associa o desempenho no Enem às oportunidades de for-

mação dadas aos professores e às ferramentas de ensino aplicadas aos alunos. A maioria dos estudantes está no São José desde as séries iniciais. “É a soma de um trabalho que vem sendo constante”, orgulha-se. A escola tem laboratórios de informática, portal de ensino online, auditório com 800 lugares, e oferece aulas de reforço e progressão continuada – quando se passa para a série seguinte ainda cursando disciplinas em que o aluno não atingiu o desempenho suficiente, numa espécie de “dependência”. Toda essa estrutura, obviamente, tem um custo. A mensalidade do último ano do ensino médio é de R$ 455. “É bem puxado. Quando amigos de outras escolas pegam as nossas provas, sempre dizem que nós sofremos”, conta Cristina Marcolla, aluna do 3º ano, confirmando que a disciplina – estampada no rosto das 16 diretoras que a escola já teve, seis delas francesas, em quadros na antessala da direção – é mais do que pose para fotos. As freiras coordenam o São José, e oito delas, incluindo a diretora, moram na própria escola. O colégio é mantido pela instituição filantrópica Associação Caritativo Literária São José, que tem colégios em outros dois municípios do Estado, Pelotas e Capivari. Assim como a UCS, a escola também encontra dificuldades para dar as bolsas necessárias para atingir o mínimo exigido pela nova lei de filantropia. Em Caxias, a instituição mantém um projeto com atividades culturais para 95 crianças no Cânion e uma escola de educação infantil no Cruzeiro. Cristina se sente pressionada a repetir o desempenho dos colegas que se formaram no último ano – é deles, afinal, a nota do Enem que hoje o São José comemora –, mas aponta outra característica que pode ter contribuído com o resultado positivo. “A maioria do pessoal que fez a prova fazia cursinho”, explica a estudante, que também faz pré-vestibular no turno inverso. A professora Maricir Picoli Vial, mãe de dois alunos do São José, ressalta que a escola exige dedicação fora da sala de aula. Como educadora, porém, convive com uma realidade bem diferente. Ela dirige o colégio estadual Aristides Germani, na outra ponta da

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lista – 35ª entre as 38 que pontua- do para a sala de aula, mas o aluno ram no exame. No Aristides, nem não aceita”, afirma. As críticas dela, laboratório de informática para o que é professora de Educação Físiensino médio há. A nota negativa ca, se estendem aos pais. Celulares no Enem resulta também de tur- confiscados durante as aulas geralmas muito grandes, com cerca de mente são buscados pelos pais no 37 alunos. Outras razões, diz ela, mesmo dia. Mas, quando a coorsão o desestímulo dos estudantes e denação precisa que os responsáprofessores e o baixo interesse dos veis compareçam na escola para pais. “Se não houver falar sobre notas ou uma união de pais, outras questões de professores e alunos, “Os professores disciplina, tem difinão vai para frente”, abraçaram a culdades. No Aristiconstata, acrescen- causa do Enem, des, a nota mínima tando que o Aristi- estudaram e para aprovação é 50, des também “recebe o que não impede o muito aluno do Mu- aplicaram provas baixo desempenho nicípio sem capaci- semelhantes”, dos estudantes do 3º dade cognitiva”. ano. diz Jussara, da Maricir também Escola Técnica, aponta a dissonância a melhor pública A coordenaentre os conteúdos dora-adjunta da cobrados no Enem e 4ª Coordenadoria na Prova Brasil, que avalia a edu- Regional de Educação (4ª CRE), cação do 5° ao 9° ano, em relação Carla Inês de Camargo Subtil, ao que órgãos reguladores peçam diz que não se pode usar o Enem que seja trabalhado em sala de para comparar o desempenho das aula. O maior empecilho está na escolas, embora admita que os interdisciplinaridade. Questões do resultados devem ser utilizados Enem exigem que os alunos rela- para “redimensionar a situação cionem conteúdos de diferentes pedagógica”. “Não o vemos como disciplinas em respostas únicas. um ranking, como algo que tenha “Tenho professores que trabalham um cunho de competitividade. No em quatro escolas diferentes. Para momento em que o resultado do fazer interdisciplinaridade tem Enem tiver esse cunho, se perde o que sentar com os colegas e discu- objetivo”, pondera. tir, o que é difícil. O professor até Assim como a diretora do Aristenta vir com trabalho diferencia- tides Germani, Carla também

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aponta a vontade dos alunos em mostrar um bom desempenho e o envolvimento da comunidade escolar como componentes que poderiam melhorar a qualidade de ensino. Ela garante que um concurso para contratar professores deve ser lançado nos próximos meses e que o governo tem investido na formação continuada dos educadores da rede estadual. A escola pública caxiense melhor colocada no Enem 2010, em 11º lugar, aposta na disciplina para conseguir bons resultados. Parte deles se reflete na alta taxa de reprovação. Segundo a diretora da Escola Estadual Técnica de Caxias do Sul, Jussara Rangel Piza, ela gira em torno de 60% no 1º ano. A escola não aplica provão, tem recuperações trimestrais e dependência somente no 3º ano. “Os professores abraçaram a causa do Enem, compraram apostilas, estudaram e aplicaram provas semelhantes”, explica Jussara. Eucledes Casagrande, vice-diretor do La Salle Carmo – 2º melhor da cidade no Enem –, considera significativo o desempenho de seu colégio, mas não fica satisfeito. “Nem a melhor escola do Estado conseguiu atingir a média sete. Como educação em geral, no país, temos muito o que melhorar”, lembra. A meta de Casagrande está anos-luz à frente do que sonha o

ministro da Educação, Fernando Haddad, para o longínquo 2028: que os colégios brasileiros alcancem média de 600 pontos. Exceção entre as particulares, a Edificare ficou muito distante do topo. Aparece em penúltimo lugar no exame. A explicação, segundo a direção, está em uma proposta de ensino e de avaliação diferente das demais escolas de Caxias. O colégio não oferece ensino em séries, mas matrículas semestrais em disciplinas. “Nós estaríamos preocupados se a taxa de aprovação fosse baixa. Para o Enem servir de parâmetro para a Edificare, os alunos deveriam fazer todas as disciplinas”, justifica a diretora, Judithe Ló. Na nota do Enem, porém, há também o efeito de uma herança recebida de outras escolas. Judithe argumenta que, dos cerca de 50 alunos que se formarão no ensino médio no fim deste semestre, apenas 10 “são nossos”. “Vários alunos são oriundos de outras escolas e chegam aqui reprovados”, afirma. Dentro de algum tempo, porém, a Edificare, as demais escolas e a 4ª CRE não poderão mais ignorar as estatísticas do exame. A intenção do MEC é torná-lo obrigatório para a rede pública como sistema de seleção único para diversas universidades – como já é, aliás, para o Programa Universidade para Todos (ProUni).

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Dança dos anônimos

HIPERATIVIDADE Caxiense bate recorde mundial de tempo dançando e espera que o feito seja homologado pelo Guinness World Records

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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

a madrugada de quarta-feira (14), apenas a batida eletrônica podia ser ouvida no saguão do San Pelegrino. Alan Fagundes, 31 anos, retomava o passo após dormir cerca de 40 minutos em uma sala desocupada do shopping. O quinto dia de seu esforço para bater o recorde mundial de horas seguidas dançando recomeçara às 4h40. Com dois celulares programados para despertar e evitar qualquer segundo de atraso, o amigo Felipe Petry interrompera o sono de Alan com uma leve batida no corpo. Responsável por manter o som, o melhor amigo do dançarino, Paulo Petry, irmão de Felipe, também tinha sido acordado e rapidamente voltara a comandar as pick-ups. Alan vestia agasalho preto, tênis com amortecimento e uma camiseta com o nome de seus patrocinadores. No palco, ao ritmo da batida hardstyle, dançava – na verdade, mais se balançava de um lado para outro – solitário, observado apenas por auditores, pelo encarregado de transmitir as imagens ao vivo na internet e por vigilantes do shopping. Sobre um tablado montado em frente à fachada envidraça-

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da do prédio, Alan acompanhava a passagem das horas através da movimentação do sol. Ao nascer, seus raios atingiam diretamente os olhos de Black – apelido do recordista –, que passava a dançar virado para uma das paredes. Em instantes, chegavam os primeiros funcionários da limpeza e os seguranças do turno da manhã, que diariamente apoiavam o caxiense. Mais tarde vinham os lojistas e, com a abertura do shopping, os primeiros clientes do supermercado. Essa rotina se repetiu por cinco dias. O desgaste físico, a falta de sono, a necessidade de se alimentar em pé, as corridas para ir ao banheiro – Alan tinha direito a cinco minutos de folga a cada hora de dança realizada – não abateram o dançarino, que tinha como objetivo superar a marca de 131 horas do inglês Steven Stevens. O britânico de 35 anos, gerente de um pub na cidade de Worthing, concluiu a proeza no dia 13 de março deste ano, superando o índice da indiana Kalamandalam Hemaletha, de 123 horas e 15 minutos. “Ser recordista é muito bom. E mundial é melhor ainda. Abremse novas portas”, conta Alan. Esta não foi a única experiência do caxiense em romper limites. No dia 15 de fevereiro deste ano, em sua

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primeira parceria com o RankExatamente às 17h31 de Brasil, desafiou o condicionamen- quarta-feira (14), Alan bateu o to físico ao sambar por 15 horas recorde mundial de Stevens. A consecutivas. Parou música foi temporasomente quando o riamente desligada amortecimento do “Ser recordista e, com sorrisos e látênis se espatifou. grimas, Black ergueu “Não podia parar de é muito o troféu recebido jeito nenhum. Fui ao bom. E das mãos de Cadari. mundial é banheiro sambanAo som das palmas do”, conta. Com 10 melhor ainda. dos funcionários, anos de mercado, o Abrem-se amigos, familiares RankBrasil é a únie curiosos, abraçou ca empresa brasilei- novas portas”, longamente a mãe, ra a regulamentar acredita Lusnete Fagundes recordes nas mais Alan dos Santos, 51 anos. deferentes áreas. Incansável, recupeSeu diretor, Luciarou o fôlego após no Cadari, diz que nesse período o momento de emoção e voltou já foram registradas cerca de 1,5 a dançar mais animado do que mil provas, com uma taxa de su- nunca. A atenção da plateia era cesso de 95% – porcentagem na o principal combustível de Alan qual se incluem as duas realizadas para recobrar as forças. Somente por Alan. A apresentação do selo às 21h14 suas pernas pararam dedo RankBrasil é a porta de entra- finitivamente de balançar e Black da mais barata, segundo o diretor, encerrou a jornada de cinco dias para o recordista entrar para o corridos. O caxiense dançou por Guinness World Records. Embo- 134 horas, 42 minutos e 37 sera sem apresentar valores, Cadari gundos. A marca o coloca como garante que o custo de contratação o recordista no RankBrasil e suda empresa paranaense – que en- pera o índice mundial, que, para globa a estadia dos auditores, ali- ser deferido pelo Guinness World mentação, transporte e taxa diária Records, precisa da aprovação dos de auditoria – é aproximadamente auditores ingleses. 10 vezes menor do que o da britâEsse foi o objetivo inicial de nica. Alan. Ter um título de importân-

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NO EMBALO DA


to – hoje supervisor da categoria o irmão de Paulo, Felipe, 28 anos, de base – comandou o atleta. “O os acompanhava nas mais diversas Alan já veio com agilidade natural. atividades. Ele recorda que os dois, Teve facilidade de aprendizado no na juventude, entraram na onda vôlei. Tinha bastante coordenação dark, vestiam-se de preto e fremotora e habilidade com a bola”, quentavam a casa noturna It Club. elogia. Além disso, conforme Nessa época, Alan voava pelas ruas Brisotto, tinha carisma. “Ele me de Caxias no Black Móvel, o Palio conquistou com esse lado. Hoje de sua mãe que ele rebaixou, colosomos amigos.” Devido à sua ha- cou rodas enormes e instalou pobilidade, Alan foi colocado para tentes caixas de som. Foi também jogar com alunos um ano mais nesse período que Alan fez um velhos e, mesmo assim, não ficava trabalho do qual não se orgulha. para trás. “Ele queria sempre ven- “Eu tinha 18 anos. Minha cabeça cer. Não ficava contente em ficar era outra. Parei para não me queino banco. Procurava no treino dar mar”, justifica. Alan foi convidado o melhor para a equipe”, lembra e dançou algumas vezes nos Leoo treinador. Apaixonado pelo es- pardos, grupo que se apresentava porte e sedento por novas vitórias, num clube das mulheres. Alan fez um teste para ingressar na Treze anos depois, com o troféu equipe principal com 18 anos, sem de dançarino recordista em mãos, passar antes pela caAlan acredita estar tegoria juvenil, que diante de grandes inexistia na época. “Poderia ficar perspectivas. Com A resposta não foi dançando até a mulher e os amia esperada. Por ser zerar o relógio”, gos, brinca sobre o uma posição fun- brincou Alan desgaste físico e psidamental no time, a cológico de mais de depois de mais equipe técnica optou cinco dias de dança: de cinco dias por um jogador mais “Poderia ficar danexperiente. Após a balançando çando até o relógio reprovação, Alan lar- ao som do zerar”. Depois que gou o esporte. “Acho hardstyle a música eletrônica que ele mantém essa silencia, os curiosos frustração. Acredito se afastam e os audique gostaria de seguir carreira”, diz tores se despedem, Alan não vê a Brisotto. hora de comemorar o título – com A reboque da dupla de amigos, uma bela noite de sono. Maurício Concatto/O Caxiense

cia e conquistar reconhecimento. liza itens esportivos e de ginástica, Desde a infância, quando apren- dá aulas de lambaeróbica na Vila deu a dançar com os pais e avós, Olímpica, de dança de salão partiele carrega consigo cular e de fitness em a necessidade de três academias. Alan “Ele reprovou superar limites. Um já tem no currículo o desafio com o qual algumas vezes, diploma de bacharel Lusnete teve de li- me incomodei em Fitness pela Feedar sozinha. Com a bastante na vale, a faixa preta em morte do pai, quancapoeira, um curso época do do Alan tinha quatro de dança do ventre anos, coube à mãe a colégio”, conta e o orgulho de ter tarefa de educar o a mãe do sido o único bramenino hiperativo. dançarino, sileiro a dançar na “Ele reprovou algu- Lusnete Tango Mil – segunmas vezes, me incodo ele, a principal modei bastante na tanguería de Buenos época do colégio”, recorda Lusne- Aires. Também já trabalhou como te, acrescentando: “O Alan ainda animador a bordo de um cruzeiro sente bastante falta da companhia marítimo que passou por Argendo pai. Mas nunca se revoltou com tina, Brasil e Estados Unidos, por isso”. Aos dois anos, Alan aprendeu seis meses. os primeiros passos com a mãe e a avó. A paixão pela dança seguiu Filho único e órfão de pai, de forma crescente. Após Lusnete Alan encontrou na companhia do começar a dar aulas em uma esco- vizinho de infância Paulo Petry la de música tradicionalista, o pe- mais do que uma amizade. É o irqueno Alan, então com nove anos, mão que ele nunca teve. Os dois iniciou sua trajetória profissional cresceram, estudaram e ingressacomo monitor. Aos 14, ele já dava ram juntos no voleibol da Univeraulas de dança também. sidade de Caxias do Sul. Aos 13 A hiperatividade é confirmada anos, entraram para as categorias pela esposa, Thaís Fagundes, 25 de base. Alan iniciou como ataanos, e reiterada pela agenda de cante de ponta e, aos poucos, assuatividades de Alan. Paralelamen- miu a posição de líbero. Dedicado te ao curso de Educação Física na e disciplinado, não costumava se UCS, o recordista administra a atrasar para os treinos. Por cinco marca Ritmo Certo, que comercia- anos, o treinador Giovani Brisot-

Além de botar o som, o amigo Paulo ajudava Alan a acordar dos breves momentos de descanso e a controlar cada minuto dos intervalos

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Londres é aqui

Em um chá inspirado no casamento real britânico, o aniversariante se fantasiou com os trajes do personagem principal, o príncipe William

Gargioni, que festa

“chiquetíssima”!!!

No aniversário de 69 anos de um dos mais importantes colunistas sociais de Caxias do Sul, não bastava elogiar a elegância e a generosidade das convidadas. Era preciso mostrar um entusiasmo que só se exprime com exclamações – ou com neologismos

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por JAISSON VALIM jaisson.valim@ocaxiense.com.br

é preciso transmitir uma empolgação só expressa por meio de sinais especiais de pontuação. Há elogio mais sem graça do que o tão repetido durante a festa “ai, que amor” assim, solitário? Veja como o “ai, que amooor!” ganha vida quando está com o acompanhante ortográfico! Neste chá das cinco, foi um “como você está linda!” para cá, um “que elegância!” para lá, um “que ótima você está!” aqui, outro “bem legal!” ali. Mas, às vezes, nem as exclamações nem os 435 mil verbetes do dicionário dão conta de expressar um reconhecimento. Aí, apela-se para o neologismo – ainda assim, acompanhado do sinal ortográfico. “Que ‘chiquetíssima’!!!”, elogiou uma convidada para a organizadora do evento, Marta Michelon, que convive com o aniversariante há mais de 25 anos, desde que concorreu a rainha da Festa da Uva.

enhoras dentro de seus melhores vestidos, com seus colares mais caros no pescoço e suas cabeças ornadas com chapéus ao estilo do Palácio de Buckingham desembarcavam dos carros e davam uma movimentação inusual para a Rua Marquês do Herval no meio da tarde de quarta-feira (14). Ao pisar com seus sapatos de salto alto no Aristos London House, no Clube Juvenil, chegavam para dois eventos simultâneos. O primeiro acontecimento, oficial, estava grafado nas 104 palavras do convite, todas elas escritas em cor ouro: aniversário do colunista social Paulo Gargioni. O segundo era implícito, perceptível apenas por ouvidos atentos: durante aquelas duas horas e meia, em nenhum outro lugar do mundo talvez, trocaramse tantos elogios entusiasmados como ali. Bem-vindo ao Festival Caxiense das Exclamações. Essa cordialidade dá o tom Sim, porque em círculos requin- dos eventos da alta sociedade catados como este, não basta exaltar. xiense desde sempre, e poucos É preciso exaltar com exuberância, souberam traduzi-la com tanta

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propriedade nas publicações lo- dos anos 60, ele deixou Vacaria e cais como Paulo Gargioni. Tente começou a trabalhar na Secretaria encontrar alguma informação ne- do Turismo de Caxias do Sul. Sua gativa ou algum despautério nas desenvoltura ao circular pela sopáginas da Revista Acontece Sul, ciedade e ao promover recepções que veicula sua colu– inclusive de autona. Será difícil acháridades nacionais na los. Porque ele en- “Na coluna Festa da Uva – destende que o homem, social, a gente pertou o interesse independentemente faz o bem. do ex-prefeito Mande sua função, tem Você enaltece sueto Serafini Filho, como primeiro deque mantinha o seas pessoas, ver servir sua comumanário indepennidade. “Na coluna promove o dente Caxias Magasocial, a gente faz o ego, e elas se zine. Foi o primeiro bem. Você enaltece sentem melhores”, passo para se tornar as pessoas, promove afirma Gargioni um dos principais o ego, e elas se sencolunistas sociais do tem melhores”, filomunicípio. sofou. É uma lição que serviu até Em sua trajetória, aparecem paspara seus sucessores. “Às vezes, em sagens por outros jornais – além nome dos outros, a gente se esque- do Pioneiro, o extinto Caxias Noce até de nós mesmos”, ressaltou tícias. Primeiras-damas, empreJoão Pulita, que herdou a coluna sários, autoridades, artistas, todos social do Pioneiro quando Gargio- queriam sorrir nas páginas dele. E ni deixou o jornal, no início dos ninguém diga que não, ressalva a anos 90. amiga Theresinha Pretto Serafini. Gargioni enaltece pessoas com “Todo mundo gosta de aparecer suas publicações há quase meio na coluna social. Quem afirma que século. Depois de prestar o servi- não gosta está mentindo”, analisou. ço militar obrigatório, no começo Theresinha estrelou edição de

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A festa tinha outros atrativos. Em um evento inspirado no mais recente casamento real britânico, Gargioni vestiu um traje vermelho que imita o uniforme da Ordem dos Guardas Irlandeses de Honra – o mesmo usado pelo príncipe William na cerimônia em Londres – e pregou na roupa condecorações que recebeu de instituições como a Marinha, a Força Aérea Brasileira e órgãos ligados ao jornalismo. Para acolher os convidados, pôs-se ao lado da bela ex-rainha do Clube Juvenil Pauline Werner, que se caracterizou como Kate Middleton, a mulher de William. Não faltou nem a réplica do anel de noivado no dedo da “sósia”. “Olha, que lindo!”, orgulhava-se Gargioni, pedindo para que as pessoas dessem atenção ao adereço. É claro que o aniversariante discursou. E iniciou o pronunciamento com uma promessa:

caria. A segunda razão foi a saudade dos amigos que formou em sua trajetória por estas bandas. E, sem qualquer constrangimento, apresentou a terceira justificativa. Ele ficou com medo de ficar desassistido na área da saúde após fazer um exame de próstata. O teste comprovou a saúde de ferro do colunista, mas mostrou que a ajuda do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (Ipam) poderia ficar aquém do necessário caso tivesse um revertério. Dos R$ 300 da consulta, ele havia recebido menos de R$ 100 de reembolso do órgão. Com essa narração, ele provocava a ansiedade do público: e qual era, afinal, a ideia tão absurda de que tanto se referia naquele discurso? Pouco antes das 17h, ele faria o anúncio. Para comemorar seus 70 anos, Gargioni pretende reunir 350 pessoas no Clube Juvenil, Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

uma das festas mais aguardadas duvida é porque não pôs os pés na pela alta sociedade caxiense. Mais festa da última semana, quando de três décadas atrás, nos sofisti- ele comemorou os 69 anos. A procados salões do Alposta da festa nasceu fred Hotel, Gargioni a partir de uma con“Às vezes, em apresentava As Dez versa com a amiga Mais Elegantes. “Foi nome dos Therezinha Martini. uma honra receber outros, a gente Ele contou o desejo esse reconhecimen- se esquece até de não apenas celeto!”, exclamou a hobrar o aniversário, de nós mesmos”, menageada. mas também ajudar Os eventos não ti- garante João instituições de carinham igual luxo das Pulita, que dade com a renda do cerimônias atuais, herdou coluna evento. ela lembra, mas nem de Gargioni “Olha, eu participo por isso deixavam do grupo das Terezide ser requintados, nhas que se mobiliza com os convidados em seus trajes para construir a capela de Santa mais sofisticados e decorações ca- Terezinha no Fátima Baixo...” prichadas. Afinal, era o momento Gargioni emudeceu por instanem que a cidade – onde ainda todo tes, relatou a amiga. E se emomundo conhecia todo mundo – cionou. Ficou surpreso com a dava uma pausa no trabalho e se coincidência: logo ele, devoto de divertia. “Hoje, é comum as pesso- Santa Terezinha, ouvir uma sugesas se reunirem em restaurantes ou tão dessas? Therezinha, que tammesmo em casa. Elas já não pre- bém caiu em prantos, soube que a

A elegância subiu à cabeça: mulheres seguiram orientação do convite, que recomendava o uso de chapéus ao estilo do Palácio de Buckingham cisam mais desses eventos sociais para se confraternizar”, comparou. No embalo de As Dez Mais Elegantes, o colunista criou As Nove da Nova, uma espécie de versão teen da festa original, em que elegia as jovens caxienses mais bem vestidas. Bailes de debutantes e outros eventos também passaram a ganhar a assinatura de Gargioni. Eram confraternizações em que ele atraía até personalidades nacionais. “Vieram o ex-ministro Mario Andreazza, a esposa do exvice-presidente Pedro Aleixo, a ex-miss Ieda Maria Vargas...”, começou a relacionar Gargioni, em uma lista sem fim, revelando sua pronúncia característica para o prefixo “ex”: ecs-ministro, ecs-vicepresidente, ecs-miss... Sempre com uma ideia ou outra, Gargioni não para quieto – e, assim, mantém o “ex” longe de qualquer palavra que sirva de referência a si próprio. Se alguém

devoção se reforçou desde uma caminhada reveladora. O colunista andava quando viu algo estranho em meio ao barro. Remexeu e descobriu: era uma imagem de Santa Terezinha. “Cada vez mais, ele tem se voltado para a religiosidade”, atestou a amiga. Não é surpresa que o Lar da Velhice São Francisco de Assis tenha aparecido como a segunda entidade beneficiada pelo chá. A entidade leva o nome de outro santo para o qual Gargioni dirige suas preces. Essa benemerência, aliada ao carisma do aniversariante, foi o que levou um grupo de 80 pessoas – inclusive religiosos, vereadores e aspirantes ao cargo – a deixar suas atividades em plena tarde de um dia útil para comparecer no Aristos. “Parabéns pelo aniversário e pela generosidade!”, saudou o ex-jogador Washington, pré-candidato a uma vaga na Câmara Municipal pelo PDT, ao cruzar pelo colunista.

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“Daqui a pouco, vou propor uma com as patronesses fantasiadas ideia absurda! Absurda!!!”, anun- com roupas de personalidades ciou, enfatizando a exclamação. marcantes na história mundial e Nesse momento, ele capturou a nacional. Uma socialite se vestirá atenção da plateia: só se escutava de Cleópatra, outra colocará os o resmungado de uma porta ou a trajes de Joana D´Arc, mais uma lamúria de uma ou outra xícara de irá se caracterizar como a princechá ao tocar o pires. sa Isabel e assim sucessivamente. Gargioni havia conseguido criar Elas servirão, em suas mesas, os a expectativa. E pratos prediletos e aproveitou para faas sobremesas das zer suspense. Antes, “Todo mundo personagens que recontou por que volpresentam, em mais gosta de tou a Caxias depois uma festa beneficende uma estadia de 11 aparecer na te. Isto ele não falou, anos em Maceió, do- coluna social. mas a iniciativa patada de praias e tem- Quem afirma rece querer resgatar peratura média pró- que não gosta um glamour perdixima de 30°C, ideal do em algum salão está mentindo”, para desfrutar da de clube social enaposentadoria como diz Theresinha tre os anos 70 e 80, servidor municipal. Serafini quando brilhavam Ele listou, como priseus eventos. meiro motivo, a vonCom tanta empoltade de voltar a ficar mais perto da gação do idealizador, não é absurirmã e de outros parentes, que se do dizer: tem tudo para ser uma dividem entre Caxias do Sul e Va- festa “chiquetíssima”, Gargioni!!! 17 a 23 de setembro de 2011

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Guia de Cultura

Mandarin Films, Divulgação/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Catherine Deneuve, que não gosta do rótulo de diva, protagoniza Potiche. Musa, fumou em local proibido no RJ e abafou a divulgação do filme

CINEMA Recomenda l Potiche: Esposa Troféu | Comédia. Sábado e domingo, às 20h | Ordovás Catherine Deneuve fumou durante a entrevista coletiva para o lançamento do filme no Rio de Janeiro. Um crime, uma gafe. Especialmente para as divas. A polêmica atraiu mais os holofotes do que a própria obra. Potiche é assim também, Catherine se sobressai. Em francês, o termo se refere a um objeto de decoração. No Brasil, ‘bibelô’ seria a melhor tradução. Ela interpreta uma esposa nos anos 70, uma dona de casa que passa a administrar a empresa depois do infarto do marido e ameaça o cargo do chefe da família. Gérard Depardieu também enfeita a cena. Estreando em Caxias. Dirigido por François Ozon. 2010. 103 min.

Para definir o roteiro, é preciso descrever pelo menos cinco clichês em uma frase. Um nerd na escola, agora um cientista frustrado, cria uma máquina do tempo por causa de uma mulher e descobre que o que se muda no passado altera o futuro. Mas não é só de fórmulas americanas que se faz o sucesso brasileiro. O filme tem as elogiadas atuações de Wagner Moura, em dose tripla, e Aline Moraes em dose fatal. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Cláudio Torres. Com Gabriel Braga Nunes e Fernando Ceylão. 106 min. 2011.

l Os Smurfs | Aventura. 13h30, 15h40, 17h50 (dub) | GNC Um narrador introduz a história da vila dos Smurfs para os novos fãs e logo eles atravessam um portal para o mundo dos humanos. Há sete semanas em cartaz, o filme agrada as crianças de hoje, mas é capaz de decepcionar as crianças dos 80/90, para quem as criaturas azuis jamais deveriam ter posto os pés na cidade de Nova York. Dirigido por Raja l O Homem do Futuro | Co- Gosnell. Com Hank Azaria, Katy média. 14h45, 17h15, 19h45, Perry e Jonathan Winters. 103 21h50 | GNC min. 2011.

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l Planeta dos Macacos: a Origem | Ação. 20h, 22h10 (leg) | GNC Incrível como os macacos geram medo nos humanos. Vai ver é a semelhança. No cinema, eles têm um olhar fulminante, mas não querem matar ninguém, só dar um sustinho. Na história, cientistas, certamente menos espertos que os macacos, fazem experiências com nossos parentes de DNA. Entrando na 4ª semana em Caxias. Dirigido por Rupert Wyatt. Com James Franco, Andy Serkis e Freida Pinto. 105 min. 2011.

Justin Timberlake and Patricia Clarkson. 2011. 109 min

l Larry Crowne - o amor está de volta | Comédia. 14h20, 16h50, 19h10, 21:10 (leg) | GNC Depois de quatro semanas no cinema, Professora Sem Classe saiu de cartaz. Os alunos sentirão falta de Cameron Diaz, mas ela já tem uma substituta, com mais roupa e maior currículo: Julia Roberts. Larry Crowne (Tom Hanks) – faça uma piada sobre Dan Stulbach aqui –, diretor e protagonista do filme, perde o emprego, volta aos estudos e parl Amizade Colorida | Comé- te para novos desafios, entre eles, dia, 21h10 (leg) | GNC conquistar a professora. Na 2ª seOs personagens de Justin Tim- mana em Caxias. 98 min. 2011. berlake e Mila Kunis misturam amizade e sexo, trabalho e sexo, l Conan, o Bárbaro | Ação. conversas em mesa de bar e sexo. 14h, 16h40, 19h20, 21h40 (Leg) e Afinal, os amigos estão aí para 17h, 19h30 e 22h (3D, leg) | GNC todas as horas, não é? Sexo sem Um pouco de magia, um tanto compromisso, sem qualquer en- de mitologia, algumas doses de volvimento afetivo, certo? Claro luta, mais a linda moça da história que não. Todos já conhecem o e os músculos de Conan. Depois enredo, mas o filme deve atrair de uma semana de pré-estreia (?), casais interessados em romance, Conan, o Bárbaro está em exibihumor e, claro, sexo. Em pré-es- ção em vários horários. A história treia em Caxias do Sul. Dirigido nasceu dos quadrinhos e já fez por Will Gluck. Com Mila Kunis, sucesso nos cinemas com Arnold

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Schwarzenegger. Estreando (agora sim!) em Caxias do Sul. Dirigido Marcus Nispel. Com Jason Momoa, Ron Perlman and Rose McGowan. 113 min. 2011.

& os Tocaios. Blues. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Fabrício Beck Trio. Rock. 23h. Vagão Bar. 32230007 | Terça (20): Uncle Cleeds & J.A. Harper. Blues. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Quarta (21): Pietro Ferreti e Bico Fino. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. Paiol. 22h. 3213-1774 | Blackbirds. Rock. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (22): Chris e Alexandre. Sertanejo. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Fabrício Beck e Banda Jack Brow. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Macuco. Tradicionalista. Paiol. 22h. 3213-1774 | A4. Pop Rock. Boteco 13. 23h30. 3221-4513 | Flávio Ozelame. Blues. 23h. Mississippi. 3028.6149 | Sexta (23): A4. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Alemão e trio. Pop Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. Paiol. 22h. 3213-1774 | Sandro e Cícero. Sertanejo.23h. Xerife. 3025-4971| Adriano Trindade e Tiago Corrêa. Samba Rock. Boteco 13. 23h30. 3221-4513 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Gullivers. Rock. 23h. Vagão Bar. 32230007 | Indie Girls. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Sexta Cultural. MPB. 21h. Zarabatana. 3228-9046 |

TEATRO

Rui Barbosa, Divulgação/O Caxiense

Recomenda l 13º Caxias em Cena | De 13 a 25 de setembro Depois de uma ótima semana que se iniciou com O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas e se encerraria com o show de Nei Lisboa, o festival mantém a qualidade do teatro e traz outra grande atração musical, Ana Prada. Os ingressos custam R$ 15 (público geral) e R$ 7 (idosos, estudantes e classe

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rapaz franzino se transforma em meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panasuper-herói. Por ser americano, zzolo. 3901-1316. Capitão América, é claro, não poderia deixar de guerrear. Entrando na 2ª semana no UCS Cinema. MÚSICA Dirigido por Joe Johnston. Com Recomenda l Manda-chuva - O Filme Chris Evans, Hugo Weaving and (3D) | Animação. 13h10, 15h10 Samuel L. Jackson. 124 min. 2011. l Exaltasamba | Segunda, às (Dub) | GNC 23h Policiais eletrônicos prometem l Cilada.com | Comédia. 20h | Na véspera do Feriado Farroudeixar a vida do gato folgado um UCS pilha, o grupo de Exaltasamba, pouco mais apertada na cidade. O Sem considerar os intervalos o preferido de Neymar, vem a filme é uma coprodução ente Mé- entre as exibições no GNC e na Caxias para animar aqueles que xico e Argentina, apontado pela UCS, Cilada.com já está na 10ª acham que calça larga não é bomcrítica como um fracasso no 3D. semana em Caxias do Sul. Já não bacha, é saruel. É o show do ano Estreando nos cinemas. Dirigido pode se chamar de rapidinha. En- para os fãs de pagode. por Alberto Mar. Com Fred Ta- trando na 2ª semana na UCS. Di- Estacionamento do Martcenter tasciore, Melissa Disney e Chris rigido por José Alvarenga Jr. Com R$ 50 | RSC 453, 4.140, Desvio Edgerly. 2011. Bruno Mazzeo, Rosana Ferrão. 95 Rizzo min. 2011. l Cowboys e Aliens | Ação. TAMBÉM TOCANDO: Sába13h45, 16h30, 19h, 21h20 (leg) | l Fale com Ela | Quinta (22). do (17): Vice-verso. Pop Rock. GNC Drama. 19h30 | UCS (Sala Flo- 22h. Portal Bowling. 3220-5758 Podem achar a obra uma gran- rense) | DJ Fábio Codevila. Eletrônica. de viagem, mas uma batalha enFale com ela, mesmo que ela 22h. La Barra. 3028-0406 | Gustre Cowboys e Aliens parece bem não te ouça. Uma paciente em tavo Reis. MPB. 22h. The King. original. Daniel Craig interpreta o coma é a grande – e estranha, 3021-7973| Os Madrugas. Rock. papel principal e que possui uma como sempre em Almodóvar – 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Barpoderosa pulseira. Só que para paixão de um enfermeiro. Com baquá. Tradicionalista. Paiol. desespero dos cowboys, o bang- ela, o rapaz divide aflições, medos 22h. 3213-1774 | DJ Rodrigo bang dos extraterrestres não terá e angústias sem ter retorno, como Dias. Eletrônica. 23h. Nox. 3027só tiros de 38. Entrando na 2ª em muitas sessões de psicanálise. 1351| Regra 3. Samba. Boteco 13. semana em cartaz. Dirigido por Dirigido por Pedro Almodóvar. 23h30. 3221-4513 | DJ Rodrigo Jon Favreau. Com Daniel Craig, Com Rosario Flores, Javier Cá- Ayala e DJ Federico Barco. EleHarrison Ford e Olivia Wilde. 118 mara e Darío Grandinetti. 2002. trônica. 23h. Havana. 3215-6619 | min. 2011. 112 min. Taxi Free. Rock. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Dj Maquinista. FesINGRESSOS - GNC: Segunda, quarta e l Os Pinguins do Papai | Co- quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ ta Latina. 23h. Vagão Bar. 3223média. 16h (dub) | UCS 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia 0007 | Tubarão e Don Capone. Não adianta fazer cara feia. entrada, crianças menores de 12 anos e sê- Rock. 23h. Vagão Classic. 3223Adaptadas ao clima caxiense, as nior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 0616 | Domingo (18): Puraca6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, aves do mestre das caretas entram domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 zuah!!!. Pagode. 21h. Portal Bona na 5ª semana em cartaz. Diri- (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia en- wling. 3220-5758 | Domingueira. gido por Mark Waters. Com Jim trada, crianças menores de 12 anos e sênior Set com DJ’s. 17h. Zarabatana. mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in- 3228-9046 | Segunda (19): RoCarrey, Carla Gugino e Angela com teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores Lansbury. 94 min. 2011. de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e bledo e Domenico. Acústico. R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários 22h. Bier Haus. 3221-6769 | DJ l Capitão América: o pri- das sessões de sábado a quinta – mudanças Luciano Lancini e DJ Nóia. Serprogramação ocorrem sexta. RSC-453, meiro vingador | Ação. 18h na tanejo. 23h. Xerife. 3025-4971 | 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: (leg) | UCS R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sê- Sunny. Pop. Boteco 13. 23h30. Cientistas novamente fazem ex- nior, professores e funcionários da UCS). 3221-4513 | Constelação. Pagoperiências mirabolantes. Só que Horários das sessões de sábado a quinta – de. 23h. Havana. 3215-6619 | DJ na programação ocorrem sexta. neste filme, as cobaias não são os mudanças Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Tom Hopkins. Eletrônica. 23h. macacos, mas um humano. Um Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, Pepsi Club. 3419-0900 | Oly Jr.

Ana Prada apresenta o seu CD Soy Pecadora e a Companhia dos Pés sobe a fachada da igreja Cristo Redentor no teatro vertical Casca de nós

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artística) e podem ser adquiridos nos locais das apresentações, em horário comercial ou uma hora antes dos espetáculos. PROGRAMAÇÃO Sábado: Flor de Mandacaru. Infanto-juvenil. O grupo carioca Cia. Entreato narra a crença popular sobre a flor que determina a chegada da chuva ao Sertão, popularizada no Xote das Meninas, de Luiz Gonzaga. Teatro São Carlos, 17h. | Mar me quer. Drama. Na peça do grupo A Outra Companhia de Teatro, de Salvador, um pescador guiado pelo espírito do avô tenta conquistar o amor de uma vizinha contando-lhe fantásticas histórias, mentiras e verdades. Adulto. Ordovás, 20h | Romeu e Julieta – jamais vós vereis algo semelhante. Comédia. Os experientes Raulino Prezzi e Ana Fuchs sobem ao palco para encenar Shakespeare pela primeira vez. E precisam da ajuda da plateia para viver o casal mais famoso da literatura. Adulto. Sesc, 21h30 | Domingo: Remendo Remendó. Teatro de rua. As mentes mais criativas do interior da Bahia participam de um concurso de contadores de histórias na peça do grupo A Outra Companhia de Teatro. Livre. Parque dos Macacaquinhos, 16h | Beatles – A Razão e a Paixão. No Top 5 da maestrina Cibele Tedesco, o destaque do espetáculo está na união entre o Coral Municipal, a Orquestra e a Cia. de Dança para interpretar 12 músicas dos Beatles. Livre. Teatro São Carlos, 20h | Segunda: Il Fault Trouver Chaussure à Son Pied. Dança contemporânea. Freud os pés um símbolo fálico e os sapatos um símbolo feminino. O antropólogo francês Leloup encontrou as mesmas referências em inúmeros provérbios orientais e ocidentais. E a Cia Geda, de Porto Alegre dança essas teorias. Adulto. Teatro São Carlos, 20h | Segunda (19): 9 mentiras sobre as verdades. Uma atriz, que mistura realidade e ficção na rotina, se revela em um grupo de apoio para mentirosos compulsivos. O monólogo do grupo Teatro Líquido, de Porto Alegre, ganhou o Açorianos 2010 de Melhor Atriz pela atuação de Vanise Carneiro. 14 anos. Sesc, 21h30 | Ter-

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ça (20): Casca de nós. Dança/ teatro. O grupo Companhia dos Pés, de São Paulo, se pendura na fachada da igreja para encenar. É o teatro vertical. A peça aborda a ocupação sentimental dos lugares, nossos espaços, nossos pequenos universos, as cascas de noz. Livre. Largo da Igreja Cristo Redentor, 20h | Ponto de Partida. Drama. O grupo Nohgátikus se inspira na morte de Vladimir Herzog para refletir sobre o poder, a arte e a liberdade. Mentira ou verdade? Assassinato ou suicídio? Ordovás, 21h. 14 anos | Quarta (21): Pequeno Inventário de Impropriedades. Monólogo. O conteúdo do blog de Marx Reinert (www.pequenoinventáriodeimpropriedades.blogspot.com), ator do monólogo, é transformado em teatro. Uma mistura de realidade e ficção virtual. 16 anos. Sesc, 20h | “….” Com um título que mais parece um erro de digitação, a peça da Companhia dos Pés tem uma sinopse tão indecifrável quanto o nome. Algo sobre cumprir metas e cronometrar a vida. 14 anos. Teatro São Carlos, 21h30 | Quinta (22): (E)Terno. Teatro/Dança. Uma mulher espera pelo marido e revela os sonhos da filha que quer conhecer o pai. Interpretada por Tefa Polidoro, a divide com o público as suas angústias. 14 anos. Sesc, 15h e 20h | Noite de Bonecos – Musicircus. Bonecos. Diversos personagens de circo divertem “todas as idades” ao som de Tom Jobim e Astor Piazolla. Cia Navegante (MG). Livre. Ordovás, 20h | Cadiquê. Dança contemporânea. A Cia. Étnica de Dança mistura danças afro e street dance para ampliar a a constatação poética de Cartola: “o mundo é um moinho”. 14 anos. Teatro São Carlos, 21h30 | Sexta (23): Zôo-ilógico. Teatro de objetos. Em um piquenique no Zoológico, pai e filho criam animais com pratos, copos e objetos do cotidiano, coisa que as crianças sabem fazer bem e a Cia. Trukus é especialista. Livre. Teatro do Sesc, 10h e 15h | Soy Pecadora. Música. A uruguaia Ana Prada encerra a semana com o show do seu último CD. Acústico com base eletrônica, a solidão, a morte e, claro, o pecado. Teatro São Carlos, 21h30.

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EXPOSIÇÕES Recomenda l Pinturas Aeropostais | De 21 de setembro a 15 de outubro. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h As pinturas aeropostais do artista chileno Eugenio Dittborn, homenageado da 8ª Bienal do Mercosul, desembarcam em Caxias na próxima semana. Elas são enviadas para os locais da exposições, dobradas e guardadas em envelopes que ficam ao lado de cada peça para lembrar os lugares em que passaram. O artista estará em Caxias na quarta (21), às 18h, para uma conversa sobre a exposição. Ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo l Flores, Cores e Formas | De segunda a sábado, das 9h às 18h30 No nome faltou originalidade, resta saber agora se as obras de Magda Novello vão conseguir surpreender o público. A artista plástica já ganhou alguns prêmios com seus trabalhos. O mais conhecido é o primeiro lugar no XIX Salão Internacional de Artes Plásticas do Proyecto Cultural Sul Brasil. Salão de Beleza Iza Entrada gratuita | Os 18 do Forte, 1420, Centro TAMBÉM EM EXPOSIÇÃO: Arte em Macramê. Artesanato. Ana Marchioretto. De segunda a sábado, das 10h às 22h. Scapularium (Shopping San Pelegrino). 3029-1718 | Barrocas. Colagem. Nana Corte. De terça a sábado, das 17h às 22h. Boteco 13. 32214513 | Crianças do Outro Lado do Mundo. Fotografia. Ilka Felipini. De segunda a sábado, das 8h às 20h. Sesc. 3221-5233 | Lições de um Jovem Fotógrafo. Fotografia. Walter Brugger. Sábado, das 9h às 17h. Último dia. Museu Municipal. 3221-2423 | Marcas da Cultura Gaúcha. Pintura. Vasco Machado. Até terça (20), a par-

tir das 9h. Pavilhões da Festa da Uva. 3901-1381 | O Vazio, a Luz e a Matéria. Escultura. Mario Cladera. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000 | O ventre e o leite. Escultura, desenho e poesia. Bruno Segalla. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Instituto Bruno Segalla. 3027-6243 | Paisagens gaúchas em Graffiti. Grafite. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. Até 23 de setembro. Prefeitura. 3901-1381 | San Nathorius - Moda e Decoração Ecológica. Reciclagem. Nair Bresolin. De segunda a sexta das 8h às 22h30. Até 21 de setembro. 3218-2100 | Servir e não ser servido. Artesanato. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Farmácia do Ipam. 39011316 | Tiragem Única. Pintura e escutura. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, das 15h às 19h. Ordovás. 3218-6192 |

LITERATURA l Formas Ignoradas: Ornamentos, Estilos e Memórias | Sexta (23), às 19h30 O arquiteto e urbanista Roberto Filippini lança seu estudo que procura guardar a descrição da arquitetura preservada, da história dos prédios e daquilo que foi perdido nas construções em Caxias do Sul. Museu Municipal Entrada gratuita | Visconde de Pelotas, 586 | 3221-2423

CURSOS l Workshop de Escultura | Quinta-feira (22), às 18h Todos com as mãos na massa. Após as exposições Paralaxe e O vazio, a luz e a matéria, que continua no Campus 8, Mario Cladera ministra curso de escultura no Instituto Bruno Segalla. Durante quatro horas, ele vai ensinar modelagem e desenho da figura humana, com modelo vivo masculino. Inscrições pelo fone 3027-6243. Instituto Bruno Segalla R$ 125 | Andrade Neves, 603

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Jonahtan Souza de Oliveira (Favelinha) | Laçador |

A arte do grafite migra para a tela para fazer uma versão urbana das cenas rurais que povoam o imaginário do gaúcho. A bandeira do Estado aos farrapos, o campo, o chimarrão, a lida. Todos os clichês foram contemplados na exposição Paisagens Gaúchas em Graffiti, parceria de Favelinha com Henrique Padilha (HP) e Fábio Panone Lopes (Hauli) no saguão da prefeitura (veja no Guia de Cultura, página 16). No entanto, as cores vibrantes, o traço e os efeitos da arte das ruas deixaram as tintas escorrer pelo pampa e pilcharam os gaudérios com uma estética pouco vista por estas bandas.

HINO FARROUPILHA por CLÁUDIO B. CARLOS

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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Corre sangue farroupilha, Corre sangue rio-grandense, Pelo orgulho desta terra O teu filho luta e vence.

Está na alma do Rio Grande O ideal republicano E o teu povo está pedindo Pra ser livre e soberano.

Vai lutar, sul-rio-grandense, A liberdade tem valor, Não há gaúcho sem honra, Não há pátria sem amor.

Pelo herói farroupilha, Vive eterna a tradição, Foram bravos que tombaram Em defesa deste chão.

Leva, ó povo, a tua raça, Faz o que manda o coração, Pra defesa desta terra É preciso a revolução.

Pois não morrem grandes homens Pelo fogo da guerrilha, Vive sempre o sentimento No estandarte farroupilha.

Vai brilhar a liberdade Lá no alto da coxilha, Leva em frente o teu amor Na epopeia farroupilha.

Glória àqueles que fizeram Nossa pátria combatente, Farroupilha é uma conquista Do Rio Grande e sua gente.

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Dupla por JANINE STECANELLA | janine.stecanella@ocaxiense.com.br

Com o caminho na Série C chegando ao fim, fechando a participação contra a Chapecoense neste domingo, o Caxias dá atenção à Copa Laci Ughini. Depois de perder para o Juventude no Alfredo Jaconi e para o Lajeadense no Estádio Centenário, o time grená conquistou uma vitória importante na noite de quinta (15) contra o Santo Ângelo. A equipe teve o comando de Ricardo Cobalchini e o gol marcado pela atacante Tiago Duarte. O Caxias soma 10 pontos na competição e ocupa, momentaneamente, a terceira posição da Região Serrana.

Ajuda no tapetão

A primeira baixa da lista de dispensas do Caxias ocorreu na última semana. O lateral direito Totonho, um dos sete atletas que ganharam “folga forçada” até o próximo dia 20, acabou tendo seu contrato rescindido. Após a partida contra a Chapecoense, na reapresentação do grupo na próxima terça (20), a direção grená deve anunciar os jogadores com que pretende contar para a Copa Laci Ughini e o Campeonato Gaúcho de 2012 e os que devem ser negociados ou dispensados. Também na lista de jogadores que deixaram o Estádio Centenário está o goleiro Walter (foto), apresentado na última quinta como reforço do Novo Hamburgo para a Copa Laci Ughini.

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vamente o cenário do Caxias na competição. A escalação irregular do jogador Claúdio, absolvido em primeira instância no STJD, foi a júri novamente e, desta vez, rendeu ao time xavante a perda de seis pontos. Com isso, o time de Pelotas está rebaixado à Série D de 2012. Agora, a vitória em Chapecó vale para o Caxias manter a terceira posição no grupo e terminar a competição na zona intermediária, além de melhorar o rendimento da equipe após a chegada do técnico Argel Fucks.

De olho na

próxima fase Com classificação garantida à próxima fase, o Juventude vai a Santa Catarina para confirmar o bom rendimento contra um Brusque que se agarra às possibilidades numéricas por uma vaga na sequência do campeonato. Líder do grupo com 16 pontos, o Ju só perde o primeiro lugar se acontecer uma combinação de resultados com goleada nas duas partidas. O alviverde tem a seu favor o melhor ataque da Série D e um saldo de 11 gols. A maior preocupação do time comandado pelo técnico Picoli, no entanto, é

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em relação ao gramado do Estádio Augusto Bauer, que foi alagado pelas chuvas que atingiram o território catarinense. Equipes trabalham na recuperação do gramado, mas é improvável deixar praticável um campo que já não tinha as melhores condições. Ao Juventude cabe cadenciar o jogo e evitar lesões musculares, preservando os atletas para a primeira partida da fase de mata-mata. O adversário será conhecido neste domingo (18), com três possibilidades entre as equipes do grupo 7: Mirassol, Cene e Oeste.

O torcedor do Juventude que não puder acompanhar o time ao vivo em Santa Catarina terá a chance assisti-lo ao vivo, de Caxias! A iniciativa é parte das ações que buscam aproximar ainda mais o torcedor do clube juventudista e impulsionar o acesso à Série C. Por isso, a TV Papo, em parceria com o Boteco 13, transmite o jogo a partir das 16h deste domingo. O sinal será aberto apenas para o bar que fica localizado na Estação Férrea. Maurício Concatto/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

TV Papo

As chances de classificação não existiam mais, mas o Caxias começava a semana de trabalhos intensos pensando em uma vitória contra a Chapecoense, neste domingo (18), em Santa Catarina, para garantir pelas próprias pernas a permanência na Série C do Campeonato Brasileiro. As chances de rebaixamento do time grená eram baixas, mas ainda possíveis. Até que a punição imposta ao Brasil de Pelotas na quinta-feira (15) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) mudou no-

Walter e Totonho fora

Mariana Oselame, Divulgação/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

Atenção à Copinha

O descanso de Pico

Anderson Pico (foto) teve altos e baixos em 2011 no Juventude, mas é inegável que o jogador se transformou em peça fundamental do time de Picoli. Por isso, o treinador sinalizou no treino da quinta-feira (15) que o lateral direito será poupado da partida deste domingo em Brusque. Na vaga de Pico, entra Moisés, garoto formado nas categorias de base do Juventude e que treinou forte durante a semana. A mudança não surpreende, já que Celsinho, então substituto direto na lateral direita, não teve boas atuações nos jogos em que participou, apresentando rendimento abaixo do esperado.

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Guia de Esportes

Golf Club Caxias, Divulgação/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Bola ao Mato, o torneio mais descontraído do cerimonioso golfe, será disputado no feriado

VÔLEI l UCS/Mais Fruta/Imec x Ulbra/Tecno | Sábado, às 17h O confronto entre as universidades é válido pelo Estadual Feminino. Com 11 pontos, o time caxiense está em 5º. Precisa subir mais uma posição para se credenciar à disputa das fases finais. Vila Olímpica da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis

GOLFE l Torneio Bola ao Mato | Terça-feira (20), às 10h O torneio se chama Bola ao Mato, mas não se engane: o grande objetivo é acertar a bola no alvo. É uma dessas competições em que os sócios convidam os não sócios para participar. Se tiver a sorte de ser amigo de algum sócio e for convidado, divirta-se. Golf Club Caxias Apenas para associados | Estrada do Golfe, 1.111, Fazenda Souza

Os caxienses que gostam de acordar cedo (muito cedo) para caminhar podem aproveitar a atividade que ocorre em São Francisco de Paula. Um ônibus sairá da frente da loja Guenoa para levar os participantes até o local do trekking. A mochila é indispensável e, dentro dela, alguns apetrechos para os 24 quilômetros de estrada não podem faltar: comida, um tênis reserva e protetor solar. Para quem não aguentar o percurso total, o ônibus ficará esperando no Km 12 do trajeto. Guenoa R$ 60 | Flora Magnabosco, 306, São Leopoldo

FUTEBOL

l Brusque x Juventude | Domingo, às 16h É o tipo de jogo bom de disputar. Independentemente do resultado, o Juventude já está classificado para a próxima fase da Série D. E só um milagre, ou melhor, uma tragédia tira a liderança do alviverde – teria que ser (muito) goleado e, paralelamente, o Cianorte ainda golear (muito) o CruCAMINHADA zeiro no outro jogo do grupo. Já Recomenda o Brusque precisa vencer e torcer l Trekking | Domingo, às 6h30 ainda por um tropeço – mais do

que isso, um escorregão – do Cianorte para passar à próxima fase. Estádio Augusto Bauer R$ 30 (arquibancada normal) e R$ 15 (estudantes e idosos) | Lauro Müller, 13, Centro – Brusque (SC) l Chapecoense x Caxias | Domingo, às 15h No meio do campeonato, a reação grená até fez a torcida sonhar com a classificação, mas foi alarme foi falso. Menos mal que, se não foi ao céu, o Caxias também se livrou do inferno. O rebaixamento antecipado do Brasil de Pelotas, punido com perda de pontos pelo STJD na quinta-feira (15), livrou o clube da ameaça de cair para a Série D. Agora, é jogar contra a difícil Chapecoense – que vem motivada para tentar roubar a liderança do Joinville na última rodada. Arena Índio Condá R$ 30 (arquibancada normal) e R$ 15 (estudantes e idosos) | Clevelândia, 807, Centro – Chapecó (SC) l Juventude x Nova Prata | Sábado, às 15h Depois de perder para o Passo Fundo por 2 a 1, a vitória no confronto com o time de Nova Prata é essencial para o Juventude não se complicar na competição. O al-

viverde está em 4º na Região Serrana, posição que o classifica, mas sem espaço para ficar confortável. Estádio Alfredo Jaconi R$ 10 (arquibancada normal) e R$ 5 (estudantes e idosos) | Hércules Galló, 1.547, Centro

FUTSAL l 9ª Copa de Futsal Feminino do Ipam | Sábado, a partir das 19h, e domingo, a partir das 9h As mulheres não se cansam de jogar. O campeonato de futsal feminino do Ipam entra no quarto mês. No final de semana, seis jogos movimentam a disputa. Sábado, 19h: União Feminina Flores da Cunha B x AFFEPAL Protásio Alves | 20h: Assoc. Motoristas São Marcos x Liga Feminina Flores da Cunha | 21h: Fênix/Pôr do Sol/Sind. Metalúrgicos x G.E. São Luiz/D’Vieri/Gilberto Oficina | Domingo, 9h: Rumo Certo Futsal x Primavera/RB Ferramentas | 10h: União Feminina Flores da Cunha B x Liga Feminina Flores da Cunha | 11h: Escola Santa Catarina B x G.E. São Luiz/D’Vieri/Gilberto Oficina Ginásio do Santa Catarina Entrada gratuita | Matheo Gianella, 1.160, Santa Cantarina Diretório Municipal de Caxias do Sul

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente Edital de Convocação, a Comissão Executiva Municipal do PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO de Caxias do Sul CONVOCA todos os seus filiados com direito a voto, para a Convenção Municipal a ser realizada em 25 de setembro de 2011, nas dependências da Sede do Partido com início às 9 horas com término às 17 horas, para deliberar sobre a seguinte ORDEM DO DIA a) Eleição dos Membros titulares e suplentes do Diretório Municipal; b) Eleição dos Membros titulares e suplentes do Conselho de Ética e Disciplina Partidária c) Eleição do(s) Delegado(s) à Convenção Estadual, titular(es) e suplente(s); d) Eleição, pelo Diretório Municipal eleito, dos Membros titulares e suplentes da Comissão Executiva Municipal e do Conselho Fiscal. Caxias do Sul, em 16 de setembro de 2011. Geni Peteffi Presidente do PMDB

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Arquitetura | Prédios históricos por ROBERTO FILIPPINI

Maurício Concatto/O Caxiense

Brugger “Eu sou o que se poderia chamar de um amador avançado”, diz Brugger, sobre seu hobby, a fotografia. Aos 78 anos, o médico austríaco, que veio para o Brasil aos cinco anos, coleciona prêmios de fotografia do mundo inteiro – inclusive da International Federation of Photographic Art (Fiap), um dos mais importantes da categoria. A sua relação com a arte é mais realista e menos modesta na versão do também médico e fotógrafo Carlos Ghandara, curador da exposição Lições de um jovem fotógrafo, em homenagem ao artista. Quando Carlos procurou Brugger para um trabalho da faculdade de Fotografia, ele disse que tudo o que poderia ser escrito sobre a sua história na Medicina estava na revista da Associação Médica e todas as suas fotos já haviam sido apresentadas. Carlos escreveu sobre Cartier-Bresson ou Ansel Adams, não lembra o certo. E se arrependeu por não ter insistido em Brugger. “Ele é um cara sempre à frente do seu tempo. Se entusiasma, parece um adolescente da computação. Quando tu pensa que descobriu algo, ele já fazia isso há muito tempo”, diz o curador, sobre o conhecimento avançado de Brugger em efeitos dignos de Photoshop quando esse software ainda não existia. Colega de Brugger no Clube do Fotógrafo, do qual o artista é fundador e frequentador assíduo, Carlos diz que o homenageado sempre surpreende. “A foto não esta na cena, no papel ou na manipulação no Photoshop. Está na cabeça de Brugger.” Carlos recuperou o tempo perdido desde que desistiu da história de Brugger e planeja um livro. “O Brugger é um legado.”

Ângela

Lopes Na última quarta (14), cerca de 420 alunas do Projeto Conviver aplaudiram Felinícias no Teatro São Carlos. Ângela, coordenadora do Caxias em Cena, assistiu ao espetáculo pela quarta vez. E chorou novamente. A emoção não é motivada só pelo palco. Há sete anos participando do Caxias em Cena, a relações públicas ainda se comove com o espetáculo da plateia. “Me emociona o fato de o público estar gostando e eu saber que faço parte disso”, conta Ângela, que confunde trabalho e lazer. “A energia que circula no teatro toca tão profundamente que a gente esquece que teatro é ficção.” Ângela tem acompanhado a evolução da plateia caxiense, não somente em número, mas em consciência cultural. “Sou muito mais a favor da qualidade do que da quantidade de público. Eles vêm, conseguem desenvolver uma postura crítica e voltam com frequência, passam a incluir a cultura no seu cardápio”, comemora. No planejamento do festival, ela dribla as suas preferências e procura atender a todos os gostos. E não acredita no teatro como gosto peculiar. “É difícil acreditar que alguém não goste de teatro. É a transformação da arte em alimento para a alma”, conta Ângela, diante de plateias cada vez mais famintas.

Autor do livro Formas Ignoradas: ornamentos, estilos e memórias, que será lançado na sexta (23), Roberto Filippini é um dos maiores estudiosos da arquitetura caxiense. No livro, o arquiteto descreve os principais ornamentos e estilos dos prédios históricos da Caxias urbana e fala das grandes perdas dos últimos 50 anos. Convidado a listar os cinco prédios de maior relevância histórica e cultural da cidade, Filippini pediu pelo menos um Top 7. A Catedral Diocesana e o palacete da Família Eberle seriam os outros dois, se a coluna permitisse.

Museu Municipal | O Livraria Saldanha | As vitri- Theatro Central | Clube Juvenil | O balcão Cinema Guarani |

prédio na Visconde de Pelotas, que hoje abriga boa parte da História de Caxias, já foi a sede da Intendência do Município. “Com dois pavimentos, lembrando os famosos sobrados, o prédio é uma herança do Brasil Colônia”, descreve Filippini. A construção do final do século XIX foi uma das primeiros de alvenaria na cidade.

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nes que hoje mostram celulares já foram as mais famosas da cidade. Na esquina da Júlio de Castilhos com a Visconde de Pelotas, o prédio foi sede do “point cultural” da década de 10. Conhecido pelas esculturas das musas da música, da poesia e da pintura no alto da fachada, a livraria foi ponto de encontro de intelectuais e centro das atividades culturais do município.

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As esculturas de corpos nus na fachada, que foram polêmica na época da construção, já não conseguem competir com a publicidade. Para Filippini, a importância do prédio do Recreio da Juventude está na contribuição para a evolução cultural da cidade, pelas peças e pelo cinema que funcionava lá.

na esquina da Júlio de Castilhos com a Marquês do Herval foi tribuna para acalorados discursos políticos, inclusive quando os caxienses foram convocados para a 2ª Guerra. A construção de 1928, em estilo eclético, ganhou o terceiro pavimento em 1964. Conforme Filippini, a reforma manteve a estética original do prédio.

“As filas quase davam a volta na quadra”, conta a mãe de Filippini sobre os bons tempos do Guarani, hoje uma loja de eletrodomésticos. Conforme o arquiteto, o prédio em estilo art déco segue a linha de diversos cinemas do século XIX.

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Ilustrações: Roberto Filipini, Reprodução/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

Walter

por Marcelo Aramis


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Maicon Damasceno/O Caxiense

Partido limpo

Presidente do DEM, Odir Miguel Ferronato está confiante: “Somos um partido limpo em Caxias e, no país, quem criou problemas simplesmente foi expulso”. O DEM forma o G-6, grupo de pequenos partidos que está fora da coligação Caxias para Todos (que dá sustentação ao governo José Ivo Sartori), para disputar a sucessão municipal. O candidato a prefeito do grupo é o atual presidente da CIC, Milton Corlatti. Os outros integrantes do G-6 são: PR, PPS, PHS, PV e PSC.

O atual sistema de barragens já não é mais suficiente para entender às necessidades de água da população. O Marrecas precisa entrar em operação de imediato. O abastecimento só não ficou prejudicado até agora em vista das generosas chuvas deste findo inverno, responsáveis pela manutenção das represas sempre em nível elevado.

Apenas um detalhe separa o sonho da comissão comunitária e um show de Andrea Bocelli na Festa da Uva 2012: o cachê. O tenor italiano vai receber R$ 6 milhões por um show que fará em Belo Horizonte, mês que vem, em comemoração aos 35 anos da Fiat brasileira. A própria montadora, a Nestlé e o Itaú vão bancar esse cachê, incompatível com o orçamento da festa caxiense.

Fim da greve?

Representantes da prefeitura e do Sindicato dos Médicos têm promovido reuniões a portas fechadas – e sem divulgação. Os participantes confiam que seja encontrada, dentro dos próximos dias, uma solução para o impasse.

Rotativo verde

Ao acumular com a chefia de Gabinete as funções de secretário do Trânsito, Edson Néspolo parece ter desengavetado uma série de propostas esquecidas pelo titular da pasta. Uma delas é a criação da Zona Verde, versão mais pobre da Zona Azul, ampliada para bairros periféricos ao centro da cidade.

Maurício Concatto/O Caxiense

Sonho distante

Coincidência ou não, o secretário da Cultura, Antonio Feldmann, tem subido o tom de seus discursos em solenidades oficiais. Ele está mais exultante e já não tem entoado com a mesma convicção o samba Plataforma, de João Bosco e Aldir Blanc, que repetia até algum tempo atrás: “Não sou candidato a nada/ Meu negócio é madrugada/ Mas meu coração não se conforma”.

Marrecas urgente

Trunfo

É claro que o maior trunfo para as pretensões do Democratas e do G-6 é a participação de Corlatti como candidato a prefeito. Ele apresentou na última semana seu pedido de desfiliação ao PMDB no Cartório Eleitoral e o ingresso no novo partido será oficializado nos próximos dias. Corlatti chegou a cancelar viagem ao Exterior para ultimar os preparativos desse início de précampanha. O prazo para filiações ou troca de partidos para candidatos vence um ano antes da eleição.

Samba de Feldmann

Vereadora

Tatiane Encerrado seu reinado no último dia 3, a rainha da Festa da Uva 2010 Tatiane Frizzo ingressou na política. Assinou ficha esta semana no Democratas e pretende disputar uma vaga na Câmara de Vereadores, na eleição municipal do próximo ano. Tatiane pretende levar para o Legislativo caxiense a experiência comunitária que teve como soberana do mais importante evento de Caxias do Sul.

O Democratas (DEM) conta com uma lista de 47 nomes prontos para concorrer a vereador em 2012. São 26 homens e 21 mulheres. “Nem precisa tantos, haverá uma seleção interna”, diz o presidente da sigla, Odir Miguel Ferronato, que também responde pela diretoria comercial da Festa da Uva.

Oitenta por cento desses novos filiados nunca concorreram a um cargo eletivo, o que vai assegurar uma pretendida renovação na composição da Câmara – se houver adesão do eleitor caxiense às pretensões do DEM.

Além de Tatiane Frizzo, o DEM terá outros nomes conhecidos em sua nominata de candidatos a vereador, embora a ênfase seja na renovação. Com a perda de Washington para o PDT, o nome de maior visibilidade nos meios esportivos será o do ex-capitão do Juventude Lauro. Mas ele só vai anunciar sua filiação na próxima semana, depois de conversar com outros partidos – PTB, PC do B e PT – que também o haviam convidado.

Acredito que mudanças sociais sejam possíveis a partir do momento em que cada indivíduo começa a participar e a trabalhar. Acredito que a política seja instrumento para ajudar mais pessoas Tatiane Frizzo (DEM), ex-rainha da Festa da Uva e pré-candidata a vereadora.

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Falta de planejamento

Entre os bairros citados no pedido de racionalização do uso da água, feito pelo Samae, está o Desvio Rizzo. Não é por acaso: o Rizzo é o bairro que mais cresce na cidade. E cresce desmedidamente, resultado da falta de planejamento e da crescente migração de moradores, em especial da Metade Sul do Estado, para cá. Na média, o Rizzo recebe 330 novas ligações à rede d’água por ano – ou seja, quase uma por dia.

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