Edição 97

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Outubro | 2011

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97 Ano ii

Ex-testemunha de Jeová ensina o pecado

Roberto

Hunoff Se 2010 foi bom, 2011 está sendo ainda melhor para a construção civil

A praça que a feira invadiu

Renato

Henrichs Depois de 20 anos, o PMDB deve voltar à presidência da Câmara

Uma visão sociológica sobre as

a mordida do

Inflacionado, diversificado e em expansão, o segmento lida com o melhor tipo de cliente: aquele que parece não se importar muito com o preço

Maurício Concatto/O Caxiense

Mercado PET

greves

R$ 2,50


Índice

www.OCAXIENSE.com.br Livro é uma maravilhosa aventura ao desconhecido. É aprendizado. Deus usa de vários meios para falar com as pessoas. E muitas coisas refleti e mudei devido ao conhecimento adquirido pelos livros. Joice Moreira

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4 Construção civil deve crescer 20% em número de projetos aprovados O Caxiense entrevista | 5 Sociólogo acredita que greves vão perder apelo e apoio popular Economia | 7 No mundo pet, não há limites para a criatividade. Nem para a rentabilidade

@dlnotari Acho que deveria sair mais gente e aproveitar esta Copinha para testar a gurizada que tem aí. #dispensasnoJu

Política | 10 Uma semana de vaivém nos partidos define os caminhos da próxima eleição HQCX | 11 O furo jornalístico em um furacão de pensamentos

@Suzy_Hekamiah No site do jornal @ocaxiense tem umas fotos bem legais do que está acontecendo na 27ª Feira do Livro de Caxias do Sul #galeriadefotos

Guia de Cultura | 12 Espíritos no cinema e no teatro

@L_Bianchi Será apenas uma coincidência o fato de termos eleições no próximo ano? #tolerânciadosfiscaisdetrânsito

Sexo | 16 Acenda a luz e use uma lingerie sexy Boa Gente + Top 5 | 18 Se dirigir, não beba. Se for à Feira do Livro, leve dinheiro para o lanche

Esperança pelo fim da greve dos médicos | No Brasil, quem morre são só pacientes à espera de atendimento!!! Sheila Argenta Make Def

Artes | 19 Segurança e indecisão no início do caminho

No Site

Polêmica ambiental no Marrecas | A barragem do Arroio Marrecas representa uma garantia para o futuro de Caxias. Porém um projeto dessa magnitude tem que prever remediação de áreas, replantio de espécies, indenização das áreas inundadas além de assistência e acompanhamento das áreas impactadas de forma contínua. O município tem esse papel. Cada fator deveria ter sido analisado pelos órgãos ambientais competentes. Se houve negligências na emissão de licenças/autorizações, ou ainda diferenças na execução do projeto versus o que foi protocolado, isso poderá acarretar sérios prejuízos ao município e ao desenvolvimento de Caxias. Diogo Fernando Boff

Cotidiano | 20 A Feira do Livro inferniza os trabalhadores da Praça Dante Dupla CA-JU | 21 Quanto vale a Copinha Guia de Esportes | 22 Em Bento, o Clássico da Polenta Renato Henrichs | 23 PMDB alinha nomes para assumir a presidência da Câmara

ocaxiense@ocaxiense.com.br

Expediente

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário) Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Renato Henrichs | Para o Sindiserv, terceirizar a saúde pública (em referência ao Samu) é um retrocesso. Afinal, os atuais profissionais prestam um atendimento de excelência comprometido com a população caxiense. Também é necessário esclarecer que, diferentemente da informação do colunista, a Assessoria Jurídica do Sindiserv, através do Agravo de Instrumento no TJ/ RS, reverteu decisão da Juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública de Caxias do Sul que havia negado liminar para suspender o Edital de Terceirização do Samu. Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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Agradecemos | À Chiquita Bacana (Rua Humberto de Campos, 1.002, Lourdes, fone 3025-6394), pelo auxílio na produção da capa desta edição.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

Luiz Chaves,Divulgação/O Caxiense

Cristofer Giacomet, Divulgação/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

editada por Jaisson Valim | jaisson.valim@ocaxiense.com.br

Moradores da região do Planalto fazem reivindicações; uma boa causa ilumina o Pompéia de rosa; Sartori nomeia fiscais de trânsito

SEGUNDA | 3.out Planalto dá nova evidência da falta de creches na cidade A sexta edição deste ano do Câmara vai aos Bairros voltou a evidenciar a educação infantil como um dos mais graves problemas de Caxias. Presidentes de Amobs da região do Planalto reivindicaram terreno para uma creche, que já conta com uma verba de R$ 200 mil no Orçamento Comunitário. Ainda pediram conserto nas ruas – esgotos a céu aberto, buracos e falhas na sinalização – e reforço na segurança pública. Como não têm o poder de atender às solicitações, os vereadores tentam intermediar uma solução aos problemas com a prefeitura. O encontro ainda serve para aproximá-los da comunidade.

TERÇA | 4.out MPF semeia polêmica ambiental no Marrecas

Promessa da prefeitura para evitar o colapso no abastecimento de água, o sistema Marrecas ampliou sua polêmica ambiental. Depois de a Justiça Federal manter a suspensão da derrubada

de árvores da Mata Atlântica na área do reservatório, os procuradores resolveram abrir um novo flanco de investigação. Eles têm uma dúvida principal: por que o Ibama autorizou a devastação se ela é irregular, na avaliação do Ministério Público Federal? Para o órgão, a resposta ainda se apresenta como incerta. Certo mesmo só que a divergência ecológica vai demorar para chegar a um fim.

Caxias ilumina a batalha contra o câncer de mama

dica poderia estar num destes livros zen budistas ou em obras de autoajuda, mas apareceu no discurso do secretário em exercício de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Edson Néspolo, para 31 novos fiscais de trânsito. “Tenham muita tolerância no dia-a-dia, sejam prudentes e cumpram a lei”, aconselhou. O grupo terá 35 dias de curso intensivo antes de chegar às ruas. Adeptos da tese de que há uma fúria arrecadatória no trânsito até podem torcer o nariz, mas o reforço é bem-vindo. Dona da 34ª maior frota do Brasil, com 243 mil carros, Caxias terá mais de 80 agentes para tentar frear a imprudência – principal responsável pelas 19 mortes no primeiro semestre.

Uma boa causa deu esta semana uma iluminação especial a cinco prédios de Caxias do Sul. Dentro do Outubro Rosa, uma mobilização mundial que chama a atenção para a luta contra o câncer de mama, Pronto Atendimento 24 horas, Universidade de QUINTA | 6.out Caxias do Sul, Hospital Pompéia, Estação Férrea e prefeitura ga- Não era Toddynho. Era detergente nharam a cor da campanha. Caso Toddynho, o mais intrigante mistério alimentício dos últimos QUARTA | 5.out tempos, ganhou uma explicação. Segundo o mais recente balanço, O secretário que busca 39 gaúchos – três deles de Caxias um trânsito zen budista do Sul – começaram a ter ardênTolerância, muita tolerância. A cia e lesões na boca após consumir

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unidades que continham produtos de limpeza – e, possivelmente, soda cáustica – em vez de achocolatado. A informação foi confirmada pelo diretor da Pepsico Vladmir Maganhoto em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “A máquina produziu um pequeno lote que não tinha Toddynho. Era uma solução que nós usamos para lavar a máquina: água e uma concentração de detergentes de 2%. Pode conter soda cáustica”, afirmou Maganholo.

SEXTA | 7.out Greve dos médicos pode acabar neste mês. Será? Na primeira reunião, em 29 de agosto, prefeitura e médicos da rede pública acreditavam que um acordo para o fim da greve que se arrasta desde abril chegaria em dias. Passou agosto, passou setembro, e nada de uma solução. Agora, a esperança está nas mãos do Município. A administração estuda o impacto financeiro de uma nova proposta, que poderá ser apresentada na quinta-feira (13). Assim, espera o término da paralisação ainda em outubro. Dá para acreditar?

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

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Mais recursos

Com a decisão do governador Tarso Genro de aumentar os valores repassados ao Instituto Brasileiro do Vinho, a receita da entidade deve ficar próxima de R$ 8 milhões no ano que vem. Os recursos são provenientes de taxas pagas pelo setor para o Fundovitis (Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura) e aplicados em ações de marketing e de qualificação da atividade e no Cadastro Vitícola. Neste ano, a receita foi de R$ 3,2 milhões e a expectativa, em função do aumento da safra, era chegar a R$ 5 milhões em 2012. O governador garantiu elevar este valor em 50%. Falta agora que a Assembleia aprove o projeto que receberá do Executivo.

Impacto na renda

É cada vez mais consistente o crescimento da atividade de serviços em Caxias do Sul. De um lado o fato deve ser comemorado, porque consolida um setor que emprega muitas pessoas. De outro preocupa, pois a indústria sinaliza que sua representatividade tende a recuar na geração de empregos e renda. O principal resultado desta balança é a redução dos salários, consequentemente da renda familiar, além da diminuição da demanda por mão de obra formalmente empregada. O alerta é da professora Judite Sanson do Bem, coordenadora do X Encontro sobre Aspectos Sociais e Econômicos da Região Nordeste do Estado, promovido pela UCS. Mas ressalvou que alguns setores precisam de pessoal qualificado, como saúde e educação. Porém, tem baixa representatividade no conjunto geral da área de serviços.

Ampliação do Fórum

Uma reivindicação antiga e que, ao longo dos últimos anos, teve sua solução adiada, será agora atendida. As obras de construção da segunda torre do prédio do Fórum de Caxias do Sul terão início em janeiro próximo. A informação é do diretor da comarca, juiz Clóvis Mattana, que também estimou para o final de 2013 a entrega das obras. Trata-se de uma grande conquista da magistratura da cidade, que atua em espaços apertados e sem infraestrutura adequada. De acordo com o diretor, média de 70 mil causas ingressam na comarca anualmente. No ano passado houve sentença para 82 mil processos. A segunda torre será erguida no terreno usado como estacionamento ao lado do prédio atual.

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Ritmo

alucinante Ao contrário do que é registrado em outros municípios, onde a construção civil começa a apresentar sinais de desaquecimento, em Caxias do Sul o horizonte é cada vez mais azul. Pelos indicadores oficiais existentes até agosto, é muito provável que os projetos aprovados pela prefeitura se elevem em quase 20% na comparação com 2010, que atingiu a marca histórica de quase 1,050 milhão de m². Até agosto a Secretaria Municipal do Urbanismo já liberou 807 mil m², alta de 7% sobre o mesmo período do ano passado. No acumula-

do de oito meses são 1.285 projetos contra 1.765 registrados em todo o ano passado. Mais veloz ainda é a emissão de habite-se, que significa autorização para ocupação dos imóveis. No período de janeiro a agosto de 2011 foram liberados 548,3 mil m² contra 360 mil m² do igual período de 2010, o que representa alta de 52%. Durante todo o ano passado a secretaria emitiu habite-se para 691,4 mil m². Do total deste ano, 80% são para fins residenciais; em 2010 representaram 64%.

Inadimplência em alta

Pelo oitavo mês consecutivo a inadimplência apresentou alta neste ano na comparação com 2010. O Serviço de Proteção ao Crédito identificou aumento de 5,8% nas contas não pagas em setembro no País. No acumulado do ano a inadimplência evoluiu 5,26%. Para Roque Pelizzari, presidente da Con-

Homenagem

O Grupo Soprano inaugura segunda-feira (10) o Instituto Adelino Miotti, uma homenagem ao seu fundador, falecido há pouco mais de um ano. O evento ocorrerá às 9h, na sede da matriz da empresa, em Farroupilha. A data escolhida não foi por acaso: o empresário completaria 70 anos na segunda-feira. A esposa Lourdes Miotti, presidente

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federação Nacional dos Dirigentes Lojistas, é reflexo das medidas restritivas de crédito adotadas pelo governo e da inflação. Em Caxias do Sul, o índice de agosto recuou em relação ao mês de julho. Mas o estoque da dívida local ainda é alto: R$ 28 milhões e 66 mil clientes negativados.

do instituto, explica que o objetivo é a formação pessoal e profissional de jovens menos favorecidos, um sonho do empresário. Por meio do Programa Recriar serão oferecidos cursos para adolescentes de 16 a 18 anos, além de atividades de reforço pedagógico, português instrumental, ensino de língua estrangeira, informática e prática esportiva.

Telecomunicações

A Câmara de Vereadores aprovou projeto de lei do Executivo que regulamenta o licenciamento integrado para a telefonia municipal. Com a medida institui-se novo regramento para a localização das antenas que transmitem ondas de rádio-frequência, como celulares, rádios e provedores de internet. Segundo o vereador Edio Elói Frizzo (PSB), aguardam definição na Secretaria do Urbanismo projetos de operadoras em valor superior a R$ 30 milhões. Com a lei, a expectativa é que os projetos tornem-se realidade e os serviços melhorem.

Dia dos pequenos

Este final de semana deve ser de grande movimento no comércio de Caxias do Sul, com as esperadas compras de presentes para o Dia das Crianças. O Sindilojas estima crescimento de 5% a 8% sobre a mesma data de 2010, mas em alguns setores pode chegar a 20%. O presidente Ivanir Gasparin reconhece que os brinquedos continuam sendo os responsáveis pela maior parte das vendas, mas nos últimos anos cresce a procura por produtos de informática, natural diante do momento virtual a que todos são submetidos. Crianças em especial.

Curtas

A promotora de justiça Silvia Regina Becker Pinto palestrará na reunião-almoço de segunda-feira (10) na CIC de Caxias do Sul. Falará sobre Segurança pública e o impacto da Lei 12.403 – alteração do Código de Processo Penal. A Marcopolo promove sábado (8) a 11ª edição da ação social Um Dia Feliz. Mais de 1.500 crianças e adolescentes de diferentes instituições de Caxias do Sul participarão de atividades na sede recreativa da empresa, das 14h às 17h. O Restaurante Divino Fogão começou a funcionar nesta semana na Praça de Alimentação do San Pelegrino Shopping Mall. Oferecendo cardápio com 60 pratos quentes, o espaço é especializado em culinária campeira. Os 30 funcionários contratados receberam treinamento em São Paulo.

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Maurício Concatto/O Caxiense

O Caxiense entrevista

Funcionários dos Correios fizeram a manifestação mais ruidosa dos últimos tempos em Caxias do Sul

“SE A GREVE SE REPETE

É PORQUE A SOCIEDADE ACEITA” Em um futuro próximo do pleno emprego, sociólogo entende que as paralisações deverão continuar, mas com menor apelo e apoio da população

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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

mês de outubro começou conflituoso na relação entre empregadores e funcionários, afetando diretamente a vida do cidadão. Os caxienses, que já convivem há seis meses com a greve dos médicos, viram os professores particulares pararem em um domingo – protestando contra o trabalho extraclasse – e bancários e carteiros interromperem seus serviços. Professor do Programa de PósGraduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sandro Ruduit explica que estas são ações pontuais e ocorrem, principalmente, em virtude do crescimento econômico do país. Ele avalia também o atual papel dos sindicatos, a mudança da mentalidade da classe trabalhadora e a utilização da greve como principal ferramenta da conquista de melhorias.

xa de ser primordial por uma série de motivos, em favor de outras estratégias um pouco mais voltadas para a negociação. O que ocorre no momento em Caxias e em outras localidades é uma tentativa de pressionar, sobretudo o poder público, por uma regulação na Justiça do Trabalho que talvez torne a greve um recurso mais adequado. Entretanto, não um recurso permanente.

Como está a relação entre governo, empresas e trabalhadores? Ela é uma relação antiga que visa ao interesse dos trabalhadores. A greve era usada como o primeiro dos instrumentos para atingir seus interesses. Hoje, com a mudança de postura histórica, no momento de conflito a negociação e até a colaboração podem atingir os interesses dos trabalhadores. E o poder dos sindicatos pode ajudar a atrair novos investimentos. Hoje temos uma legislação trabalhista que, bem ou mal, está funcionanA greve é o melhor caminho para do. os trabalhadores reivindicarem? No passado, nas décadas de 70 O desgaste que um segmento soe 80, a greve deu certo. Porém, no fre compensa a paralisação? presente, o que se tem verificado Aí seria preciso examinar cada em diversos movimentos de traba- um. No caso dos médicos, eles se lhadores é que há outra forma para desgastam muito mais rápido por pressionar esferas de poder, como atingirem uma grande parcela da a intervenção em políticas pú- sociedade. Com relação aos banblicas, e os sindicatos têm sabido cários e aos correios é um pouco aproveitar isso. Então a greve dei- mais lento. As paralisações causam

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transtornos aqui e ali, mas não é zes é uma má leitura de quais seum serviço vital. São transtornos jam esses interesses. contornáveis. Com isso o sindicato sai enfraHá diminuição do envolvimento quecido? dos trabalhadores com os sindiSim, comparando com a ação catos? dos sindicatos no passado. Mas Os jovens estão com outros inte- com o avanço das políticas públiresses. Poderíamos dizer que eles cas que ocorreram nos últimos têm mais autonomia anos acho que não, e não apoiam banembora o baixo índideiras que muitas “Há uma série ce de sindicalização. de paralisações vezes estão ligadas a Mas o sindicato aos questões partidárias. que não levam a poucos tem se reIsso afasta de certa nada. Se a greve formulado. Antes só forma essa nova geatingia os trabalhaé oportuna ou ração da instituição dores empregados. sindical, mas não não passa pelo Hoje não. necessariamente da resultado que ação coletiva. O jo- pode oferecer A relação dos sindivem se associa de aos trabalhadores” catos com o goverdiversas formas para no se alterou desde atingir seus interesos anos da ditaduses, desde caronas entre univer- ra? sitários para evitar os transportes A conquista da esquerda do gocoletivos até cursos pré-vestibula- verno federal e do Rio Grande do res gratuitos. Eles estão interessa- Sul de alguma maneira se reflete dos e os sindicatos podem se ajus- no movimento sindical. A relação tar. Isso passa por uma mudança com o Estado fortalece as liderandas lideranças. Boa parte delas está ças e certamente o sindicato como no poder há 20, 30 anos e não con- instituição. Mas a minha dúvida é segue atrair esse novo trabalhador. se isso se transforma em conquista para os trabalhadores. Porque o Como fica o papel do sindicato gestor público, de esquerda ou dihoje, em vista da mudança do reita, precisa dar respostas a quesperfil do trabalhador? tões econômicas e muitas vezes O papel é o mesmo do passado, não é o que gostaria de fazer, mespreservar os interesses dos traba- mo que sejam mais ou menos simlhadores. O que ocorre muitas ve- páticos a determinadas demandas. 8 a 14 de outubro de 2011

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A sociedade vê com bons olhos as paralisações? Eu acho que não. De modo geral, as greves representam interesses específicos de cada segmento. De um lado chamam a atenção para um problema, mas por outro lado atrapalham o nosso dia a dia.

vamente atípica, com uma ideia de proximidade do pleno emprego. Acho que boa parte dessas greves que estão ocorrendo se devem ao fato de os trabalhadores acharem que sua situação não acompanha a do crescimento do país. São demandas que estiveram represadas ao longo dos anos. Com a situação econômica favorável, os trabalhadores podem pressionar os empregadores para obter vantagens. A questão é se a greve é o instrumento mais adequado para reivindicar essas melhorais.

Nesse panorama, a aceitação da sociedade é diferente do que era na ditadura? Naquela época havia um ambiente diferente, um esforço para a conquista da democracia. Hoje a democracia já está consolidada. De Como você enxerga modo geral, quan- “O papel do em um futuro pródo os bancários, sindicato é ximo os movimenprofessores e médi- o mesmo do tos de paralisação? cos fazem greve, as passado, preservar Acho que a grepessoas tendem a ve permanecerá, os interesses dos entender porque a porém com menor causa é justa. A po- trabalhadores. apelo e apoio da população se coloca no O que ocorre é pulação. Mas contilugar daquele que uma má leitura nuará fazendo parte está demandando, desses interesses” do rol de ações dos que quer o reajuste movimentos sindisalarial, na maioria cais. das vezes. Porém, rapidamente se mostra descontente com a forma Isso porque os sindicatos patroque a demanda foi encaminhada. nais e de trabalhadores têm se Entretanto, se a greve continua afinado? se repetindo é porque de alguma Não diria afinado, mas sim porforma a sociedade ainda aceita e que empregadores e empregados também porque não foram criadas estão percebendo que seus interesoutras formas de regulação do tra- ses são legítimos. E isso vale tanto balho. para o trabalho quanto para o capital. Mas não podemos esquecer E quais seriam essas outras for- que boa parte dos nossos empremas? sários têm uma visão trabalhista Talvez o investimento na capa- presa ao passado, autoritária, de citação das lideranças. Com maior desmerecimento dos trabalhadoconhecimento de legislação, inves- res, diferentemente de empresátimentos em educação, elas seriam rios que atuam no circuito global. mais bem preparadas para ocupar Estes não têm uma relação paterestes cargos, e não precisariam nalista com o seu funcionário, que usar a greve como ferramenta para é essencialmente hierárquica e que resolver questões trabalhistas. A muitas vezes não reconhece a legiutilização de assessores capaci- timidade dos interesses dos trabatados é um fator comum e muito lhadores. positivo. Mas muitas vezes as lideranças não estão dispostas à nego- O empresariado jovem tem visão ciação. diferente na relação do trabalho? Nesse caso acho que não é a geO que justificaria a greve? ração. O principal é se ele trabalha Acho que a greve é um instru- em um setor da atividade econômento legítimo, como no caso mica ligado às formas emergentes, das obras da Copa do Mundo em como a tecnologia da informação, Porto Alegre. A situação tem um a biotecnologia, as chamadas ciêncontexto entre o poder público, cias da vida, a nanotecnologia, as empreiteiras e a Fifa, que pressiona indústrias criativas. Esses setores através dos prazos. Obviamente, têm formado um agente empresaos sindicatos fazem uma boa lei- rial que enxerga as demandas do tura, e tentam adiar a entrega das trabalhador de uma maneira difeobras. Isso se transforma em um rente da forma que os empresários recurso para conquistar melhorias de setores tradicionais. que são legítimas. Mas em outras situações a greve não é justificável. Nesse sentido, como é o empresaHá uma série de paralisações que riado no Rio Grande do Sul? não levam a nada. O julgamento Em algum momento da históse a greve é oportuna ou não passa ria fomos vanguarda. Atualmente pelo resultado que pode oferecer não. Com a escolaridade e a consaos trabalhadores. tituição de uma força hegemônica dentro do empresariado isso A greve tem uma relação diferen- poderá mudar. Mas no momento te em países emergentes como o ainda é tradicional. Os empresáBrasil e países que estão em crise rios de São Paulo, Rio de Janeiro e econômica? Florianópolis se distinguem nessa O Brasil vive uma relação relati- área.

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Clientes de estimação

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UM DIA DE CÃO

QUE VALE A PENA

Maurício Concatto/O Caxiense

O mercado pet dá trabalho, mas bem recompensado: vende roupa a R$ 100, hospedagem a R$ 45 por dia e consulta de emergência a R$ 120

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por CAMILA CARDOSO BOFF camil.boff@ocaxiense.com.br

uma sexta-feira à noite, Pinguim começou a dar sinais de que não ia bem das pernas. Na manhã seguinte, já sem caminhar, passou por duas clínicas até chegar ao hospital, onde teve o diagnóstico: uma hérnia de disco afligia o pequeno vira-lata de pelo caramelo e maxilar inferior tão grande que não cabe dentro da boca, forçando um sorriso às avessas. Felizmente, Pinguim não precisou passar por cirurgia, já que corticoides deram conta do problema. Agora, duas vezes por semana, o cachorro pega um táxi no bairro Planalto Rio Branco na companhia de Adalmir ou Adair, os irmãos Bonatto da Silva que compartilham sua guarda, para encarar sessões de fisioterapia e acupuntura. Para se submeter às agulhadas Pinguim teve que adotar um novo corte de pelo, raspado com máquina zero logo acima do rabo já não tão abanante. “Cada um paga um pouquinho até que o bichinho fique bom. A gente gosta do Pinguim e os irmãos sentem muita falta dele”, justifica Adalmir, referindo-se aos quatro cães da mesma ninhada que ele e Adair adotaram de uma vez só. Com os latidos estridentes de um colega da raça pug, Pinguim repousava assustado no colo de Adair. Na sala de espera do Hospital Veterinário Dra. Renata Saccaro não bastam cadeiras. Confortáveis almofadas são colocadas ao lado do assento dos proprietários para acomodar os animais. Na recepção, alguns biscoitos caninos para acalmar pacientes mais ansiosos e um cartaz informando a limitação do horário de visitas. Afinal, hospital que se preze tem internação. Ali, pacientes felinos e caninos podem ser visitados durante o horário comercial. Mas o funcionamento é 24 horas por dia, o que caracteriza o lugar como o único hospital veterinário de Caxias. Os outros 68 estabelecimentos cadastrados pela Secretaria Municipal de Saúde dividem-se em 21 clínicas e 47 consultórios. A diferença de denominação é baseada no horário de funcionamento, seguindo a legislação específica. Mas em termos de estrutura o hospital também faz jus ao nome. Além dos tratamentos que safaram Pinguim da cirurgia na coluna, a instituição tem ultrassom, raio x, ressonância magnética e até endoscopia, tudo específico para animais. O corpo clínico é de dar inveja a qualquer posto de saúde, sobretudo em tempos de greve de médicos. A equipe é formada por 10 veterinários, entre plantonistas e especialistas – sendo cardiologista, ortopedista, oftalmologista e fisioterapeuta os mais requisitados. O maior movimento do hospital particular ainda se concentra nas

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gava essencial o avanço nos cui- os animais de estimação –, o hotel dados e, principalmente, no diag- fica lotado, com até 140 bichos. nóstico das doenças dos animais. Com Ana Amélia, uma fox pauA prática comum até então era o listinha ainda filhote, o adestrador chamado diagnóstico terapêutico, de gestos rudes e pouca simpatia quando diferentes tratamentos se desarma. Não que seja leniente, eram aplicados até que um fizesse longe disso. É tão exigente com a efeito. “A estrutura é cachorrinha como muito cara, eu mesé com pastores e ma não tinha noção “Cachorro collies. Mas fica claro que seria tão onero- precisa de que o seu negócio é o so”, admite Renata, exercício e trato com animais de há dez anos em um disciplina, não quatro patas. “Vem, mercado em que a guria, vem”, chama, inadimplência ron- só de carinho”, com voz risonha. da e que calotes dos diz Rodrigo, Em um dia, Rodrigo mais desumanos adestrador chega a dar 30 aulas podem acontecer. e dono de um de adestramento. O hospital, que não hotel para bichos Em meio a ordens de aceita mais cheques “senta”, “deita”, “morpara evitar aqueles to” e “rola”, ele fala no sem fundo, já tratou cachorros que celular, dá entrevista, atende clienacabaram abandonados lá por fal- tes em potencial. Os alunos dele, ta de pagamento. definitivamente, não se importam. Os mais aplicados esperam Rodrigo Lunardi, 30 anos, impassíveis o próximo comando. era vendedor da Veterinária Pio X, Os mais, digamos, problemáticos uma das percursoras do modelo se distraem com qualquer latido pet shop na cidade e responsável dos colegas. “Cachorro precisa de pela criação do hotel de animais exercício e disciplina, não só de caDog Ville. Há 10 anos, propôs à rinho”, defende Rodrigo, que cobra loja que lhe pagasse um curso de em média R$ 1,2 mil pelo pacote adestramento em troca da im- de quatro meses de adestramento. plantação desse serviço. Estudou Em um mercado que, como qua45 dias no interior de São Paulo, se todos, exige atualização consformou-se adestrador e passou a tante do profissional e que funciotrabalhar para o hotel da pet shop na principalmente nos momentos até se tornar seu proprietário, três de folga de negócios mais convenanos depois. Os serviços distintos, cionais, Rodrigo reclama de outro de hospedagem e adestramento, osso do ofício. Afinal, não basta permitem que o negócio esteja em adestrar cachorro, o dono também alta o ano inteiro. Quando o hotel precisa de treinamento. “Se eu não não tem grande procura, normal- tivesse que passar comando para mente no inverno, Rodrigo inten- o dono era um serviço bem mais sifica os adestramentos. A partir tranquilo, tirando o esforço físico”, de novembro e até fevereiro, com revela o adestrador, que planeja as sagradas férias de verão dos ca- ficar na função por mais uns 10 xienses – que nem sempre incluem anos.

Até dois anos e dois meses atrás, as irmãs Cátia e Andreia Avrella levavam uma vida igual à de muitos caxienses, em empregos com carteira assinada, horário para chegar em casa e a comodidade de não ser o principal responsável por um negócio. Cátia, 32 anos, era supervisora de Programa de Controle de Produção (PCP). Andreia, 33 anos, trabalhava como vendedora de uma siderúrgica. Mas ambas queriam se arriscar em uma vida em que o trabalho está aliado ao prazer. Cátia e Andreia atendem um público para quem animal de estimação, além de membro da família, representa status. “As pessoas desfilam os seus cachorros. Se estiverem com uma coleira Dolce & Gabbana, melhor. E vira-lata também é status, não se engane. Você adota, enfeita bem e desfila igual”, destaca Andreia. Cátia mostra um conjunto de porta-celular e coleira zebradas, adornadas com strass, para que dona e cachorro desfilem combinando. O acessório humano sai por R$ 81, enquanto o canino custa R$ 104,40. “Tem coisa que a gente pensa que nem vai vender e, quando vê, já foi”, admira-se Cátia, que cuida do trato com os animais enquanto Andreia faz o serviço administrativo e lida com os proprietários. “No nicho que nós escolhemos trabalhar os clientes não reclamam de preço”, afirma Andreia. Com dois anos de existência, a Chiquita Bacana, como se chama a pet shop delas, segue expandindo a carteira de clientes, mas optou por trabalhar com pouca quantidade. “Eu não tenho 100 coleiras à venda aqui dentro”, exemplifica Andreia, que comercializa roupas importadas por R$ Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

consultas em horário comercial, mas a média de três atendimentos emergenciais por noite – a R$ 120 cada um – vem sendo mantida. A mulher que dá nome ao hospital é uma simpática veterinária de 33 anos e cabelos vermelhos que nunca quis ser outra coisa da vida. No site do estabelecimento, ela conta que decidiu se dedicar aos animais quando tinha cinco anos. Precoce, não? Renata explica que a mãe encontrou um desenho feito por ela em 1983: um cachorro sobre uma mesa de consulta, igual às que hoje existem no hospital, sendo atendido por uma menininha com um gigantesco laço na cabeça. Ela dispensou o acessório de fita, mas não abriu mão de colocar em prática o que o desenho retratava. Após se formar em medicina veterinária pela UFRGS, Renata trabalhou por um ano em clínicas de Porto Alegre até decidir criar seu próprio negócio. Segundo ela, porque cansou de se desentender com donos de clínicas que, por não serem veterinários, se preocupavam mais com o próprio lucro do que com o bem-estar dos animais. “Eu me negava a fazer corte de cauda, de orelha, e acabava causando confusão”, confessa, sem se importar. A primeira providência foi abrir uma clínica, mas Renata logo cogitou fazer um investimento maior. “Começou a me incomodar a limitação de estrutura, que não deixava fazer mais pelos bichos, e sabia que o hospital seria o caminho”, conta. Não um caminho fácil, é verdade. Durante um ano o hospital funcionou sem ser inaugurado oficialmente, na base da experimentação necessária às inovações. Mas a veterinária jul-

Pacote de quatro meses de adestramento sai por R$ 1,2 mil, em média, e o adestrador Rodrigo Lunardi chega a dar 30 aulas por dia

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No Hospital Veterinário Dra. Renata Saccaro, animais fazem até fisioterapia e têm atendimento de especialistas de cardiologia e oftalmologia 100. Por dia, 30 cachorros passam pela mesa de banho e tosa, podendo aproveitar para hidratar ou tingir o pelo. Para agilizar o serviço, têm que dar uma passadinha pela colorida Máquina de Secar Cachorro, uma espécie de forno com temperaturas amenas onde os bichos pegam um vento para secar a cabeleira. O banho de um shitzu sai em média por R$ 25, e o tratamento de pelagem varia entre R$ 55 e R$ 70. Os clientes podem deixar o cão aos cuidados das irmãs e buscá-los de banho tomado, tosados, hidratados, com vacinas em dia e de roupa nova. “Tem gente que larga o bicho aqui e esquece. Tinha uma que era para ter ficado fora três ou quatro dias, mas acabou esticando para 20 dias a estadia na Europa”, conta Cátia. No serviço de hotel, os cachorros não permanecem trancados em minúsculas gaiolinhas enquanto os donos viajam. São levados para cinco casas diferentes e ficam sob os cuidados de gente que adora animais, segundo elas. Mas tanto para participar de recreação quanto para se hospedar a saúde do cachorro tem que estar em dia. Só são aceitos hóspedes com antipulga, vermífugo e vacinas obrigatórias comprovadamente aplicados. O mesmo é exigido para a “galera da recreação”, como as irmãs chamam os cerca de 15 cachorros que todos os dias invadem a pet shop para não passar sozinhos as horas em que os donos estão no trabalho. Por R$ 3 a hora, os cachorros saudáveis e mais comportados circulam por todos os cantos da loja, que cheira a alfazema e tem café

fresco e bala sempre à disposição dos fregueses. A hora de ir embora normalmente é a mais tumultuada, seja porque os bichos não querem partir, seja porque os donos “esquecem” de ir buscá-los. “Todo dia tem um atrasado. Eu não vejo a hora de voltar a bater cartão”, brinca Cátia, sendo reprimida em seguida pela irmã. “Não diz isso! R$ 3 é o preço do horário normal, dos atrasados a gente sempre cobra mais”, lembra Andreia. Além de não saber que hora irão para casa todos os dias, as irmãs também não sabem mais o que é ter férias em alta temporada. Afinal, quando Caxias esvazia nos feriados de fim de ano ou Carnaval, alguém precisa ficar com os bichos que não são incluídos nas festas do Litoral Norte ou algum destino mais glamuroso. Por R$ 45 por dia para cada cachorro, as irmãs abrem mão das folgas e cuidam dos “filhos” de terceiros. Andreia acredita que o mercado pet se mantém em expansão por causa de um estilo de vida cada vez mais comum. “Hoje em dia, as pessoas vão ter filhos bem mais tarde, na faixa dos 30 anos. Até lá, pegam um cachorro para cuidar e tornar da família. E para morar dentro de casa, subir na cama e dar lambida o bicho precisa estar vacinado, tosado, de banho tomado, essas coisas que a gente faz”, teoriza. Para ela, o aumento dos vira-latas no posto de animal de estimação não modifica um tipo de negócio que nasceu com vistas aos puros-sangues. Com raça ou sem, cachorro precisa de boa ração, tratamento adequado e cuidados, na opinião da empresária. “É até melhor que não gaste comprando um filhote e

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venha gastar com o vira-lata aqui”, há quatro anos, a confecção do sugere Andreia. casal investe em calça jeans, saia de veludo, colete de nylon, abrigo Vira-lata ou não, parte dos esportivo e até calcinha e cueca, cachorros hoje parece caminhar com preços que variam entre R$ sobre uma tênue linha que separa 18 e R$ 24. o afeto da humanização. Até mesAo abrir o negócio, não foi fácil mo uma estilista de roupas para conseguir mão de obra especialicachorro concorda que deve existir zada, já que não é toda costureira um limite no modo de lidar com que tem experiência em mini-rouos pets. “Muitas pessoas querem pas. Após espalhar anúncios em dar carinho mas não sabem dife- lojas de tecido e passada a surpresa renciar, tratam que nem filho. Eu das funcionárias com um trabalho sou contra”, afirma Gabriela Sar- tão específico, Gabriela e Felipe tor Egger, 27 anos, montaram um time ponderando que as de seletas costureiroupinhas que pro- “As pessoas ras que se dedicam duz não servem para desfilam seus com esmero a detaserem usadas todos lhes, já que as calças os dias. “É mais para cachorros. Se jeans dos animais estiverem com sair, passear.” Ela têm bolsos, cintos é uma das proprie- coleira Dolce de corrente, muitos tárias da confecção & Gabbana, lacinhos e cuidados caxiense Diggydog. melhor. Vira-lata com o acabamento – Em fase de concomo forro de cetim clusão do curso de também é status”, para que o pelo não Design de Moda da conta Andreia embole. “É mais chaUCS, Gabriela queto de fazer que rouria investir em uma pa de gente, porque área relacionada com sua forma- qualquer fiozinho solto aparece, ção. Inspirou-se no pai veterinário já que a roupa é muito pequena”, e na própria paixão por animais compara Gabriela. para montar com o marido, o arPor semana, a confecção recebe tista plástico Felipe Egger, 29 anos, pelos menos dois contatos de pesuma fábrica de roupas para ca- soas que estão abrindo lojas para chorro. Mas não qualquer roupa. animais e querem oferecer os proA Diggydog foge da linha de rou- dutos da Digdoggy. “É um invespinhas que servem apenas para es- timento bom para quem não tem quentar. Os produtos têm status de muito capital. Os donos tratam os traje e passam por um processo de bichos quase como criança, comdesenvolvimento igual aos do ves- pram roupa e shampoo todo mês, tuário humano. Gabriela fica aten- então o retorno é praticamente gata a revistas e sites de moda para rantido”, diz Gabriela, desbravanpesquisar tendências que resultam do uma frente nova em um mercanas modelagens de duas coleções do de consumidores que parecem anuais, uma primavera-verão, ou- não se assustar com mordidas nos tra outono-inverno. No mercado preços. 8 a 14 de outubro de 2011

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Jogo político

Chefe da 169ª Zona Eleitoral, Marcelo Reginatto recebeu registros de desfiliação de políticos interessados em trocar de time para enfrentar as urnas

MARATONA DE INSCRIÇÃO Filiações e desfiliações movimentaram a última semana, definindo os nomes que pedirão votos em 2012

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

tabuleiro foi montado ainda em 2010, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu as regras do jogo. Na semana que passou, esgotou-se o prazo para separar as peças. Sexta-feira (7) foi o último dia para quem quisesse participar da partida escolher um time. Candidatos às eleições 2012 deveriam estar filiados até exatamente um ano antes do dia da batalha nas urnas. Não que todas as peças selecionadas venham a colocar os pés no tabuleiro. Ainda falta definir quem jogará junto na eleição proporcional (para vereador) e majoritária (para prefeito), o que pode descartar alguns esperançosos. Mas o limite para a indicação dos jogadores e a entrada de uma nova agremiação, o PSD, desenha o cenário e o nível de dificuldade do jogo. A técnica jurídica Edilene Piccoli e o chefe da 169ª Zona Eleitoral de Caxias, Marcelo Reginatto, apontam as equipes que devem apresentar as maiores mudanças. PTB, PDT, PC do B, e DEM estão entre os que mais sofreram desfiliações de correligionários. As filiações são feitas diretamente no site do TSE e deverão ser conhecidas somente em abril próximo. Os partidos precisam informar as listas de filiados ao menos em um dos dois prazos legais, outubro e abril. Não é possível dizer que o Democratas saiu na frente, mas definitivamente passou pela largada com mais alarde. Anunciou a en-

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trada do presidente da CIC, Milton Corlatti (saído do PMDB), da ex-rainha da Festa da Uva Tatiane Frizzo e do ex-jogador do Juventude Laurinho. O primeiro pretende concorrer à prefeitura. Os dois últimos, à Câmara. “Vamos conquistar no mínimo duas cadeiras e vamos lutar pala terceira”, projeto o presidente da sigla em Caxias, Odir Ferronato. Segundo ele, ao contrário do que dizem os representantes da Justiça Eleitoral, apenas três pessoas teriam deixado a equipe nos últimos meses, e cerca de 300 teriam ingressado. Ferronato tem uma ideia clara de como deve ser o vice de Corlatti: tem que ter penetração nos bairros. Ele afirma que existe a possibilidade do G6 (grupo formado pelo DEM, PR, PHS, PSC, PV e, agora, PMN) sair com duas frentes nas candidaturas para a Câmara. Essa não é uma estratégia cogitada pelo PTB. “Vamos concorrer com nominata própria, resolvemos caminhar com as próprias pernas”, revela o presidente municipal da sigla, o diretor-presidente da Codeca Adiló Didomenico. Cerca de 12 pessoas saíram do partido nos últimos meses e 100 entraram, segundo ele. Com a vantagem de ter um dos nomes favoritos na luta pela sucessão de José Ivo Sartori, o PDT também tem lista completa de pré-candidatos à Câmara, com cerca de 45 nomes. Segundo o presidente da sigla na cidade, o chefe de gabinete Edson Néspolo, os se-

cretários Pedro Incerti (Governo) sa da criação do Partido Social e Jaison Barbosa (Turismo) devem Democrático em Caxias do Sul. concorrer. Além do ex-jogador do Aprovado pelo TSE no dia 27, o Caxias Washington, Néspolo diz ex-vereador José Enedir Dias Beque outros dois nomes de expres- mfica, com passagens pelo PSDB e são – que prefere não antecipar – pelo antigo PFL (atual DEM), reudevem ser anunciados para dispu- niu 20 nomes para compor a sigla tar uma cadeira no Legislativo: um na cidade. Diversos entraram para candidato da área médica e outro disputar as eleições, entre eles o da educação. ex-presidente da UAB Darci AdeO time que não faz mistério so- lar de Jesus (ex-PTB). bre a sua nominata é o PC do B. Na última quarta (5), enviou uma Para o coordenador do lista à imprensa divulgando novos curso de Ciência Política da Fafiliados, todos possículdade América veis candidatos. SeLatina, Fábio Vanin, gundo o responsável “Temos que a enxurrada de expelo partido em Caatletas como candixias, Silvio Frasson, avaliá-los como datos é resultado do entre os 14 anun- políticos, não sucesso dessa estraciados, os que mais como ex-jogadores tégia nas eleições de têm possibilidade de ou atletas”, 2010. “A questão é concorrer são Deoc- analisa Fábio como vão conduzir lécio da Silva (ex-veo mandato depois de reador pelo PMDB) Vanin, sobre eleitos. Temos que o recrutamento e Teodorico Ribas avaliá-los como po(ex-PDT), além dos de esportistas líticos, não como exesportistas Manuel jogadores ou atletas”, Ferreira da Silva (exopina, analisando a Ju), Caçapava (ex-CaJu) e o recor- arma que fez o PSB ganhar uma dista mundial de levantamento de cadeira para o craque Romário na peso Flavio Danna. Câmara Federal – aliás, já perdiNesta batalha, o partido não da, com a entrada do Baixinho no contará com Assis Melo para ala- PSD. vancar o coeficiente eleitoral – Com as seis vagas extras disponíem contrapartida, aumentam as veis, já que a Câmara de Vereadochances de que ele anime a torcida res passará a ter 23 parlamentares, como candidato a prefeito. Mesmo cada batalhão entra em jogo com assim, o objetivo é dobrar o espaço as estratégias que tem. Para Vanin, conquistado nas últimas eleições, PTB e PP devem conquistar lugar quando o PC do B conseguiu duas no Legislativo e candidatos evancadeiras. gélicos devem figurar mais nas Parte das desfiliações da última listas de votação. O tabuleiro está semana aconteceram por cau- posto, e as peças estão prontas.

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Guia de Cultura

Luciano Piva, Divulgação/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Com Nelson Xavier, O Filme dos Espíritos é um compacto didático dos principais fundamentos do livro de Allan Kardec

CINEMA l O Filme dos Espíritos | De sábado a terça, às 14h, às 16h30, às 19h10 e às 21h15, quarta e quinta, às 14h10, às 16h50, às 19h10 e às 21h15 | GNC Pelo título, poderia estar na seção de terror, mas a única coisa assustadora do filme é Luciana Gimenez substituir Regina Duarte no elenco. Com Nelson Xavier, que protagonizou Chico Xavier, o filme é uma versão didática para o Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Superpop. Dirigido por André Marouço e Michel Dubret. Com Reinaldo Rodrigues e Ana Rosa. 2011. 98 min. l O Zelador Animal | De sábado a terça, às 13h45, às 16h15, às 19h e às 21h30, quarta e quinta-feira, às 13h45, às 16h15, às 19h e às 21h30 (dub) | GNC Marcelo Adnet substitui Nick Nolte, Adam Sendler, Stallone e outros dois atores da versão original para dar voz a um mico, um elefante, um leão, um urso e um gorila. Eles falam para ajudar o zelador do zoológico a reconquis-

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tar a namorada. Vai ver o instinto é mais eficiente que a inteligência. Estreando em Caxias. Dirigido por Frank Coraci. Com Kevin James, Rosario Dawson e Leslie Bibb. 2011. 102 min.

o temível vizinho e tentar impedir que as mulheres da vizinhança se deixem seduzir (elas nunca mudam, pelo menos em relação aos vampiros e a Colin Farrell). Estreando em Caxias. Dirigido por Craig Gillespie. Com David Tenl Os Três Mosqueteiros | nant. 2011. 106 min. Quarta e quinta, às 14h, às 16h30, às 16h40 (3D, Dub) às 19h40, às 21h40 l Gigantes de Aço | Pré-es(3D, leg) e às 22h10 (leg) | GNC treia. Terça, às 22h (leg) | GNC Em um dia ruim, eles derroEm 2020, as brigas de galo são tam 40 combatentes. Em dias assunto pré-histórico. E MMA melhores, eles vencem uns 400. é para os fracos. Em um tempo Eles mantém a boa-forma desde onde as lutas entre homens são o clássico de 1844, que ganha a proibidas, o ringue é dos robôs. milésima versão. Agora a emoção Entre golpes metálicos e lições de dos combates de esgrima deve moral, Hugh Jackmann, lutador ser multiplicada: os três estão em aposentado, é treinador de um 3D. Estreando em Caxias. Dirigi- robô imbatível. Em pré-estreia em do por Paul W.S. Anderson. Com Caxias. Dirigido por Shawn Levy. Logan Lerman, Matthew Macfa- Com Evangeline Lilly e Dakota dyen e Ray Stevenson. 2011. 110 Goyo. 2011. 127 min. min. Recomenda l A Hora do Espanto (3D) | l Melancolia | Sábado e doDe sábado a terça, 14h15, 16h40 mingo, às 20h | Ordovás (dub) e 19h20, 21h40 (leg), quarNo filme de Lars Von Trier, Meta e quinta, às 16h40 (dub) e às lancolia é mais que um estado de 19h20 (leg) | GNC espírito, é o fim do mundo. EsO remake do filme de 1985 – condido atrás da luz do sol, o Plaporque a moda é fazer remake neta Melancolia vai colidir com 3D – traz Colin Farrell no papel a Terra. E o filme tem o mesmo de um vampiro – porque a moda poder destrutivo sobre a estabié cíclica. Charley (Anton Yelchin) lidade sentimental dos espectaé um garoto que vai tentar conter dores. Entrando na 2ª semana

em Caxias. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg e Kiefer Sutherland. 136 min. 2011. l Homem do Futuro | Sábado a terça, às 14h45 e às 18h45 | GNC O diretor Cláudio Torres gosta de comédia e de ficção científica. Os caprichos do diretor têm agradado também o público. No caldeirão de referências, piadas leves, músicas da Legião Urbana e roupas largas dos anos 90. Na 3ª semana no UCS Cinema. Com Wagner Moura, Aline Moraes e Maria Luísa Mendonça. 2011 l Todo mundo tem problemas sexuais | Sábado a terça, às 16h50 e às 21h | GNC Adaptado da peça homônima, o filme é praticamente uma relação promíscua entre o teatro e o cinema. Só não é mais pervertida porque em vez de ir para a cama os personagens discutem suas frustrações e repressões no divã das esquetes em estilo de documentário. Uma orgia. Entrando na 2ª semana em Caxias. Dirigido por Domingos de Oliveira. Com Cláudia Abreu, Pedro Cardoso e Priscilla Rozenbaum. 80 min. 2011. l Sem Saída | De sábado a se-

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gunda e na quinta, às 17h40, às 19h50, às 22h. Terça e quarta, às 17h40 e às 19h50 (leg) | GNC A comparação das fisionomias do personagem de Taylor Lautner entre a fase adulta e a infância inicia a ação da trama. Uma comparação das expressões do protagonista durante o filme inteiro mostra que o menino-lobo de Crepúsculo não amadureceu como ator. Entrando na 3ª semana em Caxias. Dirigido por John Singleton. Com Lily Collins e Alfred Molina. 106 min. 2011.

e Olivia Wilde. 2011. 118 min.

l Planeta dos Macacos: A origem | 20h (dub) | UCS Eles migraram do GNC para a UCS. Tomara que não tenham aprontado muito por essa passagem. Em São Francisco, eles não deixaram nada no lugar. Entrando na 6ª semana em Caxias (a 1ª no UCS Cinema). Dirigido por Rupert Wyatt. Com James Franl Os Smurfs | 13h30, 15h40 co, Andy Serkis e Freida Pinto. (dub), no GNC | 16h (dub), na 105 min. 2011. UCS INGRESSOS - GNC: Segunda, quarta e Um clássico exemplo de como quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ a crítica e o público não falam a 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia mesma língua. Alfinetado nas re- entrada, crianças menores de 12 anos e sêsenhas especializadas e aplaudido nior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, pelos espectadores, o filme entra domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 na 10ª semana em cartaz. . Diri- (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia engido por Raja Gosnell. 103 min. trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in2011. teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e

l Tributo a Beatles | Terça (11), às 22h Com menos barulho e mais história, os Beatles ganham um tributo da banda BlackBirds. Não chega a ser novidade a banda que surgiu em Veranópolis cantando clássicos do grupo de Liverpool. Mas, por ser clássica, a atração certamente vai animar a véspera de feriado. Mississippi Entrada | Moinho da Estação | 3028-6149 Recomenda l BR-Paixão | Terça (11), às 20h O mais recente espetáculo do Coral Municipal tem no repertório canções de Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Uma rodovia curta entre os dois e longas sessões de dor de cotovelo. Direção artística de Cibele Tedesco e direção cênica de Raulino Prezzi. Clube Juvenil R$ 10 | Julio de Castilhos, 1.677, Centro | 3901-1316 (ramais 211 e 219) Recomenda l Quinta Sinfônica | Quinta (13), às 18h30 e às 20h30 Para provar que criança pode se divertir em concertos, a Quinta Sinfônica vai tocar O Carnaval dos Animais, de Camile SaintSäens, e Pedro e o Lobo, de Sergei Prokofiev. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na livraria do Maneco. A sugestão é a doação de um brinquedo. UCS Teatro Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis | 32182100

Forró. 23h30. Boteco 13. 32214513 | DJ Marcelo Nuñez. Eletrônica. 23h. Havana. 3215-6619 | DJ Luciano Costa. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0900 | Tenente Cascavel. Rock. 0h30. Vagão Classic. 3223-0616 | Domingo: Beba do Samba. Samba. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Tubarão 75 e Os Flutuantes. Rock. 23h30. Aristos. 3221-2679 | Terça (11): Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 32131774 | Dinamite Joe. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Tríplice. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Adriano do Vale. Sertanejo. 23h. Xerife. 3025-4971 | Beba do Samba. Samba. 23h30. Boteco 13. 3221-4513 | DJ Rodrigo Ayala. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0900 | Identidade. Rock. 0h30. Vagão Bar. 32230007 | Hardrockers. Rock. 23h30. Aristos. 3221-2679 | Quarta (12): The Cotton Pickers. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Pagode Júnior. Samba. 20h. Portal Bowling. 3220-5758 | Quinta (13): Blues Heads. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 32131774 | Alma Country. Sertanejo. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Disco. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Dinamite Joe. Rock. 23h30. Boteco 13. 3221-4513 | Sexta (14): Franciele Duarte e Banda. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 32131774 | Folha Seca. Pop rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Hernan Gonzales e Los Infernales. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Dj Luciano Lancini e Dj Nóia. 23h. Xerife. 3025-4971 | Ladrões de Diamantes. Rock. 0h30. Vagão Bar. 3223-0007 | Orelhão Zunido. Rock. 0h30. Vagão Classic. 3223-0616 |

TAMBÉM TOCANDO: Sábado: Blues de Bolso. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Grupo Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Betty Full. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Izzi e Louise. Rock. 22h. Bier TEATRO Haus. 3221-6769 | DJ Rodrigo Recomenda Dias. Eletrônica. 23h. Nox Versus. 3027-1351 | Trio Virgulino. l Memórias de uma SolteiMaicon Damasceno, Divulgação/O Caxiense

l Amizade Colorida | De sá- R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários bado a terça, às 14h30, às 17h, às das sessões de sábado a quinta – mudanças programação ocorrem sexta. RSC-453, 19h30 e às 21h50. Quarta e quin- na 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: ta, 14h30, 17h, 19h30, 21h50 (leg) R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). | GNC Ela tem os mamilos sensíveis Horários das sessões de sábado a quinta – na programação ocorrem sexta. e não gosta de ouvir sacanagem. mudanças Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Ele tem cócegas no queixo e es- Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, pirra depois do orgasmo. Decep- meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panacionados com os relacionamentos zzolo. 3901-1316. sérios, eles concordam em sexo sem compromisso e combinam as regras desta amizade na cama. E quebram a primeira. A regra, não a cama. Mas quase. Entrando na 2ª semana em Caxias. Dirigido MÚSICA por Will Gluck. Com Justin Timberlake e Mila Kunis. 2011. 109 l Tributo ao Megadeth | Sámin. bado, às 0h30 Os Mercenário Inglórios homel Cowboys e Aliens | 18h (leg) nageiam a banda norte-america| UCS na Megadeth, que ficou conheciO cenário árido do faroeste vai da pelo heavy metal afiado e por ganhar adereços um tanto hi-tech surgir de uma briga do líder Dave na batalha entre aliens e cowboys. Mustaine com a antiga banda, o E os extraterrestres vão deixar os Metallica. No repertório, músicas peões de cabelo em pé. Mas você ensurdecedoras, mas que costunão vai ver isso. O chapéu clássico mam alegrar os adeptos do som nunca cai. Em estreia no UCS Ci- pesado. nema. Dirigido por Jon Favreau. Vagão Bar Com Daniel Craig, Harrison Ford R$ 15 | Coronel Flores, 789, Es-

tação Férrea | 3223-0007

De Lupicínio a Noel Rosa, Coral Municipal conduz a plateia pela rota da dor de cotovelo em BR-Paixão

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l Guri de Uruguaiana | Sábado e domingo, às 20h O personagem de Jair Kobe faz tanto sucesso que o espetáculo tem versão até em DVD’s piratas. Hit da internet, o guri ficou conhecido graças às diversas versões compostas para o Canto Alegretense. A mais popular utiliza a melodia de Help, dos Beatles. Entre as piadas de mau gosto, destaque para o preço dos ingressos. Teatro São Carlos R$ 60 (na hora), R$ 35 (antecipados), R$ 30 (estudantes e idosos) | Feijó Júnior, 778, São Pelegrino l Primeiro as Damas | Sábado e domingo, às 20h30 Outro stand up e outro sucesso na internet. Neste, há uma mistura de piadas infames com boas doses de comportamento politicamente incorreto. As esquetes e os palavrões gratuitos costumam arrancar gargalhadas da plateia. Mais uma oportunidade para os adeptos do riso fácil e do comportamento socialmente inadequado no teatro. UCS Teatro R$ 40, R$ 20 (estudantes e idosos) | Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis | 3218-2100 Recomenda l Caxias em Movimento | De 18 a 23 de outubro Depois do Caxias em Cena e da Feira do Livro, o cenário cultural caxiense entra em movimento pela dança. Os ingressos para os espetáculos, exposições, workshops já estão à venda. Antecipados custam a metade do preço. Unidade de Dança R$ 5 (antecipado) | Luiz Antunes, 312, Panazzolo |3218-61-92

EXPOSIÇÕES Recomenda l Tiragem Única | Até 11 de outubro. De segunda a sexta, das 9h às 19h. Trinta trabalhos de diversos artistas caxienses integram a exposição em homenagem à Academia Caxiense de Letras (ACL). As obras envolvem diversas manifestações artísticas. No dia 11, elas serão comercializadas em um leilão na sala

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de cinema do Ordovás. A renda será revertida à ACL. Ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3218-6192

Tatieli Monteiro, Divulgação/O Caxiense

rona | Sábado e domingo, às 20h Em tempos de reforma na Casa da Cultura, a Casa de Teatro realiza uma longa temporada em Caxias! Zica Stockmans interpreta uma infeliz no amor. No palco, ela vive as dificuldades da solteirona condenada à virgindade eterna. A peça fica em cartaz de 07 a 23 de outubro, sempre às sextas, sábados e domingos. Ao todo, serão nove apresentações. É para desencalhar de vez. Casa Tem Gente Teatrando R$ 10, R$ 5 (estudantes e idosos) | Olavo Bilac 300, São Pelegrino | 32213130

l Programa de Linguagem Atípica | De 10 a 31 de outubro. De segunda a sexta, das 8h às 22h30 Alunos da disciplina eletiva da UCS expõem seus trabalhos. A ideia foi misturar acadêmicos com a comunidade. Estudantes de design, artes e moda dividiram suas experiências com profissionais de arte ou pessoas que procuraram a disciplina por pura vontade. Independentemente do resultado, o processo parece ter sido bem interessante. Campus 8 Entrada gratuita | RS 122, Km 69 | 3289-9000 AINDA EM EXPOSIÇÃO: Auto (BIOgrafia). Gravuras. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30 e aos sábados, das 8h30 às 12h30. Farmácia do Ipam. 3901.1316 | Crianças do Outro Lado do Mundo. Fotografia. Ilka Felippini. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Campus 8. 32899000 | Esculturas de Elisa Zattera. Esculturas e pinturas. Elisa Zattera. De segunda a domingo, das 10h às 22h. San Pelegrino. 3220-5050 | Flores, Cores e Formas. Pintura. Magda Novello. De segunda a sábado, das 9h às 18h30. Salão de Beleza Iza. 3223-8135 | Nobre Beleza. Pinturas. Júlia Webber. De segunda a sábado, das 10h às 19h30, e domingo, 16h às 19h. Catna Café. 3021-7348 | O ventre e o leite. Escultura, desenho e poesia. Bruno Segalla. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Instituto Bruno Segalla. 30276243 | Pinturas Aeropostais. Pintura. Eugenio Dittborn. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h. Ordovás. 3218-6192 | Retratos Vitor Senger. Pinturas. Vitor Senger. De segunda a sexta-feira, das 09h às 12, e aos sábados, das 9h às 15h. Arte Quadros. 3028-7896

LITERATURA l Feira do Livro | até 16 de outubro. De quinta a domingo (e feriado) das 10h às 20h. Nos demais dias, das 12h às 20h. A feira já registra ótimos números. Foram 40 mil pessoas que passaram pela Praça Dante no primeiro final de semana. Até a quarta (05) foram vendidos cerca de 15 mil livros. Para manter o ritmo, a programação segue com boas atrações. O escritor Marcos Lucchesi participa de um bate-papo no auditório, às 18h. A mediação fica por conta do patrono, Marco de Menezes. No domingo, Marco volta a mediar uma conversa. Desta vez, com José Castello, às 19h. Na quarta, a ideia é curtir a faceta musical da literatura. O cantor e compositor Umberto Gessinger fala sobre Letra, Música e Poesia: a arte da criação e autografa suas obras. Lya Luft, um dos mais conhecidos nomes do cenário

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Zica Stockmans faz longa temporada com Memórias de uma Solteirona

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Fotos: Divulgação/O Caxiense

Humberto Gessinger e Lya Luft autografam suas obras e conversam com o público na Feira do Livro literário no Brasil participa de uma conversa no auditório na quinta (13). Na mediação a professora Cleodes Piazza Ribeiro.

uma cultura de paz e Por quê? - A arte de perguntar. Everaldo Cescon e Paulo César Nodari. 18h | Direito Civil: direitos reais. Alexandre Cortez Fernandes. 18h

Sábado Contação de Histórias: Monica Emmer. Tradução em Libras. 13h30 | Contapete. 14h | Luci Barbijan. 16h | Eduardo Dall’Alba e Rejane Rech. Venha Ler Comigo. 19h

Música: Apresentação dos alunos Música: Hip-Hop. E.M.E.F. Giuseda oficina de música do Sesi. 10h30 pe Garibaldi. 10h | Alunos da Ofi| Juliano Moreira. 19h cina de Música do Sesi. 10h30, 15h | Anderson de Oliveira e Tatieli Oficinas: Marilene Caon Pieruc- Bueno. 12h cini. Oficina de minicontos. 16h Oficina: Oficina de Origami. Zélia Debates: Bate-papo com José De Nardi e Bernardete Zardo. 16h Castello. Mediação de Marco de Menezes. 19h QUARTA-FEIRA Contação de histórias: GaSEGUNDA briela Baccin e Caroline de MagContação de histórias: Con- nus. 10h | Contação de histórias no tapete. 10h. | Ivânia Inês Longhi. Sesi. 10h30 13h30 | Contapete. 14h e 16h | Gustavo Guertler e Marcos Kirst. Ve- Autógrafos: Luz, Vida e Sennha Ler Comigo. 19h timento. Adão Oliveira. 15h | Ivan Balangandã. Helô Bacichette. Autógrafos: Passaporte da Lei- 16h30 | Transformação/Trasfortura. Stella Maris Rezende. 9h | Pas- mazione. Luci Barbijan. 18h saporte da Leitura. Cléo Busatto. 14h | Sala de Embarque. Marcos Teatro: Rei Midas. Grupo ArteaMantovani. 18h | Passaporte da Lei- tro da E.M.E.F. Santa Corona. 14h30 tura. Rejane Romani Rech. 19h30 | Adaptações cênicas das crônicas do escritor Marcos Kirst.Grupo Música: Alunos da Oficina de Arteatro da E.M.E.F. Santa Corona. Música do Sesi. 10h30 | Alunos 15h de Técnica Vocal do Sesi. 10h45 | Froner. 12h | Alunos da Oficina de Música: Pindorália. 12h | Alunos Música do Sesi. 15h da E.M.E.F. Santa Corona. 15h30

Autógrafos: Leitura, escrita e produção oral: propostas para o ensino superior. Niura Maria Fontana e Sandra Cristina Porsche. 15h | Alma TROVAdora. Jussára Godinho. 15h | Antropologia de mim. José Otávio Carlomagno. 16h | Nikos e o labirinto. Hellen Schumacher Magnani. 16h | Torres em Transe. Fernanda Carlos Borges. 16h | Teorias do Direito e Demandas Sociais – Ação e Reflexão em Grupo. Cristina Lazzarotto Fortes. 17h | Hiperestesia. Ângela Broilo. 18h Música: Tia Chica. 12h | Felipe Beux. 15h | Banda Marcial La Salle Carmo. 17h | Debates: Bate-papo com Marco Lucchesi. Mediação Marco de Menezes. 18h |

Domingo Contação de histórias: Con- Dança: Hip-Hop. E.M.E.F. Papa tapete. 11h, 14, 15h e 16h | Conta- João XXIII. 14h30 | ção no Sesi. 11h | Oficina: Oficina de poesia. Maria Autógrafos: A invenção da ga- Angélica Graziottin. 16h | leteria: o galeto al primo canto e o patrimônio cultural de Caxias do Sul. Rosana Peccini. 15h | Fazer o TERÇA Bem. Frei Jaime Bettega. 15h | De- Contação de histórias: Contasafio de aprender: ultrapassando pete. 11h e 16h | Contação de horizontes. Ana Lúcia Buogo, Die- histórias no Sesi. 11h | Rita de go Chiapinotto e Vanderlei Carbo- Cássia Campos Costa. 13h30 | nara. 16h | Educando e convivendo Marcelo Aramis e Rubia Fricom crianças e adolescentes – limi- zzo. Venha Ler Comigo. 19h tes e disciplina sem agressividade. Janet Marize Vivan. 16h | O Elefan- Autógrafos: Passaporte da te Trombinha: convivendo com Leitura. Paulo Ribeiro. 10h e os amigos. Marilene Rosa Ramos. 19h30 | Mulheres e narrativas 16h | Introdução ao direito. Clareci identitárias: mapas de trânsiMezzomo. 17h | Redemoinho. Jay- to da violência conjugal. Nilda me Paviani. 17h Stecanela e Pedro Moura Ferrei| Filosofia, Ética e Educação: Por ra. 18h | Menina da Fazenda.

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Daniela Echevenguá Teixeira. 18h | Teatro: Vida de Adolescente. E.M.E.F. Alfredo Belizário Peteffi. 14h

Dança: Flamenco. 16h Debates: Bate-papo e Sessão de Autógrafos com Francisco do Espírito Santo Neto. 15h | Humberto Gessinger. Mediação Carlinhos Santos. 18h30 QUINTA-FEIRA Contação de histórias: Contapete. 10h, 14h e 17h | Vania Marta Espeiorin. 10h | Contação de histórias do Sesi. 10h30 | Rita de Cássia Campos Costa. 13h30 Autógrafos: Passaporte da Leitura. Annie Müller. 9h | Passaporte da leitura. Leandro Angonese. 14h30 | Passaporte da leitura. Márcio Vassallo. 14h e 15h | Midiatização da Religião: processos

midiáticos e a construção de novas comunidades de pertencimento. Paulo Roque Gasparetto. 18h Teatro: A força vem da união. Alunos da E.M.E.F. Madre Assunta. 11h | A fada afilhada. E.M.E.F. Dezenove de Abril. 15h | Apresentação de Fantoches. Alunos da AABB. 15h30 | Olhos que viram Paris. Marília Galvão. 16h Música: Organix. 12h | Coro Infanto-Juvenil do Programa Florescer . 14h30 Oficinas: Paisagens Sonoras Brincantes. Raquel Beltrame. 16h Debates: Bate-papo com Lya Luft. Mediação Cleodes Piazza Ribeiro.18h SEXTA Contação de histórias: Contação de histórias do Sesi. 10h30 | Adriana Camelo Lucena. 13h30 | Contapete. 14h | Contação de histórias do Sesi. 16h | Autógrafos: O dia em que Kleto achou dinheiro. Rubens Balestro. 11h | Princesa Violeta. Veralinda Menezes. 17h | A coconha. José Clemente Pozenato.17h | O mala: manual de identificação e uso. Mário Kostzer. 18h | Formas Ignoradas: ornamentos, estilos e memórias. Roberto Filippini. 18h | Responsabilidade Civil Ambiental e Estruturas Causais – o problema do nexo causal para o dever de reparar. Graziela Kohler. 18h Teatro: Turma da Mônica. E.F. Helen Keller. 15h Música: Fábio Soares. 12h | Dan Ferretti. 19h Dança: Hip-Hop. E.M.E.F. Arnaldo Balvê. 14h30 Debates: Contos e Lendas Gaúchas. 16h | Bate-papo com Kenny Braga. Mediação Lúcio Saretta. 17h | Bate-papo com Ana Mello e Eduardo Dall’Alba. A Leitura na Era Digital. 18h30

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Maurício Concatto/O Caxiense

Proibido para menores

Mulheres pagaram R$ 65 para assistir à palestra de Rita, recheada de piadas de duplo sentido e dicas de um sentido só: valorizar a autoestima

A GLORIA KALIL

DO SEXO U

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por JAISSON VALIM jaisson.valim@ocaxiense.com.br

ma ausência encasquetava Rita Rostirolla, 46 anos, naquele dia, no ano passado. Como fez em Caxias do Sul nesta quarta-feira (5), a sexóloga visitava Blumenau (SC) para lançar o livro Na Cama com Rita Rostirolla, uma coleção de conselhos sentimentais e sexuais para mulheres. Entre um autógrafo e outro, uma dica aqui e uma conversa ali, ela se perguntava: “Onde está Vanessa?” Rita havia conhecido a advogada Vanessa dois anos antes, em 2008. Devastada por uma dessas cheias que, de tempos em tempos, costumam castigar o Vale do Itajaí, a cidade catarinense recebia a sexóloga para um evento beneficente. A palestra da gaúcha tinha um duplo sentido (óbvio, estamos falando de sexo): não só arrecadaria recursos para reconstruir a cidade, mas também seria uma estratégia para, digamos, ajudar a reerguer o ânimo daquele povo. Na plateia, a advogada acompanhou as palavras bem-humoradas de Rita. E voltou no dia seguinte para o curso completo, onde as alunas aprofundam os aprendizados, executam exercícios e tal e

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Professora de etiqueta íntima, Rita Rostirolla, 46 anos, cruzou por Caxias do Sul com a alquimia infalível para reanimar a vida sexual das mulheres: luz acesa e lingerie sexy

coisa. Ali, Vanessa procurou a palestrante e fez a revelação. “Rita, eu não consegui dormir esta noite!” E emendou sua história. Reclamou que não mantinha uma vida sexual satisfatória desde o nascimento do filho, no primeiro ano de casamento – e a criança já tinha sete anos. Tentava uma nova gravidez, mas não tinha jeito. Só não havia recorrido à inseminação artificial, porque fez todo o resto. Quando conseguia, sofria aborto espontâneo. A palestra do dia anterior havia dado à advogada uma luz. Literalmente. Rita ensinou que uma noite de amor tem mais chances de ser bem sucedida se a lâmpada estiver acesa – ou ao menos se uma vela discreta clarear a cena. As possibilidades de deixar o parceiro sem fôlego crescem quando a mulher veste uma calcinha e um sutiã irresistíveis. Isso porque, analisa a sexóloga, o homem precisa de estímulos visuais para se satisfazer. E a advogada não havia se dado conta disso – daí a noite insone. “Faço tudo o que não é para fazer”, relatou Vanessa. Meses se passaram, e Rita retornou a Blumenau para um nova atividade. Adivinha quem estava

entre as participantes? “Meu mari- se identificou como tal depois de do te mandou um abraço”, disse a segundos de insistência de Rita. advogada à sexóloga. Mas logo tratou de esclarecer, A aproximação se tornou inevi- respondendo afirmativamente às tável e justificava a inquietude de perguntas: não, não morava em Rita no lançamento Santa Catarina, nem da obra, de 124 págiera advogada. Era, nas. Se eram amigas, A escritora gaúcha sim, uma xará da por que Vanessa não deu um novo mãe de gêmeos. A apareceu? Aquele nome à legging: exemplo das outras mistério incomo- calça Knorr. dezenas de mulhedava e incomodava res, pagou R$ 65 e incomodava a es- “Toda galinha para acompanhar, critora tanto quanto velha usa. no Intercity Hotel a a repetição de pala- É só botá-la palestra de mais de vras em uma mes- que dá certo duas horas com dima frase. Até que sempre” cas infalíveis para a alguém lhe entregou hora H, que seguem um bilhete. a linha do bilhete da “Receita de gêmeos da Vanessa: catarinense. luz acesa e lingerie sexy”, dizia o E haja ecletismo nas mais diferecado. rentes áreas da etiqueta íntima. Era evidente. A amiga não pres- Rita é uma espécie de Gloria Kalil tigiara o lançamento porque recém do sexo. Suas recomendações cohavia dado à luz dois filhos. Graças meçam por moda. Por exemplo: às dicas de Rita, a advogada conse- peças bege, Rita de-tes-ta (assim, guira superar os problemas sexu- enfaticamente!). ais e gestar seu sonho, que chegou “Põe na fogueira”, aconselhou. em dobro. A escritora, agora sim, É um erro crasso usar essa cor, podia seguir o evento com despre- porque desvia o foco do homem ocupação – e feliz. – logo ele, estimulado pelo visual. Nessa área, a sexóloga ainda recoNa noite de quarta-feira nheceu o fascínio que exercem as (5), em Caxias do Sul, Vanessa calças leggings, batizadas por ela escutou a história e, tímida, só de “calças Knorr”.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


“Toda galinha velha usa. É só botá-la que dá certo sempre”, brincou a escritora. As lições também versam sobre higiene. Na palestra, a sexóloga ensina que as mulheres se depilem, inclusive na região íntima. “Veja como o homem reage quando ela se depila. Para ele, é um sinal verde: ‘Hoje ela quer dar’. 99,9% deles preferem as mulheres depiladas”, contabilizou. Para detalhar a prática, até citou diferentes métodos: biquíni, bigodinho de Hitler... Também pediu que as mulheres tomassem cuidado para preservar seus cheiros. Citou Cleópatra como exemplo. A rainha sabia como ninguém usar produtos afrodisíacos para levar meio Egito para seu leito, apesar de “ser gordinha, baixinha e ter uma perna cinco centímetros menor do que a outra”. Dicas de comportamento aparecem como outro foco da sexóloga. É no livro que estão as mais divertidas. Uma delas se refere a um malcheiroso momento: “Se soltar um pum por acaso na frente do namorado, peça desculpas. Isso não deve ser regra.”

Se também é bandida e perversa, Rita não conta, mas ela própria admite que enfrentou a síndrome da boa moça. Culpa, claro, de uma educação machista transmitida desde a infância. Até hoje ela se recorda de um episódio exemplar. Com a mãe, voltava a pé para casa, em Guaporé, depois de visitar parentes. Em meio à cerração, a menina conseguiu enxergar dois jovens que se entregavam a um entusiasmado amasso encostados no muro. A mãe puxou a criança pelos braços, mirou nos olhos dela e advertiu: “Olha aqui: menina boa não faz aquilo ali”. Rita ficou intrigada: por que acabara de ouvir aquele aviso se o casal parecia tão satisfeito e feliz? “Voltei decepcionada. Nem queria ser mais menina boa”, relatou. Anos mais tarde, passou a conviver com outro sinal de machismo. Nos churrascos de domingo, depois de tomarem umas doses a

mais de vinho, os tios e outros pa- chegaram a ligar para casa com rentes abordavam os irmãos dela ameaça: ‘Tu tá misturando duas e comentavam: “Este vai ter que ir coisas sagradas: esposa e amante’”, para a zona logo. Vai comer todas.” relatou a escritora, que tatuou a Agora, com ela... “Comigo era expressão Sexy Machine no braço diferente. Ninguém direito. chegava para mim Ao lado da cunhae dizia: ‘Esta vai dar “Hoje, (em da Franciele Melapara todos quando Guaporé, ti – uma espécie de crescer’”, brincou. assessora faz-tudo, cidade natal) Rita fez o que se como ela mesmo adesperava dela: até sou tão popular mite –, a autodidata subir ao altar, só ha- como o prefeito. Rita começou a zanvia mantido relações Ou melhor, até zar Brasil afora com sexuais com um ho- mais”, afirma a proposta de “desmem – o homem a sexóloga, pertar a ‘deusa’ que que a engravidou e existe em cada mucom quem estava se sem modéstia lher.” Segundo seu casando. Mas não material de divulgafoi a união que uma ção, em 16 anos de boa moça desejava. Enquanto se estrada, 600 mil pessoas assistiram apoiava na religião – por influên- a seus ensinamentos – uma mécia da família do marido, passou a dia de três por dia. Autointitulaser Testemunha de Jeová –, tentou da como a “primeira sex personal uma saída com leituras sobre o trainer do país”, esse desempenho assunto e a ajuda de psicólogos e logo despertou o interesse da TV. psiquiatras. Participou de atrações como SuNão resolveu. Dez anos e dois fi- per Pop, Programa do Ratinho e lhos depois, o inevitável se tornou Altas Horas e até colaborou com o realidade: o casamento acabou. A Boa de Cama, do Sexy Hot. Com sexóloga se encabula e evita falar o sucesso, ela conseguiu quebrar a sobre sua vida pessoal atual, mas resistência de seus conterrâneos. o Facebook entrega o jogo – hoje, “Hoje, sou tão popular como o ela tem um novo relacionamento prefeito. Ou melhor, até mais, porsério. que eu me dou bem com todos os partidos”, conta a sexóloga, que O aprendizado daquela passou pelos cursos de Jornalismo década de sofrimento serviu para e Direito e ainda mantém a fábrica algo. Empresária do ramo de lin- de roupas íntimas. gerie, ela começou a distribuir Atentas, as siglas propuseram conselhos sexuais às amigas. Ti- uma candidatura a Rita. Ela renha tanta desenvoltura que elas cusou. Não quer seguir caminho passaram a incentivá-la a fazer pa- semelhante ao de Marta Suplicy, a lestras, na metade dos anos 90. Só sexóloga do TV Mulher, dos anos que havia um obstáculo. Precisaria 80, que virou política. Para Rita, vencer o conservadorismo de uma já é o bastante ser um misto de cidade do interior com pouco mais Lair Ribeiro, Danilo Gentili e Glode 20 mil habitantes. “Me transfor- ria Kalil do sexo. Pelo menos por maram em uma Joana D´Arc. Até enquanto. Maurício Concatto/O Caxiense

Pensando bem, comparar Rita com Gloria Kalil parece sacanagem (será meu último trocadilho neste texto, prometo!). Rita é muito mais do que isso. Ela é também um Danilo Gentili de saias. Sua palestra se assemelha a uma stand up comedy de tanto que faz o público rir. E como elas riram na noite de quarta-feira, quando a sexóloga usou e abusou do duplo sentido. “Não sou nada séria para que vocês possam absorver os assuntos”, justificou. Ainda assim a definição fica incompleta. Rita cumpre um tercei-

ro papel. Faz as vezes de Lair Ribeiro, pisando com seus sapatos de salto alto no lugar-comum da autoajuda para melhorar a autoestima feminina. As mulheres, decreta a sexóloga, precisam fechar a boca e jamais falar mal de si mesmas para os parceiros. Precisam, isso sim, vender-se bem a eles – afinal, “propaganda é a alma do negócio”, justifica. Para elevar o ânimo, ainda precisam, entre quatro paredes, superar a síndrome da boa moça, aquela que torna as garotas exageradamente recatadas sobre os lençóis. “Hoje, você vai sair daqui bandida. E perversa”, comprometeu-se Rita, quando uma espectadora se identificou com a tal “enfermidade”.

Durante lançamento do livro, na Saraiva Mega Store, Rita exibiu para o fotógrafo tatuagem que não deixa dúvidas sobre sua personalidade

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por Marcelo Aramis

Fotos: Maurício Comcatto/O Caxiense

Café Alegro |

Um deus grego dos cafecólatras de plantão. Se pedir um destes, jamais jogue a colher fora, ela será muito útil para remover a camada de chocolate que envolve a borda da xícara. Ela também será necessária para catar os pedacinhos de castanhas que confeitam a generosa camada de marshmallow. Apesar do nome, ele não tem nenhum tipo de licor. Encontrado no Café Literário.

Tapioca de Chocolate, Coco e Leite Condensado | A banca da Tapio-

ca da Pretinha mudou de lugar, mas não perdeu a qualidade. Olhando para o cardápio é preciso fazer duas escolhas. A primeira é entre a coluna das doces e das salgadas. Do lado das salgadas, os recheios são os mesmos dos pastéis de qualquer padaria. É na parte dos doces que os nomes atraem. E para quem decidiu exagerar no açúcar, nada melhor do que este trio.

Pão de batata com espinafre |

Há um livro que se chama A Vida Sexual dos Alimentos, de Bunny Crumpacker. Entre reflexões psicológicas sobre a relação do homem com a comida, uma polêmica: você decide o que vai comer ou são os alimentos que te seduzem? No cardápio do Café Literário, um gordinho é Don Juan. Além de gostoso, o espinafre nos deixa com a consciência mais leve. Truques da sedução.

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O Caxiense

Maurício Comcatto/O Caxiense

Feira do Livro | Lanches por GESIELE LORDES

Duas dicas básicas para quem ainda visitar a Feira do Livro: leve dinheiro para o lanche e use tênis. Se você for mulher, esqueça o salto. Se for homem, mas estiver acompanhado de mulher, leve dinheiro extra. Talvez, além de lanche ela também se interesse pela grande variedade de produtos da Feira do Artesão. Em comes e bebes, excluindo algodão-doce e picolés sobram poucas opções. Confira a lista dos poucos e bons.

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Cocada Natural | Denúncia: conforme o vendedor da banquinha, 99% das cocadas são feitas com madeira de Jaracatiá e não de coco. A história está mais para conversa de vendedor, mas o doce é muito bom. Se a estatística for verdadeira, a cocada vendida na feira pertence a 1% das que merecem sustentar o nome. Chimarrão| Para não dizerem que o quentinho mais querido do Rio Grande é desprezado na feira, eis a sugestão. Depois do livro, é o acompanhante ideal para levar ao Leituário.

Jordana

Marcilio Trentin

Neste sábado, às 10h, se não chover, Jordana e os demais integrantes da CDL Jovem vão trancar o trânsito por dois minutos em frente ao Monumento ao Imigrante. “É pouco tempo, mas vai causar um transtorno. A ideia é que os motoristas reflitam. Meia hora a mais para chegar ao destino não faz diferença”, conta a presidente da CDL Jovem sobre o ato que homenageará as 47 vítimas do trânsito em Caxias neste ano. O grupo realizou palestras em escolas, com depoimentos de gente que perdeu familiares em acidentes, para conscientizar jovens ansiosos por fazer a carteira de motorista. Nos bares e boates, eles convencem os jovens a não dirigir depois de beber e buscam “motoristas da rodada”, que têm virado moda na noite caxiense. Na oitava edição, a campanha Não quero morrer no trânsito já virou clássico. E a direção irresponsável nunca esteve tão cafona.

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Júlia Varaschin Webber | Elizabeth I |

Júlia Webber, 18 anos, admira a perfeição na pintura dos renascentistas. E percorre o mesmo caminho. Os traços realistas e a dedicação aos detalhes, que ela mostra na exposição Nobre Beleza, no Catna Café (Ver Guia de Cultura, página 12), revelam o lado perfeccionista e a sonhada carreira de estilista, que ela deve iniciar em breve. Em Elizabeth I, Julia faz referência a Elizabeth - A Era de Ouro, filme protagonizado por Cate Blanchett, vencedor do Oscar de Melhor Figurino. Os dourados dos detalhes lembram a obra de Sérgio Lopes, o artista e estilista caxiense preferido da estreante. Se depender do talento e das referências, Júlia tem boas chances de conquistar um espaço entre os nobres da arte.

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SEM TíTULO por FABIAN BALBINOT Não é a indecisão perante muitos caminhos que me amedronta, mas sim a indecisão entre prosseguir e retornar em um caminho que já comecei.

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Maurício Concatto/O Caxiense

Cotidiano de Dante

Alimentadas com migalhas de pão, as pombas têm que se acomodar no espaço que resta entre as calçadas de pedras portuguesas

COM A FEIRA,

VEM A CRISE Q

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por GESIELE LORDES gesiele.lordes@ocaxiense.com.br

uando o chafariz ainda era chafariz por inteiro e as pedras portuguesas do piso estavam livres, as pombas atraídas pelas migalhas de pão jogadas por um gentil senhor não deixavam de dar seu espetáculo. Ao menos para as crianças. Mas hoje, em plena Feira do Livro, a gurizada passa voando pelos poucos corredores que sobraram para as aves – reduzindo ainda mais seus fãs, que já são minoria em relação aos detratores. Não bastasse perder as atenções para as livrarias, as pombas precisam dividir o espaço com os “trabalhadores da praça”. Entre dois canteiros, um grupo de ciganas vindas de São Paulo oferecia serviços para quem tem crenças que vão além dos livros. Sem pedir permissão, as mulheres puxavam a mão de quem passava e proferiam a sorte amorosa e financeira. Mesmo não acreditando, depois de muita insistência o fotógrafo Antônio Lorenzett, 41 anos, aceitou que uma senhora lesse a palma de sua mão em troca de um cigarro. Sentada sobre as pernas cruzadas, de frente para o cliente, a vidente se recusou a continuar o trabalho enquanto algum estranho estivesse do lado. “Não presta assistir... As coisas boas não acontecem”, justificou ela, que não quis se identificar porque “o chefe dos ciganos não deixa”. Virando o rosto, através de uma piscadela discreta, o fotógrafo garantiu que descreve-

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ria a consulta assim que acabasse. Antes que a mulher tragasse a metade do cigarro a vida de Antônio já estava traçada: ele receberia um dinheiro que precisava receber e seria feliz com as duas filhas. A contragosto, o fotógrafo admitiu que as informações condiziam com a realidade, mas não se convenceu do dom sobrenatural. “Vai saber se eu não estava em uma triagem, elas dizem isso para todos, até que dá sorte.” Mas, ao contrário de Antônio, a maioria das pessoas não dava nem bituca às ciganas, o que motivou o grupo a tomar uma decisão: “A feira está boa, mas o movimento está fraco. Amanhã voltamos para São Paulo”. A crise parecia estar por todos os lados. Cruzando o Leiturário, o desânimo das prostitutas denunciava a ausência da freguesia. Sob o sol forte, que visitava Caxias depois de uma manhã fria naquela terça (4), elas tinham mais esperança em encontrar sombra num arbusto do que um cliente entre os leitores. “Antes da feira eram seis, sete por dia. Mas com esta feira, tá louco”, reclamou uma delas, que mesmo sem expectativa melhor pretendia cumprir a jornada completa, das 9h às 16h. Quem realmente esperava ansioso por seu descanso era Paulo Daniel da Rocha Souza. Funcionário da Secretaria Municipal do Meio Ambiente há 22 anos, o homem conta que tem uma das funções mais “puxadas”: cuidar

Alijados pelos livros, os trabalhadores da praça têm que se contentar com menos atenção durante o período

dos banheiros da praça, agora com não faltavam. A boca lambuzada uso redobrado. Às 14h30 ele ain- das crianças e o malabarismos dos da não tinha almoçado, pois não adultos para não deixar pingar o poderia abandonar o posto para ir sorvete apontavam uma das precomprar comida. A exaustão era feridas pelos visitantes. Mas nem evidente nas olheiras profundas e, todos os vendedores das delícias ao observar o banheiro masculi- geladas foram beneficiados com no, ele desabafava: “Para você ter o evento. Localizada entre duas uma base, não faz nem meia hora concorrentes, a Big Lanches e Sorque limpei e já está tudo molhado. vetes estava perdendo clientes por Vou ter que passar pano de novo”. razões geográficas. O sorveteiro Depois de 15 minutos, com a che- Jerson Barbieri diz que em época gada de uma colede feira não se pode ga, os problemas esperar muito lucro. de Paulo ainda não “Antes da “O pessoal vinha da estavam acabados. feira eram praça. Agora eles Mesmo comprando seis, sete compram ali (à direialimentos, ele tinha (clientes) por ta) ou aqui (à esquerque torcer para que da). A gente fica com nenhum deficien- dia. Mas com o que sobra”, explica, te precisasse usar o esta feira, descontente com a banheiro. O cubí- tá louco”, reordenação no fluculo de no máximo reclamou a xo de pedestres cau1mx0,8m que serve prostituta sada pela instalação como cozinha é sedas barracas. parado apenas por Alguns empreenuma porta de correr do único toa- dimentos móveis, digamos assim, lete para deficientes, que fica entre também se sentiam prejudicados. os banheiros feminino e masculi- O espaço em que o casal Raul e no. E o local ainda é usado como Mirian Montes vendia CDs insalojamento para os funcionários, trumentais, próximo à Avenida com guarda-chuvas, ventilador, Júlio de Castilhos, foi tomado por jaquetas, jornais velhos. Se alguém uma banca. Reinstalados perto do precisasse usá-lo, o homem teria Banco do Brasil, eles reclamavam que parar de cozinhar, tirar todos que o fluxo de pessoas diminuiu. os objetos dali e ajudar o cidadão. “Lá, o pessoal saía das lojas”, com“Há três anos dizem que irão au- parava Raul. Mas ele preparou mentar (o banheiro), mas vou me uma abordagem no espírito da feiaposentar e não vou ver”, previa. ra, oferecendo seus produtos para acompanhar a leitura. “Precisa dos Se almoço podia ser um dois: primeiro o CD com música problema, opções de sobremesa de fundo, e depois o livro.”

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Dupla por JOSÉ EDUARDO COUTELLE | jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

A COPINHA

PASSOU A VALER Inicialmente uma competição secundária, destinada a desenvolver os atletas das categorias de base do Juventude, a Copa Dra. Laci Ughini se tornou o principal foco da equipe alviverde depois da eliminação da Série D do Campeonato Brasileiro. Isso porque o título garante o retorno do Ju à competição nacional em 2012. Para tentar melhorar uma campanha que soma apenas 13 pontos em 10 jogos e a 5ª posição no grupo da Região Serrana, a direção alviverde convocou imediatamente o grupo principal. O técnico Picoli comandará os atletas nas duas últimas partidas de fase de grupos.

têm garantida a vaga para o primeiro mata-mata. Só que, caso permaneçam nessa colocação, enfrentarão o líder da chave da Região Metropolitana, o Novo Hamburgo. O time azul e branco tem a melhor campanha da competição, com 75% de aproveitamento. Em 12 jogos, o Noia conquistou oito vitórias e três empates, com somente uma derrota.

Se vencer os dois jogos que tem pela frente, o Ju pode evitar esse encontro. Neste sábado (8), vai a Bento Gonçalves para o clássico contra o Esportivo. No dia 16, recebe o Passo Fundo no Jaconi. Se avançar pelo menos uma posição na tabela, o alviverde pega o Com seis pontos de vantagem 2º lugar da Região da Fronteira, sobre o Nova Prata, os papos já que atualmente é o 14 de Julho.

À espera do gerente

O clima de indefinições prossegue no Centenário. Após a saída do treinador Argel Fucks, que assinou contrato com o Brasiliense, a equipe grená aguarda a nomeação do novo gerente de futebol. O contratado deverá ser anunciado até a próxima sexta-feira (14), quando encerra o prazo estabelecido pelo novo diretor de futebol, Marcus Vinicius Caberlon. Até lá o clima permanece o mesmo. Sem jogos para o final de semana, os jogadores ganham folga. Só o atacante Lima, que deixou o clube na última quartafeira (5), não retornará aos treinamentos. Um dos maiores nomes – e salários – da equipe, Lima foi dispensado com intuito de reduzir custos. Nos últimos tempos, enfrentava uma seca de gols, o que também explica sua saída.

Marketing foi bem

As eliminações de Caxias e Juventude das séries C e D, respectivamente, tiveram algo em comum. Após as derrotas, alguns torcedores resolveram se queixar da propaganda feita pelos clubes, que convocaram papos e grenás a uma mobilização permanente. Como os times não corresponderam ao apoio recebido, houve quem se sentiu “enganado”. É uma crítica injusta. O marketing da dupla CA-JU jogou um bolão este ano. Só não dá para exigir que entre em campo e resolva os problemas do futebol. Se está ruim assim, imaginem sem esse apelo dos clubes à paixão dos torcedores...

Rodrigo Fatturi, Divulgação/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

Na segunda-feira (3) a direção alviverde fez a primeira reunião após a eliminação do Brasileiro. E no dia seguinte o vice-presidente de futebol, Raimundo Demore, anunciou o primeiro ato do clube para a próxima temporada: Picoli e a atual equipe técnica permanecem. “Ele é treinador ou treinador. Vai ser o titular da minha equipe”, disse Demore, lembrando que Picoli assumiu o comando depois de ser promovido interinamente do cargo de auxiliar técnico. Ao longo da semana, porém, vieram as primeiras despedidas. Na quarta-feira (5) foram anunciadas as saídas dos laterais Anderson Pico e Celsinho, do volante Umberto e dos atacantes Rafael Aidar e Júlio Madureira. Quem mais sofreu com o fracasso do Ju na Série D, entretanto, foram os atletas da equipe B. Sem papel a desempenhar, parte dos jogadores foi dispensada e o treinador Carlos Moraes e o preparador físico Cristiano Pozzer foram realocados nas categorias de base.

Edgar Vaz, Divulgação/O Caxiense

Picoli fica

Tudo para ser o melhor da Serra Para os grenás, o objetivo imediato na Copinha é repetir o feito alcançado no ano passado: vencer a fase de grupos e trazer para o Estádio Centenário o troféu de campeão da Região Serrana. Para garantir o título, o Caxias precisa vencer o Lajeadense, na próxima quinta-feira (13), no Estádio Florestal. A equipe azul e branca está em segundo lugar, empatada em pontos com o Caxias – ambos com 20 –, porém tem um jogo a menos. Neste sábado (8), os grenás deverão secar o adversário direto, que joga contra o Nova Prata, penúltimo colocado e sem

chances de classificação. Caso se mantenha na liderança da chave, o Caxias enfrentará o quinto colocado do grupo da Fronteira, que atualmente é o Pelotas. Certamente um jogo complicado no Estádio Boca do Lobo. Se os resultados não favorecerem e a equipe grená ficar com a segunda posição, jogarão contra o quarto colocado da região Metropolitana, que atualmente é o Aimoré. A primeira eliminatória será definida em duas partidas, e o Caxias terá a vantagem do segundo jogo em casa.

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Guia de Esportes

Edgar Vaz, Divulgação/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

A Copinha agora é para valer para o Ju, que vai com o time principal a Bento enfrentar o Esportivo

BASQUETE

crianças do projeto Caxias Navegar – são cerca de 450 atendidas pelo programa. Se chover, para a tristeza da garotada, o evento será transferido para a próxima semana. Complexo Dal Bó Entrada gratuita | Próximo ao Sesi, Fátima

l Caxias x Java | Quarta-feira, às 17h A equipe caxiense segue na briga pelo primeiro lugar da chave. Na cola do Bira, de Lajeado, enfrenta o Java. Se vencer e o Bira perder, as equipes empatam no número de pontos e passam a dividir a liderança do campeonato. Sede Esportiva do Juvenil FUTEBOL R$ 5 (na hora) e R$ 3 (antecipados) | Marquês do Herval, 197, l Esportivo x Juventude | Madureira Sábado, às 15h Depois de uma daquelas vitórias com gosto de derrota para o Mirassol, o Juventude se despediu NÁUTICOS do Brasileirão da Série D. A Copa Recomenda Laci Ughini é a única competição l Miniolímpiada Náutica | que sobrou ao time alviverde, que Sábado, às 9h precisa vencer se quiser arrumar Água, só a do lago. Depois de um adversário mais fraco na fase ser cancelada na semana passada eliminatória do campeonato. por causa da chuva, a esperança Montanha dos Vinhedos dos pequenos atletas é que o tem- R$ 10 (arquibancada) e R$ 5 (estupo colabore para a realização da dante e idosos) | Bento Gonçalves Miniolímpiada Náutica, que faz parte das atividades da 3ª Sema- l Caxias x Porto Alegre na Municipal da Água e reúne (Estadual Sub-19) | Quarta-

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feira (12), 15h30 Na 3ª colocação, o Caxias contabiliza duas vitórias e duas derrotas. Disputam com o Caxias outras 11 equipes do Estado. As oito melhores colocadas passam para as quartas-de-final do campeonato. Centenário Entrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano l Torneio Galerinha Grená | Quarta-feira (12), às 10h No Dia das Crianças, a ideia é aproveitar o feriado – que é de Nossa Senhora Aparecida – para levar o filho ou a filha para jogar futebol. Competidores mirins poderão usar uniformes oficiais do Caxias, bater foto com o mascote do clube e, ainda, ser comandados pelos técnicos grenás. Estádio Centenário R$ 5 (sócios do clube) e R$ 10 (não sócios), além de levar um brinquedo para doação | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano

l Futebol Sete Série B | Sábado, 15h30 Eles integram a mesma holding empresarial, mas nem por isso vão deixar de competir. Se no mercado dos negócios estão lado a lado, dentro da quadra a história vai ser um pouco diferente. Randon e Master disputam uma vaga na final do campeonato. Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/n, Fátima

MARATONA l Inscrições para Minirrústica | Até 27 de outubro Para não ter que correr com a burocracia depois, a dica é se adiantar e fazer a inscrição na 5ª Rústica Comunitária e Minirrústica. É obrigatória a apresentação de documento de identidade com foto. UAB e Smel 1 kg de alimento | UAB: Luiz Antunes, 80, Panazzolo; Smel: 20 de Setembro, 2.721, São Pelegrino

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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Diego Netto, Divulgação/O Caxiense

Andréia Copini, Div./O Caxiense

Um terceiro vereador-secretário deve voltar à Câmara também antes do final do ano: Francisco Spiandorello (PSDB). O retorno deverá se dar para por fim à hegemonia do vereador tucano Daniel Guerra. Ao voltar para a Câmara, Spiandorello retomará a liderança da bancada e, por consequência, alguns cargos sob o comando atual de Guerra – que não costuma prestar contas de seus atos ao partido.

Chapa dos sonhos

Presença assídua em eventos da programação da Feira do Livro, na Praça Dante Alighieri, o ex-prefeito Mansueto Serafini Filho defende uma dobradinha PMDB-PTB para disputar a prefeitura no ano que vem. Dentro da linha “sonhar não é proibido”, Mansueto, filiado ao PTB, vê como imbatível uma chapa com o ex-governador Germano Rigotto a prefeito e o diretor-presidente da Codeca, Adiló Didomenico, como vice.

Futuro peemedebista O PMDB da região da Serra começa cedo a mobilização em vista das eleições 2012. Neste sábado (8), às 9h, as lideranças peemedebistas se reúnem na Câmara de Vereadores de Farroupilha, já sob o comando do novo coodenador, o secretário municipal da Cultura de Caxias, Antonio Feldmann. Para honrar uma tradição, o partido deverá ter candidato próprio na grande maioria dos municípios da região, em cidades maiores como Farroupilha, Flores da Cunha, Bento Gonçalves, Garibaldi e Antônio Prado. A incógnita continua sendo Caxias. Pela primeira vez na história o PMDB poderá não ter candidato próprio aqui.

Aliás

A candidatura própria do PMDB em Caxias sempre ajudou o partido na região. Por vários motivos, mas o principal foi a exposição do número 15 na televisão, que tem abrangência regional. O 15 estará fora da televisão no ano que vem? Isso nunca aconteceu desde que o PMDB existe em Caxias.

PMDB DE OLHO

NA CÂMARA Depois de quase 20 anos, a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul pode voltar a ser presidida pelo PMDB. O último presidente peemedebista do Legislativo caxiense foi Guerino Pisoni Neto. Todas as fichas recaem agora sobre a vereadora Geni Peteffi (foto), atual líder do governo, mas correm por fora Alaor de Oliveira e Edson da Rosa.

Quem presidir a Câmara em 2012 tem grandes chances de assumir a prefeitura no próximo ano. Caso a presidência fique com seu

Fala-se muito numa iminente divisão entre os partidos da base do governo Sartori. O problema existe porque há vários nomes da base cogitados a prefeito. Mas, na oposição, a divisão é nítida. Além do desacerto entre petistas e comunistas para disputar a prefeitura, o PT enfrenta problemas por ter, dentro de um único parti-

Há quem garanta que os dois vereadores-secretários do PMDB, Felipe Gremelmaier e Edson da Rosa, voltariam à Câmara antes do final do ano. Nesse caso, sairiam os suplentes Ari Dallegrave e Elói Frizzo – por coincidência dois dos mais ardentes defensores do governo municipal no Legislativo.

do, três candidatos. Trata-se de um racha como nunca antes se viu em Caxias. E desta vez há quem aposte em sequelas. O deputado federal Gilberto Pepe Vargas não é mais candidato natural, resultado da última derrota para prefeito, quando perdeu para Sartori pelo dobro de votos que sua companheira Marisa Formolo.

Me convidaram e eu disse ‘nem pensar’ Odir Ferronato, presidente municipal do DEM, sobre a tentativa de levá-lo para o recém-formado PSD – que nasceu em Caxias com 20 filiados

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O atual elenco de vereadores da Câmara Municipal deu lição de bom senso na última semana ao rechaçar documento que requeria o impedimento do prefeito, por crime de responsabilidade e improbidade administrativa, por não ter encaminhado solução para a greve dos médicos da rede pública de Caxias do Sul Há sim um óbvio desgaste depois de seis meses de paralisação promovida pelo sindicato da categoria. Mas o Movimento Vivo em Defesa da Saúde Pública de Caxias do Sul (!), mesmo com a afirmação do presidente Luiz Fernando Possamai, de que a greve “já é um caso de polícia”, deveria saber que brincadeira e disputa por espaço têm hora.

Socialismo no poder

partido, Sartori teria justificativa para se ausentar em algumas ocasiões, ou mesmo tirar férias. Ou ainda se dedicar, durante alguns meses, à campanha eleitoral.

Disputa saudável?

Vivo e oportunista

Nunca o PSB esteve em situação tão confortável como agora. O partido decidiu que vai disputar a eleição majoritária no próximo ano – ou como prefeito, ou como vice. Se o PMDB tiver candidatura própria, poderá apresentar o vice. Caso não haja composição com integrantes do atual governo, também pode ir “para o outro lado”, como afirma um representante dos socialistas. “E não faltam ofertas”, complementa.

Movimento dos barcos

O movimento de filiação ou troca de partidos para quem pretende se candidatar a vereador no ano que vem foi menos bombástico que o esperado. Confirmou, porém, tendência verificada no centro do país: a necessidade de incluir nomes desconhecidos do âmbito político-partidário, embora destacados em outras frentes, a fim de puxar votos. Além dos ex-jogadores Washington (PDT) e Lauro (DEM), podem ser incluídos nessa lista o pró-reitor da UCS Evaldo Kuyava, o reverendo Horácio Bueno e ex-rainha da Festa da Uva Tatiane Frizzo. E também Antíoco Sartor, presidente da Amob São Pelegrino, que assinou ficha no PSB. No quesito troca, chamaram a atenção o retorno do ex-vereador peemedebista Deoclécio da Silva ao PC do B e a ida de Janete Tavares do PRB para o PMDB.

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O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

Retorno tucano

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