Edição 96

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Outubro | 2011 |S1º |D2 |S3 |t4 |Q5 |Q6 |S7

96 Ano ii

Mauro Pereira:

A HORA

“Só acredito na derrota quando ela acontecer”

CONCRETA

DA POESIA

Roberto

Hunoff Uma análise de como a crise vai chegar por aqui

Instalada no coração da hoje industrial Caxias do Sul, a Feira do Livro deste ano tem como patrono um poeta – motivo para revelar versos semeados há decadas aqui e na região

Grandes questões da tecnologia

nano

Renato

Henrichs Pressão pelo aeroporto acirra os ânimos entre CIC e prefeitura

A arte caxiense na Bienal

Maurício Concatto/O Caxiense

HQCX:

Alegorias de um reino distante

R$ 2,50


Índice Roberto Hunoff | 4 Crise, desaceleração, desindustrialização: o que esperar de 2012 O Caxiense entrevista | 5 Pré-candidato renegado pelo partido, Mauro Pereira (PMDB) explica as razões de sua insistência Literatura | 7 Feira do Livro põe a poesia caxiense na vitrine Ambiente | 11 Um caminhão cheio de aventuras – e lições – estaciona em Caxias Boa Gente + Top 5 | 12 A jovialidade na velhice e o melhor do Caxias em Cena Artes | 13 Dois balanços silenciosos Tecnologia | 14 Do nano ao macro, os problemas que atravancam o progresso científico Bienal | 15 Caxias repatria talentos em Paris para mostrar sua arte em Porto Alegre

Recomendo que leiam com MUITA atenção a matéria de capa de O Caxiense. Sinceramente, por que não desmoronam com o Campus 8, o Clube Juvenil, derretem o Monumento ao Imigrante... Caxias tá chegando lá! Construam mais shoppings, estacionamentos, supermercados, condomínios residenciais a rebanhos... A triste cultura caxiense. Marcus Mocelin

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

www.OCAXIENSE.com.br

@maicotr Ontem li a matéria sobre o Tio da Casquinha, feita pela @Geisy55. EMOCIONANTE, leiam também o @ ocaxiense.#tiodacasquinha @Cajuzinho_Jo Emocionei com a matéria sobre o Tio da Casquinha. Sem mais. #tiodacasquinha @firethais Muito legal a matéria do Tio da Casquinha no @ocaxiense! Uma pena saber de seu estado de saúde! Ele é um personagem da nossa cidade! #tiodacasquinha @RC_Dias Parabéns ao @ocaxiense pela bela matéria sobre um ser que faz parte do cotidiano da cidade: o Tio da Casquinha. São nossos patrimônios. #tiodacasquinha

Guia de Cultura | 16 Melancolia no cinema e a a festa da literatura caxiense

@leooportella Esclarecedora a entrevista de Gelson Palavro no jornal @ocaxiense dessa semana. Resta agora ver o lado das embaixatrizes... #ocaxienseentrevista

HQCX | 20 As agruras do rei

@ramontisott tem q (re)ver isso aí, @governo_ rs #maesa

Guia de Esportes | 21 Contra o Mirassol, Juventude mira a Série C

@matiaslucena viu, nada de ficar fumando droga na rua #caxiasnogooglestreetview

Dupla CA-JU | 22 O Ju busca uma goleada; o Caxias, um gerente de futebol Renato Henrichs | 23 CIC e prefeitura em rota de colisão

Expediente

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), Janine Stecanella, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário) Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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No Site

Caxias terá mais 20 quebra-molas | Lombadas devem ser dispositivos de última instância, onde todas as outras medidas não solucionaram, ou ao menos amenizaram o problema. A lombada é uma PUNIÇÃO ao bom motorista, um desgaste desnecessário aos veículos e ao fluxo destes. Demanda exaustivo estudo para sua aplicação. Quando há um grande fluxo de veículos a lombada física emperra e afoga o trânsito. Nada substitui a fiscalização do agente de trânsito, pois lombada somente atua na velocidade, nada mais. Há registros de acidentes ocasionados por lombadas, geralmente mal sinalizadas, em dimensões fora da norma. Foz do Iguaçu/PR, onde resido, é um exemplo da aplicação indiscriminada de lombadas, uma solução de gestores do trânsito INCAPAZES e INCOMPETENTES. Alvaro Santos Agradecemos | A Américo Ribeiro Mendes Netto, pela valiosa contribuição à reportagem de capa. Américo é escritor e prepara um segundo volume do livro Segredos de Passaporte, no qual contará parte da história do poeta Oscar Bertholdo. O autor também pode ser lido no blog www.segredosdepassaporte.blogspot.com.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

editada por Jaisson Valim | jaisson.valim@ocaxiense.com.br

Greve dos bancários afetava o atendimento em pelo menos 26 agências de Caxias do Sul na sexta (30), ampliando as filas nos caixas eletrônicos

SEGUNDA | 26.set Nova esperança contra a falta de água em Caxias

A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal, prevê uma verba que servirá como alento para quem sofre com torneiras sem água em Caxias – um problema que cresce com a mesma velocidade com que o município se expande. Por meio do plano, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) programa um investimento de R$ 18 milhões. Os projetos preveem a implantação de adutoras nas zonas Leste e Oeste, melhorias no abastecimento de Ana Rech, além de um reservatório na Zona Sul com capacidade para 5 milhões de litros. Serão 45 quilômetros de rede. As obras beneficiarão 120 mil pessoas, segundo o Samae.

teiros paralisarem as atividades, chegou a vez de os bancários entrarem a greve. A movimentação começou na terça-feira (27) de forma tímida em Caxias – afetou 13 agências –, mas se intensificou durante a semana. Na sexta-feira, o Sindicato dos Bancários contava o dobro do número inicial. Quem sofreu com os transtornos, óbvio, foram os clientes. A fila nos caixas eletrônicos e nas lotéricas aumentou nos últimos dias. E nem bancários nem banqueiros acenam com um acordo tão cedo para acabar com essas dificuldades.

QUARTA | 28.set Um passeio virtual pelas ruas da cidade

Até quem torce o nariz para um dos maiores gigantes da internet se rendeu. É difícil encontrar algum internauta caxiense que se preza que não tenha dado uma espiadiTERÇA | 27.set nha nas imagens do município colocadas à disposição esta semana É greve dos médicos, dos no Google Street View. carteiros, dos bancários... O serviço exibe panorâmicas de Depois de os médicos e car- 360° ao nível do chão – na vertical,

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as fotografias podem ser vistas em 290º. É possível conferir as imagens de sua casa ou fazer um passeio virtual por Caxias. Se você estava em Marte esta semana e ainda não conferiu, visite http://maps. google.com/help/maps/streetview

QUINTA | 29.set No trânsito, uma boa e uma má notícia ao mesmo tempo

A notícia a seguir pode ser vista de duas formas. Pela ótica do copo meio cheio: a exemplo dos fiscais municipais de trânsito, a Brigada Militar apertou o cerco contra os motoristas bêbados. Resultado: nos primeiros oito meses de 2011, as multas aumentaram 36,7%. Pela ótica do copo meio vazio: mesmo com a Lei Seca, que há três anos recrudesceu o rigor contra a bebida no trânsito brasileiro, condutores ainda insistem em dirigir depois de beber. Só os policiais militares flagraram 164 casos neste ano em Caxias do Sul. Imagine quantos passaram despercebidos pela fiscalização e colocaram vidas em risco?

SEXTA | 30.set Domingo também é dia de greve para os professores

Se carteiros e bancários podem fazer greve, por que os professores também não podem? Os docentes da rede privada anunciam uma paralisação de um dia para este domingo (2). Sim, você leu certo: domingo. É que o Sindicato dos Professores (Sinpro) quer chamar a atenção para as atividades extraclasse que, segundo os grevistas, não têm previsão contratual. Em vez de descanso, os educadores ganham cada vez mais trabalho para os fins de semana. É prova para corrigir, aula para preparar, blog da escola para atualizar. Pela data inusitada, a mobilização gerou curiosidade. Ao mesmo tempo, os manifestantes conseguem escapar do desgaste de paralisar as aulas – na rede privada, pouco acostumada às paralisações. Na rede municipal, a discussão também se intensifica. Lei federal que determina o piso de professores também estipula a destinação de 33% da carga horária para essas tarefas.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Os efeitos da crise financeira mundial, que abala as economias de alguns países europeus, começam a ser sentidos nas contas públicas da Prefeitura de Caxias do Sul. Ao expor para vereadores o balanço financeiro do Município até agosto, o controlador-geral, Gilmar Santa Catarina, alertou que o ritmo da arrecadação não tem crescido nos índices esperados quando da elaboração do orçamento deste ano. Ainda assim, acredita ser possível atingir a meta de R$ 1 bilhão de receita. Em oito meses, a Prefeitura cumpriu mais de 65% do orçamento. Um dos pontos destacados pelo controlador é a redução, de 42,59% do ano passado para 40,87% neste, do total da despesa corrente líquida com pessoal sobre a receita corrente líquida.

Comemoração

A programação que marca os 35 anos de fundação do Sescon-Serra Gaúcha terá início na segunda-feira (3) na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. A entidade promoverá a vinda do presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas, Valdir Pietrobon, para falar sobre O papel das empresas de serviços contábeis no contexto empresarial.

Visões

Modernização

divergentes O encontro realizado na última semana pela CIC de Caxias do Sul, sob a denominação de CIC Debate – Fórum de Economia, confirmou como está difícil encontrar resposta única para os efeitos da crise mundial sobre o Brasil. Fábio Abreu, sócio da PriceWaterHouseCoopers, mostrou otimismo, fundamentado em pesquisas feitas com lideranças empresariais que acreditam no potencial do país. Mas alertou para a necessidade de superar desafios internos, como desigualdade social, sistema educacional, decisões jurídicas lentas, burocracia, altas taxas de juros, elevada carga tributária e problemas de infraestrutura. Mesma linha de pensamento tem a doutora em economia e professora da UCS, Maria Carolina Gullo. Para ela, a crise externa terá pouca influência na economia nacional, que depende basicamente de desempenho doméstico.

Ele apontou como preocupante o enfraquecimento da economia pelo baixo índice de crescimento deste ano. O diretor do Departamento de Economia, Finanças e Estatística da CIC, Alexander de Messias, não acredita que os políticos farão os investimentos necessários, principalmente os relacionados com desoneração de tributos. Teme que o país esteja perdendo tempo, como na década de 80, com a inércia da gestão pública, que na sua concepção é ineficiente e serve a interesses próprios.

Empregabilidade

A unidade Caxias do Sul da Ftec conseguiu superar faculdades dos Estados Unidos e da Europa em termos de empregabilidade de seus formandos. Em levantamento realizado no primeiro semestre do ano identificou que 79% dos seus egressos estão empregados nas áreas de formação e 98,7% estão trabalhando. Lá fora a média é de 70%.

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Automação

O Grupo Voges apresentou na IX Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental, em Porto Alegre, sua nova linha no segmento de automação. A novidade é composta por chaves de partida com aplicação variada, como em bombas, transportadores, ventiladores, compressores, centrífugas e misturadores, entre outras, capazes de reduzir o consumo de energia elétrica em até 25%.

Os dados do desempenho econômico da cidade até agosto, divulgados esta semana, confirmaram a desaceleração cada vez mais forte, em especial na indústria. Ainda assim, o ano fechará positivo em torno de 5% a 10% sobre 2010, fato que precisa ser comemorado. O dilema é 2012: qual caminho seguir, em que apostar? As teses Para o diretor do Banco divergentes só reforçam a necessiRandon, Joarez Piccinini, a crise é dade de cautela de empresários e muito séria e terá efeitos no Brasil. trabalhadores.

Rede energizada

Visando garantir mais segurança e qualidade no fornecimento aos consumidores de Caxias do Sul, a RGE investirá, até 2014, mais de R$ 56 milhões em melhorias na rede de energia elétrica. Os recursos serão divididos entre novas subestações, alimentadores e aumento da capacidade das redes de baixa tensão.

O Iguatemi Caxias passará por repaginação, visando à modernização da parte original. Haverá substituição do piso e criação de novos lounges, incluindo mobiliário e vegetação. O projeto também atinge os corredores, vitrines, fachadas, banheiros e praças de eventos e alimentação. A primeira etapa da obra, que é a substituição do piso do mall original, deve estar concluída no final de novembro.

Inclusão social

Magrão Scalco, Divulgação/O Caxiense

Aperto

Primeira década

O Instituto Elisabetha Randon Pró Educação e Cultura, das Empresas Randon, deu início nesta semana às comemorações dos 10 anos do Projeto Florescer, que serão completados em 2012. Pelos próximos meses educandos, pais e professores participarão de ações internas e externas. O programa atende

Foco no crédito

O comércio de Caxias do Sul está munido de um sistema ainda mais seguro para a concessão de crédito. A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) associou-se à iniciativa da sua Federação, que formalizou parceria com a Serasa Experian, crian-

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a 400 alunos em dois núcleos nas Empresas Randon em Caxias. Tem franquias em Ribeirão Preto (SP), Curitiba e Maringá (PR), Balneário Piçarras (SC), Bento Gonçalves, Vacaria e Farroupilha. Já beneficiou mais de 1 mil crianças e adolescentes. Em 2010, registrou 100% de aprovação escolar de seus alunos.

do, assim, novo modelo de SPC. De acordo com o presidente da CDL, Paulo Magnani, agora o lojista tem acesso a um banco de dados que reúne 84% do total geral de cadastros brasileiros e fornece a possibilidade de cruzamentos de informações.

A Marcopolo, por meio do projeto Envolver, mantém atualmente em seu quadro de colaboradores 290 pessoas com algum tipo de deficiência, entre funcionários e alunos do curso preparatório. O programa atende pessoas com deficiência auditiva, visual, física e intelectual. Segundo o gerente de recursos humanos, Osmar Piola, as dependências físicas da empresa são adaptada às necessidades especiais.

Curtas A CDL Jovem lança sábado (1º), às 10h, em frente ao Monumento Nacional ao Imigrante, a campanha de conscientização Não Quero Morrer no Trânsito. Na oitava edição o objetivo é mostrar que a imprudência e o consumo de álcool antes de dirigir matam. Durante a semana haverá blitzes educativas, diálogos em escolas e militância em casas noturnas, no estádio Alfredo Jaconi e na Estação Férrea. Com o objetivo de arrecadar brinquedos para o Dia das Crianças, o Departamento de Jovens Empresários da CIC de Caxias do Sul promove mais uma edição da Coelhada CIC Jovem. Será neste sábado (1º), às 20h, no salão do Esporte Clube Rui Barbosa, na Comunidade da Linha 80, em Flores da Cunha. O valor do ingresso é de R$ 38.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Maurício Concatto/O Caxiense

O Caxiense entrevista

Mauro diz que líderes devem se apresentar como candidatos: “A pessoa que faz política com tranquilidade não tem por que se esconder”

“A PESSOA TEM QUE SABER

O QUE QUER DA VIDA” Primeiro pré-candidato a prefeito, o vereador Mauro Pereira luta contra o próprio PMDB e explica por que não aceitou o convite do PSDB para concorrer

C

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

om fama de boa gente nos bastidores da Câmara de Vereadores, Mauro Pereira não se abate com a resistência interna do PMDB à sua pré-candidatura para suceder José Ivo Sartori. Procura manter a postura otimista-negociadora mesmo em momentos tensos. Foi assim, por exemplo, na sessão que aprovou o aumento de 17 para 23 vereadores, em agosto – Mauro saiu da cadeira e tentou argumentar com os manifestantes. Em seu gabinete, adornado com fotos de Mauro com o ex-governador Germano Rigotto, com quem trabalhou, e a placa de quando ocupou a Secretaria Municipal de Obras, o vereador criticou o PMDB, mas disse que não trocaria de sigla pela garantia de poder concorrer ao Executivo. Quais foram os seus três principais projetos este ano? Como vereador, meu principal projeto é uma dedicação exclusiva ao meu mandato. Eu sou vereador 24 horas, através do trabalho aqui no meu gabinete e do meu celular, que tem o mesmo número há 16 anos. Segundo, minha meta aqui é defender não só os meus projetos, mas os dos meus colegas que visam o bem-estar da população, especialmente da mais carente. Um dos seus projetos sugere a regulamentação das feiras de ado-

ção de animais. Por que a prática precisa de regramento? Eu apresentei o projeto, aprovado, que é a marcação de consulta nas Unidades Básicas de Saúde pelo telefone para pessoas acima de 60 anos e portadores de deficiência e o que regulamenta as feiras de adoção de animais. Seria da seguinte forma: quem quiser participar de feiras vai ter que passar pelo crivo de uma legislação, esses animais têm que estar vacinados e microchipados. Temos casos de pessoas que trazem animais para cá muitas vezes sem as condições higiênicas necessárias. Que reação o senhor sentiu ao aumento dos vereadores? Procuro ser muito transparente, não sou de tapear as pessoas. Sempre defendi que a representação da sociedade na Câmara de Vereadores é extremamente importante. A Câmara é o para-choque da sociedade. É lógico que num momento em que os políticos em geral vêm em descrédito, especialmente os deputados e senadores, acabamos nós pagando o pato. Durante os episódios, respondíamos aqui em torno de 250 críticas pelo Facebook. Teve gente que parou de responder, eu não. Agora, as pessoas que querem moralizar a política devem participar do processo eleitoral de 2012. Ajudar para depois ter o direito de criticar. Em momento algum fiquei bravo com nenhuma dessas pessoas. Fui vaiado

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na praça, abordaram meu veículo enquanto estava passando na rua com palavras de ordem. Faz parte de quem está na vida pública.

gradar a cúpula do partido. Foi baseado na minha experiência como cabo eleitoral. Sempre achei muito nojento, faltando um mês para colocar uma campanha na rua, não Como avalia o governo Sartori? saber quem é o candidato. Ter que É um governo que vem traba- ficar aguardando as pessoas para lhando muito. Muitos paradigmas ser candidato. Então, coloquei o foram rompidos e tivemos vitó- meu nome à disposição para que rias importantes. Agora, é lógico não só o partido, mas a sociedade, que nós temos que melhorar em analise o candidato Mauro Pereira. algumas coisas. O sucessor vai ter Pode ser que em fevereiro ou marque se dedicar muiço as pessoas digam to na construção que o Mauro não “Um partido de escolas infantis serve para ser o nose fazer um investi- nunca vai so prefeito ou que o mento fortíssimo conseguir ser Mauro serve. Tem em habitação po- 100% uniforme, pessoas no meu parpular que beneficie tido que ficaram braas pessoas de zero a ético, coerente. vas comigo, outros três salários míni- Cabe à sociedade ficaram tristes. Tem mos. Ao longo dos fortalecer de tudo, mas não esanos, não houve os aquele que age tou preocupado com investimentos devi- de forma correta” isso. Estou preocudos, e agora chegou pado com a minha o momento em que transparência. algo tem que ser feito nessa área. E um investimento do Município A carta foi entregue muito cedo? nos cursos preparatórios, técnicos Não, acho que mandei muito e profissionalizantes, com parce- tarde. A pessoa que faz política rias para preparar pessoas para o com tranquilidade não tem por mercado de trabalho. que se esconder. E colocar o nome à disposição do partido não ofenO senhor foi o primeiro a se co- de ou agride ninguém. Fico triste locar pré-candidato a prefeito no com aqueles que não fazem isso. A PMDB, por meio de uma carta pessoa tem que saber o que quer ao partido, em maio de 2010. A da vida. Eu sei o que quero da vida. reação dos peemedebistas mudou desde então? O senhor acredita na continuidaQuando tomei essa decisão não de da aliança com os 15 partidos? fiz pensando em agradar ou desaNós temos dois processos, por 1º a 7 de outubro de 2011

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isso a eleição tem dois turnos. O primeiro turno serve para que você mostre a tua ideologia, o teu propósito, quem você é. Ganhamos a eleição em 2004 e superamos o Pepe Vargas (PT) com três partidos. Depois, para administrar, aí sim foi pegando outros partidos. Não tenho dúvida de que se você tiver um projeto que beneficie as pessoas mais carentes, valorize os trabalhadores e empreendedores e olhe o futuro com firmeza, automaticamente vai ter o apoio dos partidos. Inclusive de oposição.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital do Citação de Interessados, Ausentes, Incertos e Desconhecidos - Usucapião 5ª Vara Cívil - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 30 (trinta) dias. Natureza: Usucapião Processo: 010/1.10.0033035 4 (CNJ:.0330351-42.2010.8.21.0010). Autor: Idalino Jose Boff. Objeto DECLARAÇÃO de domínio sobre os bens móveis a seguir descritos: “um automóvel marca FORD LTD BROUGHAM, COR VERDE, 02 (DUAS) PORTAS, SEM PLACAS, ANO 1972, chassi 2E68S201752 e motor 2E201752; um automóvel marca FORD GALAXIE 500, COR AZUL, 02 (DUAS) PORTAS, SEM PLACAS, ANO 1970, chassi OW55HI82099” Prazo de 15 dias para contestar, querendo, a contar do término do presente Edital (Art. 232, IV, CPC), sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo(s) aulor(es). Caxias do Sul, 23 de agosto de 2011. SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas - Escrivã. JUIZ: Zenaide Pozenato Menegat.

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mas o suficiente para que a sociedade saiba que fulano é diferente do ciclano. Um partido nunca vai conseguir ser 100% uniforme, 100% ético, 100% coerente. Cabe à sociedade fortalecer aquele que age de forma correta.

O eleitorado consegue compreender essa dissonância? Consegue, especialmente falando de Caxias. É um dos eleitorados culturalmente corretos, politicamente bem instruídos, onde conseguimos, sim, separar o joio do trigo. Aqui é diferente, as coisas Para o primeiro turno a aliança acontecem com mais maturidade. com os 15 é inviável? Por isso coloquei meu nome com O Congresso muita antecedência. está para aprovar a Para o povo pensar, ação – e acho que “Do PSDB, a analisar e construir única pessoa se o Congresso não a minha candidatura aprovar o Supremo realmente comigo ou não. Tribunal Eleitoral intragável foi vai fazer – de limitar Como foi a aproa governadora ainda mais as coligaximação com o ções proporcionais. Yeda, devido à PSDB? Tivemos casos de arrogância e à Na história das partidos com pou- prepotência nossas administracos votos ganharem que ela tem” ções, tanto nas dervagas só porque corotas quanto nas ligaram. Acho que o vitórias, sempre o STF ou o Congresso vão fazer com PSDB esteve conosco. Do PSDB, a que os partidos pequenos saiam única pessoa realmente intragável com candidaturas próprias na ma- foi a governadora Yeda, devido à joritária. Se isso acontecer, todos arrogância e à prepotência que ela os partidos vão ter candidato (a tem. Mas o restante do PSDB, com prefeito) para aparecer o nome e o exceção de algumas pessoas aqui número na TV, para fortalecer os na Câmara, é um povo humilde, candidatos a vereador. trabalhador e ético. Fui convidado pelo deputado Nelson Marchezan Depois de 2010, diversos pee- para concorrer a prefeito. Mas não medebistas demonstraram des- aceitei, porque iniciei minha tracontentamento com as posições jetória política no PMDB, é aqui do PMDB nacional e gaúcho. O que já passei por momentos bons PMDB nacional é fisiológico? e ruins e é aqui que vou continuar. Tivemos isso na eleição passada não só no governo federal, mas O senhor trocaria de partido também no estadual. No Estado, pela certeza de ser candidato a tivemos deputados vinculados di- prefeito? retamente ao governo Yeda Crusis Não. A não ser que aconteça algo (PSDB). Um governo ruim, fraco e muito desagradável, não pretenincompetente. E em nível de fede- do nunca trocar de partido. Não ração é pior ainda. Temos diversos adianta, né? Se você não consepeemedebistas que simplesmente guir convencer o teu partido... Se não têm mais bandeiras, vão para o meu partido não reconhecer o o lado que o vento for. Eles não se meu trabalho como cabo eleitoveem mais fora do poder. Querem ral de mais de 20 anos, sem ter o o poder de qualquer forma, fa- poder, e eu sempre defendendo o zendo qualquer tipo de negócio. partido... O que tiver de ser, vai ser Em Caxias do Sul, o pessoal não dentro do PMDB. Agora cabe ao se enquadra nessa linha. O caráter povo decidir. Se o povo achar que ainda fala mais alto. Por enquan- eu devo ser candidato a prefeito, to, é assim. Tanto no governo do automaticamente os dirigentes do Estado, com a governadora Yeda, PMDB vão analisar e aceitar. quanto no governo federal, com o presidente Lula, o PMDB (de Ca- Se não for candidato a prefeito, xias) não indicou ninguém para vai tentar a reeleição na Câmara? ocupar cargos. Só cheguei onde cheguei porque trabalho e sou otimista. Só acreParte disso parece até natural dito na derrota quando ela aconpara o partido que é o maior do tecer. Senão, acredito somente na país. Mas as diferenças não são vitória. Então, a segunda hipótese, muito grandes? Não seria me- por enquanto, está descartada. Eslhor desvincular esse grupo do tou trabalhando para ser candidaPMDB? to a prefeito. Eu só vou acreditar Não precisa desvincular. A gente na derrota quanto tiver uma conpode, dentro do mesmo partido, venção no partido e eu for derroter divergências. E a diferença não tado. Tem muita água ainda para é tão marcante. Ela é marcante, rolar embaixo da ponte.

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Literatura

Maurício Concatto/O Caxiense

Quando

Caxias rima com poesias A escolha de um poeta para patrono da Feira do Livro, que se encerra no dia 16, põe os versos regionais na vitrine e desperta o interesse pelos desbravadores do gênero, como Olmiro de Azevedo, Mansueto Bernardi e Oscar Bertholdo

A

por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

nias, a ter seus nomes “apagados pelo tempo”.

princípio era a floresta apenas, e o Natural de Cruz Alta, Olsol e o vento. miro Palmeiro de Azevedo veio E a cidade surgindo, de leve, a para Caxias do Sul em 1919, aos 24 medo, ao longo do traçado da via anos, como juiz municipal nomeasinuosa, que seria a primeira rua, do. Além de advogado, trabalhou um dia. como consultor jurídico do Banco Era a terra moça que se dava, do Brasil, foi jornalista e político, inteira, aos casais que vinham de tendo presidido o antigo Partido longe, com a coragem e o amor dos Libertador e o Conselho Municifortes. pal. Ali nasceram os primeiros filhos, Apesar das diversas e burocráe as grandes esperanças brotaram ticas funções de jurista, Olmiro com as cantigas e orações ao pé dos arrumava tempo para participar berços e dos fogões nas noites lon- ativamente do movimento cultugas. ral da comunidade, especialmente E em torno, tomescrevendo poesia. baram os primeiros Profissional renomamortos queridos, “A maioria foram do, logo conseguiu, chumbados à terra promessas de graças às influências como heróis cujos poetas. Mas eles e ao prestígio, punomes foram apaga- merecem ser blicar seu primeiro dos pelo tempo. livro, Veio D’Água. A princípio, era a mantidos na A obra saiu pela Edifloresta apenas, e o memória porque tora Globo, de Porto traduziram a sol, e o vento...” Alegre, em 1926, e reunia poemas escrialma da região”, Esses versos fo- diz Dal Bó tos durante a juvenram inspirados em tude do autor – sua uma das primeiras fase mais produtiva, fotografias de Caxias do Sul – na quando ainda não acumulava as época, ainda Vila de Santa Tereza. funções da advocacia. Dez anos A famosa imagem retrata peque- depois, pela mesma editora, punas casas de madeira – tão poucas blicou a obra-prima de sua curta que dá para contar nos dedos – carreira de poeta e última em vida, ladeando o traçado da estrada de Vinho Novo. Seu livro mais recenchão batido que viria a ser a Ave- te, Vinho Velho, foi editado quanida Júlio de Castilhos. O autor do tro anos após sua morte, em 1978, poema é Olmiro de Azevedo, um por uma parceria da Universidade dos “primeiros filhos”, ainda que de Caxias do Sul com o Instituto adotivo, desta “terra moça”. Apesar Estadual do Livro, reunindo obras de não ter tombado pelo esforço inéditas que ele havia deixado braçal de construir a cidade, como prontas. De acordo com o histotantos outros, teve as palavras en- riador Juventino Dal Bó, apesar de golidas pelos afazeres do ofício ser sobretudo um jurista – a poeque garantia sua sobrevivência e, sia não era seu ofício, mas algo a aos poucos, seus escritos esqueci- que ele se dedicava no tempo livre dos nos baús e prateleiras de livros –, Olmiro soube retratar a história raros. Quase um século depois, da cidade de uma maneira muito enquanto a poesia contemporânea sensível, e é aí que reside o grande promete ser uma das principais valor de sua obra. “Ele falava do atrações da 27ª Feira do Livro, os cotidiano, dos assuntos locais, da antigos poetas regionais podem vindima, sentimentos de Caxias. estar condenados, como os heróis Não colocava coisas amorosas ou enaltecidos da Pérola das Colô- profissionais”, descreve.

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A um colono Mansueto Bernardi

Premendo com as mãos o arado bronco, que dos bois acompanha o passo tardo, quem sabe lá se não será o tronco de um César, de um Beethoven, de um Leonardo? De barro, como tu, mas animadas de sonhos e fervores fecundantes, na Europa genitriz foram plasmadas as figuras de Goethe e de Cervantes. Na Inglaterra, assentada sôbre o mar, é Shakespeare o gênio mais fulgente. E na Moscóvia plurissecular impera Dostoiewski, o vidente. Da tua estirpe assim pode surgir, um dia, um Agostinho, um Dante, um Baudelaire. O espírito não segue nunca a mesma via. Sopra onde quer. 1º a 7 de outubro de 2011

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A crítica da época parecia concordar. Nos apêndices de Vinho Novo foi reproduzido um texto do jornal Diário de Notícias sobre Veio D’Água, que destaca a delicada sensibilidade e a melodia com que ele retrata “os anseios e os espasmos da natureza que o cerca”, elevando a paisagem serrana a musa do artista. E é só passar os olhos sobre o índice para comprovar esse julgamento: Poema da terra loura e verde, Vale das Antas, Imigrante e Festa da Uva são alguns dos títulos de suas poesias. “Caxias nem conhece essas coisas. Esses poemas poderiam ser utilizados para ensinar o início da colonização às crianças”, observa Dal Bó. O historiador teve contato com a obra de Olmiro e de outros 21 autores regionais quando coordenou o projeto Poetas Caxienses, feito pela Biblioteca Pública Municipal, em 1991. O objetivo era justamente resgatar a história e a poesia desses artistas que, se não nasceram aqui, por algum motivo elegeram Caxias como terra-mãe. Antonieta Lisboa Saldanha Lins, Cyro de Lavra Pinto, Vico Parolini Thompson, Vivita Cartier, Ítalo João Balen, Cesare Fallabrino, Natal Chiarello, Dominiense Antunes, Jerônimo Neves, Demétrio

Niederauer, Bento de Lavra Pinto, reunidas por Dal Bó na coletânea José Fialho de Vargas, Erta Marti- Poetas do Passado. O historiador ni, Dom José Barea, Jacynto Maria reconhece que o valor estético das de Godoy, Ary Zatti Oliva, Clovis obras pode até ser questionável, Pradel Pinheiro, Nelly Veronese mas o histórico, definitivamente, Mascia, Flávio Chaves, Emyr Fac- não é. “A maioria foram promeschin e Assis Mariani sas de poetas. Os que eram os outros honão morreram cedo, menageados. Den- “Caxias se pela profissão, na tro do projeto, foram caracterizou luta pela sobrevivênconfeccionados pôs- por produzir cia, logo deixaram de teres-poemas e pos- boa poesia. lado esse fazer potais com uma poesia ético. Mas eles meSó faltou que simbolizasse o recem ser mantidos conjunto da obra de divulgar”, na memória regional cada um, decorados avalia o porque traduziram a com retratos dos poeta Jayme alma da região nos autores e ilustrações Paviani seus escritos. Arrutemáticas, feitas pelo maram uma forma próprio Dal Bó. A interessante de dizer ideia era também publicar livre- as coisas corriqueiras que nos ajutos e realizar documentários, mas da a entender melhor o povo, seu como na época ainda não existia pensamento”, argumenta. a Secretaria da Cultura, não foi possível obter verba para tudo – os Outro poeta que se encaixa organizadores do trabalho tinham nessa definição e, como Olmiro, que se virar utilizando sobras do teve mais fama pelas suas atividadinheiro da compra de livros. des profissionais do que pela poPara a divulgação, formaram esia, foi o político Mansueto Berum grupo chamado Calíope, com nardi. É dele o poema Cemitério de atores caxienses que declamavam Imigrantes que, por muito tempo, os versos pelas ruas ou em bares, teve seus trechos utilizados nas como o Vôo Livre. As poesias aca- publicidades da Festa da Uva. baram sendo publicadas apenas em 1998, durante a gestão da secre“Com seus trajes de múltiplas cotária de Cultura Tadiane Tronca, res

eis a turma dos vindimadores recolhendo na vinha a uva madura, que do alto pende, sumarenta e pura” De acordo com o professor, escritor e também poeta Jayme Paviani, Bernardi faz uma poesia quase simbólica, de parentesco direto com o movimento Simbolista. Assim como Olmiro, ele escrevia com sentimento e procurava um verso mais livre, moderno, musical sem obrigatoriedade da rima, liberto das normas parnasianas que ainda se costumava usar naquela época. A temática também girava principalmente em torno da paisagem e do cenário da região, como o poema A Um Colono – que, diferentemente de outros destas páginas, está reproduzido na íntegra. “Mas é uma poesia crepuscular. Tem mais sombra do que luz”, acrescenta Paviani. Bernardi não é gaúcho, nem mesmo brasileiro. Ele nasceu no Ásolo, na província de Treviso, na Itália, e migrou para o Sul com apenas três meses. Sua família se estabeleceu na colônia de Alfredo Chaves, hoje Veranópolis. Como na época não havia escolas na localidade, permaneceu analfabeto até os 12 anos. Uma vez tendo ini-

In Pulvis Vivita Cartier

Segue... É vazia esta mansão funéria; Minh’alma paira além dos seus fulgores Volve-te a ela, a ela manda flores Através do pensar, com graça etérea

BURGO

Olmiro de Azevedo

Êste é bem o burgo dos cães vadios, da vendinha pinga-pinga e dos quintais sem flores. Atrás das casas a capoeira começa, a capoeira das terras sem dono, por estéreis.

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Cantiga Suburbana Oscar Bertholdo

Os telhados da cidade surpreendem o outono colorindo teus olhos sem distâncias, iguais aos gerâneos das janelas. Não serão livros debruçados sobre o tempo esses telhados quando a tarde pensa em ti e busca as mais belas cantigas? Agora não tenho as horas longas se perdendo na neblina, nem os ventos esfarrapados trazem o inverno que veio. Quietos, claros os telhados esculpem em silêncio o sono para as folhas que caem amortalhadas de outono.

ciado os estudos, porém, o garoto concluiu em sete anos todas as etapas escolares e começou a dar aulas. Em 1909, Bernardi ingressou na carreira em que se consagraria: o serviço público. Naquele ano, fez concurso para oficial do Tesouro do Estado e passou, com muitas honras, em primeiro lugar. O funcionário acabou se destacando não só na inspeção de coletorias e revisão do Imposto Territorial na Fronteira, mas também pelo texto de seus relatórios. “Lúcida competência e louvável zelo” foram os elogios do próprio Borges de Medeiros, conta o secretário de Planejamento de Veranópolis, Luciano Zanella, em sua monografia do curso de Jornalismo, que revisita a trajetória do conterrâneo. Logo, o funcionário foi promovido a Oficial de Gabinete, depois, secretário da Presidência do Estado (cargo correspondente ao atual chefe da Casa Civil) e intendente municipal de São Leopoldo, cargo que exerceu até 1924. Naquele ano, abandonou o serviço público para assumir a direção da Livraria do Globo, em Porto Alegre, impulsionando a publicação de livros e tornando-a uma das editoras mais importantes do país. Consequentemente, também foi responsável por incentivar a carreira de diversos escritores do calibre de Erico

Verissimo. Mansueto ainda fundou e dirigiu o Almanaque do Globo, além de colaborar com o Correio do Povo até o fim de sua vida. Em 1930, deixou a livraria e voltou à política como diretor do Serviço de Informações e Controle de Notícias da Revolução. Em 1931, indicado por Getúlio Vargas, assumiu a diretoria da Casa da Moeda. Voltou ao Rio Grande do Sul só no início da década de 40 para ser diretor-geral da Secretaria de Estado dos Negócios do Interior, aposentando-se logo em seguida e construindo, em 1942, a Vila Bernardi, em Veranópolis, preservada até hoje por seus sobrinhos e filhos adotivos Marco Antônio e Marco Aurélio Bernardi. “A recordação é de muitas visitas, muitos amigos, políticos, parentes, a casa sempre cheia. Recebíamos hóspedes do Rio de Janeiro que ficavam por 20, 30 dias”, relembra Marco Antônio, que ainda reside no local. É ele quem cuida de uma das maiores relíquias do pai-tio, a biblioteca, que conta com mais de 6 mil títulos, muitas raridades, e é aberta à visitação como atração turística da cidade. Quanto aos livros de autoria própria, Mansueto publicou nove obras. Exceto ficção, enveredou pelos mais diversos estilos (ensaios literários, históricos e estudos técnicos são exemplos),

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tanto em poesia quanto em proEm matéria de renome nasa. Os textos preferidos de Marco cional, os estudiosos têm outro Antônio são os discursos políticos ponto de vista em comum, ou mee as poesias. “Os discursos eram lhor, outro poeta: Oscar Bertholmuito bons, e as poesias bonitas. do. Vítima de um latrocínio (rouEle era inteligente, pensava longe”, bo com morte) em 1991, o escritor elogia. foi, nas palavras de Dal Bó, não só A convivência dos dois estilos assassinado como “truncado” no tornou-se motivo de críticas ao auge de seu potencial criativo. Nacurrículo do poeta tural de Nova Roma, político. Tanto Painterior de Antônio viani quanto Dal Bó “Por mais Prado, mas residenconcordam que sua que a gente te em Farroupilha, atitude de liderança insista e Bertholdo foi, dutenha sido impor- divulgue, rante as décadas de tante para a litera70 e 80, provaveltura na medida em as pessoas mente o poeta reque incentivou a pu- não leem”, gional mais dedicalamenta a blicação de poetas e do a seu ofício, que escritores gaúchos bibliotecária mais produziu e com por meio de sua Maria Nair mais chances de ser posição na Livraria aclamado em todo o do Globo. Dal Bó, Brasil. Sua primeira no entanto, chama a atenção para publicação foi em 1967, quando o fato de ele ter pertencido à cor- participou da antologia Matrícula, rente integralista, manifestando que, além dele e de Paviani, reuniu até mesmo simpatia pelo fascismo. trabalhos de José Clemente Poze“Suas posições políticas prejudica- natto, Ari Trentin e Delmiro Gritti. ram suas poesias”, sentencia. Além Exceto Delmiro, que juntou-se ao disso, Dal Bó acredita que a pro- grupo na faculdade de Filosofia, os jeção nacional que ele conquistou outros quatro frequentaram o sefoi mais pelas conquistas políticas minário juntos, tiveram uma fordo que literárias. “Ele pertenceu mação clássica lendo de Homero a um órgão da censura. Em com- a Olavo Bilac, e escreviam poesia pensação, escrevia no Correio do desde a juventude. De acordo com Povo e na Revista do Globo com Paviani, a iniciativa para organizar muita frequência”, demonstra. o livro partiu do próprio Berthol1º a 7 de outubro de 2011

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Cantiga Quase Azul Oscar Bertholdo

Esta tarde, parecidíssima com uma tarde de verdade entreabre um azul confortavelmente limpo que os gerâneos olhando das janelas repetem teu nome escutado da saudade. Há um fogo facilmente aceso neste azul inventando a tarde e ouvindo vou uma cantiga que vem como se tudo não fosse verdade.

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do. Os custos foram pagos pelos tor. Graças a ele, aliás, O Caxiense autores, que trataram de enviar teve acesso às histórias e obras de exemplares para todos os conheci- Oscar, Olmiro e Mansueto. Amédos do centro do país. A persistên- rico resgatou seus livros em sebos cia deu certo, pois a obra recebeu de Porto Alegre e gentilmente enótimas críticas no Rio e em São viou-os ao jornal. Paulo, e foi considerada um dos melhores lançamentos do ano no Os bons poetas de Caxias gênero. “Tivemos a sorte de esco- vão além dos mencionados nestas lher um bom nome. Era como se páginas – e precisariam de mais estivéssemos nos matriculando na Américos para resgatá-los e valoprodução poética”, lembra Paviani, rizá-los. “Caxias se caracterizou modesto. por produzir boa poesia. Só faltou Depois da coletânea, cada um divulgar”, afirma Paviani. A biblioseguiu seu caminho. O de Oscar tecária Maria Nair Monteiro da foi uma linha reta em direção à Cruz, que trabalha há 14 anos na poesia. “Quem mais produzia era Biblioteca Municipal, e o escritor o Oscar. Ele escrevia muito, todos e integrante do setor de projetos os dias. Tem muitas Uili Bergamin concoisas inéditas dele, cordam. “Por mais está tudo guardado “Poeta que que a gente insista e não lê poesia na PUC”, conta o divulgue, as pessoas amigo. Os poemas não é poeta. não leem”, lamenta de Bertholdo, no en- Senão, é mais Nair. tanto, não eram nada Os pôsteres-poeum que tem a populares. Ele tinha mas, por exemplo, um estilo elaborado, epifania na foram expostos em hermético, difícil de adolescência”, diversos bairros circompreender. Sua reclama o culando junto a outemática ultrapassa- patrono da feira tros programas, pois va as fronteiras reraramente alguém gionais, percorrendo apoiou uma iniciaa filosofia, a metafísica, a religião tiva totalmente voltada à poesia. e até o erotismo, muito bem dis- Bergamin relata, com espanto, que farçado porque chegou a exercer apesar da procura por livros de o sacerdócio durante um tempo. poesia ser baixíssima – nem 10% “Estava sempre em briga com o dos demais – o número de poemas leitor. Mas é assim com qualquer inscritos no Concurso Literário obra de arte, é preciso um certo sempre supera a soma de todos os grau de instrução para apreciá-las”, outros gêneros juntos. E pior: seavalia Paviani. gundo ele, costumam ser péssimos Oscar publicou oito livros e – tanto que, muitas vezes, nem há participou de seis coletâneas. A premiação na categoria. “O pessoexemplo de quase todos os poetas al não lê, mas escreve, porque acha citados nesta reportagem, parte que é fácil, que é só rimar. Ao conda obra dele pode ser adquirida trário, precisa de maior concisão, nos principais sebos da cidade – trabalhar as palavras, colocá-las que também estarão com bancas no lugar certo”, diz. na feira – por valores de R$ 5 a Como Paviani, ele também é R$ 10, ou retirados gratuitamente otimista, e acredita que há muitos mediante cadastro na Biblioteca poetas bons na cidade. Entre eles Pública. Se procurar bem, o inte- o patrono da 27ª Feira do Livro e ressado pode ter a sorte de locali- vencedor do Prêmio Açorianos zar a última obra dele, C’Antigas. de Literatura 2012 com Fim das Lançada em 1986 com patrocínio Coisas Velhas – Livro do Ano e da Eberle, ela procurou fazer o Melhor Livro de Poesia –, Marco contrário das outras: uma poesia de Menezes. “Ser patrono é uma mais acessível, que não temesse se excelente vitrine, a melhor em entregar à primeira leitura. A capa Caxias, e com certeza vai colocar do livro traz a imagem de uma a poesia em evidência”, vibra Berlamparina, primeiro produto feito gamin diante da possibilidade de pela metalúrgica caxiense, home- angariar leitores para o gênero. nageada na Cantiga da Lamparina. O patrono também acredita que seja o momento de aproveitar essa “Oh, estranha inocência superexposição da poesia, mas na lamparina da aldeia não se engana. “Temos que tentar que tremula ingenuamente fazer com que ela tenha importânquando ampla a noite chega!” cia, ainda que transitória”, reflete, como se soubesse que o namoro Esses versos são inesquecíveis de muitos leitores não passará do para Américo Ribeiro Mendes dia 16 de outubro, quando a feira Netto, à época diretor da Eberle – terminar. Marco é poeta autodie um dos grandes reponsáveis pelo data, ou seja, um apreciador quase apoio ao poeta. “As pessoas que compulsivo – também de Oscar tiveram em mãos o livro ficaram Bertholdo – que, com o tempo, encantadas com a beleza de seus acabou “sistematizando o mundo versos, todos voltados para nossa da poesia”. “Poeta que não lê poeSerra. O Oscar se intitulava o ‘Po- sia não é poeta. Senão, é mais um eta do Vale’”, lembra Américo, bis- que tem a epifania na adolescênneto e neto de livreiros, hoje escri- cia”, reclama, com razão.

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Maurício Concatto/O Caxiense

Ecologia de caminhão

“É menos do que o dedo mindinho”, explica Manuela aos estudantes para mostrar quanto sobrou da Mata Atlântica no país

AMBIENTALISTAS

ERRANTES E

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

m vez de colher assinaturas para salvar uma espécie em extinção ou se amarrar a árvores para impedir seu corte, ambientalistas da SOS Mata Atlântica promovem a preservação do meio ambiente andando de caminhão. Nele, dois biólogos visitam cerca de 43 cidades anualmente. Além do trabalho de conscientização, analisam a água de um rio de cada lugar por onde passam e, lamentavelmente, encontram vestígios da destruição da mata que já cobriu 100% de Caxias do Sul – hoje são 17%. A carreta do projeto A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante chegou a Caxias na última quarta-feira (28). Adequadamente estacionada próximo ao zoológico da UCS – na área ainda bem arborizada do campus –, oferece atividades educativas e visitação gratuita até este domingo (2). Com ela, veio Anderson Palmeira, nome igualmente muito apropriado para um biólogo. Antes de se aventurar pelo país em defesa da Mata Atlântica, Palmeira dedicava-se à primatologia. Ficou três anos dentro da floresta observando macacos pregos e bugios cerca de 12 horas por dia. Perto disso, passar uma semana em cada cidade dando aulas de educação ambiental parece moleza, não? “Aqueles são bem mais

fáceis (de se lidar) do que os primatas humanos”, brinca Palmeira. Ele deixou a pesquisa quando percebeu que o que poderia de fato proteger o meio ambiente é a conscientização. Este é o terceiro ano em que viaja com a SOS Mata Atlântica – só nas duas primeiras jornadas passou por 60 municípios. Mais do que ver os resultados da degradação da mata, Palmeira chegou a vivenciar sua devastação, só que, neste caso, pela força da própria natureza. Ele estava em Criciúma no ano passado, quando um ciclone extratropical passou por ali. “Veio uma menina desesperada até o ônibus dizendo: ‘Um ciclone vai chegar em 10 minutos”, lembra. Teve que desmontar correndo parte da estrutura, que então contava com um túnel inflável conectado ao caminhão. Em Murici, o projeto chegou um mês depois da forte enchente que atingiu Alagoas no ano passado. Com duas escolas funcionando parcialmente por causa da catástrofe, a procura pelo caminhão e pela conscientização ambiental tornou-se urgente. Afinal, estavase diante de um exemplo concreto daquilo que a SOS Mata Atlântica explica em uma maquete: o ciclo da água e como acontece a erosão e o transbordamento de rios. “Eles olhavam para a maquete e diziam: ‘Foi isso que aconteceu lá em casa’”, conta Palmeira.

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Integrantes da SOS Mata Atlântica que viajam o Brasil trabalhando pela conscientização chegam a Caxias Na quarta-feira (28), o ca- um preço. As condições de higiene minhão coloridamente decorado não eram adequadas. Ao voltar ao apresentava o vídeo de “Cristalina, Brasil depois das idas e vindas, não a gota borralheira” a uma turma hesitou em embarcar no caminhão de alunos da escola Caldas Júnior. da SOS Mata Atlântica. “Dinheiro A bióloga Manoeu não tenho, mas ela Brazil usava os tenho muita história dedos para mos- “Dinheiro para contar.” trar quanto de Mata eu não Além dos dois bióAtlântica sobrou no logos que o levam de país – cerca de 7%. tenho, mas cidade em cidade – o “É menos do que tenho muita motorista retornou o dedo mindinho”, história a São Paulo de ônidestacava. Ao final para contar”, bus logo depois de da visita, as crianças diz a bióloga deixá-los em Caxias saíram do caminhão –, o projeto conta por um escorrega- Manuela Brazil, com parceiros locais. dor que representa ex-mochileira Aqui, quem ajuda é uma cachoeira. Na Cieli Pontalti. Ativisrealidade, não só as ta da Etnia Planetácrianças. Durante a tarde, uma ria, ela morou no Xingu e fora do professora de meia idade se aven- país, e não pretende ficar muito turou “pelas águas”, para delírio mais tempo em Caxias. Na Amados alunos. zônia, representando uma ONG, Caxias é a quinta cidade que Ma- viveu com os Caiapós, uma das trinuela visita com o projeto. “Para bos que serão atingidas se a usina trabalhar no caminhão tem que ter de Belo Monte for construída. um espírito de desprendimento”, Advogada se especializando em considera. Não que isso seja pro- direito ambiental, depois de aublema para ela. Antes de cobrir as xiliar os biólogos da SOS Mata férias da companheira de viagem Atlântica Cieli pretende se dedicar titular de Anderson, Manuela foi a uma ação civil pública contra a mochileira. A bióloga e técnica de obra da represa. Manuela espera enfermagem – profissão que nun- cobrir as férias de Palmeira no caca chegou a praticar – de 31 não minhão e, depois, ser contratada. aparentes anos morou na Austrá- O único que demostra estar próxilia, Nova Zelândia, Cingapura, mo de deixar a vida de ativista erTailândia e Malásia. Mas morar no rante é o próprio Palmeira: “É bom paraíso, que é como ela descreve a por algum tempo, mas já me sinto ilha na Tailândia onde viveu, tem próximo do meu limite”. 1º a 7 de outubro de 2011

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por Marcelo Aramis

Maria Luiza

Bedin Ainda faltam nove anos para Maria Luiza, a Ziza, alcançar a faixa etária considerada idosa no Brasil, os 60 anos. Se vivesse em um país desenvolvido, "onde as políticas públicas preparam o processo de envelhecimento desde a concepção", seria idosa só aos 70. Há mais de uma década, a presidente do Conselho Municipal do Idoso prepara os velhos para uma terceira idade cada vez mais ativa e os jovens para o envelhecimento ativo. Conforme Ziza, o abandono é o maior problema dos velhos de hoje. "O idoso é útil na família enquanto é provedor. Quando passa a precisar do dinheiro dele para ele, aí complica", conta a presidente sobre a realidade que percebe no Conselho, agravada por uma "qualidade de vida" sustentada pela medicação. Para ela, que também trabalha com idosos no projeto Conviver, da Secretaria de Esporte e Lazer, a atividade física e o convívio social são fórmulas da juventude. "Sentir-se parte de um grupo, se manter ativo, ter com quem falar... Isso diminui a necessidade de medicamentos para depressão", constata. Conforme Ziza, a compreensão da velhice, que anda a passos lentos no Brasil, deve começar na infância. "Não consigo enxergar o envelhecimento sem que as crianças entendam que vão ficar velhas a partir da vivência na escola e na própria família. E esse processo na educação não é uma necessidade a longo prazo. É imediata. Nosso país envelhece rápido.” Neste mês, o Conselho realiza diversas atividades alusivas ao Mês do Idoso. E a programação também contempla os futuros velhos.

grafia não é arte”, disse um homem ao sair do teatro, após 150 minutos de peça (com intervalo de 10 minutos, a deixa para os descontentes voltarem para casa. Ninguém saiu). A “pornografia” no premiado espetáculo do Teatro Sarcáustico, de Porto Alegre, é uma nudez violenta e constrangedoras simulações de sexo. E essa é só uma face de um roteiro instigante que coloca o público no papel do astro: venerado, humilhado, manipulado e doente.

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Cinta-liga/Desliga | Na peça do Nú-

cleo Trompas de Falópio, três palhaças se aventuram em um terreno virgem (não por vontade delas) do teatro clown: o universo feminino. Interativo e com excelente expressão corporal, o espetáculo foi um dos mais ousados do festival.

Cárcere | Vinícius

Piedade, de São Paulo, está sozinho no palco vazio. Ele expõe ao ridículo as esperanças de um jurado de morte na prisão. É um tributo à liberdade e uma sátira às prisões de cada um. Em Cárcere, a comédia da desgraça tem o peso reflexivo dos dramas.

Vini Rocha, Div/O Caxiense

Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá | “Porno-

Franciele Soares, Div/O Caxiense

Luciane Pires Ferreira, Div./O Caxiense

Espetáculos | Caxias em Cena por MARCELO ARAMIS

Denison Fagundes, Div/O Caxiense

Entre as 28 atrações do 13° Caxias em Cena, privilegiei o teatro e a dança e assisti a 16 espetáculos. Fiquei especialmente decepcionado por ter perdido: Mar me Quer, do grupo A Outra Companhia de Teatro, de Salvador (BA); Agreste Malvarosa, do Rio de Janeiro; e o caxiense Memórias de uma Solteirona – que ocorreram simultaneamente a outras peças; além de O Amargo Santo da Purificação, do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre. Portanto, a lista que segue é apenas uma amostra do melhor que eu pude ver. Ainda assim, é marcada pela diversidade – item que estaria no topo deste Top 5 se ele citasse as melhores contribuições culturais do festival.

(E)terno | Tefa Po-

lidoro volta à cena local para dividir a aflição de uma mulher que espera pelo marido. No meu festival competitivo, ela levaria o prêmio de Melhor Atriz, porque seria capaz de materializar a emoção do desespero mesmo se ficasse imóvel no palco.

Il faut trouver chaussure à son pied | Na dança da

Cia. Geda, de Porto Alegre, pernas e braços se expressam como corpos independentes em busca dos seus sapatos. Freud, que via nos pés um símbolo fálico e nos sapatos um símbolo feminino, aplaudiria de pé.

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Daiton Fonseca | Balanço |

Em 2009, um grupo do Clube do Fotógrafo Caxiense levou suas lentes para o Khadro Ling, o templo budista de Três Coroas. Entre a rebuscada arquitetura do templo e o colorido das estátuas budistas, o simples e monocromático balanço chamou atenção de Daiton. A solidão, incompatível com o brinquedo, traduz o silêncio e a tranquilidade do lugar. E o velho balanço não para porque cansou da infância, apenas repousa e guarda energia porque o clima da cena é de reflexão.

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BALANço final por UILI BERGAMIN

Da cadeira de balanço ele contabiliza os créditos e os débitos de sua longa vida. O sereno dos anos ajudou a transmutar pregos e madeira áspera em almofadas. Está confortável nela. Hora do balanço final. Mas antes de saber se o saldo é positivo ou negativo, a cadeira estanca. Irremediavelmente.

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Mauro Camargo, Ftec/O Caxiense

A engenharia que ninguém vê

Otimista, o físico Marcos MacGayver projeta: “Vamos ter computadores menores do que caixas de fósforos com muita capacidade”

OS GRANDES OBSTÁCULOS

À NANOTECNOLOGIA

Na UCS, o núcleo dedicado a projetos de nanotecnologia ficou tão pequeno que fechou. Na Ftec, a ambição é convencer os empresários

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por GESIELE LORDES gesiele.lordes@ocaxiense.com.br

por um detalhe muito pequeno (que, definitivamente, não significa algo simples) que a luz usada nos consultórios dos dentistas não queima a pele, mesmo estando tão próxima do rosto do paciente. Luz e calor são direcionadas para sentidos opostos, graças à nanotecnologia. O nome faz referência a uma das menores unidades de medidas do mundo, o nanômetro, equivalente a um bilionésimo de metro. Algo 30 mil vezes mais fino do que um fio de teia de aranha. Ou, em uma analogia: se um nanômetro fosse representado por uma bola de futebol, um metro seria a Terra. Apesar de lidar com minúsculas estruturas, o novo ramo tecnológico gera previsões de grandes mudanças na economia. O físico sênior do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) Marcos MacGayver e o professor adjunto da Universidade Federal Fluminense (UFF) Yutao Xing explicaram os pormenores do assunto em uma palestra na última terça-feira (27) na Ftec. Apesar de ser uma abordagem introdutória, o encontro, na maioria do tempo, não fugiu dos termos específicos dos cursos de engenharia – ainda assim, ficou no básico, já que os estudantes só se aprofundam no tema em cursos de pós graduação ou no curso de Física (que não existe na Ftec). Fora do palco, em linguagem um pouco menos engenhosa, Ma-

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cGayver conta que a grande funcionalidade da nanotecnologia é comportar o maior número de dados ocupando menos espaço e, portanto, menos matéria-prima. A nanotecnologia, ensina o físico, pode ser de uma, duas ou três dimensões. Um filme de titânio usado para revestir ferramentas, por exemplo, é uma nanotecnologia 1D, já empregada há 20 anos no Brasil. Há 15 anos, surgiu por aqui a versão 2D. E há apenas cinco anos chegou a 3D. “Se continuarmos assim, vamos ter computadores menores do que caixas de fósforos com muita capacidade”, prevê MacGayver. Yutao Xing, por outro lado, não é tão otimista. “As empresas não investem porque os resultados não são imediatos”, observa. O chinês também enxerga muitas falhas por parte do governo brasileiro. Reclama que no Brasil “tudo anda muito devagar”. Uma reforma que “na China demoraria uma semana aqui demora um ano”, diz, referindo-se a obras em laboratórios de universidades federais. Como docente, Yutao nota que mesmo os alunos de engenharia não são preparados para enfrentar os desafios da área. Ao comparar os estudantes brasileiros com os chineses, o estrangeiro conclui que o interesse é pouco. “Parece que eles só querem passar de curso. Deve ser porque é do governo”, alfineta mais uma vez o professor da UFF. Com sobrenome de personagem norte-americano, o brasileiro MacGayver o consola: “Olha que

você está com os mais empenhados. Nas particulares é pior”. Yutao ilustra seu argumento com um exemplo de casa: “Meu filho tirou 9,7 em Matemática na escola e não fala comigo há uma semana. Ele sente muita vergonha”.

nologia em Caxias. Assim como Janaina, o coordenador dos curso de Engenharia de Produção e Engenharia Mecânica da Ftec, Alexandre Baroni, acha que a cidade é um local muito promissor para o ramo, mas lamenta a pouca abertura das companhias para a pesA coordenadora do Núcleo quisa. “Para um projeto de nanode Pesquisa, Desenvolvimento e tecnologia seria necessário quase Aplicações de Nanoestruturas e uma década de investimento. Qual Nano comp ósitos empresa faz isso?”, da UCS, Janaina da questiona. Silva Crespo, apon- “Meu filho tirou Baroni defende ta outro obstáculo: 9,7 em que é preciso cona falta de professores Matemática vencer os adminisqualificados. Inau- e não fala comigo tradores da região de gurado em 2008, o que o retorno, mesnúcleo já encerrou há uma semana. mo demorado, comsuas atividades, fal- Ele sente muita pensa. Com mais de tando apenas que vergonha”, 60% dos alunos já se concluam os trâ- compara o no mercado de tramites burocráticos chinês Yutao balho, a faculdade vê para que seja fechaem palestras como do definitivamente. a de Yutao e MacA desativação foi inevitável depois Gayver uma forma de atingir as que seis dos 10 docentes do grupo indústrias por meio de novas persforam para outras instituições – na pectivas geradas nos estudantes. maioria, as universidades federais Mesmo voltada para a área de que Yutao tanto critica. tecnologia, a Ftec também não Durante o pouco tempo em têm equipamentos de nanotecnoque funcionou, o núcleo caxien- logia. Baroni justifica a deficiência se só conseguiu atender aos pro- por dois fatores: a instituição ainda jetos dos grupos de pesquisa por não tem cursos de pós-graduação causa do convênio que manteve e não há demanda no mercado locom a UFRGS. Para análises que cal. A previsão, segundo ele, é que necessitavam equipamentos espe- em um ano e meio, se as empresas cíficos, uma amostra de material aderirem à técnica, sejam implanera enviada para Porto Alegre, tados laboratórios. Até lá, o proque tem laboratórios adequados. fessor sabe que o desafio é opostaA descrença dos empresários lo- mente proporcional: “Temos que cais também pode ser um entrave fazer um trabalho de convencipara o desenvolvimento da tec- mento muito grande”.

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Ana Claudia Fontana, Divulgação/O Caxiense

Camila Cunha, Divulgação/O Caxiense

Talentos conterrâneos

Radicados na capital francesa, Rafael Lain e Angela Detanico expõem Sol Médio, instalação com videoarte. Viviane Pasqual mostra Faço placas

CAXIAS NO MAPA

DAS ARTES U

por VAGNER ESPEIORIN vagner.espeiorin@ocaxiense.com.br

ma parcela da seleta representação caxiense na 8ª Bienal do Mercosul, que espalha a arte por Porto Alegre até o 15 de novembro, é praticamente desconhecida em Caxias do Sul. Já foi apreciada em países como Japão, Espanha e até no incógnito Chipre, mas jamais esteve em exposição por aqui. Explica-se: é uma produção caxiense que parte de Paris. Foi ao mudar-se para lá que o casal Angela Detanico e Rafael Lain, que até então trabalhava com design gráfico, conseguiu espaço para criar seus trabalhos artísticos e exportá-los para o resto do mundo. O distanciamento geográfico, porém, não os afasta da vontade de mostrar suas obras na terra natal. “Interesse de expor na cidade a gente até tem, só precisa partir um convite”, afirma Rafael. A temática um tanto cartográfica desta Bienal – Ensaios de Geopoética, o que envolve política, economia, cultura e as fronteiras do mundo – fez a bússola dos curadores apontar para Angela e Rafael, que já desenvolviam obras a partir de mapas. Localizados na capital francesa, artistas e mostra se reconheceram perfeitamente.

Tanto que a dupla foi convidada a criar a identidade visual desta edição. Em Porto Alegre, os dois caxienses pontuam seu lugar no mundo da arte entre 142 artistas de 32 países – seus trabalhos estão em exposição no Cais do Porto.

Rafael e Angela saíram de Caxias em 1991, ambos aos 23 anos, com destino a São Paulo. Na capital paulista, ele foi trabalhar na MTV, fazendo produção gráfica e em vídeo. Em Caxias, ainda não havia trabalhado com arte, da qual foi se aproximando através do design e incentivado por Angela, com que acabou criando uma agência gráfica por lá. O esforço conjunto resultou na primeira exposição, na Galeria Vermelho. O grande salto, porém, veio em 2002, quando o casal – que se conhece desde os tempos de escola, no Carmo – disputou bolsas de trabalho para o Palais de Tokyo. O instituto abriga o Museu de Arte Moderna de Paris e concede anualmente 10 bolsas a artista estrangeiros. Rafael e Angela conseguiram. Trabalharam no Palais nos dois primeiros anos, depois foram contratados por uma galeria parisiense. No território artístico, a dupla se estabelece com traços contem-

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Parte da representação caxiense na 8ª Bienal do Mercosul sai daqui, com o devido reconhecimento local. A outra parte, porém, vem direto de Paris porâneos, recorrendo à videoarte Casa M, que é uma espécie de QG – herança da experiência profis- da Bienal, em uma antiga chapelasional de Rafael – uma ferramen- ria no Centro de Porto Alegre. Foi ta usual para a criação. Na edição aí que se iniciou a tarefa de pensar deste ano, eles expõem o Sol Mé- um trabalho para o lugar”, conta a dio, trabalho que artista. As obras de trata da constelação Viviane foram ainda Cruzeiro do Sul. Um “Mostrar um em agosto – em um trabalho na vídeo que dura doze prévia do que viria horas projeta traços Bienal é fazer na Bienal – expostas piramidais sobre a com que muitas ao julgamento dos superfície. Dentro pedestres. Esse trade um contêiner, o pessoas vejam balho, porém, não espectador pratica- as obras. Não seria inédito para mente fica imerso na se faz arte pra os caxienses. Passou obra. “Nosso traba- ficar num porão”, antes pela Casa da lho é bem marcado diz Viviane Cultura. pela composição em Nas placas de Vidupla e pelas nossas viane, a anarquia vivências. Utilizamos muito o tra- toma conta. As referências giram ço e o ponto, que são próprios do em torno da publicidade das ruas. grafismo”, explica Rafael. A Lin- Assim, o lugar onde instalou sua guística e a Semiótica, resquício arte na Casa M não poderia ser do mestrado de Angela, também mais adequado. “Foi muito legal influenciam suas obras. expor na Bienal. Na verdade, todas as coisas que me acontecem, como Mas não foi só em Paris que neste caso, eu contabilizo como os curadores da Bienal encontra- experiências, e acho que elas são ram talentos caxienses. Com os pés importantes, mas não definidoras. enraizados na cidade, Viviane Pas- Mostrar um trabalho na Bienal é qual é outra representante daqui fazer com que muitas pessoas vena mostra, expondo a série Faço jam as obras. E não é isso que o arplacas na Casa M. “Em fevereiro, tista quer? Não se faz arte pra ficar no meio de uma viagem, recebi num porão”, reflete Viviane, feliz um convite para fazer a vitrine da com a vitrine conquistada. 1º a 7 de outubro de 2011

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Guia de Cultura Zentropa Entertainments, Divulgação/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadecultura@ocaxiense.com.br

CINEMA Recomenda l Melancolia | Sábado e Domingo, às 20h | Ordovás Até a alegria é melancólica no filme de Lars Von Trier. As irmãs Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg) vivem a conformação e o desespero do fim do mundo, enquanto o planeta Melancolia está prestes a colidir com a Terra. Estreando em Caxias. Com Kiefer Sutherland. 136 min. 2011. l Todo mundo tem problemas sexuais | Comédia. 14h40, 16h50, 18h45, 21h | GNC Todos os problemas sexuais – inclusive os seus, admita – estão na tela do cinema. Adaptado do teatro, o filme segue a mesma estrutura de esquetes da peça, inclusive algumas cenas. Meio broxante. Estreando em Caxias. Dirigido por Domingos de Oliveira. 80 min. 2011. AINDA EM CARTAZ: Amizade Colorida. Comédia. 14h15, 16h40, 19h15, 21h30 (leg). GNC Conan, o Bárbaro. Ação. 22h (leg). GNC | Missão Madrinha de Casamento. Comédia. 15h10, 17h40, 22h10 (leg). GNC | Lanterna Verde. Ação. 18h. UCS | O Homem do Futuro. Comédia. 13h10, 20h. GNC | Os Smurfs. Aventura. 13h30, 15h40, 17h50 (Dub.) , no GNC e 16h (Dub.), na UCS. | Planeta dos Macacos: A Origem. Ação. 19h50 (leg). GNC | Premonição 5 (3D). Terror. 15h20, 17h30, 19h40, 21h50 (leg), 13h20 (dub). GNC | Sem Saída. Suspense. 14h, 16h30, 19h, 21h15 (leg). GNC

Kirsten Dunst espera o fim do mundo em Melancolia, de Lars Von Trier

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INGRESSOS - GNC: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-

teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

MÚSICA Recomenda l Noites Cariocas | Sábado, 22h30 João Sabiá ficou em terceiro lugar na edição do programa Fama, da Rede Globo, em 2004, mas a TV rendeu ao cantor algumas participações em novelas, uma boa divulgação do nome e mais 15 minutos para a banda 5 no Brinco. Se Caxias é geograficamente o avesso do Rio de Janeiro, pelo menos dá para trazer um pouco da boemia de lá. Não somos bons de samba mas temos simpatia por bandas de nomes estranhos. Sede Social Recreio da Juventude R$ 35 | Pinheiro Machado, 1.762, Centro | 3028-2155 l Festa dos A.A. | Sábado, 0h30 Três bandas para animar os frequentadores do bar com o melhor do rock. As iniciantes Dones Primatas e Vendenta dividem o palco com a Stonteantes, que retorna ao cenário musical caxiense. Vagão Bar R$ 15 | Estação Férrea | 3223-0007 l Trio Universos | Domingo, 16h Daniel Murray, Giuliana Audrá e Sérgio Kafejian misturam violão, flauta e música eletrônica. O espetáculo tem financiamento do Ministério da Cultura e passará por diversas cidades do Brasil. Ordovás Entrada gratuita, se levar um quilo de alimento não perecível ou um produto limpeza | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


DANÇA l Tangonóia | Sábado e Domingo, às 20h Bailarinos da escola caxiense Compacto Espaço Cultural dançam ao ritmo portenho o conflito entre a razão e emoção. O espetáculo quer “captar das almas, tantas vezes sufocadas por desejos, desventuras e decepções, sentimentos secretos”, porque “caminhar fica chato depois que aprendemos a voar nas asas da nossa maluquez”. Um tango para Raul. Teatro São Carlos R$ 20 (antecipados), R$ 28 (na hora) | Feijó Júnior, 778, São Pelegrino | 3221-6387

MISSÃO / RETORNO Foi realizada com êxito, no período de 17 a 25 de setembro, a 21ª Missão Técnico-Comercial do SIMECS à Alemanha. Tendo a coordenação do presidente do SIMECS, Getulio Fonseca e do diretor executivo, Odacir Conte, o grupo de 26 empresários e representantes das empresas metalmecânicas visitou as feiras IAA em Frankfurt, e a EMO, em Hannover. A feira IAA apresentou um completo panorama do ramo de negócios de automóveis em âmbito internacional. O evento teve como atrativo a exposição de carros de passeio, reboques, moto home, acessórios automotivos e motos. Já, a EMO, colocou em exposição máquinas-ferramenta, sistemas de acabamentos, ferramentas de precisão, fluxo automatizado de material, tecnologia computacional, eletrônica, industrial e acessórios. Outra visita importante aconteceu ao Instituto Fraunhofer de Engenharia de Manufatura e Pesquisa Aplicada de Materiais, localizado em Bremen, na Alemanha. O instituto é referência na pesquisa e desenvolvimento nas páreas de tecnologia do pó, fundição, construção leve, micro-produção, impressão funcional, prototipagem rápida e tecnologia de nano-pó. A Missão do SIMECS contou com o apoio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul. SEMINÁRIO EUROPA “A Rota para a Europa”. Este foi o tema do seminário realizado no auditório do SIMECS. O engenheiro e consultor italiano, Nicola Minervini apresentou uma ampla visão sobre o mercado Europeu, a forma de negociar, as possíveis alianças, os nichos de mercado, a forma de fazer promoção, o cuidado com as normas técnicas e uma vasta gama de fontes de informações, proporcionando experiências práticas de quem já trabalhou no Brasil e atualmente vive na Europa. O evento foi conferido por empresários e representantes das empresas metalúrgicas. Em relação a participação das empresas em feiras na Europa, o consultor italiano salientou que estes eventos estão cada vez mais fortalecidos por representarem um importante investimento por parte das indústrias para conquistar novos clientes, consolidar contatos já adquiridos, realizar pesquisas de mercado, promover a própria oferta e a imagem.

LITERATURA l 27ª Feira do Livro | De 30 de setembro a 16 de setembro Desde a sexta (30), Caxias do Sul respira literatura. Confira o melhor da programação da semana, com atrações para todas as idades.

CHINA / MERCADO COMERCIAL Representantes das empresas do segmento metalmecânico de Caxias do Sul e região participaram no auditório do SIMECS da palestra: China um “continente” de contrastes, ameaças e oportunidades. A apresentação esteve a cargo dos engenheiros Claiton Gaieski Pires e José Carlos Vanin Junior, ambos com grande experiência profissional no segmento de importação e exportação junto ao mercado asiático. Os palestrantes abordaram as oportunidades e ameaças envolvendo as importações e exportações para a China e as tendências das relações comerciais com aquele país para o futuro. Conforme Claiton Pires, nos últimos 30 anos, a economia Chinesa passou de um sistema de planejamento centralizado e, em grande parte, fechado ao comércio internacional, para uma economia mais orientada ao mercado, com um setor privado em acelerado crescimento.

Sábado: O primeiro sábado da Feira do Livro reserva atrações especialmente às crianças. Como Fernando Morais cancelou de última hora sua participação, o final de semana de estreia ficou meio morno, mas esses dias, pelo menos, são os melhores para vasculhar os saldos das livrarias e editoras. Aproveite para bater um papo com o patrono Marco de Menezes na sessão de autógrafos de Fim das Coisas Velhas.

GIGIA BANDERA Deverão ser conhecidos no mês de outubro os nomes dos três agraciados com o Mérito Gigia Bandera 2011. O SIMECS informa às empresas do seu segmento que no dia 15 de setembro encerrou-se o prazo de indicações ao Mérito. O próximo passo agora, é a avaliação dos nomes indicados por uma Comissão Especial da entidade. O Mérito Gigia Bandera chega à sua 19ª edição com o objetivo de homenagear personalidades empresariais, que tenham se destacado por sua performance ética, moral e profissional, evidenciada pela conduta empreendida e pelas atividades desenvolvidas em seu meio. A solenidade de entrega da outorga está marcada para o dia 25 de novembro de 2011 no Clube Juvenil em Caxias do Sul. EMPRESÁRIOS FRANCESES Diretores da empresa francesa Haulotte Group visitaram o SIMECS no mês de setembro. Recebidos pelo presidente da entidade, Getulio Fonseca, os representantes do grupo francês, Carlos Hernandez - Diretor de Operações da Região America Latina; Patrice Metairie - Diretor de Manufatura da Haulotte Group e Marcelo Bracco - General Manager, vieram conhecer a potencialidade do segmento metalmecânico de Caxias do Sul e avaliar a possibilidade de futuros investimentos. A empresa francesa Haulotte Group está presente em todos os continentes e se posiciona como líder européia no segmento de plataformas elevatórias. A Haulotte Group é a maior fabricante de equipamento de elevação de pessoas e carga da Europa. Sua gama de produtos compreende: plataformas elevatórias, manipuladores telescópicos e retro escavadeiras. Conta no Brasil com três centros de suporte técnico próprios, localizados em São Paulo, Campinas e Porto Alegre.

Contação de histórias: Flávia Bernardi. 10h | Contapete. 11h | Rita de Cássia Campos. 13h30 | Roger Castro. 14h | Samuel Sodré. 16h30 | Venha ler comigo. Maristela Deves e Vania Marta Espeiorin. 19h | Thiago Esposito, Divulgação/O Caxiense

TAMBÉM TOCANDO: Sábado: Long Play. Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Creedence Clearwater Revival Tribute. Blues. 22h. Mississippi. 30286149 | Beijo Vulgar e Tony & Ulisses. Rock. 23h. Aristos. 32212679 | Dan Ferreti. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | DJ Léo Z e DJ Elias Capelaro. Eletrônica. 23h. Pepsi. 3419-0900 | Vendettas, Dones Primatas e Stonteantes. Rock. 0h30. Vagão Bar. 32230007 | Invasão Inglesa. Rock. 0h30. Vagão Classic. 3223-0616 | Fliperamas. Pop Rock. 23h. La Barra. 3028-0406 | DJ Rodrigo Dias. Eletrônica. 23h. Nox. 30271351 | Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Killer on the Dancefloor. Eletrônica. 23h. Havana. 3215-6619 | DJ André. Eletrônica. 22h30. Overmundo. 3021-5025 | Domingo: Sem Razão. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Domingueira. Set com DJ’s. Eletrônica. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Terça (4): BlackPool. Acústico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Johnatan e Vinicius. Acústico. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (5): Franciele Duarte e Banda. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Gustavo Reis. Acústico. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta (6): Rodeio Drive. Sertanejo. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Disco. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Luiz Marenco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Sexta (7): Vinny Lacerda. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | The Blugs. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Opera Lizz. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sexta Cultura. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 32131774 | Cairon e Gustavo. Sertanejo. 23h. Xerife. 3025-4971.

GUIA DE PRODUTOS E SERVIÇOS O SIMECS acaba de reeditar o Guia de Produtos e Serviços, com o objetivo de divulgar o potencial produtivo das empresas do seu segmento, relacionando os respectivos produtos, serviços e dados para contato. Este material permitirá um melhor conhecimento dos produtos fabricados, serviços prestados e o nome da empresa, o que certamente será mais uma importante ferramenta de negócio para as indústrias do setor. O Guia também irá divulgar o potencial das indústrias representadas pela entidade em várias frentes em nível nacional e internacional, como imprensa, embaixadas, entidades de representação industrial e institucional, entre outros, através desta iniciativa do SIMECS. EVENTO / DIA DA SECRETÁRIA Com o objetivo de homenagear o dia da secretária (30 de setembro), o SIMECS realizou no dia 29 de setembro a palestra: “O Valor da Marca Pessoal”. O evento reuniu um expressivo número de profissionais ligadas às empresas representadas pelo SIMECS. A palestra foi ministrada por Lisie Lucchese, mentora e Gestora Técnica do Instituto de Longevidade. A palestrante, que também é pós-graduada em Administração - Sistemas e Métodos, Recursos Humanos, Comunicação e Processo Metodológico, abordou: os pontos e contrapontos da atuação profissional da Secretária Executiva, a soma dos momentos pessoais e dos momentos da empresa, o assentamento de valores de vida, o processo de construção da marca pessoal, os comportamentos exploratórios e o enriquecimento de ambientes e o jogo da priorização dos papéis de vida. INOVAÇÃO / CARLOS BARBOSA Dando continuidade aos eventos de interiorização, o SIMECS realizou na ACICB – Associação Comercial e Industrial de Carlos Barbosa o encontro: Inovar para crescer. A palestra que teve a participação de empresários e profissionais das empresas metalmecânicas de Carlos Barbosa, contou com a apresentação do engenheiro Reneu Hartemink, pós-graduado em finanças e marketing e consultor do CETA-Senai e SEBRAE. Hartemink abordou aspectos ligados à Inovação e seus impactos na competitividade; Tipos de inovação; Manual de Oslo; Gestão da Inovação na empresa; Orgão de apoio a inovação; Instrumentos de apoio a inovação; Apoio estadual sobre o tema. PERÍCIAS TRABALHISTAS O Programa de Segurança Continuada do SIMECS teve sequência com a realização de mais um importante evento para os profissionais das empresas metalúrgicas. No dia 26 de setembro, foi realizado encontro sobre Perícias Trabalhistas. A apresentação esteve a cargo do engenheiro Vitor Hugo Facchin, Assessor de Segurança e Saúde Ocupacional do SIMECS. O Programa de Segurança Continuada do SIMECS visa propiciar as empresas da categoria, oportunidade de debater, em pequenos grupos, temas relevantes relacionados a Saúde e Segurança do Trabalho. SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. Web Site: www.simecs.com.br - E - Mail: simecs@simecs.com.br

João Sabiá leva o samba carioca ao palco do Recreio da Juventude

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Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Feira do Livro tem programação intensa de contação de histórias, debates, sessões de autógrafos e atrações artísticas para crianças e adultos Autógrafos: Lágrimas de Silêncio. Ângela Chaves. 15h | O voo de Icarus. Estevan Lutz. 16h | Paredes. Igor Luchese. 16h | Miseri Coloni: 30 anos de Palco. Marcos Kirst. 17h | Minha Poesia. Valdir Kaiser. 17h | Fim das Coisas Velhas. Marco de Menezes. 18h | O Caso do Buraco. Maristela Deves. 19h

veira Anselmo. 16h | Artes Cênicas: Everything. Escola do bairro Diamantino. 10h30 | Palhaços Linguiça e Pepino. Escola José Protázio de Souza. 14h.

Oficinas e debates: Oficina de Balões. 11h | Releitura de história, poemas, desenhos (varal). Artes Cênicas: O Pequeno 11h | Bate-papo com o escritor Príncipe. 9h | Releitura de histó- Leandro Angonese. 16h | rias, poemas e desenhos (varal). 14h30 Música: Coro Infanto-juvenil. Programa Florescer. 15h | Lê DaMúsica: Orquestra Municipal ros. 19h | de Sopros. 11h| Os Oitavos. 12h | Volux. 19h Segunda (3): Oficinas e debates: Oficina de O teatro feito nas escolas vai Balões. 11h | O Pequeno Prínci- aparecer na Feira do Livro dupe -Debate. Alice Cristina Velho rante o quarto dia de evento. Três Brandão, Luci Barbijan, Marilene encenações garantem a tarde de Caon Pieruccini. 16h diversão para quem passar pela praça. Dança: Samba de Gafieira. Projeto Pescar da Visate. 15h e 16h | Contação de Histórias: ConOs Gaudérios. 16h tapete. 10h e 14h | Andréa Ilha. 10h | Ivânia Inês Longhi. 13h30 | Filmes: Max e Companhia. 18h Gilmar Marcílio e Reinaldo Godoy. Venha Ler Comigo. 19h | Domingo: A Feira é do livro, mas a música também encontra espaço no evento literário. Nos debates, Nivaldo Pereira e o patrono Marco de Menezes conversam com o escritor Claufe Rodrigues. O batepapo começa às 18h. Contação de Histórias: Vania Marta Espeiorin. 10h | Contapete. 11h, 16h e 17h | Paulo Ribeiro e Tríssia Ordovás Sartori. Venha ler comigo. 19h | Autógrafos: Alice para sempre. Elton Licks. 15h | Estro: Engenho Poético. Valdecir de Oli-

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Filmes: O Grilo Feliz e Os Inse- tas versões da história oficial. Na tos Gigantes.18h | mediação, o colunista do jornal O Caxiense Renato Henrichs. Terça (4): Contação de Histórias: AnMachado de Assis criou a Aca- dréa Ilha. 10h | Contapete. 11h | demia Brasileira de Letras. Quem Ivânia Inês Longhi. 13h30 | Uili guarda a cadeira dele, a número 1, Bergamin e Nilton Scotti. Venha é Ana Maria Machado, autora de Ler Comigo. 19h clássicos infantis. Ela participa de uma mesa-redonda no auditório Autógrafos: Crônicas – Polída Feira. Na mediação, a profes- ticas e Econômicas. Henry Pausora Flávia Ramos, uma das prin- lo Dias. 18h | Contos de Amores cipais pesquisadoras de literatura Vãos e A Ilha Mágica. Uili Bergapara crianças em Caxias do Sul. min. 19h Contação de Histórias: Vania Marta Espeiorin. 10h | Contapete. 10h30 , 14h, 16h | Rita de Cássia Campos Costa. 13h30 | Adriana Antunes e Jaqueline Pivotto. Venha Ler Comigo. 19h

Artes Cênicas: A Bela Adormecida. Escola Helen Keller. 10h30 | Onde está o dia das crianças? Escola Villa Lobos. 14h

Oficinas e debates: Debate literário sobre a obra Fim das coiAutógrafos: Autobiografia sas velhas, de Marco de Menezes. de Titi – o pássaro pintagol. 16h Lourdes Curra. 16h | Cem versos de uma mulher. Hieldis Severo Música: Oblatá. Marcelo DoniMartins. 18h ni. 12h

Artes Cênicas: A Formigui- Dança: Alunos da Oficina de nha e a neve. Grupo da Escola Dança Flamenca do Sesi. 16h Mario Quintana. 15h30 Filmes: Por água abaixo. 18h Oficinas e debates: Releitura Autógrafos: Márcia Leite au- de histórias, poemas, desenhos Competições: Gincana Literátografa suas obras. 14h | (varal). 11h | Oficina de Trovas. ria Jogos Dramáticos. 10h | GinAlice Cristina Velho Brandão. cana Folclórica. 11h e 14h Artes Cênicas: Cidadão. Es- 14h30 cola Mario Quintana. 10h30 | O Mágico de Oz. Escola Nova Música: Cris Oliveira. 12h Quinta (6): Esperança. 15h | Diga não ao Feira do Livro também promoBullying. Escola Nova Esperança. Filmes: Conheça a Família do ve debates adultos sobre a lite15h | O Rei Mandão. Escola Ítalo Futuro. 18h | ratura infantil. Lourdes Curra e João Balen. 16h | Luci Barbijan vão conversar sobre o tema na sala da Academia CaOficinas e debates: Oficina Quarta (5): xiense de Letras, às 16h. de balões. 10h | Releitura de hisSabe o cara do contra? Ele vai tórias, poemas, desenhos (varal). estar por aqui. Leandro Narloch Contação de Histórias: 11h30 | Rodada de poemas. Aca- participa de um bate-papo às 18h Neiva de Fátima Ramos e Ana demia Caxiense de Letras. 16h no auditório central da Feira. Au- Cristina Frainer Tonin. 11h | tor do Guia do Policamente In- Willian Selau e Daniele BordigMúsica: Rubem Scholl. 12h | correto, Narloch desmonta cer- non. 13h30 | Contapete. 16h

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Autógrafos: Rapa Nui – O Umbigo do Mundo. Lourdes Curra. 14h30 | Mentes Interconectadas e a Lei de Atração. Suely Caldas Schubert. 16h Artes Cênicas: Apresentação de poesias sobre ecologia. Escola Mario Quintana. 15h30 | Salada de Contos. Palhaça Gelatina. 16h Música: Osmar Ferreira. 12h Dança: Apresentação dos alunos da AABB Comunidade. 10h30 | Danças Gauchescas. Escola Marianinha de Queiroz. 14h Filme: O Segredo dos Animais. 18h | Competições: Gincana Literária Jogos Dramáticos. 10h e 14h | Gincana Folclórica. 11h | Sexta (7): Sua obra não vigora dentro dos ditames da literatura catedrática, mas nem por isso não possui valor artístico. Longe disso! Com linguagem simples, Reinaldo Moraes vai longe. O autor participa de um bate-papo com o público, mediado por Marcos Kirst, patrono da Feira na edição passada, e Valéria Martins. Contação de Histórias: Monica Emmer. 13h30 | Contapete. 14h, 16h e 17h | Marco de Menezes e Camila Cornutti. Venha Ler Comigo. 19h | Autógrafos: Um olhar para dentro – examinando nossas relações. Simone Müller Cardoso. 17h | Rol dos Insensatos. Odegar Petry. 18h | Artes Cênicas: Palhaços Linguiça e Pepino. Escola José Protázio de Souza. 9h | Imaginação

de criança. Escola Angelina Sassi região, nada de maquetes. Com Comandulli. 10h | base em desenhos, edificações antigas são retratadas na exposição. Oficinas e debates: Apresen- Museu Municipal tação de Escolas - Semana da Entrada gratuita | Visconde de PeVida. 10h45 | Debate literário lotas, 586, Centro | 3221.2423 sobre O Bar do Baco, de Ângela Broilo. 16h | Releitura de histó- AINDA EM EXPOSIÇÃO: Arte ria, poemas, desenhos. 16h30 em Macramê. Artesanato. Ana Marchioretto. De segunda a sáMúsica: Velho Hippie. 12h | bado, das 10h às 22h. ScapulaClã-Destino. 19h | rium (San Pelegrino Shopping). 3029-1718 | Barrocas. Colagem. Dança: Apresentação de dan- Nana Corte. De terça a sábado, ça dos alunos da Escola José de das 17h às 22h. Boteco 13. 3221Alencar. 15h | 4513 | Crianças do Outro Lado do Mundo. Fotografia. Ilka FeliFilme: Selvagem. 18h | ppini. De segunda a sábado, das 8h às 20h. Sesc. 3221-5233 | EsCompetições: Gincana Lite- culturas de Elisa Zattera. Pinturária de Jogos Dramáticos. 10h, ras e esculturas. Elisa Zattera. De 14h | Gincana de Brinquedos segunda a domingo, das 10h às Folclóricos. 11h 22h. San Pelegrino. 3220-5050 | Flores, Cores e Formas. Pintura. Magda Novello. De segunda a sábado, das 9h às 18h30. Salão de Beleza Iza. 3223-8135 | Nobre Beleza. Pinturas. Júlia Webber. De segunda a sábado, das 10h às 19h30, e domingo, 16h às 19h. Catna Café. 3021.7348 | O venEXPOSIÇÕES tre e o leite. Escultura, desenho e l Auto(BIOgrafia) | De 4 a 29 poesia. Bruno Segalla. De segunde outubro. De segunda a sexta- da a sexta, das 9h às 12h e das feira, das 8h30 às 18h30, e aos sá- 14h às 17h. Instituto Bruno Sebados, das 8h30 às 12h30 galla. 3027-6243 | Pinturas AeTânia Silvestre revela através ropostais. Pintura. Eugenio Ditdas plantas baixas de suas resi- tborn. De segunda a sexta-feira, dências o seu mundo privado. São das 9h às 19h, e sábado, das 15h 15 obras, entre gravuras em lito- às 19h. Ordovás. 3218-6192 | grafia e xilografia. Mais um título Retratos Vitor Senger. Pinturas. que separa sílabas e utiliza parên- Vitor Senger. De segunda a sexta, teses, caixa baixa e caixa alta para das 09h às 12, e aos sábados, das dizer quase nada. 9h às 15h. Arte Quadros. 3028Farmácia do Ipam 7896 | Servir e não ser servido | Entrada gratuita | D. José Barea, Até 01 de outubro. De segunda a 2202, Exposição | 3901-1316 sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Farmácia l Arquitetura-Patrimônio do Ipam. 3901-1316 | Tiragem da Serra Gaúcha | De 23 de Única. Pintura e escultura. Colesetembro a 15 de outubro. De ter- tiva. De segunda a sexta, das 9h ça a sábado, das 9h às 17h. às 19h, e aos sábados, das 15h às Para retratar a arquitetura da 19h. Ordovás. 3218-6192.

CONCURSO l Fotossíntese | Até 04 de outubro Converse com as plantas, brinque com o lago, abrace uma árvore. Declare seu amor pela natureza em uma foto. Essa é a proposta do concurso realizado por alunos de Publicidade e Design da UCS. As imagens podem ser encaminhadas para o e-mail: fotossintese. projeto@gmail.com e serão divulgadas nas redes sociais. O vencedor ganha um bonsai.

CURSO l O ventre e o leite: Percurso Intertextual sobre o feminino na obra de arte | Quarta (5), às 8h30 A professora Silvana Boone vai falar sobre a mulher e a intertextualidade na obra de Bruno Segalla, que ganhou exposição de esculturas, desenhos e poesias no instituto. Instituto Bruno Segalla Entrada gratuita | Andrade Neves, 603, Centro | 3027-6243

DEBATE l Ciranda do Pensamento | Sábado, às 16h Eles são jovens, bonitos e infelizes. Pode até soar como paradoxo, mas a realidade costuma ser um pouco mais cruel do que a linguagem. O psiquiatra Caetano Fenner Oliveira e o estudante de filosofia Reinaldo Godoy debatem o comportamento da juventude contemporânea. A presença de estudantes entre 15 e 19 anos pretende dar dinâmica à conversa séria. Ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316

Concurso fotográfico Fotossíntese incentiva conversas com plantas. Na exposição de Tânia Silveste, as plantas da casa revelam a intimidade

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Guia de Esportes

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por Vagner Espeiorin | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

?????????????? FUTEBOL DESTAQUE l Juventude e Mirassol | Domingo, às 16h Depois de perder para o Mirassol por 2 a 0, o Juventude vai ter que jogar muito para reverter a situação se quiser continuar vivo na Série D. O lado positivo dessa situação é que o jogo decisivo ocorre no Jaconi. Se quiser ver o time na Série C no próximo ano, o torcedor não tem desculpa: precisa lotar o Jaconi e apoiar o time a fazer os dois gols de diferença necessários para passar à próxima fase da competição. Alfredo Jaconi R$ 20 (arquibancadas), R$ 10 (estudantes e idosos) | Hercules Galló, 1.547, Centro l Caxias x Esportivo (Copinha) | Quarta (5), às 15h Após quatro vitórias consecutivas, a equipe grená joga contra o Esportivo com a tranquilidade de quem já conquistou a classificação antecipada para a próxima fase da Copa Laci Ughini. Nos dois últimos jogos, apenas um gol foi anotado em cada partida. Contra o Passo Fundo, na última quinta (29), ficou a cargo do meia Wangler balançar as redes

do adversário. O Caxias enfrenta o Esportivo em um clássico tipicamente serrano. Já que os resultados no campeonato da Série C não foram os melhores, o time vai com praticamente toda a equipe principal na disputa da liga estadual. Centenário R$ 10 (arquibancadas), R$ 5 (estudantes e idosos) | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano HANDEBOL l Campeonato Gaúcho Infantil | Sábado e Domingo, a partir das 9h O campeão gaúcho de handebol masculino será conhecido neste final de semana. Ao todo, sete equipes de diferentes cidades do Estado divididas em duas chaves lutam por uma das quatro vagas para as semifinais. Único representante caxiense, o Recreio da Juventude disputa as últimas duas partidas da fase de grupos neste sábado. À noite, às 19h30 e às 20h30, ocorrem as semifinais. A decisão do título será realizada às 10h de domingo. Sábado, 11h: RJ x MLopez | 16h: RJ x Colégio João XXIII

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Sede Campestre Recreio da Ju- Clube Juvenil ventude Entrada gratuita | Rua Marquês Entrada gratuita | Atílio Andrea- do Herval, 197, Madureira zza, 3.525, Delazzer CÂMBIO

ATLETISMO

l 1º Jogos de Integração do Idoso | Sábado, das 10h às 17h | Mais importante que competir é a diversão. Essa é a máxima das mais de 400 pessoas – todas com mais de 50 anos – que virão a Caxias para espantar o sedentarismo. Ao todo, 32 equipes de 10 cidades do Estado participarão dos jogos. O câmbio – espécie de vôlei adaptado para idosos, com nove pessoas por time – será a modalidade disputada. Nada de manchete, levantamento e toque. Em vez disso, os atletas seguram e arremessam a bola, da mesma forma que as crianças fazem na TÊNIS escola. Ginásio I e II da UCS l Brisa Open de Tênis | Sába- Entrada gratuita | Francisco Getúdo, 9h15 às 18h, e domingo, das lio Vargas, 1.130, Petrópolis 9h às 10h30 Neste final de semana serão disputadas as finais da competição BASQUETE do Brisa Open no Clube Juvenil. Durante todo o sábado, tenistas DESTAQUE das nove categorias buscam uma l Caxias do Sul Basquete x vaga para a decisão que ocorre na Sogipa | Sábado, 18h | manhã de domingo. A equipe treinada por Rodrigo l Competição Municipal e Regional | Sábado, a partir das 9h Atletas de Caxias do Sul e da região concorrem representando empresas dos municípios. Entre as modalidades, disputadas por atletas masculinos e femininos, estão as tradicionais corridas, salto com varas e lançamento de discos. Sesi Entrada gratuita |Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima

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por JANINE STECANELLA | janine.stecanella@ocaxiense.com.br Maurício Concatto/O Caxiense

Mobilização extra

Neste domingo (2), além do compromisso de estar presente no Alfredo Jaconi, o torcedor do Juventude também poderá participar de uma mobilização pela manhã. A direção do clube irá realizar uma carreata, a partir das 9h30, com saída do estádio, percorrendo as principais ruas da cidade. A iniciativa tem como objetivo mobilizar o torcedor alviverde e ressaltar a importância da partida, com clima de decisão. Se conquistar a classificação às quartas de final diante do Mirassol, o Juventude fica a duas partidas do acesso à Série C de 2012.

ÚNICA OPÇÃO

Viu o ingresso-bônus acima? Pois então corra. Os primeiros 50 torcedores a recortá-lo e apresentá-lo no departamento de marketing do Jaconi ganham ingresso para Juventude x Mirassol. Neste sábado (1º), o departamento estará aberto das 9h ao meio-dia e das 13h30 às 17h.

Depois da anunciar Marcus Vinicius Caberlon como novo diretor de futebol, o Caxias deve oficializar, já no próxima semana, quem assume a gerência de futebol do clube. Para o presidente Osvaldo Voges, o profissional deve ter identificação com o Caxias e também conhecer as rotinas que a função exige. A contratação do novo treinador e de novos jogadores para a temporada de 2012 será iniciada apenas após a definição do gerente de futebol.

Com foco na Copinha

SUPERAÇÃO É A

Ingresso grátis

Gerente vem aí

O resultado da partida de ida em Mirassol (SP) fugiu das expectativas do Juventude. A derrota por 2 a 0 para a equipe paulista exige que neste domingo (2) o time alviverde ganhe por goleada (com três gols de diferença) para seguir a próxima fase ou devolva o placar e garanta a classificação nos sempre arriscados pênaltis. A tática do técnico Picoli foi fechar os treinos da semana (foto) para testar as opções no time. O treinador tem dois desfalques importantes: o lateral direito Anderson Pico, expulso em São Paulo, e

o volante Léo Maringá, com lesão no joelho esquerdo. Para a lateral, o provável substituto será Moisés. Para o meio-campo, Ramiro e Nico Martínez são as principais alternativas – na briga estão também Fabrício e David Lopez. Independentemente das escolhas de Picoli, o clima no Alfredo Jaconi durante a semana foi de confiança e fé, aliado a muito trabalho. Receita que tem tudo pra dar certo com estádio lotado neste domingo. A expectativa da direção é um público superior a 15 mil pessoas.

O Caxias foca os trabalhos na Copa Laci Ughini. Verdade que as atuações são irregulares, mas têm mantido o clube sempre próximo da liderança da Região Serrana. Além de Pedro Henrique (que, recuperado de lesão, vem fazendo boas partidas e marcando gols) e Paraná (jogador contratado especificamente para a competição regional), destaques grenás, a Copinha dá experiência aos jogadores das categorias de base. Vale lembrar que o Caxias volta a disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior no próximo ano.

Mais gente fora

O grupo de jogadores do Caxias deve sofrer as últimas baixas do ano. O presidente Osvaldo Voges não adianta nomes, mas já definiu o que fazer com 80% das pendências da lista, que incluía: Felipe Gonçalves, Rodrigo Heffner, Mateus Magro, Pantico, Têti e Lima (que, ao que tudo indica, não acertou sua transferência para o Goiás).


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

DESCONFORTO

Vice não

A cobrança por agilidade no processo de declaração de utilidade pública da área do futuro aeroporto, feita pelo vice-presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, Nelson Sbabo, provocou desconforto nas relações entre a entidade empresarial e a prefeitura. Em compensação, o encontro posterior do prefeito José Ivo Sartori com representantes do governo do Estado, entre eles o secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, permitiu o anúncio de que a declaração sai em um mês.

Não bastou a decisão da juíza Luciana Fedrizzi Rizzon de indeferir o pedido de oito candidatas ao título de Rainha da Festa da Uva para que a Justiça obrigasse a Comissão Social a divulgar as notas do concurso. Elas apelaram para instância superior – e também não levaram. Prevaleceu a ideia de que há motivos para o sigilo das informações, para preservar a intimidade e a imagem de cada embaixatriz.

Mais que acerto entre os dois partidos, a reunião entre PT e PC do B, realizada na última semana, a pedido do comando municipal petista, mostrou que há muitos detalhes a aparar. A começar pelo fato de que o PC do B não aceita indicar o candidatíssimo deputado Assis Melo como a vice-prefeito – seja na chapa de quem for, inclusive na do também deputado (candidatíssimo) Gilberto Pepe Vargas.

NO AR

O tal desconforto entre CIC e prefeitura em função da cobrança de mais agilidade em relação ao futuro aeroporto pode ter chegado à Comissão Social da Festa da Uva. A apresentação dos trajes da rainha e das princesas, que seria realizada dia 18 de outubro na sede da entidade, foi transferida para a Cantina Piccoli – na mesma data. Ou a transferência tem relação com a intenção de Milton Corlatti, presidente da CIC e da comissão, disputar a prefeitura no ano que vem?

Álvaro Bernart Filho, Divulgação/O Caxiense

Apoio casado

O presidente municipal do PT, Alfredo Tatto, chegou a afirmar no encontro que, se depender das lideranças petistas caxienses, PT e PC do B estarão juntos na eleição de 2012. O único problema é que a decisão não passa por Caxias. Depende do apoio que a candidata Manuela D’Ávila terá ou não do PT de Porto Alegre em sua pretensão de chegar à prefeitura da Capital. Para complicar, cresce entre várias correntes petistas de lá a ideia de candidatura própria.

Livro aberto

Se depender do juiz Sérgio Augustin, da 16ª Zona Eleitoral, a eleição municipal do ano que vem ocorrerá sem sobressaltos – ao menos no que diz respeito à cobertura jornalística. Na segunda-feira (3), Augustin vai reunir a imprensa local para expor pontos relacionados à eleição – de novas filiações a candidaturas.

Corporação

Diante dos questionamentos feitos pelo Sindicato dos Servidores Municipais, a Justiça confirmou decisão anterior e a prefeitura suspendeu a terceirização do Samu. Para a entidade, a decisão é favorável aos funcionários do Samu. A pergunta que fica: é favorável aos interesses da população?

Candidatura própria

Caxiense Migot

A cerimônia de entrega do título de Cidadão Caxiense ao professor Aldo Migot, decidida por unanimidade pela Câmara de Vereadores e ocorrida durante esta semana, teve a rara presença do prefeito José Ivo

Sartori (PMDB) em solenidades desse tipo. A primeira-dama do município, deputada Maria Helena Sartori (PMDB), é sobrinha do homenageado (foto).

Tem se constatado, através de pesquisas, que (a atividade extraclasse em excesso) é uma das principais causas de adoecimento dos profissionais. Olga Neri de Campos Lima, coordenadora da secretaria de Comunicação do Sinpro, que promove Domingo de Greve dos professores da rede privada

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Vereadora Geni Peteffi, presidente municipal reeleita, e secretário Antônio Feldmann, coordenador regional, tinham posições idênticas antes de serem confirmados nas funções: ambos entendiam que o PMDB deveria ter candidatura própria à prefeitura de Caxias. Prudente, desde a eleição de domingo a parlamentar peemedebista passou a defender a união dos 15 partidos que formam hoje a base do governo Sartori na eleição do ano que vem. Google Street View/O Caxiense

Nota zero

Faxina visual

Desde o início da semana, o Google Street View exibe para o mundo imagens de ruas da cidade. Bastam algumas cenas para comprovar a importância e a necessidade da proposta do vereador Ari Dallegrave (PMDB) que procura disciplinar a colocação de letreiros e painéis publicitários em estabelecimentos comerciais. A poluição visual é uma realidade em Caxias. Com mais de 220 itens, entre artigos, parágrafos e incisos, o projeto de Dallegrave tenta reverter a situação.

Moinho da Estação

Aprovada na Câmara a proposta apresentada por Vinicius Ribeiro (PDT), que regulariza a situação dos bares localizados na região da Estação Ferroviária. O projeto abre uma exceção no Código de Posturas do Município, que prevê afastamento de 200 metros de escolas, hospitais ou templos para esse tipo de empreendimento. A exceção não abre mão da responsabilidade que proprietários dos bares têm de cumprir legislação relativa à acústica, ao número de vagas para estacionamento, à prevenção contra incêndios, entre outros itens. Com a decisão, a Câmara reconhece que aquela região é uma nova e bemsucedida referência da cidade.

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