43 Ao mestre, com carinho “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.” Pv 22:6
Homenagem ao ‘professor desconhecido’¹ Fazer o bem sem olhar a quem. Para além das palavras, ajudar ou favorece algo ou alguém já fez parte dos ensinamentos de boa formação da juventude, afora o tempo de escotismo onde a conduta central Sempre Alerta é a de ajudar e proteger ao menor ou ao mais fraco. Entretanto, e independentemente da educação formal recebida e da idade ou o tempo de experiência de vida decorrida, às vezes determinadas pessoas cruzam nosso caminho e marcam nossa vida, em certos momentos únicos e em nosso benefício, sem que as percebamos como nossos benfeitores. Como assim? Na tenra idade, principalmente, há aqueles que nos influenciam, nos corrigem, nos apoiam… E nos ajudam em momento de vital importância da nossa formação de caráter e de cidadania. São pessoas idôneas, que praticam o bem mesmo não tendo nada a ganhar com isso¹. Pois como ‘Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos’², ou seja, não esperam reconhecimento daquele por aquilo que benfaz. E nas suas ações de boas causas e de modo muitas vezes altruísta, almejam tão-somente dar uma contribuição, um ensinamento, um bom exemplo endereçado aos jovens. E, às vezes, até mesmo a muito indivíduo já marmanjo. É curioso perceber que na maior parte das vezes nem ao menos nos lembramos do nome do nosso favorecedor. Quer seja porque o acontecimento ocorreu em um instante fugaz em que mal percebemos o benefício recebido, ou mesmo porque a gratidão não seja um dom natural do ser humano. Talvez porque às vezes nos sentimos constrangidos ao ser corrigidos em alguma atitude impensada etc. O fato é, na vivência passada de Bel sem que precisar citar seus nomes, Bel se recorda de muitas pessoas das quais guarda uma imagem positiva e exemplar e que influenciaram sua vida às vezes apenas com um gesto trivial ou palavra de alerta, porém eficaz. Como gratidão tardia, mas genuinamente reconhecida, Bel presta aqui sua humilde homenagem ao professor ‘desconhecido’, independentemente de idade e gênero. E por que tratá-lo por ‘professor ou professora’ se é de fato um desconhecido? Justificando: por ele/ela professar uma crença de amor ao próximo. E por ensinar através de gestos de boa conduta e de preservação da vida, mesmo às vezes em silêncio com atenção e apreço. Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos, construções Caminhando e cantando e seguindo a canção Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Nas escolas, nas ruas, campos, construções Somos todos soldados, armados ou não Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não… Trechos da letra Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores Geraldo Vandré ¹Homenageando àqueles com quem Bel na mocidade conviveu na Brasinca dignos de consideração: Simão, Aristides, Romeu, Félix, Dorival, Saul, Nelson, Cláudio, Andrietta, Lúcia, Marly.. E outros mais! ²Saint-Exupéry, em O pequeno príncipe (p. 72), nos lembra da importância das pequenas coisas, aquelas que passam despercebidas.
60
Histórias restauradas de um tempo perdido