Em época remota foi dito que “a memória é o escriba da alma” (Aristóteles). Alguém, engajado na Resistência Francesa e nas discussões morais do pós-guerra, concluiu: “Um homem sem memória é um homem sem passado. Um homem que não sabe fantasiar é um homem sem futuro” (Albert Camus)¹. Segundo Freud: Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais: somos também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos 'sem querer'. Semelhantemente, é como se os grãos de areia da nossa existência pregressa que deixamos escapar pelos dedos desatentos de nossas mãos laboriosas e apressadas ainda sutilmente retivessem o pó residual na realidade presente para nos mostrar do que somos feitos, de onde viemos e para onde iremos.