Revista da ABCSEM

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REVISTA

ED. 11 – III TRIMESTRE DE 2017

7º Seminário Nacional de Tomate de Mesa é sucesso em Campinas (SP) EVENTO II Seminário Nacional de Folhosas acontece no RJ

NOTAS Confira os últimos acontecimentos


ÍNDICE

NOTAS DA ASSOCIAÇÃO

CAPA

Confira os últimos acontecimentos

7º Seminário Nacional de Tomate de Mesa é sucesso em Campinas (SP)

Página 2

Página 3

EVENTO

II Seminário Nacional de Folhosas acontece no RJ Página 6

EXPEDIENTE Conselho Editorial Marcelo Pacotte Jornalistas responsáveis Isabella Monteiro – MTB: 57224/SP Daniela Mattiaso – MTB: 47861/SP Projeto Editorial e Gráfico MyPress & Co.

A Revista da ABCSEM é uma publicação digital da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas, que tem como objetivo divulgar informações sobre o mercado de hortaliças e flores. Este veículo de comunicação possui periodicidade trimestral, com visualização gratuita e circulação livre na WEB. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente a visão da ABCSEM. © Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial de textos e imagens sem autorização prévia.


NOTAS DA ASSOCIAÇÃO SET

PIRATARIA EM SEMENTES

AGO

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 29

Foram estabelecidos os requisitos fitossanitários para a importação de bulbos em repouso vegetativo (Categoria 4, Classe 2) e mudas in vitro (Categoria 4, Classe 1) de lírio (Lilium spp.) produzidos no Chile. Esta Análise de Risco de Pragas (ARP) era muito esperada pelos produtores associados de Holambra (SP), sendo fruto do trabalho árduo de mais de quatro anos, da Diretoria de Mudas da ABCSEM dirigida por Inês Wagemaker, com o apoio da Adida Agrícola do Chile, Maria Thereza Herrera.

O diretor de sementes da ABCSEM, Alécio Schiavon, concedeu uma entrevista para o Canal Terra Viva, da Band, sobre a Campanha Nacional Contra a Pirataria de Sementes de Hortaliças no Brasil, lançada pela entidade em parceria com o Ministério da Agricultura (Mapa). O objetivo foi informar o público sobre os danos das sementes piratas, tanto para os produtores, quanto para o mercado consumidor.

SET

PARCERIA COM A FEALQ

A ABCSEM estabeleceu uma parceria com a Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ) referente à comprovação da existência de Rhizoglyphus robini no Brasil. O projeto consta do exame de bulbos de plantas coletados por empresas ligadas à entidade, em diferentes regiões do Brasil. O foco é a retirada do Rhizoglyphus robini da lista de pragas quarentenárias do Brasil.

SET

CONVÊNIO ICMS Nº 133

Foram prorrogadas as disposições do Convênio ICMS 100/97, que reduz a base de cálculo do ICMS nas saídas dos insumos agropecuários que especifica e dá outras providências. A ABCSEM informou sobre a necessidade de prorrogação junto à Comissão Nacional de Hortaliças e Flores da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a qual atuou de forma determinante com seu excelente staff para a prorrogação do Convênio ICMS 100/97, até 30 de abril de 2019. A alíquota de ICMS aplicada pelos estados nas operações interestaduais é de 7% e 12% e, com o convênio, reduz para 2,8% e 4,8%, respectivamente, na comercialização interestadual de insumos.


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CAPA

Nos dias 19 e 20 de setembro, a cidade de Campinas (SP) sediou mais uma edição do Seminário Nacional de Tomate de Mesa, realizado pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) em parceria com a Win Eventos. Em sua sétima edição, o seminário contou com uma programação que englobou 14 palestras e várias empresas expositoras do setor. De acordo com Steven Udsen1, presidente da ABCSEM, “esta edição foi idealizada com o objetivo de sanar as principais necessidades e dúvidas apresentadas em edições anteriores, bem como promover um fórum de debates sobre a realidade atual do segmento e as principais tendências de mercado”, disse durante a abertura do Seminário. Na ocasião, o secretário executivo da ABCSEM, Marcelo Pacotte2, lembrou que “a ABCSEM está fazendo um trabalho de conscientização para tornar o setor ainda mais conhecido e reconhecido pelo seu valor e sua importância”, comentou. O evento foi patrocinado pelas empresas Syngenta, Blue Seeds e Sakata. Contou ainda com o apoio da Associação Brasileira de Horticultura (ABH) e da Embrapa Hortaliças, bem como das empresas PMA Fresh Connections e Eacea Estufas Agrícolas. Desafios do negócio Durante o seminário de tomate, Gerson Cezar Stein3, proprietário do Sítio Paraízo, de Sumaré (SP), produtor de tomate desde 1991, apresentou os principais desafios vividos pelo profissional do campo nos dias de hoje. Segundo ele, o produtor deve enxergar o seu

negócio como uma empresa e, para isso, é fundamental investir na qualificação técnica e em gestão, além de considerar sempre os contratempos que fazem parte do negócio. Segundo o produtor, ao longo dos últimos anos, as despesas aumentaram consideravelmente. “O custo de produção médio praticamente dobrou em 5 anos, chegando à R$ 9,00 por planta. Hoje, o produtor recebe em média de 40% a 45% do valor praticado nos supermercados”, apontou. Contudo, apesar das dificuldades, acredita: “É o trabalho vocacionado e dedicado à agricultura que nos motiva a continuar neste ramo de negócio”, enfatizou Stein. Tiago Tinti4, sócio da empresa Morada Verde de Uberlândia (MG), ressaltou em sua palestra que boa parte do lucro é perdido com o interceptador que revende para o comprador. “Perdemos muito dinheiro ao não investir na venda direta. Infelizmente, como a logística de entrega direta às redes de Varejo impõe muitas condições, o produtor acaba decidindo por terceirizar a distribuição, por receio de não conseguir atendê-las”, explicou Tinti. Busca constante Atacado ao Varejo

pela

qualidade:

do

Durante sua palestra, Ricardo Alavarse Lopes5, sócio do Grupo Giga, contou sobre a mudança de foco no planejamento estratégico que a empresa realizou para passar a entregar um padrão de qualidade também em produtos comercializados às classes C e D. “O foco da qualidade antes era no segmento do Varejo (classes A e B), mas a partir de um realinhamento interno, a empresa optou por focar nisto também para o Atacado, o que aumentou de 4% para 7,5% nossa margem de


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participação de vendas neste segmento. Agora, o nosso maior desafio é elevar a qualidade mantendo preços competitivos, fortalecendo parcerias com os produtores, a fim de possibilitar esta competitividade”, explicou Lopes. Renato Luiz Generoso6, gerente comercial do Grupo Pão de Açúcar, falou sobre o fornecimento de tomate, sob a perspectiva da maior empresa varejista do Brasil. Ele explicou que o Grupo faz um controle de qualidade rigoroso em seus produtos no Centro de Distribuição, associado à uma avaliação técnica de cada fornecedor. “O Grupo Pão de Açúcar trabalha com a rastreabilidade desde 2006 que, junto com as embalagens, traz informações detalhadas sobre o produto, agregando valor e vendendo o conceito da marca”, salientou. Ele acrescentou ainda a importância da realização de degustações e dias promocionais para FLV – tanto para produtos in natura (diversas variedades), quanto para outros correlacionados (como molhos, sucos, etc). “As ações especiais impulsionam a compra, para tentar fidelizar o consumo daquele produto. A degustação, por exemplo, sobe a venda do produto de 30% a 40% na primeira semana”, exemplificou na ocasião. Para a professora da Esalq/USP e pesquisadora responsável pela Equipe de Hortifrúti do Cepea, Margareth Boteon7, é fundamental que o setor de FLV adote uma gestão de qualidade com foco na sustentabilidade e integração, visando mais qualidade (Varejo), menos perdas (Produtor) e mais segurança (Consumidor). Segundo ela, embora o Brasil seja hoje o 7º maior mercado de alimentos saudáveis do mundo, é a indústria de alimentos que está se valendo disto, buscando convencer o consumidor de que seus produtos industrializados são saudáveis por meio de muita propaganda. “O segredo está na valorização da comida de verdade: alimentos frescos in natura ou minimamente processados. Mas para isto o setor precisa buscar maior integração e articulação entre todos os elos da sua cadeia”, alertou. Números e Tendências Durante sua palestra, Fernando Marçon Guimarães8, gerente comercial de vegetais da Monsanto, salientou que “com os avanços no

Direito do Consumidor e a popularização das mídias digitais, os consumidores estão ainda mais antenados, vorazes por informação e atualizados sobre o que compram e consomem. Por isso, produtos com valor agregado, embalados com rastreabilidade, permitem o contato direto entre o produtor e o consumidor, gerando mais transparência e confiabilidade”. Na ocasião, ele apresentou também tendências de mercado, como variedades que agregam maior resistência, bem como a popularização do porta-enxerto, que permite uma produção melhor e por mais tempo. O melhorista e pesquisador da Sakata, Renato de Souza Braga9, ministrou uma palestra sobre a evolução da tecnologia de sementes. O profissional explicou que o sucesso do negócio se deve principalmente à Genética (40%), seguido da Produção (20%), Marketing (20%), Vendas e Logística (20%), sendo, por isso, o primeiro item tão importante para os avanços e melhorias na produção, especialmente para a cultura do tomate, que se beneficiou muito com os avanços genéticos já alcançados. O profissional ressaltou que o melhoramento genético em tomate é bastante complexo, pela quantidade de variedades e diversidades genéticas. “Por isso, trabalhamos com o melhoramento contínuo, incorporando novos atributos e benefícios. É uma evolução constante, cumulativa e significativa”, argumentou Braga. Ainda de acordo com o pesquisador, outras características importantes foram incorporadas pelo trabalho de pesquisa e melhoramento genético ao longo dos anos, como: produtividade, um dos principais fatores de decisão do produtor por uma determinada variedade; durabilidade póscolheita; facilidade de produção; e qualidade dos frutos. Mudas de Qualidade Em sua palestra, o pesquisador e diretor da Conplant, Pedro Furlani10, destacou a necessidade de adoção de bandejas em plástico para produção de mudas de tomate, ao invés do isopor, por se tratar de um material mais resistente e prático para armazenamento e transporte, além de higiênico, podendo ser descartável ou reciclável. O especialista também abordou a


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importância do substrato para ancoragem da planta, absorção equilibrada de água e nutrientes, bem como a possibilidade de trocas gasosas necessárias para as raízes. É o que também reforçou Carlos Biondo11, gerente executivo da Pindstrup Brasil. Segundo ele, para se ter um produto de qualidade, é importante ter uma muda com bom enraizamento e os substratos fazem toda a diferença. “O substrato representa de 6% a 7% do custo total de produção de mudas. E no caso do tomate, representa 0,4% do custo por planta em campo aberto e de 6,23% de custo por planta de tomate em estufa, porque este sistema demanda um volume maior de substrato, com um ótimo custo-benefício de investimento”, explicou. Já Antônio Ledo12, proprietário do Viveiro Celeiro Verde, localizado em Mogi Guaçu (SP), que produz de 60 a 65 milhões de mudas por ano, apresentou outros fatores de grande importância para o sucesso da produção de mudas de alta qualidade. Dentre os quais: controle absoluto da temperatura, umidade e luminosidade (câmaras de germinação e sistemas automatizados de sombreamento); equilíbrio nutricional e eficiência na irrigação; medidas de sanidade e uso de pulverização como formas de controle preventivo de pragas e doenças; estrutura ideal que para armazenamento e transporte seguro em longas distâncias; investimento em enxertia; treinamento e especialização da equipe.

Gestão Fitossanitária e Manejo Integrado Janaína Marianno de Marque13, engenheira agrônoma e sócia do Laboratório Atena, apresentou as diferenças entre gestão, custo e investimento. “Muitas vezes o produtor rural enxerga o manejo fitossanitário como um custo e não como um investimento. O que não é verdade, pois há um retorno para o produtor, com benefício futuro”, explicou. Ainda segundo ela, “é sempre melhor comprar uma semente mais cara, mas que vai proporcionar garantias de vigor e resistência a doenças, do que comprar uma barata e gastar com controle químico”, comentou. Na palestra sobre controle de pragas, o professor da Esalq/USP, Pedro Takao Yamamoto14, explicou que a partir do final da década de 50, surgiram problemas derivados do uso indevido e indiscriminado dos defensivos químicos como: resistências aos defensivos (mais de 500 pragas resistentes aos inseticidas), aparecimento de outras pragas, ressurgência de pragas, desequilíbrios biológicos, dentre outros. Segundo ele, ainda falta conhecimento e medidas assertivas – um desafio o setor deve ser superar com urgência. “Os produtores devem buscar trabalhar de forma conjunta e organizada entre si, para que não haja a incidência destas pragas ( em microrregiões), com inspeção constante e dimensionamento de insumos de forma equilibrada, para prevenção. É importante um trabalho integrado entre todos”, alertou.

Confira os depoimentos de alguns dos participantes deste evento no site da ABCSEM www.abcsem.com.br


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II Seminário Nacional de Folhosas acontece na Região Serrana do Rio de Janeiro Uma das principais regiões produtoras de folhosas do Brasil, a cidade de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, sediou o 2º Seminário Nacional de Folhosas, no dia 31 de agosto. O evento contou com a participação de renomados especialistas do mercado e reuniu um público de 130 participantes, dentre produtores, viveiristas, pesquisadores e outros profissionais da área. Promovido pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) em conjunto com a Win Eventos, a segunda edição do evento foi patrocinada pelas empresas de sementes Sakata e Hortec, com o apoio da Embrapa Hortaliças, da Associação Brasileira de Horticultura e da empresa Comercial Friburguense. De acordo com Marcelo Rodrigues Pacotte1, Secretário Executivo da ABCSEM, “o formato e a programação do seminário priorizaram palestras rápidas e dinâmicas, com o objetivo de oferecer um panorama completo da cadeia produtiva de folhosas, visando a atualização profissional e troca de experiências entre os participantes”, afirmou.

vem ganhando a preferência do consumidor. “O brasileiro está cada vez mais focado na busca por uma alimentação saudável e equilibrada, ampliando o consumo de hortaliças, sobretudo, as folhosas. Produtos mais práticos e com maior durabilidade para o consumo têm impulsionado algumas tendências de mercado. Por isso, o produtor deve estar sempre atento às exigências e preferências do consumidor, pois é ele quem determina o critério de compra”, salientou Paulo Koch. O diretor apresentou ainda dados do segmento de folhosas, que é o segundo grupo mais importante de hortaliças, depois da cultura do tomate, com 15% do total das hortaliças produzidas no país e um volume comercializado de 1,5 milhão de toneladas por ano. O segmento cresceu 11% apenas nos últimos quatro anos e sua produção está concentrada principalmente nos estados de São Paulo (Mogi das Cruzes e Ibiúna), Rio de Janeiro (Teresópolis) e Minas Gerais (Mario Campos). O destaque fica para a alface, a mais produzida dentre as folhosas, que corresponde à 50% do mercado – seguida de coentro, rúcula, repolho, couve-manteiga, chicória, salsa, agrião e outros.

Números e Tendências Durante o evento, o Diretor de Projetos da ABCSEM, Paulo Koch2, apresentou as principais tendências do mercado de folhosas no país, dentre as quais: produtos higienizados e processados, prontos para o consumo; regularidade na oferta ao longo de todo o ano; manutenção do padrão de qualidade desejado (em termos de cor, sabor, formatos e durabilidade); certificado de produção e rastreabilidade; além de cultivo hidropônico, que

Outras perspectivas do cenário produtivo e mercadológico do segmento foram apresentadas pela Pesquisadora do Projeto Hortifruti, pertencente ao Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA – Esalq/USP), Marina Marangon Moreira3. Segundo ela, pesquisas indicam que em termos de produção, as principais tendências identificadas para os anos de 2017 e 2018 são: a troca do sistema de irrigação, de aspersão para gotejamento, considerando a redução na


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água disponível para irrigação; o crescimento do cultivo em sistema hidropônico, de forma geral, e também do uso de mulching, sobretudo nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Outro ponto relevante é que a alface americana ganhará espaço na produção nos estados paulista e carioca, onde a lisa ainda ocupava maior participação, perdendo apenas para a crespa. Já no que se refere ao comportamento dos consumidores, Marina explicou que “apesar da instabilidade econômica do país e da redução do orçamento familiar, as tendências de saudabilidade e de conveniência ainda se mantêm em alta, com boas taxas de crescimento para produtos selecionados e embalados em pequenas quantidades e/ou prontos para consumo”. Controle Fitossanitário e Agroquímicos Outra questão discutida durante o seminário foi sobre a existência de patógenos que muitas vezes inviabilizam a colheita, refletindo em uma perda total de produção, interrompendo assim a regularidade de abastecimento e a obtenção de produtos de qualidade. De acordo com a Katia Regiane Brunelli Braga4, Fitopatologista e Coordenadora de Suporte Técnico da Sakata, que palestrou na ocasião, “a diagnose é a primeira medida importante para controle de doenças, pois permite a adoção de medidas corretas. O investimento em sementes com um pacote genético que agregue resistências e alta performance, também é um investimento para obtenção de mudas sadias e de grande qualidade”. Outra medida fundamental a ser adotada, segundo ela, é o manejo integrado, considerando a adubação balanceada, irrigação correta, uso equilibrado e adequado de defensivos. Na palestra sobre “Boas práticas no uso de defensivos agrícolas”, o Engenheiro Agrônomo Luiz Kawae5, da Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal, da Secretaria de Agricultura do Rio de Janeiro repassou diversas orientações importantes para a segurança pessoal, ambiental e alimentar. Kawae orientou que “é preciso consultar um engenheiro agrônomo para fazer a compra do

defensivo adequado, adquirindo o produto apenas em revendas devidamente registradas com Nota Fiscal”. Além disso, indicou cuidados com o manuseio e a conservação dos produtos, respeitando a dosagem prevista, forma de preparo e período de carência, a fim de evitar o resíduo químico no produto final. O engenheiro agrônomo recomendou ainda o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) e o descarte correto das embalagens (que devem ser devolvidas para o fornecedor), a fim de evitar os riscos de exposição do aplicador ao produto e também de contaminação do meio ambiente. Produção sem desperdício de água Com a escassez de recursos hídricos no país, a irrigação também foi tema de destaque durante a programação do Seminário. De acordo com o palestrante Gláucio Genúncio6, professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFMT), o uso inadequado da água na agricultura tem gerado danos irreversíveis para o mundo e a crise hídrica impacta diretamente a produção de hortifrútis, pois são altamente dependentes de água. Por isso, segundo ele, “o melhor sistema de irrigação em relação ao aproveitamento de água é a microaspersão ou gotejamento, que possibilita 90% de aproveitamento”. É o que também recomendou, Luis Fernando Novaes de Senna7, proprietário da Nova Agrícola, que palestrou sobre a “Diminuição de perdas de água com irrigação”. Segundo ele, o sistema de irrigação por gotejamento, apresenta inúmeros benefícios, dentre os quais: baixo consumo de água - aplicação pontual próximo às raízes; boa uniformidade de aplicação – formação de bulbo molhado; fertirrigação; baixos volumes e alta frequência – melhor resposta da planta. por uma filtragem bem dimensionada. Para ele é fundamental que se compreenda que a Irrigação não é apenas molhar, mas que há toda uma técnica envolvida para obter o melhor de cada planta. “Para o planejamento adequado da irrigação tem que se levar em consideração a água disponível, a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente,


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buscando um ambiente equilibrado”, ressaltou. Gestão do negócio O palestrante Hélio Nishimura8, consultor de FLV, tratou do tema “Gestão eficiente do negócio“. Na ocasião ele ressaltou que para se obter sucesso, o produtor deve buscar entender e gerir todos os processos que demandam muitas etapas e tempo, mas que são os diferenciais para o ganho/lucratividade da produção. “Não basta controlar, precisa analisar os fatores e enxergar o produto de forma global, em todas as esferas”, afirmou. De acordo com o especialista uma boa gestão é o resultado da integração entre pessoas (capacitação, treinamento), processos (procedimento padronizados, regras claras e controle constante) e tecnologias (informação em tempo real, agilidade no registro, compilação e atualização dos dados, gestão de informação integrada), visando sempre a melhoria de resultados – em termos de produtividade, qualidade e eficiência. Processamento e agregação de valor Caroline Grandini9, nutricionista o Grupo Hortifruti, trouxe em sua palestra, informações sobre a importância das tecnologias de higienização e processamento de folhosas, principalmente de automação do processo. Segundo a profissional, atualmente há vários modelos de maquinários disponíveis no mercado para esta finalidade e os benefícios deste investimento são inúmeros: produtividade, redução de custos com mão de obra, maior padronização e segurança sanitária

dos processos. "Higienizar e processar hortaliças em mais de 30 lojas exige muitos investimentos em equipamentos, equipe, treinamentos, controle de qualidade e gestão", comentou. Neste sentido, é importante que o produtor esteja atento à alguns critérios na hora da escolha das tecnologias de processamento, conforme ressaltou o palestrante Paulo Schincariol10, sócio da NHS Máquinas, durante o Seminário. “Como a compra de maquinário é cara e exige a sua manutenção por muitos anos, no mínimo de 10 a 15 anos, é fundamental que se conheça bem a empresa da qual irá adquirir o maquinário por meio de visitas à sede da empresa para conhecer estrutura e os produtos, os fornecedores e clientes atendidos, bem como checar se o fabricante é especializado em IV Gama, o que é um diferencial importante, pois entenderá as especificidades do negócio”, orientou. A Natural Salads, marca vinculada ao Grupo Campanha, também reforça o time de cases de sucesso no investimento em processamento e valor agregado para o mercado consumidor. De acordo com Fernando Campanha11, CEO da companhia, desde 2010, a empresa investe em saladas processadas, prontas para consumo, visando atender a uma demanda crescente do mercado brasileiro por praticidade e conveniência, algo já bastante valorizado pelo consumidor europeu. Segundo Campanha, “a Natural Salads possui parceria com pequenos produtores rurais, a fim de assegurar a obtenção de produtos de alto padrão de qualidade, que transmitam confiança e segurança ao consumidor, que está cada vez mais exigente em relação à isto”.

Confira também os depoimentos de alguns participantes deste evento no site da ABCSEM www.abcsem.com.br


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