Newsletter Museu do Douro // agosto 2023

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www.museudodouro.pt newsletter 36 ANO IV, AGOSTO 2023
museu do douro
©André Macedo
índice Editorial Faz falta saber Exposições Coleção Museu do Douro Serviço Educativo Rede de Museus do Douro Loja do Museu Restaurante Prisma do visitante 4 6 8 14 21 31 36 37 38

A convite do Museu do Douro, Vila Flor apresenta com muita honra e estima o editorial da newsletter do mês de Agosto.

Efetivamente, Vila Flor é um Concelho privilegiado por ter a particularidade de apresentar-se como Trás-os-Montes e Douro. Estando situado na área planáltica de Carrazeda, tendo a norte a serra de Bornes, a este o vale da ribeira da Vilariça e a oeste o vale do rio Tua a fazer fronteira natural, Vila Flor localiza-se na chamada Região Demarcada do Douro, que dispensa apresentações, não fosse este local classificado pela UNESCO como Património da Humanidade.

Tendo como base da economia desta região o turismo, a gastronomia e os vinhos, é no entanto ao Rio que deve o seu nome, por entre socalcos e patamares que desafiam a natureza, montanhas acidentadas salpicadas de verde vinha e veias generosas aqui tão próximas, onde barcos desfilam serenamente. O rio Tua, afluente da sua margem direita, visita no seu caminho 2 distritos, Bragança e Vila Real, e 5 Concelhos, para além de Vila

Flor, Mirandela, Carrazeda de Ansiães, Murça e Alijó. Falar de Tua remete-nos obrigatoriamente para a linha férrea. Até 2008 o rio podia ser contemplado numa viagem de comboio na Linha do Tua, entre Mirandela e a Estação Ferroviária do Tua, na freguesia de Castanheiro. Lamentavelmente, esta linha foi encerrada devido a razões ditas económicas mas também políticas. Esperamos que a coragem dos governantes e as condições para a implementação do Plano de Mobilidade do Tua tenha o devido reconhecimento, pelo mérito e por uma questão de justiça social, pela qual os territórios do interior norte tão fustigados sentem o esquecimento, o isolamento e a indiferença.

Douro é mais que agricultura, história e natureza, é também cultura, onde o Museu do Douro ganha uma expressão de excelência, com a afirmação deste território como uma região fortemente apetecível e inequivocamente estratégica.

Recentemente, a descentralização das comemorações de Abril que tiveram

museu do douro · agosto 4
editorial

lugar neste território deixou subtilmente a nu algumas preocupações de empresários e investidores que reconhecem o potencial da região, porém ainda por afirmar com determinação. São precisas, tal como na NUT onde Vila Flor se insere, parcerias institucionais alargadas e práticas consistentes de cooperação intersectorial que promovam as lógicas de eficiência coletiva e garantam uma adequada governança territorial.

Devem incentivar-se a cultura e as práticas do trabalho em rede, tal como acontecerá em Outubro, em Vila Flor, no âmbito do 20º aniversário da elevação do Douro a Património Mundial, num cruzamento artístico que envolve artes plásticas, literatura e artes cénicas e parcerias encetadas com o Museu do Douro, a Associação dos Amigos do Museu do Douro e a Tertúlia João de Araújo Correia. Acredito que juntos, o potencial é maior.

Convidando todos a encantar-se com o reino maravilhoso de Miguel Torga, termino com o poema do “Diário XII”:

“O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta.”

Com amizade, O Presidente da Câmara Municipal de Vila Flor

Lima

5 editorial

faz falta saber

CRIVO

No passado dia 14 de julho o CRIVO proporcionou uma manhã cheia de atividades a cerca de 50 crianças do Centro Infantil da Santa Casa da Misericórdia do Peso da Régua. Das mãos dos nossos artífices organizaram-se várias experiências sensoriais, desde sabores gastronómicos (Joana Borges), construção de instrumentos musicais (Luthier Santos Silva), reaproveitamento de materiais (Formadora Esmeralda, ARDAD) e ambientes sonoros (Ana Ferreira, Banda Marcial de Cambres).

Em agosto voltamos a organizar novas oficinas.

CELEBRAR O DOURO

No próximo dia 3 de agosto, pelas 17h00, inaugura a exposição CELEBRAR O DOURO – 20 escritores/20 anos do Douro Património da Humanidade, na Galeria d’Artes do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Coa.

Foi o gosto pelo Douro, pela Literatura e pela Arte, que levou a Associação dos Amigos do Museu do Douro, o Museu do Douro e a Tertúlia João de Araújo Correia a responder ao desafio de organizar uma antologia comemorativa do vigésimo aniversário do Douro, Património da Humanidade. Definiu-se o objetivo - compilar uma série de textos, em prosa e em versos, onde se enaltecesse tanto a singularidade da paisagem como a dureza da vida de quantos /quantas esgotaram os seus dias a cuidar da sua vida e da vida dos outros, dos detentores do poder e do dinheiro.

A prioridade foi dar a palavra aos seus escritores mais relevantes – uns enraizados na terra que os viu nascer, outros filhos da sedução de uma região que os tocou profundamente.

Associou-se ao projeto o pintor Emerenciano que recriou artisticamente os retratos dos escritores

museu do douro · agosto 6

exposição permanente

DOURO: MATÉRIA E ESPÍRITO

Douro: Matéria e Espírito foi concebida como uma síntese temporal e geográfica da Região Demarcada do Douro (RDD). Estruturada como a grande porta de entrada no Douro, apresenta as singulares características da geomorfologia da região, determinantes fatores históricos e o engenho do Homem que fundaram os alicerces da especialização deste território na produção vinícola. É a combinação de fatores naturais e humanos que Douro: Matéria e Espírito expõe.

Todos os dias:

das 10:00 às 18:00

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exposições

exposições temporárias

XI BIENAL INTERNACIONAL DE GRAVURA DO DOURO 2023

» De 10 de agosto a 30 de setembro Sala de Exposições Temporárias do Museu do Douro

» De 10 de agosto a 31 de outubro Galeria Ramos Pinto, Museu do Douro

Existem mais de duzentas Bienais no mundo, mas não é qualquer cidade que consegue realizar uma Bienal. Para uma Bienal nascer e se desenvolver, é necessário que exista uma consciência clara de

que a questão da identidade no mundo contemporâneo atravessa outros problemas que vão para além das identidades nacionais ou regionais. A construção dessa identidade é muito mais complexa do que a questão da nação ou da região.

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O Diretor e Curador da Bienal do Douro ©Yuji Hiratsuka “Marvellous Curiosities”, 2007

JAIME SILVA

Casa das Palavras

» Até 6 de agosto 2023, sala de exposições temporárias do Museu do Douro

Exposição do pintor Jaime Silva, natural de Peso da Régua, que traduz um regresso ao primordial e à memória do artista. As obras apresentadas são uma homenagem à «memória de um irrepetível tempo de infância, vivido em casa situada junto ao adro do Cruzeiro, mas também de um método de trabalho que cruza pesquisa formal, com permanente interrogação.».

Em simultâneo serão exibidas as obras doadas pelo pintor ao Museu do Douro, cuja cronologia permite uma visão antológica do percurso deste artista, cujo mérito é amplamente reconhecido no panorama artístico português.

exposições média duração

CARLOS CABRAL: RÓTULOS DE VINHO DO PORTO

» Até 31 de agosto de 2023

Exposição que pretende divulgar uma pequena parte do espólio doado ao Museu do Douro pelo colecionador Carlos Cabral, um dos maiores especialistas brasileiros na área do vinho do Porto.

Aqui se mostram alguns dos rótulos de vinho do Porto organizados originalmente pelo colecionador. Mantêm-se, por isso, os cartões e as legendas originais. A organização teve por base assuntos tão diversos como a saúde, os nomes femininos, personalidades históricas ou devoções, a importância da decoração como forma de afirmação comercial ou a ligação das casas exportadoras ao mercado britânico.

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exposições
©2023, Carlos Santos ©2023, Natália Fauvrelle/MD

exposições virtuais

SE NÃO ESTIVER CÁ NINGUÉM…

NINGUÉM VEM PARA CÁ PROGRAMA DE ARQUIVOS VIVOS

Acompanhando o projeto Vivificar foi realizada uma recolha de arquivos visuais, valorizando a produção fotográfica local. A recolha / inventário foi realizada junto de casas comerciais de fotografia e de colecionadores dos concelhos envolvidos no projeto, nomeadamente Alijó, Lamego e Torre de Moncorvo.

Documentando as representações do comum nos lugares, este registo de memórias vivas do território deu origem a três exposições virtuais, disponibilizadas na plataforma Google Arts & Culture do Museu do Douro. Num leque que abrange cerca de um século de fotografia no Douro, podemos conhecer diferentes representações das casas comerciais a trabalhar nestes concelhos.

Aceda às exposições através dos links das imagens.

Se não estiver cá Ninguém… Ninguém vem para cá - Alijó — Google Arts & Culture

museu do douro · agosto 10

Se não estiver cá Ninguém… Ninguém vem para cá - Lamego — Google Arts & Culture

Se não estiver cá Ninguém… Ninguém vem para cá - Torre de Moncorvo — Google Arts & Culture

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exposições

exposições itinerantes do Museu do Douro

INAUGURA:

CONTINUA:

Celebrar o Douro

Galeria d’Artes de Vila Nova de Foz Côa

» De 3 a 27 de agosto

©Rui Pires, Coleção Museu do Douro, MD/M-002372

Rui Pires na coleção Museu do Douro

Museu do Ferro e da Região de Torre de Moncorvo

» De 5 de agosto até 17 de setembro

© Carlos Santos

CoaDouro

MIDU | Tabuaço

» Até 31 de agosto

© Manuel Casal Aguiar

Douro, de Manuel Casal Aguiar

Museu Diocesano | Lamego

» Até 27 de setembro

museu do douro · agosto 12

2020 “Douro Património Contemporâneo”

– Memória com Futuro

Posto de Turismo – São João da Pesqueira

» Até 16 de outubro

Auditório Municipal de Freixo de Espada à Cinta

» Até 31 de outubro

*As datas apresentadas poderão sofrer alterações de acordo com a agenda do Museu do Douro e/ou dos locais mencionados.

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© João Pedro Marnoto Nove meses de inverno e três de inferno, de João Pedro Marnoto
exposições
© Foto de João Galamba de Oliveira, Conjunto: Linhas do Douro Concurso Internacional de Fotografia

coleção Museu do Douro

» ESTUDOS DE COLEÇÃO –OS RÓTULOS DE VINHO DO PORTO

O estudo das coleções durante o processo de inventário permite aprofundar um pouco mais a informação disponível sobre cada artefacto. Temos estado a trabalhar sobre as nossas coleções de rótulos, procurando saber um pouco mais sobre produtores, artistas e datação dos milhares de exemplares que se encontram à guarda do Museu, provenientes de diferentes colecionadores e instituições. Entre outras ferramentas disponíveis, trabalhamos com os registos das marcas na Direção de Comércio e Indústria, publicados em Diário do Governo, até 1910, e no Diário da República.

O registo, que protegia a marca, incluía não apenas a designação do vinho, mas igualmente o desenho do próprio rótulo. Através desta fonte é possível situar no tempo a data de produção original dos rótulos e o uso da marca, bem como o nome do produtor do vinho.

Neste número damos destaque a alguns exemplares da coleção António Barreto, datados das primeiras décadas do século XX.

museu do douro · agosto 14
Rótulo Douro Lagrima (Tinto), 1905 | 10x12,4 cm Litografia. Corte retangular, em papel tipo bíblia, com impressão a preto (MD/M – 4644, col. MD/António Barreto)

Estes rótulos e respetivas marcas foram submetidos a registo de marca pela Real Companhia Vinícola do Norte a 5 de agosto de 1905, sendo publicados no Diário de Governo de 16 de agosto desse ano.

A sua linguagem gráfica está associada à necessidade de afirmação, por um lado, da qualidade do produto, reconhecido internacionalmente nas feiras mundiais, e, por outro, da sua autenticidade, certificada na frase “Douro Legítimo”. Este grafismo deu origem a uma série de rótulos da mesma empresa, usado para as diferentes categorias de vinhos, servindo igualmente de inspiração para outros produtores, que se socorrem da sua estrutura fazendo apenas pequenas alterações.

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coleção Museu do Douro
Rótulo Grand Prix Bruxelles 1897, 1905 | 10,2x13,4 cm Litografia. Corte retangular com letras e detalhes em dourado MD/M – 4641, col. MD/António Barreto

Este rótulo e marca foram submetidos a registo de marca a 19 de novembro de 1910, sendo publicados no Diário de Governo de 7 de dezembro desse ano, pelo comerciante de vinhos Honorio Johnston, cujos armazéns se situavam na Calçada Serpa Pinto em Gaia. Como o nome do comerciante não se encontra no rótulo, só através da investigação do registo foi possível saber quem comercializava este vinho e, consequentemente, produziu o rótulo.

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Rótulo Colibri, 1910 | 11,2x12 cm Offset. Termoestampagem, relevo seco, ouro, cortante regular com cantos arredondados. MD/M – 4643, col. MD/ António Barreto

» COLEÇÃO IVDP

A comunicação do vinho do Porto junto dos vários mercados está associada a inúmeras ações, que não se limitavam às feiras agro-industriais. Esta atividade de propaganda implicou a produção de diferentes materiais visuais, impressos nos variados suportes.

O conjunto de positivos sobre vidro da Fotografia Alvão é um exemplo curioso de uma forma diferenciada de comunicar o Douro e o vinho do Porto. Não sabendo exatamente onde seriam apresentadas, o conjunto inclui 95 imagens das mais variadas temáticas que podiam ser projetadas ou visualizadas em caixas de luz.

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©2023, Enara Teixeira/MD Positivos de vidro Fotografia Alvão. Barcos rabelos no Douro, junto ao Porto. MD/M – 4335.1 Col. MD/Instituto do Vinho do Porto
coleção IVDP
Mortórios no Panascal. MD/M – 4345 Col. MD/Instituto do Vinho do Porto

» BIBLIOTECA – INCORPORAÇÕES

Foi incorporado na nossa biblioteca o catálogo "Os 500 desenhos de Silva Porto na coleção SNBA", publicado pela Sociedade Nacional de Belas Artes, no âmbito da exposição realizada em 2020. A publicação dá conta da coleção de desenhos originais, na sua maioria inéditos, adquiridos pela SNBA, constituindo um testemunho abrangente do percurso do artista.

Esta aquisição foi uma oferta da Sociedade Nacional de Belas Artes, a quem agradecemos.

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QUEIROZ, João Paulo (coord.) - Os 500 desenhos de Silva Porto na coleção SNBA. Lisboa: SNBA, 2020.

PATRIMÓNIO RDD

» REBUÇADOS DA RÉGUA

Ao sair da estação de comboio de Peso da Régua ou a cruzar a estrada nacional é possível ver as rebuçadeiras da Régua, figuras femininas trajadas de bata e lenço branco com cesta de verga pendurada ao pescoço a bradar o pregão: “Olha o rebuçado da Régua!” - de saco plástico na mão, cheio de rebuçados embrulhados em papel retorcido em forma de laçarote.

Este doce típico da Régua é feito a partir de açúcar, limão e mel, depois é levado ao lume até atingir o ponto de rebuçado, após o qual é deitado, a

ferver, numa pedra mármore fria onde ocorre a solidificação. O caramelo é então recortado em círculo com a ajuda de uma tesoura.

De acordo com informações municipais, a referência mais antiga a este doce data dos anos 40 do século XX. Em 2011, a Câmara Municipal de Peso da Régua deu um importante passo na preservação deste produto, ao proceder à sua certificação e ao registo da marca “Rebuçados da Régua”.

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© Município do Peso da Régua.

serviço educativo

EUSOUPAISAGEM – EDUCAÇÃO E TERRITÓRIO

A base da ação assenta na pesquisa de relações de experiência entre as pessoas e as paisagens.

Aposta-se na criação de contextos de experimentação, com caráter de continuidade, para a presença de crianças, adolescentes, jovens, adultos e seniores em atividades de experiência e conhecimento.

Pesquisa-se com o território e a paisagem, com o corpo e o lugar, em diálogo e tensão com diferentes linguagens e falas.

Interpelam-se as paisagens e as pessoas com o teatro, com a dança, com o vídeo, com a imagem animada, com a escrita, a geografia, a antropologia e a literatura, com a arquitetura paisagista e o cinema, com o desenho, com a fotografia e com o som.

eu sou paisagem é, desde 2006, um convite, uma convicção e uma vontade para atuar e refletir sobre a educação neste território e nestas paisagens.

museu do douro · agosto 20 serviço educativo

ONDE FICA O INTERIOR?

MOSTRA EM CARTAZES

MUSEU DO DOURO 2023

oficinas ou encontros? marcamos um ponto de encontro, conversamos sobre fotografia, sobre o lugar e saímos para andar com as câmaras... talvez com a câmara o olhar fique mais atento, vemos o lugar sobre diferentes olhares e perspetivas... questionamos. no regresso ao ponto de encontro, analisamos e voltamos a conversar sobre as imagens... pode ser sobre profundidade de campo, ou sobre o que nos faz falta no lugar,

sobre a textura da madeira, o brilho da pedra, sobre ser mais velho, sobre ser jovem, sobre as políticas governamentais para fixar pessoas, ou a falta delas... voltamos a questionar, tenho de pertencer a algum lugar, alguém perguntou... a fixação é económica, alguém disse... o que não há neste lugar e te faz falta? perguntamos...

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onde fica o interior? Mostra em cartazes. Painel 1/6 “o que há neste lugar?”. Museu do Douro, Peso da Régua. ©Paula Preto. 2023

o que há neste lugar? ficar?

ir?

o lugar por onde se anda está parado? ser de um lugar é ser de uma comunidade?

duas pessoas podem ser uma comunidade?

e tu? fazes parte de uma comunidade?

é preciso nascer aqui para ser daqui?

e tu? nasceste aqui?

conheces este lugar?

e as gentes?

quem vem lá?

os pés podem ver?

onde fica a saída? depende?...

depende para onde queres ir?

posso ficar sem me fixar?

o que é fixo?

a fotografia fixa-se?

às vezes mexe-se?

a fotografia mexe-se?

e tu? quanto tempo precisas para te fixares?

e tu? estás confortável aqui?

tens raízes aqui?

tenho raízes aqui?

é pela família do meu pai ser daqui que eu sou daqui?

é porque eu nasci aqui?

é porque eu nasci num lugar que não conheço?

é porque a minha família é de um lugar que não conheço?

ter raízes é ter família?

uma árvore tem família? e vizinhos?

e tu? tens vizinhos?

se fosses parte de uma árvore, que parte serias?

o que faz deste lugar, um lugar qual -

quer?

e tu? estás confortável aqui?

outra vez? já te disse que não? e tu? onde te sentes confortável? onde me sinto confortável?

onde vives?

entre lugares?

agora estás mais acomodada?

já não te sentes estrangeira neste lugar?...

sinto-me estrangeiro neste lugar? tenho medo do estrangeiro?

e tu? tens medo do estrangeiro?

fixar é uma questão económica? nem só económica?

vieste pelo amor, foi? foi pelo amor que vieste?

e tu? o que mais amas?

e tu? o que podes fazer por este lugar? investes neste lugar? investes longe daqui?

qual é o teu maior medo? velhice?

da solidão?

não ser lembrada?

de não me lembrar?

precisas de pertencer a um lugar para saber quem és? preciso? porquê?

e tu? o que descobriste aqui?

moscatel? o moscatel é fixe?

não é mau? mas um porto, vinho fino, com 50 anos?

quantos anos tens?

és daqui?

achas que não?

o que é necessário para se ser daqui?

museu do douro · agosto 22 serviço educativo

é só amar o aqui?

para se ser daqui é necessário querer muito ser daqui?

o que há aqui?

pessoas? árvores?

aqui há história e muita tradição? podes viver da tradição?

e se não te identificares com a tradição?

é difícil integrar uma comunidade com rituais em que não acreditas? e tu? tens costumes?

eu tenho costumes?

e descostumes?

qual é o teu lugar de descostume? como vivem as pessoas deste lugar?

porque é que ainda estás aqui?

o que não há neste lugar e que não te faz falta?

e o que é que te faz falta? o que me faz falta? pessoas?

ei, essa conversa outra vez? aqui há gente?

aqui há gente?

então, falta-te liberdade? democracia? partidos?

não? identificas-te com os partidos?

aqui há uma pseudo-aristocracia?

quem são os que são de gema?

mas, quem quem quem?

é preciso nascer aqui para se ser de gema?

mas que gema? que tipo? que ovo?

e tu? és de gema?

tens liberdade neste lugar?

eu tenho liberdade neste lugar?

nem sempre? dizer o que se pensa? a que custo?

a liberdade não se tem? procura-se?

é um exercício de muita resiliência mantê-la?

e a ti? o que te faz falta neste lugar? trabalho especializado?

concertos? música alternativa? ah, diversidade? serviços de saúde?

o lugar é um espaço físico? podes ser de lugar nenhum?

és uma pessoa mal situada?

a noite é o teu lugar? ou o teu não-lugar?

e tu? porque é que escolheste viver neste lugar?

e tu? tens relação com o lugar ou com as pessoas?

há gente aqui?

aqui há gente?

há bandos?

e tu? a que bando pertences? pertenço a algum bando?

e tu? és interior ou vives no interior?

onde fica o interior?

e onde fica o teu interior?

o meu interior?

mas, o interior é meu?

e tu? que futuro queres para o teu interior?

companhia?

gostas de andar acompanhado?

e tu, costumas andar?

os pés podem ver?

conheces o rio?

conheces o douro?

qual? o dos postais?

qual é a imagem que tens do lugar onde vives?

é uma imagem antiga?

é uma imagem que guardas num álbum de memórias?

é um álbum de família?

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é teu? é meu?

e a família é tua?

e o lugar é teu? sim? não?

depende do ponto de vista?

e tu? tens o mesmo ponto de vista desde que nasceste?

e se mudares de lugar, mudas de ponto de vista? sim? mudas?

mas para um lugar muito afastado? fica no interior? e tu? vives no interior? onde fica o interior?

o que aconteceu?

costumam acontecer-te coisas? acontecem-me coisas?

acontecem muitas coisas neste lugar?

o tempo deste lugar é lento? quanto tempo é necessário para congelar um movimento?

1/500 avos de segundo?

o lugar onde vives está parado? parado ou estagnado?

não se passa nada? posso viver num lugar de passagem? com que futuro?

o futuro de ontem que ficou amanhã? ui, estamos a filosofar?

o peixe está a desaparecer?

sim? no rio? no douro? repovoar? voar?

já foste feliz a comer peixe de rio?

o teu lugar é do lado de lá do rio?

e o teu, é do lado de cá do rio?

universal é o meu lugar sem paredes? não se passa nada aqui?

és tu que não sabes o que se passa? e ler o jornal?

os lugares precisam das pessoas? vais?

ficas?

vamos indo?

e a paisagem fica?

e a paisagem fixa?

as aldeias ficam e as pessoas vão? temos de inventar um nome novo para as aldeias? que nome?

e as pessoas são como os peixes?

e as pessoas são como os pássaros? e os pássaros são de que lugar?

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Transcrição do texto “o que há neste lugar?”. Painel 1/6.

CAFÉ CENTRAL

Mostra em postais | Adega Beça, Santa Marta de Penaguião.

Este é um programa para estar presente em diferentes lugares deste extenso território, com as pessoas que nele estão. Para conhecer as pessoas que cá vivem, os cafés são lugares que marcam as paisagens entre a casa e a rua, entre o público e o privado.

Os cafés são lugares de fronteira e de encontro. Que centralidades, que periferias? Nesta mostra apresentamos uma seleção das passagens pelos vários cafés realizadas ao longo de 2023 com a fotógrafa Paula Preto. Este é um convite a permanecer a estar nos espaços tão centrais que são os cafés nas vidas destes lugares. Procura-se questionar o que é centro e o que são as periferias, desmontar as lógicas de representação que são sempre redutoras das vidas do dia-a-dia que importa cuidar.

Café central é uma das frentes de ação do eu sou paisagem –programa de educação - Museu do Douro.

Mostra em postais.

Alfândega da Fé | Carrazeda de Ansiães | Santa Marta de Penaguião | Tabuaço

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Café Central. Mostra em postais. ©Paula Preto. 2022

CAFÉ CENTRAL

Mostra em cartazes | Museu do Douro, Peso da Régua | Agosto 2023

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Café Central. Mostra em cartazes. ©Paula Preto. 2022

BIBLIOTECAS. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO DE ARAÚJO CORREIA, PESO DA RÉGUA

Oficina em contexto no espaço da biblioteca escolar onde se constroem novos textos e novas oralidades, com as turmas do 12ºano dos cursos profissionais da Escola Secundária João de Araújo Correia, no âmbito da preparação para a apresentação das PAP (Prova de Aptidão Profissional).

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serviço educativo
Bibliotecas. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. SE 2023

Dizer ALTO

[A OITAVA MARAVILHA DO MUNDO]

O mundo não está bem organizado. Já não é só a complicada história do que falta a uns e sobeja a outros, é, para este caso de agora, o grave delito de não se trazer a esta estrada todos os portugueses de aquém e de além, para que nos seus olhos ficasse a formidável impressão destas encostas cultivadas em socalcos, cobertas de vinhas de cima a baixo, a grafia dos muros de suporte que vão acompanhado o fluir do monte, e as cores, como há-de o viajante, em prosa de correr, dizer o que são estas cores, é o jardim do solar de Mateus alargado até ao horizonte distante, é a floresta junto do rio Tuela, é um quadro que ninguém poderá pintar, é uma sinfonia, uma ópera, é o inexprimível. Por isso mesmo quereria ver nesta estrada um desfile ininterrupto de compatriotas, sempre por aí abaixo até Peso da Régua, parando para dar uma ajuda aos vindimadores de monte acima, aceitando ou pedindo um cacho de uvas, cheirando o mosto dos lagares, metendo neles os braços e tirando-os tintos do sangue da terra. O viajante tem destes devaneios, e espera que lhos desculpem, porque são de fraternidade.

Vai a estrada em seu sossego de curva e contracurva, ora desce, ora sobre, e na encosta de lá vêem-se melhor as casas, até elas condizem com a paisagem. Não são ermos estes lugares. Tempo houve, antiquíssimo, em que estas montanhas de xisto teriam sido assustadoras e eriçadas massas, recozendo ao sol de verão, ou varridas de cataratas de água nos grandes temporais, imensas solidões mi-

nerais que nem para desterro serviriam. Depois veio o homem e pôs-se a fabricar terra. Desmontou, bateu e tornou a bater, fez como se esfarelasse as pedras entre as palmas grossos das mãos, usou o malho e o alvião, empilhou, fez os muros, quilómetros de muros, e dizer quilómetros será dizer pouco, milhares de quilómetros, se contarmos todos os que por esse país foram levantados para segurar a vinha, a horta, a oliveira. Aqui, entre Vila Real e Peso da Régua, a arte do socalco atinge a suma perfeição, e é um trabalho que nunca está concluído, é preciso escorar, dar atenção à terra que aluiu, à laje que deslizou, à raiz que fez de alavanca e ameaça precipitar o muro no fundo do vale. Vistos de longe, estes homens e estas mulheres parecem anões, naturais do reino de Lilipute, e afinal desafiam em força as montanhas e mantêm-nas domesticadas. São gigantes pessoas, e isto não passa de imaginações do viajante, que as tem pródigas, quando se está mesmo a ver que têm os homens o seu tamanho natural, e basta.

O almoço é em Peso da Régua e dele não ficou cheiro nem sabor para a memória. Ainda sentado à mesa, o viajante consulta os seus grandes mapas, segue com um dedo decifrador o traçado das estradas, e faz isso lentamente, é um prazer de criança que anda a descobrir o mundo. Tem os seus projectos, por esta margem do Douro até Mesão Frio, mas de súbito vem-lhe uma grande saudade do caminho que ainda agora percorreu, e a saudades assim que fará o

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viajante senão render-se? O mais que pôde fazer, e com isso não perdeu, foi subir até Fontelas, e mais acima, entre as quintas, vendo do alto os socalcos, o rio ao fundo, parando com uma grande paz na alma diante dos pequenos e recolhidos solares, rústicos netos de Nazoni, arquitecto santíssimo que a estas terras veio e nelas felizmente abundou em prole. Torna o viajante a descer a Peso da Régua, atravessa a vila sem parar, e é um viajante atormentado de dúvida, que tanto tem na vontade subir até Vial Rial como ficar pelas encostas de Fontelas e Godim, entre os muros, batendo aos portões das quintas como os garotos e fugindo ao ladrar dos cães. Santa vida.

Facilmente se compreende que o viajante vai em recordações da sua própria infância passada noutras terras, e dessa distracção acorda por alturas de Lobrigos: Uma vez mais pasmado diante dos vinhedos, sem dúvida é esta a oitava maravilha do mundo. Passa Santa Marta de Penaguião, Cumieeira, até Parada de Cunhos, e aí, voltando costas ao rio Corgo, enfrenta o Marão.

José Saramago, Viagem a Portugal. [18.ª ed] Lisboa: Editorial Caminho, 1995

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rede de museus do douro

A Rede de Museus do Douro, ao unir diferentes tipos de espaços museológicos, pretende também contribuir para a sua divulgação junto das comunidades de visitantes. Seja aproximando a comunidade local dos seus espaços, seja divulgando estas estruturas a quem nos visita, esta publicação é também um incentivo para partir à descoberta do território duriense. Através de diferentes coleções, os espaços aderentes permitem conhecer outras facetas do Douro, um território cuja paisagem é património Mundial!

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MUD

MUSEU DO IMAGINÁRIO DURIENSE

(MIDU)

Exposição de Fotografia COADOURO

Patente no Museu do Imaginário Duriense (MIDU).

» Até 31 de agosto de 2023.

MUSEU DO CÔA E PARQUE ARQUEOLÓGICO DO VALE DO CÔA

No âmbito do 27º aniversário do Parque Arqueológico do Vale do Côa, a 11 de agosto irão ser inauguradas duas exposições no Museu do Côa.

» Bienal Internacional Gravura Douro 2023, que será inaugurada na sala 1 do Museu do Côa, que conta com obras de vários artistas, nomeadamente obras do mestre Silvestre Pestana, com a curadoria de Nuno Canelas. Estará disponível ao público de 11 de agosto a 31 de outubro.

» Exposição “Todos os Animais": obra realizada por Luís Paulo Costa entre 2020 e 2021 é constituída por uma série de centena e meia de elementos e irá estar disponível de 10 de agosto a 19 de novembro.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» segunda a sexta: 9:00 às 12:30 | 14:00 às 17:30

» sábados, domingos e feriados: mediante marcação prévia

Bilhete: gratuito.

Contactos: museum@cm-tabuaco.pt

254 787 019

Rua Macedo Pinto, 5120 Tabuaço

museu do douro · agosto 32

Primeiro, são fotografadas as mãos do artista, conduzidas mais pela intuição do movimento e fortaleza do que pela intenção de captar figuras precisas. Posteriormente, são impressas e recebem cor – sempre em derivações de cinzento.

As mãos do artista como que dançam – tocam-se e encostam-se, sobrepõem-se e agarram-se. Levemente ou com firmeza.

Não há aqui animais, os animais são então uma metáfora para falar de pulsões - do desejo, do entrelaçamento dos corpos, das suas temperaturas, sem recurso à linguagem verbal.

Serão promovidas também as atividades inseridas na iniciativa “Ciência Viva no Verão”. No verão, a ciência sai à rua com diversas ações organizadas pelo Museu do Côa - Centro Ciência Viva. Esta articulação com as instituições científicas, autarquias, empresas, ONG e associações científicas permite dinamizar atividades direcionadas a pessoas dos 0 aos 100, até 15 de setembro.

Na edição deste ano do Ciência Viva no Verão vamos estar atentos aos “Alertas da Natureza", com uma programação especial dedicada às alterações provocadas pela ação humana no planeta, comissariada pelos investigadores Maria Amélia Loução e Filipe Duarte Santos. Observar o Sol ou o céu noturno, a biodiversidade, conhecer a geologia que deu origem à paisagem são alguns exemplos de ações em que pode participar.

As inscrições são feitas em: https://www.cienciaviva.pt/verao/2023/

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

Todos os dias das 09:00 às 17:30

Bilhete: 7€

Passaport Mud: 20% desconto.

Contactos: museugeral@arte-coa.pt

279 768 260

Rua do Museu | 5150 – 620

Vila Nova de Foz Côa

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MUD

CIMI | CENTRO INTERPRETATIVO DA MÁSCARA IBÉRICA

Durante o mês de agosto, encontram-se patentes ao público as seguintes exposições:

» Exposição do 1º Raid Fotográfico "Caretos de Lazarim na Alcaria de Mazes";

» Exposição "Máscara de Lazarim Identidade de uma comunidade";

» Exposição "Entrudo de Lazarim - Domingo-gordo e Terça-feira Gorda";

» Exposição "BUUU por detrás da Máscara"

Tendo em conta as férias escolares, os visitantes podem contar com um conjunto de atividades como: o "jogo do galo com máscara", "encontra as diferenças", "palavras cruzadas", "as máscaras de Lazarim" entre outras.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» terça a domingo: 10:00 às 12:30 e das 13:30 às 17:00

Bilhete: gratuito

Contactos:

cimi@cm-lamego.pt

254 090 134

Rua José de Castro, 5100-584 Lazarim

MUSEU DO VINHO, S. JOÃO DA PESQUEIRA

No âmbito do programa "Atividades de verão IPSS", serão efetuadas visitas guiadas, direcionadas ao público-alvo das IPSS do concelho de São João da Pesqueira, a decorrerem até setembro de 2023.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

De segunda a domingo: das 10h00 às 18h00

Bilhete: 4€

Passaport Mud: 20% desconto

Contactos:

mvp@sjpesqueira.pt

254 489 983

Avenida Marquês de Soveral, n.º 79

5130 – 321 S. João da Pesqueira

museu do douro · agosto 34 rede de Museus do Douro

ADEGA DAS GIESTAS NEGRAS

O Museu - "Adega das Giestas Negras " é uma adega de MDLXXV (1575), data gravada na padieira da porta, recuperada e adaptada a Museu em 2006, situado no coração da Quinta dos Mattos. Tem dois lagares (de 12 e 4 pipas) e uma dorna, todos em xisto, uma prensa de fuso, em madeira de castanho, com cerca de oito metros de comprimento, com mais de 300 anos. Aqui estão expostas muitas peças antigas, pertença da família, relacionadas com a atividade vitivinícola.

Durante o mês de agosto estarão ao dispor dos visitantes, para além da visita guiada ao museu, programas de visita guiada às instalações de vinificação e envelhecimento, bem como a degustação dos seus vinhos.

PROVA DE VINHOS WINE TASTING

Marcação / booking / reservátion:

» 10:00 - 16:00 - segunda a sexta-feira / monday to friday / du lundi au vendredi

» sábado por reserva / saturday by reservation / samedi sur reservation

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» segunda a sexta:

Das 10:00 às 16:00;

» Aos fins de semana sob marcação prévia;

Bilhete: 5€, inclui visita e prova de vinho do Porto

Passaporte Mud: 20% desconto

Contactos:

254 920 214 | 965 519 991 coimbrademattos@gmail.com

Casa da Calçada, n.º 65 | 5050 – 042 Galafura

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© site CM Peso da Régua
MUD

loja museu do douro

Novidades de agosto. na Loja do Museu do Douro. http://loja.museudodouro.pt/

museu do douro · agosto 36

restaurante a companhia

//MAIS INFORMAÇÕES:

» Facebook: www.facebook.com/ acompanhia.pt

» Através do e-mail: info.acompanhia@gmail.com

» Contacto: 93 215 01 01

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loja museu do douro & restaurante

prisma do visitante

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Ficha técnica:

Título: Museu do Douro

Subtítulo: Newsletter

Nome do Editor: FUNDAÇÃO MUSEU DO DOURO

Periodicidade: mensal

URL: https://issuu.com/museudodouromd ISSN 2795-5877

museu do douro · agosto 48 prisma do visitante

museu do douro newsletter

geral: (+351) 254 310 190 | loja: (+351) 254 310 193

e-mail: geral@museudodouro.pt website: www.museudodouro.pt

Rua Marquês de Pombal 5050-282 Peso da Régua

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