

Bloco de Notas do MD

EXPOSIÇÃO PERMANENTE DOURO: MATÉRIA E ESPÍRITO
Douro: Matéria e Espírito foi concebida como uma síntese temporal e geográfica da Região Demarcada do Douro (RDD). Estruturada como a grande porta de entrada no Douro, apresenta as singulares características da geomorfologia da região, determinantes fatores históricos e o engenho do Homem que fundaram os alicerces da especialização deste território na produção vinícola. É a combinação de fatores naturais e humanos que Douro:MatériaeEspíritoexpõe.



DESTAQUE EXPOSIÇÃO
PERMANENTE
OS TRABALHOS
E OS DIAS
Designação: Cesto vindimo
N.º inventário: MD/M-007934
Material: madeira de castanho
Dimensões: A 750 x L 543 x P 486 cm
Marca/Local: ARC e sem marca
Datação: Séc. XX
Cronologia: Pertenceu a Isabel Perfeito de Magalhães, de Lamego, Cambres, Rio Bom, que a ofereceu à ACAD em 03/08/1982.
Descrição:
Instrumento de acarreio humano, de fundo quadrado e corpo oblongo, mais largo em cima. Duas asas em arco, reforçadas por fitas, cravadas no bordo, dispostas simetricamente. A meio emerge a estribeira. No interior fundo amovível de folha. Usado com auxílio de uma trouxa, rodilha e gancha, que permitia compensar a força exercida pela cabeça e equilibrar o cesto durante o percurso.
Este objeto foi usado até meados da 2ª metade do século XX para transportar as uvas desde as vinhas até ao lagar ou para carros colocados em locais estratégicos nos caminhos das propriedades. Os mais antigos tinham uma capacidade que podia atingir os 100 Kg. Foram preteridos em relação a baldes e contentores de plástico de menor capacidade quer por questões de higiene quer por questões de saúde, dado o elevado peso que conseguiam transportar. Atualmente o seu uso na região é maioritariamente turístico.

MD/M-007934 ©2015, Marco Aurélio Peixoto/MD https://tinyurl.com/2n5frtry

MD/M-002640 ©2021, Egídio Santos, Coleção MD https://tinyurl.com/yjca3tu2

Homem a carregar cesto, Quinta do Noval ©1985, Out., Georges Dussaud, Col. MD

Feitor a orientar homens na carregação dos cestos vindimos, Quinta do Infantado ©1985, Out., Georges Dussaud, Col. MD
EXPOSIÇÕES ITINERANTES
MUSEU DO DOURO
CONTINUA



COLEÇÃO CARLOS CABRALRÓTULOS
El Corte Inglés de Vila Nova de Gaia
> Até 27 de outubro
MITOS, DE CARLOS CARDOSO
CITICA - Centro de Inovação Tecnológica
INOVARURAL de Carrazeda de Ansiães
> Até 2 de fevereiro 2025
JAIME SILVA NA COLEÇÃO MUSEU DO DOURO
Bienal de Arte Contemporânea de Trás os Montes
Museu de Arte Sacra de Macedo de Cavaleiros
> Até 30 de novembro
INAUGURA



9 MESES DE INVERNO E 3 DE INFERNO, DE JOÃO PEDRO
MARNOTO
Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real
> A partir de 11 de outubro
VIA ESTREITA, DE CARLOS CARDOSO
Núcleo Museológico Porta dos Figos, Lamego
> A partir de 23 de outubro
DOURO, DE CASAL AGUIAR
Museu da Vila Velha de Vila Real
> A partir de 18 de outubro
*As datas apresentadas poderão sofrer alterações de acordo com a agenda do Museu do Douro e/ou dos locais mencionados
EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
PAIXÃO PELO DOURO
MILLA CHANG
Nascida em Taiwan, Milla Chang é uma artista residente em Portugal que, utilizando os conhecimentos adquiridos da caligrafia tradicional oriental e de mais de duas décadas como designer de joalharia tradicional oriental, desenvolveu um estilo peculiar de representar os vinhedos do Douro, refletindo nas suas obras a vivência de duas culturas diferentes. Rodeada por vinhedos do Alto Douro, recebe do meio envolvente toda a inspiração para as suas obras, onde a representação quase fotográfica da realidade coabita lado a lado com traços rápidos e minimalistas.
INAUGURAÇÃO 3 DE OUTUBRO | 16H30

EXPOSIÇÕES VIRTUAIS
ARQUITETURAS DA PAISAGEM VINHATEIRA
Em 2007, o Museu do Douro levou a cabo um inventário indicativo das arquiteturas da paisagem do Douro, centrado nas formas históricas de armação do terreno para o cultivo da vinha. Estas empregam muros de pedra seca, distinguindo-se dois tipos: pré e pós-filoxera. São estas que formam o mosaico da paisagem, juntamente com outras culturas, como a oliveira, as árvores de fruto e hortas. Convidamos o público a conhecer esta exposição virtual onde se abordam os diferentes tipos de armação do terreno e a sua implementação na paisagem vinhateira.

https://tinyurl.com/ynz7bych
EXPOSIÇÃO MÉDIA DURAÇÃO
COLEÇÃO NATÁLIA
FERREIRA-ALVES
E JAIME FERREIRA-ALVES

Esta coleção, agora ao público, reúne um conjunto de obras doadas ao nosso Museu, por Natália e Jaime Ferreira-Alves que, durante a sua vida profissional, se dedicaram ao estudo da arte, tendo por isso um natural gosto colecionista.
As pinturas expostas são da autoria de Mónica Baldaque, pintora com quem os colecionadores estabeleceram uma relação de amizade, e cujas obras se centram na paisagem do Douro.
A partir deste mês está igualmente patente uma secção dedicada a outras obras pertencentes a esta coleção, nomeadamente um conjunto de desenhos da cidade do Porto e do rio Douro, da autoria do arqueólogo amador inglês William Tipping (1816-1897).
Com o objetivo de dar a conhecer o acervo doado ao Museu, esta coleção estará patente ao público ao longo ano de 2024.
©2024, MD
EXPOSIÇÃO MÉDIA DURAÇÃO
BIENAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE TRÁS-OS-MONTES


A doação feita por Jaime Silva ao Museu do Douro, em 2023, que resultou na exposição “Jaime Silva na coleção Museu do Douro”, está presente na Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes, até 30 de novembro, no Museu de Arte Sacra de Macedo de Cavaleiros.
Esta Bienal conta com a participação de mais de 150 artistas e, além de Macedo de Cavaleiros, pode ser também visitada, nos municípios de Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta e Vinhais.
INCORPORAÇÕES
DEPÓSITO
No mês passado foi efetuado, pelo Sr. João José Menezes Noronha Lebre, o depósito de um livro semelhante aos livros de registo da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, referente à conta corrente de cascos do comissário de vinho de Embarque no distrito n.º 17, António Moreira de Carvalho e Oliveira, e relativo às despesas feitas, pelo comissário José Antunes Guimarães, com os vinhos armazenados em vários armazéns. É datado de 1808-1822, com 101 folhas.

Livro referente à conta corrente do comissário de vinho de Embarque ©2024, Col. João Menezes Noronha Lebre depositada no MD
OFERTAS À BIBLIOTECA
Foram incorporadas na nossa biblioteca cinco edições do município de Armamar que promovem o estudo e o conhecimento da história local. São um contributo para a memória e identidade de um concelho e de uma região rica em património cultural.
Agradecemos a oferta destes livros ao Município de Armamar.
- CARDOSO, Joaquim Saavedra - Fontelo de S. Domingos, terra de encantos. Lisboa: Colibri, 2019. Livro 1: Poesia.
- CARDOSO, Joaquim Saavedra - Fontelo de S. Domingos, terra de encantos. Lisboa: Colibri, 2020. Livro 2: Miradouro.
- Clube Recreativo Pioneiro de Queimadela - Queimadela : o querer e o engenho. Armamar: C.R.P., 2013.
- SANTOS, José Carlos de Jesus – Carta patrimonial do concelho de Armamar. Armamar: Município de Armamar, 2024.
- AMPV - Associação de Municípios Portugueses do Vinho. Territórios Vinhateiros de Portugal. Armamar. Cartaxo: AMPV-Associação de Municípios Portugueses do Vinho Torreão do Mercado Municipal, 2017.


COLEÇÃO MUSEU DO DOURO CONSERVAÇÃO
COLEÇÃO DE RÓTULOS, CARLOS CABRAL
Os 29 cartões com conjuntos de rótulos de vinho do Porto, doados por Carlos Cabral, em 2022 ao Museu do Douro, formam uma exposição criada pelo próprio colecionador para dar a conhecer o vinho do Porto. Uma parte desta mostra esteve exposta durante o ano de 2023 no espaço dedicado às doações feitas ao Museu.
Depois de um cuidado levantamento do estado de conservação do conjunto, onde foram observadas manchas de Foxing, devido a acidez do cartão, manchas de cola, também ácida, e deformidades nos cartões, devido ao contato com a humidade, decidiu-se realizar uma intervenção que permitisse aumentar a longevidade do conjunto.
A metodologia seguida foi o destacamento de cada rótulo, com o auxílio de vapor de água desmineralizada e bisturi, antecedida de levantamento fotográfico e inventário dos conjuntos. Alguns rótulos exigiram ações de conservação preventiva, como pequenas colagens com fita-cola acid free, de papel japonês, em pequenos rasgões ou lacerações, assim como a eliminação de vincos e dobras, através do vapor e espátula quente.
Após esta intervenção, os rótulos foram novamente colados respeitando os conjuntos originais, utilizando-se cartão livre de ácidos e fitas adequadas. Estes cartões foram aplicados sobre vinis com legendagem em português e inglês, adaptada do original português do Brasil, permitindo a itinerância da exposição, cumprindo-se assim o objetivo do doador.



e acondicionamento dos
Preparação
rótulos da Coleção Carlos Cabral ©2024, MD
COLEÇÃO MUSEU DO DOURO
COLEÇÃO IVDP
Destaque da coleção IVDP dedicado às empresas exportadoras de vinho do Porto e cujo espólio de rótulos foi conservado durante décadas pelo Instituto. No portal de coleções do Museu do Douro é possível consultar o espólio inventariado e progressivamente digitalizado pelo Museu para divulgar a história da região.
ANTÓNIO DA ROCHA LEÃO
Empresa exportadora de vinho do Porto fundada por António da Rocha
Leão em 1870. António da Rocha Leão foi um insigne Gaiense, tendo integrado a Comissão Administrativa Municipal, aquando da criação do concelho e município de Vila Nova de Gaia, em 1832. Os vinhos da empresa foram distinguidos em inúmeras exposições internacionais nas décadas de 80 e 90 do século XIX, tendo cessado atividade em 1933.
Cronologia
1870 – Fundação da empresa 1888 – Medalha em Berlim 1893 – Medalha em Chicago 1897 – Medalha em Bruxelas 1900 – Medalha em Paris 1907 – Inscreveu-se na Alfândega do Porto como negociante exportador de vinho do Porto sob o número 113 1912 – Rua Serpa Pinto 39, Vila Nova de Gaia 1913 – Surge no Diário da República, de 14 janeiro, como inscrito na lista de exportadores de vinho do Porto, categoria negociante 1926 - Cessa atividade 1931 – Recomeça a atividade sob o número 126 1933 – Cessa definitivamente
Fonte: PINTÃO, M.; CABRAL; C. - Dicionário ilustrado do vinho do Porto. GUIMARÃES, J.A.G.; GUIMARÃES, S. – Prontuário Histórico do Vinho do Porto. https://digigov.cepese.pt/ consultado em 09/08/2024

Rótulo, contrarrótulo e cápsula que compõem a garrafa do vinho velho do Porto Reserva entregues ao IVP para dar cumprimento ao artigo 7º, do decreto nº. 22.461, que decreta a organização de um arquivo ou registo de todas as marcas de exportação. Esta versão data de 7/8/64.
MD/M-007909 ©2024, Col. MD/IVDP https://tinyurl.com/mw8rhhwk

Rótulo de vinho do Porto Reserva, 1870, com formato retangular e cortante regular, onde se destaca o fundo branco com as inscrições a azul e cinza e o escudo. A primeira versão de registo deste rótulo surge no Diário do Governo de 8 de outubro de 1908.
MD/M-4051.015 ©2024, Col. MD/IVDP https://tinyurl.com/ycxerh2k


MD/M-7621,col. MD/IVDP ©2024, MD https://tinyl.io/BTt2
PATRIMÓNIO RDD
UM MONTE, TANTA HISTÓRIA
Subir ao monte de S. Domingos, em Fontelo de Armamar, é regressar a um passado longínquo, é juntar-se a uma caravana imensa de homens, mulheres e crianças que ali demandaram, ao longo dos séculos, em busca de cura para os seus males, de refúgio para as suas inquietações, de uma pausa na vertigem do tempo de trabalho, de uma resposta às perguntas inquietantes que, em catadupa, surgem nos caminhos da existência.
Desde os adoradores pagãos da Deusa Mãe Terra, ao primitivo culto romano de sabor pré-cristão, favoráveis à fertilidade do homem e da terra, pedindo descendência, colheitas abundantes ou agradecendo seus filhos, vislumbra-se, sempre, o intuito de encontrar sossego de alma, que lhes permitisse, descendo das alturas (aí mais próximos do infinito), regressar ao seu chão e continuar, com mais certezas, a peregrinação dos seus dias. Não deixa de ser saboroso e reconfortante, a quem souber escutá-la, ouvir a lição admirável de fé e de coragem que o local frondoso, de ar puro e céu límpido, ainda apregoa na sua imponente serenidade rochosa, nos seus 730 metros de altitude.
Sobranceiro ao Alto Douro vinhateiro, deslumbra o seu horizonte, onde a vista lobriga ao longe, na distância perdida no espaço, terras de Portugal: e é Resende, Mesão Frio, Peso da Régua,

Santa Marta de Penaguião, Via Real, Sabrosa, Alijó, Moimenta da Beira, Tarouca, Lamego e Armamar.
E o rio Douro, lentamente como que descansando do longo percurso estreito e caudaloso, espraia-se frente à cidade da Régua, convidando a um passeio de barco por entre vinhedos e aldeias alcandoradas nos cimos dos montes ou mesmo saudando quem passa ali juntinho à beira rio. E as vinhas em socalcos, autêntica obra de arte do homem duriense, mesmo à nossa frente, continuam a produzir o delicioso vinho do Douro ou do Porto.

TANTA HISTÓRIA
A Crença/Fé levantou a ermida, bela, rústica, mas sempre acolhedora, nos dias de festa como na solidão da reflexão individual, onde, na lonjura dos tempos, pontificava um templo pagão. Mudam-se as crenças, mudam-se os espaços. Dela fala a memória descritiva, aí presente, esclarecendo os transeuntes de forma útil, bela e profissional: “Possui planta longitudinal, composta por larga nave, capela-mor mais baixa e estreita e sacristia adossada à fachada lateral esquerda. De volumes articulados, com coincidência entre o exterior e interior, tendo coberturas diferenciadas de duas águas. Mantem uma estrutura românica, com raras fenestrações, cachorradas no remate e uma porta travessa em arco de volta perfeita com arestas
boleadas e tímpano ornado. Apresenta elementos góticos e de transição para o Manuelino nos perfis do portal axial, no portal da sacristia com duplo arco canopial, na janela da capela-mor e no arco triunfal. Fachadas em cantaria de granito em aparelho isódomo, superiormente com gárgulas maneiristas. Torre sineira maneirista e barroca. Fachadas principal e posterior, em empena, tendo nos vértices, respetivamente, uma cruz flordelizada e a imagem de S. Domingos”.
A LENDA
Existe uma lenda da fertilidade, relacionada com a pedra propiciatória do culto pagão, situada na parte exterior da porta da sacristia, que afirma que os casais inférteis que durmam sobre ela terão descendência assegurada.

O rei D. Afonso V e sua mulher D. Isabel andavam desolados porque os anos iam passando sem conseguirem ter um filho para lhes suceder no trono de Portugal. Tendo tomado conhecimento que no cimo do monte “Fontelo, em Queimada”, Armamar, havia uma capela dedicada a S. Domingos de Gusmão, centro de grande devoção popular, resolveram ir lá em peregrinação, aquando da passagem do Rei para a batalha de Toro, pedir a graça que desejavam. Foram atendidos, pois em 16/02/1454 nascia uma linda menina a quem puseram o nome de Joana. Anos passaram e mais tarde foi a Santa Joana, Padroeira da Cidade e

Diocese de Aveiro, cuja Festa, a Igreja Católica celebra a 12 de Maio.
Também o seu filho D. João II com sua esposa D. Leonor terão feito o mesmo, anos mais tarde, para obterem sucessão ao trono. Voltaram a S. Domingos, uma segunda vez, em finais de Setembro de 1483, em ação de graças, já, na companhia do seu filho, o Infante D. Afonso, nascido a 18 de Maio de 1475, que viria a falecer pouco tempo depois, a 13 de julho de 1491 num trágico acidente. D. João de Meneses, conde de Cantanhede, era o aio do príncipe D. Afonso, agora com 16 anos. Num passeio de cavalo em Alfange, Santarém, em que ambos corriam de mão dada, o cavalo espantou-se e o príncipe caiu e morreu. Era o único filho e herdeiro de D. João II e de D. Leonor. O Rei tanto adorava este seu filho que, em sua homenagem, batizou de Príncipe a menor ilha do arquipélago de São Tomé e Príncipe. A atual capela terá sido reedificada depois da segunda visita de D. João II, em 1483.
Ainda, hoje, se acredita na lenda da fertilidade, pois encontram-se, frequentemente, velas acesas sobre a dita pedra, em sinal de agradecimento ou pedido de descendência. As pedras desta capela, gastas e velhinhas, são testemunhas das pegadas de uma história vivida, sobretudo, por gente anónima, continuando a propor, a todos os visitantes, a sua proximidade com o divino.
De recordar a presença de civilizações antigas que por aqui deixaram vestígios, ainda hoje, reconhecíveis. E foram os povoados da Idade do Ferro que aqui assentaram a sua “cultura castreja.” (II milénio A.C.). Aqui criaram os gregos a sua cidade de Laconimurgo, mais tarde romanizada. Numa rebelião destes povos contra o invasor romano, imperador Trajano, foi incendiada e destruída para ser reconstruída e fortificada, agora, à maneira romana. Desses tempos ficou a memória nos topónimos Queimada e Queimadela, assim como nos parcos restos das duas linhas de muralhas, cujas pedras apresentam, na sua construção, as formas, umas em “espiga de trigo”, outras de “testa e peito”.

A situação geográfica do monte oferece uma visão total da região em todas as direções, permitindo o controlo de todo o movimento na campo militar, agrícola ou comercial.
A arqueologia tem, ainda, muito que descobrir, sobretudo, no vale de Nazarães onde nazarenos (designação dada aos cristãos primitivos no séc. I d.C. derivada de Nazaré, terra de Jesus) e sarracenos (muçulmanos) lutaram pela posse desta terra fértil na Idade Média e Reconquista Cristã. A localização e identificação, há pouco confirmada, nesta região, de um menir (V milénio a.C.) de grandes dimensões, exemplar raro e um dos mais

altos da Península Ibérica, aponta para a riqueza arqueológica que, por aqui, possa estar escondida.
Riquíssimo o interesse paisagístico, social, cultural e histórico do património desta nossa terra. E veio-me à memória palavra de Miguel Torga, no seu
Diário XII, absorto na sua contemplação da natureza que o rodeia:
“O Douro sublimado.
O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos, a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a refletir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta.”
Visitar estes espaços faz bem à alma e tonifica o corpo.
Pe. Artur Mergulhão
“NÃO SE ESQUEÇAM DE MIM”
Por José Pessoa Colaborador voluntário do Museu do Douro
Há uma diversidade de tipologias raramente existentes nos Museus de Arte ou nos arquivos documentais, que são objeto da atividade regular de um Museu como o do Douro, onde se conjuga a memória de uma região, ultrapassando fronteiras administrativas e também as conceções formais do que se entende por inventário patrimonial. Ora nem só nas obras de arte de elite existem memórias importantes, nem estas têm o exclusivo da criação artística.
Creio que em Outubro de 2019, o departamento de museologia do Museu do Douro levou a cabo uma muito louvável tarefa de documentar fotograficamente a muito notável coleção de ex-votos existente no Núcleo Museológico da Casa dos Milagres, instalado no Santuário de Perafita1.
Classificado como imóvel de interesse público em 2013, foi este património beneficiado com diversas obras procurando colmatar as degradações existentes e, cinco anos depois, em 2018, com o arranjo expositivo do seu invulgar acervo. Em Março desse ano foi publicado um valioso catálogo, editado pela Direção Regional de Cultura Norte2, com o título de “Tábuas de Salvação, os ex-votos do Senhor de Parafita e seu Santuário”. Tema muito raro, senão único em instituições oficiais, inteiramente justificado pela vastidão do respetivo núcleo.
1 Povoação elevada a categoria de Vila em 2005, pertence à União de Freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo
2 Entidade autora da intervenção de conservação.
Embora sendo para nós bem conhecidas centenas de igrejas, capelas e ermidas, bem como as respetivas sacristias, e nelas tendo muitas vezes encontrado ex-votos de vários tipos, nunca tínhamos localizado um conjunto tão numeroso e diversificado. Procurámos, pois, documentar-nos sobre o tema.
Para nossa surpresa têm sido efetuadas recentemente diversas exposições de ex-votos, que acentuam sobretudo o caráter religioso de uma prática que na religião cristã se terá iniciado no séc. IV, inspirada por usos pagãos muito anteriores, abandonada durante um largo período histórico e retomada na formula que conhecemos a partir do séc. XVII. É consensual que a execução destas imagens, em pintura, madeira, pedra, moldes de cera, etc. foi regularmente executada por profissionais, artistas locais a quem eram encomendadas estas mensagens a um Santo ou a Deus, agradecendo o sucesso de pedidos ou promessas, com que doentes tinham obtido a cura ou a sobrevivência de viajantes ou militares.
Há que referir que em Portugal, durante a Guerra Colonial, foi muito utilizada a Fotografia, não só profissional mas de origens comuns, antecipadamente procurando a salvaguarda física de parentes que foram cumprir comissões em regiões de combate.
Das exposições que não tivemos o gosto de visitar, desconhecendo-as à data da sua realização, parece-nos de salientar a promovida pela Broteria, que nos parece ter procurado objetivos mais largos, pelo menos é o que os textos sobreviventes demonstram.
Voltando ao Catálogo publicado pela DGPCN, cujo valor já foi por nós reconhecido. Porém não deixamos de fazer alguns reparos, construtivos mas inevitáveis.
Se o texto de apresentação de António Ponte nos parece irrepreensível, e que subscrevemos com muita satisfação, já o texto principal, “NoPrincípioéooutroouoex-votocomosintagmaritualdapersonalidade.UmenquadramentoantropológicoparaosEx-votosdo SenhordePerafita”, de José Carlos Lopes de Miranda, é evidente que as opções filosóficas e antropológicas são livres na imensidão da sua diversidade, mas neste caso foram excessivamente dominadas por uma opção religiosa muito personalizada. Por exemplo, entendemos que a consciência do “tu” e do “eu” é muito anterior à organização da primeira religião, e consideramos que a linguagem religiosa é consequência de um meio social, logo cultural.
Mas as nossas opiniões são certamente muito discutíveis.
Não é demais valorizar de novo este catálogo, que nos oferece as pinturas, duas por cada página, com vários dados, em que teria sido útil identificar as madeiras usadas. Passou a ser um indispensável comparativo com espécies de todo o território nacional (e não só). O que temos que considerar um erro é a não citação, nem no texto nem nas imagens, das espécies consequentes de moldagem a cera, bem como as relíquias orgânicas (ex. as tranças), elas também ex-votos, provavelmente anteriores aos pintados.
Sim, os ex-votos são a procura de uma mensagem a Deus, implorando, confiando, prometendo o cumprimento de promessas a serem cumpridas caso a divina vontade assim o entenda. Mas as grandes obras de grandes pintores, escultores e arquitetos não procuram também os mesmos objetivos?
Apesar de nunca termos dedicado uma atenção especial a este tema, não deixámos de nos aperceber de algumas características e autores anónimos que variam do Alentejo a Trás-os-Montes. Os formatos repetem-se, as cores iluminam, os ambientes são mais



ou menos dramáticos, tudo vai variando de Sul para Norte. Mas em nosso entender, há que proceder nestas obras a algumas leituras de dados que têm sido um pouco ignorados, e que estão bem presentes em Parafita. Entremos pois no Núcleo Museológico da Casa dos Milagres, onde o grande número de espécies nos permitem propor alguns padrões interessantes (ver fotos 01, 02 e 03). Em poucas horas fotografámos 53 pinturas (ex-votos), dois aspetos da sala mostrando as peças penduradas (ex-votos em cera) e dois sinos.
O primeiro tema que se repete em todas as pinturas são as camas: muitas com dossel, outras de ferro (?), outras de madeira com pro -
Fotos 01, 02 e 03 – Aspectos da exposição no interior do Santuário de Perafita

fusas decorações, etc. São camas portuguesas do séc. XVII ao séc. XIX, na sua grande maioria. Todas demonstram uma certa opulência, não são leitos de camponeses, mas sim de uma classe média alta, que consequentemente era a que tinha acesso a expor as peças que encomendava (ver foto 04, pormenores). Pelo menos neste núcleo não se repetem os modelos; há várias com dossel, mas estes são todos diferentes, com coberturas de várias cores e arranjos, o que parece inviabilizar que os profissionais executantes fantasiassem os leitos.
Esta hipótese confirma-se no segundo grande tema, o vestuário dos familiares representados, bem como na roupa das camas. Obviamente também não pertencem a uma classe desfavorecida (ver foto 05).
É evidente que estas conclusões têm de ser contrastadas sistematicamente com outros núcleos, de outras regiões, incluindo obviamente todas os exemplos encontrados na região demarcada do Douro. É possível, embora improvável, que estas características sejam somente locais.
Foto 04 – Pormenores de camas

Foto 05 - Pormenores de vestuário

É também provável que a igreja cobrasse uma quantia, ou recebesse uma dádiva pela afixação de um ex-voto, que aliada ao custo da execução limitasse o seu uso a um sector social privilegiado.
Os elementos constituintes das pinturas repetem-se a nível nacional: o paciente na cama, geralmente virado para a presença do autor do milagre, ou Cristo crucificado, ou a Virgem Maria, ou um santo específico, e ainda a presença de algum familiar. Mas é nos moldes de cera que encontramos uma peça única (nunca vimos algo de semelhante) que merece a nossa particular atenção. Entre pés e pernas, esquerdas e direitas, alguns animais (fruto da utilização repetida dos mesmos moldes), tranças de cabelo e outros materiais orgânicos, surge uma cabeça feminina em cera, com grande detalhe, expressão e qualidade formal (ver foto 06).
O que a torna diferente? A sua dimensão quase atinge o tamanho natural, e a sua execução é de grande delicadeza, talvez um retrato, nada tendo a ver com as figuras e cabeças de criança muito incaracterísticas, difusas e provenientes de moldes repetidamente usados. Será um retrato? Poderá ser um molde executado da doente em causa? Se assim não aconteceu então estamos perante uma moldagem de grande qualidade, que procura uma expressividade fruto de uma cuida-

dosa pormenorização. Apesar de estar quebrada no pescoço e na zona do ouvido, sobreviveu a face de uma jovem rapariga, com o cabelo levemente ondulado. As sobrancelhas, o nariz e a boca, não sendo muito finos, são razoavelmente equilibrados para alguém que está na adolescência.
O olhar é colocado num ângulo que define a frente da peça, e é escolhido com grande rigor (ver foto 07). Cremos que as pupilas foram acentuadas por escurecimento sobre a cera, acentuando a sua luminosidade e profunda expressão. Distinguem-se também alguns riscos incisos (na cana do nariz) que não sabemos a causa. Na sobrancelha do olho esquerdo chegamos ao requinte de ter algumas pestanas (o que só foi possível num acabamento final e nunca num molde).
Perante este espólio parecem-nos legitimas as leituras que vos propomos, embora saibamos que têm de ser verificadas num inventário sistemático a que o Museu do Douro juntou uma nova contribuição como reserva de memória.
São estes olhos, não voltados para nenhuma divindade, que se nos dirigem, nos enfrentam, nos pedem e, permitam-nos a nossa interpretação, nos dizem: “Não se esqueçam de mim!”.
Não, jovem de quem, provavelmente, nunca saberemos o nome. Mas que importa, What’sinaname?,O que importa é que inspiraste a alguém uma intrigante e bela máscara. Desejamos que o teu Deus tenha sido generoso, permitindo-te viver uma longa vida. O teu olhar não se perdeu, não esqueceremos a memória do mesmo. Quando perdemos memórias perdemos identidade!
Foto 07 - Pormenor dos olhos
eusoupaisagem – educação e território
A base da ação assenta na pesquisa de relações de experiência entre as pessoas e as paisagens.
Aposta-se na criação de contextos de experimentação, com caráter de continuidade, para a presença de crianças, adolescentes, jovens, adultos e seniores em atividades de experiência e conhecimento.
Pesquisa-se com o território e a paisagem, com o corpo e o lugar, em diálogo e tensão com diferentes linguagens e falas.
Interpelam-se as paisagens e as pessoas com o teatro, com a dança, com o vídeo, com a imagem animada, com a escrita, a geografia, a antropologia e a literatura, com a arquitetura paisagista e o cinema, com o desenho, com a fotografia e com o som.
eusoupaisagem é, desde 2006, um convite, uma convicção e uma vontade para atuar e refletir sobre a educação neste território e nestas paisagens.
CAFÉ CENTRAL. Mostra em cartazes | Museu do Douro, Peso da Régua Agosto 2024

Café Central. Mostra em cartazes. ©Paula Preto. 2024
CARTAS DA LIBERDADE E DA PAISAGEM. Projeto com escolas. 2025 . 2024 . 2023
eusoupaisagem é o programa de educação do Museu do Douro que, nestes anos, aposta na troca de cartas, de dife rentes modos, tamanhos e conteúdos: cartas escritas, car tas dançadas, cartas fotografadas, cartas faladas ou sus surradas… e outras, a imaginar em conjunto, para se estar e conhecer as paisagens do território que constitui a Região Demarcada do Douro.
Há dez anos, perguntamos: Que relações existem entre a liberdade e a paisagem?
E agora 10 anos depois, no tempo de 50 anos de democra cia em Portugal, o que encontramos de relevante para fazer, para pensar, para perguntar, para conhecer melhor as paisa gens do Douro, quem as faz, quem as habita: O que mudou? O que está igual? A que temos de dar mais atenção?
O que importa cuidar?
Cartas da liberdade e da paisagem é a temática guarda -chuva deste programa que agrega as diferentes atividades e projetos, oficinas e caminhadas com o serviço educativo do Museu do Douro. As abordagens educativas do eusou paisagem são necessariamente plurais e democráticas, mis turam experiências nas paisagens que se habita ou visita, com recurso a diferentes linguagens e modos de expressão.
Os programas do eusoupaisagem são realizados com grupos de Educadores e Professores: Educação Pré-Escolar, Ensino Básico e Secundário e Ensino Técnico-Profissional, dos con celhos da Região Demarcada do Douro e em parceria com tecido associativo local e regional: Associações, Bandas Filarmónicas, Ranchos Folclóricos e outros coletivos durienses.


Cartas da Liberdade e da Paisagem – Projeto com escolas. Ilustração Sónia Borges. ©2024
PRÁTICAS PARTILHADAS
O que pode ser a paisagem? O que pode ser a liberdade? São as perguntas que orientam, o programa de partilha de experiências com as educadoras do Agrupamento de Escolas Diogo Cão, Vila Real e os seus grupos da primeira infância.

DOISMAISUM
Programa de oficinas e pequenas caminhadas, com recurso a linguagens performativas e visuais, dirigido a grupos do Pré-Escolar, Ensino Básico e Secundário dos concelhos da Região Demarcada do Douro.

Práticas Partilhadas. Pré-escolar Agrupamento de Escolas Diogo Cão, Vila Real. ©MD 2024.
Doismaisum. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. ©MD 2024.
Público Comum.
Centro Escolar de Lamego Nº1. Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego. ©MD 2024.
PÚBLICO COMUM
Programa de experiências na paisagem urbana e não urbana, em articulação com o Centro Escolar de Lamego N.º 1, para percorrer e conhecer diferentes espaços no território local e regional.

O QUE É QUE HÁ AQUI? | BIBLIOTECAS
Programa de oficinas de escrita e fotografia, leitura e movimento, em parceria com professoras/es bibliotecários do Agrupamento de Escolas de Santa Marta Penaguião e do Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua.
Bibliotecas. Eb2,3 de Peso da Régua. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. ©MD 2024.

GRAVAR TERRITÓRIOS
Como podemos e como queremos paisajar? Como podemos saber mais da vida humana e mais que humana que nos rodeia e de que fazemos parte? O programa paisajar é preparado previamente com associações ou coletivos locais que solicitam apoio e parceria ao serviço educativo do Museu do Douro.
Este programa, realizado com a fotógrafa Paula Preto, parte de uma iniciação básica à fotografia e ao vídeo e tem como ação base caminhar para conhecer, de mais modos, as pessoas e os lugares.
O gravar territórios, em 2025, decorre no concelho de Mirandela, com jovens estudantes da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais | Mirandela.

Gravar Territórios. Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais | Mirandela. ©MD 2024
PAISAJAR
Como podemos e como queremos paisajar? Como podemos saber mais da vida humana e mais que humana que nos rodeia e de que fazemos parte? O programa paisajar é preparado previamente com associações ou coletivos locais que solicitam apoio e parceria ao serviço educativo do Museu do Douro.

Paisajar. Panóias, Vila Real. ©MD 2024.
DEMOCRACIAS EM MUDANÇA | CHANGING DEMOCRACIES
A minha democracia é a tua democracia? Oficina itinerante do projeto europeu Democracias em Mudança | Changing Democracies.
Biblioteca escolar do Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia.
Esta oficina itinerante apresenta 30 testemunhas de histórias de transição de ditadura para democracia de dez países europeus: Portugal, Espanha, Lituânia, Polónia, Roménia, Chéquia, Croácia, Países Baixos, Bélgica e Grécia.
Como seria a vida sem democracia? A democracia tem cumprido as suas promessas? O que é que uma democracia saudável precisa para funcionar eficazmente? Qual é o papel dos cidadãos?
Democracias em Mudança | Changing Democracies (2023 a 2025) recolhe histórias pessoais não contadas de toda a Europa sobre transições recentes para a democracia e como podem estas conduzir a uma reflexão crítica e ao diálogo sobre a democracia atual.
A minha democracia é a tua democracia? É um generoso acolhimento do Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, em parceria com o serviço educativo do Museu do Douro, ao projeto Democracias em Mudança | Changing Democracies, que está sedeado no i2ADS - Instituto de Investigação em Arte Design e Sociedade, FBAUP.

LABORATÓRIOS DO VER
Espaço do serviço educativo do edifício sede
Ilustração fauna e flora do Rio Douro – Sónia Borges
Trabalho com crianças e jovens a partir de ilustração de fauna e flora do douro realizada durante o ano de 2025 nas paredes de vidro do edifício sede - serviço educativo, tendo em conta as remodelação da exposição permanente bem como a presença e a potencia da ilustração para criar condições para observar com mais detalhe as paisagens não humanas que nos constituem.

Laboratório do Ver –Proposta de intervenção nas janelas do Museu do Douro –Serviço Educativo. Ilustração Sónia Borges. ©2024
A minha democracia é a tua democracia. Biblioteca Ermeke, Antuerpia_
© Tjil Akkermans
[O HOMEM EM PORTUGAL] José Agostinho 1908 […]
Lamego, 3 de Outubro de 1907.
Dia de chuva e frio. Lamego é aspero, como se estivesse nos Alpes. A nossa viagem foi linda, comtudo. A estrada é muito a pique, mas tem curvas encantadoras. Imagina uma quási espiral entre montes e nas margens, bastantes veigas, não muito extensas, mas fecundas, ás vezes luxuriantes de verdura.
A cada passo – dirias o despontar dum panorama. Porém o horizonte estrangula-se depressa, como arrependido.
Alçam-se mais montes e colinas e, se olharmos para traz, vemos o caminho a perder-se num abismo que finda onde a fita larga do Douro fulgura serenamente. Então poderemos ver os montes que cercam o Peso da Regoa como que constelados de casas brancas até á linha das aguas. Avistaremos em plano superior Villa Real, num planalto que é cheio de sol e de arvoredo baixo. Atraz dessa alvura de casaria veremos as linhas vagas, mas formidaveis, das grandes e ásperas serranias de Traz-os Montes.
Entretanto, o ar purifica-se, torna-se mais vivo. Abundam pinhaes. As giestas doiram as lombadas dos outeiros. Cacarejam satanicas as perdizes, cortando a bruma do céo triste. Há um sopro de neve. Virá do Marão, que deixamos para traz? Talvês, e tambem do relêvo de Montemuro que braceja até Lamego. Tristeza e saudade, silencio e gravidade. A estrada com pequeno movimento. De vezes em quando, uma aldeia abaixo do nível do caminho, com águas em sulcos nas hortas, com um campanário humilde entre ciprestes ou pinhaes.
O riacho Balsemão começa a rugir ao fundo, na garganta de que fês leito. Que leito! E’ um Calvario. O pobre riacho quebra-se em fraguedos que lhe dão retumbancias de forte. E não o é. O que elle tem é um suplicio enorme no seu despenhar. D’aí o seu ruído, o golpe do seu ímpeto que, comtudo, chega a animar alguns moinhos.
A diligencia sóbe penosamente. A ladeira é muito íngreme, como
te disse. E os casaes e quintas, terrenos bem cultivados, são melancólicos, como que cinzentos. A alegria do Minho não vive ali- se há um viso desafogado, dá-nos o aspéto dum horisonte severo. Quando um fio d’agua se faz torrente pelo empinado do leito, parece sempre barrenta. Dirias que o próprio cristal se torna severo ali.
O padre Alves lia-nos as impressões nos olhos. Perto dum logar mais alegre, Cambres, o eclesiástico suspirou e disse-nos:
- Isto aqui alegra-os. A minha terra é linda, mas austera. Vê este logarsinho. Era daqui o dr. João Mendes de Magalhães, um medico distinto, uma inteligencia nobre, um excelente coração.
E, d’olhos no céo:
Que saudades!... Veja. Estas rudezas fazem a gente sentimental. Estou a ver agora tudo que de tragico tem tido a minha vida… Meu sobrinho, o dr. José Antonio Alves d’Almeida, jurista e teólogo, morto na juventude, na flor da vida e do talento… e outro meu sobrinho, tão extraordinário de mentalidade, o dr. Velado da Fonseca, morto ainda mais jóven do que elle!... Tantos mortos, meus amigos, e como estes alcantis falam deles sem sabermos porquê!
O padre Alves tinha os ólhos rasos de lágrimas. Parara, como quem medita. Depois continuou:
- Mas Cambres… O dr. Mendes, com aquelle ar fidalgo, não sei quê de landgrave e não sei quê de triste, afinal, na sua ironia de antigo cardíaco… e os filhos como me fazem velho! Já repararam que a gente só dá conta da velhice, ao ver homens as crianças que trouxemos ao colo?
(…)
Resende, Nuno: Um Rico Pano: Antologia de verso, prosa e imagem de Lamego, pág. 105-107, Edição Museu de Lamego | Direção Regional de Cultura do Norte – Setembro de 2018

COLABORAR E PARTILHAR MUSEU DE TERRITÓRIO
- CARTAS DA LIBERDADE E DA PAISAGEM. Projeto com escolas. Encontros de preparação com os grupos de trabalho dos concelhos de: Lamego | Mesão Frio | Peso da Régua | Sabrosa | Santa Marta de Penaguião | Vila Real
- 02 a 31 de outubro – Democracias em Mudança | Changing Democracies A minha democracia é a tua democracia? Oficina itinerante do projeto europeu Democracias em Mudança | Changing Democracies. Biblioteca escolar do Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. [09h30 – 18h00]
- 03 e 04 de outubro – DAQUI. Mostra III. Parceria com OCO. Projeto de Artes Visuais - Fotografia e Vídeo. Mirandela. [09h30 – 18h00]
- 09 e 10 de outubro – Cartas da Liberdade e da Paisagem. Sessão de trabalho com António Júlio, ator e encenador, e equipa do serviço educativo do Museu do Douro. Peso da Régua. [09h30 – 18h00]
- 16 e 17 de outubro – Café Central. Região Demarcada do Douro. [09h30 –18h00]
MuD
A Rede de Museus do Douro, ao unir diferentes tipos de espaços museológicos, pretende também contribuir para a sua divulgação junto das comunidades de visitantes. Seja aproximando a comunidade local dos seus espaços, seja divulgando estas estruturas a quem nos visita, esta publicação é também um incentivo para partir à descoberta do território duriense. Através de diferentes coleções, os espaços aderentes permitem conhecer outras facetas do Douro, um território cuja paisagem é património Mundial!

Casa Maurício Penha
Sanfins do Douro
A Fundação Casa - Museu Maurício Penha é uma instituição de utilidade pública ao serviço das comunidades regionais/locais. Tem uma função ativa de dinamização cultural e de divulgação do acervo artístico do seu Fundador – o escultor Maurício Meireles Penha. A fundação Casa Museu Maurício Penha apresenta diversas exposições de pintura e de escultura ao longo do ano.
A Casa-Museu é do ponto de vista arquitetónico uma recuperação/readaptação de um velho edifício de 1732, que foi durante séculos a habitação da família Penha. O arquiteto Celestino de Castro redesenhou e orientou
a reconversão da secular habitação dos Penha de modo a poder vir a servir como “museu” das obras do Escultor Maurício Penha. O acervo é composto pelo legado artístico de Maurício Penha (1914-1996), nomeadamente fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, mobiliário e objetos pessoais do escultor.
Maurício Penha foi escultor, fotógrafo, professor, gravador, escritor e arqueólogo amador entre muitos dos “sete ofícios” que ocuparam a sua carreira que passou de 50 anos. Foi também um ativista político, que sempre lutou pela Liberdade e pelas suas convicções. Doou tudo à sua terra natal onde instituiu uma Casa-Museu por escritura pública em 1989.

Breve cronologia histórica da Casa-Museu Maurício Penha:
11 de janeiro de 1989 – instituição da Fundação Casa-Museu Maurício Penha, por escritura pública no cartório Notarial de Vila Real;
21 de março de 1989 - são publicados no Diário da República, nº 67, III Série, os Estatutos da Fundação Casa-Museu Maurício Penha;
23 de Junho de 1990 - é publicada no Diário da República, nº 142, II Série, a portaria do Secretário de Estado da Administração Interna que manda reconhecer a utilidade pública da Fundação Casa-Museu Maurício Penha. Em Fevereiro de 1994 é concluída a primeira fase da recuperação da casa dos Penhas, projeto do Arquiteto Celestino de Castro, e a sua reconversão na sede da Casa-Museu que Maurício Penha destinou para servir como Museu de Autor e como sua habitação;
Em Abril de 1994, coincidindo com a primeira exposição de obras de M. Penha, é celebrado um protocolo de cooperação entre a Fundação Casa-Museu Maurício Penha e a Universidade Portucalense - Departamento de Arqueologia, visando, essencialmente, levar a cabo o levantamento do Património Arqueológico do concelho de Alijó.
Em 1995 é regulamentada a atribuição de “bolsas de estudo” nas áreas de: pintura, escultura, gravura, fotografia, antropologia, história de arte e arqueologia.
Em 23 Junho de 1996 morre, com 83 anos, Maurício Penha.
Em Novembro de 1996 é eleito para a Presidência da Fundação Casa-Museu Maurício Penha José Carlos da Silva de Sousa Boura, até essa data, Secretário da Direção da Fundação Casa-Museu Maurício Penha e seu conservador.
Em 1997 é organizado um Workshop Internacional de Criação Artística –ARTSLAND com a participação de 14 artistas oriundos do espaço europeu resultando numa intervenção intitulada: Artsland- Arte na Paisagem.

Ainda em 1997 é facultado ao público o acesso à Internet, totalmente gratuito, com larga aderência de público jovem, especialmente, nas férias. Em 1997 a Fundação Casa-Museu Maurício Penha aderiu à da Rota do Vinho do Porto, de que foi um dos sócios co-fundadores. Neste ano, iniciaram-se workshops de produção e divulgação da arte da Gravura numa iniciativa pioneira, que trouxe à nossa região artistas/produtores de todo o mundo e que deu origem a outras iniciativas que são conhecidas. E já foram organizados pela Casa-museu Maurício Penha mais de cinco dezenas de workshops de gravura, nas mais diversas técnicas, algumas delas, como a gravura sobre acrílico, absolutamente inéditas.


Foram organizadas nos últimos 30 anos cerca de duas centenas de exposições quer individuais quer coletivas (Clube de Colecionadores de Gaiaexposição documental- CHARIVARI) com a participação de variados artistas quer nacionais quer estrangeiros, das mais ecléticas temáticas, realçando-se:
Fotografia:
Eduardo Teixeira Pinto
https://www.eduardoteixeirapinto.com/ Norberto Valério
http://www.norbertovalerio.pt/
Escultura:
Hélio Gomes
Pintura
Marcia Toscan et al.
Gravura
Mais de 200 gravadores-expuseram na Casa-Museu
Cerâmica
Rita Gonçalves e o atelier 110 cores
http://www.110cores.com/ver-trabalho.php?id_ar=21
Artesanato
Manuel Augusto Sobrinho-Tanoaria e ferraria
Colecionismo, livros e garrafas, a “street art”(o Coletivo “Instantes & Mutantes), a história local, o Teatro(apoio ao grupo local), a Arqueologia, a Olaria (Fandino), a Poesia (Miguel Gomes) etc.
Foi dado apoio, sempre que possível, à publicação de obras de autores locais ou nacionais que dessem visibilidade a este Concelho.
Em 2000 o arqueólogo Sérgio Paiva conclui o “Levantamento Arqueológico do Concelho de Alijó” projeto iniciado e concluído ao abrigo de um protocolo com a Universidade Portucalense do Porto.
Ao longo destes anos de funcionamento foram atribuídas inúmeras bolsas de estudo / residências artísticas nas mais diversas áreas.
Em 2006 foi aberta ao público, e totalmente gratuita, a sala TI - Internet com oito computadores, projeto iniciado cerca de uma década antes, com uma máquina. Ainda neste ano iniciou-se a reconversão fundiária das explorações agrícolas que constituem património da Fundação Casa-Museu Maurício Penha, um projeto que foi cerca de 60% concluído, tendo como objetivo a modernização da propriedade.
Desde 2005, em cooperação com o IPJ (Instituto Português de Juven-
tude) -Vila Real levaram-se a cabo nos períodos de férias programas de OTL (Ocupação de Tempos Livres) em que, anualmente, participaram mais de uma centena de jovens, desenvolvendo atividades simples de conservação e restauro na área da Casa-Museu ou a limpeza de zonas de restritas do rio Pinhão, em Cheires, nas áreas de lazer mais usadas pelos públicos.
Está a funcionar, desde 2013, uma rede de parcerias que potencie a cooperação e desenvolva a produção de eventos, especialmente, a organização e programação e intercâmbio de exposições e, que envolve o Ciclo Cultural da UTAD; a Escola Secundária

Camilo Castelo Branco e em particular, a sua biblioteca; o Teatro de Vila Real e a livraria Traga-Mundos; a Galeria de Arte de Jorge Marinho-Vila Real e a Casa Museu Maurício Penha. Estas parcerias decorrem de protocolos de cooperação assinados com as entidades referidas.
Desde 2015 a Casa-Museu Maurício Penha integra a Rede de Museus do Douro – MuD, no sentido de potenciar sua atividade e a da Região Demarcada do Douro e amplificar a oferta turística-cultural da Região em que se insere, bem como, do concelho de que fazemos parte.

A Fundação Casa-Museu Maurício
Penha atribui bolsas de estudo a candidatos portugueses ou estrangeiros que se proponham desenvolver, com alguma continuidade, projetos de trabalho que incidam sobre temáticas regionais/locais, em cada uma das seguintes áreas:
Artes Plásticas
- Escultura (1)
- Pintura (1)
- Fotografia (1)
- Gravura (3)
- História da arte (1)
- Arqueologia (1)
- Antropologia (1)
A bolsa é constituída pela atribuição gratuita de:
- alojamento;
- alimentação;
- utilização dos ateliers e instalações da Casa-museu;
- utilização do equipamento adequado da Casa-museu;
- apoio à aquisição de materiais necessários.
As propostas de candidatura a atribuição de bolsa devem ser enviadas à Fundação, com pelo menos 60 dias de antecedência relativamente à data prevista do início do projeto, e incluir:
- Curriculum Vitae do candidato
- Projeto detalhado a desenvolver (que especifique quer a vertente artística quer a orçamental)
- Ficha de inscrição do projeto
Para quaisquer informações e esclarecimentos contactar: cmuseumpenha@gmail.com

Informações úteis
Horário de Funcionamento:
Terça-feira a domingo 9:30 às 12:30 | 14:30 às 17:30
Preçário
Entrada gratuita
Contactos: cmuseumpenha@gmail.com (+351) 259 686 133 | (+351) 937 254 207
Rua Fonte de Baixo, nº 5 5070-367 Sanfins do Douro
Localização [GPS]:
Latitude: 41.29297
Longitude: -7.52021

MUSEU DO PÃO E DO VINHO
Colóquio | 26 de outubro
Os Amigos do Museu do Douro convidam-no a participar no Colóquio “Mãos que falam...de pão”.

MUSEU DO IMAGINÁRIO DURIENSE (MIDU)
Durante o mês de outubro, no Museu do Imaginário Duriense (MIDU)
- Exposição “17 Anos a Contar Histórias” TEATRAÇO
Patente até dia 31 de outubro de 2024.
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
Horário de funcionamento: - segunda a sexta: 9:00 às 12:30 | 14:00 às 17:30 - sábados, domingos e feriados: mediante marcação prévia
Bilhete: gratuito.
Contactos: museum@cm-tabuaco.pt 254 787 019
Rua Macedo Pinto, 5120 Tabuaço

ADEGA DAS GIESTAS NEGRAS
O Museu - "Adega das Giestas Negras " é uma adega de MDLXXV (1575), data gravada na padieira da porta, recuperada e adaptada a Museu em 2006, situado no coração da Quinta dos Mattos. Tem dois lagares (de 12 e 4 pipas) e uma dorna, todos em xisto, uma prensa de fuso, em madeira de castanho, com cerca de oito metros de comprimento, com mais de 300 anos. Aqui estão expostas muitas peças antigas, pertença da família, relacionadas com a atividade vitivinícola.
Durante o mês de junho estarão ao dispor dos visitantes, para além da visita guiada ao museu, programas de visita guiada às instalações de vinificação e envelhecimento, bem como a degustação dos seus vinhos.

PROVA DE VINHOS WINE TASTING
Marcação / booking / reservátion: - 9:30 - 17:00 - segunda a sexta-feira / monday to friday / du lundi au vendredi
- sábado por reserva / saturday by reservation / samedi sur reservation
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
Horário de funcionamento: - segunda a sexta: Das 9:30h às 17:00h Aos fins de semana sob marcação prévia;
Bilhete: 5€, inclui visita e prova de vinho do Porto Passaporte Mud: 20% desconto
Contactos:
254 920 214 | 965 519 991 coimbrademattos@gmail.com
Casa da Calçada, n.º 65 | 5050 – 042 Galafura
© site CM Peso da Régua

MUSEU DO VINHO, S. JOÃO DA PESQUEIRA
25 de outubro | 21h00 | Entrada gratuita
- Noites no Museu com musica ao vivo
Local: Wine Bar do Museu do Vinho

CIMI | CENTRO INTERPRETATIVO DA MÁSCARA IBÉRICA
Durante o mês de outubro, encontram-se patentes ao público as seguintes exposições:
- Exposição do 1º Raid Fotográfico "Caretos de Lazarim na Alcaria de Mazes";
- Exposição "Máscara de Lazarim Identidade de uma comunidade";
- Exposição “artesãos de máscaras de Lazarim”
- Exposição "Entrudo de Lazarim - Domingo-gordo e Terça-feira Gorda";
- Exposição "BUUU por detrás da Máscara"
- Durante os meses das férias escolares teremos também disponível um conjunto de atividades para todas as idades.
Horário de funcionamento:
- De segunda a domingo: das 10h00 às 18h00
Bilhete: 4€
Passaport Mud: 20% desconto
Contactos: mvp@sjpesqueira.pt 254 489 983
Avenida Marquês de Soveral, n.º 79 5130 – 321 S. João da Pesqueira
Horário de funcionamento:
- terça a domingo: 10:00 às 12:30 e das 13:30 às 17:00
Bilhete: gratuito
Contactos: cimi@cm-lamego.pt 254 090 134
Rua José de Castro, 5100-584 Lazarim

MUSEU DA OLIVEIRA E DO AZEITE
Exposição Temporária de Fotografia "Paisagens do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro"
As fotografias expostas, cuidadosamente selecionadas, capturam a essência das paisagens que moldam a produção de azeite na região de Trás-os-Montes e Alto Douro e demonstram que este produto é mais do que um ingrediente gastronómico, é tradição, herança cultural e testemunho da vida rural.
Através desta mostra, não se espera apenas celebrar a beleza das paisagens, mas também promover uma maior reflexão e compreensão da importância cultural e económica do azeite para esta região e para as suas gentes.
A exposição "Paisagens do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro" é uma iniciativa
realizada no âmbito do programa Alma do Azeite, parceria entre a Câmara Municipal de Mirandela, APPITAD - Associação dos Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro e IPB - Instituto Politécnico de Bragança.
O concurso de fotografia que deu origem a esta exposição foi apresentado ao público durante as comemorações do Dia Mundial da Oliveira, a 26 de novembro de 2023, quando o Município de Mirandela se associou ao Projeto Europeu Olive4All e à Rede Nacional de Comemoração do Dia Mundial da Oliveira, para assinalar o dia e a sua importância.
A estará patente até 31 de dezembro.
Horário de funcionamento:
- Segunda a domingo: Dias úteis das 9:00 às 18:00.
Bilhete: gratuito.
Contactos: moa@cm-mirandela.pt 278 993 616Morada: Travessa D. Afonso III, 48, 5370- 516 Mirandela facebook.com/moa.mirandela
Novidades de outubro. na Loja do Museu do Douro.
http://loja.museudodouro.pt/
LOJA DO MUSEU

Facebook: www.facebook.com/acompanhia.pt
Através do e-mail: info.acompanhia@gmail.com
Reservas: 93 215 01 01

PRISMA DO VISITANTE




Ficha técnica:
Título: Museu do Douro
Subtítulo: Bloco de Notas do MD
Nome do Editor: FUNDAÇÃO MUSEU DO DOURO
Periodicidade: mensal
URL: https://issuu.com/museudodouromd
ISSN 2795-5877
Bloco de Notas do MD newsletter
geral: (+351) 254 310 190 | loja: (+351) 254 310 193 geral@museudodouro.pt www.museudodouro.pt
Rua Marquês de Pombal 5050-282 Peso da Régua