A 13 MOSCA A
Temos muito a celebrar nesta edição da MOSCA. Novas mostras foram desenhadas, uma plataforma foi criada, parceiros e equipe de longa data se juntaram a novas e novos colaboradores. Nestes 15 anos, já passamos por dificuldades, mas esta é paradoxalmente a mostra mais difícil de realizar e talvez a mais brilhante de todas. Em 2011 e 2018 fizemos edições experimentais que podem parecer mostras incompletas diante das regulares. A MOSCA de 2020 acontece também em um formato diferente de tudo que já vivemos, mas é sem dúvida, a maior até aqui. A 13ª MOSCA traz 119 filmes de curta-metragem, recortados em 6 mostras, 5 oficinas, 6 exposições e uma série de atividades on-line em 15 dias de programação. É preciso registrar que tudo isso é para tentar apaziguar um período dolorido, incerto, inseguro e no mínimo confuso. O sentimento é individual e também coletivo. Neste contexto, trabalhar com o que te inspira é um dos tantos privilégios sobre o qual devemos refletir. Não seria certo dizer que é um ano de celebração, apesar dela existir. É um ano de muitas feridas escancaradas, nas ruas, nas famílias e no cinema, que passa por uma grave crise na Cinemateca Brasileira. O cinema em que eu acredito, é o que é suficientemente consciente do contexto para então transbordar da tela. Você nunca sabe quando isso vai acontecer. Não basta realizar 8
ou selecionar filmes, é preciso que as portas estejam abertas. Só faz sentido se ecoar. À equipe linda da MOSCA, aos incentivadores fundamentais, aos cineastas e suas pesquisas, e ao público que mantém o olhar atento, muito obrigada por tanto. Ananda Guimarães
O CARTAZ Este é o cartaz da 13ª MOSCA, 2020. Todas as imagens ou cartazes sempre contam uma série de histórias. Este conta uma só, uma história que é comum a todo o mundo e de simples identificação, mas múltipla na quantidade de camadas e realidades que cada pessoa vive neste ano tão delicado. Esta identidade visual, criada pelo Mateus Rios, conta ainda uma história escondida, sobre um certo cartaz que não foi finalizado. Nele, o público estava na sala do antigo cinema de Cambuquira. Mas em um momento do ano, aquela imagem passou a não fazer mais sentido. Ananda, Maíra e Mateus se reuniram, por telas, de três cidades diferentes, e depois dessa reconexão, surgiu esta identidade visual. No ano do digital, teríamos um cartaz ilustrado com tesoura e papel. Nele, nos reconhecemos distantes, mas conectados e vibrantes. É dessa forma que entramos na 13ª MOSCA - Mostra Audiovisual de Cambuquira, desta vez on-line para muitos outros cantos do país.
