


revista | agrupamento de escolas morgado mateus
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Celebrar Camões Celebrar Camões
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Celebrar Camões Celebrar Camões
Professora Sandra Pinto
Durante décadas, a sala de aula foi marcada pelo cheiro a giz, pelos quadros de ardósia e pelos cadernos pautados. O ensino era, na maioria das vezes, centrado no professor, e os recursos disponíveis eram limitados. Muitos de nós lembramo -nos de copiar apontamentos do quadro, de consultar enciclopédias em papel e de resolver fichas impressas com caneta azul. No entanto, o mundo mudou e a escola, inevitavelmente, também mudou com ele.
Hoje, a tecnologia está presente em todo o lado e a inteligência artificial (IA) começa a destacar-se nas salas de aula. Esta mudança constrói sobre o passado e abre novas oportunidades de ensinar e aprender. Como professora, acredito no potencial da IA para tornar a educação mais inclusiva, motivadora e adaptada a cada aluno.
A inteligência artificial permite às máquinas simular comportamentos inteligentes, como aprender ou tomar decisões. Na educação, traduz-se em ferramentas que apoiam professores e alunos. Nunca foi tão fácil adaptar o ensino ao ritmo, interesses e dificuldades de cada estudante. Com a ajuda da IA, é possível criar percursos mais personalizados e inclusivos, promovendo as aprendizagens essenciais com maior motivação.
beleço com cada turma, mas sim enriquecer o processo de ensino e aprendizagem. Os alunos entusiasmam-se por aprender espanhol com ferramentas tecnológicas, sentindo que comunicam numa realidade cada vez mais digital. Bem utilizada, a IA pode ser uma ponte entre os conteúdos curriculares e o universo tecnológico dos alunos.
Muitos temem que a IA venha a substituir o papel do professor, mas na realidade, ela pode ser uma poderosa ferramenta de apoio. Corrigir avaliações, planificar aulas, criar fichas diferenciadas, etc., tudo isto pode ser facilitado com recurso à IA. Isso permite que o professor tenha mais tempo e energia para aquilo que mais importa: ensinar, acompanhar e inspirar.
A IA tem o potencial de desenvolver competênciaschave nos alunos pois deixam de ser meros recetores de conhecimento e tornam-se participantes ativos na construção do saber.
É também notório o seu impacto na motivação. Os alunos sentem-se mais envolvidos quando utilizam recursos interativos, dinâmicos e adaptados à sua realidade. Jogos educativos, exercícios com feedback imediato, avatares, simulações e projetos com recurso a IA tornam a aprendizagem mais cativante e significativa.
Como professora de línguas, tenho aprendido muito com a IA, que nos desafia a inovar e a repensar práticas. Desde que a integrei nas aulas, notei um maior envolvimento dos alunos. A IA não veio substituir a relação humana que esta-
Naturalmente, há desafios. É preciso garantir um uso ético, consciente e seguro da IA. Devemos promover o pensamento crítico sobre os conteúdos gerados por estas ferramentas, alertar para o plágio e ensinar os alunos a usar a IA de forma responsável, como um instrumento de apoio e não como um atalho para fugir ao esforço. A formação dos professores é também essencial: é necessário tempo e apoio para que possamos conhecer, testar e integrar estas ferramentas com confiança. Felizmente, há cada vez mais recursos, formações e comunidades educativas que se unem para partilhar experiências.
A IA veio para ficar, e a escola não pode ignorar essa realidade. Pelo contrário, deve abraçá-la de forma crítica e criativa. Com equilíbrio, ética e intencionalidade pedagógica, a inteligência artificial pode ser uma alavanca poderosa para o sucesso educativo, ajudando os alunos a atingir as aprendizagens essenciais de forma mais motivadora, personalizada e significativa.
Como professora, acredito no poder da tecnologia quando é colocada ao serviço das pessoas. E acredito, acima de tudo, no poder dos professores que, com ou sem IA, continuam a ser os grandes motores da transformação educativa.
As criações inaugurais do recém criado Laboratório de Equipamentos Digitais (LED) do AEMM homenageiam Camões.
Desafiámos Ana Isabel Barreira, professora de Matemática e diretora de turma do 9ºE, a criar, com os seus alunos, no primeiro contacto que estes mantêm com Os Lusíadas, um projeto de modelação 3D e impressões alusivas ao Poeta.
No âmbito das comemorações do quinto centenário de Luís de Camões, os alunos António Canha e António Jorge, do 9ºE, embarcaram num projeto inovador, combinando arte, tecnologia e história. Orientados pela professora Ana Barreira, desenvolveram uma série de imagens 3D que reinterpretam pequenos elementos marcantes da vida e obra do poeta, recorrendo a software de modelação tridimensional e impressão 3D.
Este trabalho não só evidencia o talento criativo dos alunos, como também demonstra a forma como a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para redescobrir e valorizar o nosso património literário.
Este projeto é um exemplo do potencial da interdisciplinaridade, unindo literatura, história, ciência e tecnologia para celebrar o legado intemporal de Luís de Camões.
(Texto criado com recurso a IA)
Professora Piedade Lameirão
A Inteligência Artificial (doravante, “IA”) está, aos nossos dias, presente em tudo o que nos rodeia: é utilizada para obter diagnósticos mais rápidos e precisos, permite personalizar métodos de aprendizagem, ajuda a otimizar percursos quando viajamos, faz sugestões de entretenimento com base nos nossos gostos a lista de benefícios da sua (boa) utilização é infindável! Ora, dentro deste novo mundo que é a IA, existe uma categoria especial: a IA generativa, que, mais do que analisar e processar dados, tem a capacidade de criar conteúdo novo e original. No fundo, substitui um artista ou talvez não?
Sendo certo que a IA generativa conseguiria, de forma praticamente instantânea, escrever uma obra da dimensão (quantitativa) de Os Lusíadas, com recurso a uma oitava real perfeita, confiaria nela Camões para o substituir no papel de exaltar Portugal e o seu povo? Não representamos o Velho do Restelo por estarmos certos de que não. Por um lado, os feitos dos portugueses são tantos e tão heroicos que dispensam a generosidade criativa que a IA colocaria em prática para nos agradar (e muito menos de ser inventados, ou, imagine-se, confundidos com os dos espanhóis!). Por outro, e, acima de tudo, porque, por melhor que seja a tecnologia, não poderia uma obra que tanto valoriza o “engenho” e a “alma” ser escrita recorrendo a atalhos criativos e sem o patriotismo que só o ser humano é capaz de sentir.
Enquanto sociedade, não pretendamos, portanto, ferramentas que nos substituam nas tarefas criativas, mas antes nas enfadonhas, para que não percamos a capacidade de criar. Até porque, não nos esqueçamos, bem antes da IA, também nós demos a conhecer novos mundos ao mundo.
Marta Rodrigues, 11.ºA
Todos nós já ouvimos falar do ChatGPT, seja através de notícias, das redes sociais ou nas conversas do dia a dia. Diz se que "faz tudo" desde imagens a trabalhos de casa e até poesia. Mas será isto benéfico? Ou será esta ferramenta de inteligência artificial uma ameaça ao engenho criativo que sempre moveu a humanidade?
Luís de Camões, o maior poeta da nossa língua, não escreveu apenas com palavras, mas com a alma. A sua poesia e a sua epopeia não são apenas fruto de conhecimento, mas também de uma emoção profunda e de uma visão universal do mundo. A criatividade de Camões não se limitava a imitar ou a compilar informações ele recriava, inovava, transformava o saber em arte de forma criativa. E é precisamente aqui que a inteligência artificial se encontra limitada.
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Se hoje pedíssemos ao ChatGPT que escrevesse uma epopeia sobre os navegadores portugueses, ele bem poderia criar versos bem estruturados e organizados e até imitar o estilo das epopeias. No entanto, faltaria algo essencial: a vivência, a emoção, a criatividade e, o mais importante, a humanidade. Camões não apenas escreveu Os Lusíadas, ele sentiu-os. O poeta viveu os exílios, as injustiças, as viagens pelo mundo, e tudo isso é claramente confirmado na sua obra.
A inteligência artificial pode ser uma ferramenta útil, um apoio à criatividade, um meio para expandir o acesso ao conhecimento tal como Camões, no seu tempo, recolheu influências de diversas culturas, da mitologia clássica à história dos povos. Mas se nos limitarmos a aceitar o que a máquina nos dá, sem interpretar, sem recriar, sem deixar a nossa marca, estaremos a perder aquilo que Camões nos ensinou: a arte não é apenas a soma do conhecimento, mas sim a transformação desse conhecimento em algo único e humano.
Por isso, penso que devemos utilizar estas novas ferramentas de inteligência artificial com bom senso e pensamento crítico, sem deixar que elas substituam o nosso pensamento, a nossa emoção e a nossa criatividade. Pois, se deixarmos que a inteligência artificial pense e crie por nós, talvez um dia descubramos que perdemos o engenho e a arte que Camões nos legou.
Professora Lígia Sousa
By Lígia Sousa (using IA)
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Camões (1524-1580) was a Portuguese poet, best known for his epic Os Lusíadas, which celebrated Portuguese expansion. His work often reflected the themes of honour, destiny and the human condition.
Martin Luther King Jr. (1929-1968) was an American Baptist minister and civil rights leader, who became the most prominent figure in the struggle for racial equality in the United States during the 1950s and 1960s. His leadership focused on nonviolent protest and civil disobedience to achieve justice and equality for African Americans.
Both men emphasize the importance of personal dignity and the value of human life. While Camões reflects a form of freedom that is bound to individual or national glory, King’s vision of freedom is directly tied to human rights, equality and social justice.
Camões's work largely explores freedom in a nationalistic context, whereas King's work is firmly entrenched in the fight for civil rights, racial equality and the end of institutionalized oppression.
King’s activism was rooted in direct action, peace and civil disobedience, demanding freedom through concrete legal and social change. Camões, on the other hand, explored freedom through the poetic and allegorical lenses of human struggle and fate.
Overall, Camões's idea of freedom was more symbolic and reflective, whilst King’s was pragmatic and action oriented, focused on finishing racial injustices to ensure civil rights and equality for marginalized communities.
Professora Olinda Fonte
A República Francesa homenageou Luís de Camões com uma coleção de moedas comemorativas.
Para assinalar os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, a Monnaie de Paris, a casa da moeda francesa lançou, em 2024, uma coleção especial intitulada "L'Art de la Plume – Luís Vaz de Camões". Esta coleção é composta por três moedas: uma de prata com valor facial de 20 euros e duas de ouro, com valores de 50 e 200 euros, limitada 500 exemplares.
Maria Cabral, 12ºA
Portugal é um país pequeno em tamanho, mas grande em história, cultura e impacto. Camões e Fernando Pessoa, dois dos maiores poetas da língua portuguesa, encontrariam hoje razões para se orgulhar de como o nosso país tem honrado o seu legado histórico.
Considero que Portugal é um país que se destaca pela forma como mantém viva a sua cultura e a tradição, sem deixar de ser moderno e de evoluir. As cidades maiores e mais marcantes, como Lisboa e Porto, estão cheias de vida, mas procuram preservar a essência portuguesa nas suas ruas, nas suas praças e nos vários monumentos que fazem referência à nossa história. O passado está sempre presente, mas o futuro não fica para trás, apostando-se na inovação e na criatividade.
Efetivamente, Portugal também é um exemplo de humanidade, visto que é conhecido pela simpatia com que recebe os outros. É um dos países mais pacíficos do mundo e, mesmo em tempos difíceis, o povo português continua a mostrar a sua força e o seu carácter solidário. Este espírito único faz toda a diferença.
Outro motivo de orgulho é a riqueza cultural de Portugal, com destaque para a música, a gastronomia, as paisagens e o património, que são admirados alémfronteiras.
Para concluir, se Camões celebrava os feitos gloriosos do passado e Pessoa sonhava com um Portugal maior, hoje ambos poderiam ver que o país continua a crescer, sem nunca esquecer quem é.
Por tudo isso, Portugal é, sem dúvida, uma inspiração e um exemplo para o mundo.
Lara Carvalhais, 12ºA
Se Camões regressasse hoje, encontraria em Portugal o mesmo mar que o inspirou a cantar os feitos heroicos das Descobertas. Porém, desta vez, as caravelas que navegam as ondas são movidas a inovação. Já Pessoa, por sua vez, talvez visse nas ruas de Lisboa, os seus heterónimos multiplicados em vozes de diferentes culturas, que, ao colaborarem umas com as outras, constroem um novo Portugal.
A meu ver, Portugal tem motivos para se destacar, não apenas pelo seu passado glorioso, mas também pelo que é hoje e pelo que poderá vir a ser. Na gastronomia, partilhamos sabores que recriam tradições. Escritores portugueses como José Saramago, vencedor do Prémio Nobel, levaram a literatura portuguesa a um nível global. O fado, declarado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, é uma expressão da alma nacional. No turismo, Portugal aposta na sustentabilidade, protegendo a natureza que inspirou os poemas de Camões, Pessoa e tantos outros.
Mas, mais do que feitos materiais, o que nos torna uma referência é a nossa capacidade de sonhar. Portugal pode ser um país pequeno, mas somos grandes em ambição. Mesmo perante crises, reerguemo-nos com a mesma força com que um dia nos lançámos ao oceano.
Mais do que orgulhosos, Camões e Pessoa iriam certamente sentir-se inspirados, até porque tanto um como o outro apostaram na crítica construtiva para apimentar os seus conteúdos épicos.
Ser Portugal é exatamente isto: transformar o passado em inspiração para construir novos caminhos.
Francisca Geraldes, 12ºA
Portugal, o país que deu novos mundos ao mundo, que viu Luís de Camões imortalizar os feitos dos seus heróis n’ Os Lusíadas e que viu Fernando Pessoa enaltecer a pátria no coração da modernidade, parece hoje um eco distante de toda essa grandiosidade. Pergunto-me, se Camões ou Pessoa andassem pelas ruas das nossas cidades, o que diriam? Sentiriam orgulho ou desilusão? Na minha opinião, motivos para encher o peito de orgulho são escassos.
É verdade que Portugal é um país de paisagens deslumbrantes, de cultura e gastronomia ricas e de uma hospitalidade que encanta quem nos visita. Mas não basta viver de fado e saudade. A grandeza de uma nação não se mede apenas pelo passado glorioso ou pelo turismo, mas também pela visão do futuro, pelo investimento na ciência, na educação e pela qualidade de vida que oferece ao seu povo.
E é aqui que a pátria parece adormecida. Como orgu-
lhar-se de um país onde a precariedade laboral predomina e os jovens vivem encurralados entre baixos salários e rendas impossíveis? Onde professores são desrespeitados, hospitais carecem de condições mínimas e a ciência, tantas vezes exaltada como o caminho para o progresso, vive com um orçamento de subsistência?
Fernando Pessoa, mestre das palavras e das contradições, talvez olhasse com tristeza para este Portugal estagnado, sem um motor para transformar sonhos em ações. Não somos referência nem pela inovação, nem pela justiça social. Pelo contrário, somos frequentemente citados pelo conformismo e pelo adiamento de decisões cruciais.
Camões, que cantou os feitos heroicos de navegadores destemidos, talvez hoje se perguntasse se ainda temos coragem de enfrentar as tormentas. Talvez, hoje, esses navegadores representem os jovens emigrantes que abandonam o país por falta de oportunidades. Portugal não precisa de mais glórias passadas; precisa de um novo épico que inspire o futuro.
De facto, Pessoa alimentou um sentimento de identidade coletiva que ainda guarda a esperança sebastianista, aquela crença quase mágica de que, um dia, algo ou alguém virá resgatar-nos da estagnação. Mas sejamos honestos: não é na neblina de um regresso impossível que se encontra a solução para os nossos problemas. Dom Sebastião não regressará.
Claro que algumas vozes ainda cantam a grandiosidade de outrora. Sim, há quem lute, quem inove, quem faça a diferença. Mas esses poucos não são suficientes para renovar e reerguer um país inteiro. Precisamos de líderes que olhem para além das campanhas eleitorais e cidadãos que exijam mais e que não aceitem viver na mediocridade.
Camões e Pessoa merecem um Portugal digno do orgulho à pátria que as suas obras exalam. Afinal, como Pessoa disse e bem: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena.". Mas até quando deixaremos a nossa alma adormecida? Até quando vamos continuar a viver do "era uma vez"?
«Duas pinturas encontradas numa mansão inglesa [uma delas publicada acima] revelam o quotidiano de Lisboa, a capital de um império durante os Descobrimentos (…) .
No século XVI, a Rua Nova dos Mercadores era uma pequena babel. Nos seus edifícios, moravam italianos, flamengos, andaluzes, portugueses. Enquanto isso, naquela rua da Baixa de Lisboa, cristãos-novos, judeus estrangeiros, escravos vindos de 20 nações africanas, escravos árabes passeavam-se, muitos faziam trocas comerciais».
In Público. Disponível em https://www.publico.pt/2015/12/10/ciencia/noticia/a
Rafael Fonte Cruz, 12ºB
Se Luís de Camões e Fernando Pessoa, figuras incontestáveis da literatura portuguesa, não tivessem existido, seriam menos dois na história de Portugal e da sua literatura. No entanto, não seriam apenas “menos dois” na literatura portuguesa: faltariam as suas obras grandiosas nos livros acumulados nas bibliotecas, obras apagadas da história e da memória de Portugal e do mundo.
Acima de tudo, quantos valores seriam perdidos! E que valiosos são os valores que povoam os seus textos, ultrapassando guerras, crises e revoluções e continuando a inspirar-nos até hoje! Entre eles e a meu ver, os mais importantes são a valorização do esforço pessoal, do amor à pátria, que nos une, e da cultura, que permite transmitir valores de geração em geração. O esforço pessoal, impulsionado pelo sonho e pela ambição, permite-nos alcançar os nossos objetivos, os de todos os dias e os de toda a vida. Permite-nos, após realizarmos os nossos projetos, termos orgulho pelo concretizado. Permite-nos sermos, um dia, um exemplo e um incentivo, tal como D. Sebastião, citado por Camões em Os Lusíadas e por Pessoa em Mensagem, ou muitas outras figuras históricas, nomeadamente D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, que contra a própria mãe lutou para defender os seus valores e fundar o que ainda hoje é Portugal.
A cultura é um elemento fundamental para a união e a evolução de uma sociedade.
orgulho em todos aqueles que, de qualquer forma, contribuíram para a grandiosidade da nação e seguir o seu exemplo. Ser português é trabalhar com esforço e união, como se fez no passado, por exemplo no 25 de abril de 1974, data em que anos de censura, opressão e incerteza foram deixados, com alívio, para trás. O fim da censura permitiu que a cultura crescesse, que as pessoas partilhassem livremente as suas opiniões, umas boas outras menos, mas todas elas importantes por contribuírem para o debate social, por impulsionarem o progresso da ciência e a luta contra os preconceitos, por nos proporcionarem melhores oportunidades e condições de vida.
Como Camões alerta em Os Lusíadas, a falta de cultura, quer por desinteresse quer por opressão, é um perigo para a nação.
A cultura é um elemento fundamental para a união e a evolução de uma sociedade. Como Camões alerta em Os Lusíadas, a falta de cultura, quer por desinteresse quer por opressão, é um perigo para a nação. Exemplo disso são países que, infelizmente, ainda em 2025, possuem populações desinformadas, desorientadas e sem expectativas que, como presas num nevoeiro e sem escapatória possível, dificilmente conseguem imaginar uma realidade diferente daquela que conhecem.
Portugal, minha pátria, vive e viverá para sempre no meu coração e no dos bons portugueses. Ser português não é apenas ter um cartão de cidadão que o comprove, mas é, sobretudo, amar a nação, o seu brasão e os seus símbolos. É ter
No entanto, nós, portugueses, sabemos que ainda que a batalha pareça impossível, podemos vencê-la. Aljubarrota e o 25 de abril mostraram-nos que, mesmo quando as expectativas forem mínimas, enquanto houver sonho, esperança ou loucura, se nos esforçarmos e nos unirmos por um objetivo claro e comum, poderemos mudar as nossas circunstâncias.
Os Portugueses não aprendem:
Revelam falta de senso comum
E isto em pleno século vinte e um.
Fernando Pessoa a todos apelou
E o Quinto Império nos apresentou Para obtermos sucesso com coragem
E sem maldade no coração.
Porém, os Portugueses não entenderam Esta mensagem
E os políticos entregaram-se à corrupção.
Mónica Ferreira, 12ºC
Devemos ter sonhos e ambições
Porque, sem eles, somos seres irracionais. Temos de lutar com determinação, Nem que seja por meros sonhos banais.
Com isto termino estes ensinamentos
Que Luís de Camões nos anunciou
E que Fernando Pessoa retomou
Na sua obra “Mensagem”, Onde figuras míticas ele ressuscitou.
Adriana Parente, 10.ºB
É desde cedo que ouvimos pronunciar o nome “Luís de Camões”. Tão cedo que, por vezes, não temos maturidade para entender a magnitude deste escritor. Nos primeiros anos de escolaridade, as menções a esta figura e o retrato de um homem sem um olho chegam-nos à mente quando ouvimos pronunciar o nome “Camões”.
Por muitos anos que passem, este poeta quinhentista não será esquecido, muito menos perderá credibilidade ou espontaneidade. Toda a sua grandeza, que ultrapassa séculos e não desvanece, tem razão de ser. Camões influenciou não só uma geração ou um país, mas, sobretudo, uma nação.
Assim, surge a dúvida: E se Camões não tivesse existido? É sobre esta questão que vai incidir a minha reflexão. Seria muito diferente a atualidade? Seria o mesmo, o nosso regime político? Evoluiria a escrita portuguesa da mesma forma? Nunca teremos respostas concretas, mas podemos apelar ao conhecimento histórico para formular hipóteses.
Nas obras deste literato, os temas centrais são, em muito, humanos: o amor, a mulher, a natureza, o desconcerto do mundo, sem esquecer as reflexões do poeta. Em relação ao tema do desconcerto do mundo, é notório o desencanto de Camões com a sociedade sua contemporânea, nomeadamente a desigualdade, a injustiça e a maldade, valores pelos quais, infelizmente, era regida a sociedade da sua época. Já na temática relacionada com a mulher, retrata-a como perfeita física e moralmente; descreve a natureza como espaço onde espelha as suas alegrias ou mágoas e o amor, como um conflito entre a espiritualidade e os sentidos
Numa época marcada pela falta de autoquestionamento, de pensamento crítico, Camões surge, então, como um espírito revolucionador; “bateu o pé” e disse o que estava mal, sem receios, usando as palavras como aliadas, como a sua maior arma. Canalizou as suas emoções em palavras e para o papel passou ideologias que deram novos “mundos ao mundo”, que mudaram para sempre o rumo de Portugal.
Se este revolucionário não tivesse nascido, atrevo-me a dizer que este país não seria o mesmo. Talvez não fosse, sequer, administrado nos mesmos moldes, talvez as mulheres não fossem tão respeitadas, talvez o amor ainda fosse um enfado e o casamento uma prisão. Em muito temos de lhe agradecer pelo quanto nos inspirou, pela riqueza que trouxe à literatura portuguesa e pela afirmação que garantiu à nossa língua.
Especulações à parte, resta-me questionar: “E se Camões não tivesse existido?”
Mafalda Pinto, 12ºB
Luís de Camões e Fernando Pessoa ensinam valores que moldam a identidade cultural e espiritual de Portugal. Embora estes autores sejam separados por séculos, ambos exploram, nas suas obras, questões como o heroísmo, o amor, a busca pelo sentido da existência e o sentimento de pertença. , os portugueses são referidos como um povo com espírito aventureiro e corajoso, heróis que enfrentam tempestades, monstros míticos e os perigos do desconhecido. Somos convidados a refletir sobre quem somos enquanto indivíduos e enquanto nação, espelho do amor português à pátria, unida pela história e pela missão divina de expandir o conhecimento.
A multiplicidade dos heterónimos de Pessoa reforça a complexidade da identidade e a importância do autoconhecimento. Assim como Camões, Fernando Pessoa acredita num destino especial para Portugal, escolhido por uma entidade divina. Em Mensagem, os heróis portugueses e o mito do Quinto Império são exaltados como um futuro de realização cultural e espiritual.
Porém, nem tudo é matéria épica, digna de honra e glória, porque a crítica construtiva permite crescer. Camões avisa sobre os perigos da ganância e da corrupção, destacando que a grandeza de um povo deve estar sempre acompanhada de virtudes éticas e morais. Também Pessoa, quatro séculos mais tarde, alerta para o estado de decadência e de indefinição, que afeta Portugal e a Europa e que só a vontade divina e a ação dos homens sonhadores e inconformistas poderão reverter.
Concluindo, tanto Camões como Pessoa nos oferecem lições que continuam a ser relevantes nos dias de hoje. Camões incentiva os portugueses a serem “heróis” nos desafios do mundo exterior, enquanto Pessoa ensina a explorar os mistérios do nosso próprio mundo interior. Juntos, eles personificam a alma portuguesa, marcada pelo equilíbrio entre o sonho e a realidade.
Marta Rodrigues, 11.ºA
Nos dias de hoje, é muito discutida a importância da liberdade e do patriotismo, valores estes que, ao longo da história, moldaram as nações e inspiraram grandes feitos. Luís de Camões, um dos maiores poetas da língua portuguesa, exaltou em Os Lusíadas o espírito patriótico e a coragem dos navegadores portugueses, enaltecendo a glória de um povo que desafiou os mares em nome de Portugal.
Na minha opinião, lutar pela liberdade é essencial, pois só assim se pode construir uma sociedade mais justa e digna. Camões sofreu muito devido ao exílio e à prisão, assim ficou a conhecer bem o preço da liberdade e refletiu
essa noção na sua epopeia. A defesa da pátria pode levar a grandes conquistas, como o poeta descreveu ao narrar os feitos heroicos dos portugueses. No entanto, é fundamental que esse amor à pátria não se transforme em cegueira, pois, tal como Camões também advertiu, o excesso de ambição e orgulho pode levar à ruína.
Para que o patriotismo seja benéfico, deve ser guiado pela razão e pelo bem comum. Na sua obra Os Lusíadas, há vários momentos em que o poeta louva a coragem dos portugueses, mas também critica os seus erros e a corrupção do poder. Da mesma forma, acredito que ser patriota não significa ignorar os problemas do país, mas sim contribuir para a sua melhoria através da participação cívica de várias maneiras, uma delas sendo o voto consciente. Penso que o excesso de nacionalismo
pode ser prejudicial, levando à recusa de mudanças necessárias. Camões, apesar de ser um defensor da pátria, não deixou de apontar as falhas de Portugal, demonstrando que a verdadeira glória de uma nação não está apenas nas suas conquistas, mas sim na capacidade de evoluir ao corrigir os próprios erros.
Em suma, a defesa da liberdade e do patriotismo são fundamentais, mas devem ser exercidas com equilíbrio e consciência. Tal como Camões referiu, o verdadeiro amor à pátria não reside apenas na exaltação das suas conquistas, mas também na responsabilidade de torná-la um lugar melhor para todos.
Luís de Camões e Fernando Pessoa foram grandes nomes que fizeram parte da história, cultura e literatura portuguesa. As suas obras ensinaram e ensinam, até aos dias de hoje, valores e qualidades que modificam a vida de cada indivíduo que as contempla.
Nessas obras, Portugal é glorificado pelos seus grandes heróis e pelas suas conquistas ao longo da história. Este país sonhou, formou um povo corajoso, aventureiro, ambicioso e, principalmente, patriota. Os portugueses foram reconhecidos como excelentes servidores, fiéis à sua nação, de tal forma que muitos entregaram a sua própria vida para a salvação do seu reino. Muitos se sacrificaram perante as adversidades, mostrando a sua disposição e o seu esforço para o sucesso de sua pátria. Este país conquistou territórios, construiu impérios, terrestres e marítimos, enfrentou e ultrapassou os seus medos, tudo isto para alcançar o sonho de um futuro sublime e triunfante.
A História de Portugal, conforme é retratada e louvada por estes grandes nomes da literatura portuguesa, ensina-nos o orgulho de fazer parte desta “nação valente e imortal”, o orgulho de ser português. Portugal, mesmo nos seus períodos de decadência, nunca perdeu a sua identidade. Perante crises sociais, políticas, económicas ou outras, nunca perdeu a coragem e a esperança, ultrapassando o desalento, para fazer ressurgir a nação amada.
Realmente, Portugal foi escolhido por Deus e predestinado para ser um dos melhores neste vasto mundo. Por isso, os valores que aprendemos com Camões e Pessoa são ensinamentos que podemos levar para a vida. E isto resumese em não desistir e sempre seguir em frente para alcançar o desejo do nosso coração!
Isto foi o que eu, mesmo não sendo portuguesa, absorvi com este povo, com esta nação, com estes dois Grandes Escritores. Sempre levo estes valores comigo para uso diário no fundo do meu coração, pois proporcionam-me positividade e animação para descobrir o desconhecido e aceitar o que tenho de enfrentar todos os dias.
Este país não só conquista sonhos e vitórias, como também almas e corações. Então, posso dizer que, tendo nascido brasileira, levo comigo o tão aconchegante e destemido sentimento de ser portuguesa.
Ninguém nada no mesmo rio duas vezes.” Esta frase ressoa profundamente nos ensinamentos de Luís de Camões e Fernando Pessoa. Ambos os poetas, separados por séculos, refletem sobre a condição humana e a identidade portuguesa, mostrando-nos que a vida é uma corrente de um rio em constante transformação, onde cada geração redescobre a pátria e a si mesma.
Camões, em Os Lusíadas, ensina-nos sobre coragem, ousadia e perseverança. Na sua epopeia, os heróis portugueses enfrentam o desconhecido, movidos por um ideal que vai além do presente. O valor da glória, da honra e do sacrifício ecoa em cada verso, lembrandonos que ser português é carregar o peso da história nos ombros, mas sem nunca perder a esperança de novos horizontes.
Fernando Pessoa, por sua vez, em Mensagem, convida-nos a uma reflexão mais introspetiva. Ele resgata o mito e a memória para apontar um futuro de renascimento, o chamado Quinto Império – um império não de território, mas de cultura e espírito. Pessoa ensina-nos a acreditar na força do sonho, na necessidade da procura interior e no poder da identidade nacional reinventada.
Se Camões celebrava a epopeia externa, Pessoa sugere que a maior viagem é aquela que fazemos dentro de nós. Ambos, cada um à sua maneira, mostram que o tempo é uma ilusão, mas que a luta por identidade, grandeza e sentido é eterna. A coragem de Camões e a introspeção de Pessoa são as duas margens do mesmo rio, um rio que nunca é o mesmo, mas que sempre carrega o espírito inquieto de um povo que sonha.
Assim, Camões e Pessoa ensinam-nos que, seja no mar agreste das descobertas seja nas águas profundas da alma, o verdadeiro destino de Portugal e de cada um de nós é, antes de tudo, nunca parar de nadar.
Na sociedade em que vivemos, onde o julgamento é, muitas vezes, a primeira reação, é importante relembrar que o verdadeiro crescimento pessoal e coletivo vem da capacidade de olhar para o outro com empatia, aceitando as suas diferenças e entendendo que cada pessoa tem uma história única e valiosa que merece ser ouvida e respeitada.
Enquanto a nossa vida se deixa arrastar pela velocidade dos dias, muitas vezes acabamos por deixar de lado a importância de ouvir minuciosamente e compreender os sentimentos e perspetivas dos outros. No entanto, é na estação de serviço do tempo que encontramos uma alegria natural e o equilíbrio essencial da vida, onde, ao desacelerarmos, descobrimos o valor e o poder que a empatia traz. A empatia está na base de um comportamento que nos permite viver em sociedade, promove mudanças significativas e transforma vidas.
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Luís de Camões, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona, também expressa empatia na sua poesia e, através dos seus poemas, importantíssimos para toda a sociedade, conseguimos entender e refletir sobre temas importantes. A sua poesia encantou e continua a encantar pessoas ao redor do mundo e transmite emoções profundas e intensas permitindo aos leitores uma conexão forte com o poeta. Devido a esse facto, Camões continua a ser estudado, lido e admirado, e é um símbolo nacional. Vivemos num mundo que muitas vezes parece confuso e injusto, onde as relações interpessoais se tornam cada vez mais superficiais. Luís de Camões expressa esta frustração no poema "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", onde reflete sobre a imprevisibilidade da vida e a constante transformação das pessoas e do mundo. Tal como no poema, onde tudo parece instável e contraditório, também na realidade atual enfrentamos um mundo em mudança, onde a pressa muitas vezes nos impede de realmente escutar e compreender o outro.
Talvez o maior desafio da existência seja realmente a procura da empatia, pois ela exige de nós um esforço contínuo e desafia-nos a sair da nossa zona de conforto para compreender o outro na sua totalidade, sem julgamentos ou preconceitos.
Muitas vezes sentimo-nos tentados a julgar ou a oferecer soluções rápidas para os problemas alheios, sem realmente compreendermos a complexidade da situação. Vivemos num mundo que, na sua generalidade, é muito focado em resultados rápidos, em soluções imediatas para problemas complexos. Mas a empatia não é instantânea, requer tempo, paciência e, mais importante, a disposição para enfrentar desconfortos emocionais. É um exercício constante de autorreflexão e humildade, pois, muitas vezes, só conseguimos entender melhor os outros quando nos começamos a compreender melhor a nós mesmos. A empatia não é apenas sentir pelo outro, mas sim com o outro, como transmite Camões no seu célebre soneto “Transformase o amador na cousa amada”. É esta forte ligação emocional que nos permite ver o mundo com os olhos do outro e sentir as suas dores como se fossem nossas. No entanto, isso não significa viver o sofrimento do outro, mas sim compreender a sua dor, alegria ou frustração, reconhecendo que ele tem uma experiência válida e única.
Mas por que darmo-nos ao “trabalho” de ajudar os outros com problemas que nem têm nada a ver connosco quando podemos estar a fazer coisas mais divertidas e fixes? Porquê? Porque o mundo fica mais bonito quando finalmente aprendemos e compreendemos que cada pessoa tem o seu detalhe único que deve ser ouvido e não repreendido, conhecido e não desconhecido, admirado e não julgado, amado e não odiado. Pois a arte de ouvir e compreender vem do conhecimento que adquirimos ao longo do tempo em que confraternizamos com as pessoas ao nosso redor. Ajudamos os que precisam, e os que “não precisam”, pois, toda a gente necessita de uma mão estendida ou de uma escada para subir quando o chão não é suficiente. Ajudar é um gesto simples de bondade, mas que traz abrigo numa tempestade, que oferece asas a quem tem medo de voar, é um ponto de luz na escuridão que nos guia para o caminho certo, ou uma ponte que nos impede de cair do precipício, e, tal como a gravidade que mesmo sem se ver nos sustém, quem ajuda cria forças que seguram alguém.
Tomás Santo, 11.ºB
Em Portugal, o reconhecimento do mérito pelas nossas ações é algo que já se provou ser bastante difícil de conseguir, ao longo dos tempos e em diversas áreas da sociedade.
Ao analisarmos, em várias ocasiões, o reconhecimento de algumas personalidades importantes em Portugal, damonos conta de que no que toca a tempos mais recuados, escritores, cujas obras hoje são consideradas símbolos de Portugal, apenas ganharam reconhecimento pelo mérito do seu trabalho após a morte. O nosso, hoje grande, Luís de Camões é porventura o exemplo mais paradigmático deste comportamento de ignorância e ingratidão! E mesmo neste nosso tempo, podemos perguntar-nos se não estará a acontecer algo semelhante: há escritores e artistas com obras incríveis, mas que, devido à falta de promoção que a nossa cultura lhes oferece, continuam desconhecidos.
Alguns consideram que na atualidade está tudo mais fácil para todos as áreas da cultura, quer seja para artistas plásticos, quer para escritores ou músicos; já eu, pela minha parte, não acredito muito nisso. Creio que, nos dias de hoje, com o digital, a rivalidade aumentou demasiado. O público, a maior parte das vezes, foca-se apenas naquilo que está na moda e não na grande variedade de talento e qualidade que há para oferecer. Focamo-nos naqueles que são nomeados para prémios, sendo que, atualmente, existe uma infinidade deles, cada um com menos sentido e menos critério do que o outro e, assim, acabamos nós mesmos por não dar reconhecimento a tantos que o merecem.
Em suma, creio que damos valor ao trabalho de alguns que o merecem, mas, se continuarmos a dar o reconhecimento a tantos que nada fizeram para o merecer, então, no caso de alguém se esforçar para entregar o melhor de si e melhorar a nossa cultura, mesmo que seja a pessoa mais talentosa para isso, só a sorte poderá definir o seu destino.
Irás ao Paço. Irás pedir que a tença Seja paga na data combinada.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Mariana Gonçalves, 11.ºB
Só damos valor ao que temos quando o perdemos, uma frase que me parece descrever na perfeição a maneira como a grande maioria dos portugueses se comporta, principalmente quando se trata de arte ou de literatura.
Poucos são os autores portugueses que receberam o devido valor e reconhecimento pelo seu mérito quando ainda estavam vivos, que viram o impacto que as suas obras tiveram na história de um povo. No passado, o seu trabalho não foi apreciado nem recompensado, como podemos ver pela forma como alguns escritores faleceram, na miséria e solidão. Foi o caso de Camões que, apesar de ele mesmo ter denunciado na sua obra o desprezo que existia pela arte e pelas letras, não teve qualquer impacto na época. Atualmente é reconhecido como um dos mais importantes autores portugueses, mas não devia ter sido recompensado pelo seu trabalho em vida? Devia, mas não foi.
Atualmente, penso que se vê uma melhoria no reconhecimento do valor da literatura portuguesa, em grande parte devido à escola. Atualmente não há ninguém que não conheça os grandes clássicos da literatura e os grandes nomes por trás dessas obras. Estamos a recompensar a falta de reconhecimento do mérito que esses autores tiveram no passado tornando-os ilustres símbolos da nossa nação, algo que me parece extremamente adequado.
Concluindo, apesar de pensar que estamos a consertar os nossos erros para com os autores do passado, penso também que não mudamos os nossos hábitos: existem grandes escritores portugueses da atualidade que não são reconhecidos, assim como aconteceu com os autores do passado e porquê? Porque fomos ensinados a julgar que o que vem do estrangeiro é melhor? Ou porque temos, como nação, de esperar mais uma vez que morram sem verem os seus trabalhos reconhecidos para no futuro corrigirmos, novamente, erros que podiam ter sido evitados e reconhecermos desde já o mérito a quem realmente o merece?
Esmeralda Cardoso, 11.ºB
Ao longo da história da humanidade muitos foram os que ficaram conhecidos pelos seus grandes feitos, seja por desbravarem terras alheias, seja por inventarem soluções mirabolantes ou descobrirem um novo elemento químico; porém, talvez muitos desses nomes não tenham sido os verdadeiros criadores de soluções ou exploradores heroicos.
O reconhecimento baseia-se no mérito. Quem faz merece: é assim que pensamos e é assim que deveria ser, mas nem sempre é. Por exemplo, o famoso e aclamado físico Albert Einstein, criador da relatividade do tempo, omitiu a sua vida toda que boa parte das suas teorias foram desenvolvidas pela sua primeira mulher. Mas… e ela? O seu nome e o seu prestígio permaneceram desconhecidos, a pobre condenada a uma vida de pobreza, trabalho e sofrimento, mesmo tendo mudado a história da humanidade!
Pergunto-me quantos outros foram como ela e lembro -me de muitos exemplos, mas especialmente de um que, com apenas um olho, viu muito, viu bem e ainda o mostrou ao Mundo. O autor da língua portuguesa, o poeta revolucionário, escritor da maior obra de Portugal, Os Lusíadas, foi injustiçado com tal crueldade que nunca pôde sentir, durante a sua vida, a alegria de mudar o rumo de uma língua.
Adelina Taveira (Assistente operacional)
Melhor seria perguntar quantos foram aqueles que realmente mereceram o reconhecimento e quantos, merecendo-o, ficaram esquecidos.
As sociedades humanas foram (são?) preconceituosas: o homem caça, a mulher cozinha; o homem inventa, a mulher cuida da casa; o homem pensa, e a mulher? Os europeus descobrem, os outros povos foram descobertos; os europeus inventam, os outros povos foram «inventados». O próprio Luís Vaz de Camões nos diz ter visto «os bons sempre passar graves tormentos» e os maus «sempre nadar em mar de contentamentos», denunciando o desconcerto do mundo.
O bom reconhecimento é geralmente destinado aos poderosos, no entanto nem todo o reconhecimento vai para eles. Em caso de assédio, a reconhecida como culpada é a mulher. Em caso de violência policial, o reconhecido como culpado é o indivíduo na rua, ainda que seja apenas culpado de ser diferente.
O reconhecimento é uma prova da desumanidade, uma justificação para a máxima «a vida é injusta, mas é mais injusta para uns do que para outros». E eis que, afinal, todos são reconhecidos, mas talvez ninguém mereça.
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Depois da Bíblia Sagrada, Os Lusíadas foi o livro de que mais gostei! Já lá vai um tempo, mas parece que foi hoje que percorri os seus dez cantos tão atuais e tão verdadeiros que qualquer pessoa se poderá identificar com eles. Dos heróis portugueses à Ilha dos Amores, passando pelo Cabo das Tormentas, que bela experiência de leitura!
É claro que a obra tem de se ler com alma, exige concentração e ter quem nos ajude a interpretá-la. Mas gostei muito, tanto pelas suas passagens bonitas, como pelo retratar de vícios de todos os tempos, como os da luxúria, da avareza e da ganância. Muito atual!
Dos sonetos também guardo boa memória e até da classificação de algumas rimas me lembro ainda (emparelhadas, interpoladas…)!
500 anos! Parabéns, Luís de Camões!
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Professora Eugénia Paula Almeida
Nobre Luís Vaz de Camões!
E se Camões não tivesse existido?
Permita-me tratá-lo por “tu” (só o faço com quem respeito e admiro), pois sinto que existe muita proximidade entre nós. Desde os meus catorze anos, não devo andar muito longe da verdade, entrou na minha vida pela mão de uma professora fantástica, que esteve ao nível de passar para os alunos a excecionalidade dos seus decassílabos. A partir daí, não o deixei mais. Palmilhei Os Lusíadas com a sede da juventude; quis conhecer o Adamastor, ouvir a bela história de amor de Pedro e Inês, passei o Bojador, assisti à Batalha de Aljubarrota e deslumbreime com a chegada dos bravos argonautas à Ilha dos Amores.
Passaram cinco séculos desde o teu nascimento! Quinhentos anos! Que força divina te inspirou a imortalizar em versos a alma de um povo, que também é meu? As suas dores, os seus feitos, as suas glórias e os seus sonhos? Daí, “no acento etéreo onde subiste”, vês “este bicho da terra tão pequeno”, mas que tu, Camões, grande Camões, exaltaste, “com engenho e arte”, porque reconheceste o valor das suas preclaras façanhas, igualando em arte Virgílio e Homero. Por vezes, dou por mim a pensar: “E se Camões não tivesse existido?”. Prefiro pensar na tua existência, deixo para outro momento essa reflexão, que me inquieta e atormenta.
Ao mergulhar nas profundezas de Os Lusíadas, vejo a tua pátria, a minha pátria, navegante, erguida entre tormentas e descobertas, ecoar no coração de cada verso. Serás a voz de uma nação que ousou desafiar o mar, enquanto a tua poesia resistir a Cronos, esse deus atroz, tal como as pedras do Tejo resistem às águas que viram partir e chegar-alguns- os nossos Heróis do Mar.
Admiro a tua coragem em dar à língua portuguesa a dignidade de um canto épico, elevando-a às alturas da literatura universal. “Arma virumque cano”, assim começou Virgílio a sua epopeia. Mas tu foste mais canoro e começaste a tua obra-prima com o excelso verso “As armas e os barões assinalados”. Com a tua pena, fez-se espelho da condição humana: os amores perdidos, as saudades vividas, as lutas inglórias. E como não lembrar da tua própria história, marcada por tempestades que não se limitavam aos oceanos?
Hoje, em tempos tão diferentes, as tuas palavras ainda encontram abrigo nos nossos lusos corações. A tua língua, o nosso idioma, continua a ser o fio condutor de sonhos, ideias e sentimentos. Que dirias, meu Mestre, ao ver o mundo que ajudaste a moldar com os teus versos? A inquietação do espírito português ainda pulsa no nosso sangue, mas os valores que eternizaste na tua obra parecem, muitas vezes, diluir-se na modernidade que nos cerca.
Escrevo-te para agradecer. Por não permitires que as nossas raízes fossem esquecidas, por nos ensinares que a poesia pode conter o infinito e que, mesmo entre as adversidades, a arte permanece como o mais nobre testemunho humano.
Adeus, mas nunca adeus! Enquanto houver língua para declamar e alma para sentir, teu canto viverá, e em cada coração português, Luís de Camões será eterno.
Professora Délia Fagundes
Era uma vez / um português / de Portugal. / O nome Luís / há de bastar / toda a nação /ouviu falar.
Almada Negreiros
Antes de saber que “As armas e os barões assinalados” haviam de atormentar os gloriosos dias da nossa adolescência, já éramos capazes de invocar um dos muitos infortúnios do nosso poeta maior. Queres que te ponha um olho à Camões? Soa a ameaça e é uma ameaça. Pode não parecer, mas é um legado incontornável do autor de Os Lusíadas. E acreditem que saber em quantos cantos se divide a obra-prima da nossa literatura não vai dissuadir o agressor.
Mandar alguém chatear Camões também não é bonito, ainda assim ofende mais o nosso interlocutor que o poeta se tivermos em conta a origem da expressão que, segundo a tradição popular, se referia aos bêbados que abordavam a estátua de Camões, na praça com o mesmo nome, em Lisboa, na esperança de que lhes respondesse.
Prosaico, dirão. Todavia, celebrar o símbolo máximo da nossa literatura a quem, por morte, devemos um feriado, 10 de junho, é, de facto, celebrar a língua portuguesa nas suas múltiplas manifestações, na forma indelével como os seus versos mais pungentes se inscrevem no discurso dos falantes sob a forma de expressões como, por exemplo, Não sejas um Velho do Restelo! Nesta alusão à personagem d’Os Lusíadas que fica na praia aquando da partida da armada de Vasco da Gama para a Índia, lamentando a falta de prudência e a ambição desmedida dos navegadores, é óbvia a conotação negativa da expressão, pois hoje, num tempo todo feito de futuro, ninguém quer ser velho e, por inerência, inapto para lidar com o desconhecido, com a mudança.
E por falar em mudança, sobre a força inexorável do tempo, serve-nos como uma luva dizer: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, para justificar, de forma complacente, o inevitável.
Sobretudo, aprendemos com Camões a dizer o Amor, esse sentimento sublime “Tu, só tu, puro Amor, com força crua, / Que os corações humanos tanto obriga" e o eterno verso “Amor é um fogo que arde sem se ver” bastanos para definir o inefável.
Professora Sofia Doutel
Acordei com réstias de um sonho estranho. Uma palavra parecia continuar agarrada à minha memória: poeta. Com esta palavra a martelar na minha cabeça, lembrei-me de todos os poetas que costumam habitar nas estantes da minha biblioteca poético-imaginária.
Poetas: recorro a eles, quase sempre, em momentos verdadeiramente críticos.
Poemas: nos versos dum poema consigo encontrar o melhor caminho de volta a casa.
Passo a explicar.
Quando precisei de um amigo, Alexandre O’Neill segredou-me que amigo é “Um coração a pulsar na nossa mão!” e nunca mais me senti só.
Em todos os momentos que duvidei de mim e tive vontade de desistir, Miguel Torga disse-me “Recomeça se puderes, sem angústia e sem pressa.”, lembra-te “És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura, onde, com lucidez te reconheças…”. E, assim, arregacei as mangas e fui à luta, dono da minha própria vontade!
Sempre que ouvia o meu pai queixar-se de um simples pingo no nariz, ping, recitava-lhe num tom assaz cómico-dramático, como convinha à situação, o “Poema dos homens constipados”, de António Lobo Antunes, “Ai Lurdes, Lurdes fica comigo, não é o pingo de uma torneira.”.
Agora já acreditam que tenho poemas para todos os gostos e ocasiões? O poema é a melhor panaceia e poupa-nos imenso na conta da farmácia. Não acreditam?
Nos momentos mais tristes, em que bate aquela saudade de quem já partiu, ergo os olhos ao céu e de mãos dadas com Eugénio de Andrade digo “Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas.”
Quando, na pausa para o café, assisto a verdadeiras novelas da vida real, em que os amores andam contrariados e até parece que os pares estão todos trocados, bastam uns pozinhos do “Poema da quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, para apaziguar os corações desesperados e confortá-los com Deixa lá isso, também acontece aos outros, sabias que, “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.”?
E quando assisto ao telejornal, depois de ver tantas desgraças, em conversa com a minha tia, digo-lhe, às cavalitas das palavras de Vasco Graça Moura, “quando eu morrer segura a minha mão, põe os olhos nos meus se puder ser!”
Agora, lembro-me de uma cena que vivi no verão passado, na festa da vila, no meio de uma dança, quis falar de amor ao meu par, recitar-lhe um soneto, mas não o consegui encontrar. Fiquei por minha conta e risco, tive de improvisar. Disse-lhe ao ouvido “O amor é como uma dor de barriga e tu és o meu comprimido!”. Logo, o amor se tornou num autêntico fogo, pois foi impossível não sentir as marcas vermelhas que a bofetada dela me deixou na face esquerda. Bolas, onde estaria o tal soneto de amor quando um simples mortal precisava de fazer bonito junto da sua amada? Entretanto, a sua resposta continuava a ecoar na minha cabeça, Manuel, vai chatear o Camões! Camões? Mas quem é esse? Fui pesquisar e, rapidamente, apareceu a resposta no ecrã do meu telemóvel: “Palavra desconhecida”.
Conclusão, Camões não figura no meu depositário poético, a cativa deixou de ser cativa, a Leonor nunca mais saiu de casa, pois deixou de ser fermosa e de nada lhe servia a segurança.
Ufa ainda bem que toda esta cena não passou de um sonho estranho, digo eu em voz alta, segurando o livro “Poesia Lírica”, de Luís de Camões, quase com um estatuto de relíquia, marcado pelas folhas já amareladas e verdadeiras testemunhas de muitas leituras e releituras, em diferentes momentos da minha vida.
Mudam-se os tempos, as vontades, os gostos, as opiniões, só não mudem os poetas!
Camila Soares, 11.ºA
https://www.sesc
Já todos nos perguntamos se somos realmente felizes; o que é ser feliz? Será a felicidade realmente alcançável? A esta última pergunta muitos diriam que a resposta é complexa, mas eu discordo, a felicidade é, sim, alcançável.
Nos dias de hoje existe muita depressão, muita ansiedade e muito medo. Medo de expressar, medo de sentir, medo de ser. O medo limita-nos, a depressão consome-nos e a ansiedade assusta-nos. São sentimentos naturais, necessários até; mas não são os sentimentos que devíamos sentir diariamente e muito menos os que devíamos deixar que tomassem conta de nós e da nossa vida. Se há algo que devíamos sentir e gostar de sentir devia ser o afeto, o entusiasmo, a gratidão, etc., sentimentos que nos façam viver de uma forma mais proveitosa e feliz.
Mas a pergunta mais frequente é “Como é que vou ser feliz?”, e a esta pergunta, por outro lado, é difícil responder. Temos de nos relembrar que a felicidade é um conceito subjetivo, sem valor de verdade. Cada pessoa tem os seus gostos e interesses, logo para uns a felicidade pode estar ligada ao poder económico, para outros pode estar relacionada com a liberdade, com o amor, ou mesmo com momentos simples do dia a dia. Outro aspeto que faz com que as pessoas achem difícil alcançar a felicidade é porque têm a ideia de uma felicidade perfeita, muitas vezes associada a certos objetivos, como comprar algo, encontrar a pessoa certa, ou associada a uma realidade inatingível. Estudos mostram que a felicidade não está sempre em grandes conquistas, mas está presente em pequenos momentos do quotidiano: um abraço, uma gargalhada, uma comida muito saborosa. Um dos problemas relacionados com esta procura da felicidade é que nada nos garante que por comprar algo, ou conhecer alguém, vamos realmente sentir a felicidade, ou seja, vamos estar à espera de algo que talvez nunca chegue. Temos de entender que a felicidade está no presente e não no futuro.
De uma outra perspetiva, muitas pessoas não têm felicidade pura e simplesmente por comparação. As redes sociais criam uma ilusão de que todos estão sempre felizes, o que suscita uma comparação constante. Com esta comparação achamos que a nossa vida não é interessante e não tem valor. Comparamos os salários que recebemos, os sítios que podemos visitar, as roupas que podemos comprar e ficamos cada vez mais infelizes e inseguros com aquilo que temos e podemos chamar nosso.
Muitas vezes, temos o que precisamos para sermos felizes e não nos apercebemos, não damos valor. Aprender a sermos mais gratos e a apreciar todos os momentos, mesmo os pequeninos, pode ser o segredo para uma vida mais tranquila e feliz.
Luís Vaz de Camões, um dos maiores poetas da literatura portuguesa, também refletiu sobre a felicidade em várias das suas obras. Um exemplo, n’Os Lusíadas e em muitos dos seus sonetos, Camões expressa a ideia de que a felicidade é uma ilusão, um sentimento passageiro, muito frágil, que facilmente é destruído ou pelo destino, ou pela fraqueza do ser humano. O poeta alerta sobre os perigos de se procurar a felicidade em bens materiais e em ideias inalcançáveis, destacando que a verdadeira felicidade e o contentamento podem estar na gratidão, na virtude e na vida do presente. Camões, um homem que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo da vida, desde o exílio à extrema pobreza, mostra-nos que a felicidade não depende das circunstâncias que nos rodeiam, mas da maneira como escolhemos lidar com elas e com tudo o que nos acontece.
João Coutinho, Professora de Educação Moral e Religiosa Católica
O tempo não desgasta a obra dos grandes artistas, muito pelo contrário, só contribui para que aspetos até então irrevelados possam ser conhecidos e aprofundados. Quando ouvimos o nome de Luís de Camões, o pensamento leva-nos, não raras vezes, para a aventura de Vasco da Gama e companheiros na grande Viagem d’Os Lusíadas. No entanto, não foi somente nos cantos épicos da sua opus magnum que o poeta se destacou pela capacidade criativa, ou que representou as suas crenças e ideologias. Procuraremos, na brevidade destas palavras, relembrar o conhecimento que, noutros espaços poéticos, Camões revela do conteúdo das fontes do cristianismo, a par de uma descrição cristã do ser humano tão sua e que é, a nosso ver, atualíssima. Pretendemos mostrar como uma teologia é possível na obra de Camões.
Num primeiro momento, comecemos por observar a experiência poética, humana e religiosa, nas Redondilhas de “Sôbolos rios que vão/ Por Babilónia, me achei/ Onde sentado chorei/ As lembranças de Sião/ E quanto nela passei”. Destaca -se, de imediato, a referência a Sião e à Babilónia. A tristeza e o sofrimento do exílio são o lugar da graça divina, a fonte da vida, numa afinidade evidente com a experiência mística e orante que são a definição cristã do ser humano na sua forma mais pura. Não podemos aqui multiplicar as citações, mas aconselhamos a ler o poema longo e cheio de sabedoria e de uma penetrante análise psicológica que não perde pertinência com o passar do tempo. Elegemos um segundo poema em que está patente uma experiência ética cristã essencial. Referimo-nos a “Endechas a Bárbara escrava”. Sem qualquer forçar do texto, podemos identificar aqui uma descrição da caridade a que Jesus nos iniciou. O cristianismo inovou, como sabemos, a relação entre os seres humanos, anunciando-lhe a dimensão da caridade que aproxima o diferente, dando-lhe a possibilidade de comunicar para lá das diferenças insuperá-
veis do ideal clássico grego. O amor aproxima, supera as distâncias, esbate os vícios que se interpõem entre homem e mulher, rico e pobre, escravo e livre, autóctone e estrangeiro. A poesia tem todos os sentidos. Esta tem um sentido teológico evidente. Damos, por fim, um terceiro exemplo, este de preferência sobre a experiência religiosa propriamente dita e diz respeito ao soneto “Correm turvas as águas deste rio”. Há aqui uma nítida e realista alusão teológica. No fim das contas, também ele desejou representar-se a si mesmo como escuta de Deus e da nossa humanidade mais autêntica
«Verdade,amor,razão,merecimento Qualqueralmafarãoseguraeforte, Porém,fortuna,caso,tempoesorte Têmdoconfusomundooregimento..»
Eles são como estrelas brilhantes, que descem à terra para nos ensinar sobre o amor mais puro.
Tantos que deixaram em mim o seu rasto, o seu perfume, a sua peculiaridade. Mas vou falar, de um deles: um menino muito especial, daqueles a quem dizem que transporta consigo o “cromossoma do amor”. Foi no ano de 2001 que o conheci. Alguém com quem tive a honra e privilégio de conviver por algum tempo.
É bem verdade, que existem pessoas que mudam e marcam a nossa vida, ainda que não estejam ao nosso lado todos os dias, ainda que praticamente as deixemos de ver, ainda que a distância ou o tempo passe, elas marcam-nos de forma tão indelével que a sua presença está sempre presente no nosso coração. Essas pessoas memoráveis fazem parte da nossa história, entram na nossa vida, conquistam-nos e envolvem-nos definitivamente.
O P. A. entrou na minha vida há alguns anos. Pequenino no seu bibe de xadrez e determinado, de forma inteligente e brilhante, para nos fazer concordar com o que pretendia, dava-nos abracinhos amorosos, beijinhos ternurentos, olhando-nos de forma melancólica e pungente. O apoio foi apenas de um ano, e o tempo foi passando. Nunca perdemos totalmente o contacto, porque a sua extraordinária mãe sempre me quis por perto julgando que lhe tinha dado muito, quando foi ele que me deu muito mais a mim.
No seu décimo oitavo aniversário, em 2015, fiquei surpreendida e feliz porque recebi um convite para estar presente na sua festa. Foi este pequeno e singelo discurso que lhe fiz:
“Sinto-me grata poder estar aqui hoje a comemorar esta data, porque significa que, de alguma forma, a minha presença foi importante para o P., assim como a dele foi para mim.
Sei que o P. cresceu e aprendeu a acreditar em si, a não se deixar abalar pela crítica, a enfrentar da melhor maneira os desafios, a desenvolver o seu potencial com a ajuda e o apoio incondicional da sua linda família, dos seus amigos, dos seus professores, fazendo dele próprio um bom amigo. Acredita que a tua vida é uma dádiva magnífica e que és um verdadeiro presente para todos aqueles que te amam.
Faço votos para que este dia seja uma bênção especial, que os desejos do teu coração se tornem a cada dia uma realidade, que a felicidade seja constante na tua vida, que consigas sempre lutar pelos teus objetivos, sem que a palavra desistir conste do teu vocabulário. E agora que atingiste a maioridade, que seja o início de uma vida de vitórias, que a prosperidade venha sempre ao teu encontro e que nunca esqueças a pessoa especial que és.
Que os anos que se vão somando à tua vida não sejam um peso, mas que façam parte de uma infinita conta de novas experiências que te fazem crescer e aprender a viver cada vez melhor. Que, neste dia, a felicidade se faça presente amigo!
Que as bênçãos do céu estejam sobre a tua vida! E que a paz que te desejo hoje te acompanhe sempre! Como diz o poeta: “aqueles que passam por nós não vão sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. Parabéns, querido P!”
São estes momentos os mais gratificantes na vida de um professor de educação especial ou inclusiva, porque nos fazem acreditar que o trabalho, o amor e a dedicação tenham valido a pena, que o amor e a dedicação ficaram na sua memória e na dos seus familiares e, sobretudo, as lições de vida, resiliência e perseverança que nos ensinam a caminhar, sempre que o desalento nos acena.
Professora Maria Manuel Carvalhais
Camões, grande Camões, quão diferente
Acho teu fado do meu, quando os cotejo!
Tu foste rasgando o Mar pelo imenso mundo; Eu fiquei presa à mãe Terra, Anteu profundo!
Nas raízes deste meu berço enleada, Perdeu-se-me o Universo da distância.
E foi pelos teus escritos, maravilhada, Que descobri, da pátria amada, a importância.
E, na agreste avena ou frauta ruda
Dos teus versos mais belos e pungentes, Li o que não soube dizer dos meus tormentos;
E vi expostos os humanos sentimentos
Com tanta clareza e arte que senti
Quão pequena sou e como foste grande!
Ana Nascimento, 11.ºA
Vicente Vieira, 9.ºA *
Amor é chuva que cai sem molhar, É vento que sopra e não se sente, É pensamento que não sai da mente, É coisa que se diz sem se falar;
É algo tão profundo como o mar,
É querer virar as costas e ficar de frente, É um ser igual mas também diferente, É algo que se vê sem se olhar.
É algo muito maior que a amizade, É oferecer algo que não pode ser dado, É um querer estar preso em liberdade;
É um querer falar e ficar calado, É por vezes algo que nos traz saudade, É um fazer algo não recompensado.
Luís de Camões retratou a mulher de uma forma idealizada, associando-a à beleza e ao amor, mas sem voz ativa, como vemos em muitos dos seus poemas e na obra Os Lusíadas. Hoje, a mulher luta para superar esses papéis tradicionais e impostos, à procura da igualdade e da liberdade.
Dizem que somos inferiores , que por sermos mulheres temos de aceitar limites e imposições. Vivemos entre a injustiça e as dores, enquanto o homem vive sem restrições.
Acredito que com o tempo isto vá mudar, mas já no século passado algumas mulheres passaram a vida a tentar. Quanto mais vamos ter que lutar?
E quantas mais lágrimas temos que chorar?
Querem ver-nos em papéis já escritos, mas podemos reescrever a nossa história.
Gritamos pelos gritos perdidos, em busca de uma grande vitória.
Não temos de ser perfeitas. Temos os nossos direitos e devemos ser sempre aceites. Não temos de ser todas donzelas. Podemos pintar a nossa própria vida cheia de cor com aguarelas.
Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas não vamos parar de lutar na nossa vez. Porque a igualdade não é um sonho e sim um dever, e vamos lutar por ela, com coragem e sem timidez.
*Aluno da escola Morgado de Mateus (então escola da Araucária Nº3) em 1986-1987, seu primeiro ano de funcionamento. Frequentou o 9.ºano e escreveu este soneto inspirado pelo estudo da lírica camoniana, na aula de Português. Guardei-o e, com a sua autorização, publico-o. Maria Manuel Carvalhais.
Escrever um texto, em parceria com um elemento familiar, partindo das seguintes palavras:
História Poeta Amor Mar Versos Heróis
Duarte Matos, 5.ºD e Encarregado de Educação
história
Era uma vez um monstro chamado Adamastor, que tinha dois filhos. O Gustavo era cantor e o Gabriel era escritor e poeta. Adamastor adorava afundar as naus dos Portugueses. Gabriel era muito curioso e, por isso, pediu ao pai que o levasse consigo para impedir que os portugueses passassem pelo Cabo das Tormentas, atualmente conhecido como Cabo da Boa Esperança. Quando avistaram a nau, Adamastor pediu ao filho que levantasse os braços e batesse com muita força no mar, para que, com o impacto, uma onda gigante atingisse a nau e a afundasse. E ele assim fez…
Gabriel viu várias coisas interessantes no barco afundado e ficou inspirado para fazer um poema.
No final do dia, Gustavo começou a remexer nas coisas do irmão, que costumava guardar com muito amor, debaixo da cama, como se fossem tesouros. Ao ver aquelas relíquias, decidiu então compor uma música de versos belíssimos, que surgiu instantaneamente como se tivesse vontade própria.
Gabriel, ao ver o irmão tão empenhado nessa tarefa, decidiu ajudá-lo. Juntos, os dois irmãos criaram a mais bela música de sempre!
Pediram ao pai para cantarem a música quando vissem a próxima nau portuguesa. E assim foi
Após assistirem a este espetáculo, os heróis portugueses regressaram ao seu país e contaram ao rei D. João I que os filhos do Adamastor lhe haviam dedicado uma música muito especial. D. João I, ao ouvi-la, ficou bastante comovido e decidiu torná-la o hino de Portugal.
Leonor Matos e Maria Correia, 5.ºA
Era uma vez um homem de seu nome Luís Vaz de Camões.
Infelizmente, numa batalha, perdeu o seu olho direito, por isso tinha uma pala preta. Usava uma gola ondulada branca e uma veste lilás, roupa usada no séc. XVI.
Tinha adotado um gato mágico de olhos laser. Este era imensamente fofo, cinzento e de cauda bastante felpuda.
Um dia, Camões estava sentado a escrever um poema com uma pena mergulhada em tinta preta e na companhia do seu melhor amigo que, através dos seus olhos laser, acompanhava a sua escrita, corrigindo, automaticamente, algum erro ortográfico que surgisse.
Camões finalizou a sua escrita contando com a ajuda preciosa do seu tão amado animal.
No âmbito da disciplina de Educação Visual 7ºG
Tema - TÉCNICAS E FIGURA HUMANA
Técnica de impressão (carimbo)
Professora Maria Manuel Carvalhais
Não, caro leitor, não são estâncias d’ “As Lusíadas” (expressão do Autor) naufragadas a secar! Mas são poemas de outros poetas, magia feita na mesma bela língua, criados ou escolhidos por alunos do sétimo ano, desta escola.
E talvez que a mão pequena que desenha o verso ainda que copiado fique presa no feitiço dessa raridade que é a de condensar o mundo em linhas breves de muitas leituras, fios condutores do sonho, música. E, se assim for, vale a pena!
Foi Dia da Poesia e a poesia andou no ar, literalmente, em roupas estendidas em que a beleza não residiu só no corte aprimorado, nas cores alegres ou nos adereços engraçados, mas, também, na tessitura das palavras dos poetas!
Duarte Mimoso (ex-aluno)
Corpo de Camões
Caído na areia da praia, O Mar não te consegue arrastar? Ó tamanha densidade, as Ondas, Por mais que tentem, não conseguem fazer-te mergulhar.
Essas estrelas que em ti brilham, Não são o sal, esse tem-te pavor. São os vermes, os novos poetas, Que, ao morder o teu corpo, Ganham esplendor.
Ah! O Mar bem os tenta levar. Puxa-os, com medo de te ver ressurgir. E os que se conseguem aguentar São os que mais te estão a engolir.
E lá estou eu no teu rosto. A carne ainda tem das tuas lágrimas sabor. Para fugir das Ondas da perdição, Na tua vista cega vou-me esconder. Camões, empresta-me a tua visão. Faz de mim o teu Ser.
Professora Teresa Margarida Capela (Coordenadora do Gabinete de Comunicação e Imagem)
Poeta épico de visão humanista, Camões exaltou a liderança, a união e a cooperação como forças essenciais para as grandes conquistas.
Espaço Miguel Torga acolhe AEMM
Que só vosso favor me não faleça, Principalmente aqui, que sou chegado Onde feitos diversos engrandeça: (…) Sob pena de não ser agradecido (Os Lusíadas - Canto VII, est.83)
Superando - como prometeu - as epopeias clássicas de heróis individuais, o nosso Clássico escolheu cantar um herói coletivo e real: as suas gentes, unidas em prol do bem comum, da construção da identidade nacional, da expansão. As suas reflexões sobre os feitos narrados e imortalizados refletem ideais de justiça, de superação, de glória.
Se a verdadeira grandeza lusíada não se construiu solitariamente, mas resultou do entrelaçar de vontades e da comunhão de esforços, será legítimo exaltarquando tratamos de desbravar as turbulentas águas educativas - todos os atores, individuais e coletivos, que auxiliam, hoje, o AEMM na sua complexa e morosa missão.
Muitas têm sido as instituições parceiras que, ampliando os horizontes de conhecimento e de cidadania dos nossos alunos (e os nossos), disponibilizam recursos e oferecem experiências de aprendizagem mais dinâmicas e conectadas com o mundo real.
Cientes da importância dos nossos parceiros, renovamos o voto de que continuem a reforçar os elos da corrente de crescimento do AEMM.
“Camões, Engenho e Arte” (de 2 a 30 de abril de 2025)
No âmbito da Iniciativa Educação Teresa e Alexandre Soares dos Santos - Programa Ser Pro, o AEMM tem desenvolvido um vasto conjunto de atividades para os alunos do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde, proporcionando-lhes oportunidades únicas de aprendizagem e contacto com o mundo profissional.
Graças à colaboração dos nossos parceiros Ser Pro, o Hospital da Luz, a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD), a Clínica Dentária DenteReal, a Clínica Médico-Dentária Medial, a Clínica de Medicina e Reabilitação Medicando, a Cruz Vermelha Portuguesa (Delegação de Vila Real), a UTAD e os Bombeiros Volun-
tários da Cruz Verde, os nossos alunos têm tido a oportunidade de participar em palestras, workshops, visitas de estudo e formações in loco. Estas atividades têm sido fundamentais para o desenvolvimento das suas competências técnicas e interpessoais, preparando-os para enfrentar os desafios profissionais com maior qualidade, segurança e confiança.
A implementação deste programa na nossa escola tem sido um verdadeiro sucesso, reforçando a ligação entre a formação teórica e a prática profissional. O envolvimento ativo dos alunos nestas atividades tem permitido uma aprendizagem mais enriquecedora e motivadora, consolidando os conhecimentos adquiridos em sala de aula e preparando-os para o futuro mercado de trabalho.
Professora Olinda Fontes
A revista Courrier International publicou dois artigos especiais para homenagear Luís de Camões. Em 2024, o Courrier International, uma das revistas francesas mais prestigiadas, dedicou dois artigos especiais a Luís de Camões, assinalando os 500 anos do nascimento do poeta. Fundada em 1990, esta publicação é reconhecida por oferecer aos seus leitores uma seleção dos melhores artigos da imprensa mundial promovendo a diversidade de perspetivas globais.
A homenagem do Courrier International a Camões sublinha a importância duradoura do autor de Os Lusíadas na literatura universal. Esta iniciativa destaca a relevância contínua da obra de Camões e reforça os laços culturais entre Portugal e a comunidade internacional, evidenciando a universalidade da sua poesia.
A 14 de junho de 2024, um artigo abordou as celebrações do 500.º aniversário de Camões em Portugal, destacando eventos culturais e cerimónias em Lisboa e Porto.
A 28 de julho de 2024 foi publicado o artigo "Sur les traces du mystérieux Luís de Camões, monstre sacré des lettres portugaises", explorando a vida e obra deste ícone literário.
Professora Manuela Leal
Camões tinha raízes familiares na região de Trás-os-Montes. A família paterna do poeta, os Camões, era originária de Chaves, mais concretamente de Vilar de Nantes. Visto não haver certidão de nascimento do poeta, não é possível afirmar com 100% de certeza que terá nascido nesta localidade, já que, na realidade, nem o ano de nascimento é conhecido, apesar de se pressupor que terá sido em 1525. Mas o que é certo é que os avós de Camões moraram em Vilar de Nantes e que o seu pai, Simão Vaz de Camões, e os sete tios nasceram aí.
Os avós paternos de Camões, Antão Vaz de Camões e Guiomar Vaz da Gama, terão fixado residência em Vilar de Nantes, pensase que vindos de Coimbra, após D. Afonso, oitavo duque de Bragança, filho ilegítimo de D. João I, ter obtido autorização para criar um couto de homiziados como forma de combater o despovoamento.
Durante uma das suas viagens por Portugal, Camões terá
HORIZONTAIS: 1 — Nome do grande poema épico escrito por Camões; 6 Sentimento muito presente na poesia lírica camoniana, expressando saudade e melancolia; 7 Nome de uma musa inspiradora da poesia amorosa de Camões que com ele naufragou; 8 Escritor da Antiguidade que influenciou grandemente Camões na escrita de Os Lusíadas; 10 — Instrumento utilizado por Camões para escrever os seus poemas; 11 Rei a quem foi dedicada a obra Os Lusíadas; 12 –Nome do lendário gigante que personifica o Cabo da Boa Esperança;
VERTICAIS: 2 Oceano onde, segundo a lenda, Camões naufragou e salvou o manuscrito da sua obra; 3 — Tipo de verso utilizado por Camões em Os Lusíadas. 4 Povo que protagoniza Os Lusíadas; 5 Dia dedicado a Camões; 9 A cidade onde Camões faleceu.
passado por Vila Real e ter-se-á hospedado numa das Casas mais influentes do reino, a casa da família dos Menezes. Segundo algumas tradições orais, teria composto versos durante essa passagem, embora não haja registos concretos.
Segundo a tradição, Camões ter-se-ia apaixonado por uma das filhas dessa família, D. Brites (ou D. Beatriz Menezes), durante a sua visita à cidade, tendo sido um dos seus amores não correspondidos.
Acreditam alguns que Beatriz pode ter inspirado a figura da Natércia, uma musa mencionada nos seus poemas.
ESCOLA SECUNDÁRIA MORGADO DE MATEUS (sede)
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Coordenação: Maria Manuel Carvalhais
Edição: Teresa Margarida Capela, Manuela Leal e Maria Manuel Carvalhais.
Supervisão gráfica: José Armando Ferreira
De segunda-feira a quinta-feira, das 08h00 às 16h00. Sexta-feira, das 08h00 às 15h00. Produzido por:
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