Nº7 | maio | 2023 in O artista perfeito A
TDescoberta do Mundo (Crónicas)Clarice Lispector
Índice
Ensino/Educação | ENTREVISTA ALEXANDRE FAVAIOS | P07 | A QUALIDADE DO ENSINO |
P08 | VAMOS GASTAR O NOSSO LATIM? | P09 | IMPORTÂNCIA da Associação de Estudantes | P10 | A
CORDURA (impressões em torno do projeto ‘Escola Amiga dos Pais’) | P11 | Semanas de leituras & Música “Dar Voz aos Pais” | P12 | Filoso a numa sala de 4.º ano | Projeto Escola Amiga dos Pais |
P13 | “O sonho comanda a vida E sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança ...” | P14 | Dia Escolar da Não Violência e da Paz | Dia Mundial da Alimentação | P15 | Da “Bila” para Biecz.
P16 | Ciências | Vamos aprender Matemática (e...) Trabalhando por projeto -MATEMÁTICA
DOCE | P17 | Sistema Respiratório - Salas do Pré-escolar do Centro Escolar da Araucária |
Anatomia dos animais domésticos | P18 | A VISITA DO “MAGO” DA MATEMÁTICA | Dissecação de galináceos | P19 | Artes | “O propósito de um escritor é impedir que a civilização se destrua”
P20 | Eugénio de Andrade: Da boca às mãos para colher frutos que nascem versos | P22 | CENTENÁRIO DE AGUSTINA
BESSA-LUÍS | P23 | EXPOSIÇÃO COLETIVA NO ESPAÇO MIGUEL TORGA 08|10 a 06|11|2022 | P24 | Uns passos em direção à sétima arte: uma experiência inesquecível | Participação no do filme “Ontem à Noite Conquistei Tebas” (2023) | P25 | A Escola Vai ao Teatro | P26 | O Teatro também vem à escola | P27| A maior flor do mundo em teatro de sombras chinesas | Natal à porta | P28| Poem | Poemas vários | P29 | Rap de Descartes | P30 | Ver e ouvir poesia | Relexões |
Razão e emoção | P31 | A filosofia é fixe! Hoje falamos sobre Ética | Você teve de ler isto! | P33 | SUPLEMENTO | | P34 |A ansiedade pode não ser má | P35 | Stop the stigma! Let’s talk about Mental Health!!
| P36 | Como vai a nossa saúde mental? | A Saúde Mental nos Jovens | P37 | “Onde anda a tua cabeça? - Vamos falar de saúde mental” | P38 | Os medos | P39 |Acabar com o estigma
Nota prévia
Os professores encarregados da edição desta revista escolar ponderaram não levar a cabo esta atividade, como forma de protesto e manifestação de profundo desagrado pela forma como têm sido tratados todos os professores e a escola pública pelo Ministério da Educação.
É difícil não fazer eco da indiferença e desprezo com que a pro ssão docente tem sido tratada pelos responsáveis deste país! Só o respeito pelos alunos, professores e encarregados de educação que nos con aram artigos para publicação nos demoveu do intento grevista.
| P03 | Editorial |
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P05
Personalidades | Graça Morais | P06 |
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Ricardo Manuel Pinto Montes Diretor do Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus
Cara comunidade escolar
Este ano letivo marcou o regresso a uma nova normalidade que ficará parcialmente registada nesta publicação escolar. Uma publicação que encaro como um “diário de bordo” do nosso quotidiano. Um quotidiano diversificado, complexo, desafiante e que requer a atenção plena de todos aqueles que “vivem” (n)o nosso Agrupamento.
Somos um Agrupamento de Escolas feito por pessoas e para pessoas. Somos muito mais que normativos legais, estatística ou burocracia. Somos empatia, amizade, resiliência, confiança e até certo ponto “família”. E como todas as outras famílias, estamos em permanente
(re)construção tendo sempre em mente a necessidade de correspondermos a algo que nos diferencia: somos os únicos no concelho de Vila Real a possibilitar um percurso escolar que vai do jardim de infância ao 12.º ano. É nesta diferença que reside a nossa força e o nosso potencial.
Nas próximas páginas poderão encontrar alguma dessa força e desse potencial, expressos em textos e imagens, que traduzem uma das respostas do nosso Agrupamento aos desafios que a vida nos coloca: ultrapassá-los com sucesso! Mas as páginas que seguem, se lidas com atenção, poderão permitir perceber outra das grandes aprendizagens que o nosso Agrupamento nos dá: que a vida é acima de tudo uma realidade a ser experimentada e, neste caso… registada em papel para mais tarde recordar.
Editorial
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Anabela Quelhas
Professora Anabela Quelhas
PersonalidadesGraça Morais
Apintora Graça Morais recebeu o prémio “Personalidade do Norte”, atribuído pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), considerando o “seu génio criador profundamente arraigado às suas origens nortenhas, o seu indelével contributo no desenvolvimento das Artes e da Cultura” e o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural devido ao seu talento, mas também pelo seu humanismo e a sua compaixão, como cidadã. Tem recebido distinções regularmente. Informação sobre a vida e obra de Graça Morais está disponível na web, fácil de encontrar, porque é uma figura pública das Artes Plásticas, com currículo invejável, tanto aqui em Portugal, como na Europa, e temos o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais em Bragança, com acesso fácil e rápido.
Graça Morais é uma pintora de vida cheia, trabalhadora, sensível, determinada, com uma grande força interior e o seu trabalho tem sido, felizmente, progressivamente valorizado. Não precisou de envelhecer ou até de morrer, para lhe atribuírem mérito e ser reconhecida. Aprecio muito o seu trabalho, conheço-a há muitos anos, já trabalhei com ela como responsável pela execução de um grande painel de azulejos, que está localizado numa das escolas do nosso agrupamento, tendo-me sido possível perceber como age profissionalmente, fora do foco da comunicação social e confirmar a sua postura genuína.
Admiro o caminho que escolheu nas Artes Plásticas,
inspirando-se nas suas origens. Afirma frequentemente que pinta sobre o que sabe e o que conhece, é essa a sua matériaprima e o seu imaginário. Possui formação académica de grau superior, formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, depois foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (anos 70), em Paris, com possibilidade de contacto com as grandes correntes artísticas europeias dos anos 70. Inspirada em algumas vivências eruditas, interligadas com a contemporaneidade e não só, Chagall, Van Gogh, Rembrandt, El Greco e Francis Bacon permitiram-lhe construir um caminho relacionado com as suas origens transmontanas. Não foi à sorte, nada tem de naife, nem foi uma temática escolhida por facilitismo “pimba”, pelo contrário, é caminho bem estruturado, bem fundamentado e inesgotável, porque a sua memória, capacidade de observação e reflexão e a determinação de registar e partilhar são enormes.
Não se inibe em falar sobre o que pinta, adicionando conhecimento, apurando a nossa visão sobre a sua obra, dignificando os temas, consolidando as suas opções, reforçando as suas inquietações, tornando-as em caminho único, singular e da sua pertença. Não representa pessoas bonitinhas, bem penteadas em cenários a condizer. Ela pinta pessoas do povo, que conhece nas aldeias de Vieiro e Freixiel, anónimos, mas que nós, transmontanos, conseguimos ler a Maria, a Josefina, o Joaquim que conhecemos, em Lamas-de-Olo, em Carro Queimado ou em Nogueira, o que
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foto de joaquim norte pesso a
(não cumpre o Novo Acordo Ortográfico)
nos emociona, quando visitamos as suas exposições. Esta identidade é gritante, incapaz de gerar indiferença ao observador, por o sofrimento ser universal. Mais ninguém no mundo pinta assim. Associo-a sempre à escrita de Torga, o drama humanista, a voz da terra, o sofrimento e o desassossego.
Durante muitos anos, a sua vida divide-se (ou une-se), entre Lisboa e a aldeia de Vieiro, mas é a realidade transmontana que surge nas suas mãos, nos seus desenhos, na sua cabeça e no seu coração. A sua ruralidade pintada aparece de forma real, “nua e crua”. Conhece bem a geada, o frio, os agasalhos de Inverno, o calor infernal do Verão e a natureza nem sempre generosa – é um banco de memórias fidedignas ao Nordeste de Trás-os-Montes. Conhece bem as mulheres, as suas rugas, sofrimento, inquietações e a sua delicadeza, representada através das travessas nos cabelos, das expressões dos rostos, dos olhares, da textura da pele; as tarefas femininas e masculinas ligadas à lavoura, o mundo religioso e o mundo profano da ruralidade, são temas frequentes. A sua pincelada/traço é dura, decidida e rigorosa, por vezes, realisticamente chocante ou inquietante, para o observador. Por vezes não elimina os vários traços da sua procura gráfica, assumindo o registo da ansiedade, invisível em todo o acto criativo.
Perante isto, não a julguemos como mulher confinada nesse território, provinciana, parada no tempo, Graça Morais tem alma grande, perfil intelectual e sempre atenta ao que se passa no mundo. A transformação política e social no mundo interessa-lhe, emociona-a e tem sensibilidade apurada pela temática humanista, que se revela pela opressão, guerra, sofrimento e fome. Não se inibe de opinar, sempre do lado dos mais frágeis. Na sua pintura existe a simplicidade e a exuberância, articuladas com uma grande contemporaneidade, lendose uma narrativa plástica actual, arrojada,
marcante e valiosa.
Cada entrevista que concede, permite-nos conhecê-la melhor, o que sente e como trabalha. O seu trabalho preferido é “O Vieiro”, não gosta de pedir nada, é sensível à causa das mulheres, considera que “as mulheres é que aguentam o mundo” e que a maternidade as torna muito poderosas, quando a pintura e o desenho não flui, vê filmes, não consegue viver sempre em Vieiro, necessita do contacto com as grandes cidades e das novidades que aí fervilham, rói as unhas, partilha a sua vida com o músico Pedro Caldeira Cabral, gosta de trabalhar com pessoas exigentes, lê o jornal logo de manhã e por vezes recorta imagens que lhe servem de inspiração, tem muito orgulho no Centro de Arte Contemporânea de Bragança e o seu papel pedagógico desenvolvido com as escolas. Foi distinguida com vários prémios nacionais e no estrangeiro, não faço ideia quantas obras tem, devem ultrapassar o milhar, porque é incansável.
Em 2022 foi-lhe atribuído o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro (UTAD), enriquecendo o mundo académico.
O tema das suas obras ultrapassou há muito os limites de Vieiro - o sofrimento, a violência e as inquietações despertadas pela emigração, os refugiados, a pandemia e a guerra da Ucrânia… sempre as mulheres e o seu sofrimento. A violência do Homem é retratada na última exposição “Anjos e Lobos, diálogos da humanidade” – o título, por si, já é revelador. São 72 obras da pintora, expostas em Lisboa, que atravessam 4 décadas de trabalho árduo e inquieto sobre a evolução da humanidade.
A minha preferência vai sempre para a série “Metamorfoses”, personagens enigmáticas que abrem um espaço enorme à interpretação do observador.
Um apontamento final, a produção desta artista é de tal forma grande que, em Dezembro de 2022, tem 3 exposições a decorrer: Lisboa, Côa e Bragança.
Graça Morais acredita que “a arte pode construir uma nova humanidade”.
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Ensino/Educação
e que os adultos precisam de ter presente!
Biblioteca escolar: Elefantes ou gatos?
Dr. Alexandre Favaios:
Gatos… pelas Palavras de Alexandre O’Neill
“Gato
Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar? Senhor de ti, avanças, cauto, meio agastado e sempre a disfarçar o que a nal não tens e eu te empresto, ó gato, pesadelo lento e lesto, fofo no pêlo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo ainda sem palavras, sem enredos, quem somos nós, teus donos ou teus servos?”
ALEXANDREENTREVISTA FAVAIOS
Carolina Ribeiro, 12ºA e Biblioteca
(INTERVISÃO: Anabela Quelhas e Carolina Ribeiro)
Carolina: Qual é a melhor recordação que tem da escola?
Dr. Alexandre Favaios: A melhor recordação que tenho da escola está revestida das inúmeras pessoas extraordinárias que conheci! Professores que me zeram crescer, assistentes operacionais que me ampararam e colegas que me mostraram o genuíno valor da amizade!
Carolina: Ao longo do seu percurso escolar teve alguma negativa? Como reagiram os seus pais?
Dr. Alexandre Favaios: Sim, tive duas negativas! A química e a matemática! Os meus pais reagiram com natural apreensão, e com consequente responsabilização, re etida num ditado popular que não me saiu da memória: “Na cama que fazes é na cama que te deitas.”
Carolina: Lembra-se do primeiro livro que mais o marcou? Qual era o assunto?
Dr. Alexandre Favaios: O primeiro livro que me marcou foi “O Principezinho ”… pelos ensinamentos, pelas re exões, pela de nição do mundo! Um livro para crianças
Carolina: Quando foi que percebeu que queria ser psicólogo?
Dr. Alexandre Favaios: A minha primeira perceção de que iria seguir psicologia foi apenas no momento da minha candidatura ao ensino superior! Um “impulso” do qual, até hoje, não me arrependi!
Biblioteca Escolar: O que devemos fazer para que os outros gostem de nós?
Dr. Alexandre Favaios: A melhor forma para que os outros gostem de nós, é nós gostarmos, efetivamente, de nós próprios.
Biblioteca Escolar: O que devemos fazer para tomar uma boa decisão?
Dr. Alexandre Favaios: A que fui, enquanto psicólogo aprendendo, é identi car o problema, recolha de dados, identi car alternativas, escolher a melhor opção e por m decidir. Pessoalmente, entendo que o equilíbrio entre a ponderação e o risco é sempre a melhor estratégia.
Biblioteca Escolar: O que faz um Vereador?
Dr. Alexandre Favaios: De forma simplista, um vereador em exercício de funções, com pelouros atribuídos, coadjuva o presidente da câmara municipal, no exercício das suas funções, podendo ser nos vereadores delegadas algumas das suas competências.
Biblioteca Escolar: Como vereador qual é o primeiro pensamento do dia?
Dr. Alexandre Favaios: O meu pensamento, na maior parte dos dias, é de gratidão por poder contribuir para a felicidade da terra que hoje trago em mim.
Carolina: Como de ne um jovem de hoje?
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BIBLIOTECA ESCOLAR —promoção da leitura e da escrita
Dr. Alexandre Favaios: O jovem de hoje assenta-se na geração mais quali cada de sempre, com um nível de conhecimentos elevado, capacidade empreendedora e uma tendência para acelerar a sua integração no sistema laboral, pese embora as difculdades que o mercado de trabalho encerra. Considero que existe uma cultura visual excessiva, mas uma preocupação cívica cada vez mais enraizada. Ontem, como hoje, o re exo do contexto e das condicionantes que nos envolvem!
Biblioteca Escolar: Calça meia branca com calças pretas?
Dr. Alexandre Favaios: Nem meias brancas… nem
A DOQUALIDADE ENSINO
Daniela Margarida Gonçalves, 10ºA
A qualidade do ensino é um assunto pertinente e atual, e, ao mesmo tempo, intemporal. Há décadas que se discute esta problemática e parece-me que a discussão irá continuar por muitas mais.
Mas, a nal, o que se entende por "qualidade do ensino"? A resposta não é consensual, daí se insistir em debater o tema. Comecemos por pesquisar o que signi ca "qualidade": de acordo com o dicionário Priberam online (consultado a 10 de fevereiro de 2023), “qualidade” vem do latim qualitas que signi ca superioridade, excelência, aptidão, virtude, valor… Quanto a "ensino", aparece como equivalente de instrução e encaminhamento. Então, o que representará a junção dos dois conceitos "qualidade do ensino"? Na minha interpretação, a qualidade do ensino implica a instrução ou o encaminhamento de um indivíduo para que este alcance a superioridade ou a excelência.
Assim sendo, e dada a importância do processo, coloca-se, agora, uma outra questão: de quem será a responsabilidade? Da família? Da escola? Da sociedade onde vivemos?
Parece-me que a responsabilidade é de todos. Contudo, muitos dos intervenientes acham que o dever é sempre do outro. Assim, enquanto uns atribuem todo o peso desse encargo aos professores, outros apontam o dedo à família e outros, ainda, aos diferentes contextos sociais.
Comecemos por explorar a responsabilidade da
calças pretas… não fazem parte da minha indumentária…branco nas camisas… pretas nem nas meias…
Carolina: Descreva o futuro da Escola em 5 palavras.
Dr. Alexandre Favaios: Aprendente; Emocional; Digital; Resiliente; Personalizada;
Biblioteca Escolar: Vila Real, o que tem de melhor?
Dr. Alexandre Favaios: Sendo certo de que poderíamos falar das paisagens, da sua cultura, da gastronomia e vinhos, da sua biodiversidade, da sua qualidade de Vida, o melhor são mesmo as suas gentes.
Março 2023
sociedade. Em alguns países, a escolaridade não é obrigatória, pelo que apenas os lhos de famílias com recursos nanceiros podem aceder ao ensino. As crianças de famílias pobres podem ter muita vontade de aprender, mas faltam-lhes os recursos. Lembro-me de, no 6º ano, termos ajudado a Helpo, uma organização não governamental sem ns lucrativos. Como? Recolhemos uma quantia simbólica (um euro por aluno) e este dinheiro foi encaminhado para um aluno africano que apadrinhamos. Com muito pouco, com este pequeno gesto, mudamos a vida de uma criança!
Por outro lado, em algumas sociedades, as mulheres não têm acesso à educação, aí entendida como privilégio.
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Ensino/Educação
dos homens. Podemos questionar-nos sobre os motivos desta discriminação e a resposta parece-me óbvia: o conhecimento é uma arma poderosa e algumas sociedades preferem manter alguns dos seus elementos na ignorância, para que não sejam capazes de pensar nem, consequentemente, de tomar decisões. O mesmo acontece com algumas crianças que vivem em países em que o próprio governo manipula a verdade e onde a internet é controlada e de difícil acesso.
En m, considero que, em qualquer sociedade, é dever do governo garantir um dos direitos fundamentais consignados: o acesso à educação. Por isso, o ensino deve ria ser gratuito, de modo a que todos pudessem aceder ao conhecimento e ascender socialmente.
Falar de ensino pressupõe dar relevo aos professores. Os que vão passando pelo nosso percurso escolar têm uma grande importância, cada um com os seus métodos próprios e uma personalidade distinta. São, indiscutivel mente, eles que nos preparam para a diversidade que existe no nosso mundo.
A família também é essencial. A própria importância que cada família, rica ou pobre, dá à escola e ao ensino irá certamente condicionar o sucesso do seu educando, orientando-o (ou não) no seu percurso educativo.
Re etindo sobre tudo isto, a questão que se coloca é: como podemos garantir que todos consigam a tão dese jada qualidade do ensino? Primeiro, é preciso dar oportu nidades a todos os indivíduos, tornar a escolaridade obrigatória, garantir o acesso a manuais gratuitos. Estas são, de facto, excelentes medidas, mas colocar em prática a tão desejada qualidade do ensino não será tão fácil, pois não existe uma receita que possamos seguir para a atingir. Basta vermos que programas e métodos são frequente mente postos em causa. Muitas vezes ouvimos pessoas de várias idades questionar: “para que serve saber isto ou aquilo?”. Ainda que possam ter alguma razão, muitos não se apercebem da importância do saber, não se apercebem do quão afortunados são por lhes ter sido dada a oportu nidade de aprenderem.
Não é necessário irmos muitas gerações atrás para nos apercebermos de que, antigamente, só os poucos que tinham recursos nanceiros para tal acediam à educação. Por isso, é triste perceber que, hoje, alguns alunos, que têm tudo o que precisam para poderem aprender, desperdiçam a oportunidade, duvidam da importância do conhecimento e vão cando para trás.
Para mim, qualidade do ensino é alcançar a excelência através da instrução e do encaminhamento, sempre guiada pelos meus professores, pela minha família e pelas minhas vivências.
VAMOS GASTAR O
NOSSO LATIM?
Ninguém fala Latim. Latim é muito difícil. É uma disciplina que não tem interesse para nada. O Latim é uma língua morta. São frases que ouço com alguma frequência quando, numa atitude meio atrevida, ouso falar do "Latinzinho”, como diria o precetor do romântico Pedro da Maia.
Não, o Latim não é uma língua morta. Os Romanos jamais deixariam morrer a língua que tanto amavam e honravam.
O povo romano percebeu que, para a sua língua
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atravessar milénios, tinham de a alargar, era um imperativo deixá-la evoluir, moldar-se e "casar-se " com outras línguas. Pois bem!! Nasceram as Línguas novilatinas, todas irmãs, todas lhas do Latim. Português, Francês, Espanhol, Italiano, Romeno, Catalão, Galego, Provençal.
Pressinto que, n este momento, já estejam a dizer "Ah! então é por isso que o Português tem tantas semelhanças com o Francês e Espanhol!!!" Claro que sim! São línguas "irmãs".
Vamos, então, perceber a importância que tem estudar a língua que deu vida ao Português.
Quem acha que o mundo das letras é o oposto do mundo dos números erra! O Latim é uma língua extremamente lógica e organizada na sua estrutura. Tal como estudar matemática cultiva o raciocínio e aguça a mente, o mesmo se passa com o Latim.
Além disso, aprimora as habilidades de resolução de problemas e treina o pensamento crítico. Não é por acaso que grandes programadores e pro ssionais da área da tecnologia se têm dedicado ao estudo do Latim. Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, é um deles.
Não raras vezes, pais e professores referem-se à falta de organização dos alunos. Pois bem, o Latim, como aliás já foi referido, tem um grande contributo neste sentido, uma vez que fomenta a concentração e ajuda a organizar as ideias.
Também na escrita se veri cam fortes contributos do Latim. Adquire-se mais vocabulário e , com a prática, poderá ser um bom auxiliar no momento de lembrar se certa palavra se escreve, por exemplo, com "ss" ou com " c". Para quem quer seguir um curso de Direito, não se pode ignorar que o atual Direito assenta no Direito Romano, pelo que vão cruzar-se com muitas expressões, frases, até, em Latim.
Por m, e muitas mais razões poderiam ser aqui elencadas, quando se entra no mercado de trabalho, no momento em que é pedido o " Curriculum Vitae", o estudo de línguas clássicas vai demonstrar aptidão nas duas áreas mais difíceis e importantes: matemática e línguas. Além disso, revela dedicação, resiliência e gosto pelo conhecimento. E na altura de selecionar um candidato, pode ser um dos fatores de desempate.
No Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus, há professores que ensinam Latim. No nal do 9º ano, aquando da matrícula para o 10º, os alunos do Curso de Línguas e Humanidades podem fazer essas escolhas e serem eles testemunhas das vantagens de estudar Latim.
Vamos gastar o nosso Latim?
IMPORTÂNCIA da Associação de Estudantes
Muito daquilo que ouvimos diariamente é que uma Associação de Estudantes só serve para festas, animação e “bailaricos”. A nal o que é uma Associação de Estudantes? Qual o seu papel numa escola? Existe uma grande diferença entre a importância que esta tem e a importância que lhe dão.
A sua importância prende-se, exatamente, com o facto de sermos nós – membros da Associação de Estudantes - os representantes de todos os alunos da escola. Exercemos, assim, um papel vital na defesa dos seus direitos, interesses e necessidades e somos a voz junto dos membros de gestão da escola.
Além de todo este papel representativo do estudante, enquanto associação movemo-nos também no sentido de realizar atividades de âmbito recreativo, cultural e desportivo de modo a dinamizar o dia a dia na escola. Tentamos assim realizar torneios desportivos, festejar dias comemorativos e realizar atividades em parceria quer com a Biblioteca Escolar quer com clubes da escola e ainda com outras entidades externas como a plataforma “Proanimal”, Agrupamento de Escuteiros, etc.
Desta forma, estamos sempre disponíveis para ouvir sugestões e soluções para qualquer situação em contexto académico, lutando por aquilo que acreditamos ser mais bené co para a comunidade escolar, procurando respostas, porque enquanto Associação queremos e tentamos garantir todas as condições para o estudante.
Apesar das, contra todas as adversidades, estamos dispostos a concretizar tudo o que propusemos no Plano Anual do Agrupamento.
A escola sempre foi e será dos alunos e para os alunos.
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Carolina Ribeiro, 12ºA
A Presidente da Assembleia Geral da AEM Carolina Ribeiro.
Ensino/Educação
A CORDURA (impressões em torno do projeto ‘Escola Amiga dos Pais’)
Professora Anabela Coelho e Equipa da Escola Amiga dos Pais
«Vivimos en una gran esquizofrenia entre las grandes declaraciones de derechos humanos y lo que hacemos»
Adela Cortina
Há uns anos, aprendi uma palavra que jamais abandonei. À época nem sabia que existia e, quando ouvi Adela Cortina falar sobre a importância da “cordura”, quei abismada e feliz, e amei de imediato esta mulher: nunca mais parei de a procurar e revisitar. Uma palavra tão inabitável, aparentemente, mas onde cabiam noções como a sensatez, cordialidade, prudência… Jamais a abandonei, como disse, e cou-me para sempre a bailar na mente e
colada como uma pele que visto diariamente. Se há conselho que dou a mim mesma, todos os dias, quando vejo pessoas a reclamarem por tudo e por nada, é mesmo esse: a palavras rudes, responde-lhes com “cordura”!
Serve este introito para exprimir a minha inquietação sobre o que vejo no nosso Agrupamento de Escolas. É que, na esquizofrenia dos tempos que vivemos, propalamos a sete ventos que temos direitos, e esquecemos frequentemente que o tom é ele próprio uma ameaça ao direito humano de todos serem respeitados. Em concreto: sou docente do Agrupamento (mas também sou Encarregada de educação) e vejo o comportamento afrontoso e o tom agressivo com que muitos pais se dirigem à escola, seja à Direção, seja aos Assistentes técnicos e operacionais, aos Diretores de turma e, muito frequentemente, aos Professores. Falta “cordura”!
Se pensarmos que o nosso Agrupamento tem, desde 2021, um projeto destinado aos pais, que foi proposto pelo nosso Diretor no seu plano de intervenção e que está a ser implementado, re ro-me à Escola Amiga dos Pais, em que o desinteresse pelo projeto, por parte da maioria dos pais, é quase total, o desencanto ainda é maior! Não que o projeto não esteja a rumar: está. Felizmente! Mas está-o - curiosamente e maioritariamente - à conta de pais que, vindo de países estrangeiros, enaltecem o
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trabalho inovador que a Equipa do Projeto tem desenvolvido: pais que estão gratos e elogiam a qualidade das aprendizagens que lhes proporcionamos e que, resilientemente, sábado após sábado, continuam a frequentar este espaço de aprendizagem e de afetos. Lamento muito que a maioria dos pais/EE do nosso Agrupamento não veja como meritório um projeto que lhes é TOTALMENTE destinado e que, inclusivamente, foi galardoado com o Prémio Escola Amiga da Criança, em 2022, pela sua inovação. Lamento que a Associação de Pais continue arredada deste processo e não mobilize devidamente e com vontade aguerrida os seus associados. Lamento a falta de “cordura” de muitos dos nossos pais que, em vez de contribuírem positivamente para o melhoramento da escola, são os primeiros a denegri-la e a exigir dela até ao tutano! Lamento… Contudo, enalteço a perseverança dos que apostam na escola pública e veem nela um lugar de “cordura”. E tenho fé que esta nova geração de pais estrangeiros que chegou ao nosso Agrupamento, essencialmente vindos do Brasil, que vêm à escola num sábado de manhã com os seus lhos ‘às costas’, façam a diferença e motivem os outros pais, aos bocadinhos, já que trazem com eles a “cordura” que nos aquece o coração, e a vontade de participar na construção de uma escola aberta a todos: ao lado da escola e não contra a escola! Agradeço a esses pais, mas também agradeço a todos os pais que continuam a fazer o melhor, todos os dias, para nos ajudarem na escola e que acham que a escola é um espaço para todos aprendermos.
Por outro lado, interrogo-me: Que educação dão certos pais aos seus lhos, que ensinamentos lhes estão a deixar de HERANÇA, quando estacionam os seus carros a roçar o portão de entrada da nossa escola, entupindo a passagem? Ou quando, na escola do meu lho, param o seu carro mesmo à frente do portão, tiram os rebentos o mais vagarosamente possível (ah, e ainda se deixam car a conversar como se tudo fosse deles! Donos disto tudo!) sem se preocuparem com os condutores que, atrás, cam à espera… É assim que ensinamos os nossos lhos? É esta a herança que lhes deixamos no século XXI?!
Regra nº1, senhores pais, que reclamam sem cessar e que acham que a escola não serve para nada: APRENDAM A “CORDURA”!
Ilustração:: https://noticias.externatochampagnat.pt/wordpress/wpcontent/uploads/2019/11/105_reuni%C3%B5es-de-pais.jpg
Semanas de leituras & Música “Dar Voz aos Pais”
A atividade desenvolvida no âmbito do projeto das Semanas de Leituras & Música “Dar Voz aos Pais” decorreu na turma do 5.ºA com a participação de uma Encarregada de Educação e em parceria com a Biblioteca Escolar e a Professora Ana Paula Ribeiro, e consistindo numa palestra interativa sobre a importância de ler.
Na apresentação foi salientada a importância da leitura que pode ajudar a desenvolver diversas competências, das quais foram destacadas a compreensão, a interpretação, a criatividade, o conhecimento e a empatia.
escolar. Por outro lado, ajuda a fortalecer a relação entre pais e lhos, permitindo que passem mais tempo juntos e compartilhem experiências, melhora a comunicação entre professores, funcionários e a compreensão entre partes envolvidas. Além disso, cria um sentido de comunidade que pode levar a um ambiente escolar mais positivo e colaborativo.
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A encarregada de educação do 5.ºA, Ana Cidália Coelho
Ensino/Educação
Filoso a numa sala de 4.º ano
Alunos do 4º ano T3 Torneiros/Douro
É com enorme gosto que recebemos as senhoras professoras de Filoso a para nos porem a pensar sobre diversas temáticas. Estas sessões dão-nos a oportunidade de ter uma perspetiva da opinião dos outros; camos com mais conhecimentos da vida; levam-nos a ter interesse sobre aspetos do quotidiano e até sobre a nossa existência; levantamos questões, apontamos respostas e discutimo-las; aprendemos a ser empáticos, simpáticos; aprendemos vocabulário especí co e mais avançado; aprendemos a ser críticos. Também nos estimulam a re etir para carmos mais habilitados cognitivamente e com maior capacidade de argumentação; ajudam-nos a ver o mundo de uma forma diferente - pelo olhar, pensamento e sentir do outro.
4.º T3 - Torneiros/Douro
Projeto EscoladosAmiga Pais
Professora Ana André
O PROJETO ESCOLA AMIGA DOS PAIS do Agrupamento Morgado de Mateus venceu, este ano letivo, a nível nacional, o 1º Prémio da Categoria “Envolvimento da Família” da Escola Amiga da Criança – 5ª Edição – 2022-23. Com este prémio, para além da distinção e do Selo, o Agrupamento será contemplado com uma verba de mil euros destinada à aquisição de livros para as respetivas Bibliotecas.
O Concurso que envolve várias categorias (Digital, Família, Cidadania e Inclusão, Sustentabilidade, Literacias e Vida Saudável) resulta de uma iniciativa conjunta da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), da LeYa e do psicólogo Eduardo Sá, e visa distinguir escolas que concebem e concretizam ideias extraordinárias no espaço escolar e que partilham essas boas práticas.
O PROJETO ESCOLA AMIGA DOS PAIS surgiu da necessidade de a Escola se abrir mais no apoio à parentalidade, área prioritária e em destaque no Projeto Educativo
do Agrupamento e escolhida pelo atual Diretor como uma prioridade. Com este projeto, os professores Ana André, Carla Vilela, Anabela Coelho, Cristina Caldas, Anabela Guimarães, Vítor Nunes, Júlia Borges e os alunos do Curso Pro ssional de Comunicação e Multimédia implementam, pelo segundo ano consecutivo, um programa de parceria e utilidade para os pais com os temas da Parentalidade, Informática, História, Saúde e Ciência cujo objetivo é envolver os pais/EE que estejam fortemente motivados para aprender, integrar e participar nas sessões deste projeto.
No ano letivo anterior, o Projeto funcionou bem, mas não foi cumprido na íntegra, devido aos constrangimentos da pandemia. No entanto, as sessões de informática e a caminhada histórica foram um sucesso.
Este ano, o plano de atividades é bastante diversicado, com sessões mensais, ao sábado, cujas temáticas se centram nas áreas da Saúde, História, Ciência, Parentalidade e Informática, já referidas. Incluem palestras, atividades laboratoriais, caminhadas históricas, formação parental e digital, visitas de estudo a museus e centros de ciência e têm também a participação de convidados especialistas nas diferentes áreas.
A colaboração entre a família e a escola tem repercussões positivas no aproveitamento escolar e no comportamento dos alunos, qualquer que seja o grau de ensino e o grupo social em que a família se insere. Este projeto pretende trazer de novo os pais à escola, mas na qualidade de aprendentes e parceiros: uma espécie de regresso à sala de aula. “Sabe-se que, graças a este tipo de projetos, o ambiente escolar torna-se mais acessível para as famílias, transformando-o numa realidade onde todos podem e devem participar, tornando o processo de ensino/aprendizagem mais signi cativo, dinâmico e interessante para todos.”
Da oficina de filosofia à filosofia para crianças.
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E foi isso que sucedeu no dia 8 de junho do ano de dois mil e vinte e dois, uma data signi cativa para alguns, uma data em que alguém nasceu e fez sonhar de felicidade muitas pessoas…
Foi também nesse dia que o professor Francisco Godinho, Coordenador do Centro de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade (CERTIC), teve a ideia de criar um Serviço de Tecnologias de Apoio e Recreação Adaptada Bárbara Ferreira (STAR). Essa proposta estava alicerçada no contacto com muitas crianças e jovens com necessidades educativas especiais que nos mostraram que a vida pode ser cheia de di culdades. Símbolo de realidades bem difíceis foi a vida da Bárbara Ferreira, jovem vila-realense que nos mostrou durante muitos anos a importância das tecnologias de apoio, a necessidade de não desistir de tentar ajudar e de estar a seu lado. A atribuição do seu nome a uma sala vocacionada para o serviço de tecnologias de apoio exposto teria vários signi cados, entre os quais o facto de não esquecermos a sua vida, o que nos ensinou e a vontade de estar ao lado de outras crianças e jovens com desa os especiais, tal como aconteceu com ela.
A ideia cresceu e foi apresentada ao Conselho Pedagógico do Agrupamento de escolas Morgado de Mateus no dia seis de setembro de dois mil e vinte e dois e aprovada por unanimidade.
Conta com o apoio do CERTIC, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da Câmara Municipal de Vila Real, da SUPERA – Sociedade Portuguesa de Engenharia de Reabilitação, Tecnologias de Apoio e
Acessibilidade e da Play Planet. Então, foi tomada a decisão de escolha do local onde iria car montado esse espaço que, mais tarde, daria apoio a alunos de vários concelhos limítrofes e cou decidido que seria na E B de Vila Real nº 7 - Araucária.
Seguiram-se então meses de organização e montagem de equipamentos desde a pintura da sala, limpeza dos armários e mesas usadas que vieram da Câmara, colocação de placards de corticite, de quadro branco, equipamentos para a comunicação alternativa e aumentativa, em braille, para a surdez, brinquedos adaptados, brinquedos com som, brinquedos com luz, jogos educativos, entre muitos e muitos outros. Muitos destes trabalhos são o resultado dos alunos de diferentes cursos da UTAD (Engenharia de Reabilitação, Engenharia Biomédica, Reabilitação Psicomotora, Engenharia Informática, Comunicação e Multimédia, Tecnologias de Informação e Comunicação, …) realizados nos últimos quinze anos.
Seguiu-se candidatura para a Fundação Altice para a obtenção de apoio a nível de equipamentos o qual foi concedido tendo sido o Serviço reforçado com os mesmos.
Por estar ainda em fase de instalação, o Star conta, para já apenas com uma docente de educação especial afeta ao serviço. Contudo será estudada a hipótese de vir a ter mais colaboradores dentro do Agrupamento e/ou de Agrupamentos e Escolas sediadas na cidade de Vila Real, nomeadamente de docentes ou técnicos da área de informática e robótica.
O Star está vocacionado para o apoio a crianças e jovens com necessidades especí cas e docentes com alunos com estas características, tendo como principais objetivos:
•Informação e aconselhamento sobre Produtos de Apoio;
•Demonstração e experimentação de Produtos de Apoio;
•Empréstimo de Produtos de Apoio;
•Reutilização de Produtos de Apoio;
•Colaboração e encaminhamento para outros serviços de avaliação, prescrição, nanciamento e empréstimo.
Aguarda-se a inauguração do STAR a qualquer momento.
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Francisco Godinho, Lurdes Martins, Albertina Peixoto
“O sonho comanda a vida E sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança ...”
Ensino/Educação
Dia Escolar da Não Violência e da Paz
Professora Albertina Peixoto
No 30 de janeiro, assinalou-se o Dia Escolar da Não Violência e da Paz.
Este dia foi instituído em 1964, em Espanha, pelo poeta e paci sta espanhol Llorenç Vidal. Mais tarde, passou a comemorar-se ao nível internacional.
Na nossa escola, foram desenvolvidas algumas atividades de forma a promover valores como o respeito, a igualdade, a tolerância, a solidariedade, a cooperação e criar momentos de re exão e partilha.
É também preocupação, deste dia, promover a comunicação entre todos, impedir situações de Bullying e incrementar a amizade.
O respeito pelo outro é fundamental para promover uma sã convivência e o crescimento individual e coletivo, bem como não descurar que a paz começa dentro de cada um de nós!
Dia Mundial da Alimentação
Professora Albertina Peixoto
O Dia Mundial da Alimentação é comemorado no dia 16 de outubro e foi criado com o intuito de desenvolver uma re exão sobre a alimentação e garantir que todas as pessoas tenham acesso regular a alimentos. Este dia serviu para re etirmos sobre os nossos hábitos alimentares, no desperdício e como podemos ajudar a mudar o quadro da alimentação de algumas pessoas bem próximas.
O senhor Jorge, membro da pastelaria Nova Pompeia, veio à nossa escola para ensinar a fazer o pão. O pão é um dos alimentos mais populares do mundo, estando presente em algumas refeições, sendo um dos alimentos mais versáteis, dando origem a inúmeras receitas.
Também esteve presente o “Movimento Refood – Vila Real” que veio até nós para dar a conhecer o seu trabalho e contributo na recuperação de toneladas de boa comida para eliminar o desperdício e alimentar pessoas necessitadas. Este movimento mobiliza os recursos da comunidade e o seu sentido de responsabilidade social e ambiental para, em conjunto, criar uma sociedade mais justa e sustentável. Pequenas atitudes fazem o mundo melhor!
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No âmbito do projeto “Soft skills, make strong persons”, atravessámos a europa e aterramos na icónica cidade de Cracóvia, Polónia.
cheio, naquela vila que, apesar de pequenina, tinha muito para mostrar. Uma vila medieval, marcada pela quantidade de monumentos históricos, dona de mais uma dose de cultura geral que trouxemos deste encontro.
Cidadania e Desenvolvimento
Como era um sonho comum a todos, decidimos visitar aquele que foi o maior campo de concentração da história mundial. Bastou passar aquele portão para sermos esbofeteados pela dura realidade que ali se vivera. Rapidamente fomos assolados por aquele ambiente triste, pesado, escuro e por um silêncio ensurdecedor. Apercebi-me e agradeci toda a liberdade que havíamos conquistado até hoje, até porque costumamos dá-la por garantida e isso é apenas uma ilusão. Até aquele dia não tinha noção da maldade que o ser humano pode ter dentro de si e o gozo que lhe dá praticá-la.
De seguida, decidimos girar o disco e visitar a cidade de Cracóvia que, por curiosidade, já foi a capital da Polónia e contactar de perto com a cultura dos polacos. Um povo bastante pacato, muito calmo, disponível para ajudar, mas com uma cultura bastante diferente da nossa, nomeadamente no que respeita aos horários das refeições: almoçar às 10.30 da manhã e jantar às 15.30 da tarde?! No entanto, tivemos que nos adaptar a esta nova realidade, o que, diga-se de passagem, não foi difícil. E aqui entrou um dos objetivos do nosso projeto das “soft skills”, a capacidade de adaptação.
Começámos então a nossa longa viagem até à vila de Gorlice, local da nossa estadia. Apesar de muita gente achar que vamos “passear”, o projeto Erasmus é muito mais do que isso. É convívio, amizade e também um grande desenvolvimento a nível pessoal. É uma semana de muito trabalho, de muito cansaço acumulado, mas algo muito grati cante.
Biecz, foi então o nosso destino diário, levantávamo-nos bem cedinho, prontos para mais um dia
Trabalhar sobre as “soft skills” e praticá-las era a nalidade deste projeto, do qual a nossa escola é coordenadora. As dez “soft skills”, que verdadeiramente são power skills, traduzem-se em: ter uma comunicação clara, ter empatia, ter sentido de humor, ter a capacidade de ouvir o outro, ter uma atitude positiva, ter capacidade de adaptação e de resolução de con itos, assumir a responsabilidade, ter a capacidade de nos colocarmos no lugar o outro e termos controlo emocional. Reparei que esta última foi essencial para todos, a nal éramos todos de lugares diferentes, Itália, Bulgária, Portugal e Polónia, ainda que a Europa nos unisse..
No início, custou um pouco até nos conhecermos melhor e, claro que houve aquelas “brigas” sobre os temas que nos perturbam no nosso dia a dia, e nos quais entramos, por vezes, em choque, mas lá nos controlamos e conseguimos passar ao lado dessas diferenças, que a nal eram pouco importantes. Foi uma semana de muita aprendizagem, de constatar in loco que não somos todos iguais, que os contextos nos marcam, que nem todos temos o mesmo à vontade nem pensamos da mesma forma. O interesse destas andanças do Erasmus também reside nisso, melhor, alimenta-se disso, da partilha destas diferenças!
No entanto, mais importante que toda esta magníca experiência, foi conviver com aquelas que lhe deram asas, que a zeram acontecer, as professoras Luísa Costa, Dinora Barros e Manuela Leal. Percebi que ser professor, às vezes, é muito mais do que estar à frente da sala de aula a ensinar. Durante aquela semana foram a minha família, e sem elas não conseguíamos fazer nada. Sem dúvida que saí de lá com uma bagagem repleta de boas coisas, porque no nal das contas a vida é feita de pessoas e de momentos inesquecíveis.
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Carolina Ribeiro, 12ºA
em
Da “Bila” para Biecz.
Ciências | Ciências |
Vamos aprender Matemática
(e...) Trabalhando por projeto - MATEMÁTICA DOCE
Professora Adelina Morgado
“A natureza é exatamente simples, se conseguirmos encará-la de modo apropriado...”
Albert Einstein
Este projeto, em que se envolveu o 4.º T3 da Escola Básica de Torneiros, surgiu por acaso, numa conversa com os alunos sobre lanches mais ou menos saudáveis, e, a par e passo, tornou-se numa experiência de múltiplas aprendizagens, matemáticas e não só.
A partir de receitas saudáveis, que foram lidas e discutidas na aula, escolheu-se uma de biscoitos de aveia e sumo de fruta colorido, pela sua simplicidade. Mas esta apresentava pequenas quantidades e todos os alunos, professoras da turma e auxiliares estavam “convidados” para o lanche!… E assim começou o desafio matemático aplicado a uma necessidade real: a conversão das medidas dos ingredientes a utilizar na execução da receita, utilizando diferentes estratégias.
Pela observação e acompanhamento dos diferentes registos, foi possível verificar os vários níveis de desen-
volvimento dos alunos em termos de apropriação do sentido da adição e da multiplicação. Alguns utilizaram a multiplicação no sentido aditivo. Outros utilizaram o modelo linear e/ou a linha numérica. Há alunos que evidenciam um nível mais estruturado, onde multiplicar está associado à ideia de múltiplo, ou envolvendo relações entre variáveis. Nesta, existe o sentido proporcional e os alunos utilizam a tabela como estratégia de resolução.
Depois de calculadas as quantidades necessárias de cada ingrediente, houve o momento de comparação de preços entre três supermercados, com resolução de problemas envolvendo o sistema monetário e cumprindo o objetivo de gastar o menos possível (Formação Cívica/Educação Financeira).
E assim se cumpriu uma das finalidades referidas nas Aprendizagens Essenciais da Matemática, que é “Promover a aquisição e desenvolvimento de conhecimento e experiência em Matemática e a capacidade da sua aplicação em contextos matemáticos e não matemáticos.”
Para além disso, o lanche foi um sucesso!
Para conhecer o projeto e a sua metodologia visitar: https://drive.google.com/file/d/1ku_IbODym3iHfTui3mpRlw 2-yUqoQ4qV/view?usp=share
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Sistema Respiratório - Salas do Pré-escolar do Centro Escolar da Araucária
Anatomia dos animais domésticos A Educadora, Mónica Salgado
A Educadora, Vera Salgado
No âmbito da exploração do tema “O corpo humano”, as trê salas do pré-escolar do Centro Escolar da Araucária vivenciaram uma atividade dinamizada pela professora Márcia Pereira, de biologia, mãe do Vicente da sala 2. O subtema explorado – “Sistema Respiratório”-, teve como objetivo demonstrar, com materiais pedagógicos construídos pela própria e outros da escola, como se realiza a respiração e quais os órgãos envolvidos. Realizaram-se os movimentos de inspiração e expiração, quer através dos materiais lúdicopedagógicos quer através do próprio corpo. Além dos jogos de respiração, manipularam os materiais pedagógicos, fizeram o registo gráfico da sessão e pintaram um desenho de pulmões. Além de todo o processo envolvido na respiração, valorizou-se a prática de exercício físico ao ar livre, como sensibilização a um estilo de vida saudável, para termos uns pulmões de cor avermelhada, sinónimo de pulmões saudáveis. E o que torna os nossos pulmões saudáveis é o oxigénio que as árvores produzem.
Esta atividade, dinamizada de forma tão efusiva, captou a atenção dos pequenos aprendizes, sendo uma excelente forma de adquirirem conceitos associados ao tema.
No dia 16 de fevereiro de 2023, as três salas do pré-escolar do Centro Escolar da Araucária participaram numa atividade dinamizada pelo professor Bruno Jorge Antunes Colaço Pimenta – Docente do Departamento de Zootecnia da Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias da UTAD, e também pai do Martim da sala 2, no âmbito da exploração do tema “Os animais”. A ação pedagógica incidiu sobre o subtema “Anatomia dos animais domésticos”. As crianças puderam observar, identificar e comparar os órgãos internos dos animais com os órgãos internos do corpo humano, bem como associar os ossos separados ao esqueleto composto. Identificaram animais como o porco, o gato e a galinha a partir de estruturas em 3D e esqueletos.
Com esta atividade as crianças puderam constatar que há muitas semelhanças entre os órgãos dos animais e os do ser humano, consolidando conteúdos trabalhados na sala de atividades. Mantiveram interesse do início ao fim da sessão, respondendo e participando ativa e entusiasticamente.
Aprenderam, visualizando, uma curiosidade sobre o ovo. Primeiro forma-se a gema, depois a clara e só no final a casca.
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A VISITA DO “MAGO” DA MATEMÁTICA
Foi de braços abertos que a Eb Abade de Mouçós recebeu, a convite do Senhor Presidente da União de Freguesias Mouçós /Lamares, um distinto filho da terra, Professor Carlos Marinho. Nascido na aldeia de Sanguinhedo, este “Mago da Matemática”, doutorado, coordenador geral do Clube de Matemática da Sociedade Portuguesa de Matemática, consultor da Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento, autor de livros e artigos científicos na área da matemática.
Acresce a este vasto curriculum, as suas palestras, dada a sua capacidade de comunicação e motivação das crianças, desmistifica completamente a ideia de que a matemática é muito difícil. De forma lúdica, entre ilusões e” truques” torna esta matéria divertida; “adivinhando” pensamentos, o ano de nascimento de uma criança da plateia, desafiando até algumas leis da Física. A interatividade é tal, que leva a que todos queiram participar e que juntos partilhem esta magia. É extraordinário como através de malabarismo, jogos de cartas, se podem atingir conceitos matemáticos. Os momentos finais foram hilariantes, pois o professor com magia se apresentou e com ela se despediu e fez um helicóptero sobrevoar a plateia entre aplausos e vozes entusiásticas que reagiam ao comando, por vezes propositadamente desgovernado do PROFESSOR.
Muito obrigada, professor, pela sua arte de tornar o Conhecimento numa coisa divertida, mágica…. Mas séria!!!
Dissecação de galináceos
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A professora Lina Morgado, titular do quarto ano da escola básica de Torneiros/Douro, dia 17 de março, desafiou mais uma vez o “Eureka” na pessoa do Vítor
Professora Elísa Ferreira
Professora Adelina Morgado
pamento, a fazer o que tão bem faz e tanto gozo lhe dá: dissecar uma galinha e um galo para os alunos poderem estudar ao pormenor e ao vivo todos os órgãos dos vários sistemas destes dois galináceos, uma vez que estão envolvidos num projeto da criação de galinhas/montagem de galinheiro, para ajudarem a diminuir a pegada ecológica da escola.
Desta forma, os discentes dos 3.º e 4.º anos puderam observar a diferença de órgãos do sistema reprodutor do macho e da fêmea, assim como todos os outros órgãos internos, bem como os externos, onde se incluíram as estruturas da cabeça, como a função da crista e da barbela, passando pelas funções do revestimento por penas e a preservação de escamas nas patas, estruturas ancestrais que demonstram a sua evolução a partir dos dinossauros.
A opinião foi unânime – todos gostaram imenso da atividade pois, deste modo, tiveram a oportunidade de tocar em todas as partes destas aves, observarem o tipo de penas e para que servem, passando pela quilha e sua serventia e até observarem os ossos pneumáticos que as ajudam a ficarem mais leves para o voo, mas o que mais os maravilhou foi verem os imensos óvulos (ovinhos) que a galinha ainda tinha, inclusive um prontinho a pôr/sair.
Puderam ainda acompanhar o estudo a partir de um pequeno conjunto de diapositivos em formato de PowerPoint, trazido pelo professor Vítor que, projetados, permitiram à turma completar e perceber melhor o trabalho de dissecação e o estudo das morfologias externas e internas de ambos os galináceos.
Francisca Geraldes, 10ºA
Esta poderosa declaração, proferida pelo escritor e filósofo franco-argelino Albert Camus, tem um grande significado e é de extrema importância entender por que Camus fez esta afirmação.
Nesta sociedade, podemos pensar nos escritores como guardiões da nossa memória coletiva e da nossa consciência. São eles que capturam, nas suas palavras, as nossas histórias, as nossas lutas, os nossos valores e as nossas aspirações. Eles têm o poder de moldar a maneira como vemos o mundo, desafiar as nossas suposições e acender em nós uma chama que nos impulsiona para a mudança.
No meio do caos e do tumulto, é fácil perder de vista o que nos torna humanos. Mas os escritores têm o poder de nos lembrar da nossa humanidade comum e de nos ajudar
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Artes
“O propósito de um escritor é impedir que a civilização se destrua”
Artes
a ver o mundo com novos olhos. Através do seu trabalho, da sua arte, podem ajudar-nos a conectar com os outros e a encontrar beleza e significado nas nossas experiências partilhadas.
Ao longo da história, observamos inúmeros exemplos de escritores que “salvaram” a civilização: George Orwell, com a sua obra 1984, alertando para os perigos do totalitarismo e para a importância da liberdade de expressão; Mary Shelley, que escreveu o clássico Frankenstein, explorando as implicações éticas de brincar com Deus e criar vida e alertando para os perigos do progresso científico descontrolado.
Estes e outros escritores provaram que o poder da palavra escrita vai além do entretenimento e pode ser usado para abordar e expor questões e injustiças que a nossa sociedade enfrenta. Através do seu trabalho, os escritores podem ajudar-nos a ver o mundo pelos olhos daqueles que muitas vezes são esquecidos ou marginalizados. Ao fazer isso, eles inspiram-nos a agir e a trabalhar em prol de uma sociedade mais justa e equitativa. Ao apresentarem ideias novas e não convencionais, os escritores encorajam-nos a repensar a maneira como abordamos problemas e desafios. Podem ajudar-nos a romper com velhos padrões e hábitos e inspirar-nos a criar um futuro melhor para nós mesmos e para as gerações futuras.
Além disso, os escritores podem usar as suas palavras para documentar o mundo ao nosso redor e testemunhar os eventos que moldam a nossa sociedade. Ao escrever sobre eventos históricos, políticos e questões sociais, os escritores podem criar um registo da nossa civilização que pode ser usado para informar as gerações futuras. Esta documentação pode ajudar-nos a aprender com o passado e evitar repetir os mesmos erros.
Em conclusão, o propósito de um escritor é, de facto, impedir que a civilização se destrua. Ao iluminar a injustiça, desafiar o status quo, relembrar-nos da nossa humanidade e inspirar-nos a agir, os escritores podem ajudar a criar um mundo melhor. Portanto, vamos celebrar e homenagear os escritores que fizeram a diferença e continuar a apoiar e elevar aqueles que usam a sua arte para manter a civilização viva. À medida que avançamos num mundo cada vez mais complexo e incerto, lembremo-nos do importante papel que os escritores desempenham na formação da nossa sociedade. E nós, como leitores, temos a responsabilidade de ouvir a sua mensagem, ler a sua arte e trabalhar para um futuro melhor.
Eugénio de Andrade: Da boca às mãos para colher frutos que nascem versos .
Professora Teresa Margarida Capela
Aqui estão as mãos. / São os mais belos sinais da terra. / (…) Ponho nelas a minha boca, (…) Não lhes toquem: são amor e bondade.” (Eugénio de Andrade. “Coração habitado”. in Até Amanhã)
Digno continuador da tradição lírica portuguesa, admirador de Camões e de Pessoa, Eugénio de Andrade distancia-se de correntes estéticas suas contemporâneas, valorizando essencialmente a harmonia resultante da aliança emotiva entre a palavra e a música, para louvar e exaltar imagens simples da vida, onde coexistem os elementos terra, água, fogo e ar e onde o Amor é rei, porque - no jogo de luzes e sombras e na dicotomia euforia / disforia que a existência pressupõe - “é urgente o amor”. (“Falei de tudo quanto amei. / De coisas que te dou / para que tu ames comigo: / a juventude, o vento e as areias”, in
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Artes
à cidade do Mondego onde convive com Miguel Torga e Eduardo Lourenço.
Sete anos depois, alargando o seu roteiro nacional de residências, fixa-se no Porto para ser inspetor administrativo do Ministério da Saúde. Concilia a função pública e a atividade literária. Reservado e afastado da vida social, vivendo numa espécie de retiro simples e austero, quase monástico, sagrou-se à poesia, vendo nela uma via de redenção, uma fonte de esperança (“Nos teus dedos nasceram horizontes/ e aves verdes vieram desvairadas/ beber neles julgando serem fontes”, in As Mãos e os Frutos). Assume-se homem de parcas palavras e pouco dado a concessões ou a aparições públicas, o que não o impede de travar amizade com Sophia e Cesariny.
Em 1948, com a publicação da coletânea poética As mãos e os frutos (uma das que li aos quinze anos e mantive por meses e meses na minha mesinha de cabeceira, bem à mão, para folhear, colher os frutos e saborear), colhe rasgados elogios dos críticos, o que o projeta no panorama literário nacional e alavanca o seu prestígio internacional.
Até Amanhã.)
Nascido no Fundão, Beira Baixa, há cem anos, a 19 de janeiro de 1923, deram-lhe o nome de José Fontinha. Este filho de camponeses passa a sua infância entre a cidade natal - que deixou para trás após a separação dos pais - e Castelo Branco, mudando-se, depois, para Lisboa. Passa a viver com a mãe, sua grande companheira de vida até 1956, ano em que esta parte para a última morada.
Aos doze anos revela já uma grande paixão pela leitura, alimentando-se de sílabas, palavras, textos, livros, horas a fio, primeiro na biblioteca de um vizinho e, mais tarde, em bibliotecas públicas, onde absorve avidamente Júlio Verne, Alexandre Dumas, Dostoievski, Tolstoi, os grandes clássicos nacionais e tantos outros.
Em 1936, começa a esboçar os primeiros versos, que depois envia a António Botto. Este encoraja-o a escrever. E assim nasce o poeta com o pseudónimo: Eugénio de Andrade.
Aos vinte anos, instala-se em Coimbra, seguindo para Tavira para cumprir o serviço militar, regressando depois
Autor de livros de poesia, prosa, antologias, livros infantis e traduções, manuseia as palavras com “mão rigorosa”, seguindo os princípios arquitetónicos de construção, simetria e equilíbrio. E elas retribuem, “sustentando os [seus] dias” e valendo-lhe vários reconhecimentos: o prémio da Associação Internacional de Críticos, em 1986; o prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus, em 1988; o prémio Camões, em 2001; a Medalha de Mérito Cultural, em 2004; entre muitos outros.
Neste centenário do seu nascimento, lembremo-lo como alguém que viveu de e para as sílabas que, dando as mãos a outras sílabas, colheram os seus melhores frutos: as palavras. Destas, harmoniosamente unidas, nasceram os saborosos versos que nos deliciam. (“São como um cristal, / as palavras. / Algumas, um punhal, / um incêndio. / Outras, / Orvalho apenas. (…) Quem as escuta?” Nós escutamos, Eugénio de Andrade!)
Mas chega o dia em que “as palavras estão gastas. / Adeus” (in Os Amantes sem Dinheiro). É o fim. Vítima de doença neurológica prolongada, o seu coração de 82 anos – onde coabitaram afabilidade, rudeza, ascetismo e hedonismo – foi morrendo sílaba a sílaba. Viria a parar no dia de Santo António de 2005, no Porto, na sua última residência - a Fundação Eugénio de Andrade. Os seus deliciosos frutos continuam a emanar um doce aroma.
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Artes
CENTENÁRIO DE AGUSTINA BESSA-LUÍS
ofereceu um selo de leitura para assinalar o momento no caderno diário dos alunos, com impacto em todo o agrupamento. A logística foi realizada por Anabela Quelhas, Áurea Pimentel, Alice Fernandes, Sofia Doutel e assistentes das bibliotecas MJA e ESMM, contando com todos os docentes que lecionaram à hora marcada e se disponibilizaram para colaborar.
No primeiro ciclo, o vestido de Lourença foi sem dúvida o momento mais criativo e alegre, não faltaram “designers” de moda para dar beleza a esta peça tão especial mencionada no pequeno texto retirado da obra “Dentes de Rato “que alguns ouviram e outros leram. Com base no friso cronológico referido, as turmas do 6.º ano, na disciplina de inglês, participaram na atividade "Meeting" Agustina. A atividade consistiu em consultar o friso e, em inglês preencher um folheto informativo com dados sobre a escritora, ficando a conhecer melhor a sua biografia.
A turma E do 6.º ano foi uma das turmas que participou nessa atividade e, desejando dar continuidade ao trabalho sobre a escritora, tendo por base o livro: "A Memória de Giz", está a desenvolver o projeto ainda embrião: "A Escola da/na Nossa Memória".
Os alunos do 3.º B Profissional realizaram um trabalho apoiado nas novas tecnologias, na aula de programação web – leitura do texto, pesquisa e vídeo – com a orientação da professora Júlia Borges.
Considerando que se pretende adicionar conhecimento e cultura aos nossos alunos, a Biblioteca Escolar não poderia deixar de assinalar o centenário de Agustina Bessa-Luís, autora de algumas obras utilizadas em sala de aula.
O ponto de partida foi a exposição do friso cronológico sobre a vida e obra da escritora, desenhado pelas bibliotecas, visitado por algumas turmas e disponibilizado on line.
No dia 14 de outubro todo o agrupamento realizou leituras em rede. À mesma hora, todos as turmas tiveram acesso a um texto de Agustina, adaptado a cada nível de ensino, cujo desafio constava na leitura do mesmo e da informação do “SABER+, porque sim” , cada turma poderia criar o retrato físico e psicológico da escritora e gravar a leitura em áudio. A turma 6ºD homenageou a escritora, com a apresentação de uma canção “Thausand years” através das suas vozes afinadas e melodiosas, sob a direção da professora Fátima Ribeiro. A Biblioteca Escolar
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Professoras Anabela Quelhas, Áurea Pimentel e Emília Raposo
Artes
EXPOSIÇÃO COLETIVA NO ESPAÇO MIGUEL TORGA 08|10 a 06|11|2022
Transcreve-se a apresentação: 100 anos, José Saramago
Professoras Anabela Quelhas e Sofia Doutel
Considerando que se pretende continuar a reforçar a identidade do nosso agrupamento, promover a articulação vertical, a multiculturalidade, a criatividade, o conhecimento da nossa cultura, articular com vários projetos e apostar fortemente na divulgação do nosso trabalho na comunidade, entendeu-se o tema “100 anos, José Saramago”, como uma oportunidade de aprendizagem e de articulação.
O desafio é proposto pela Biblioteca Escolar do agrupamento a toda a comunidade educativa – alunos, pais, funcionários e professores – no início do ano letivo 21/22, contando com a parceria do Espaço Miguel Torga.
É esta a oportunidade de conhecer uma das figuras ímpares da literatura portuguesa, e o desafio consta em transformar este tema no fio condutor de várias ações transversais a várias faixas etárias, explorando a competência leitora, diversas literacias e sinergias, e fortemente articulada com o Plano Nacional das Artes.
Construímos um repositório testemunho de todo o trabalho pedagógico. É difícil transpor para o repositório, a ação diária na sala de aula, mas não a devemos ignorar,
porque é aí, na interação direta com os alunos, que o processo de ensino/aprendizagem se concretiza com mais sucesso.
Todas as ações são concebidas num registo de grande liberdade, seguindo uma planificação inicial concebida pela Biblioteca Escolar, que depois é adaptada às características dos alunos, ao seu nível etário, possibilitando a intervenção dos encarregados de educação. Envolvem-se várias áreas do conhecimento, integram-se as 3 literacias consoante as necessidades, experimentam-se ferramentas digitais que nos auxiliam e melhoram as nossas práticas, assumindo por vezes alguma exuberância partilhada com a comunidade, como é o caso desta exposição.
“100 anos, José Saramago” é mais um tema que dignifica e concretiza a missão da biblioteca escolar apoiada nesta parceria e no agrupamento onde é possível desenvolver estes projetos culturais.
Mais uma etapa concluída.
“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” José Saramago.
Link do repositório: https://100anosjosesaramago.blogspot.com/
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Artes
Uns passos em direção à sétima arte: uma experiência inesquecível
Participação no casting do filme “Ontem à Noite Conquistei Tebas” (2023)
Durante dois dias, em Braga, e numa pequena sala com pouco mais de dez pessoas, foi possível abordar diversas perspetivas e observar como cada um de nós idealiza o mundo do cinema.
Para participar no workshop não foi necessário ter afinidade com filmagens, edições, representação e/ou roteirização de vídeos; bastou ter vontade de aprender. Tudo decorreu de forma aberta, com a possibilidade de interagir de forma livre e espontânea, esclarecer dúvidas e até mesmo trocar experiências com outras pessoas de forma rápida e prática.
Apesar de ser um processo de seleção que, como tal, pudesse despertar um pouco de competitividade entre os participantes, todos partilharam histórias de vida, o que permitiu que se sentissem identificados com algo e, efetivamente, criassem laços uns com os outros. Portanto, entramos numa sala de desconhecidos para sairmos da mesma com novos amigos.
Ao fim e ao cabo, foi uma experiência elucidativa e agradável.
Professor Fernando Pereira O Coordenador do PNC
No âmbito do plano de atividades do Plano Nacional de Cinema (PNC) e do Plano Nacional das Artes (PNA) do Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus, no passado dia 21 de novembro, a equipa de pré-produção DVEIN Films apurou 164 alunos para as entrevistas que tiveram lugar no dia 27 de novembro, tendo procedido a um processo de seleção de jovens do nono ao décimo segundo anos e cursos profissionais do nosso agrupamento, que gostem de audiovisuais, fotografia, teatro e videojogos. O projeto final é a participação na produção do filme de longa-metragem “Ontem à Noite Conquistei Tebas”. O projeto será realizado por Gabriel Azorín, no ano de 2023. O filme é uma coprodução entre Portugal, França e Espanha.
Os cinco alunos que foram escolhidos pela equipa de pré-produção DVEIN Films foram acompanhados pelo
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Artes
Coordenador do Plano Nacional de Cinema, para participarem no workshop realizado nos dias 10 e 11 de dezembro, na cidade de Braga. O workshop foi da responsabilidade das produtoras Primeira Idade (Portugal), (responsável pelo filme “A Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos, que foi nomeado para a votação do candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Estrangeiro, na 94.ª edição dos Óscares, em 2022), DVEIN Films (Espanha), Filmika Galaika (Espanha) e La Fabrica Nocturna Cinéma (França) e contou com o apoio do ICAA (Instituto Nacional de Cinema Espanhol), AGADIC (Instituto Regional Galego de Cinema) e Rádio Televisão Portuguesa. O evento foi conduzido, entre outros, por Carlos Pardo, Celso Giménez, co-autor do filme e pelo realizador, Gabriel Azorín.
O resumo do argumento do filme remete-nos para dois rapazes portugueses com 16 e 17 anos, António e o seu melhor amigo, Jota. Numa tarde muito fria de inverno, decidem sair com os seus amigos e atravessam a fronteira para tomarem banho nas antigas fontes termais romanas. Lá encontram vários grupos de jovens que vieram ali passar a tarde. Uns procuram descanso, outros, diversão; cada um aproveita a água à sua maneira. Mas há algo estranho nessas fontes termais. É como se a água influenciasse o humor de todos os que ali tomam banho. Ao cair da noite, quando as pessoas já se foram embora e não há vestígios do nosso mundo contemporâneo, António confessa a Jota que se tem sentido estranho ultimamente e que tem medo que deixem de ser amigos. É então que descobrimos que estão ali a tomar banho outros rapazes. São os soldados romanos que construíram as termas. Entre eles estão Aurélio e Pompeyo, dois jovens soldados que devem tomar uma decisão que marcará o resto das suas vidas: desertarem juntos ou separarem-se para sempre. Apesar de estarem distantes por mais de 2000 anos, António e Aurélio partilham um medo: perder para sempre o seu melhor amigo.
A Escola Vai ao Teatro
Professora Ana Paula Ribeiro
No dia 29 de março, os professores do Grupo de Português do 2.º ciclo do Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus e do Agrupamento de Escolas Diogo Cão proporcionaram a todos os alunos do 5.º e 6.º anos assistir a uma peça de teatro no Grande Auditório do Teatro de Vila Real.
A Companhia EDUCA encenou a obra “Ulisses” de Maria Alberta Menéres para o 6.ºano que decorreu no período da manhã e apresentou “O Príncipe Nabo” de Ilse Losa para o 5.º ano durante o período da tarde. Estas obras de leitura orientada e obrigatória enquadram-se nas Aprendizagens Essenciais da disciplina de Português, assim como na sua Planificação Anual. Com esta atividade, os docentes pretenderam desenvolver o gosto pelo teatro, fomentar o interesse pela dramatização, contactar com a cultura portuguesa e desenvolver o espírito crítico.
A articulação e colaboração dos dois Agrupamentos de Escolas, da Câmara Municipal através do vereador da Educação e dos responsáveis pelo Teatro de Vila Real permitiram mais um momento de partilha entre as várias entidades.
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Artes
O Teatro também vem à escola
Na manhã de 16 de março, a Escola Secundária Morgado de Mateus recebeu a Peripécia Teatro, com o projeto “Conto contigo - Contos de Mulheres”, que integra a programação do Espaço Miguel Torga, entidade com a qual o AEMM estabelece parceria.
Várias turmas do ensino secundário tiveram o privilégio de assistir a uma representação fantástica, generosa e emotiva até ao limite, da atriz Patrícia Ferreira, que encarnou as personagens dos contos “A guerra” e “Ricocó”, da escritora transmontana Júlia Ribeiro. A acompanhar, saborearam - ao vivo - a excelente performance do Rui Fernandes, à guitarra amarantina.
Ouviram-se palavras cruas e duras. Ecoaram mensagens fortíssimas sobre a guerra e a loucura, sobre a violência e o lado animalesco e cruel do ser humano (que não deixam
- não podem deixar! - ninguém indiferente). Tocaramnos, comoveram-nos, perturbaram-nos.
Nas aulas seguintes, o debate impôs-se. Os temas abordados fedem a sangue, enojam-nos, mas têm - ainda assim ou por isso mesmo - de ser dissecados. Têm de ser falados, têm de ser denunciados e têm de ser punidos, porque são reais e porque continuam atuais.
A guerra tem sido, nos últimos tempos, notícia diária nas nossas casas. A violência, essa, é um flagelo silencioso, nem sempre confessado e delatado, que anda por aí, batendo a várias portas. (Quem sabe se do lado de lá da porta mais próxima?)
Pelo segundo ano consecutivo, a Peripécia Teatro trouxe-nos cultura e mexeu com as nossas emoções. É isso a arte.
No final, ficou o pedido e a promessa de um regresso. No próximo ano, “Conto contigo”, Peripécia Teatro!
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Professora Teresa Margarida Capela
Artes
A maior flor do mundo em teatro de sombras chinesas
Professora Elisa Ferreira
Os alunos da turma A5 do 4º ano de Escola Básica Abade de Mouçós, aquando dos eventos que assinalaram o centenário de José Saramago e após a análise de uma única obra do autor para a infância, quiseram, através da Arte do Teatro de Sombras Chinesas, contar-nos a singela história de um menino que ultrapassou limites.
A maior flor do mundo foi a companhia destes alunos desde a preparação de leituras à execução de cenários.
Aquando da vinda de um grupo de Erasmus de visita à escola, voltaram a apresentar-nos a peça, com a mesma frescura, grande empenho e algum nervosismo.
Foi um trabalho bonito, produzido com a orientação da professora Alzira, e muito bem desempenhado por estes alunos, que arrancaram intensos aplausos.
Estes trabalhos simples com visibilidade, entrega e reconhecimento da Escola, frequentemente não têm eco fora dos muros, por vezes intransponíveis.
Natal à porta
A equipa da Biblioteca Escolar MJA
Após a interrupção de diversas atividades devido à pandemia e de modo a lembrar o Natal mais cedo, a mentora, professora Ana Paula Ribeiro, juntamente com a Equipa da Biblioteca Escolar, convidou todos os Diretores de Turma da Escola Monsenhor Jerónimo do Amaral e /ou o professor de Cidadania e Desenvolvimento a participarem no projeto “Natal à Porta”.
Partindo da leitura da obra “O abeto de Natal” de Hans Christian Andersen, desafiaram as turmas a decorar a porta da sua sala de aula com decorações alusivas ao conto de Natal, à Cidadania e à época natalícia, dando asas à imaginação e à criatividade.
Desde o boneco de neve, ao pinheirinho e sem esquecer o Pai Natal, foram muitas as propostas apresentadas. O processo de escolha constou na análise de cada porta, com registo tipo checklist de onde surtiram as 10 mais votadas.
Após votação, o júri constituído por dois membros da Associação de Estudantes Carolina Ribeiro e Diogo Ribeiro, pelas Coordenadoras das Bibliotecas do Agrupamento, Anabela Quelhas e Áurea Pimentel e pelo Coordenador de Estabelecimento, João Almeida, decidiu atribuir o primeiro lugar à porta do 5.º G. No entanto, todas as outras turmas foram contempladas com uma menção honrosa. Mais do que isto, foi sobretudo ver o entusiasmo com que os discentes aceitaram o desafio.
A Equipa da Biblioteca Escolar da Escola Monsenhor Jerónimo do Amaral agradece desde já a participação dos Diretores de Turma, professores de Cidadania e Desenvolvimento a realização desta atividade.
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Artes
Poem
Beatriz Varandas Ferreira, Gonçalo Martins, , Lara Pereira, 11º C
Global warming, acid rain, climate change, deforestation, waste disposal, hurricane, drought, floods and overpopulation.
The world at large is affected by pollution, a tendency to discharge plastic in the ocean and stop animal evolution.
Caused by Humans or by Nature these problems need to stop, so that we can save every creature before the world gets too hot.
So we all need to use renewable energy, recicle and eat less meat, do full loads of laundry, take short showers and switch to LEDs.
This will reduce our carbon footprint, making the foundations to help next generations live on a better Earth.
Poemas vários
Duarte Gonçalo, 11ºC
| Por que murmuras?
Por que murmuras?
Nesse muro de xisto
Chamar nem arrisco
Pois estás ocupado a rabujar
Com esse casaco envelhecido
Eu arrisco a dizer
Que tens uma história nesse sorriso escondido
Que ninguém consegue ver
Com essas botas lamacentas
Eu especulo
Que mesmo quando estás fulo
As maldades afugentas
Por que não cantas nada?
Se adoras para ti murmurar
Porque não falas da amada?
Que as cinzas deitaste ao mar
Sai do muro, meu velho!
E vem falar para mim
As histórias de quando apenas eras um fedelho
E hoje, por que estás assim.
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| Arte criticada
Pinta-me, pinta-me, pinta-me!
Mesmo se tinta não tiveres
Com as tuas palavras rabisca-me
A partir do ódio, do amor ou de outra coisa qualquer
Só quero ser criado Moldado a partir do barro
O qual durante horas foi trabalhado
E, no final, apenas foi criticado
E... Por que paraste de criar?
Assim, como poderei eu surgir?
Captura essas lágrimas que estás a derramar
E, juntamente com o pincel, começa a colorir-me
Vais parar por seres criticado?
Mas, assim, como irá a arte aparecer?
Em vez disso, esboça a tua raiva em um quadro.
E mostra para o mundo
Que a arte sempre será a última a morrer.
| Rato maldito
Ai, o curioso do rato
Que malandro!
Vai pelo buraco rastejando Silencioso e corriqueiro
Este malandro é sorrateiro
Trapaceiro
Corajoso
Ganancioso
Mas ele sabe o que faz.
Anda de todo atrás de Queijo, bolachas
Presunto, enchidos
Pastéis de nata
Pacotes de trigo
Não é burro nenhum
A sua cabeça ainda presta
Se vaguear é o que lhe resta
Ele aproveita bem o que faz
Pois, acima de tudo, ele é mau rapaz
| A minha Monalisa
Van Gogh só amava o laranja
Pois não conhecia o azul do teu olhar
O balançar da tua franja
Quando o primeiro vento de outono estava para chegar
A confusão da tua cabeça
Tão abstrata como cada desenho de Picasso
A tua esperteza e inteligência
Feita geometricamente por Mondrian traço a traço
O brilhar do teu sorriso
Que klimt na sua tela pintou
O teu quadro favorito
Da mulher com o guarda-sol que Monet criou
Rap de Descartes
Ricardo Guerra, Duarte Gonçalo, 11ºC
Oh Descartes, quem não concorda só diz disparates.
Oh Descartes, a dúvida tem razão. O cogito é verdade, acabou a discussão.
Oh Descartes, que tantas críticas recebes. No fundo são haters, não percebes?
Oh Descartes, o Hume é tonto. Os sentidos enganam. E pronto…!
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Artes
Ver e ouvir poesia
Razão e emoção
No mês das Bibliotecas Escolares celebrou-se, no dia 21
Orientados pela professora Maria Manuel Carvalhais, os nada a alunos de 5º e 6º anos de escolaridade da escola
Inês Gonçalves, 12ºC
Somos seres humanos, e tal implica não só sentir, como também entender o sentimento e tudo o que o envolve. Somos seres humanos, os únicos a quem foi atribuído o dom de racionalizar e, como é óbvio, não prescindimos desse privilégio. Somos seres humanos, e isso significa que necessitamos da razão e da emoção para viver.
Se tivesse que destacar qual dos dois é mais essencial à vida, diria que me é impossível fazê-lo. Acredito que dependemos de ambos de igual forma e que, portanto, possuem os dois a mesma importância.
A razão é o que nos permite entender, conhecer, compreender o que nos rodeia. É o que nos concede a possibilidade de pensar e a consciência do que fazemos. A razão é o que nos distingue de todos os outros seres.
tados em vídeo pelos alunos das turmas do 12ºA, B e C, de modo a cativar esta faixa etária para a leitura de poesia, despertar nos colegas mais novos o amor pela língua materna e pela beleza dos textos poéticos, mostrando que cada um sente o poema de uma forma diferente.
Os alunos revelaram-se bastante interessados nesta atividade e, no final, prometeram tentar recriá-la nas suas turmas.
Deste modo, tanto a professora como os alunos anfitriões sentiram que foi uma atividade bem-sucedida e com pernas para andar.
Embora isto seja verdade, não podemos, no entanto, invalidar o papel da emoção. A capacidade de racionalizar diferencia-nos, mas o sentir é o que nos torna autênticos, verdadeiros e reais. É o que nos aproxima do mundo e o que, simultaneamente, nos afasta do mesmo, já que cada um sente de maneira diferente.
Para concluir, creio, portanto, que não seja possível indicar qual o elemento com mais importância na vida humana: a razão ou a emoção, dado que, para além de estarem interligados entre si, são ambos essenciais. Sem razão não entendemos o que sentimos. Sem emoção não sentimos o que racionalizamos. E sem ambos não seríamos seres humanos.
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A filosofia é fixe! HojesobrefalamosÉtica
Daniela Gonçalves, 10º A
Já nos deparamos com esta palavra em vários locais e situações, mas afinal o que é a ética? E mais ainda, onde surgiu? De modo a poder esclarecer-vos um pouco, este conceito surgiu na Grécia antiga com o filósofo Aristóteles, o qual refletiu sobre as normas de convívio social de modo a criar um conjunto de “regras” que deveriam ser seguidas no sentido de alcançar a felicidade e o “bem viver” em sociedade. Assim, a ética é um ramo de estudo da filosofia que tem como objetivo distinguir o bem e o mal, o comportamento correto e o incorreto. São normas, valores e costumes que são criados pelas sociedades para podermos saber a diferença entre o que podemos fazer e o que não podemos fazer, ou por outras palavras, o que é certo e o que é errado. Parece um pouco aborrecido, mas desenganem-se. Já pensaram como seria o mundo se não houvesse ética? Se não
Você teve de ler isto!Você teve de ler isto!
tivéssemos normas e valores essenciais para que todos os elementos da sociedade vivam em harmonia, como seria o mundo? Mais esclarecidos? Talvez não, podem estar a pensar que estamos a falar de leis que servem para punir aqueles que não as respeitam, mas não, a ética é muito mais abrangente, existem situações eticamente reprováveis que não são ilegais. Por exemplo, será ilegal um professor dar explicações particulares aos seus próprios alunos? A resposta é não, mas será eticamente reprovável? Aqui a resposta é sim.
A ética encontra-se em todas as áreas da sociedade. Por falar em sociedade, será que estas normas e valores são iguais em todo o mundo? Existem normas e valores comuns mas, outras podem não o ser, por este motivo existem muitas pessoas que procuram outros países à procura de valores que não existem no seu, por exemplo a igualdade entre homens e mulheres, o respeito pelas diferenças religiosas ou de identidade ou ainda de orientação sexual. Mais esclarecidos? Espero que sim, mas, se não for o caso, reflitam e pensem sobre o que podemos/devemos fazer ou não fazer, ou pesquisem sobre o assunto e reflitam mais um pouco, e quando derem por isso já se encontram a filosofar.
Francisca Geraldes, 10ºA
Seremos realmente responsáveis por todas as nossas ações? Ou seremos, às vezes, vítimas das circunstâncias?
Basicamente, o livre arbítrio é a crença de que nós, seres humanos, temos o poder para escolher as nossas próprias ações e que, enfrentando diversas escolhas, qualquer opção que escolhermos depende totalmente de nós. É a ideia de que nós somos os criadores do nosso ‘destino’.
Mas talvez… isso não seja tão verdade.
Há milhares de anos que se debate a questão do livrearbítrio, com pontos de vista diferentes que, maioritariamente, questionam a existência desta liberdade de escolha.
Na Filosofia, a questão do livre-arbítrio é tratada na área da Metafísica. De acordo com a Filosofia, temos livre-
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arbítrio se algumas das coisas que acontecem dependerem, fundamentalmente, de nós. Eu comi torradas ao pequenoalmoço porque foi o que eu escolhi comer. Este ponto de vista, segundo o qual sou capaz de ações livres, é conhecido como libertismo. Mas muitos de nós também acreditam que todo o efeito tem uma causa, e que tudo o que acontece agora, no presente, é o resultado necessário de eventos que ocorreram no passado. Este ponto de vista é conhecido como determinismo.
Um outro ponto de vista para olhar para o livre-arbítrio é-nos dado pela Psicologia. Não seremos todos moldados por eventos passados? Se uma criança fosse abusada pelos seus pais, se os seus amigos fossem todos más influências, se ela fosse pobre e andasse numa escola problemática e se um dia cometesse um crime? Haveria algum outro desenlace possível? Será que realmente estava sob o seu controlo? E se não estava, devemos responsabilizá-la por essas ações?
Outro ângulo para olhar para o livre-arbítrio é através dos olhos da Física. Para a Física, os fenómenos do universo estão determinados, ideia que foi transposta para o comportamento humano. Assim sendo, nunca tivemos uma única escolha possível, nem mesmo o que escolhi comer ao pequeno-almoço foi decisão minha. Pois se todas as decisões que tomamos vêm do nosso cérebro e o nosso cérebro é feito de células, feito de moléculas, feito de átomos e tudo segue as leis da física, existe realmente alguma escolha? Se todo o eletrão está a fazer o que um eletrão deve fazer e se o mesmo se passa com todas as ondas e partículas, então não é o universo apenas um “monte de bolas” já acionadas? E o que dizer da ação humana? Não será plausível considerar, à luz dos princípios referidos, que só há um futuro possível e nenhuma decisão é realmente uma decisão?
Esta ideia é um pouco perturbadora. Nós certamente sentimos que somos livres para fazer uma escolha, para tomar uma decisão, mas será o livre arbítrio real? De acordo com este ponto de vista, não.
E adivinhe, se está chateado porque eu lhe estou a dizer que nenhuma das suas escolhas é livre, bom, essa raiva estava predeterminada. Está a achar este artigo aborrecido, confuso? Esses sentimentos continuam predeterminados. Acha que pode livremente parar de ler isto se fechar a revista, mas se ainda está a ler, boas notícias, isso estava determinado também!
Dando um passo em frente, coisas como a genética também têm um grande papel nas nossas escolhas. Charles Darwin e a Teoria da Evolução trouxeram a ideia de que se as espécies realmente evoluem, então coisas como a inteligência deverão ser hereditárias.
A inteligência é uma característica que ajuda as pessoas a tomar melhores decisões. E mesmo estudando arduamente
para saber mais, o quão inteligente cada um de nós é, não depende inteiramente de nós. Logo, algumas pessoas não conseguem fazer certas escolhas inteligentes. Não só porque elas não querem, mas por causa de limitações nos seus genes. Assim, como podemos realmente ter liberdade para escolher o nosso destino se não nos dão o mesmo “baralho de cartas” desde o início? E não são só as cartas que nos dão, mas também a habilidade para as jogar. Algumas pessoas simplesmente nascem melhores bluffers que outras.
Portanto, do ponto de vista da genética, a nossa capacidade de escolher o nosso destino não depende de nós, mas depende da nossa herança biológica.
Mas, e então? Para mim, o livre-arbítrio é tão real como a cor magenta. Esta cor não existe na natureza, não está presente no arco-íris. É simplesmente a cor que o nosso cérebro cria quando os nossos sentidos recebem ondas de ambas as cores azul e vermelho. E o som é só ondas de moléculas de ar a embater contra os nossos ouvidos. De facto, nada do que sentimos no mundo real é realmente da maneira que o sentimos. Logo, porque é que o nosso sentido de livre-arbítrio será diferente? É uma ilusão tal como a cor magenta é, mas é tudo o que temos.
Mesmo que o livre-arbítrio seja uma ilusão, é uma ilusão que devemos manter; porque enfrentar a escolha entre o mal e o bem beneficia a maior parte de nós a escolher o bem. Então, da próxima vez que vir um sem abrigo na rua, não revire os olhos e julgue a pessoa. Entenda que houve uma imensidão de fatores, muitos dos quais ele não pode controlar e que o fez estar onde está agora.
Seja humilde sobre o que você tem, sobre o que possui e o que conquistou, porque com menos um bocadinho de inteligência no seu ADN poderia não estar onde está hoje. Saiba que não tem livre-arbítrio, pelo menos não da maneira que imaginou que teria, e que somos apenas sortudos pela nossa mistura de átomos estar a tomar as decisões “certas”. Mas esqueça isto imediatamente, esqueça o que acabou de ler e aja como se todas as decisões que tomar fossem escolhas suas, porque só assim será capaz de tomar decisões que conseguem realmente mudar uma vida.
No entanto, como o filósofo Baron D´Holbach disse, “Somos todos apenas engrenagens de uma máquina, a fazer o que sempre foi suposto nós fazermos, sem vontade real.”
O lendário Édipo teve de matar o seu pai e casar com a sua mãe. Eu tive de comer torradas ao pequeno-almoço e você… teve de ler isto.
Bibliografia
https://www.theguardian.com/news/2021/apr/27/the-clockworkuniverse-is-free-will-an-illusion, acedido em 1 de fevereiro de 2023
https://www.theatlantic.com/magazine/archive/2016/06/theresno-such-thing-as-free-will/480750/ acedido em 1 de fevereiro de 2023
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SUPLEMENTO
A ansiedade pode não ser má
No dia 15 de dezembro de 2022 decorreu, no auditório da Escola Morgado de Mateus, em Vila Real, uma palestra sobre saúde mental dos jovens, proferida por Paulo Vítor Lisboa, técnico superior de psicologia dos Serviços Municipais.
A infância e a adolescência são, indubi tavelmente, marcos fundamentais na vida de qualquer pessoa. Infelizmente, aquela que deveria ser uma das mais belas fases da nossa estadia neste mundo é, muitas vezes, afetada por momentos de grande stress, ansiedade e apreensão que, se não forem reconhecidos, geridos e tratados, podem revelar-se um grande obstáculo na vida de muitos jovens.
Um dos assuntos mais abordados foi o da "ansiedade", sobretudo associada à vida escolar. Uma grande parte dos jovens estudantes já sentiu ansiedade em determinadas situações como, por exemplo, perante o pensamento de ir fazer um teste, um exame… A ansiedade manifesta-se de várias formas e tem efeitos no nosso corpo e na nossa mente. Entre os efeitos físicos, podemos experimentar tensão muscular e dores de cabeça e, relativamente ao ponto de vista psicológico, a ansiedade pode fazer com que quemos mais irritáveis e com di culdade de concentração. Esta pode não ser necessariamente
negativa, segundo o palestrante, se for moderada e controlada, porque isso traduz uma saudável preocupação com as tarefas que temos de desempenhar. No entanto, se for descontrolada, pode tornar-se um grande inimigo para o nosso bem-estar, podendo afetar o nosso desempenho e fazer com que se torne mais difícil lidar com a nossa vida quotidiana. Os números falam por si e não nos deixam margem para dúvidas. A partir de estudos realizados, sabe-se hoje que um em cada três adolescentes sofre de problemas mentais, os quais aparecem cada vez mais cedo. De facto, “somos uma espécie de caldeirão em ebulição”, visto que o mundo é cada vez mais desa ante e difícil, dando-nos mais responsabilidades muito cedo. São vários os fatores que contribuem para o aparecimento de problemas mentais nesta fase da vida, fatores estes que desencadeiam uma pressão adicional sobre os jovens. Um exemplo paradigmático é o da recente pandemia que se abateu sobre o planeta. Todos sabemos bem o impacto que a pandemia da COVID-19 teve nas vidas de todos nós! Pode também ser incluída nestes fatores a utilização cada vez mais abrangente e frequente dos dispositivos móveis, que rouba muito do tempo que poderia ser passado o ine com a família e os amigos. A propósito disto, o palestrante ressaltou a importância do contacto e do convívio físico entre as pessoas, a importância de um abraço ou de uma simples conversa cara a cara. Também a respeito da utilização destes dispositivos, foi referido que, embora estes se possam revelar uma mais-valia, por exemplo nos estudos, a sua e cácia (isoladamente) não consegue ainda ser superior a métodos como escrever, esboçar ou sublinhar sobre um papel.
Entre os vários assuntos abordados ao longo da palestra, é também de destacar a questão do "medo". Geralmente, quando pensamos em medo atribuímos-lhe uma conotação negativa. No entanto, as palavras do palestrante permitiram perceber que o medo é algo normal e saudável. A verdade é que este nos afasta muitas vezes de situações potencialmente perigosas. Por exem-
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Alunos do 12.ºA
plo, ao apercebermo-nos de um potencial perigo, o medo pode despertar em nós um sentido de alerta que nos permite fugir, evitando possíveis situações menos agradáveis. No entanto, e como quase tudo na vida, o medo apresenta, igualmente, uma vertente negativa.
Quando excessivo, este pode deixar de ser bené co, isto porque, a partir do momento em que o medo atrapalha e di culta as nossas decisões e o nosso dia a dia, torna-se uma barreira que nos impossibilita de alcançar determinadas conquistas.
Outro aspeto importante abordado no decurso da palestra foi o da "desistência". Poderá, em alguns casos, desistir ser uma boa opção? Segundo o palestrante, sim, uma resposta que pode surpreender. A ideia não é desistir daquilo de que realmente gostamos, sonhamos e acreditamos que tem potencial para acontecer. Mas, em certos casos, existem planos, ambições e "coisas" que carregamos com um enorme desgaste emocional, e é nestas situações que não há problema em desistir. Vivemos numa sociedade que retrata o "desistir" como um fracasso ou insucesso, no entanto, para desistir é, muitas vezes, preciso uma grande dose de coragem já que o desapego pode ser mais difícil do que o apego. Assim sendo, por vezes é preferível desistir de algumas situações do que insistir naquilo que nos faz mal.
Depois da visita de Paulo Vítor Lisboa, conseguimos perceber de uma forma diferente certos factos aos quais, por norma, atribuíamos uma conotação puramente negativa, como o medo, a desistência e até mesmo a ansiedade. Tomámos, também, consciência da preocupante incidência de problemas mentais em idades cada vez mais jovens, e o quão desgastantes estes se podem revelar. É importante incentivar não só os jovens, mas pessoas de todas as idades, para a procura de informação e consciencialização da existência de problemas e doenças mentais. É de grande importância que haja disponibilidade e atenção a determinados sintomas ou comportamentos e que, no caso de haver uma incapacidade de desempenhar determinadas tarefas do quotidiano ou de viver o dia a dia de uma forma normal devido a aspetos relacionados com a saúde mental, haja uma procura de ajuda especializada, porque cuidar da nossa saúde mental deve ser uma das nossas prioridades!
Stop the stigma! Let’s talk about Mental Health!!
Alunos de Inglês do 12º ano
For our citizenship project, the 12th grade classes decided to explore the Mental Health topic, which is an important matter nowadays.
To start the project, we made a research work in small groups during our English lessons.
Secondly, with the information and images we found, the groups began to create posters and yers about the topic.
After this process, we put them in an exhibition in Morgado de Mateus school.
Mental Health Issues a ect a large amount of people and most of the time these problems are invalidated by society.
In order to minimize the stigma around them, it is important to inform and spread awareness. This is one of the main goals of our project.
Bearing that in mind, the students will attend a workshop on the 15th December about the in uence of stress and anxiety on their mental health and learn some techniques on how to prevent or control it.
Reminders:
• Self care is how you take your power back!
• You spend most of your life inside your head, make it a nice place to be!
• Allow yourself to feel your emotions!
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Como vai a nossa saúde mental?
como objetivo alertar os jovens para a importância de um bom conhecimento sobre a sua própria saúde mental, de modo a que estes consigam expressar os seus sentimentos da melhor maneira possível, aprendendo também técnicas de autocontrole, para saberem o que fazer em situações em que não têm ninguém que os possa ajudar ou mostrar apoio.
Cristiana Quinteiro, 12ºB
Os problemas de saúde mental (principalmente quando estes incidem na população juvenil) têm vindo a aumentar exponencialmente, devido a fatores que perturbam estas populações, como a pandemia, por exemplo. Para termos uma noção da preocupante grandeza do problema, segundo alguns estudos cientí cos, um em cada três jovens sofre de algum tipo de doença mental, como ansiedade. Com estas estatísticas conseguimos perceber que estes números são alarmantes, no entanto, raramente ouvimos falar sobre o assunto na comunicação social, escola, ou até mesmo no nosso próprio ambiente familiar, o que nos faz muitas vezes questionar a importância da saúde mental.
Na minha opinião, estes problemas são desvalorizados pelo facto de a sua resolução não ser tão simples quanto a de algumas doenças “físicas”, já que é necessário entender verdadeiramente o inconsciente do paciente e não se baseia em perguntar apenas “o que lhe dói hoje?”. Ainda mais quando os pacientes em questão são adolescentes, que estão a passar por uma fase de desenvolvimento mental quase constante, em que formam a sua personalidade e desenvolvem o seu intelecto na totalidade, o que faz com que muitas vezes não sejam capazes de interpretar ou até mesmo saber o que estão a sentir no seu íntimo.
Acresce que, no sistema de saúde português, não existem pro ssionais de saúde su cientes para assegurarem o tratamento de um número tão elevado de pacientes.
Devido a estas situações, veri camos casos de jovens que sofrem em silêncio devido ao medo de serem julgados pela sociedade, o que leva, em muitos casos, a acontecimentos mais graves, como o suicídio.
Com o objetivo de reverter esta situação, acho que é necessária a implementação de medidas imediatas. Um exemplo destas é o workshop que nos foi proporcionado na escola, no âmbito do projeto interdisciplinar, que tem
Deviam também ser regularmente realizados testes psicológicos a jovens em ambiente escolar, de modo a prevenir o aparecimento de doenças mentais graves e que são diagnosticadas tardiamente.
Podiam ser efetuadas, também, ações de sensibilização aos pais, para estes poderem perceber de que modo podem ajudar os seus lhos, realizadas pelas Câmaras Municipais, que deveriam mostrar mais interesse e envolvimento no que toca à saúde mental dos seus munícipes.
Os media também poderiam estar mais envolvidos e oferecer o seu contributo dando maior ênfase a como e onde pedir ajuda, mostrando nas suas programações diárias números de linhas de apoio psicológico (como a linha de prevenção do suicídio).
Concluo com a ideia de que, apesar de serem os mais afetados por problemas psicológicos, os jovens também são os mais interessados em aprender sobre o assunto e em tentar resolver estes problemas, pelo que espero que, no futuro, seja possível proporcionar a todos uma vida mais saudável.
A Saúde Mental nos Jovens
A Saúde Mental é um tema cada vez mais debatido nos dias atuais. Tem-se veri cado um aumento de problemas mentais nos jovens em relação às gerações anteriores e, apesar da sua importância ter vindo a ser cada vez mais assinalada pela sociedade, ainda não estão a ser tomadas
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Filipa Pereira, 12ºB
medidas su cientes para remediar esta tendência preocupante.
A sociedade tem vindo a evoluir em vários aspetos, entre eles a maior capacidade de oferta de oportunidades para o futuro, aos indivíduos em formação. Porém, esta variedade de escolha é acrescida de expectativas e exigências que, inevitavelmente, terão grande impacto no equilíbrio psicológico dos estudantes, caso estes não saibam lidar com o estresse, a ansiedade e o medo implicados. Havendo ainda grande desinformação sobre este tema, e su ciente inconsideração para não ser abordado frequentemente nas escolas, as jovens mentes estão cada vez mais frágeis e instáveis.
É necessário desde cedo incutir a primazia de “uma mente sã num corpo são”, e capacitar os futuros adultos com ferramentas para melhor organizarem a sua vida consoante os seus objetivos, de maneira a terem uma boa relação consigo próprios e gerirem melhor as suas emoções, porque o que tem sido feito até agora é somente a passagem de conhecimento e a avaliação da nossa capacidade de retenção. Se não chegamos onde queríamos é porque, apesar de todo o esforço, zemos algo errado, e temos que dar ainda mais de nós.
Nós não somos robôs! O mal de tudo é sermos classicados através do nosso QI, somos a nossa média nal. O que foi feito fora das fronteiras escolares é posto em segundo plano, bem como a nossa inteligência emocional.
Em suma, é necessário promover ainda mais a saúde mental nas escolas e estratégias que permitam aos estudantes manter o equilíbrio das suas mentes e, consequentemente, das suas vidas escolares e pessoais. Teremos como resultado uma sociedade mais feliz.
Vamos falar de saúde mental”, a qual abordou temas como a ansiedade e o stress experienciado pelos alunos ao longo do percurso académico.
Atualmente, veri ca-se que a saúde mental, especialmente das faixas etárias mais jovens, sofreu severos agravamentos, principalmente devido ao isolamento e à falta de interação social, resultantes das restrições impostas aquando do combate à mais recente pandemia.
No sistema educativo adotado pelo nosso país, a exigência, a pressão e a procura pelo sucesso académico levam ao surgimento de problemas que põem em causa a qualidade de vida de quem com eles lida. Muitas vezes, somos dominados pelo medo de errar, o que conduz a uma ansiedade prejudicial não só ao desejado sucesso como também (e ainda mais importante) ao nosso bemestar.
Embora o impacto psicológico destes eventos seja notório e preocupante, o estigma ainda existente, a falta de consciencialização e de apoio por parte de entidades competentes contribuem para a crescente taxa de automutilação e suicídio. Nos dias de hoje, presenciamos um crescente número de pedidos de ajuda, contudo o número de pro ssionais dispostos a ajudar parece permanecer constante. É evidente a atual falta de psicólogos disponíveis nas escolas bem como nos centros de saúde. A procura pela ajuda gratuita cai numa lista de espera interminável que não faz face às necessidades de quem a ela tem direito. A verdade é que grande parte da população nunca terá acesso a apoio psicológico, uma vez que este nunca lhe será providenciado por falta de condições nanceiras que permitam optar por serviços privados.
No âmbito do projeto interdisciplinar, fomos convidados a assistir à palestra “Onde anda a tua cabeça? -
Ainda que tenha vindo a ser um tema bastante discutido, a saúde mental continua a não ser uma das prioridades dos líderes governamentais, não tomando estes medidas pertinentes que visem melhorar a saúde da sociedade que representam. Discutir sobre este tão relevante tema, promover estratégias de prevenção a doenças deste campo e abolir as limitações à procura e ao acesso dos serviços de saúde é fundamental para o bemestar da atual e futura sociedade.
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“Onde anda a tua cabeça? - Vamos falar de saúde mental”
Ana Margarida Aires, 12ºB
Os medos
Carolina Neto, 5.ºA
Ninguém gosta de sentir medo. Às vezes os medos perturbam-nos ao ponto de termos de desabafar com alguém para nos sentirmos melhor. Frequentemente resulta!
Há medos que nem nos deixam dormir direito, interrompem o nosso sono e riem-se de nós, enquanto trememos de medo deles…. Parece que quando pensamos num medo, surge outro, outro e ainda mais um a seguir! Vem a família inteira!
Quando tinha cinco anos, acreditava na maioria dos contos e lendas sobre monstros e seres sobrenaturais que habitavam na escuridão da noite e nos locais sombrios. Por isso, sempre tive muito medo - não só do escuro, como do que nele há! -. À noite tremia com medo dos monstros, dos fantasmas, dos bonecos com vida e até mesmo dos PALHAÇOS!!! (para mim, uns dos piores). O meu olho, a
cada minuto que passava, abria com a curiosidade de ver se algo de sobrenatural acontecia…. Quando tinha calor, punha o pé de fora, mas com medo que o capeta me puxasse o pé, voltava a pô-lo para dentro!
Os adultos preocupam-se quando os seus lhos desaparecem. Às vezes estamos a jogar às escondidas sem que eles saibam e o que acaba por acontecer é que ninguém nos encontra! Outra coisa de que os adultos têm medo é das faturas da conta da água, do gás, da internet e da luz…. Elas são como os mosquitos, pisca-se e elas aparecem!
Os bebés têm uma forma especial de comunicar quando sentem medo: choram! Até perturbam mais do que os monstros à noite. Alguns medos dos bebés são: sentir a falta de alguém, quando não os acompanham, perder um brinquedo, etc.
Por m, alguns medos que eu sinto agora são: car sozinha, que acabe toda a comida no mundo, reprovar de ano, perder algo com valor afetivo para mim, fazer mal alguma coisa que me é pedida, etc.
En m! Existem milhares de medos por aí espalhados. Quem disser que não tem nenhum medo, está a mentir e só quer causar boa impressão, porque todas as pessoas têm pelo menos um medo na vida.
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Acabar com o estigma
Beatriz Cardoso, Filipa Túbio, Joana Alves,
No âmbito do projeto interdisciplinar que tem como tema a saúde mental, foi realizada uma palestra, conduzida pelo psicólogo Paulo Lisboa, à qual assistiram todas as turmas do 12º ano, com o objetivo de sensibilizar e alertar para a importância deste tema.
De acordo com estudos e estatísticas realizados, foi constatado que os casos de ansiedade e depressão em crianças e jovens têm vindo a aumentar a nível mundial, nomeadamente a partir da pandemia, pois neste período as pessoas foram privadas de vários aspetos básicos e
essenciais à vida humana, tais como o afeto, a atenção, a interação e a liberdade, o que resultou na alteração do estado mental de todos.
Foi referida a existência de vários tipos de ansiedade: a boa, que é comum a todas as pessoas e que resulta da resposta normal do nosso corpo a diversas situações como medos, desconhecimento ou perigo e que coloca o nosso corpo num estado maior de alerta e com mais energia; e a má, que interfere na qualidade de vida da pessoa fazendo com que esta se proíba de fazer determinadas atividades com medo de falhar ou não conseguir controlar as suas próprias emoções.
Achamos pertinente dar destaque à ansiedade pré-testes, uma vez que nós, estudantes, passamos diariamente por isso e, em muitos casos, esta in uencia o desempenho e os resultados escolares. Assim, é necessário que todos tenham conhecimento dos sintomas associados à ansiedade para depois os ultrapassar recorrendo a técnicas e estratégias. Caso as técnicas não consigam evitar que a ansiedade se prolongue no tempo e esta se torne num fenómeno crónico, é importante reconhecer e não ter medo de pedir ajuda.
Na nossa opinião, a realização desta palestra foi de grande importância, já que é uma forma de intervenção que promove a saúde mental dos adolescentes e visa fortalecer os fatores de proteção e melhorar as alternativas aos comportamentos de risco, tais como construir resiliência para que possam lidar bem com situações difíceis e adversidades. É de extrema importância que os problemas associados às condições de saúde mental dos adolescentes deixem de ser vistos como um estigma, já que isso afeta a prontidão na procura de ajuda relativamente a di culdades na aprendizagem, comportamentos de risco, problemas de saúde física e violações dos direitos humanos.
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Informações
ES Morgado de Mateus (sede)
Morada: Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus
Rua Dr. Sebastião Augusto Ribeiro 5004-011 Vila Real
Telefone: 259 325 632
Fax: 2593 325 939
Página Web: http://www.aemm.pt
email: direcao@aemm.pt
Coordenadas de localização do agrupamento
Latitude: 41º 17´ 68´´ - Norte
Longitude: 7º 43´ 29´´ Oeste
Ficha técnica
Coordenação: Maria Manuel Carvalhais
Editoras: Teresa Capela, Manuela Leal e Maria
Manuel Carvalhais
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