MILÉNIO STADIUM 1735 07 DE MARÇO

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Elejam-me! Porquê?

Manuel DaCosta Editorial

Um pé pisa à frente do outro, num passeio, a caminho de bater a outra porta. A porta abre-se e outro rosto sorri ou franze o sobrolho enquanto se verbaliza mais uma passagem de uma bíblia eleitoral escrita por um burocrata partidário sem rosto, que possivelmente nunca interagiu com um eleitor. O eleitor ouve com empatia ou desdém enquanto você continua a sorrir, fingindo que acredita na retórica que sai da sua boca.

Eassim começa a interação entre o candidato e o eleitor, um na esperança de obter um selo de aprovação e um voto e o outro a perguntar-se para que serve, realmente, o voto. Candidatar-se a eleições políticas é uma decisão complexa, muitas vezes motivada por uma combinação de razões pessoais, altruístas e estratégicas. A maioria dos candidatos não está, a meu ver, em condições de se candidatar,

mas candidata-se, criando um desafio para aqueles que se preocupam verdadeiramente com a governação das nossas instituições públicas. Diz-se muitas vezes que os candidatos políticos se candidatam porque não conseguem incorporar-se como membros normais da sociedade, onde o desafio de um emprego ou de uma carreira exige competência e talento. Enquanto muitos conseguem trazer mudanças para as suas comunidades ou países, outros escondem-se sob o véu do processo político, proferindo interpretações políticas de políticas fornecidas pelo seu partido, mas ainda sonhando que podem implementar políticas que abordem questões pelas quais são apaixonados. Estas motivações altruístas são muitas vezes mortas e abandonadas porque é preciso seguir os éditos religiosos formulados pelos de cima.

À medida que os passos vão passando de porta em porta e de rostos inexpressivos a rostos inconvenientes, pergunto-me muitas vezes por que razão alguém quereria conduzir-se a uma candidatura. Talvez a ingenuidade do futuro percebido do que é o serviço ao país ou talvez a visão narcisista do mundo incentive aqueles que querem alimentar à força as populações com a hipérbole com que vivem as suas vidas pes-

soais. Seja como for, para ser candidato, é preciso assumir posições que desafiam a moralidade pessoal e é preciso ignorar a retidão do ponto de vista oposto. Hoje em dia, vivemos num mundo que adotou sentimentos negativos em relação à política e às pessoas que se candidatam a cargos públicos”.

Nas recentes eleições de Ontário, três luso-canadianos concorreram a cargos públicos na área da Grande Toronto. Embora todos esperassem ser bem-sucedidos, as probabilidades estavam contra eles, uma vez que estavam a concorrer em nome de um partido desorganizado e desarticulado, vendendo passagens bíblicas confusas que o eleitorado não estava disposto a ouvir. Apesar dos desafios óbvios, os candidatos decidiram, por qualquer razão pessoal, participar em eventos de campanha intermináveis, em escrutínio constante, em desafios aos seus pontos de vista e, nalguns casos, em potenciais ameaças de violência política. Então, o que é que levou estes 3 candidatos a suportar isto e muito mais?

Na minha opinião, é difícil encontrar um trabalho mais desafiante com base no complexo leque de problemas enfrentados por um político e, apesar de não terem sido bem-sucedidos nas eleições, aplaudo a

convicção destes candidatos lusos e espero que esta campanha sirva de trampolim para futuros empreendimentos políticos, uma vez que a comunidade portuguesa precisa de representação política. No entanto, a representação apenas pela imagem não é aceitável. Precisamos de visionários que vejam um futuro num mundo complicado, com um conjunto de cidadãos que precisam de estratégias para proteger o seu futuro. Muitos sugerem que o que motiva as pessoas a concorrer a um cargo público é o interesse próprio, seja na forma de ganhar dinheiro, de ascender potencialmente a altos níveis governamentais ou de ganhar fama e atenção, mas se é isso que as pessoas procuram na governação, então talvez devam considerar outra carreira, se tiverem outras competências.

“No final, os candidatos compreendem uma coisa simples, não há país sem democracia, não há democracia sem política e não há política sem pessoas dispostas a tornarem-se políticos” - Lee Hamilton. A exceção a tudo isto é obviamente o fascista que governa os EUA.

Ano XXXII- Edição nº 1735

7 a 13 de março de 2025

Semanário. Todas as sextas-feiras, bem pertinho de si!

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Redação: Adriana Paparella, Fabiane Azevedo Colaboradores do jornal: Adam Care, Aida Batista, Augusto Bandeira, Cristina Da Costa, Daniel Bastos, Francisco Pegado, Paulo Perdiz, Raul Freitas, Reno Silva, Rosa Bandeira, Vincent Black, Vítor M. Silva.

Traduções: David Ganhão e Madalena Balça

Parcerias: Diário dos Açores e Jornal de Notícias

A Direção do Milénio Stadium não é responsável pelos artigos publicados neste jornal, sendo os mesmos da total responsabilidade de quem os assina.

Versão em inglês Pág. 11
Credito: DR

ELEIÇÕES NO ONTÁRIO

Na quinta-feira, 27 de fevereiro, Doug Ford e o Partido Conservador Progressista (PC) conquistaram uma vitória signi cativa nas eleições de Ontário, após uma campanha eleitoral relâmpago que apanhou os seus adversários desprevenidos. Com um timing político perfeito, Ford conseguiu convencer os eleitores com o seu lema de campanha “Protect Ontario”, apelando à proteção da província face às ameaças, entretanto concretizadas, de Donald Trump. Uma nota importante a sublinhar os resultados eleitorais é que dos 11.065.813 eleitores apenas 45,40% votou. Comecemos por sublinhar que entre todos os candidatos da GTA a um lugar no parlamento provincial estavam 3 luso-canadianos – Elizabeth Mendes, Martin Medeiros e Paulo Pereira. Nenhum conseguiu atingir o objetivo, mas todos saíram de cabeça erguida e dispostos a continuar no mundo da política. Foram bravos e merecem o reconhecimento pela coragem de dar a cara. Sobre eles e o seu percurso falaremos nas páginas que se seguem.

Relativamente aos resultados nais - o Partido Conservador Progressista de Ford obteve a vitória esperada, conquistando 80 dos 124 assentos da Assembleia Legislativa de Ontário, com uma percentagem nal de 42,97% dos votos. Ford tornou-se, assim o primeiro líder desde a década de 1950 a conquistar três maiorias consecutivas na província. Embora, em número de assentos o mandato de Ford seja ligeiramente menor do que o anterior, a maioria parlamentar garante-lhe mais quatro anos no poder, consolidando assim a sua liderança.

O NDP volta a assumir o papel de principal partido da oposição, superando os Liberais em número de assentos – 27 contra 14 dos Liberais. De realçar que esta realidade não re ete (graças ao sistema eleitoral em vigor) a expressão do número de votos em urna –os Liberais tiveram um total de 1.504.688 votos, contra 931.796 do NDP, ou se preferirem em termos percentuais, os Liberais obtiveram 29,95% dos votos apurados em toda a província contra 18,55% do NDP. Facto igualmente relevante e já esperado graças às sondagens que foram sendo divulgadas, é que Bonnie Crombie, líder do Partido Liberal de Ontário, não foi eleita, não tendo por isso lugar no parlamento provincial. No entanto, Crombie conseguiu recuperar o estatuto de partido o cial, graças ao número de votos obtidos, o que aponta para uma recuperação importante para os Liberais, que tinham perdido força nas últimas eleições.

Com este resultado eleitoral se irá moldar a política de Ontário nos próximos 4 anos, com Doug Ford a manter-se como gura central, levantando a bandeira de protetor da província.

MARIT STILES DOUG FORD
BONNIE CROMBIE MIKE SCHREINER
Existem 124 distritos eleitorais.

Ficaram 8000 votos em casa, da nossa comunidade

É bem conhecido na comunidade portuguesa por ser um homem capaz de enfrentar desafios e não se conformar com o abanar de ombros perante algo que no seu entender não está bem. Paulo Pereira assumiu recentemente o desbravar de um caminho no complicado mundo da política – foi candidato pelo Partido Liberal em Davenport. Nesta conversa, partilhou connosco o motivo que o levou a entrar para a política e refletiu sobre os desafios de concorrer contra figuras políticas fortes, como foi o caso de Marit Stiles. Entre as lições aprendidas neste experiência, Paulo Pereira não esconde a deceção ao confirmar o que já há muito se fala - o baixo índice de votação da comunidade portuguesa. Nesta conversa, Paulo Pereira revela ainda os planos para o seu futuro político em Davenport.

Milénio Stadium: A primeira pergunta é –porque é que resolveste entrar neste mundo da política, aceitando este desafio de seres candidato Liberal em Davenport?

Paulo Pereira: Eu, como noutras coisas, quando não estou a achar as coisas bem geridas, não tenho receio de pôr o meu nome à frente para tentar dar o meu melhor contributo para mudar as coisas. Uma coisa que eu não gosto é de políticos de carreira que fazem jogos de política. Porque, ao fim ao cabo, nós precisamos de pessoas que façam o trabalho necessário para o bem da sociedade e não para se aproveitarem de momentos, para assegurar que se mantêm no poder. Porque acho que um político deve trabalhar com objetivos em mente e não ficar lá para a vida inteira. E, simplesmente, não estava a gostar da forma com o rumo que o país estava a levar, principalmente da província. Tive pessoas a convidar-me para dar o meu melhor para fazer isso e foi a razão pela qual avancei.

MS: Tu, ao aceitares, sabias que estavas a concorrer com alguém que está muito forte na política, Marit Stiles, líder do NDP de Ontário. Isso não te inibiu?

PP: Não! Porque se eu fizer uma comparação, eu nasci na Davenport, vivo na Da-

venport e passei a maior parte da minha vida, fora os anos que eu estive no estrangeiro, na Davenport, relativamente a uma senhora que pode estar ligada a Davenport por uns tempos, mas também se aproveitou. A minha ligação ao ward, que vivo aqui é mais forte e considero que consigo salvaguardar os interesses de Davenport de uma forma mais forte que ela.

MS: Davenport é hoje um território ainda com muitos portugueses, mas cada vez menos em relação a outros tempos. Sentiste que não teres a nossa comunidade tão forte como noutros tempos te prejudicou, de certo modo?

PP: Sim, de certa maneira sim. As estatísticas que nós temos dos dados dos eleitores na Davenport dizem-nos que à volta de 11.000 pessoas identificadas como portugueses em condições de votar em Davenport. A comunidade portuguesa é o maior bloco étnico de eleitores. Obviamente que se os portugueses se tivessem unido e mostrassem querer uma voz política a representá-los isso poderia ser uma vantagem para qualquer candidato. O problema é que os portugueses não votam. E notou-se isso, de forma clara. No dia das eleições, dos 11.000 portugueses que estavam listados para votar só conseguimos identificar 3000 e tal que votaram. Ficaram 8000 votos em casa, da nossa comunidade. E isso fica abaixo do nível de abstenção. Ora isto mostra que numa zona com tantos portugueses, nós somos das etnias que menos votam. Quer dizer que nós não estamos interessados em nos integrarmos politicamente. E isso torna as nossas vidas - da comunidade, das nossas organizações, dos nossos cidadãosmais complicadas, porque os políticos vão prestar-nos menos atenção porque nós não votamos e eles vão sempre atrás dos eleitores que votam.

MS: Mas esse facto de muitos portugueses não votarem surpreendeu-te?

PP: Eu não posso dizer que sim, totalmente, mas surpreendeu porque os portugueses são os primeiros a criticar, mas depois quando têm opções na mesa, sendo cada

um livre de escolher e apoiar quem quiser, mas quando têm a opção de ter alguém que nos conhece, que conhece as nossas posições, conhece a nossa língua, e não damos apoio, indo votar... só mostramos que somos uma comunidade partida, fracionada. E se este tipo de postura não mudar, nós vamos continuar a ser esquecidos. Mas isso também é uma coisa que eu já ouço há muitos anos. E é pena que, ao longo do tempo, os esforços não tenham sido suficientes para envolver mais a comunidade na política, quer seja a nível federal, provincial... tem que haver quem continue a tentar envolver a comunidade, educar a comunidade para esta necessidade de ter representação política. É preciso haver também mais educação sobre política, porque há quem faça muita confusão, uma mistura entre os Liberais Federais e o Partido Liberal de Ontario, há também muita confusão entre os deveres dos políticos a nível federal, provincial ou ao nível da Câmara.

MS: Que lições é que aprendeste com tudo isto e, concretamente, com o resultado que obtiveste?

PP: Uma campanha nunca é fácil, nunca é fácil fazer um “porta à porta”. São 45.000 portas e temos que bater às portas todas. Tivemos que fazer isso num mês, é muito complicado, principalmente quando há bastante neve e bastante frio. 8000 votos já é um bom resultado, mas tenho muito mais para fazer, tenho muito mais portas para bater nos próximos quatro anos, para estar preparado para uma outra tentativa neste campo da política.

MS: Estas eleições também te puseram em contacto com a realidade de uma estrutura partidária. Candidataste-te representando um partido político, no caso o Partido Liberal de Ontário. Sentiste que foste devidamente apoiado?

PP: Sim, eu tive apoios. A infraestrutura existia? Talvez não. O partido está um bocadinho em reconstrução depois de 2018. E também teve um novo líder no ano passado, com a Bonnie Crombie. Desde 2018, não era um partido oficial e estava em

construção, mas... o partido apresenta a qualquer candidato, uma base de dados para identificar com maior probabilidade, quais são os cidadãos que, por hábito, votam nas mesmas cores. E também ofereceu algum dinheiro para ajudar a campanha e tive outros candidatos a ajudar. Simplesmente notei que o partido não estava 100% à espera destas eleições. Esta foi uma jogada política do Ford para apanhar os liberais desprevenidos.

MS: Que balanço que fazes desta experiência?

PP: Foi uma boa experiência ter ficado em segundo lugar à frente do partido que ganhou as eleições em Ontário, sei que é um bairro onde eles nunca ganham, mas ter ficado em segundo lugar também contra uma líder de um partido... é um bom começo, principalmente quando foi uma campanha de um mês. Já tirei muitas lições e ainda estamos para fazer a última revisão da campanha, para vermos o que correu bem e menos bem internamente, aqui no bairro.

MS: Relativamente ao futuro, podemos concluir que o teu trabalho para conquistares Davenport daqui a quatro anos vai começar em breve.

PP: É como eu disse no meu discurso no fim da campanha - o meu trabalho começou no dia a seguir. E é isso. Já tenho que começar a planear como vou fazer as coisas nos próximos tempos para daqui a quatro anos, eventualmente, me recandidatar? Esse trabalho já começa a ser feito hoje, porque quanto mais tempo tiver, mais tempo terei para conversar, comunicar com os leitores e isto faz a diferença.

MB/MS

Paulo Pereira. Créditos: DR.

Desistir, nunca!

A política é uma paixão que nasceu cedo na vida de Elizabeth Mendes. Desde muito jovem que se envolveu ativamente em causas de apoio social ou mesmo políticas. Com uma carreira iniciada ainda enquanto estudante, trabalhou ao lado de figuras como Charles Souza e, ao longo dos anos, foi ganhando experiência em várias frentes e ganhado a confiança do Partido Liberal de Ontário para ser candidata por Mississauga Lakeshore. Na conversa que teve connosco, Elizabeth partilha o seu percurso político, os desafios das suas candidaturas nas eleições de 2022 e agora no dia 27 de fevereiro passado. No final, a luso-canadiana deu-nos também a sua visão sobre a importância de termos mais representação da comunidade portuguesa nas diversas áreas de governo. Uma garantia que Elizabeth Mendes deixou, de uma forma clara, é que não vai desistir de representar a área onde nasceu e sempre viveu.

Milénio Stadium: Como é que começaste neste mundo da política?

Elizabeth Mendes: Comecei muito jovem. Comecei com 16 anos a ajudar o Charles Souza. Naquele momento, ele era empresário e ele, naquele momento, queria ser eleito. Naquele momento, só tínhamos o Mário Silva, que era vereador. O Charles estava a concorrer na zona onde eu cresci, os meus pais já estão cá há muitos anos. Então foi assim que eu comecei, ainda estudante. Depois comecei a trabalhar com o Charles quando acabei a escola, onda estava a fazer política. E foi assim. Com 12 anos na escola, eu comecei logo na política do School Council. E depois eu cresci no clube português de Mississauga e aí aprendi a estar sempre a fazer coisas para o grupo e via lá muitos políticos. E gostava daquilo tudo, de ajudar e sempre gostei daquela organização.

MS: Nas eleições de 2022 concorreste pela primeira vez a um lugar no parlamento provincial. O que é que te levou a aceitar o desafio?

EM: Eu aceitei o desafio em 2021/22 foi a primeira eleição. E sabes, o Charles per-

deu o lugar dele em 2018. Eu fazia parte da equipa dele e eu passei 12 anos a trabalhar com ele e fazer muitos dos trabalhos que um político faz no escritório. Trabalhei no ministério, ou seja, eu estava sempre à volta dele. Então eu sabia como é que se fazia e eu sabia que nós podíamos fazer coisas boas, podíamos fazer coisas que não trabalhámos porque não pudemos continuar naquela altura no Ministério de Finanças e estávamos sempre a fazer coisas que estavam a ajudar a população. Então, quando o Charles disse que não queria candidatar-se e queria que fosse eu a candidata... eu claro aceitei porque queria continuar tudo o que nós tínhamos feito juntos. Foi uma eleição que foi muito diferente, muita gente estava ainda muito influenciada pela pandemia. Foi uma lição, trabalhámos muito, mas não ganhei. Agora que eu já tenho um nome aqui nesta área o partido disse “tu tens de concorrer outra vez. Tu és a pessoa mais envolvida naquela zona para o partido e tu tens que concorrer outra vez”. E eu acredito que, se nós tivéssemos mais duas semanas, nós podíamos ter ganhado, mas com o tempo muito curto e nesta altura do ano, foi muito difícil arranjar voluntários para bater às portas por causa do inverno.

MS: Portanto, consideras que o facto de estas eleições terem sido convocadas de uma forma tão rápida prejudicou a tua candidatura?

EM: Completamente. Nós sabíamos que o Ford ia querer antecipar as eleições, mas nós estávamos a planear que seria em abril ou maio. Doug Ford já tinha decidido que o Trump iria ser a razão para antecipar a eleição, como o Trump acelerou tudo, logo depois de ser eleito, os Conservadores também aceleraram tudo. E foi assim. A nossa campanha nos primeiros sete dias nem podia pôr sinais nas casas, porque eu só tinha aqueles postes de madeira e não davam para a neve. Eu passei quatro ou cinco dias da campanha a ver se arranjávamos postes de metal para por os sinais no chão. E tivemos dois dias que nós não podíamos estar a bater as portas por causa de neve.

MS: Apesar de tudo isso, nesta eleição ficaste muito perto de ganhar. Que lições é que podes retirar deste resultado?

EM: Aprendi que é muito difícil fazer coisas sem a base, sem infraestrutura. Nós, o Partido Liberal de Ontário, em 2018, perdeu o estatuto de partido oficial. Em 2012, não conseguiu ter mais que 12 lugares. Os Conservadores e Ford passaram um ano a fazer advertising em todo o lado contra a Bonnie. E nós? Nós, como partido, não tínhamos como responder. Então acho que nós fizemos tudo o que nós podíamos fazer no nível local, mas no nível da província, o partido agora tem uma oportunidade, porque eles têm 14 lugares, têm a oportunidade de construir uma base que está sempre na luta. Também agora temos dinheiro, porque nós tivemos mais de 600.000 votos, e ficámos com um subsídio maior do governo, porque o subsídio é determinado pelo número de votos. Ficamos com quase 1,6 milhões de votos. Portanto, agora temos que continuar a construir uma base sólida. Isto não é feito de um dia ao outro. E eu acho que ao nível político já aconteceu mais neste país em dois meses do que tem acontecido em muitos anos. Então eu acho que no próximo ano e meio muita coisa vai acontecer.

MS: Bonnie Crombie não conseguiu ser eleita. Tratando-se da líder do partido que significado é que isto poderá ter, na tua opinião?

EM: Ela não foi eleita, mas ela conseguiu que 30% da população votasse em nós, só 43% é que votaram no partido que está a governar e nem 50% da população votou. É uma coisa que nós só podemos fazer com um líder que tem força. Mas o Ford passou tanto tempo e gastou tanto dinheiro a destruir a imagem de Bonnie Crombie que muita gente começou a não gostar dela e nós não tivemos meios por causa de não termos o dinheiro e infraestrutura de contrariar essa campanha. Então agora vamos ter essa oportunidade de fazer com que as pessoas a conheçam mais.

MS: Por aquilo que estou a perceber, o teu futuro politicamente é voltar a candidatares-te, daqui por quatro anos.

EM: Sabes, nunca se sabe o que estes quatro anos vão fazer. A eleição foi muito difícil para a minha família em ter crianças tão pequenas. Eu adorava a oportunidade de concorrer outra vez, porque acho que podíamos ter ganhado agora com um pouco de mais tempo. Quatro anos é muito tempo, por isso até lá, vou continuar a fazer o que posso para o partido ficar numa posição melhor, para ganhar comigo como candidata.

MS: Fala-se muito de um certo afastamento da população portuguesa, em relação ao mundo da política. O que é que se pode fazer para conquistar a atenção dos portugueses para esta necessidade de termos políticos da nossa comunidade nas diversas áreas de governo?

EM: Eu acho que muita da população portuguesa nem sabe o que é que uma pessoa que fale a sua língua pode fazer na política. Temos que puxar pela geração mais nova para terem interesse nisto. Eu já estou há muitos anos a ver o que eu posso fazer para ajudar a comunidade portuguesa. Acho que é a única coisa que eu posso fazer é falar com muitos jovens e dizer que se eles quiserem entrar na política, eu estou cá como mentor, como pessoa que pode ajudar.

MB/MS

Elizabeth Mendes:. Créditos: DR.

10 anos depois...

Martin Medeiros tentou um novo rumo na vida

Martin Medeiros sempre teve um vínculo profundo com a sua cidade natal, Brampton. A sua história política começa em 2014, quando decidiu dar o primeiro passo candidatando-se a Conselheiro Regional para as áreas 3 e 4 da cidade. Desde então, o seu percurso tem sido marcado por uma dedicação constante à comunidade e um compromisso em resolver os desafios locais, com a visão de uma cidade mais justa e desenvolvida.

Adecisão de entrar no mundo da política não foi tomada de ânimo leve.

Para Martin Medeiros, a motivação surgiu da constatação de que Brampton enfrentava diversos desafios e de que era necessário um novo tipo de liderança, capaz de ouvir os problemas da população e de trazer soluções concretas. "Decidi participar porque via os desafios que a nossa cidade estava a enfrentar e que precisávamos de novas vozes e representantes que refletissem a nossa comunidade", afirma. Com a sua experiência em administração pública, sentiu que poderia contribuir para a construção de uma cidade mais resiliente e mais bem preparada para enfrentar as suas dificuldades.

A sua candidatura a Conselheiro Regional em 2014 foi então o ponto de partida de uma jornada que o levou a ser uma das figuras mais respeitadas da política local. A sua postura sempre foi marcada por um forte compromisso com os cidadãos. "Tem sido um privilégio ser o Conselheiro Regional para os Distritos 3 e 4", refere reconhecendo que foi com o apoio dos residentes que conseguiu desempenhar as funções que lhe foram confiadas. A sua trajetória foi ainda mais consolidada ao ser nomeado Vice-Presidente da Câmara Municipal, o que lhe proporcionou uma plataforma ain-

da mais ampla para influenciar as decisões políticas da cidade.

Durante os anos em que esteve no cargo, Medeiros destacou-se por promover uma série de iniciativas que visavam melhorar a vida dos habitantes de Brampton. Entre os seus principais objetivos esteve sempre a melhoria dos cuidados de saúde, a promoção de uma maior transparência e responsabilidade na política e, claro, a garantia de que a cidade fosse mais segura para todos. "Defendi a contínua melhoria dos cuidados de saúde a nível provincial e trabalhei para promover mais transparência no funcionamento da nossa Câmara Municipal", explica.

Um dos maiores desafios que Medeiros enfrentou ao longo da sua carreira foi o crescimento acelerado da população de Brampton, que colocou uma pressão enorme sobre os recursos municipais. O aumento da população trouxe consigo a necessidade de mais investimentos em infraestruturas, serviços públicos e segurança. O trabalho que desenvolveu ao longo dos anos, nomeadamente como membro do Conselho de Serviços da Polícia de Peel, foi essencial para garantir que os serviços de segurança acompanhassem esse crescimento.

O Vereador sempre manteve uma postura ativa na defesa dos direitos e das necessidades dos cidadãos. Ao longo da sua carreira política, teve várias oportunidades de ouvir diretamente as preocupações dos residentes, algo que considera crucial para o seu trabalho. "Conheci muitos residentes, ouvi as suas histórias, defendi as suas necessidades e trabalhei arduamente para melhorar a minha comunidade", sublinha. Depois de uma década de trabalho na Câmara Municipal, Martin Medeiros decidiu avançar para um novo desafio político: a candidatura ao Parlamento Provincial de Ontário, pelo Partido Liberal. Esta decisão foi naturalmente ponderada e, mais uma

vez, reflete o seu compromisso em melhorar a sua cidade, mas agora a uma escala maior, abordando questões que vão além do âmbito local. "Decidi candidatar-me ao Partido Liberal do Ontário porque sei que Brampton merece a sua quota-parte justa nos cuidados de saúde, na educação e no financiamento do crime e da segurança", explica. Segundo Medeiros, a cidade enfrenta grandes desafios, especialmente no que diz respeito ao sistema de saúde e educação, que, na sua opinião, não estão a ser devidamente financiados para acompanhar o crescimento da população. A sua candidatura visava, assim, ser uma voz ativa em defesa dos interesses de Brampton e da região. Ele acredita que, sob a liderança de Bonnie Crombie, poderia desempenhar um papel crucial no Parlamento Provincial, defendendo as necessidades da sua comunidade.

Apesar do empenho e dedicação à sua candidatura, Medeiros não conseguiu alcançar o resultado desejado. No entanto, ele vê o processo eleitoral como uma oportunidade valiosa de aprendizagem. "Uma das maiores aprendizagens da campanha foi o impacto que os residentes do centro de Brampton e de toda a cidade sentem devido ao nosso sistema de saúde e educação falhado", afirma. Ao longo da campanha, o candidato teve a oportunidade de dialogar com muitos moradores, e um tema comum nas suas conversas foi a frustração com o financiamento insuficiente para os serviços sociais e públicos da cidade.

Outro fator que Medeiros reconhece como um desafio foi o facto de as eleições terem sido convocadas em cima da hora. Ele acredita que isso prejudicou a todos os candidatos, pois a população não estava suficientemente informada sobre o processo eleitoral, o que dificultou a mobilização dos eleitores. "Muitos residentes não sa-

biam que havia eleições e tornou-se mais difícil divulgar a informação durante uma campanha de inverno", afirma.

Apesar do resultado da candidatura ao Parlamento Provincial, Martin Medeiros mantém-se firme no seu compromisso com Brampton. Ele vê o seu futuro político na cidade que sempre considerou a sua casa e continuar a trabalhar para garantir que os residentes da cidade tenham acesso a uma vida melhor.

"Vejo o meu futuro na política em Brampton, trabalhando para melhorar a cidade onde nasci e cresci", conclui. Independentemente dos desafios à sua frente, Medeiros afirma que continuará a ser uma voz ativa na defesa dos direitos e interesses da sua comunidade.

Afinal a trajetória política de Martin Medeiros tem sido sempre um reflexo da sua dedicação a Brampton e da sua visão de uma cidade mais justa e bem gerida. Ao longo dos anos, ele demonstrou que a política não é apenas uma carreira, mas pode ser pautada pela vontade de fazer a diferença na vida dos outros. Martin Medeiros é um dos luso-canadianos que ousou avançar para uma luta que se adivinhava difícil logo à partida, mas não desistiu o que pode servir de inspiração para aqueles que acreditam que a política é, acima de tudo, um instrumento de mudança social.

Martin Medeiros. Créditos: DR.
Credito: DR

Luís Santos

A comunidade portuguesa não se interessa por política. Os portugueses não votam. Nem quando são candidatos portugueses saem de casa para votar. Estas são frases recorrentes sempre que numa conversa se juntam esses dois fatores – português+política. Fica sempre uma equação de difícil resolução. Claro que as generalizações são sempre perigosas e injustas porque haverá muitos portugueses que têm perfeita consciência da importância de exercer o seu dever cívico que é votar, mas aparentemente a realidade aponta para que sejam exceções e não a regra. Resta-nos a esperança de que as novas gerações sejam mais ativas politicamente. Que votem e que se sujeitem a ser votados. Com a coragem e determinação que nos carateriza enquanto povo. MB/MS

Votou nas eleições provinciais do passado dia 27 de fevereiro?

Votei sim. Sou de Mississauga. Mas tive dificuldade em escolher a quem ia dar o meu voto. Já não acredito em ninguém.

O que espera do político que irá representá-lo a partir de agora?

Pois é mesmo esse o problema, a gente já não acredita nos políticos. Não espero muito. A maior parte deles vai para lá e depois não querem saber de quem votou. So se voltam a lembrar de nós quando há eleições.

Como português acredita que seria bom termos mais políticos luso-canadianos eleitos?

Sinceramente não sei porque é que isso seria bom. Para mim o que deve interessar é que eles olhem pela nossa área e nos defendam.

Votou nas eleições provinciais do passado dia 27 de fevereiro?

Sim, votei.

O que espera do político que irá representá-lo a partir de agora?

Espero que continue a fazer o bom trabalho que tem feito. Sempre que precisamos de alguma coisa temos quem nos ouça. Trabalhei nesta campanha ao lado do meu candidato, porque acredito nele.

Como português acredita que seria bom termos mais políticos luso-canadianos eleitos?

Acho que sim, seria muito bom. A nossa comunidade está muito afastada da política. Pelo menos até agora são poucos os que querem entrar nisto da política. Pode ser que os mais novos mudem isso. Quem sabe...

Votou nas eleições provinciais do passado dia 27 de fevereiro?

Sim votei. Voto sempre, nunca falho.

O que espera do político que irá representá-lo a partir de agora? Espero que tenha um papel importante não só na defesa da nossa zona, mas também da província.

Como português acredita que seria bom termos mais políticos luso-canadianos eleitos?

Se calhar, mas sinceramente a mim o que interessa é que seja competente e faça um bom trabalho. Se for português, melhor, claro.

Votou nas eleições provinciais do passado dia 27 de fevereiro?

Não. Nunca votei, também não ia ser agora com tanto frio e neve.

O que espera do político que irá representá-lo a partir de agora?

Olhe porque nunca me interessei por isso. Não percebo nada de política. Só sei é que isto vai de mal a pior, isso eu sei..

Como português acredita que seria bom termos mais políticos luso-canadianos eleitos?

Não sei para quê. Chegam lá são iguais aos outros.

do

Votei.

O que espera do político que irá representá-lo a partir de agora?

Eu não o conheço bem, votei mais pelo partido. Eu queria que o Ford ganhasse, para lutar contra o Trump.

Como português acredita que seria bom termos mais políticos luso-canadianos eleitos? Acho que era bom para nós. Mas se calhar era melhor para quem fosse para lá (risos).

Votou nas eleições provinciais do passado dia 27 de fevereiro?

Não. Nem perdi o meu tempo.

O que espera do político que irá representá-lo a partir de agora?

Porque estou farta de políticos. São todos iguais. Prometem tudo e não fazem nada.

Como português acredita que seria bom termos mais políticos luso-canadianos eleitos?

Se na minha área fosse um português ou portuguesa... se calhar ia votar para ajudar. Sempre é bom termos portugueses a mandar alguma coisa.

Votou nas eleições provinciais
passado dia 27 de fevereiro?
– 63 anos
Nellie Smith – 33 anos
Ermelinda Santos – 77 anos
Maria Fonseca – 71 anos
Jonathan Vieira – 20 anos
Sandra Santos – 25 anos

Ora viva, bom dia! Como está? A desfrutar deste tempo magnífico? Não creio, mas é o que é. Se temos disto, lidamos com isto. Lá diz o velho ditado: “Março marçagão, manhãs de inverno e tardes de verão”.

Enfim... e que me dizem vocês, caros leitores, do jornal Milénio sobre as recentes eleições? Alguns nomes portugueses em destaque e muita manha à mistura. Pois é…

Estive a ler sobre estas eleições que realmente só me convencem cada vez mais de que o “mundo é uma ostra”. Estamos rodeados de “cobras com pele de cordeiros”. Os jogos do poder, da maldade e do bendito Ego, esse sim manipula o mundo com uma pintarola... Então o que vos escrevo é o tal chamado de “Old news “, não obstante é a realidade que nos rodeia.

O Partido Progressista Conservador (direita), liderado por Doug Ford, garantiu uma histórica terceira maioria consecutiva nas eleições provinciais do Ontário, com uma luso-canadiana a ser reeleita. Teresa Armstrong, do NDP (esquerda), foi reeleita no círculo eleitoral de London-Fanshawe obtendo 18.749 votos, 47,6% do total. Filha de emigrantes de São Miguel, nos Açores, Armstrong foi eleita pela primeira vez em 2011.Com a nova vitória, garante mais quatro anos na Assembleia Legislativa do Ontário. No riding da Davenport, o círculo com maior concentração de residentes portugueses no Canadá, a líder do NDP, Marit Stiles, venceu confortavelmente o luso-canadiano Paulo Pereira. Stiles arrecadou 57,2% dos votos neste bairro de Toronto, enquanto Pereira, contabilista e líder comunitário, obteve 20,4%. Elizabeth Mendes, outra candidata luso-canadiana, enfrentou uma disputa renhida em Mississauga-Lakeshore. Representando os Liberais do Ontário, Mendes voltou a ser derrotada pelo conservador Rudy Cuzzetto, que obteve 47,5% dos votos, contra 43,8% da ex-funcionária

Nas ondas do poder…

dos Ministérios das Finanças e do Trabalho. Em Brampton Centre, o candidato liberal Martin Medeiros, também luso-canadiano, foi derrotado por Charmaine Williams. A conservadora obteve uma vitória clara, com 52% dos votos, enquanto Medeiros, vereador regional desde 2014, somou 33,8%. A nível provincial, Ford tornou-se o primeiro 'Premier' do Ontário desde Leslie Frost, em 1959, a conquistar três maiorias consecutivas. No entanto, a vitória veio com reservas.

A participação eleitoral fixou-se nos 44%, igualando o recorde de abstenção, e os Progressistas Conservadores asseguraram 81 lugares, menos do que os 83 alcançados em 2022. O partido conquistou 42,9% dos votos expressos. Ford apresentou a sua campanha como um referendo à resiliência económica do Ontário perante a ameaça de tarifas impostas pelo novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante toda a campanha, Ford posicionou-se como o defensor da economia da província, prometendo proteger empregos e setores dependentes do comércio transfronteiriço. No discurso de vitória, Ford afirmou

que a província do Ontário vai resistir às pressões vindas de Washington, celebrando o mandato renovado que lhe foi dado pelos eleitores.

Pronto e cá estamos. As mesmas marionetas no poder com os palhacitos (nós, contribuintes) a aplaudir. A ver onde nos leva mais esta voltinha de carrocel de vaidades políticas.

Quanto à contribuição luso-canadiana nestas eleições, venham mais. Parar não é opção. “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Um dia lá se há de chegar. Mas entretanto temos um Trump na loucura. Zelenski a resistir. Elon Musk cada vez mais tresloucado e Putin oh boy desse já nem sobram adjetivos para atribuir. Lá dizia o velho ditado “A ver vamos”. Até já e participem em mais um RoundTable na Camões Radio, hoje a partir das 6 horas da tarde, horas de Toronto. E, já agora, bom fim de semana.

Até já, Cristina

Aos sábados às 7:30 da manhã

Aos sábados às 10.30 da manhã e aos domingos às 10 da manhã

Esta semana

• Diplomas de Língua Portuguesa - uma cerimónia de entrega de diplomas pelo Instituto Camões, no Consulado Geral de Portugal.

• Descubra os Sons de Portugal - uma série de concertos que destacam a diversidade da música Portuguesa

• St. Lawrence Market - um verdadeiro tesouro de comidas e artesanato

• Enterro do Entrudo - um ritual festivo e satírico de Aguim, Anadia, celebra o fim do Carnaval

• Roundtable - A conversa sobre os temas que dominam o mundo.

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Cristina da Costa Opinião
Credito: DR

Elect me! Why?

One foot steps in front of the other on a sidewalk on the way to a knock at another door. The door opens and another face smiles or frowns as you verbalize another passage from an electoral bible written by a faceless party bureaucrat who possibly has never interacted with a voter. The voter listens with empathy or disdain as you keep smiling, pretending that you believe the rhetoric coming out of your mouth.

And thus the interaction between candidate and voter begins, one hoping to get a stamp of approval and a vote and the other wondering what the vote is really for. Running for political elections is a complex decision, often motivated by a combination of personal,

altruistic and strategic reasons. Most candidates are in my view not fit to run for office, but they do, creating a challenge for those who truly care about the governance of our public institutions. It’s often said that political candidates run for office because they cannot incorporate themselves as regular members of society where the challenge of a job or career requires skill and talent.

While many succeed at bringing change to their communities or countries, others hide under the veil of political process uttering political renditions of policies provided by their party but still dreaming that they can implement policies that address issues they are passionate about. These altruistic motivations are often killed and abandoned because you have to follow religious edicts for-

mulated by those above. As the footsteps move from door to door and from expressionless to inconvenient faces, I often wonder why anyone would want to drive themselves to run for office. Perhaps the naivete of perceived future of what service to country is or perhaps the narcissistic view of the world incentivizes those who want to force feed populations with the hyperbole by which they live their personal lives. Regardless, to be a candidate, you have to assume positions which challenge personal morality, and you must ignore the righteousness of the opposite point of view. ‘Today we live in a world which has adopted negative feelings about politics and the people that run for public office.’ In recent Ontario elections, 3 Luso Canadians ran for office in the Greater Toronto Area.

While all hopeful for success, the odds were against them as they were running on behalf of a disorganized and disjointed party, selling jumbled bible passages for which the electorate wasn’t in the mood for. Despite the obvious challenges, the candidates decided for whatever personal reasons to attend endless campaign events, constant scrutiny, challenges to their points of view and in some cases, potential threats of political violence. So what drove these 3 candidates to put up with this and more? In my view, it’s hard to find a more challenging job based on the complex range of problems faced by a politician, and while not successful in the election, I applaud the conviction of these Luso candidates and hope that this campaign serves as a stepping stone to future political endeavours as the Portuguese community needs political representation. Still, representation for image alone is not acceptable.

We require visionaries who see a future in a complicated world with its array of citizens that require strategies to protect their future. Many would suggest that what motivates people to run for office is self-interest, whether in the form of making money, potentially ascending to high government levels or gaining fame and attention, but if this is what people are looking for in governance, then perhaps another career should be considered if you have any other skills. “In the end, candidates understand a simple thing, there’s no country without democracy, no democracy without politics and no politics without people willing to become politicians” – Lee Hamilton. The exception to all of this is obviously the fascist running the USA.

Apresentador Augusto Bandeira

Convidados

Julie Dzerowicz

Manuel DaCosta

Vítor Silva

Tema da semana: Discussão de temas da atualidade Eleições no Ontário e o resultado dos candidatos luso-canadianos

sexta-feira às 18h

Photo: Copyright

No one can be prepared to campaign for an election called 15 months in advance. It came as no surprise that the Ontario Conservatives once again blew past its few competitors to take a third straight majority, a feat not seen since the fifties. It was pretty easy, Doug Ford called it perfectly. At the moment, he seems to be the only politician with any kind of mojo, emboldened by the clown who reigns to the South. As far as Luso-Canadians who were running for a seat, only one managed to reach the finish line first, Teresa Armstrong managed to get reelected in her enclave of London-Fanshawe.

Having Canada's largest concentration of Portuguese residents didn’t play much of a role this time around for Paulo Pereira

who didn’t manage to get much more that 20% of the vote. NDP leader Marit Stiles easily won with over 57% of the vote. Liberal Elizabeth Mendes in Mississauga-Lakeshore and Liberal Martin Medeiros in Brampton-Centre both fell short. Why the shortfall? Honestly, I don’t think it’s much to do with their ethnic background. I’m pretty sure the Portuguese voting in Ontario are savvy enough to be siding with a candidate for more than just their ethnicity. Also, like I’ve said before, Luso-Canadians don’t have enough numbers to influence the vote count with any great significance.

Numbers matter and Luso-Canadians just don’t have them, besides, voting for the best overall candidate carries much more weight, although it is good to see a fellow Luso-Canadian rise up the ranks in

this system of ours, for whatever its worth. But right now, there is bigger prey in the crosshairs. Ford has to show that he means what he says, when referring to Trump and his proverbial shows of strength, (which are nothing of the sort, he’s just throwing the spaghetti at the wall to see if it sticks).

I wouldn’t want to be in his shoes, but our man Ford better keep his chest out if he’s going to dance the dance. Everyone knows we don’t have the money to fight him, but we do know his subjects have just as much to lose as Canadians do. Everyone will feel the pain, if this goes on too long, (or at all), but Canadians have to grin and bear it, if they are going to hold their breath against Trump. He’s appeasing all the would-be dictators of the world in an effort to do something, I don’t know what it may be, exactly, but I’m leaning toward

something ridiculous like dividing up the planet between them like Spain and Portugal did back in 1494, with the treaty of Tordesillas. Maybe he’s convinced nothing has changed since then. I don’t know, he is intelligent enough to actually think that. He’s convinced that there is no one around that’s smarter than he is, which really gives the rest of us a huge advantage. The key is how we’re going to put that advantage into practice. I’m hoping Doug Ford is up to the challenge. He isn’t to be totally trusted either, but who else are Canadians going to count on? Just as in the states, the opposition has lost its spine. Everyone’s afraid of the orange guy. Go Doug. Fiquem bem,

Running as a political candidate... an emotional journey

Entering the political arena is a significant decision that requires careful consideration. Why would someone choose to run for political office? For many, it’s a desire to create change, to represent their community, or to advocate for issues they are passionate about. The motivations are deeply personal and often rooted in a commitment to service, justice, and the betterment of society. However, the path to candidacy is fraught with challenges, and the emotional landscape can be tumultuous.

Running for office is akin to embarking on an emotional rollercoaster, filled with exhilarating highs and profound lows. The initial excitement of launching a campaign can be exhilarating. The thrill of engaging with voters, sharing your vision, and rallying support is invigorating. Many candidates experience a sense of purpose and empowerment as they connect with their communities and advocate for change. Moments of triumph-like receiving endorsements, meeting fundraising goals, or witnessing enthusiastic support at rallies-can create a euphoric sense of validation.

However, the lows can be equally intense. Rejection, criticism, and the weight of public scrutiny can take a toll on a can-

didate’s mental and emotional well-being. The fear of losing, especially when invested emotionally and financially, can lead to anxiety and self-doubt. The pressure to perform and the realization that not everyone will agree or support your views can create feelings of isolation and vulnerability.

For many candidates, the most challenging moment comes on election night when results are announced. Losing can evoke a complex mix of emotions-disappointment, sadness, and sometimes even anger. It is not uncommon for candidates to question their worth and their decisions. The fear of being judged or viewed as a failure looms large, and many grapple with feelings of inadequacy.

How - ever, losing can also be a moment of reflection and growth. Some candi dates find solace in the relationships they’ve built and the platforms they’ve created, recogniz ing that their voices can still contribute to the dialogue, even outside of office.

The experience can foster resili ence and a deep er understanding

of the political process, often motivating individuals to continue their advocacy in new ways.

For candidates from diverse ethnic backgrounds, the experience of running for office can carry additional layers of emotion. They often face unique challenges, such as navigating cultural expectations, overcoming stereotypes, and dealing with systemic barriers. The pressure to represent not only themselves but also their communities can be overwhelming. the most recent provincial election of February 27, 2025, there were three candidates from the Portuguese community taking a run at provincial politics, some experienced folks, and some newbies. I would like to acknowledge Paulo Pereira who ran as a Liberal candidate against the

goes off to him for getting into the political arena against heavy odds. Well done! Their candidacy can serve as a source of inspiration for others, sparking hope within underrepresented groups. Many candidates express strong desire to ensure that voices from diverse backgrounds are heard and represented on political discourse. This commitment can create a sense of pride and purpose, but it also carries the weight of responsibility. Engaging in the political process is a deeply emotional experience, regardless of the outcome. Candidates learn about their communities, confronting their biases, and develop empathy for differing perspectives. The journey can foster a sense of belonging and community, as candidates connect with supporters and allies who share their vision. Ultimately, running for political office is not just about securing a position, it’s about participating in a democratic process that shapes the future. While the emotional highs and lows can be intense, the experience can also be transformative, providing candidates with invaluable lessons about them-

It's been my personal experience, that sometimes losing makes you stronger and opens other doors. When one door closes another seems to open.

Vincent Black Opinon

We are the North

PS - Não temos medo das suas tarifas, Sr. Trump!

AAqui no Canadá, “We are the North, e definitivamente não temos medo nem do Sr. Trump nem das suas tarifas. Aprendi a respeitar o povo canadiano como um território onde a força do trabalho, a generosidade e solidariedade são características que me levam a gostar de viver neste país. Estas pessoas e este país nunca se curvarão perante um presidente dos Estados Unidos muito longe de ser um estadista.

quilo que os Estados Unidos fizeram nos últimos dias com a imposição de tarifas é uma clara violação dos acordos comerciais entre os Estados Unidos e o Canadá. Agora aplicadas, estas exigem respostas comerciais contundentes, assim como medidas financeiras e económicas como nunca foram vistas na América do Norte. Os canadianos devem estar mais unidos que nunca como trabalhadores, como famílias ou como cidadãos. Enquanto Donald Trump for o presidente dos Estados Unidos da América sabemos que não podemos depender em nada do país vizinho, temos sim de diversificar as relações com outros países, quer sejam comerciais ou militares, apostando nos imensos recursos que temos a disposição aqui no Canadá, na inovação, na indústria, nas intrínsecas qualidades do povo canadiano.

A economia do Canadá não só sobreviverá como sairá vencedora deste desafio e o povo canadiano, com muitos luso-canadianos a ajudar de braços dados, ultrapassará este desafio com distinção. Dólar a dólar vamos recuperar, mas também dólar a dólar teremos de retaliar. Teremos eleições federais com estas tarifas como pano de fundo. Liberais ou conservadores terão de ter políticas concretas para fazer face a este problema. Parece-me que o Partido Liberal com a entrada de Mark Carney ganha nova vida e Polievre (amigo de Trump) desce nas sondagens. Uma vitória quase anunciada para os Conservadores há uns meses transforma-se agora numa disputa “Taco a Taco “que pode cair para qualquer dos lados. Uma situação lamentável esta criada por Trump. Não ficariam os EUA mais fortes com um Canadá e México mais fortes tam-

bém? Mas tempos difíceis podem estar a chegar para os canadianos, esta crise não vai acabar sem perda de emprego de muitos e muitos habitantes deste país da América do Norte. Temos de nos concentrar mais e mais naquilo que podemos controlar. Temos de lutar, lutar e lutar e, por fim, venceremos alguém que vai ficar para a história como quem afrontou a democracia e os bons costumes das boas relações com o ocidente. Ganhámos há uns dias atrás no Hóquei e também ganharemos este jogo das tarifas.

O Canadá, Sr. Trump, nunca será o 51º estado dos EUA. Nunca!

“Entre os indivíduos, assim como entre as nações, o respeito pelos direitos dos outros é paz.” - Benito Juárez (Ex-Presidente do México)

Alguém viu

Portugal por aí?

E assim se entrega o bolo ao inimigo

Nada disto era necessário se os políticos fossem responsáveis, mas não precisamos de ir muito longe, desde o 25 de Abril, a qualidade dos políticos tem vindo a decair, isto acontece a todos e, quando se quer o poder a todo o custo, vale tudo. O primeiro-ministro declarou tudo o que tinha a declarar, deu todas as explicações e mais algumas, mas por ser uma pessoa que sabe fazer algo além de ser político, ou seja, trabalha para sobreviver, acaba por ser alvo de críticas daqueles que não sabem fazer mais nada a não ser política.

Alguns receberam milhões enquanto eram deputados, outros que chegaram a ser primeiros-ministros e Presidentes da República, sempre viveram à custa do Estado e de todos os lados, até

se inventavam fundações, mas nessa altura não havia o Chega.

Agora surge um partido cheio de casos, que foi extremamente inteligente ao desviar as atenções para onde queria, levando a reboque políticos de pouca qualidade, aqueles que apenas sabem segurar-se ao poder público, se tivessem de angariar clientes ou gerir um negócio, não teriam capacidade, mas, no poder, governam-se muito bem. Basta reparar nos que se focaram na vida privada do primeiro-ministro e perguntar - conseguiram tirar alguma coisa dali? Olhem para o passado, muitas coisas aconteceram e não vai assim há muito tempo.

Montenegro disse tudo o que tinha para dizer, sabemos que cometeu erros ao não explicar logo a questão familiar assim que ela surgiu, se o tivesse feito, tudo poderia ter sido resolvido de outra forma, e não teria dado cartas ao líder da oposição, um homem que hoje diz uma coisa e amanhã diz outra. Analisando friamente, a crise política que Portugal pode vir a viver é responsabilidade tanto de Pedro Nuno Santos como do primeiro-ministro. Ambos têm

culpa. Para quem tanto defende a estabilidade, PNS ficou muito mal com a forma como reagiu depois de ser pressionado pelos pesos-pesados do seu partido. Dizem que ninguém quer eleições antecipadas, pois então, na apresentação da moção de confiança, o PS que se abstenha, que dê confiança ao governo, porque se assim não for está a entregar o país ao Chega. É assim que tem acontecido em países que hoje são governados por extremistas, no fim das contas, quem sairá a ganhar é o Chega.

Caros amigos, resta esperar pelas sondagens e por eventuais eleições. O PS pode perder terreno e a AD pode, se fizer um bom trabalho e der as explicações necessárias ao eleitorado, sair vencedora com uma margem mais folgada, não haverá maiorias, mas poderá haver surpresas e, no fim, tudo poderá continuar na mesma.

A estratégia foi bem jogada. Na minha opinião, o primeiro-ministro fez muito bem ao encostar a oposição à parede ao anunciar a apresentação de uma moção de confiança, agora veremos quem realmente defende a estabilidade. O país está a

ser governado como não se via há muitos anos, com qualidade e a pensar no bem da população, a dívida externa está a baixar, a economia está em alta, e grande parte dos problemas está a ser resolvida, inclusive os que foram herdados, já sabemos que a moção de confiança não passará e que o Presidente da República tem apenas uma alternativa, convocar eleições. É isso que realmente se quer? Veremos. Não acredito que o PR nomeie outro primeiro-ministro, provavelmente, fará o mesmo que fez quando António Costa se demitiu. O Chega conseguiu o que queria, desviar as atenções dos seus próprios problemas internos, recheados de deputados com casos problemáticos, e teve a ajuda de PNS, que passou dias e noites a bater na mesma tecla, esquecendo-se de que vive numa casa com telhados de vidro.

Aguardemos por melhores notícias. Bom fim de semana!

Augusto Bandeira Opinião
Vítor M. Silva Opinião

Pelos meus filhos…

É de especial mau gosto que, para branquear a sua própria incúria, Montenegro instrumentalize desta forma os seus filhos.

Luís Montenegro não pára de repetir que foi pelos seus filhos que criou a empresa Spinumviva. Fá-lo porque sabe que esse é um argumento que gera empatia - qualquer pai quer e deve poder ajudar os seus filhos. É, por isso, de especial mau gosto que, para branquear a sua própria incúria, Montenegro instrumentalize desta forma os seus filhos.

Hoje é claro que a empresa não serve para gerir o património que o primeiro-ministro herdou da sua mãe nem como início de carreira dos filhos. Ela limita-se a subcontratar serviços de proteção de dados a outros juristas, para clientes todos eles angariados por Montenegro. É apenas ridículo que nos queiram agora enganar com uma suposta gerência da empresa pela esposa educadora de infância ou pelos filhos, estudante e recém-licenciado em gestão. Para lá de qualquer subterfúgio, é o próprio Montenegro que está a receber essa avença.

José Luís Vale

É razoável, sim, questionar a atividade da empresa. Afinal, Luís Montenegro omitiu os seus clientes da declaração de interesses, apesar da lei o obrigar a revelá-los (artigo 13 n. 3 b) i) do Regime do Exercício de Funções por Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos). São avenças que tiveram o seu melhor ano em 2022, coincidindo com a saída de Montenegro para presidente do PSD em julho. São clientes com fortes ligações ao Estado, incluindo uma concessão de jogo que vai a concurso este ano. Apenas o escrutínio e respetivo esclarecimento pode restaurar confiança e prevenir situações de conflito de interesses. Infelizmente, quem contratou a Spinumviva e porquê são mesmo as questões mais ligeiras que ainda estão por esclarecer. A Ordem dos Advogados ou o Ministério Público devem esclarecer se os serviços prestados não são atos próprios de advogados. Se forem, podemos estar também perante um caso de procuradoria ilícita e de fuga à transparência fiscal, o que permite poupar em IRS uma boa maquia. Por fim, não pode ser só o pequeno empresário que tem de responder pelas faturas que regista em nome da empresa. Importa esclarecer se algum dos 284 mil euros de despesas da empresa foi de natureza pessoal. Tudo isto é possível fazer sem sequer começar a ques-

tionar a compra a pronto pagamento e com recurso a várias contas abaixo do limiar declarativo de dois imóveis por 715 mil euros numa das zonas mais caras de Lisboa. Montenegro podia ter esclarecido tudo voluntariamente. Não o fez. Escolheu o silêncio até à moção de censura, dando-lhe uma dimensão que de outro modo não teria. Apresentou uma lista de rendimentos que ninguém pediu e que não tem relevância nenhuma. Perante novas manchetes, a própria empresa comunica algumas novas informações, mas ainda assim aquém do mínimo que todos pediam. Por fim, faz uma declaração ao país para desafiar os partidos a uma moção de confiança, em vez de responder a dúvidas legítimas. Não preciso de dizer que é um gritante erro de gestão política. Desde a era Clinton que se ensina uma máxima em gestão de crises - "tell it early, tell it all, tell it yourself". A saída a conta-gotas de informação, mesmo que o mais danoso já tenha saído, é um lento desgaste da credibilidade do governo e da democracia. Não responder a perguntas, nem sequer as admitir à imprensa, é um gesto de arrogância em claro contraste com o anterior inquilino de São Bento. Para compor o ramalhete, arrastar os ministros para a conferência de imprensa e para os estúdios de televisão pode ter

sido uma eficaz prova de lealdade interna mas mostrou ao país um chefe do executivo inseguro, frágil e diminuído. No final do dia, o PSD devia perceber que são os únicos na sala a gritar que isto é perseguição, strip-tease ou calúnia. Pegar neste caso para dizer que um político hoje não pode ter atividade empresarial no passado ou até no presente é um insulto para tantos que compreendem os sacrifícios que a vida pública exige e uma piada para os que, agindo dentro dos limites, vêm como Montenegro ultrapassou-os.

Em verdade, pouco importa se a Spinumviva existe para enriquecer Montenegro ou (convenientemente) os seus filhos. Pelos meus filhos, pelos nossos filhos, quero viver numa democracia onde os políticos possam ter a sua vida mas sejam justamente escrutinados, que saiba separar bem o trigo do joio e onde, como disse António Costa a anunciar ao país a sua demissão, "a dignidade da função de primeiro-ministro e a confiança que os portugueses têm de ter nas instituições [seja] absolutamente incompatível com o facto de alguém, que é o primeiro-ministro, estar sob suspeição".

Um exemplo do investimento dos empresários das comunidades em Portugal

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.

Atualmente, segundo dados dos últimos censos americanos, residem nos EUA mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, principalmente concentrados na Califórnia, Massachusetts, Rhode Island e Nova Jérsia. A grande maioria da população luso-americana trabalha por conta de

outrem, na indústria, mas são já muitos os que trabalham nos serviços ou se destacam na área científica, no ensino, nas artes, nas profissões liberais e nas atividades políticas.

No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, onde proliferam centenas de associações recreativas e culturais, clubes desportivos e sociais, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, casas regionais e sociedades de beneficência e religiosas, destacam-se percursos de vida de vários compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).

Entre as várias trajetórias de portugueses que se distinguem pelo papel empreendedor e inovador no contexto da sociedade norte-americana, e que constituem simultaneamente um ativo estratégico na promoção internacional e de investimento económico em Portugal, destaca-se o percurso inspirador de José Luís Vale, um reconhecido empresário na área das estruturas metálicas em Nova Jérsia. Natural de Casal dos Crespos, freguesia de Nossa Senhora da

Piedade, concelho de Ourém, José Luís Vale emigrou para os Estados Unidos na década de 1980, na esteira de milhares de compatriotas à procura de melhores condições de vida.

A chegada ao território americano, onde, entretanto casou e constituiu família, vincou um percurso de vida forjado no trabalho, esforço e resiliência, premissas que impeliram o antigo serralheiro oureense a fundar a Metro Welding Service INC, uma empresa sediada em Nova Jérsia, que fornece soluções de soldagem de alta qualidade a clientes residenciais e comerciais.

Conhecido por cultivar a simplicidade e humildade, assim como os valores da família e a firmeza da amizade, o empresário no ramo da soldagem na construção civil nos EUA, mantém uma estreita ligação ao torrão natal. Manifesta, por exemplo, ao longo dos últimos anos, na dinamização de várias iniciativas de apoio aos Bombeiros Voluntários de Ourém, uma centenária corporação do Médio Tejo, da qual José Luís Vale é um dos seus principais beneméritos. A ligação ao torrão natal ficou no início deste mês de

março, ainda mais estreitada através da abertura do “Miradouro do Vale – Apartamentos”, uma nova unidade hoteleira em Fátima, que reforça a capacidade hoteleira instalada no local de peregrinação mais visitado em Portugal.

O casal José Luís e Edith Vale, no decurso da abertura nova da unidade hoteleira em Fátima

Localizado no coração de Fátima, a poucos passos do Santuário, o Miradouro do Vale, constituído por 17 apartamentos na modalidade de T1, totalmente equipados com todas as comodidades, representa um investimento de mais de 2 milhões de euros. E assume-se como um exemplo paradigmático do potencial dos empreendedores da diáspora, que através de uma forte ligação aos seus territórios de origem, investem no desenvolvimento de Portugal. O espírito arrojado luso-americano e o profundo apego às raízes de José Luís Vale, ao perscrutarem as palavras de Fernando Pessoa “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, consubstanciam a clarividência queirosiana da “Emigração como Força Civilizadora”.

Daniel Bastos Opinião
Miguel Costa Matos Opinião
Credito:

Deixar falar o desejo

As mulheres voam/como anjos:

Com as suas asas feitas/de cristal da rocha da memória.

Teresa Horta, Anjos Mulheres

Entrámos em março, o mês em que se celebra o Dia da Mulher.

Gosto de efemérides, por mais que insistam que o Dia da Mulher (ou qualquer outro) é todos os dias ou sempre que nós quisermos, como diria Ary dos Santos em relação ao natal. Quem contesta as celebrações socorre-se amiúde da argumentação de que tudo se resume a atos de puro consumismo. Concedo que também acontece, mas penso que o mais importante de realçar é que assinalar estas datas serve, acima de tudo, para nos lembrar da importância que as mesmas têm. Porque é nesses dias que se organizam seminários, se promovem encontros, se es-

Domingos Lobo

treiam espetáculos, se fazem exposições, se publicam artigos, ensaios e livros, se premeiam figuras femininas de diferentes áreas e tantas outras iniciativas que chamam a atenção para a desigualdade ainda existente, apesar do longo caminho já percorrido.

E não é por acaso que é precisamente por estarmos em março que já começámos a ouvir esta semana notícias sobre a discrepância entre o valor dos salários dos homens e o das mulheres, cujo fosso aumentou 70% nos últimos 10 anos; que alguns jornais já começaram a dar destaque a estudos sobre esta temática; que até a filatelia desenterra selos que retratam profissões de um tempo em que o trabalho da mulher não era valorizado; o documentário desencanta imagens de quotidianos de mulheres que desempenharam tarefas já extintas, como era o caso das carquejeiras do Porto que até meados do século passado faziam chegar à cidade a carqueja que descarregavam dos barcos

acostados às margens do Douro. Mulheres anónimas que percorriam ruas e vielas para que em certas casas se pudesse cozer o pão, acender o lume das cozinhas e das lareiras. À hora a que escrevo este texto, o noticiário do dia alerta-nos para o facto de estarmos ainda muito longe da máxima “A trabalho igual, salário igual”. Segundo o relatório Global da Disparidade de Género de 2024, do Fórum Económico Mundial, precisamos de mais de sete décadas para que, na Europa, esse fosso deixe de existir. Quase um século, pasme-se, pesem embora todos os avanços já obtidos. Se nos deixarmos de números e formos para a Literatura, não nos faltam exemplos de como esta tem sido pródiga na produção de textos - sejam eles em prosa ou poesia – que, ao longo do tempo, têm denunciado não só a ausência de direitos a que a mulher tem sido sujeita, mas também a ousadia de terem direito à exaltação das pulsões eróticas que lhes eram negadas. Maria Teresa Horta, que nos deixou há bem pouco tempo, foi bem a representante daquelas mulheres que se recusaram a ser mais uma operária Luísa, cantada por António Gedeão no poema “Calçada da Car-

riche”: […] despiu-se à pressa,/desinteressada;/caiu na cama/de uma assentada;/ chegou o homem,/viu-a deitada,/serviu-se dela,/não deu por nada[…].

Neta de uma avó sufragista, a coautora de “As Novas Cartas Portuguesas” foi das primeiras mulheres a escrever sobre o desejo. Tal ousadia valeu-lhe o espancamento por três homens que lhe deixaram um recado enquanto a agrediam: “É para aprenderes a não escrever como escreves”.

“A Desobediente”, como lhe chamou Patrícia Reis, não se intimidou perante a ameaça e continuou a escrever, da mesma forma, desafiando todos os cânones. As pancadas no corpo nunca lhe calariam o desejo urdido na liberdade de ser mulher por inteiro, como se revela neste poema. […] E os lençóis desalinhados/como se fosse/de vento! Volto então ao teu/joelho/entreabrindo-te as pernas/Deixando a boca/ faminta/seguir o desejo nelas […].

Era assim, Teresa Horta, uma mulher que não se satisfazia apenas com olhar e a ternura, mas quis “a febre dos sentidos e o desejo, o tumulto da paixão a arrebatada”.

Para onde corre este rio

Poeta, jornalista, dramaturgo e ensaísta, Domingos Lobo (n.1946) estreou-se na ficção em 1993 com «Os navios negreiros não sobem o Cuando».

Este recente «Para onde corre este rio» (editora Página a Página, capa Diogo Vasconcelos) é o seu sétimo romance e tem como pano de fundo o Verão Quente de 1975 mas não é um registo simples das personagens e dos incidentes – veja-se a nota prévia da página 11: «Este é, como verás leitor, um livro de ficção baseado em factos reais, no entanto o que nele se diz, personagens, incidentes e afins, é pura invenção do escriba. O resto, o que vai identificado em epígrafe, é histórico e conhecido. Com

um obrigado ao Miguel Carvalho». A página 19 explica o plano geral: «Queríamos o poder que nos estava a ser usurpado pelos operários, tornados, de súbito e sem aviso prévio, os donos do asfalto, dos campos, das cidades, das fábricas. E dos bancos, o que era intolerável». Ou dito de outra maneira: «O CDS já não servia e o MDLP era apenas uma memória nostálgica para serões reumáticos e coceira em grisalhas cabeleiras.

Para os novos fascistas, filhos, netos, enteados, de entre a Foz e Moledo, era preciso reconstruir uma frente de direita a sério com armas e bagalhoça, discursos a condizer contras as minorias e os desmandos do socialismo». Para eles o «25 de Novembro» nunca foi aceite: «furiosos com o Melo Antunes o qual, contra as previsões dos spinolistas, não apagou os comunistas da cena política». A narrativa lê-se como o roteiro dum filme policial – o Verão Quente de 1975 foi uma

960 St. Clair Avenue West, Toronto, Ontario (647) 748-0960 Open on Saturdays 11 am - 2 pm

sucessão de crimes. Na sua tessitura cruzam-se vários «eus»: («Eu tinha, nesse Verão de 1975, dezanove anos») ou («Não ande de elevador e faça a sua própria comida. Não confie nas sombras. Sequer na sua») e também várias geografias: («corpos ardendo nas areias de Leça») ou («entre a Viúva Lamego e o Forno do Tijolo»). A chave do título está na página 175 -«Para onde corre este rio.» A escrita está datada do Inverno de 2010 e termina em 24-52017 com a referência a «créditos finais» lembrando um filme com a ficha técnica e o nome dos aderecistas, fotógrafos, electricistas, técnicos de som e de iluminação, cabeleireiros e etc. mas, tal como no cinema, a história continua; o fim é apenas provisório porque a película não pode ficar no ecran toda a tarde ou toda a noite. Por isso as últimas palavras da narrativa são «Temos festa».

COMUNIDADE

A 16ª Gala Anual da Luso Canadian Charitable Society decorreu no Pearson Convention Centre, em Brampton, e contou com uma sala cheia, o que evidenciou, mais uma vez, o forte apoio da comunidade e das organizações patrocinadoras. O evento teve como principal objetivo angariar fundos para programas de apoio a pessoas com deficiência, um dos pilares fundamentais da organização.

ALuso Canadian Charitable Society presta apoio essencial a indivíduos com necessidades especiais, oferecendo serviços especializados à comunidade há mais de 20 anos. Atualmente, a instituição opera a partir de três modernas instalações, propriedade da instituição de caridade, localizadas em Toronto, Hamilton e Peel. A Gala é uma das principais iniciativas de angariação de fundos da Luso, contribuindo para o financiamento de projetos residenciais, lares e cuidados especializados para pessoas com deficiência intelectual e de desenvolvimento. De acordo com um dos representantes da organização, a resposta da comunidade foi extraordinária.

Jack Prazeres, presidente da Luso Canadian Charitable Society, afirmou: "Estamos muito satisfeitos com o apoio que temos

recebido para esta causa, que é tão importante e tão necessária na nossa comunidade. Como é sabido, os fundos angariados serão destinados a apoiar os nossos utentes e futuros projetos." A diretora da Luso Canadian Charitable Society, Heather Grand, expressou a sua gratidão: "A primeira coisa que me vem à mente é a gratidão pelas pessoas que nos dão o suporte necessário, pela lealdade daqueles que estão connosco desde a primeira edição, e pelo número crescente de pessoas que se juntam à nossa causa a cada ano. Não posso pedir mais do que isso." Cristina Marques, também da Luso Canadian Charitable Society, afirmou: "A causa é nobre, e por isso temos grande gosto e um sentimento de gratidão por tudo o que tem acontecido até hoje."

A Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, partilhou uma mensagem de apoio: "A minha mensagem é um apelo à comunidade portuguesa, à comunidade luso-canadiana, mas também aos políticos e aos órgãos de comunicação social para que ajudem a Luso Canadian Charitable Society, oferecendo todo o apoio possível. Esta é uma causa de grande importância."

Também Rechie Valdez, ministra federal de Pequenos Negócios, esteve presente e afirmou; "Estou muito feliz por participar da Gala e muito orgulhosa do trabalho de-

senvolvido pelo centro."

A noite contou ainda com momentos de entretenimento e histórias inspiradoras, além de proporcionar uma oportunidade para os participantes se conectarem com aqueles cujas vidas foram diretamente impactadas pelos programas da Luso. Walter, utente do centro, expressou o seu entusiasmo: "Estou muito feliz por este momento e espero ansiosamente pela construção da nossa futura casa."

Para muitos, a Gala funcionou como um lembrete do poder da união na criação de mudanças significativas e deixaram algumas palavras de incentivo.

• Chiara Picão, presidente da Luso-Can Tuna - "Hoje será uma grande noite, o momento de celebrarmos o trabalho maravilhoso que temos desenvolvido até hoje."

• Ruben Borba, professor - "Tudo isto é a continuação do grande trabalho da Luso. Desejo muito sucesso e que continuem com este excelente trabalho."

• Paulo Távora, empresário - "Quero dar os parabéns por este evento maravilhoso, que é uma das causas mais importantes e significativas. Para mim, é um orgulho fazer parte deste dia."

• Victor Santos, presidente da Associação Migrante de Barcelos - "Vale a pena ajudar. Esta é uma das causas mais especiais na nossa comunidade."

• Linda Correia, presidente da Casa dos Poveiros de Toronto - "Quem não puder ajudar hoje, poderá fazê-lo noutra altura. Esta é uma causa que precisa sempre do nosso apoio."

• Anabela Taborda, presidente da Dundas BIA - "Que todos os portugueses possam apoiar esta causa, que ajuda muitas famílias."

• John da Costa, presidente da Casa do Benfica de Toronto - "Será uma noite especial, em que todos viemos apoiar esta causa. Gostaria de realçar a importância desta causa e apelar para que todos regressem no próximo ano."

A Gala reforçou, assim, o compromisso contínuo da Luso Canadian Charitable Society em apoiar pessoas com deficiência, marcando uma noite memorável de generosidade e solidariedade.

Francisco Pegado/MS
Credito: Francisco Pegado
Credito: Francisco Pegado
Credito: Francisco Pegado

Liberais enfrentam o desafio de garantir o voto e manter a corrida à liderança acessível

Os problemas que alguns liberais registados estão a ter com a votação online na corrida à liderança do partido não devem ser uma surpresa e podem até ser uma coisa boa, dizem alguns especialistas. “Não se pode ter um processo de seleção do primeiro-ministro do Canadá totalmente aberto e praticamente não verificado”, disse Christopher Cochrane, professor de ciências políticas na Universidade de Toronto. Cochrane salienta que, quando o primeiro-ministro Justin Trudeau ganhou a liderança dos liberais em 2013, não foram apenas os membros do partido que votaram. Uma nova classe de apoiantes podia registar-se para votar sem pagar uma taxa de filiação.

No seu relatório final sobre as eleições federais de 2019 e 2021, a juíza Marie-Josée Hogue, comissária do inquérito público sobre a interferência estrangeira, alertou para o facto de as corri-

das à liderança dos partidos constituírem uma vulnerabilidade. A comissária emitiu uma série de recomendações, incluindo a necessidade de verificar a cidadania ou o estatuto de residência permanente de um eleitor da liderança e aplicar a Lei Eleitoral do Canadá aos concursos de liderança. Para votar nesta corrida, os liberais registados têm de obter um cartão de eleitor eletrónico e depois verificar esse cartão online. Em seguida, têm de confirmar o seu estatuto de eleitor elegível. Depois disso, devem confirmar a sua identidade utilizando a aplicação Canada Post Identity+ ou pessoalmente numa estação de correios participante. Uma vez feito isso, os membros podem votar online. Mas dezenas de pessoas dizem que não conseguiram fazer o processo funcionar, especialmente no que diz respeito à aplicação móvel e à opção presencial para verificar a sua identidade.

JN/MS

CANADÁ

Trump suspende as tarifas sobre alguns produtos canadianos até 2 de abril

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quinta-feira (6) que suspende novamente os direitos aduaneiros sobre alguns produtos canadianos, oferecendo ao país mais um adiamento de cerca de um mês de uma taxa punitiva de 25 por cento.

Os acontecimentos da última semana mostram o que o Canadá terá de enfrentar nos próximos quatro anos: caos, imprevisibilidade e uma mudança constante de objetivos por parte de uma Casa Branca que não respeita as regras comerciais normais.

Mesmo ao anunciar esta suposta pausa, um funcionário da Casa Branca disse a algumas agências noticiosas americanas, num briefing de fundo, que o perdão dos direitos aduaneiros só se aplicaria às exportações canadianas que estivessem em conformidade com o Acordo Canadá-EUA-México (CUSMA) - e não a bens que fossem vendidos nos EUA fora desse acordo comercial. De acordo com a Associated Press, cerca

de 62% das importações provenientes do Canadá deverão continuar a ser sujeitas a direitos aduaneiros de 25.

As autoridades canadianas não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre as mais recentes afirmações da Casa Branca.

Na quarta-feira (5) o presidente dos EUA, Donald Trump, já tinha concedido uma isenção de um mês aos fabricantes automobilísticos relativamente às novas tarifas sobre as importações do México e do Canadá. “Falámos com os três grandes concessionários automóveis […]. Vamos dar uma isenção de um mês”, anunciou Trump, citado pela agência Associated Press (AP). As tarifas foram uma ameaça do presidente dos EUA contra o México e o Canadá e entraram esta terça-feira (4) em vigor, aumentando o risco de retaliações destes aliados de Washington. As importações de Canadá e México passam a ser tributadas a 25%, enquanto os produtos energéticos canadianos estão sujeitos a taxas de 10%.

JN/MS

Trudeau condiciona retirada de tarifas retaliatórias sobre EUA a recuo de Trump

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, exige o fim de todas as tarifas alfandegárias dos Estados Unidos ao seu país para retirar as aplicadas em retaliação por Otava, segundo um alto funcionário do governo.

Após Trudeau ter falado hoje por telefone com o presidente norte-americano, Donald Trump, o alto funcionário confirmou a posição do chefe do governo canadiano à agência AP, sob a condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente sobre o assunto.

Após membros da administração Trump terem admitido a possibilidade de uma negociação, no final da qual as tarifas a aplicar ficassem abaixo dos 25% aplicados desde terça-feira por Washington às importações canadianas, vários membros do governo canadiano ecoaram publicamente a posição de Trudeau. “Não estamos interessados em encontrar um meio termo e ter alguma

tarifa reduzida. O Canadá quer que as tarifas sejam removidas”, disse o ministro das Finanças canadiano, Dominic LeBlanc, à Canadian Broadcasting Corporation. A mesma posição foi assumida pelo Premier de Ontário, Doug Ford, líder da província mais populosa do Canadá. “Zero tarifas ou nada. Este ataque não foi iniciado pelo nosso país. Foi iniciado pelo presidente Trump. Ele decidiu declarar uma guerra económica contra o nosso país e a nossa província, e nós vamos manter-nos firmes”, disse Ford. Trump lançou uma nova guerra comercial na terça-feira, impondo tarifas aos três maiores parceiros comerciais de Washington, atraindo retaliação imediata do México, Canadá e China e penalizando os mercados financeiros. Trump impôs tarifas alfandegárias de 25%, mas no caso do Canadá limitou a 10% a taxa sobre a energia, de que os Estados Unidos dependem.

Se as tarifas não forem eliminadas, disse a Ford à AP, as indústrias automóvel nor-

te-americana e canadiana terão cerca de 10 dias antes de começarem a encerrar as linhas de montagem nos EUA e Ontário. “As pessoas vão perder os seus empregos”, alertou Ford.

Depois de as taxas de importação terem prejudicado o mercado bolsista e preocupado os consumidores, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse na quarta-feira (5) que poderiam ser consideradas exceções, mas vincou a necessidade das taxas. “Haverá tarifas. Vamos ser claros”, disse Lutnick numa entrevista à Bloomberg Television.

Em 02 de abril, Trump planeia anunciar o que chama de tarifas “recíprocas” para igualar as tarifas, impostos e subsídios de outros países, potencialmente aumentando de forma drástica a taxação sobre o comércio global.

JN/MS

Compras nos EUA? Poderá ter de pagar mais quando regressar a casa!

Aquela viagem rápida através da fronteira que tinha planeado para comprar mercearias na Meijer ou roupas na Target pode agora custar-lhe significativamente mais quando regressar ao Canadá.

A Agência dos Serviços de Fronteiras do Canadá começou a aplicar uma tarifa de 25%, ou sobretaxa, a uma longa lista de

mercadorias provenientes dos EUA, em resposta às tarifas generalizadas da administração Trump contra as importações canadianas. “Estas contramedidas aplicar-se-ão a remessas comerciais, mercadorias importadas por correio ou courier e mercadorias importadas por viajantes individuais acima das suas isenções pessoais”, disse Rebecca Purdy, porta-voz sénior da CBSA.

“As sobretaxas permanecerão em vigor até que os EUA eliminem as suas medidas de restrição ao comércio contra o Canadá.”

Os artigos sujeitos à sobretaxa vão desde produtos de mercearia comuns a cosméticos, vestuário e álcool.

As isenções pessoais para os viajantes variam consoante o tempo que estiveram fora do país. Por exemplo, as pessoas que esti-

veram fora do país durante mais de 24 horas podem trazer até 200 dólares de bens, isentos de impostos - mas isso não inclui álcool ou tabaco. Independentemente das isenções, os viajantes precisam de declarar todos os bens dos EUA que trazem para o Canadá, disse a CBSA.

Credito: JN
Credito: DR
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Proprietários de casas de Toronto devem apresentar a declaração do Vacant Home Tax de 2025 até 30 de abril

A Cidade de Toronto está a recordar aos proprietários de casas que o prazo para apresentar a sua declaração do Vacant Home Tax (VHT) de 2024 termina na quarta-feira, 30 de abril. Os proprietários que ainda não declararam o estado de ocupação da sua propriedade têm de o fazer antes da data-limite para evitarem ficar sujeitos ao VHT.

Até à data, o município recebeu declarações de mais de 88% das propriedades residenciais em Toronto.

Como declarar:

Online: Através do portal de fácil utilização em www.toronto.ca/VacantHomeTax

Por telefone: Ligar para 311 (ou 416-3922489 se estiver fora de Toronto). O serviço está disponível em 180 idiomas. Os utilizadores de TTY podem marcar 711 para obter assistência.

Pessoalmente: Visite um balcão de Impostos e Serviços Públicos ou participe numa sessão pop-up do VHT nos centros

cívicos da cidade. As informações estão disponíveis na página Web do Vacant Home Tax.

O programa VHT incentiva os proprietários a arrendar ou vender casas vagas, ajudando a aumentar a oferta de habitação e a tornar as casas mais acessíveis em Toronto. Todos os proprietários de imóveis residenciais são obrigados a declarar anualmente se o seu imóvel está ocupado ou vago, mesmo que seja a sua residência principal.

A taxa VHT de 2024 é de três por cento da Avaliação do Valor Atual de uma propriedade. Se um proprietário não apresentar uma declaração dentro do prazo, a sua propriedade será considerada devoluta e sujeita ao imposto.

As receitas geradas pelo VHT apoiam iniciativas de habitação delineadas no Plano de Ação da HousingTO, que ajuda a adquirir e a preservar habitações de aluguer em risco como permanentemente acessíveis. MS

Milhares de mulheres foram expostas a um risco de infeção num ginecologista de Toronto

As autoridades de saúde pública estão a avisar cerca de 2500 pessoas que podem ter sido expostas a infeções transmitidas pelo sangue num consultório de ginecologia de Toronto onde os instrumentos médicos não foram devidamente limpos.

ASaúde Pública de Toronto afirmou numa carta dirigida aos pacientes que, durante um período de quatro anos, com início em outubro de 2020, os utensílios da clínica da Dra. Esther Park, no bairro de High Park, não foram devidamente limpos, o que resultou numa “hipótese muito pequena” de as bactérias e os vírus poderem ter sido transmitidos de um paciente para outro.

Zahra Bakhsh foi uma das pacientes que recebeu a carta com a notícia de que poderia ter sido exposta à hepatite B, à hepatite C e ao VIH. “Fiquei furiosa, acho que passei a maior parte do dia em choque e senti-me bastante mal ao fim do dia”, disse Bakhsh. “Senti-me entorpecida. Ainda me sinto agora”, disse ela.

Numa declaração posterior, a agência de saúde pública disse acreditar que o risco de transmissão é baixo, mas está a partilhar a informação como precaução. Os pacientes que podem ter sido expostos foram subme-

tidos a procedimentos, incluindo a excisão de pólipos endocervicais, biópsia endometrial ou mesmo a inserção de um dispositivo intrauterino (DIU). “Recomendamos que os indivíduos afetados consultem o seu prestador de cuidados de saúde para a realização de testes adequados e que nos contactem em caso de dúvidas ou preocupações”, afirmou.

Amal Alsheikh, outra paciente da clínica, disse que ficou tão perturbada quando recebeu a carta que não foi trabalhar nesse dia. “Estava em pânico, não sabia o que fazer, não conseguia dormir”, conta. Alsheikh foi ao médico de família na manhã seguinte. As análises ao sangue deram negativo, mas Alsheikh diz que ficou aterrorizada enquanto aguardava os resultados. “Não queria contar à minha família, porque não queria que as pessoas se preocupassem comigo”. Agora, Alsheikh quer ver a licença do ginecologista revogada.

Um membro da equipa da clínica disse à CBC Toronto que nem a clínica nem Park comentariam esta história. O atendedor de chamadas do consultório diz que Park está a reformar-se e já não aceita novos pacientes, e que a clínica vai fechar em abril.

A polícia revela os 5 principais tipos de golpes em que os torontonianos estão a cair

A polícia de Toronto revelou as cinco fraudes e burlas mais prejudiciais em circulação, num esforço para informar as pessoas.

Segundo a polícia, as cinco principais fraudes em circulação na cidade são a apropriação de contas, o roubo de identidade, a confiança, as criptomoedas e o investimento online.

O detetive de crimes financeiros Dave Coffey disse que as fraudes de investimento online são as mais prejudiciais, com mais de 71,2 milhões de dólares em perdas comunicadas à polícia de Toronto no ano passado. “A fraude é muito subnotificada. Acreditamos que os números reais são 10 a 20 vezes superiores”, afirmou Coffey. Num comunicado de imprensa divulgado na quarta-feira (5), a polícia afirmou que os esquemas de investimento online começam frequentemente como esque-

mas de romance, em que os burlões estabelecem contacto com a vítima através de texto ou correio eletrónico, construindo uma relação ao longo do tempo. “Uma vez estabelecida a confiança, apresentam uma oportunidade de investimento lucrativo, convencendo as vítimas a transferir fundos”, acrescenta o comunicado.

Coffey afirmou ainda que “embora a polícia de Toronto receba uma média de 45 denúncias de fraude por dia, sabemos que isto representa apenas uma fração do que realmente acontece, uma vez que se estima que apenas cinco a 10 por cento das fraudes são denunciadas por várias razões”.

A polícia disse que recebeu mais de 16.700 denúncias de fraude no ano passado, com perdas de mais de $368 milhões, mas acredita que esse número é subnotificado porque a vergonha e o embaraço impedem as vítimas de telefonar para a polícia. CBC/MS

Credito: CBC
Credito: CBC
Credito: CBC

Trabalhadores da cidade de Toronto ameaçam fazer greve

O sindicato que representa cerca de 30.000 trabalhadores da cidade de Toronto afirma que estabeleceu um prazo de greve até às 12:01 de segunda-feira. Num comunicado de imprensa, o CUPE Local 79 afirma que, se não for possível chegar a um acordo até lá, milhares de trabalhadores municipais da linha da frente abandonarão o trabalho.

As autoridades municipais, no seu próprio comunicado de imprensa publicado na tarde de quarta-feira, estabeleceram um prazo até às 12:01 de sábado, com o diretor da cidade, Paul Johnson, a dizer que esperava esclarecer as famílias que se interrogavam sobre os espaços de acolhimento de crianças e de acampamento até sábado de manhã.

Numa conferência de imprensa, Nas Yadollahi, presidente do CUPE Local 79, disse que o sindicato recebeu a oferta fi

serviços vitais de que dependem os residentes de Toronto”. “Somos trabalhadores normais, tal como vocês, que tentam viver e criar as suas famílias em Toronto. Não queremos fazer greve... nunca quisemos”, afirmou. “Esta não é apenas a nossa luta, é também a vossa. Tem a ver com os serviços de que cada um de nós depende - serviços que já estão a ser esticados até ao ponto de rutura devido a anos de negligência.”

A cidade está atualmente a negociar um novo contrato com os seus “trabalhadores internos”, que incluem pessoal de sectores como o despacho de emergência, serviços judiciais, 311 e abrigos. Incluem também os trabalhadores do sector recreativo e o pessoal dos centros de acolhimento de crianças geridos pela cidade.

A oferta mais recente do município inclui a eliminação do salário mínimo para todos os trabalhadores e um aumento salarial de 14,65% para todos os cargos ao longo de um período de quatro anos, com um aumento mínimo de 3,95% no primeiro ano de um potencial acordo. O valor do aumento salarial ao longo de quatro anos é mais elevado para determinadas funções, como auxilia-

• Contabilidade

res de cuidados infantis, trabalhadores de apoio pessoal e enfermeiros registados, segundo o município no seu comunicado de imprensa, situando-se em 16,7%, 16,8% e 22%, respetivamente.

A cidade afirma que a sua oferta também aumenta as horas diárias e os turnos por período de pagamento para o pessoal que trabalha em cuidados prolongados, juntamente com aumentos de benefícios em áreas como a visão e os cuidados de afirmação do género. “A nossa proposta final é um bom negócio”, afirmou Paul Johnson. “Reconhece o valor e o trabalho árduo destes membros”.

Questionada sobre a situação num evento não relacionado com o assunto, na quarta-feira de manhã, a Presidente da Câmara, Olivia Chow, disse compreender a razão pela qual os trabalhadores estão a lutar por salários mais elevados. “Espero que [o sindicato] e a cidade de Toronto continuem a falar entre si e encontrem uma solução, porque o melhor acordo vem da negociação”, afirmou. “Eles fazem um trabalho incrível numa grande variedade de serviços.”

A cidade afirma que a maioria dos serviços continuará a funcionar de alguma forma em caso de greve, mas uma interrupção do trabalho resultaria no encerramento dos campos de férias de março, afetando 4.600 pessoas atualmente inscritas. Os participantes serão reembolsados em caso de greve, segundo as autoridades. Outros serviços essenciais, como as instalações de cuidados prolongados geridas pela cidade, os serviços de emergência e a recolha de lixo, bem como os abrigos, centros de aquecimento e centros de acolhimento geridos pela cidade, continuariam a funcionar, afirmou Paul Johnson. Na sua declaração, o sindicato alega que a cidade não negociou seriamente e que, em vez disso, paralisou os procedimentos enquanto os serviços públicos essenciais estão com falta de pessoal, citando centenas de vagas em áreas como a Saúde Pública de Toronto, lares de longa duração, programas recreativos e de habitação.

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PORTUGAL

O texto da moção de confiança que o Governo vai apresentar ao Parlamento foi aprovado, esta quinta-feira (6), em Conselho de Ministros por via eletrónica. O debate e votação do documento, que pede uma clarificação à Assembleia da República e que deverá levar à queda do Executivo, serão na terça-feira.

No texto da moção de confiança aprovado, o Governo começa por elencar aquilo que considera ser "uma verdadeira transformação positiva no país", com diversas medidas onde se incluem a valorização das carreiras na administração pública, o crescimento da Economia, o

controlo da imigração e o aumento de policiamento. No entanto, adianta o documento, "tendo sido levantadas dúvidas sobre a vida profissional e patrimonial do primeiro-ministro", que o Governo considera terem sido esclarecidas, "as oposições persistiram em fomentar um clima de suspeição desprovido de bases factuais", sem ter sido "apontada qualquer ilegalidade". É neste ambiente político, uma "espiral sem fim, em que qualquer explicação é imediatamente revirada visando suscitar uma nova dúvida sem razão", que o Governo considera ser necessário "clarificação política", para garantir estabilidade e que o Executivo possa "prosseguir a execução do

seu Programa de transformação do País". E essa clarificação passa por apresentar ao Parlamento uma moção de confiança à ação do Governo, "em nome da estabilidade e do desenvolvimento". “É hora de cada um assumir as suas responsabilidades", afirma o Governo.

Luís Montenegro defendeu que “era desejável" que não existisse "uma perturbação política” no país, mas insistiu que o Parlamento tem de esclarecer se tem dúvidas quanto à legitimidade do Governo. “Do ponto de vista da realidade económica e social do país era e é desejável que não haja nenhuma perturbação política, mas a democracia tem de funcionar”, disse Luís Montenegro, à en-

trada para uma reunião extraordinária do Conselho Europeu, em Bruxelas.

Questionado sobre a perspetiva de eleições legislativas antecipadas, o primeiro-ministro reconheceu que, como o Governo “está sempre dependente da Assembleia da República, não tem uma maioria absoluta”, pode “sempre acontecer, a todo o tempo, ser aprovada uma moção de censura ou também pode acontecer, no caso de o Governo decidir, como decidiu, de apresentar uma moção de confiança, que ela possa não ser aprovada”. “Eu não vou antecipar esse momento”, respondeu o líder do executivo, acrescentando que “se o Parlamento tem dúvidas quanto à legitimidade do Governo para executar o seu programa, esse problema tem de ser resolvido”. Interrogado sobre que explicação ia dar aos outros líderes europeus sobre a instabilidade política em Portugal, o primeiro-ministro disse que o Governo “não está limitado” e está em “plenitude de funções”.

O presidente da República prometeu agir "o mais rápido possível" se a moção de confiança que o Governo irá apresentar ao Parlamento for rejeitada. "Se for rejeitada, eu imediatamente convocarei os partidos, se possível para o dia seguinte, e o Conselho de Estado para dois dias depois", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Viseu, prometendo depois "um calendário de intervenção o mais rápido possível", deixando entender como hipótese a realização de legislativas antecipadas em maio.

Marcelo disse, contudo, pretender ouvir primeiro os partidos, designadamente os que suportam o Governo (PSD e CDS-PP), para confirmar que pretendem apresentar-se a eleições, se forem convocadas, com as mesmas lideranças.

O presidente da República nunca se referiu diretamente à dissolução do Parlamento e consequente convocação de eleições legislativas antecipadas, mas depois de prometer agir com rapidez face ao chumbo provável da moção de confiança, apontou o mês de maio como possível para a realização de novo sufrágio.

Avizinham-se quatro eleições e praticamente um ano em campanha

Cansaço eleitoral pode resultar numa maior abstenção nas legislativas e aumentar o populismo, alertam politólogos. Já o calendário apertado será desafiante para os partidos

Oano promete ser particularmente desafiante para o sistema eleitoral: com o chumbo (quase certo) da moção de confiança do Governo na próxima semana tudo indica que o país tem eleições legislativas antecipadas à vista, o que significa que se avizinham quatro atos eleitorais nos próximos nove meses, embora o mais próximo seja regional, na Madeira. Os politólogos alertam que, apesar de as idas quase sucessivas às urnas refletirem o normal funcionamento da democracia, podem aumentar a abstenção e fazer crescer o populismo. “Quantas mais eleições tivermos num ano, mais cansamos

o eleitorado e mais difícil é mobilizá-lo”, explica o politólogo Miguel Ângelo Rodrigues, sublinhando que o fenómeno poderá ser mais visível nas legislativas dado o histórico recente. E “tende a prejudicar mais alguns partidos do que outros”, que podem perder lugares no Parlamento. O também professor na Universidade do Minho aponta que novas eleições podem favorecer o voto mais radical, à boleia do atual contexto internacional e da natureza desta crise política. “É uma crise assente numa ideia de que o primeiro-ministro não estava a exercer as suas funções em exclusividade, pelas ligações que tinha ao setor privado. E isso favorece o discurso do Chega, de que estão todos a roubar e nós é que somos impolutos e conseguimos normalizar ou moralizar o sistema político”.

Já o calendário apertado tornará “bastante difícil” para os partidos a gestão as

várias pré-campanhas e campanhas eleitorais quase em simultâneo, quer em termos de recursos, quer pela quase “inevitável mistura” de discursos e estratégias eleitorais.

A Madeira prepara-se para eleger os 47 deputados na Assembleia já no dia 23 de março, dez meses após as últimas regionais.

A campanha decorre entre os dias 9 e 21 de março. Caso se venha a confirmar a queda do Governo, o presidente da República admite eleições legislativas antecipadas para 11 ou 18 de maio. Ainda não agendadas, as eleições autárquicas devem ocorrer entre setembro e outubro. Já as presidenciais estão previstas para o início de 2026, em janeiro, em data ainda a fixar.

Além disso, a realização das legislativas antes das autárquicas cria um problema estratégico para os partidos. “Podemos ter

os líderes dos partidos a lançar candidatos [para as autárquicas] e, no dia da eleição, já não serem esses [os mesmos líderes]”, alerta Miguel Ângelo Rodrigues. O cenário é sobretudo “ingrato” para o PS e PSD, que podem enfrentar mudanças de liderança caso não obtenham bons resultados nas antecipadas.

A mudança de Executivo pode também tornar mais complexa a gestão das verbas europeias do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nesta "fase crucial". "Os autarcas já tinham uma situação complicada de gerir com eleições [autárquicas] em outubro para gerir a execução do PRR, têm metas que têm que cumprir. E para o próximo ano fecha, em junho de 2026 acabou esta oportunidade", recorda Miguel Ângelo Rodrigues.

JN/MS

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Ensino Superior Violência Doméstica

Alunos da

Faculdade

de Direito protestam contra eliminação de uma época de avaliação

Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa estão junto ao estabelecimento de ensino em protesto contra a eliminação de uma época de avaliação, disse o presidente da Federação Académica de Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Neto Monteiro contou que na origem do protesto está a aprovação, na quarta-feira (5), pelo Conselho Pedagógico da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa de uma alteração ao Regulamento de Avaliação, que significa "um retrocesso do direito dos estudantes à avaliação contínua", com a eliminação de uma época de avaliação. “A votação terminou empatada com todos os conselheiros discentes a vo-

tar contra e os docentes a favor, tendo sido utilizado o voto de qualidade do presidente do Conselho Pedagógico”, contou. Por isso, segundo Pedro Neto Monteiro, os estudantes decidiram protestar frente à Faculdade até que “os desígnios dos estudantes se façam ouvir”. “Estamos à porta da Faculdade de Direito. Estamos aqui cerca de 100 pessoas, mas o número deve subir entretanto. Estamos contra a abolição da avaliação contínua através de frequências”, disse.

O presidente da Federação Académica de Lisboa afirmou que os estudantes vão permanecer frente à Faculdade até que “a decisão do Conselho Pedagógico seja revertida”.

Relação confirma pena suspensa para influencer que mergulhou filha para travar birras

O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) confirmou a condenação a pena suspensa de prisão da “influencer” que, em 2023, mergulhou a filha de três anos em água fria para que esta parasse de fazer birra.

Segundo o acórdão, a que a Lusa teve acesso, a mulher foi punida pelo Tribunal Local Criminal de Lisboa, em outubro de 2024, a dois anos e meio de prisão, suspensos na sua execução por três anos, por um crime de violência doméstica. A arguida, de 36 anos, ficou ainda obrigada a indemnizar a criança em mil euros.

No julgamento, ficou demonstrado que, com objetivo que a filha parasse de fazer birra, a “influencer” mergulhou, numa primeira ocasião, a menina até ao queixo na piscina do prédio onde residem, e, dias depois, a molhou com água fria, de madrugada e com o pijama vestido, num chuveiro de casa.

No recurso para o TRL, a defesa da arguida alegou que "não há qualquer prova" de que esta sabia que estava a maltratar a criança, tendo agido convencida, devido a um texto que lera na Internet, de que a água tem propriedades relaxantes. O argumento foi, contudo, rejeitado pelo TRL. "Não é crível que algum pai ou alguma mãe medianamente cuidadoso/a, empático/a e preocupado/a para com o seu filho acredite que esteja aqui perante algo inócuo, bom ou lícito", sustentam, no acórdão datado de 20 de fevereiro, os juízes desembargadores.

Ainda assim, os magistrados acederam a três alterações pontuais nos factos dados como provados, ressalvando que nenhuma interfere "de forma significativa" no que tinha sido determinado pelo Tribunal Local

Criminal de Lisboa. Entre os atos adicionados, está a explicitação de que "a arguida mantém com a filha uma relação que em geral é de afinidade amorosa e carinhosa". O caso foi tornado público depois de em julho de 2023 a “influencer” ter divulgado nas redes sociais a forma como travara as birras da filha. No julgamento, ficou provado que foram atos isolados e que a criança não ficou com sequelas psicológicas da violência sofrida.

JN/MS
Credito: JN
Credito: JN

Portuguese Canadian Walk of Fame 2025

O Portuguese Canadian Walk of Fame (PCWOF) é uma iniciativa que reconhece e homenageia os feitos de indivíduos de ascendência portuguesa que deram contributos significativos para a sociedade canadiana. Criado para celebrar a rica herança cultural e as diversas influências que os luso-canadianos trouxeram à nação, o Passeio da Fama serve como testemunho do seu impacto em vários domínios, incluindo as artes, o desporto, os negócios, a política, o serviço comunitário e a vida pública.

PORQUÊ NOMEAR?

Celebrar os feitos dos canadianos portugueses é essencial para reconhecer o seu papel na formação do tecido cultural do Canadá. Ao nomear indivíduos para indução, está a ajudar a garantir que as suas histórias e contribuições são reconhecidas e recordadas. Quer sejam artistas, atletas, educadores ou líderes comunitários, cada nomeado representa o espírito e a dedicação da comunidade luso-canadiana.

DIRETRIZES PARA A NOMEAÇÃO

Elegibilidade: O nomeado deve ter raízes luso-canadianas e ter feito contribuições notáveis para a cultura, a sociedade ou as artes canadianas.

Critérios: Considerar a nomeação de indivíduos que tenham demonstrado excelência na sua área, inspirado outros, ou que tenham tido um impacto duradouro na sua comunidade ou fora dela.

DATA IMPORTANTE

Prazo de apresentação de candidaturas: Todas as nomeações devem ser apresentadas até 15 de março de 2025.

COMO SUBMETER UMA INDICAÇÃO

Prepare a sua candidatura:

→ Visite portuguesecanadianwalkoffame.com/nominate para preencher o formulário.

→ Inclua o nome completo do candidato.

→ Forneça uma breve biografia descrevendo as suas realizações e contribuições.

→ Explique porque é que acredita que esta pessoa merece ser reconhecida.

→ Certifique-se de que todas as informações são claras e concisas.

JUNTE-SE A NÓS NA CELEBRAÇÃO DA EXCELÊNCIA

Ao participar no processo de nomeação, está a desempenhar um papel vital na homenagem ao legado dos luso-canadianos que enriqueceram as nossas comunidades e inspiraram as gerações futuras. Ajude-nos a dar destaque àqueles que merecem ser reconhecidos no Passeio da Fama Luso-Canadiano!

← Use o código para nomear

Vince Nigro / David Ganhão

Vários esquiadores soterrados em avalanche no

Vários esquiadores ficaram soterrados pela neve depois de terem sido apanhados por uma avalanche, no interior do estado norte-americano do Alasca, indicou a polícia estadual. O número de esquiadores e o respetivo estado são informações que não se encontram ainda disponíveis.

Odeslizamento de neve ocorreu na terça-feira à tarde (4), perto da comunidade de esqui de Girdwood, situada cerca de 64 quilómetros a sul da cidade de Anchorage, precisou um porta-voz dos Alaska State Troopers, Austin McDaniel, citado pela agência de notícias norte-americana The Associated Press (AP). “A polícia estadual recebeu informação sobre uma avalanche que apanhou diversas pessoas que estavam a fazer ‘heliski’ ontem

Alasca

[terça-feira] à tarde, perto da bifurcação oeste do Rio 20 Mile”, disse McDaniel. “A empresa com a qual estavam a esquiar tentou resgatar os esquiadores, mas não conseguiu devido à profundidade da neve”, acrescentou. Desconhecem-se ainda a dimensão da avalanche e a profundidade da neve.

Girdwood é a capital do esqui do Alasca, onde se situa o Hotel Alyeska, no sopé do Monte Alyeska, onde as pessoas esquiam ou praticam snowboard. No topo da montanha, encontra-se o restaurante Seven Glaciers, cujo nome se deve à sua vista.

Todos os invernos, entre 25 e 30 pessoas morrem em avalanches nos Estados Unidos, segundo o Centro Nacional de Avalanches.

JN/MS

Casa Branca acusa democratas de serem "partido da insanidade e do ódio”

A porta-voz da Casa Branca acusou os democratas de serem "o partido da insanidade e do ódio" devido ao comportamento antagonista que manifestaram durante o discurso do presidente norte-americano, Donald Trump, ao Congresso.

“O comportamento dos democratas ontem [terça-feira (4)] à noite foi completamente vergonhoso e demonstrou o quão severamente sem noção eles são para com o público americano. Foi o momento mais vergonhoso na história dos discursos presidenciais naquela bela câmara”, criticou Karoline Leavitt à imprensa. A porta-voz indicou que os democratas “gritaram com” Trump, saíram da sala do Congresso e “desrespeitaram o povo americano”. Leavitt acrescentou que os democratas “se expuseram como o partido da insanidade e do ódio”.

Incentivada por perguntas de representantes dos "novos media", próximos ao eleitorado 'trumpista' e cada vez mais presentes na Casa Branca, Karoline Leavitt acusou a oposição de não se ter levantado para aplaudir os membros da sociedade civil que foram convidados por Trump para estarem no evento como forma de ilustrar as suas prioridades políticas. "Eles não defenderam uma criança linda e inocente com cancro", disse a porta-voz, acrescentando: "Nem aplaudiram duas mães cujas filhas foram mortas por imigrantes ilegais". Os democratas "desrespeitaram o povo americano" e "apenas se levantaram para torcer pela Ucrânia, não pela América", criticou ainda.

A noite do discurso começou com uma situação invulgar, quando o deputado de-

mocrata Al Green, um forte opositor de Trump, levantou-se na plateia para vaiar o presidente no momento em que Trump se vangloriava pela sua vitória eleitoral. Al Green acabou expulso da sessão por interromper o discurso de Trump com protestos. Ao longo da intervenção de Trump, vários membros do Partido Democrata tentaram interromper a sessão com vaias, enquanto o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, teve que pedir ordem repetidamente. Enquanto Trump discursava, vários democratas levantaram placas onde se podia ler "falso", numa tentativa de fazer uma verificação de factos do discurso em tempo real. "Não há nada que eu possa fazer" para agradar os democratas, criticou o chefe de Estado. "É muito triste e não deveria ser assim", contestou ainda.

Além disso, várias congressistas da Bancada Democrática de Mulheres compareceram ao discurso no Capitólio vestidas de rosa, em sinal de protesto contra a gestão de Trump. Alguns vestirem-se ainda de amarelo e azul – as cores da bandeira ucraniana – para mostrar apoio a Kiev após a postura polémica de Trump para com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. Durante um longo discurso que se estendeu por cerca de uma hora e quarenta minutos, Donald Trump destacou principalmente as suas decisões sobre imigração, elogiou longamente as ações do bilionário Elon Musk para reformar a máquina estatal e vangloriou-se pela sua vitória eleitoral. Trump não se deteve na inflação persistente que afeta o país, um assunto omnipresente durante a sua campanha, nem em questões internacionais. JN/MS

China avisa Estados Unidos que “nenhuma guerra pode ser ganha”

A China advertiu que “nenhuma guerra pode ser ganha”, em resposta às declarações do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, sobre a preparação militar norte-americana para um eventual conflito com a nação asiática.

Oporta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, acusou Washington de “incitar deliberadamente ao confronto ideológico” e de exagerar a alegada “ameaça chinesa”.

“Exortamos os Estados Unidos a deixarem de impor a sua lógica hegemónica à China, a abandonarem a sua mentalidade obsoleta

da Guerra Fria e a absterem-se de utilizar a 'competição estratégica' como pretexto para conter e reprimir a China”, afirmou Lin Jian, em conferência de imprensa.

As declarações surgem um dia depois de Hegseth ter afirmado, numa entrevista televisiva, que os EUA não querem uma guerra com a China, mas que “aqueles que querem a paz devem preparar-se para a guerra”, justificando assim o reforço militar ordenado pelo presidente Donald Trump.

O responsável norte-americano reagiu assim à embaixada chinesa nos Estados Unidos, que avisou na quarta-feira (5) que se os EUA “quiserem uma guerra, seja ela

tarifária, comercial ou outra”, a China está “pronta para lutar até ao fim”. Pequim tem repetidamente rejeitado os argumentos de Washington de que precisa de reforçar as suas Forças Armadas para fazer face a uma possível ameaça militar chinesa.

A troca de declarações surge numa altura de tensões crescentes entre as duas potências, marcadas por disputas comerciais e acusações mútuas sobre questões de segurança e geopolíticas.

JN/MS

Francisco César eleito Presidente do Grupo

Parlamentar de Amizade Portugal/Canadá

Francisco César foi eleito, na quarta-feira (5), Presidente Grupo Parlamentar de Amizade (GPA) Portugal – Canadá, um órgão criado com o objetivo de reforçar e consolidar as relações bilaterais entre os dois países, através do reforço dos laços de cooperação ao nível institucional/político, cultural, económico e social entre os dois países.

Com um plano de atividades que visa, entre outras iniciativas, a realização de contatos regulares com as Embaixadas de ambos os países, bem como com os Conselheiros das Comunidades Portuguesas e outros órgãos ligados à emigração portuguesa no Canadá, este órgão pretende, ainda, promover o estreitamento de laços institucionais através da receção de delegações parlamentares canadianas em Lisboa e da organização de encontros com os responsáveis portugueses das comunidades no Canadá. Já ao nível das relações culturais e científicas, o Grupo Parlamentar

promoverá a participação em eventos culturais do Canadá em Portugal e incentivará a troca de conhecimento entre as associações científicas e académicas de ambos os países.

Com a área económica a ser, igualmente, uma prioridade, o Grupo Parlamentar pretende conferir especial enfoque nas oportunidades geradas pelo Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia e o Canadá, procurando-se aumentar o fluxo comercial entre os dois países.

O Presidente do PS/Açores e deputado à Assembleia da República, Francisco César, reiterou, assim, o seu compromisso em continuar a desenvolver “uma agenda que reflete os interesses e as necessidades das comunidades portuguesas no Canadá”, assim como “a fortalecer as relações estratégicas entre as duas nações, promovendo um constante diálogo entre as instituições e os cidadãos”. MS

Novo Hospital prevê áreas destinadas à radioterapia e internamento psiquiátrico

A Secretaria Regional de Equipamentos e Infraestruturas assegurou que o novo Hospital Central e Universitário da Madeira, atualmente em construção, contempla áreas destinadas à radioterapia e internamento psiquiátrico.

Na origem do esclarecimento emitido pela tutela está uma denúncia do Bloco de Esquerda (BE) que, numa iniciativa política disse que o projeto do Novo Hospital não previa uma Unidade de Radioncologia, de forma a "garantir tratamento de radioterapia e outro tipo de tratamentos oncológicos para os doentes do Sistema Regional de Saúde". O partido denunciava ainda que o SESARAM não garantia a construção de uma unidade aguda para o internamento de doentes do foro psiquiátrico.

Numa nota remetida às redações, o Governo garante que "o Hospital Central e Universitário da Madeira, atualmente em construção, tem prevista uma área de cer-

ca 1.800 m2 destinada ao espaço funcional da radioterapia, para tratamentos oncológicos, a qual incluirá, entre outras, duas salas de radioterapia, uma sala de tomografia computorizada, uma sala de braquiterapia, uma sala de radio-cirurgia, assim como um conjunto de gabinetes médicos, gabinetes de tratamento e áreas de recobro". O mesmo comunicado avança que "o Hospital Central e Universitário da Madeira tem prevista uma área de cerca 3.200 m2 destinada ao espaço funcional da saúde mental, com áreas específicas para a psiquiatria de adultos, pedopsiquiatria e unidade tratamento toxicodependência, em regimes de ambulatório e internamento, incluindo, entre outros, 14 quartos para internamento de adultos (dois quatros isolamento), nove quartos para internamento pediátricos (dois quatros isolamento), gabinetes médicos, gabinetes de tratamento e salas de terapia".

DN/MS

AUTONOMIAS

Mais de 12.200 pessoas aguardavam por uma cirurgia nos Açores em janeiro

O número de utentes em lista de espera por uma cirurgia nos Açores voltou a aumentar em janeiro, ultrapassando os 12.200 inscritos, mais 13,8% do que no período homólogo, segundo dados da Direção Regional da Saúde.

"Em janeiro de 2025 aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 12.206 utentes, o que corresponde a um aumento de 0,3% (mais 42 utentes) face ao mês anterior. Na comparação com o mês homólogo, verifica-se um aumento de 13,8% (mais 1.476 utentes)", lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela agência Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.

Desde maio de 2023 que o número de pessoas a aguardar por uma cirurgia nos Açores tem vindo a aumentar face ao período homólogo. Dos três hospitais da região, o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, era o que apresentava mais utentes em lista de espera (7.839) no final janeiro. Afetado por um incêndio em maio de 2024, o maior hospital da região registou a maior subida da lista de espera cirúrgica, contabilizando mais 105 (1,4%) utentes inscritos do que em dezembro e mais 1.279 (19,5%) do que em janeiro de 2024. O Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) contabilizava 3.087 doentes inscritos para cirurgia no final de

janeiro, mais 181 (6,2%) do que no período homólogo, mas menos 34 (1,1%) do que em dezembro. Também o Hospital da Horta (HH) registou uma redução face ao mês anterior, apresentando 1.280 utentes inscritos, menos 29 (2,2%) do que em dezembro, mas mais 16 (1,3%) do que em janeiro de 2024.

Há utentes inscritos em mais do que uma cirurgia, por isso o número de propostas cirúrgicas em lista de espera atingia, no final de janeiro, as 13.545, mais 13,5% do que no período homólogo.

Segundo o boletim, em janeiro, os açorianos esperavam, em média, 453 dias (cerca de um ano e três meses) por uma cirurgia, mais 62 dias (dois meses) do que em janeiro de 2024.

Nas três unidades de saúde, o tempo médio de espera estava acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.

O relatório indica que foram realizadas em janeiro 751 cirurgias, mais 165 (28,2%) do que em dezembro, mas menos 167 (18,2%) do que no período homólogo.

Segundo a Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social, o boletim apresenta apenas os números da produção acrescida, no âmbito do programa CIRURGE, não contabilizando as cirurgias realizadas no período normal nos hospitais.

NM/MS

Surto de gripe A em lar nos Açores estabilizado

O surto de gripe A detetado no lar da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, nos Açores, “está estabilizado” e os idosos hospitalizados têm registado uma evolução “muito positiva”, informou o provedor Victor Lima.

Segundo Victor Lima, “a situação está estabilizada”, sendo que dos 11 idosos que registam gripe A, oito estão assintomáticos e os restantes “apresentam sintomas ligeiros”.

Na segunda-feira (3), a Delegação de Saúde do Nordeste, concelho da ilha de São Miguel, revelou que oito casos de gripe A tinham sido registados no Lar da Santa Casa

da Misericórdia do Nordeste, encontrando-se, na altura, dois utentes internados no hospital de Ponta Delgada Segundo o responsável pela instituição, são atualmente quatro os idosos que se encontram no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, registando uma “evolução muito positiva”, sendo a situação no lar de “muita tranquilidade”, estando-se a cumprir “rigorosamente as orientações” da autoridade da saúde.

Quando a situação foi espoletada, “em articulação estreita com a direção técnica do lar, as medidas de contingência foram de imediato ativadas”, segundo a Delegação de Saúde do Nordeste.

O lar tem 54 residentes, sendo que “apenas dois residentes não têm a sua vacinação em dia, por sua própria opção, estando os demais residentes vacinados”.

A Delegação de Saúde do Nordeste acrescentou, na altura, que os profissionais do lar foram divididos em grupos que "prestarão cuidados de forma exclusiva ao grupo assintomático ou ao grupo sintomático", sendo que foi determinada a utilização de equipamento de proteção individual “nos momentos adequados e a utilização de máscara foi declarada obrigatória”. SM/MS

Credito: DR
Credito: DR

KIKO COSTA ENTRE OS 3 MELHORES DO MUNDO

Às segundas-feiras, Sérgio Esteves, do FC Porto, Vítor Silva, do SL Benfica, Sérgio Ruivo, do Sporting CP, Francisco Pegado é o árbitro desta partida onde nada, nem ninguém ficará Fora de Jogo.

Todas as segundas-feiras, às 6 da tarde, no Facebook da Camões Radio.

Não fique Fora de Jogo.

entram em campo, fazem remates certeiros e defesas seguras.

As boas sensações da normalidade

ADragão dá prova de vida em exibição sólida, com a assertividade suficiente e sem ofertas ao Arouca. Dois golos marcados e nenhum sofrido. O primeiro ainda numa etapa inicial da qual os dragões saíram a vencer. Quem tenha andado mais desatento à liga portuguesa pode não o saber, mas este cenário não tem sido propriamente normal para o FC Porto. Ontem, em Arouca, os azuis e brancos conseguiram a exibição mais sólida dos últimos tempos, acima de tudo pelo sentido pragmático com bola e o equilíbrio suficiente - sem ofertas ao adversário! - sem ela.

inda que a equipa, com Eustáquio no lugar do lesionado Mora e João Mário desinspirado, tenha começado algo coxa sobre a direita e que a pressão sobre os lobos tenha apresentado mais buracos do que o desejado, o FC Porto permitiu pouco. E tal merece ser valorizado perante um adversário que não tem o mesmo estatuto, mas tem quem saiba tratar a bola. Os dragões arrancaram assertivos, cada um deles a mostrar-se disponível para dar linhas de passe, para ter uma bola que noutros jogos já queimou bastante. Por coincidência ou não, este foi o do regresso de Marcano à competição e, no caso, a uma defesa que clamava, talvez mais do que por alguma experiência extra, por uma cabeça limpa. O penálti convertido

por Samu, logo aos 13’, ajudou o FC Porto a serenar-se, pese embora Jason tenha obrigado Diogo Costa a aplicar-se em dois lances nos quais a alta mobilidade posicional que Vasco Sabra impõe aos seus homens mais ofensivos se fez notar. Com as combinações curtas a saírem, os azuis e brancos poderiam ter feito o 0-2 ainda antes do intervalo - como Nandín poderia ter reduzido não fosse o fora de jogo -, tanto por Samu como por Alan Varela. Depois, a segunda parte, foi outro jogo. Dragões cautelosos; lobos territorialmente dominantes e... adiantados. Tudo normal, dadas as necessidades impostas pelo marcador e o momento do FC Porto, e também o contexto ideal para a equipa resolver o jogo em transição. Fábio Vieira

rebentou a primeira bola na trave (70’), mas a segunda chegou ao destino (77’). Mansilla ainda reduziu, porém o VAR voltaria a intervir.

Sem sustos, sem surpresas nem distrações, o dragão recordou as sensações dos melhores dias, os normais...

POSITIVO Com exceção de um ou outro lance com erros naturais, os dragões não concederam grandes ‘presentes’ ao adversário.

NEGATIVO O posicionamento cauteloso dos laterais do FC Porto no início da construção não ofereceu as melhores saídas de bola.

Record/MS

da Liga

O estudo do CIES Football Observatory refere que o avançado espanhol dos dragões vale 68,6 milhões de euros, depois de ser o jogador que mais valorizou entre setembro e março.

Gil

AFS 15:30

Estoril

18:00 Farense

Benfica 18:00 Nacional

SC Braga 20:30 FC Porto 9 de março

Santa Clara 15:30 Moreirense

Casa Pia

Boavista 20:30 Vitória SC 10 de março

FC Famalicão 20:15

Um estudo do CIES Football Observatory concluiu que Samu, avançado do F. C. Porto, se tornou no jogador mais valioso do Mundo fora das ligas top-5 (Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França).

O avançado do F. C. Porto foi o futebolista cujo valor mais aumentou esta época, passando dos 29,6 milhões de euros em setembro de 2024 para os atuais 68,6 milhões.

O atual valor de mercado de Samu faz dele o jogador mais valioso da liga portuguesa, superando Gyokeres (Sporting), que está avaliado em 67,6 milhões. Tendo apenas em conta os campeonatos que não fazem parte do top-5, o brasileiro Estêvão (Palmeiras) foi o segundo jogador que mais valorizou desde setembro, seguindo-se dois benfiquistas: Álvaro Carreras, cujo valor subiu de 28,4 milhões para 39,1 milhões, e Tomás Araújo, avaliado agora em 36,5 milhões de euros.

JN/MS

PORTISTA SAMU SUPERA GYOKERES O mais valioso
FC Arouca

Cinismo de Borges como nota musical

Num jogo de espelhos, com as duas equipas a partirem de organizações estruturais em 3x4x2x1, o Sporting surgiu com Debast e Felicíssimo na zona central do terreno. Os leões desfizeram o nulo, aos 5 minutos, num excelente livre de lateral de Debast que deparou a entrada aérea de Gonçalo Inácio ao segundo poste, zona muito mal coberta pelo Estoril. Contudo, os minutos pré e pós-golo foram marcados pela postura audaz dos canarinhos, capazes de jogarem no campo todo e de forma associativa, prolongando o tempo dos ataques, só que sem chegarem com qualidade a zona de finalização.

Ao invés, os leões, sem quaisquer pruridos em assumir um posic ionamento médio-baixo em momento defensivo, preocupavam-se em chegar com poucos toques e jogadores ao arco rival. O que assentiu que Trincão e Gyökeres, ambos em três ocasiões, desbaratassem oportunidades claras para dilatar o marcador, desfraldando debilidades do processo defensivo do oponente, salvas por Robles, astuto na resolução de situações de um contra um. Até que, na metamorfose de mais uma transição ofensiva em contragolpe, Debast, após corte de Esgaio, lançou uma desmarcação pungente na profundidade de Gyökeres, que, após sentar Boma e Pedro Álvaro, assinou o 2x0. O que não inibiu que o Estoril, que finalizou a etapa inicial com mais posse, mantivesse a postura proativa, e João Carvalho, após distinta jogada individual, esteve perto de reduzir.

O perfil da partida alterou-se na etapa complementar, até porque o ritmo foi baixando e viram-se pouco as balizas. Os canarinhos não deixaram de querer ter bola no meio-campo ofensivo, envolvendo Guitane e Carvalho nas entrelinhas do corredor central, mas o Sporting, mantendo o posicionamento médio-baixo, mostrou mais coesão a fechar o espaço interior, obrigando o rival a buscar soluções por fora. Sem grande sucesso, diga-se, o que conduziu às entradas de Lacximicant e Marqués.

Já os leões, em momento ofensivo, continuaram a buscar Gyökeres, mas alternaram um jogo mais direto com a atração da pressão média-alta/alta do Estoril para sair de forma mais ligada, não deixando de ser célere. Já com o Sporting em modo gestão, com as entradas de José Silva e de Arreiol, o Estoril reduziu, aos 84 minutos, por Gonçalo Costa, após uma excelsa jogada combinativa entre Holsgrove, Carvalho, Marqués e Orellana, reavivando a incerteza no resultado. Que seria desfeita, ao sexto minuto de compensação, por um penálti de Gyökeres, conquistado na sequência de mais um contragolpe veemente.

POSITIVO Contundência leonina na busca de Gyökeres, através de um jogo mais direto. Estoril, sem medo, acabou o jogo com mais posse e valorizou o espetáculo.

NEGATIVO Opção falhada por colocar Pedro Álvaro a defender Gyökeres no um contra um em espaço aberto. Sporting quis ter pouca bola, foi muito perdulário, e deixou o jogo reabrir aos 84 minutos.

Record/MS

II LIGA

Leirienses impedem durienses de subirem à liderança

jogo chamou a si o domínio, mas foi incapaz de criar situações de perigo.

A União de Leiria impediu o Penafiel de se isolar na liderança da 2.ª Liga, ao vencer na receção à formação duriense por 1-0, em jogo da 24.ª jornada, com um golo de Juan Muñoz.

OPenafiel podia chegar à liderança em caso de vitória, depois do empate do Tondela frente ao Torreense (2-2), mas desperdiçou a oportunidade com uma exibição pálida, quedando-se no terceiro lugar, com 40 pontos, a dois dos beirões e do Alverca.

Em contraponto, a equipa da casa mostrou-se sólida e perigosa, subindo ao sexto lugar após a vitória de hoje.

A União de Leiria entrou melhor e podia ter marcado logo aos 02 minutos, não fosse Manuel Baldé ter travado um remate perigoso de Juan Muñoz.

O avançado espanhol foi uma ameaça para os penafidelenses ao longo do primeiro tempo, assumindo a condução do ataque dos locais e conseguindo ainda o golo que definiu o resultado.

A equipa de Hélder Cristóvão reagiu à pressão e à passagem do quarto de hora de

Pelo contrário, a formação da casa surgia com frequência junto da baliza de Baldé. Aos 23 minutos foi Orphé Obina a colocar à prova o guarda-redes visitante e, aos 35, uma grande jogada de Jordan van der Gaag permitiu um remate de João Resende ao poste.

Em crescendo, a União de Leiria inaugurou o marcador aos 39 minutos: Habib Sylla cruzou da direita, Baldé falhou a interceção e Muñoz rematou para o 1-0.

Antes do intervalo, os leirienses ainda podiam ter elevado a contagem num forte remate de Muñoz e num cabeceamento perigoso de Zé Vítor.

O Penafiel tentou mudar algo com a entrada de Suker ao intervalo e três substituições a 20 minutos do final, mas a equipa continuou com muitas dificuldades na construção e só incomodou Kieszek no período de descontos, num livre de João Silva.

A União de Leiria manteve o controlo e até podia ter voltado a marcar em contra-ataque, mas Jorge Silas preferiu reforçar o meio-campo e suster o esforço final do adversário, confirmando o 1-0 final. Record/MS

II LIGA - CLASSIFICAÇÃO

Igualdade deixa liderança beirã em risco

O Tondela empatou a dois golos na receção ao Torreense, em jogo da 24.ª jornada da Segunda Liga, e ficou em risco de perder a liderança da prova.

Talocha, aos 25 minutos, colocou em vantagem a formação beirã, com o Torreense a empatar de grande penalidade, aos 50', por Balanta e Miro a fazer de imediato o 2-1 para os locais, aos 51', antes de Dany Jean selar o resultado final, aos 90'.

O Tondela, que jogava pressionado pelo triunfo do Alverca sobre o Mafra (2-0), que à condição, deixava os ribatejanos no comando, entrou a todo o gás e, logo aos dois minutos, na sequência de um livre, Talocha surgiu a finalizar ao segundo poste, mas a bola saiu por cima da barra, como no que tiro que fez aos 13'.

Mas, no terceiro remate que fez no jogo, Talocha marcou mesmo, aos 25 minutos, com uma finalização de primeira, sem defesa para Luca Paes.

Sem Tiago Fernandes no banco a orientar a equipa, devido a suspensão, o Torreense sentia muitas dificuldades para travar a di-

24ª JORNADA

GD Chaves 1-2 Benfica B

Académico 0-0 FC Felgueiras

FC Alverca 2-0 CD Mafra

CD Tondela 2-2 Torreense

Portimonense 2-1 Leixões

FC Porto B 0-1 Marítimo

UD Leiria 1-0 FC Penafiel

FC Vizela 5-0 Feirense

Paços Ferreira 0-1 UD Oliveirense

25ª JORNADA (HORA EM PORTUGAL)

7 de março

Feirense 18:00 GD Chaves

8 de março

FC Penafiel 11:00 FC Alverca

FC Felgueiras 14:00 UD Leiria

Torreense 15:30 Paços Ferreira

9 de março

CD Mafra 11:00 FC Porto B

Marítimo 14:00 Académico

UD Oliveirense 15:30 FC Vizela

Benfica B 18:00

10 de março

Leixões 18:00

Portimonense

CD Tondela

nâmica ofensiva dos comandados de Luís Pinto, mas, aos 26 minutos, na única aproximação perigosa no primeiro tempo à área beirã, Ethyan surgiu isolado e foi Bernardo a evitar o empate.

Aos 50 minutos, o Torreense chegou ao empate na marcação de uma grande penalidade apontada por Balanta, a castigar uma mão de Nuno Cunha na área do Tondela, mas, no minuto seguinte, a formação da casa voltou a colocar-se na frente do marcador, numa finalização de Miro, após jogada individual de Moudjatovic.

Aos 59 minutos, Miguel Fonseca apitou para a marca de grande penalidade, considerando que N' Tamon Elie teria cortado a bola com o braço, mas, após revisão do lance pelo VAR, reverteu a decisão.

Leo Silva teve nos pés a possibilidade do empate, aos 83', mas Bernardo voltou a evitar o golo, com uma defesa com o pé. O guarda-redes do Tondela acabaria, porém, por seu batido aos 90', depois de um remate colocado de Dany Jean.

Com este resultado o Tondela continua líder da Segunda Liga, mas agora reparte o topo com o Alverca, ambos com 42 pontos, e à espera do que possa fazer o Penafiel que tem 40, e joga domingo em Leiria. O Torreense tem 36 e está, à condição, no sétimo lugar. Record/MS

Ribatejanos seguem fortes

O Alverca venceu o Mafra por 2-0 na 24.ª jornada da 2.ª Liga, igualando o Tondela na liderança, mas ficando em segundo por diferença de golos. Anthony Carter abriu o marcador aos 21 minutos, e João Lima, de penálti, selou a vitória aos 90’+5. Com este resultado, o Alverca somou a 11.ª vitória na competição, enquanto o Mafra segue na última posição, sem vencer há 10 jogos. Carter, com 13 golos, lidera a lista de marcadores. O Mafra pressionou na segunda parte, com Bryan Rochez e Lucas Gabriel em busca do empate. Rochez esteve perto do golo aos 56’ e 65’, mas João Bravim fez grandes defesas, mantendo o Alverca em vantagem.

O Mafra dominou o segundo tempo e criou várias oportunidades, mas a defesa do Alverca mostrou solidez. O guarda-redes Bravim brilhou novamente ao travar um cabeceamento perigoso de Etim. Nos descontos, João Lima foi derrubado na área por Lucas Gabriel, que viu vermelho direto. O próprio Lima converteu o penálti, garantindo um triunfo suado.

Creditos: DR
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O segundo Benfica-Barcelona parecia caminhar para ser em quase tudo parecido ao que terminou com nove golos em janeiro e vitória blaugrana selada na úl-

tima jogada. Não deixou de ser um bom jogo de Champions, mas seria – também porque ninguém o queria o que o fosse – quase impossível repetir, até na beleza de tantas imperfeições, o que acontecera a 21 de janeiro.

Oreencontro entre dois históricos do continente começou por ser, tal como o primeiro jogo o fora, um choque de estilos. Depois de sobreviver a dois sustos iniciais, o Barcelona reclamou a propriedade da bola e empurrou o Benfica até ao limite da área de Trubin, que no regresso ao onze salvou a equipa com uma tripla defesa ao minuto 12.

Até ao minuto 22, quando Cubarsí foi expulso por rasteirar Pavlidis quando o grego se preparava para ficar isolado perante Szczesny, tinha-se visto um Barça mais competente do que na 1.ª mão e um Benfica com mais dificuldades para lançar transições e aproveitar o risco máximo quase sempre assumido pelo conjunto de Hansi Flick.

Na metade seguinte da primeira parte as águias tiveram mais bola e até fizeram o suficiente para chegar ao intervalo em vantagem, mas não só bateram numa parede polaca que interrompeu a reforma

AÉ uma expressão popularmente utilizada por terras lusitanas e apropriada na perfeição para o espetáculo assistido no Estádio Benito Villamarín: dente por dente, olho por olho entre duas equipas niveladíssimas.

o nível que bem nos habituou nos grandes jogos esta temporada, o Vitória SC arrancou um encorajador empate (2-2) num dos mais míticos recintos do futebol espanhol ao fazer frente a um Betis que possuiu reconhecidamente as melhores individualidades, mas que não foi capaz de refletir todo o favoritismo daí proveniente ao longo do tempo de jogo. Eliminatória em aberto e despique dos bra-

há meses, como as transições perigosas dos catalães deixaram a Luz em permanente estado de sobressalto.

Na segunda parte, o Benfica foi ainda mais competente com bola. Como nunca acontecera na hora que já tinha sido jogada, os encarnados aparentavam estar no controlo absoluto dos acontecimentos. Pelas ocasiões criadas, pela bola retirada aos catalães e até pela competência defensiva. Até que de um mau passe de António Silva nasceu o castigo fatal decretado por Raphinha, que voltaria a decidir, tal como há 40 dias, um Benfica-Barcelona. Faltava meia-hora. Tanto e, ao mesmo tempo, tão pouco tempo para quem, de repente, deixara de estar por culpa própria por cima de um jogo.

A história desta eliminatória termina daqui a menos de uma semana e só depois do jogo no Montjuic se poderá aferir se as águias deixaram escapar uma oportunidade clamorosa para fazer tombar um gigante. Mas, ao intervalo, a sensação que fica é essa, depois de uma noite com uma história diferente, mas que terminou com o mesmo final.

A águia cumpriu bem.

Record/MS

vos para o duelo agendado para o D. Afonso Henriques. Capaz de refrescar meia equipa face ao triunfo contra o Real Madrid, nem por isso Manuel Pellegrini retirou os vários pesos pesados, com Isco e Antony à cabeça. Já Luís Freire surpreendeu com a aposta totalmente renovada no flanco direito, onde Hevertton Santos e Úmaro Embaló se estrearam a titulares na equipa. Se dúvidas houvesse sobre um dos jogos de cartaz destes oitavos de final, elas rapidamente se dissiparam com a qualidade de interpretação de alguns dos seus principais atores. É verdade que os golos ficaram na bagagem durante toda a primeira parte, mas o bloqueio no marcador não resultou, nem de perto nem de longe, num filme entediante. Suportado pelas largos milhares de almas minhotas que, destemidas, fizeram frente ao incansável apoio caseiro, o Vitória SC assumiu as rédeas da partida com uma personalidade assinalável. Perdurava o nulo, mas mantinha-se a indecisão para uma segunda parte na qual não se esperava menos do que o festival dos 45' iniciais. Expetativa gera expetativa! E se não se esperava menos, o que dizer dos primeiros seis minutos? Mais agressivo e proativo, o Betis pegou no jogo como nunca até então e chegou ao golo na primeira aproximação. Desta vez letal, Bakambu atirou a contar no meio da confusão, fazendo explodir pouco mais de 40 mil aficionados afetos aos heliopolitanos. Parecia ser uma reentrada para esquecer do Vitória SC, mas toda essa teoria

caiu por terra no minuto seguinte. Artista dos grandes golos e grandes momentos, João Mendes surgiu com um destemido e indefensável bilhete que só parou no fundo das redes de Vieites. Escusado será dizer: consumava-se a total loucura num dos topos do anfiteatro andaluz. Tudo equilibrado de novo, em boa hora para o Vitória SC, diga-se. Daí em diante, o Betis pautou a tendência ainda que sem ser avassalador e o jogo caminhou para o final nesses moldes. Bakambu viu o poste e Bruno Varela negar-lhe o bis, enquanto os vitorianos conseguiam reagir e incomodar a espaços no último terço.

A sentir alguma quebra na equipa, Luís Freire fez entrar Miguel Maga e Samu à procura do equilíbrio até então verificado. No entanto, à entrada do último quarto de hora a lâmpada do maior génio a pisar o relvado andaluz brotou nova felicidade para os da casa. Ruibal cruzou atrasado para uma zona da área onde não morava ninguém dos minhotos e Isco encontrou as redes de Varela com um remate repleto de classe e de primeira. Só que até ao fim, a abnegação e força trazida de Guimarães não esmoreceu e Nelson Oliveira chocou a a nação verdiblanca. O tiro tão cruzado quanto enrolado beijou mesmo as redes de Vieites e o empate atribuiu a justiça a um clube que tem feito por merecer todas as conquistas europeias que tem alcançado em 2023/24.

LIGA DAS NAÇÕES

Roberto Martínez divulga a 14 de março convocados para jogos com a Dinamarca

O selecionador Roberto Martínez vai divulgar a 14 de março a lista de convocados para o play-off com a Dinamarca, dos quartos de final da Liga das Nações, informou a Federação Portuguesa de Futebol.

Os jogos diante dos dinamarqueses estão agendados para 20 de março, em Copenhaga, e 23, em Lisboa, no estádio José Alvalade.

A seleção das quinas chegou aos quartos de final da competição, depois de ter vencido o grupo A1, com quatro vitórias e dois empates, enquanto a Dinamarca foi segunda classificada no grupo A4,

com duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

Portugal conquistou a primeira edição da Liga das Nações, em 2019, tendo depois falhado a qualificação para a final four em 2020/21 e 2022/23.

Após a convocatória de Martínez também o selecionador Rui Jorge divulgará os convocados da seleção de sub21 para dois jogos de preparação para o Europeu2025.

A equipa de sub-21 recebe a Roménia a 21 de março, em Vila Nova de Famalicão, e visita Inglaterra, em West Bromwich, a 24.

JN/MS

Sábado, 19 de abril | Portas abrem à 1PM Portuguese Cultural Centre of Mississauga

em apoio da Patrocinado por Bife da Páscoa. Entreténs de boca e bife acompanhado de batatas fritas e salada

Bilhetes: 647-835-9334

TAÇA DA LIGA FEMININA

Final entre Benfica e Sporting transmitida em canal aberto

A final da Taça da Liga feminina, entre o Benfica e o Sporting, agendada para domingo (9), às 15h, no Estádio Municipal de Leiria, vai ter transmissão televisiva em canal aberto, informou esta terça-feira a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Numa nota divulgada na sua página oficial, a FPF indica que a sexta edição da prova, que será protagonizada pelos finalistas da temporada passada, volta "a estar em direto na SIC", e será "transmitida ainda, em simultâneo, no Canal 11".

O Benfica, detentor do troféu que já ergueu por quatro vezes em cinco edições,

e o Sporting, ainda à procura da primeira conquista na prova, reeditam a final da última temporada, que as encarnadas venceram por 1-0, no Estádio do Restelo, em Lisboa.

Com quatro títulos em cinco edições (2019/20, 2020/21, 2022/23 e 2023/24), o Benfica tem dominado a Taça da Liga feminina, em que apenas por uma vez, em 2022/23, perdeu a final no desempate por penáltis para o Sporting de Braga (3-2).

O Sporting marca presença pela terceira vez na final da prova, e sempre frente ao Benfica, tendo falhado a conquista do troféu em 2020/21 (2-1) e 2023/24 (1-0). Record/MS

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Roberto Martínez, selecionador de Portugal. Creditos: DR

ANDEBOL

Kiko Costa entre os três candidatos a melhor andebolista jovem do Mundo

Jogador do Sporting, de 20 anos, premiado pelas exibições ao serviço dos leões na Liga Europeia e na Liga dos Campeões da modalidade.

AFederação Internacional de Andebol anunciou, na quarta-feira (5), que o português Kiko Costa está entre os três candidatos a melhor jogador jovem do Mundo.

Para além do jogador do Sporting, de 20 anos, também o guarda-redes croata

Dominik Kuzmanović (Gummersbach) e o alemão Renars Uscins (Hannover) são candidatos à distinção.

Nomeado melhor jovem no último Mundial de andebol (2025), competição que não entra nestas contas, Kiko Costa é indicado devido às exibições pelo Sporting na Liga Europeia da temporada passada e na Liga dos Campeões desta époc.

JN/MS

Luso-angolano Manel Kape está cada vez mais perto do título

A estreia de Manel Kape no octógono de um 'Main Event' do UFC não podia ter corrido muito melhor. O luso-angolano, de 31 anos, bateu Asu Almabayev no terceiro assalto, através de uma sucessão veloz de golpes que até colocou o lutador natural do Cazaquistão a correr, literalmente, pelo ringue antes de ser nocauteado.

Excelente exibição de Kape e um passo muito importante na luta pelo título mundial de peso-mosca da aclamada organização de MMA. São, ao, todo seis vitórias em nove combates no UFC para o 'Starboy', um registo que, embora pareça relativamente subtil, está a surpreender Dana White. Até porque o famoso dirigente do UFC não analisa apenas a sequência de vitórias, mas o espetáculo que cada luta proporciona ao longo dos eventos, de forma a garantir a atenção dos fãs e a manter

o MMA como o desporto mais popular de combate na atualidade.

Voltando ao panorama do título de peso-mosca, estabelecido aos lutadores com o peso entre 48 e 52 kilos, Kape subiu para 6º no ranking da luta pela contenção, mas pode estar prestes a desafiar o brasileiro Alexandre Pantoja pelo título de campeão mundial. Nesse sentido, apesar de ter mais nomes à frente, o triunfo sobre Almabayev no UFC Vegas 103 coloca-o apenas atrás do neozelandês Kai Kara-France nos pedidos de uma luta pelo cinturão de campeão de Pantoja.

Estaremos muito perto de ver história a ser consumada por Manel Kape, que pode tornar-se o primeiro português a vencer um título do UFC, depois de se ter estreado em 'Main Events' da reputada organização neste fim-de-semana.

Record/MS

BASQUETEBOL

Neemias com 8 pontos e 10 ressaltos no triunfo dos Celtics face aos Nuggets

O poste português Neemias Queta ajudou com importantes 8 pontos e 10 ressaltos os campeões Boston Celtics a vencer na receção aos Denver Nuggets por 110-103, na Liga norte-americana de basquetebol (NBA).

Neemias não teve direito a mais do que 16.41 minutos, sendo apenas o oitavo mais utilizado, mas aproveitou bem o tempo, convertendo quatro de cinco lançamentos de campo.

O português também se destacou nas tabelas, com 10 ressaltos (sete defensivos e três ofensivos), apenas menos um do que Jayson Tatum, que atuou 38.17 minutos, e somou ainda uma assistência e quatro faltas. Enquanto esteve em campo, os Celtics, que atuaram desfalcados de Jrue Holiday e do letão Kristaps Porzingis, tiveram um parcial favorável de 11 pontos, sendo o melhor, entre as duas equipas, neste particular.

Jaylen Brown, com 22 pontos, oito assistências e cinco ressaltos, foi o melhor dos Celtics, secundado por Derrick White, com 17 pontos, enquanto Jamal Murray, com 26 pontos, Christian Braun, com 24, e o sérvio Nicola Jokic, com 20 pontos, 14 ressaltos e nove assistências, lideraram os Nuggets.

Os Celtics somam 43 vitórias e 18 derrotas, sendo segundos classificados da Conferência Este, atrás dos Cleveland Cavaliers, já apurados para os playoffs, enquanto os Denver Nuggets são segundos no Oeste, com 39 triunfos e 22 desaires.

Neemias Queta está a cumprir a quarta temporada na NBA, e segunda nos Celtics, ao serviço do qual se sagrou campeão no ano de estreia, em 2023/24, somando 28 jogos na fase regular, com médias de 5,5 pontos, 4,4 ressaltos, 0,8 desarmes de lançamento, 0,7 assistências e 0,5 roubos de bola, em 11,9 minutos.

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Filha de Maradona em lágrimas «A minha mãe tem medo da máfia e diz para eu me calar, mas não consigo»

A pouco mais de uma semana do início do julgamento pela morte de Diego Armando Maradona, Dalma Maradona, filha mais velha do antigo futebolista argentino, veio a público revelar que a sua família tem vindo a ser ameaçada pela máfia.

"A minha mãe está preocupada porque tem medo. Medo da máfia, daqueles que controlam tudo, dos que têm dinheiro e poder. Mas eu não quero saber. Sei quem estou a enfrentar, mas não posso ficar calada. Precisamos que as pessoas saibam a verdade. A minha mãe está sempre a dizer-me: 'Cala-te, não digas nada, tenho medo', mas eu não consigo. Devo isso a ele [ao pai]", assumiu, em lágrimas, em declarações no podcast 'Angel Responde', da Bonde Live. Diego Armando Maradona morreu com 60 anos, a 25 de novembro de 2020, vítima de uma paragem cardiorrespiratória em casa enquanto dormia. Acreditando que se tratou de um erro médico, a família do antigo craque argentino denunciou a equipa que acompanhava a saúde de Maradona por negligência. Uma investigação iniciada em 2021 concluiu que a equipa médica terá agido de forma "imprópria, desproporcionada e imprudente".

O julgamento pela morte de Diego Armando Maradona arranca no próximo dia 11, onde 8 profissionais de saúde, entre os quais o neurocirurgião Leopoldo Luque, estarão sentados no banco dos réus.

Record/MS

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WNBA Serena Williams now part owner of Toronto WNBA expansion franchise

Serena Williams has long been interested in the WNBA, but her decision to join the Toronto Tempo adds another layer of prestige, crossover appeal, and, in some ways, legitimacy to the league’s newest franchise.

Recognized as one of the most famous athletes in the world—and often regarded as the greatest tennis player in history—Williams has become part of the Tempo’s ownership group, led by Larry Tanenbaum’s Kilmer Sports Ventures. Her involvement is a major boost for the franchise, which will begin play in May 2026, bringing global star power to the team’s brand.

While Williams could have partnered with numerous franchises, she specifically chose the Tempo and its leadership group. The 43-year-old retired tennis icon has been vocal about her desire to align with the WNBA for months.

“I think women’s sports are finally getting the attention they’ve always deserved,” Williams told CNN nearly a year ago. “Tennis has had its moment— it’s international, it’s huge, and it’s always going to be there. Now it’s time to elevate other sports, like women’s soccer and basketball. Women excel in so many sports, and they deserve the same platform. Women’s basketball is getting there—it has arrived.”

Williams already holds ownership stakes in Angel City FC (National Women’s Soccer League), the Miami Dolphins (NFL), and the Los Angeles Golf Club (TGL golf league). According to WNBA sources, she had been in discussions with league officials for months, exploring opportunities to get involved. The league played a role in connecting Williams with the Tempo, culminating in Monday’s announcement.

The exact size of Williams’s ownership stake remains undisclosed, but her investment must still be approved by the WNBA’s board of governors—a formality for a league and team that stand to benefit

HOUSE LEAGUE

greatly from her involvement.

For the Tempo, having Williams on board is a chance to be associated with one of the greatest athletes of this generation. While she may not be involved in daily operations, her presence as a public figure and spokesperson can only strengthen the team’s image.

“Serena Williams is an icon, a role model, and a force for change,” Tanenbaum said in a statement. “She has earned her success through hard work, determination, and resilience. She embodies everything the Tempo stand for.”

According to the team, Williams will take an “active role” in future jersey designs and collaborate on unique merchandise. More importantly, her presence aligns the franchise with a globally recognized female athlete.

“She’s the greatest athlete of all time, and her impact on this team and country will be immense,” said Tempo president Teresa Resch. “She has set the standard for women in sports, business, and beyond. Her dedication to creating opportunities for women is inspiring. Announcing this just ahead of International Women’s Day makes it even more special.”

Williams won 73 career titles, including 23 Grand Slam championships, during her time on the WTA Tour.

“This is about more than just basketball—it’s about demonstrating the true value and potential of female athletes,” Williams said. “I’ve always believed women’s sports are a great investment opportunity. I’m thrilled to partner with Larry and all of Canada in building this new WNBA franchise and legacy.”

When asked why she chose the Tempo, Williams responded, “Canada has always held a special place in my heart. I played my first professional match in Quebec City, and I love Toronto—the culture, the food, the people. I won my first Rogers Cup here when I was 19.”

• Boys & girls 4 to 16 [born 2021-2009]

• Season begins mid May to mid September

• Weekly games & season ending tournament

• Included with registration: team jersey, shorts, socks, trophy and soccer ball

To find out the day and location for each age group, our playing days and locations are posted here: sctoronto.ca/outdoor-houseleague

Reno Silva/MS
Tennis legend Serena Williams now owns a stake in the Toronto Tempo, the WNBA’s only franchise in Canada. Photo: Toronto Tempo

Trade deadline highlights communication between GM and coach

Making moves at the Trade Deadline is an entirely different challenge compared to making them during the offseason. In the summer, teams exist mostly on paper. While players come with reputations and past performances, there is no current-season context to measure them against. By the time the Trade Deadline arrives, however, teams have played over half the season, allowing them to clearly identify their strengths, weaknesses, and specific needs relative to their competition.

At this stage, front offices are no longer speculating about what might help their team; they know with certainty. They might conclude, "We need a penalty killer," or "We need a skilled player to complement our second-line center," or "We need a second-pairing defenseman and secondary scoring." The difference between the offseason and the Deadline is the depth of knowledge teams have about their own needs and the broader league landscape.

In some cases, coaches were fortunate to also serve as the general manager. One coach’s most memorable deadline moves

happened when he was coach/GM of a team in the ECHL during the 1999-2000 season. That year, they identified a need for a power-play specialist with experience and presence. The assistant coach — now a pro scout for the Edmonton Oilers—was instrumental in pinpointing the right player for them: Aaron Boh. He was a unique personality, known for his tattoos, earrings, and vibrant hair, and even worked as a DJ at night. Despite his eccentricities, he was a phenomenal talent.

When they made the trade for Boh, a friend immediately called to question the move. "What are you doing? You've got a good thing going there, and this guy could disrupt the chemistry." He acknowledged the risk but believed the team identity was strong enough to integrate him without issue. He wouldn’t have taken that risk in training camp when our identity was still forming, but by the Deadline, he was confident. The gamble paid off—Boh contributed 17 points in 15 regular-season games and 11 points in 15 playoff games. They won the Kelly Cup that year, and he was an absolute pleasure to coach.

Later, when he was coaching in the AHL (2000-05), he experienced the Trade

Deadline from a different angle. The parent club, the St. Louis Blues, was competitive at the NHL level. He’d get calls from GM Larry Pleau telling him they had to send one of our promising young players elsewhere in exchange for a veteran to strengthen their playoff push. When your team is contending, you’re often sacrificing prospects in favor of experienced players who can provide an immediate impact.

Fast forward to his time as a pro scout in the NHL in 2010-11, and he saw another aspect of the process: working under tight salary cap constraints. That season, the GM gave a clear directive: find two impact players who fit within a limited budget. After extensive scouting and internal discussions, thry acquired Chris Higgins from Florida and Maxim Lapierre from Anaheim, just barely staying under the cap. Both players played crucial roles in helping Vancouver reach Game 7 of the Stanley Cup Final. It was a remarkable display of strategic Deadline maneuvering by the GM and the director of pro scouting, who now holds the same position with the Montreal Canadiens.

In the NHL, the Trade Deadline is a nerve-wracking period for everyone in-

volved, from coaches to players to front office staff. General managers spend hours in their offices or on the phone, weighing different trade scenarios. The bigger the trade, the greater the pressure to ensure it works.

One of the most valuable but often overlooked aspects of trades is familiarity. Teams always seek insight into a player’s personality, mindset, and commitment level. Evaluating talent is relatively straightforward, but understanding intangibles—like a player’s competitive spirit, locker room presence, and adaptability— requires significant behind-the-scenes work. If someone on the management team has firsthand experience with the player, the likelihood of making the trade increases. In some cases, familiarity even justifies paying a premium.

A great example is the Florida Panthers’ recent acquisition of defenseman Seth Jones from the Chicago Blackhawks. Panthers GM Bill Zito knew Jones from their time together in the Columbus Blue Jackets organization. That prior relationship gave Zito confidence in how Jones would fit into Florida’s system and locker room, easing the transition and minimizing risk.

Conversely, when acquiring a player without prior familiarity, coaches and management have a host of concerns. How will he mesh with his new teammates? How quickly will he adjust to his new role? Is he in the right mindset to embrace a fresh start? These uncertainties add layers of complexity to the trade process. Teams often make discreet inquiries before finalizing a deal, reaching out to trusted sources who know the player well. Even after the trade, they might call the coach of the player’s former team to gain additional insight.

Once the Trade deadline passes, there’s an immediate shift in focus. Players and staff can finally exhale. Leading up to the Deadline, speculation runs rampant, and everyone wonders how their team might change. The moment the 3 p.m. deadline hits, teams regroup with a sense of finality. The roster is set, and it’s time to push forward with the group they have. The next time the players walk into the locker room, the message is clear: "This is our team. Let’s go after it."

Reno Silva/MS

Are the Blue Jays struggling to attract top free agents?

Despite perceptions that attracting elite free agents to Toronto is challenging, recent signings suggest otherwise. Manager John Schneider points to acquisitions like Kevin Gausman, Chris Bassitt, Jeff Hoffman, and Anthony Santander as evidence of the team's appeal.

Kevin Gausman, who signed a fiveyear, $110 million contract in 2022, has delivered strong performances, finishing in the top 10 of Cy Young voting

twice. He appreciates the organization's commitment to pursuing top talent, stating, "I'd rather be in an organization that's trying to sign big names than one that isn't even in the mix."

Anthony Santander, secured on a fiveyear, $92.5 million deal in 2024, led all free agents with 44 home runs last season. He was drawn to Toronto's winning culture, noting, "They've won a lot of games, they have great staff, and the facilities are top-tier."

Jeff Hoffman returned to the Blue Jays in 2025 on a three-year, $33 million contract. He is optimistic about the team's direction, saying, "They won't keep finishing second. Word is going to get out."

The Blue Jays also added veteran pitcher Max Scherzer on a one-year, $15.5 million contract in January 2025. Scherzer, an eight-time All-Star and three-time Cy Young Award winner, brings experience and leadership to the rotation.

Looking ahead, the team faces pivotal decisions with stars Vladimir Guerrero Jr. and Bo Bichette approaching free agency. Guerrero's potential contract is a significant consideration, especially in light of recent market trends.

The Blue Jays' performance this season could influence these negotiations and shape the franchise's future. As Hoffman emphasized, "We have to win. That's all that matters. Winning changes everything."

Reno Silva/MS

Seth Jones.
Photo: NHL

Report highlights scale of Ontario mineral exports as tariffs threaten trade relation

As the U.S. imposes tariffs on all Canadian goods, a new report is highlighting just how much Ontario’s mining sector exports to the country.

The report from the Ontario Mining Association and the provincial government shows the industry exported $42 billion in minerals to the U.S. in 2023, making up about two-thirds of the $64 billion in global mineral exports from Ontario that year.

The scale of the sector means it made up a quarter of all goods exports from the province in 2023, while the report finds the sector contributed almost $24 billion to Ontario’s GDP, or three per cent of the province’s total.

Ontario Mining Association president Priya Tandon says the numbers show the importance of the industry, while she also called for more focused efforts to help it grow. She says mining should be a strategic priority for the province, especially in areas like critical minerals as trade tensions

rise. Tandon says the U.S. depends heavily on mineral imports from Canada, including for critical minerals.

The report says 57 per cent of Ontario’s critical minerals exports, including platinum group metals, nickel, copper and uranium, went to the U.S. in 2023.

“The U.S. depends so highly on Ontario in particular when it comes to nickel and copper, so there’s much that can be done there with the U.S. to strengthen us at home.” The U.S. only has a single nickel mine, in Michigan, and production is exported to Canada and elsewhere for smelting. The U.S. mine produced 8,000 tons of nickel concentrate last year, while the U.S. imported 100,000 tons, with 46 per cent coming from Canada according to the U.S. Geological Survey.

Ontario Premier Doug Ford on March 3 threatened to cut off nickel exports to the U.S. as part of retaliatory measures

While the U.S. relies on Canadian imports, the industry in Ontario is also going to face cost pressures from the tariffs and

retaliatory measures, said Tandon.

“Because the sector is so deeply integrated with the U.S., that means input costs are going to go up. That means, you know, tools, equipment, things like ventilation on demand, specific technologies, the cost of all the material inputs into that, are going to go up.”

The trade tension shows the importance of diversifying Canada’s trade partners, not just to substitute the U.S. but add to relations. The tariffs will also mean it will be more challenging to compete for investment, making government supports more important, said Tandon.

“It’s definitely going to be tough, especially because many of our companies are competing for investment globally. They’re global companies, they have projects all around the world, and internally they compete for that global investment,” she said.

“So there’s many aspects I think we need to do in Ontario to strengthen the sector.”

DCN/MS

PWC-NY survey raises awareness of advantages for women in construction

A recent survey conducted by the New York chapter of Professional Women in Construction (PWC-NY) shows women employed in construction find many benefits to working in the industry and suggests ways to break down barriers.

According to the U.S. Bureau of Labor Statistics, 46.9 per cent of women are employed in the total workforce, but women represent only 10.8 per cent of workers in construction.

“Women are grossly underrepresented, in spite of the fact that it has one of the lowest gender pay gaps with women earning 95 per cent of their male counterparts (compared to an average of 81 per cent gender gap for all industries) and the salary of a female construction manager averaging $97,180 annually,” a release reads. PWC-NY conducted the survey of its members to help determine the reasons for this disparity and to seek suggestions for filling the void of female workers in the sector.

Women noted they attained job satisfaction contributing to the development of a building from start to finish; took pride in a tangible result that required problem-solving and creativity; enjoyed having the opportunity to grow; and the gratification of being a trailblazer for other women. “Today there are only 1.3 million women employed in the construction industry, despite its being ranked as the number one paying industry for women,” Regina Rivera, PWC-NY executive director explained in a statement.

The main barrier, the survey revealed, is the lack of awareness of the professional jobs in the field, suggesting education might be key to allowing women to see the opportunities. It was suggested seminars and job fairs that tailor to skills inherent in women, such as communication, detail focus and organization, as well as highlight the work-life-balance possibilities in construction would be a good strategy. Professional Women in Construction is a non-profit organization that supports and connects women in the fields of architecture, engineering, construction and related industries. New York is the founding chapter of PWC, established in 1980 by eight women who banded together to support each other in advancing their careers and businesses, states the release.

Photo: Copiright

A bem da nossa segurança alimentar

Provavelmente já todos passámos por isso: tiramos o leite do frigorífico e apercebemo-nos que já passou dois dias da data de validade. Após uma inspeção mais aprofundada, o leite parece e cheira bem, mas o instinto diz-lhe que é melhor deitá-lo fora do que arriscar ficar doente. Embora as datas de validade nos ajudem a mantermo-nos seguros, é difícil não nos questionarmos se um ou mesmo três dias após a data de validade fazem realmente alguma diferença.

Averdade é que as datas de validade dependem em grande medida do tipo de alimento e da sua composição química. De facto, alguns alimentos podem começar a estragar-se, mas não são necessariamente inseguros para comer. No entanto, alguns alimentos podem criar agentes patogénicos que podem ser perigosos para o consumo. Isto é especialmente verdadeiro para os produtos de origem animal, como os lacticínios e a carne. Decifrar o significado exato de cada tipo de rótulo

ou data pode ser confuso, especialmente se tiver como prioridade reduzir o desperdício de alimentos e não quiser deitar algo fora a não ser que seja mesmo necessário. Para vos ajudar vamos explicar os termos mais comuns.

Data de validade

Uma data de validade pode ser um termo um pouco nebuloso e é frequentemente confundida com o “melhor antes de”. Em geral, uma data de validade é o momento a partir do qual se considera que um alimento já não é seguro consumir para evitar doenças. Isto é especialmente verdade para os alimentos que se deterioram muito rapidamente, como o leite e outros produtos lácteos, que normalmente mudam de textura e libertam um cheiro e sabor a podre quando se estragam.

Noutros alimentos, como a fruta, os legumes e o pão, pode ver-se a formação de bolor à superfície. Os ovos podem ser um pouco mais difíceis de determinar quando

expiraram, mas pode conservá-los até cerca de três semanas após a data de validade se forem armazenados corretamente.

Prazo para venda

De acordo com Quoc Le, este é o último dia em que um supermercado ou mercearia pode manter o artigo nas prateleiras, tal como determinado pelo fabricante do alimento. Isto aplica-se especialmente a artigos altamente perecíveis como o leite, a carne e as aves, que se estragam rapidamente, quando não são armazenados corretamente. Dito isto, alguns alimentos ainda são seguros para consumo após o prazo para venda. Após essa data, terá algum tempo para os guardar em casa em segurança, normalmente entre alguns dias e uma semana, antes de se estragarem.

Melhor antes de...

Este rótulo aplica-se ao sabor e à qualidade dos alimentos, e não à segurança alimentar. É a data em que o fabricante reco-

menda o consumo do produto para obter o melhor sabor e textura. Após esta data, os alimentos podem tornar-se obsoletos e menos apetitosos. Isto não significa que não os deva comer, mas que podem não ser tão saborosos como quando estava no seu auge ou que pode ser melhor redirecioná-los. Um exemplo disto é utilizar pão velho para fazer pão ralado.

Data de congelação

Talvez o mais simples de todos os rótulos, esta é a data em que se deve congelar um alimento para evitar que se deteriore rapidamente. Isto aplica-se frequentemente à carne e às aves de capoeira, que duram apenas entre alguns dias a uma semana no frigorífico, mas vários meses e até um ano no congelador. O congelamento faz uma enorme diferença para manter os alimentos seguros para consumo, porque a 0 graus Fahrenheit, os micróbios são inibidos de crescer.

Nutrição & Bem-Estar com Ana Lucas Rebelo nutricionista

LUTO

Morreu o marido da cantora Dolly Parton. Estavam casados há 60 anos. Foi a artista country quem anunciou a morte de Carl Dean, de 82 anos, nas suas redes sociais, prestando um emotivo tributo ao seu companheiro de longa data. “Carl e eu passámos muitos anos maravilhosos juntos. Não há palavras que façam justiça ao amor que partilhámos durante mais de 60 anos. Obrigado pelas vossas orações e simpatia.” Não foi avançada a causa para o óbito do empresário, que terá ocorrido em Nashville, e o funeral será privado, reservado apenas à família mais próxima.

CANSADA

Fernanda Torres só tem um desejo: descansar. Após a vitória do filme “Ainda estou aqui” nos Óscares, a atriz brincou: "Eu quero ir para uma casa de praia, com rede, e fazer um programa de culinária". Na conversa, Selton Mello até brincou dizendo que o elenco continuaria a divulgar o filme, mas a atriz respondeu em tom de brincadeira: "eu não consigo mais usar maquiagem"… Fernanda Torres, atriz de 59 anos, que foi convidada para desfilar no Carnaval do Rio agradeceu, mas declinou o convite.

DOENTE

DR

TRABALHO E FAMÍLIA

Mais magra, com menos 15 quilos, e mais confiante. A atriz Alexandra Lencastre, de 59 anos, que integra o elenco da novela A Protegida, contou como está a decorrer o processo de emagrecimento que iniciou no final do ano passado. “Acho que cheguei a um valor razoável. Já não pode ser mais. Finalmente fiz uma compensação hormonal, que não tinha feito na menopausa, e sinto-me muito melhor. Percebi que havia uma série de coisas que não estavam bem em mim e tratei. Tenho feito também uma dieta rigorosa, cortei os doces, porque estava a começar a ficar com diabetes. Estava também a fazer uma enorme retenção de líquidos, não era só gordura e com esta terapêutica desinchei.” Alexandra alertou, ainda, para a necessidade de todas as mulheres cuidarem da sua saúde, sobretudo na menopausa. “Posso dizer que mudei o meu estilo de vida. Melhorei muito e acho que estou no bom caminho. Aconselho toda a gente nesta fase a procurar ajuda médica. Sinto-me muito melhor. Até as dores nas articulações desapareceram. Antes de pensar em emagrecer, é importante fazer análises e perceber como se pode chegar lá. Eu só agora é que fiz isso.” Embora se encontre a gravar todos os dias, a artista mantém-se como cuidadora dos pais, Jacinto Teodósio Pedrosa e Gisa Alencastre Telo, esta doente de Alzheimer, que vivem com ela. “Tenho de me dividir numa série de Alexandras, mas é bom sentir que ainda consigo e vou continuar a lutar para estarmos todos bem. Não prescindo de trabalhar nem prescindo da minha família. É muito difícil, mas vamos sempre descobrindo novas formas de estimular.”

Após anunciados todos os convidados que subiriam a palco para entregar um dos Óscares da noite, Harrison Ford cancelou a sua presença na 97.ª gala dos célebres prémios de cinema de Hollywood. Um dos representantes do ator, de 82 anos, informou que a estrela da 7.ª Arte não iria comparecer por um problema de saúde, alegadamente por ter desenvolvido herpes zoster, uma doença habitualmente “conhecida por zona, gerada pela reativação do vírus da varicela”, provocando erupções cutâneas.

Foi em julho de 2023 que Catarina Furtado e João Reis anunciaram publicamente a sua separação. Mas a apresentadora poderá estar a viver um novo romance. Após confidenciar no programa de Tânia Ribas de Oliveira que tem “um amor”, opta por não alimentar o assunto. Em conversa com a CARAS, adianta: “Não há nada para esclarecer. O meu coração bate. Estou viva.”. Catarina Furtado foi uma vez mais distinguida na cerimónia anual do Prémio Cinco Estrelas, onde tornou a receber o troféu na categoria Solidariedade, pelo seu trabalho de 25 anos como embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População e 13 anos no papel de presidente da Associação Corações com Coroa (que conta atualmente com 49 bolseiras). “Nos tempos que correm, um prémio de solidariedade significa estar atento aos retrocessos, não encolher os ombros e não dizer que não tem nada a ver connosco. Tem, sim! Há direitos que estão em causa, há uma indiferença geral, valores a perderem-se. A liberdade, que é o nosso maior valor, está a ser posta em causa. Até ao final da minha vida, aquilo que posso garantir é que nunca baixarei os braços”, afirma a apresentadora da estação pública, de 52 anos. Todos os dias encontra na família o seu porto seguro: “Os meus filhos são o mais importante da minha vida, aliado à prática diária de estar atenta aos outros. Apesar de tudo o que é tão triste, a solidariedade faz-me bem.”

COM AMOR

Depois de ter decidido adiar a exibição devido aos incêndios que consumiram parte de Los Angeles, a mulher do príncipe Harry estreou, por fim, a série Com Amor, Meghan, na Netflix, que conta com oito epsiódios durante os quais a duquesa de Sussex se apresenta como a dona de casa e anfitriã perfeita. Em cada epsiódio, Meghan, que era atriz antes de ter ficado noiva do filho de Carlos III, insiste que a comida e os pormenores são a “linguagem do amor” e lança-se numa sucessão de dicas, receitas e segredos para fazer velas de cera de abelha, marmelada, sais de banho, receitas de massa, lanches saudáveis e coloridos, chás para alergias, bolos, truques para embrulhar presentes, centros de mesa com flores, churrascos e por aí fora, numa lista quase infindável de recursos para manter o lar o mais harmonioso possível. Chegam também convidados ilustres para a ajudar nas suas tarefas. Também se refere aos empregos que teve antes de se tornar atriz. Conta como trabalhou a embrulhar presentes, quando foi estagiária na embaixada argentina ou trabalhou numa gelataria, quando se mudou para o Canadá para trabalhar na série Suits, que foi o primeiro emprego que lhe permitiu viver da representação e o que tinha quando conheceu Harry. Uma face da duquesa que até agora era desconhecida ou um regresso às origens, depois de ter feito parte dos membros séniores da família real britânica, com a qual se incompatibilizou após a decisão de afastamento e abandono de Inglaterra.

Credito: DR
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artesonora

Diogo

Piçarra,

Fernando Daniel,

Carolina Deslandes, Toy e Marco Rodrigues nomeados para os IPMA 2025

Abril vai trazer música, talento e prémios. É no dia 12 deste mês que se vai realizar a cerimónia dos Internacional Portuguese Music Awards (IPMA), em Providence - Estados Unidos- uma gala que premeia os melhores artistas da música lusófona. Entre os nomeados desta 13.ª edição, brilham nomes bem conhecidos do público português: Diogo Piçarra e Carolina Deslandes concorrem na categoria de Pop, enquanto Toy está na corrida à vitória na categoria de Música Popular; já Marco Rodrigues leva o Fado além-fronteiras, disputando o prémio com outros fadistas nacionais. A nomeação destes artistas representa não apenas um reconhecimento do seu talento, mas também uma prova da projeção da música portuguesa a nível internacional.

Os IPMA têm sido, ao longo dos anos, um palco de destaque para artistas lusófonos, permitindo-lhes ganhar visibilidade em países com comunidades emigrantes expressivas, como é o caso dos Estados Unidos e do Canadá. A competição não se fica por aqui. Ao todo, há 11 categorias e candidatos vindos de sete países: Portugal, Estados Unidos, Canadá, Angola,

França, Países Baixos e Reino Unido. Fado, Rock, RAP/Hip-Hop/Dança, Canção do Ano e Videoclipe do Ano são apenas algumas das áreas em disputa. Diogo Piçarra está duplamente nomeado, desta vez com "Amor de Ferro" (feat. Pedro Abrunhosa), realizado por André Tentugal. Na mesma categoria concorrem Fernando Daniel, TY Falcoa e The Blues Emergency.

A Canção do Ano é sempre uma das categorias mais aguardadas, e este ano os portugueses voltam a dominar, com os The Black Mamba, Milhanas, Sara Correia (com Gloria Groove) e Ana Bacalhau (com Cláudia Pascoal). Estes nomes representam uma mistura de sonoridades e estilos, que vão do pop à música tradicional, do fado à inovação contemporânea, mostrando a riqueza da música feita em língua portuguesa. A gala promete música de qualidade e grandes atuações, com nomes como Fernando Daniel, João Pedro Pais, Augusto Canário, Cremilda Medina, Tito Paris e muitos outros a subirem ao palco. Além dos prémios, os IPMA distinguem-se por proporcionar um espetáculo vibrante, onde os artistas têm a oportunidade de apresentar o seu talento para um público internacional; eles celebram o que de melhor se faz na música de expressão portuguesa pelo mun-

do. Desde a sua criação, em 2013, os prémios têm sido um ponto de encontro para artistas emergentes e consagrados, criando uma plataforma de divulgação e reconhecimento para aqueles que levam a música lusófona além-fronteiras.

A iniciativa é especialmente importante para a comunidade emigrante, que vê nestes prémios uma forma de manter viva a ligação à cultura portuguesa. Nos Estados Unidos e no Canadá, onde residem milhares de luso-descendentes, os IPMA têm conquistado um lugar de destaque, funcionando como um elo de união entre as diferentes gerações da comunidade portuguesa. A diversidade de categorias e a inclusão de artistas de diferentes partes do mundo refletem a expansão e influência da música em português. A cada edição, os IPMA vão conquistando maior notoriedade, atraindo a atenção de mídias internacionais e reforçando o estatuto da música portuguesa no panorama global. Com a aproximação da cerimónia, cresce a expectativa em torno dos vencedores. O que é certo é que, independentemente dos resultados, a presença de artistas portugueses entre os nomeados já é uma vitória para a música nacional. Estes prémios são um reconhecimento do trabalho de muitos profissionais da indús-

tria musical, desde os artistas aos produtores, dos compositores aos realizadores dos vídeos. A música portuguesa tem vindo a crescer no cenário internacional, refletindo não apenas a criatividade dos artistas, mas também o esforço coletivo de todos os envolvidos na criação e produção dos seus trabalhos.

A competição promete ser renhida nas diversas categorias e gêneros musicais, desde o fado, o pop, o rock, a música eletrónica, a versatilidade e a riqueza da cena musical portuguesa. Quem levará a melhor este ano? A resposta chega em abril, mas o nervosismo e a antecipação já começam a crescer à medida que a data da cerimónia se aproxima. Mas, como é habitual em prêmios de grande prestígio, a surpresa pode estar à espreita, e um novo talento pode acabar por brilhar inesperadamente. Até lá, o nervosismo leva o prémio, com os artistas em preparações, esperando ansiosamente pelo momento de ver o seu trabalho reconhecido. Para todos os envolvidos, os IPMA não são apenas uma celebração da música portuguesa, mas também uma verdadeira afirmação do esforço e da paixão que caracterizam a indústria musical.

Palavras cruzadas Sudoku

O objetivo do jogo é a colocação de números de 1 a 9 em cada um dos quadrados vazios numa grade de 9×9, constituída por 3×3 subgrades chamadas regiões. O quebra-cabeça contém algumas pistas iniciais. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo.

1. Trocar palavras, ideias (com alguém), sobre qualquer assunto

2. Representar por meio de caracteres ou escrita

3. Não aprovar; recusar algo

4. Fazer perder a casca ou qualquer outro revestimento que envolva algum objeto

5. Vingar uma agressão com outra maior, mais violenta; responder

6. Sustentar-se ou mover-se no ar por meio de asas ou algum meio mecânico

7. Transportar, levar (alguém ou algo) em direção ao lugar onde está quem fala ou de quem se fala

8. Provocar alguém amorosamente, de-

Jogo das 10 diferenças

monstrar interesse amoroso por; azarar

9. Exprimir por meio de palavras

10. Fazer trepidar ou trepidar; fazer estremecer ou estremecer; tremer

11. Entregar em troca; permutar

12. Causar dano, prejuízo, apodrecimento em, ou ficar em mau estado, danificado, quebrado

13. Transferir (bem ou mercadoria) para outrem em troca de dinheiro

14. Ocupar o espaço de; ser o conteúdo de; tornar(-se) cheio

15. Perceber (som, palavra) pelo sentido da audição

V Z W F A C C F V Y L Z L D S

A M C Z N O H N I M A C J Y E

D K D N R S I M P A C T O V C

E O E A I L A N O I C A N K O

S N B X T H W Y W B T Y U X M

I I G H E I N T E R E S S E U

G N T C P M U L L A C E A P N

U I N Y M J P B O H M M T S I

A M R H O X F L S B A D Y P C

L E B G C C N D O R E J F U A

D F A M Z O N A G A Y T G Q R

A R K R A R Q O A M T T U X A

D B B R G V R Z P G S H E F F

E Q G G T P M U N D I A L Q S

O T A N O E P M A C M E I O S

COMPETIR

EXEMPLO

CAMPEONATO IMPACTO CAMINHO JOGAR

FUTEBOL MUNDIAL INTERESSE PROGRAMA MEIOS NACIONAL COMUNICAR FEMININO

DESIGUALDADE

Ingredientes

• 500 gramas de feijão branco

• 350 gramas de bacon

• 1 chouriço português

• 1 farinheira

• 1 cebola

• 1 folha de louro

• 50 ml de vinho branco

• Sal e pimenta a gosto

• Azeite

• 1 cenoura cortada em cubos

• 1/2 nabo

• 1/4 de couve cortada em juliana

• Água

Modo de preparação

Cortar o bacon em pedaços pequenos, o chouriço em cubos pequenos, retirar a pele da farinheira. Reservar.

Num tacho, aquecer o azeite e refogar as cebolas at ficarem translucidas. Adicionar a folha de louro e o bacon, deixar dourar um pouco. Em seguida, adicionar o chouriço, o vinho branco e temperar com sal e pimenta. Adicionar a cenoura e o nabo cortados aos cubos e couve cortada em juliana. Colocar agua suficiente para cobrir os ingredientes e deixar cozinhar durante 20 minutos.

Depois adicionar a farinheira desfeita e deixar cozinhar durante 10 minutos. No final adicionar o feijão branco, rectificar os temperos e deixar cozinhar durante mais 10 minutos. Servir a feijoada com arroz branco. Pode servir e deliciar-se!

Culinária por Rosa Bandeira
Caça palavras

OLHAR COM OLHOS DE VER

Mr. Atrium. Créditos: Paulo Perdiz
Pet. Créditos: Sean Dadson
Home sweet home. Créditos: Fa Azevedo
Underground. Créditos: Tim Wilson

CARNEIRO 21/03 A 20/04

Tente ter um pouco mais de controlo naquilo que diz e que faz e se possível afaste-se por uns tempos para não dar hipóteses a discussões que não levam a nada. Volte-se mais para si próprio, aproveite para meditar, carregue baterias e verá mais facilmente uma luz no fundo do túnel.

TOURO 21/04 A 20/05

Poderá sentir que não atingiu em pleno os resultados em relação a um objetivo a que se propôs. Contudo, é possível que as circunstâncias não o tenham ajudado e que, como tal, o resultado não tenha dependido apenas do seu esforço e do seu empenho. Tente aceitar esse facto e verá que se sentirá mais tranquilo.

GÉMEOS 21/05 A 20/06

A sua capacidade de empenho e a sua ambição estão concentradas em melhorar a sua situação financeira. Pode, como tal, obter os lucros e a segurança monetária que pretende. Contudo, não é a altura para fazer despesas de um modo impulsivo. Do mesmo modo, os investimentos deverão ser ponderados e prudentes.

CARANGUEJO 21/06 A 20/07

Este é um bom momento para trabalhar planeando cuidadosamente uma ideia. Nestes dias consegue transmitir com maior facilidade o que tem em mente devido a estar mais seguro e exato na forma de se expressar. Esta poderá ser uma boa altura para melhorar a sua imagem social e profissional.

LEÃO 22/07 A 22/08

É um período no qual poderá aprender mais sobre si próprio através da relação com os outros ou de uma relação amorosa. Poderá precisar de conselhos ou da colaboração de outras pessoas para a concretização dos seus planos. Pode também dar-se o caso de haver pessoas que necessitem do seu apoio num momento difícil.

VIRGEM 23/08 A 22/09

Aproveite estes dias para mudar a sua rotina quotidiana e para desenvolver novas atividades. Intuição e novas ideias vão ajudá-lo a atingir mais facilmente os seus objetivos. Nesta altura a sua relação com os outros tanto a nível de trabalho como de amizade é benéfica para si. Faça exercício físico para se descontrair.

BALANÇA 23/09 A 22/10

Durante este trânsito poderá sentir que tem de trabalhar mais do que o usual de modo a satisfazer as necessidades dos outros ou simplesmente para equilibrar as suas finanças. A subalternidade poder-lhe-á ser especialmente pesada. Tente ver esta fase como uma oportunidade de aprendizagem e de amadurecimento.

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

Durante a passagem de Vénus pela Casa VI, todas as atividades que envolvam vendas ou relações-públicas estão favorecidas. Conseguirá facilmente associar as relações humanas a métodos de eficiência. Não é a altura mais indicada para fazer novos planos, antes para se ocupar das suas necessidades mais imediatas.

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

Nesta semana poderá sentir o desejo de se afastar mais da sua vida social e partilhar, em família, momentos mais íntimos e tranquilos. O seu mundo interior, ocuparão parte da sua atenção. Talvez seja a altura indicada para escutar com mais interesse os desabafos de alguém que lhe é chegado ou partilhar com esse alguém as suas preocupações.

CAPRICÓRNIO 22/12 a 20/01

A casa e o ambiente doméstico serão agora olhados como um refúgio apetecível ao longo deste período de introversão, durante o qual procurará recuperar das solicitações. Poderá aproveitar este momento mais retirado para analisar aspetos da vida doméstica, e dar mais atenção a assuntos relativos à família.do mundo exterior.

AQUÁRIO 21/01 A 19/02

Esta é uma fase em que sentirá uma enorme vontade de comunicar, de expor as suas ideias e de aprender com a experiência dos outros, o que poderá fazer através das novas tecnologias. Aproveite para contactar com os seus parentes e os seus amigos. A troca de informação e a aquisição de conhecimentos será enriquecedora.

PEIXES 20/02 A 20/03

Preste agora mais atenção às suas posses, dinheiro e bens materiais. Fase positiva para uniões ou associações que de algum modo beneficiem a sua vida financeira. Pode também obter ganhos provenientes de aspetos ligados à arte, assuntos jurídicos ou artigos de luxo. No amor, que tal oferecer um presente a quem ama?

Soluções

Classificados

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Precisa-se de senhora, que fale português, para morar, ajudar e fazer companhia a senhora idosa. Zona de Mississauga. Ligar para: Luisa 905-568-2486 ou 416-873-7486.

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Cabeleireira licenciada Manuela - está disponível para realizar serviço ao domicílio. com 20 anos de experiência. Fala português. Atende pessoas idosas, crianças, homens e mulheres. Especializada em corte, cor e madeixas. Área de Toronto. Contacte para todas as necessidades com o cabelo: (647) 761-9155

Agenda comunitária

Casa do Alentejo

Dia Internacional da Mulher

1130 Dupont St. Toronto, Março 8, 1 pm

Venha a Casa do Alentejo Toronto e saboreie as nossas sopas, pois estamos também a realizar o Festival das Sopas. Teremos ainda um desfile de moda. Resevas e informações (416) 537-7766

Associação Migrante de Barcelos 6º Festival de Marisco

7050 Bramalea Rd. Mississauga - 22 Março - 6 pm

Festival de Mariscos. Reservas e informações (647) 949-1390

Associação Cultural do Minho Convívio Arcuense

1263 Wilson Ave, Toronto - Mar 22 - 6pm

Realização para angariação de fundos para os Bombeiros Voluntários e Idosos de Arcos de Valdevez. Muitas surpresas no decorrer do evento. Presença do presidente da câmara de Arcos de Valdevez o Sr. João Manuel Esteves, representante dos bombeiros, representantes da Rádio Valdevez. Animação a cargo de Delfim Junior e imπerio Show e mais o Duo Daniel e Tania. Reservas (416) 805-1416

Associação Cultural do Minho Páscoa

1263 Wilson Ave, Toronto - Mar 22 - 6pm

Tradicional almoço de cabrito, além dos ranchos e Bombos da ACMT. Se doar alimentos não perecíveis, terá $5 de desconto nos bilhetes. Reservas (416) 805-1416

Associação Cultural do Minho

Algarve, Praia da Rocha - Aluga-se apartamento para férias até 6 pessoas com internet, piscina, garagem, terraço e vista para o mar a passos da praia. Para mais informações contactar 647-636-4152

Basement privado para alugar - Perto de escola pública e católica. Com 3 quartos, sala, cozinha e lavandaria. Área da Wilson e Dufferin. Contactar 416-659-4555

Apartamento no 1º andar para alugar área da Rogers e Caledonia. Com 2 quartos ,1 casa de banho, cozinha, sala comum, la vandaria. Todas as contas incluídas, com internet. Se precisar pode ter camas, so fás, e mesas Está disponível a partir de 1 de março. Contatar 647-829-1039.

Contentor para Castelo de Neiva, Viana do Castelo. Carrega dia 26 e 27 de Abril. Local de carregamento, perto da área da Keele e Eglinton. Contactar 647-515-0391 ou 416997-1268

Mais próximo. Mais dinâmico.Mais atual. O mesmo de sempre, mas melhor!

Northern Portugal Cultural Centre

Festa do Sócio

1263 Wilson Ave, Toronto - Mar 29 5:30pm

Mark your calendars for March 29th and come enjoy a delicious dinner featuring our mouthwatering Carne Alentejana, fresh salad, and delightful potluck desserts (bring your favourite sweet treat to share)!

Don't miss our live Folclore Performance!

Members: FREE, Non-members (18+): $30, Teens (12-17): $20, Kids (7-11): $15. RSVP by March 25, 2025, to melannie@northernportugal.org or call 905-576-2474.

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