Cr 28 marco 2014

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CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 28 DE MARÇO DE 2014

Opinião António Filipe Deputado do PCP eleito por Santarém

Correio do Parlamento

Um país sem pessoas? Num debate recente, o líder parlamentar do PSD sintetizou involuntariamente uma das mais graves acusações que se pode fazer ao Governo: “o país está melhor mas os portugueses estão pior”. A intenção de Luís Montenegro seria elogiar o Governo, ao dizer que o país está melhor. Porém, incapaz de ocultar as profundas consequências nefastas da política do Governo no dia a dia da esmagadora maioria dos portugueses, sentiu-se obrigado a conceder que “os portugueses estão pior”. Esta frase é muito reveladora do pensamento do PSD e do seu Governo sobre o país. O Governo quer atingir determinados objetivos macroeconómicos impostos pela troika e pelos grandes interesses económicos e financeiros, e a isso se resume o país. As consequências devastadoras dessa política para a maioria dos portugueses não conta para nada. O Governo e o PSD só pensam nos “mercados financeiros”. Os portugueses não contam. Desde que os banqueiros e os detentores dos grandes interesses económicos tenham as suas reivindicações satisfeitas, aumentem as suas margens de lucro e possam especular à vontade com a dívida soberana portuguesa, para o PSD (e para o CDS) o país está melhor. Agora, que a maioria dos portugueses vejam os seus rendimentos reduzidos por cortes brutais de salários e pensões, que centenas de milhares de portugueses sejam lançados na miséria, que sejam destruídas centenas de milhares de postos de trabalho, que os jovens tenham de emigrar ou sejam expulsos do sistema de ensino por falta de condições económicas, isso não interessa ao PSD. As consequências comprovadas das chamadas políticas de austeridade, que mais não são que políticas de concentração da riqueza e de aumento da exploração, revelam que os ricos estão cada vez mais ricos e que os pobres são cada vez mais pobres. Para o PSD e o CDS o país está melhor se os ricos estiverem melhor. Os mais pobres, os trabalhadores, os reformados, os desempregados, os jovens, esses não contam. Estão pior, mas isso não tira o sono aos governantes e a quem os apoia.

Nuno Serra vence eleições para a Distrital do PSD

O deputado Nuno Serra venceu, sábado, as eleições para a presidência da distrital de Santarém do PSD, derrotando Isaura Morais que se recandidatava ao cargo. Nuno Serra conquistou 840 votos, contra os 663 de Isaura Morais, tendo sido expressiva a vitória nas concelhias com mais militantes social-democratas, como foi o caso de Santarém, onde obteve 265 votos contra 155, de Ourém (155 contra 119) e de Tomar (96 contra 21), tendo Isaura Morais vencido por esmagadora maioria na sua concelhia, Rio Maior (92 contra 4). Para Nuno Serra, esta vitória foi “demonstrativa de que os militantes querem mudança, uma nova ambição, algo diferente. Nem melhor, nem pior, diferente”. O novo presidente da distrital de Santarém do PSD assume a responsabilidade de “unir todos” os militantes: “Os números não interessam. Agora temos que estar todos juntos e vamos fazer o que nos comprometemos”. Nuno Serra disse que a sua primeira medida será juntar os cinco presidentes de câmara social-democratas do distrito (Santarém, Rio Maior, Ferreira do Zêzere, Mação e Sardoal) para começar a “trabalhar afincadamente no objectivo de ganhar mais câmaras”. Por outro lado, quer cumprir o compromisso de abrir a distrital à sociedade civil, disse. Isaura Morais assim que soube o resultado da votação ligou a dar os parabéns a Nuno Serra, assegurando que “ontem será igual a amanhã” e que manterá a mesma disponibilidade e empenho que demonstrou até aqui. No seu programa político, Nuno Serra considera que o Distrito de Santarém e o PSD Distrital, “têm um contributo a dar para o futuro de Portugal, é um desígnio à altura do qual devemos querer estar com propostas, soluções e com capacidade para defender o distrito no futuro pós-troika em Portugal.” “Ao PSD de Santarém caberá agregar vontades e esforços, para que a força do nosso Partido, das nossas Secções, seja canalizada para os nossos concidadãos e o alento e suporte, no e do Distrito, para um Portugal com Futuro. Temos o privilégio da centralidade e da diversidade que nos enriquece e que potencia dinâmicas que só um PSD forte e coeso, com ambição, conseguirá mobilizar”, afirmou. A estratégia política desta candidatura defendia que “os nossos 21 Concelhos, na sua diversidade, têm de se olhar entre si com a vontade clara de melhorar, de trocar sinergias,” criando uma “verdadeira de rede de partilha de ideias e boas práticas que possam ser desenvolvidas por todos e em conjunto, minimizando custos e aumentando a sua eficácia.”

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