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DIRECTOR: Luciano Gonçalves

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017 | Nº 47| Ano 3 |

Boas Festas e um e um

t i Ó mo

Foto: Município de Amarante

2018 !


Notícias do Tâmega

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/// amarante

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ESTATUTO EDITORIAL O Notícias do Tâmega que se publica em Amarante, é uma publicação pluralista, democrática e independente, informativa e, essencialmente, defensora dos interesses da região em que está inserida. Dará especial atenção ao noticiário regional, não descurando a informação nacional que tenha interesse geral. Este órgão de informação defende a liberdade de pensamento, a objetividade e verdade da sua informação, procurando dar expressão e acolhimento a todas as correntes democráticas. Será, também, um elo de ligação com os emigrantes desta área de influência que labutam em vários países espalhados pelo mundo. O Notícias do Tâmega assume o compromisso de respeitar os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação desta vasta região banhada pelo rio Tâmega.

DE 18 A 22 DE DEZEMBRO

Clube de Férias de Natal leva magia e encanto às crianças e jovens Como já vem sendo habitual, e pelo quarto ano consecutivo, o Município de Amarante, no âmbito da política educativa e de ação social, promove de 18 a 22 de dezembro, mais um Clube de Férias de Natal. O programa é dedicado às crianças e jovens residentes no concelho de Amarante, a frequentarem o 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, dos estabelecimentos de ensino público e privado, integrados nas medidas sociais de acompanhamento. Atividade Aves de Amarante “Officina Noctua”, Circo Mundial: “Circo de Natal sobre o Gelo”, visita ao Museu da Imprensa e atividades de “Convívio Intergeracional”

- são alguns dos momentos que compõem o programa deste ano que promete muita animação e magia, próprias desta quadra natalícia. A atividade Aves de Amarante é uma das principais atrações do Clube de Férias de Natal deste ano, com um leque diversificado de atividades, nomeadamente, uma caminhada na natureza onde serão abordados diversos temas e aprofundados conhecimentos interdisciplinares e onde poderão observar aves em terra e na água, ao longo da margem do rio Tâmega. O Clube de Férias surge com o particular intuito de minimizar a existência de situações de fragilidade social,

em período de férias e é já uma referência pelas atividades lúdicas, desportivas, culturais e pedagógicas que disponibiliza. A Câmara Municipal assume, mediante a mobilização de uma rede de parceiros, a dinamização de atividades, o almoço, o lanche, o transporte e o seguro de acidentes pessoais. Os parceiros, em particular as entidades dinamizadoras, disponibilizam os recursos físicos e humanos para o desenvolvimento das atividades, assumindo assim um papel preponderante.

O Diretor

Propriedade: Luciano Carlos Macedo Gonçalves Tiragem Média 3500 exemplares.

noticiasdotamega@gmail.com erafm@iol.pt 255136045 / 918 811 511

Preço de Assinatura Continente 35,00 Euros Estrangeiro 50,00 Euros

Director: Carlos silva Redação: Luciano Gonçalves (C.P. 7020) Colaboradores: A. Magalhães, Carlos Carvalho, Hernâni Carneiro, Luís Magalhães, João N Teixeira, António Guilherme, Rui Canossa, Guilherme Moura, Bruna Ribeiro, Ivo silva Rubrica de saúde e bem-estar: Joana Barreira Parcerias: ERA FM (92.7) / Jornal de Amarante Paginação: Mediatâmega, Lda | Departamento Comercial e secretariado: Júlia Gonçalves (255136045/ 918811511) Redacção: Edifício santa Luzia, s. Gonçalo, Amarante Edição: ERA - Emissora Regional de Amarante, Lda. / NIF: 501837930 Registos: Ministério da Justiça/Instituto de Comunicação social - 123427| Depósito Legal: 55057/92 | IssN: 2183-2013 (Nota: A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder forçosamente à da direcção do jornal)



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À VOLTA DOS NATAIS

Gosto muito, mesmo muito, de escrever... Falta-me o ‘engenho e a arte’, quer dizer estilo e competência, sobra-me a ‘vontade’ e uma quase paixão. Deve ser um pouco também uma questão de ADN, pois meu saudoso Pai também o fazia, tendo sido correspondente dedicado de vários órgãos de informação, e familiar muito chegado foi director até há pouco e durante décadas de prestigiado e bem antigo semanário regional, mantendo ao mesmo tempo durante anos uma coluna periódica num grande órgão nacional. Todos os dias escrevo, quanto mais não seja a amigos, nas redes sociais, comentando figuras e factos, e na imprensa amarantina também já levo uns lustres de colaboração quase ininterrupta, abusando da paciência de quem me lê. Acontece-me mesmo de ser interpelado para comentarem o que escrevo., o que

é sempre agradável, passe a imodéstia. Também deve haver quem nem me queira ler, por diferentes razões, assim como quem dirá que não lê...mas se calhar até o faz. Como disse alguém, é preciso de tudo para fazer um mundo. A inspiração e consequentemente os temas vem da actualidade, e por vezes, mas muito raramente, ‘soprada’ por alguém. O facto de ser independente de qualquer ‘poder’ seja ele económico ou outro, de não ter interesses próprios a defender, dá-me uma liberdade de expressão que me conforta, tendo somente um pequeno senão, que é o de, por vezes, quem se sente visado e não tem poder de ‘encaixe’, em vez de rebater ou tentar compreender, toma atitudes de ruptura real ou ‘dissimulada’, o que não deixa de ser caricato, mas, como diz o ditado, a acção fica com quem a pratica. Nesta quadra o tema que abordo sempre, como é lógico, é o Natal, sem dúvida a que mais marca o meu imaginário e talvez o de muitos mais... Quem não tem recordações dos seus natais, das reuniões de família, das alegrias vividas nesses convívios familiares que muitas vezes são os únicos do ano? País de emigração que somos, vivemos este período com uma profunda intensi-

dade, o que é compreensível e louvável. Claro que muito dos velhos hábitos vão-se modificando, o que também é normal, e a sociedade de consumo acelerou muitas dessas transformações... Um aspecto onde essas mudanças, no ‘nosso’ Portugal profundo, é mais notório e que muito me entristece, são os ‘desvios’ das nossas seculares tradições, muitas delas, é evidente, ligadas á nossa cultura cristã. Noutros países essa autêntica obcecação é quase doentia e nós, portugueses, já estamos a ser bem ‘contaminados’... Seremos mais felizes quando essa matriz tiver sido apagada? Os vindouros o constatarão, mas pessoalmente não o creio, e muitos sinais já vão nesse sentido. Saudosista como confesso ser, relembro com nostalgia infinita a alegria misturada com indisfarçável ansiedade que sentiam as crianças ‘do meu tempo’ de ver as prendas ‘aparecerem’ no sapatinho cuidadosamente deixado aos pés do presépio, na noite de consoada...essa mítica refeição, mesmo se repetida na sua ementa... Até a chegada do ‘correio’ nesta quadra, com os votos de amigos e familiares que se manifestavam pelo menos uma vez por ano, era motivo de fortes emoções... Agora as prendas são pura e simplesmente ‘telecoman-

dadas’, os votos são ‘universais’ e entopem os telemóveis, com mensagens uniformes e por vezes de gosto duvidoso. Até as empresas não escapam a essas mudanças de ‘estilo’, e aquelas festinhas para os filhos dos colaboradores, ocasião para os ‘patrões’ confraternizarem num ambiente descontraído, são substituídas por barulhentas jantaradas... Sinais dos tempos sem dúvida a que nos temos de habituar, como não pode deixar de ser, pois não podemos escapar à sociedade onde estamos inseridos... Já agora, um desabafo pessoal. Abordava acima o tema das festas de Natal/fim de ano no mundo empresarial e não posso esquecer outro aspecto duma transição a que assisti nesse domínio. Primeiro, essas confraternizações serviam, além das lembranças para os filhos dos colaboradores, para ‘medalhar’ aos mais antigos, com um discurso laudatório no encerramento da cerimónia. Depois, em muitas empresas, até pela dimensão que começavam a ter, as crianças começaram ser ‘esquecidas’ e as intervenções do patronato, mudaram um pouco de estilo e começaram a ser mais uma sábia mistura de balanço da actividade (por vezes com uma mensagem codificada para a justificação de não aumento de salário...) e ‘injecção’ de optimismo para o

novo ano... E não esqueçamos as mensagens de Natal e Ano Novo dos políticos… dantes era só o Presidente da República que aproveitava os votos para mandar recados, nalguns casos bem ‘estranhos’. Os primeiro ministros não quiseram ficar atrás, muitas vezes até para ‘responder’, e ‘dourar’ o seu balanço, o que até se compreende...mas estamos bem longe do que era, e no meu entender queria que continuasse a ser, o espírito natalício... Até porque neste frenesim de improvisar balanços e fazer ‘politiquice’, cai-se no ridículo, como foi o caso um destes dias, ao ouvir-se afirmar que 2017 foi um ano saboroso para o nosso querido Portugal, isto depois das catástrofes que nos atingiram, com tantas mortes de inocentes. Dir-se-ia que nessa moda de descaracterizar a quadra natalícia já a confundem com o carnaval. Uma última palavra para desejar aos meus pacientes leitores umas festas felizes e um pensamento para os que, por razões várias, não as poderão ter tão alegres como seria o seu desejo. Eng. Luís Magalhães



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Economia do Diabo 2017 está a chegar ao fim, como se a chegada só por si, de 2018, fosse uma coisa boa. Não é. Porque da noite para o dia, mesmo sendo especial, com passas, espumante (o champanhe é apenas para alguns, bebida esta que combina muito bem com gambas e vestidos novos) e festa, nada muda, apenas pensamos e sonhamos que pode. E até podia mudar, mas para isso bastava que o Ministro Centeno tivesse dito com verdade o que aconteceu, e logo no começo do ano que finda, no negócio entre ele e o então presidente da Caixa António Domingues. Sabem onde ele está? Para aí em vários conselhos de administração e não temos nada com isso, a não ser que tenha feito acordo com a EFACEC ou o BFA da não entrega da

declaração de rendimentos. Alguém se lembra ainda que entre os fogos e o verão, na CGD é detetado um “desvio” e a expressão não é minha, de três mil milhões de euros? Mas a tragédia cobriu este e outros acontecimentos. O ano quase acaba, mas ainda a tempo de Centeno ser nomeado Presidente do Eurogrupo. Isso é bom por causa do reconhecimento internacional, mas não querendo ser mal-agradecido, esta nomeação só por si não nos é boa ou má, apenas teria que ser um pequeno país a assumir os destinos do EG e Portugal (que está na moda) foi o contemplado. E Centeno estava na cena. Cai o pano sobre o pano branco com nódoas e Centeno tem o ano sorridente, motivo este para que o Primeiro-mi-

nistro que teve todos os motivos para não sorrir este ano, mas afinal teve essa vontade. Já não chegam os puxões de orelhas que o Presidente da República lhe deu, no caso da ministra da Administração Interna, da vergonha da descoordenação das operações de combate aos incêndios, ardendo Portugal de lés as lés, com especial fatalidade para Pedrogão Grande e o centro do país, onde para já o único culpado é o S. Pedro por não ter mandado chuva. O Primeiro-ministro, António Costa acaba assim o ano de 2017 como sendo muito “saboroso” para ele, pois o sabor foi amargo para quase todos os outros que não são seus amigos ou boys, ou familiares na política. Este ano, Sua Excelência o Presidente da República que

tem feito um mandato ao agrado da sua consciência, distribuindo os afetos que são tão necessários num tempo que já não é de crise, apenas para poucos, mas ainda o é para a maioria dos portugueses, esteve sempre bem, menos quando se esquece que a estabilidade e os mandatos completos só são bons quando as competências de quem exerce o poder também é boa. Quando não, o melhor mesmo é partir e começar de novo até acertar nas pessoas certas, dignas e nas que quando “juram por sua honra cumprir com lealdade” e defender a causa pública, o façam mesmo. Por isso não podemos esquecer a vergonha, que não têm os dirigentes da Raríssimas, as incompetências do Ministro Vieira da Silva, do Governa-

dor do Banco de Portugal no caso BES/Salgado e de tantos outros. Afinal o ano vai começar e tudo isto se passou em 2017, vindo 2018 já tudo aconteceu há demasiado tempo, mesmo sendo coisas do diabo. Feliz Natal e Boas Festas a todos, mesmo todos! Guilherme Moura Teixeira Economista

A verdade desportiva dos salários em atraso A verdade desportiva do futebol português é continuamente questionada. Sobretudo no pós-jogo dos ditos três grandes e sempre em relação às decisões das equipas de arbitragem. Verdade desportiva é aquela expressão que já faz parte do vocabulário quotidinano de todos os portugueses que queiram colocar alguma coisa em causa no futebol luso. Mas sempre em relação aos três grandes. E sempre no principal escalão do nosso futebol, nunca daí para baixo, como se existissem verdades de primeira e de segunda (ou terceira), seriedades mais sérias que outras ou mais importantes. Como se três pontos na Primeira Liga portuguesa fossem mais valiosos que três pontos no Campeonato de Portugal. Eu até sou das que acham que o futebol é a coisa mais importante das menos importantes da vida - daquelas que influenciam o nosso dia-adia, a nossa vida profissional ou familiar, a nossa estabilidade financeira ou a nossa presença enquanto cidadãos

do mundo. Mas, convenhamos, Portugal é campeão da Europa. E olhemos para isto com seriedade: é uma indústria crescente, com um poder aglutinador incrível, com resultados na economia portuguesa como poucas áreas. Façamos a questão: há, no nosso país, alguma área em que os portugueses sejam tão bem sucedidos como no futebol? Algum setor que leve o nome de Portugal e de tantos portugueses aos quatro cantos do Mundo com destaques positivos, sucessos, elogios, triunfos, reconhecimento? Então como é possível gastarmos tanto tempo a falar de arbitragem, verdade desportiva e afins? Como destruímos uma das “indústrias” que mais dá à economia portuguesa e que mais visibilidade dá ao país? É um tiro no pé contínuo. E como se não bastasse, estamos a olhar o tema pelo prisma errado. Porque há, na verdade, matéria que coloca em causa a verdade desportiva. E que é mesmo importante, pois coloca em causa a vida normal dos jogadores, a sua

dignidade, a sua humanidade. No mundo do futebol são uma minoria os que ganham milhões. São muitos, muitos mais os que trabalham para viver e quando lhes falta a subsistência, falta-lhes tudo. É por isso que hoje, nesta crónica, vos queria falar do Freamunde, que nesta última semana andou por todos os jornais mas não pelos melhores motivos. Meses de salários em atraso, da época passada e da atual. Em novembro passado o treinador da equipa principal, Micael Sequeira, acertou a rescisão amigável e o problema foi falado. A Liga de cubes tem um mecanismo de ajuda que já foi acionado, o Sindicato dos Jogadores também recorreu, nos últimos dias, ao fundo de garantia salarial, de forma a ajudar os atletas a passarem esta quadra de forma mais digna. Contudo, o problema persiste, continua a existir, as últimas medidas foram pensos-rápidos e não erradicações do vírus. O presidente do clube, Miguel Pacheco, definiu o final do ano como data limite

para haver uma decisão. Se não houver rapidamente um investidor externo, o clube poderá ter que abandonar as competições profissionais e, mantendo-se este cenário, a atual direção desistirá, entregando as chaves do clube às entidades da terra dos capões, autarquia e junta de freguesia. Falo-vos do Freamunde mas o União da Madeira foi notícia pelo mesmo motivo, o Salgueiros também. Jogadores que têm salários em atraso ainda da época passada e outros da atual temporada são alvos fáceis para aliciamento em matéria de resultados combinados, um dos graves, gravíssimos problemas do futebol mundial. Resultados combinados ou viciação de resultados resultam em milhares nas casas de apostas. Será crível que atletas que têm em falta 6 ou 7 meses de salários, que auferem valores mensais abaixo do rendimento mínimo nacional e mesmo assim não os recebem, recusarão aliciamentos para poderem sobreviver? É matéria de sobrevivência, não

de enriquecimento, e ocorre entre os que não ganham milhões. Isto acontece ano após ano há muito tempo e as instâncias reguladoras e fiscalizadoras continuam a fazer vista grossa. Porque para haver inscrição das equipas nos campeonatos tem que haver comprovativo de não dívida à Segurança Social, por exemplo. E perante isto, continuaremos a falar do penálti que rouba três pontos na tabela e não tocaremos na falcatrua que rouba pão à mesa? Cláudia Martins Jornalista da secção de desporto da rádio Antena 1


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“Vão sem mim que eu vou lá ter”

Um americano, um russo e um chinês: parece o início de uma anedota mas não é. O conto infantil Os Argonautas de Umberto Eco é uma clara efabulação de como a relação com o desconhecido requer sempre um caminho cheio de interferências. Quando o Homem se posiciona ante aquilo que lhe é estranho e procura reconhecê-lo ou categorizá-lo de alguma forma, vê-se forçado a ativar diversas possibilidades fora do seu contexto que antes não existiam. No entanto, e sendo o Homem dotado de espírito crítico, tende sempre a ir avidamente categorizando o Outro até chegar a uma denominação viável para rapidamente reconhecer uma maneira “fiável”

de se relacionar com ele. Neste seguimento, podem haver categorizações que, demasiado antecipadas, causam sempre uma nomeação comum: o inimigo. No conto de Eco, um argonauta americano, um russo e um chinês vão em conjunto explorar o espaço mas nunca se falam - não se dão uns com os outros porque não se percebem – até terem saudades de casa e entenderem que aquilo que sentiam era semelhante. Mais à frente, há um encontro com um marciano em que os três argonautas, agora juntos, categorizam o extraterrestre por inimigo, ao pensarem que ele os estava a atacar, aquando do cumprimento do primeiro. O que o autor nos coloca a

perspetivar neste conto é o estado passivo que nós, enquanto seres pensantes, tendemos a impormo-nos e, por consequência, à nossa vida quotidiana. Com o avanço da tecnologia, o Homem tem alcançado grandes feitos e concretizando de forma mais ágil e eficaz a noção de evolução. Paradoxalmente, veiculado a esta ideia de avanço está o Homem que se acomoda ou se isola no seu próprio mundo. A par disto, a proliferação da informação faz que a mesma passe a ter o mesmo significado, não há notícia mais protagonista que a outra, pela sua caraterística efémera. O caso Raríssimas, que hoje é tão importante, dará amanhã lugar ao reveillon do Salvador Sobral, e depois de amanhã à

ausência da Bárbara Guimarães nos Globos d’Ouro. Não conseguimos estar atentos a tudo e, se o não conseguimos, então escolhemos não estar atentos a nada. O ponto crucial que se deve entender aqui, e no conto acima referido, é que a escolha de lugares comuns e reconhecíveis em detrimento da nossa praxis que se revela passiva nunca deve ser uma opção. A evolução de que todos falamos, fomentamos, e até concretizamos deve vir acompanhada de uma ativação do corpo e da mente, no encalço de procurar novas possibilidades e novas formas de existência, rumo ao desconhecido. A clássica peça de William Shakespear, Rei Lear, desenvolve de forma exímia

esta dialética entre o desconhecido e o inimigo: durante os cinco atos do texto, Lear e Edmund são inimigos e tentam aniquilar-se um ao outro, mas nunca se falam nem nunca interagem – que é o mesmo quer dizer que não lhes interessa entenderem-se mutuamente. “Um inimigo é sempre aquele que nunca nos contou a sua história”, parafraseando Slavoj Zizek. A questão do inimigo esteve presente ao longo de toda a História da Humanidade, e a forma mais conveniente de a contornar é presentear o desconhecido de frente, abrindolhe o nosso mundo ao mesmo tempo que tentamos desvendar o seu enigma. As relações fazem-se disso, a aprendizagem faz-se disso, e a evolução faz-se disso – o caminho faz-se caminhando. Se o caminho for desconhecido, ainda melhor. Sei que este é um assunto recorrente e está muito em voga nesta altura da nossa História, mas ainda continuam a existir muros. Que venha, pois, esse 2018! Sem muros! Ivo Silva Ator (SillySeason)



/// opinião

A Dancetaria CHACHACHA com o seu D.J. privativo NorBeiro elaborou uma selecção musical para esta noite que será certamente do agrado de todos. ALEGRIA, BOA DISPOSIÇÃO e EMENTA EXCEPCIONAL tornará esta NOITE uma recordação inesquecível

Especial Passagem D.J. NorBeiro 24h. Fogo de artifício Informações: 255 431 272 / 917 317 962 - 919 455 935 G.P.S. 41º 17’8 97’’ N/ 8º 5’ 17 38’’ W Recta de Ramos - Telões - AMARANTE geral@grelhaeventos.com | www.grelhaeventos.com

d’ano 2017/18 EDIFÍCIO TOP (Futura Dancetaria CHACHACHA) SERVIÇO DO RESTAURANTE GRELHA



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Susana Freitas – ARQUITETA

“O Porto é o meu amor, Amarante a minha paixão” “…porque o tempo é algo que não se compra” “Criamos peças únicas, genuínas e com a identidade amarantina” “A ideia é levar Amarante, o seu nome, a sua história e tradição para além-fronteiras”    entrevista                                     Susana Freitas, nasceu no Porto, Licenciada em Arquitetura e pós graduação em direção e gestão de obra. Com fortes raízes em Amarante, neta da Glória da mercearia do covelo e sobrinha neta da Lailai. Pai e marido amarantinos, à cerca de dois anos e meio deixa para trás a cidade natal, que considera o seu amor, para viver a paixão que sente por Amarante. Mulher dinâmica e empreendedora, abraça um projeto que em nada tem a ver com a sua formação académica. O Notícias do Tâmega esteve à conversa com Susana Freitas, para de viva vós nos dar a conhecer esse projeto. NT – Quem é a Arquiteta Susana Freitas? SF – Nasci no Porto e vivi lá durante 40 anos. O Porto é o meu amor, Amarante a minha paixão. O meu pai era de Amarante e a minha avó tinha uma mercearia no Covelo, portanto, passávamos cá todos os fins-desemana e grande parte das férias grandes da escola. O jardim Amadeu de Sousa Cardozo era o meu pátio de casa e a ilha dos Amores também era um sítio em que vivi grandes momentos.

Entretanto estudei no Porto, mas um dia decidi vir viver para cá. Infelizmente os meus pais foram apanhados por doença muito cedo, acabando por falecer, e eu achei que deveria dar aos meus, filhos e marido, maior tempo de vida útil. Amarante era a cidade ideal para isso mesmo - para além das minhas raízes mais profundas, o meu marido também é amarantino; e conseguiríamos criar os filhos de uma maneira mais saudável e teríamos mais tempo, porque


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/// entrevista

um público muito distinto, de todas as faixas etárias, extratos sociais e formações. Criou-se ali uma fusão muito interessante com artistas, artesãos, público e curiosos. Fiquei muito satisfeita porque, mesmo num espaço tão pequeno, consegui criar ali uma dinâmica que eu quero transpor para a escala da cidade.

o tempo é algo que não se compra. Decidimos então, vir viver para cá há dois anos e meio. Sou formada em Arquitetura e tenho vários projetos a esse nível. O meu gosto pelas artes, partilhado pelo meu marido, levou-nos a fazer algo diferente e com uma oferta diferente do que existe atualmente. Temos experiência em Serralves, com as Feiras Francas do Palácio das Artes, a Fundação da Juventude e realizávamos sempre mercados urbanos no Porto. Tínhamos grandes contatos a nível de artistas e designers. Achávamos que Amarante precisava de um espaço polivalente, e então acabámos por abrir uma loja, onde se vive e se faz uma fusão entre as Artes, a Arquitetura, o Design, a Pintura, a Escultura e a Fotografia. Desse modo, queríamos que os amarantinos percebessem que num só espaço é possível criar essa fusão e essa dinâmica. Fomos conhecendo artesãos e artistas locais, e cresceu o nosso interesse. Temos uma paixão muito forte, um interesse muito grande por Amarante, e então decidimos avançar. Neste momento, o meu ob-

jetivo de vida é a criação de uma dinâmica junto dos artistas, a promoção da arte e ofícios das tradições mais recônditas de Amarante. Dar a conhecer lendas e percursos, personalidades, paisagens, um pouco de tudo, e personalizá-los, em qualquer vertente da arte. E então o que é que acontece? Neste momento, estamos a criar junto dos artesãos um grupo de trabalho, um grupo artístico, que é o “Projet’Arte”. O Projet’Arte surge no sentido de tentar fundir as várias artes que existem atualmente em Amarante e promovê-las junto de mini oficinas, promovendo também o trabalho dos artesãos, tratar de lhes dar a importância que cada um tem, e criar com eles projetos individuais. Por exemplo, o César Teixeira (oleiro) trabalha barro preto, é reconhecido internacionalmente pelas peças que faz. Criei com ele uma peça específica que remonta uma lenda de São Gonçalo ter abandonado o cajado em Vizela e ter vindo parar a Amarante. Desenvolvemos um prato que tivesse o símbolo do cajado e referisse a lenda. Com todos os arte-

sãos, temos estado a criar peças exclusivas que não podem ser vistas ou produzidas em mais nenhuma parte do mundo. Criamos peças únicas, genuínas e com a identidade amarantina. NT – Para fazer esse tipo de trabalho é preciso fazer uma grande pesquisa? SF – Sim, muita pesquisa. Como já referi, a minha avó tinha uma mercearia no Covêlo e toda a gente a conhecia. Eu sou sobrinha-neta da Lailai e neta da Glorinha da mercearia. Felizmente, todos me respeitam muito por esta minha herança familiar. Inclusive a D. Lurdes das meias, que agora trabalha comigo, já produzia os famosos coturnos de lã para a mercearia da minha avó. No arranque deste projeto, e é preciso falar desse ponto, tive a ajuda da Teia + (associação que promove os artesãos e vários eventos, como feiras e mercados). Facultaram-me o contato de alguns artesãos, o leque abriu-se e estamos a conseguir perceber como é a dinâmica das tradições e das lendas. NT – E como tem sido

a receção das pessoas que contata? SF – A receção aos artesãos é fabulosa. Enriquecenos e esta paixão é partilhada por muitos. Sentem-se um bocadinho postos de parte, pois as associações que têm sido criadas começaram com ótimos objetivos, mas ao longo dos tempos não tiveram força para agarrar a matéria. O Projet’Arte pertence a uma instituição que vai apresentar um grande projeto para 2018, com base neste conceito que expliquei. Vamos trabalhar com cada artesão, no respeito pela sua arte e pela sua atividade. E queríamos, também, promover os produtos locais, visto que, sou autora de alguns projetos, como artesanato e arte amarantina, mas numa mesma perspetiva modernista, atrativa, diferenciada e elegante. Estamos a apostar em abandonar aquele registo de mercado corrente e tentar criar uma dinâmica interessante para o próximo ano. Mas isto ainda está em estudo. O projeto é recém-nascido, foi apresentado há pouco mais de três semanas. A apresentação foi feita na nossa loja e juntou

NT – Acha que há a divulgação certa para promover esses trabalhos e essas tradições? As pessoas sentem-se desanimadas e postas de parte? SF – O projeto propõe-se a isso mesmo. As pessoas estão cansadas do artesanato, e então o que é que eu desenvolvo com elas? Desenvolvo peças diferentes. Apresento-as de forma diferente e personalizo os autores. É importante personalizar os projetos. As pessoas estão cansadas de lojas de artesanato em que os produtos estão expostos com preço, muitas vezes com comissões altíssimas, em que, quem produz praticamente não é reconhecido e não recebe o seu real valor. E quero contrariar isso, quero personalizar o projeto. Por exemplo, no dia 8 de dezembro fizemos a apresentação e montagem de um interessante presépio de barro preto. O Instituto Emprego e Formação Profissional de Vila Real solicitou um curso de formação ao nosso oleiro, César, e ele, juntamente com os seus 27 formandos, fizeram um presépio que atualmente está exposto no Café-bar no Largo de São Gonçalo. Apareceram muitas pessoas e aplaudiram a iniciativa. Apresentei o oleiro a uma senhora e ficaram a conversar uns trinta minutos. É isto que eu quero, apresentar os


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meus artesãos. Eles precisam de ser acompanhados e mostrados. A D. Lurdes tem vários prémios porque fez feiras internacionais em Lisboa, tem menções honrosas, porque o seu trabalho é digno disso. Eu falo na D. Lurdes e no César porque temos uma relação mais próxima, mas estão todos no meu coração. Desenvolvi com outros três artesãos um projeto muito interessante sobre a temática dos diabos e sobre a sua lenda. Isto faz parte da história da nossa identidade. Digo nossa porque o meu marido é amarantino e eu tenho todas as costelas amarantinas. Não uma… todas (risos). NT – No futuro, onde vê este projeto? SF – Como já disse este projeto faz parte de uma instituição, e estamos a tentar levar o projeto além-fronteiras. Apesar de atualmente a dinâmica ser local, não pretendo ficar por aqui. A ideia é levar Amarante, o seu nome, a sua história e tradição para além-fronteiras. Mas só com projetos muito fundamentados. Porquê? Porque conversa-se muito sobre o falo de Amarante, um ícone da cidade, mas o nome técnico em Amarante é outro, que só aqui faz sentido. Já existem doces, marcas registadas, mas criamos um íman

de frigorífico porque o meu filho mais novo tem uma paixão incrível por ímanes. Então, quase que a homenageá-lo, coloquei os falos no íman. Criei-os, pintei-os, existem em várias cores, e no espaço de três meses, entre vendas e ofertas, sei que fizemos à volta de dois mil, e com ele acompanha-se uma nota com o apanhado histórico, a relação entre o sagrado e o profano, e a sua explicação. É isto que eu quero dizer, um íman por muito simples que seja, um objeto tão básico, mas se estiver fortemente justificado pode ser um enorme sucesso. Eu acho que Amarante pode ir muito longe, pode desenvolver-se muito, localmente e regionalmente, com esta temática. Terá que haver uma fusão porque o artesanato, por si só, não o podemos valorizar. Existem artistas locais (fotógrafos, pintores, escultores, etc.) que também têm interesse em mostrar o que fazem, para Amarante e para fora. NT – É uma ideia muito abrangente e que tem que se dar a conhecer. O Projet’Arte é um dos passos nesse caminho? SF – Sim. O nome Projet’Arte surgiu de uma ideia de uma amiga, que sempre apostou na questão de “Amarte”, Amarante com arte. Então, aquando a cria-

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ção da loja definimos o nome da matriz. O Projet’Arte faz sentido e é da minha querida amiga, ela sabe de quem estou a falar. Isto é para levar muito longe. Queremos trabalhar e criar sinergias. Vamos trabalhar de certeza com a Câmara, com as instituições e as escolas. Queria colocar também os miúdos a perceberem desta dinâmica e começarem a querer fazer algo para desenvolver neles as artes e os ofícios, mas contemporizando as peças, e torná-las mais atrativas. NT – Quem quiser entrar neste projeto como deve contatar? SF – A loja vai encerrar no final do ano. Estaremos lá até dia 23, com uma apresentação sumária do projeto e com alguns artesãos. Quem quiser pode contatar-me para o e-mail: matriz.amarante@gmail.com. Apresenta os seus projetos, diz o que faz e sugere ideias. Eu encabeço este projeto, mas, como ele surgiu no Natal, é uma espécie de pinheiro de Natal. Na cabeça tem duas estrelas, eu e o meu marido, porque estamos sempre atentos e a par, concretizamos e completamos nas intenções. Sou eu que dou a cara. E depois, temos todas as luzes, as bolinhas, os anjinhos e até o vaso. Todos fazem parte do pinheiro de Natal. E estamos

sempre abertos a toda a gente. NT – Qual a mensagem que quer deixar a todos os amarantinos? SF – A mensagem especial que vou lançar é mesmo ao público amarantino. Para começarem a ter mais respeito pelo que se faz na terra, apoiarem mais, porque, apesar de ter vindo de fora, sou inteiramente amarantina. Tenho fortes raízes, brinquei muito aqui, talvez mais que alguns que cá viveram sempre, mas não estiveram tão ligados ao centro como eu. Além de ter uma formação muito grande ao nível de Arquitetura, porque estudei muito, tenho também um gosto muito pessoal, e um grande respeito pela cidade, pelos seus habitantes e por

todos os visitantes. Desafio os amarantinos a terem um pouquinho de tempo e curiosidade de conhecerem mais, saberem mais, agora já em 2018. Desafio-os a abrirem-se mais, darem-se a conhecer e comprarem os produtos dos artesãos. Mais do que isso, estarem dispostos a isso. Para finalizar, agradeço o vosso convite, pois achava que ninguém tinha interesse em saber da minha história de vida. Fiquei muito lisonjeada. NT – Nós é que agradecemos a sua disponibilidade e simpatia, e estaremos cá a acompanhar os muitos sucessos pessoais e profissionais.



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/// entrevista

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PEdro Cunha

“A minha posição na Assembleia Municipal não me vai permitir tomar partido seja por quem for.” “era importante que o Hospital regressasse para as mãos do povo de Amarante.”    Entrevista

Pedro Cunha, médico cirurgião geral, veio para Amarante em 19988, trabalhar no Hospital de S.Gonçalo, onde foi diretor clínico durante dois mandatos e diretor de serviços de cirurgia de

1989 a 2007.

Com a criação do Centro hospitalar do Tâmega e Sousa EPE, passou a trabalhar no serviço de cirurgia do qual foi diretor de 2009 até à sua aposentação em 2011. É Presidente da Liga dos Amigos do Hospital de Amarante, Presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Amarante, é fundador e Presidente da Assembleia Geral da Associação Sentido Único e é Menmbro do Rotary Club de Amarante. À pergunta “Como cidadão, quem é o Dr. Pedro Cunha?”, Pedro Cunha termina afirmando: “Não quero ser mais nada, quero ser só isto”, mas Pedro Cunha não é “só isto”, Pedro Cunha é muito mais que isto….


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NT – Como cidadão, quem é o Dr. Pedro Cunha? Pedro Cunha (PC) – Primeiro, queria agradecer o convite. É sempre um prazer vir a esta casa. O cidadão Pedro Cunha é um cidadão igual aos outros, que veio para cá trabalhar na área da medicina, aqui ficou e aqui vai desenvolvendo o seu trabalho. Trabalho que é naturalmente para servir as pessoas, ajudando naquilo que é possível, e acima de tudo conviver com as pessoas no sentido de, se possível, melhorar a sua qualidade de vida. Isto é o Pedro Cunha em traços gerais. Não quero ser mais nada, quero ser só isto. NT – Para além da medicina, a politica e outros cargos que vai desenvolvendo noutras instituições, onde vai buscar a motivação para se candidatar a mais um mandato? PC – Eu penso sempre que essas coisas devem ser postas ao contrário. Em primeiro lugar, nós temos de ter motivação para ter participação social, isto é, nós não podemos ser individualistas ao ponto de nos metermos em nossa casa e o mundo exterior não conta. Nós temos de ser, acima de tudo, solidários e corrermos para que essa solidariedade exista. Eu procuro fazer isso em muitos sítios, tenho estado e trabalhado em algumas associações, vou conhecendo as pessoas, vou partilhando com as pessoas alguns dos problemas delas e também dos meus, e vou-me enriquecendo porque não sou só eu a dar-lhes, elas também me dão, sobretudo, conhecimento. A partir daí, penso que só quem se empenha com as pessoas, é que poderá ter validade de querer ser alguém no ponto de vista político. Uma pessoa que é desconhecida, que está metida em casa e não faz nada pela sociedade, e de vez em quando

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aparece como se fosse o “Salvador da Pátria”, parece que soa um bocado a oportunismo, na minha opinião. Primeiramente, devem dar-se às outras para que, eventualmente, as pessoas também deem algo em troca, isto é, que as pessoas confiem nelas, para que sejam capazes de dizer: pronto, nós conhecemos esta pessoa sabemos quem é e mere-

ce confiança. Neste momento, o mal da sociedade é o oportunismo, a capacidade que nós temos de sermos cada vez mais nós e só nós, acabando por deixar de pensar nos outros cidadãos que poderão precisar da nossa ajuda. E é isto que me levou a candidatar-me à Assembleia Municipal. Candidatei-me, como sabem eu já tinha sido presidente da Assembleia municipal, também porque algumas pessoas insistiram comigo para me candidatar e o bichinho da politica continua. É um bichinho que entra em nós e dificilmente sai. Achei que valia a pena apostar, até porque há um projeto para Amarante. E eu queria entrar nesse projeto porque acho que

Amarante precisa deste projeto que está em marcha e eu quero estar lá, quero fazer parte dele e, acima de tudo, não me alheio das coisas boas que Amarante pode construir. NT - O que é que distinguiu as candidaturas? PC – Essa é uma pergunta que eu sinceramente não posso responder porque, se o fizesse,

estava a ser juiz em casa própria, não é verdade? O que distinguiu a minha candidatura das outras foi o voto e, sendo o voto das pessoas, elas é que entenderam que deviam distinguir a minha candidatura das outras, rigorosamente é assim. Eu não tenho habilidade sequer de pensar que a minha candidatura era melhor que as outras. Havia candidatos fortíssimos para estas eleições da Assembleia Municipal. Candidatos que estavam a viver cá em Amarante, outros que não estavam, que tinham já um trajeto politico consagrado. Foi uma competição, digamos assim, em que os adversários eram pessoas com valia. A diferença entre as candidaturas só o povo é que

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pode falar sobre isso. NT – Dr. Pedro Cunha, esperava vencer pela maioria? PC – Com toda a franqueza, devo dizer que eu tinha alguma convicção que iria ganhar e que ia ter a maioria, não esperava era que a maioria fosse tão larga. Foi realmente uma noite bonita e de regozijo porque o povo Amarantino escolheu nitidamente uma candidatura, que não foi a minha, mas sim a candidatura de uma coligação (Afirmar Amarante). Escolheu-a de forma clara e objetiva, portanto, isto quer dizer que os cidadãos amarantinos estavam satisfeitos com o trabalho que foi feito nos últimos quatro anos. Agora, estão à espera que o trabalho continue e Amarante avance com o seu progresso. NT – Com a maioria, em termos de governação, vai ser mais fácil? PC – Mais fácil para o executivo é de certeza. Penso que os quatro anos passados sem maioria, no executivo foram sem duvida um trabalho notável, de grande atenção, grande interesse e, acima de tudo, de uma necessidade de ultrapassar problemas todos os dias. Portanto, para o executivo esta maioria vai-lhe facilitar a vida. Julgo que, neste momento, o executivo tem condições para fazer um bom trabalho. A Assembleia Municipal, e quem a preside, funciona e tem de funcionar com equidistância de tal maneira que não interessa ter minoria ou maioria. O que é importante é que haja rigor, sentido democrático, transparência e, principalmente, respeito por todos. Os deputados que estão na Assembleia têm o dever de se respeitar. E eu quero dizer que uma das coisas que me deixa muito triste é que, quando alguém está a falar as pessoas se riam, saiam da sala ou come-


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cem a falar para o lado. Tudo isto transporta um certo desrespeito para com quem está no púlpito a falar. Pode até não ter muito interesse, mas qualquer das maneiras está a dizer o que pensa e o que acha melhor. Gostava de parafrasear um cirurgião famoso, que um dia num congresso, onde era ele o responsável por uma mesa, dizia às pessoas que iam lá falar: “normalmente, três minutos é suficiente para dizer alguma coisa de novo e cinco minutos é tempo de mais para dizer o que já se sabe.”. Portanto, é importante que as pessoas quando vão falar na Assembleia Municipal tenham a capacidade de síntese para não estarem a repisar muitas vezes as mesmas palavras e as mesmas frases, durante minutos a fio. Acabam por fazer um discurso maçudo que também distrai as pessoas. É preciso que estas duas coisas se conjuguem – primeiro, o respeito por quem fala; e segundo, quem fala, ser suficientemente sintético e direto para que, eventualmente, não desinteresse quem está a ouvir. NT – Acha que as reuniões da Assembleia Municipal estão mais calmas? PC – Ainda só fizemos uma, que foi no dia 16 de dezembro. Houve alguns atritos que se dispensavam, mas nada que seja inultrapassável. Algumas coisas que foram chamadas nem sequer eram responsabilidades do Município nem da responsabilidade dos amarantinos. Normalmente, temos esta consciência de atirar para cima dos outros aquilo que é a nossa responsabilidade. Contudo, penso que este mandato vai ser mais calmo e mais sossegado, até porque deixaram de haver algumas peças que às vezes eram, demasiadamente, conflituosas. NT - Doutor, que projeto tem para Amarante nos próximos quatro anos?

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PC – Como sabem, eu não tenho de ter projetos para Amarante, portanto, não tenho nenhum. O meu projeto é ter uma Assembleia Municipal que funcione, que seja fiscalizadora, rigorosa e democrática. Este é o meu projeto que quero levar até ao fim, mesmo que tenha de tomar algumas decisões que não sejam as melhores. O projeto para Amarante é da responsabilidade do executivo. É um projeto que eu conheço e subscrevo, mas pelo facto de eu subscrever individualmente o projeto, não quer dizer que eu tenho de levar a sua defesa para a Assembleia Municipal. A minha posição na Assembleia Municipal não me vai permitir tomar partido seja por quem for. Tenho de ser rigoroso para com todas as partes e ser equidistante das posições. Obviamente que tenho a minha posição, mas não quero nem devo transmiti-la. Não me estou a ver sair da presença da mesa para vir retomar a minha condição de deputado para discursar acerca dos pontos em questão. Isso compete aos deputados que estão na liderança dos grupos parlamentares, e compete, sobretudo, aos deputados tratarem-se como iguais.

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um projeto, um plano que traga essas tais melhorias para Amarante. Também é preciso reformular o mercado e que a GNR passe definitivamente para o novo quartel, para que, eventualmente, avancem as obras da Câmara Municipal e a reformulação da Alameda Teixeira de Pascoaes. É preciso, e já começou felizmente, que o Solar de Magalhães seja transformado naquilo que deve ser - um ex-líbris de Amarante com uma arquitetura de qualidade. É necessário que o Hospital, que custou 40 milhões de euros, comece a funcionar e que, pelo menos, nos traga a mesma capacidade de intervenção que nós tínhamos até 2007. Já o disse antes e irei continuar a dizer - inclusive disse-o, há um ano atrás, ao Secretário de Estado que agora se demitiu; que era importante que o Hospital recomeçasse a servir NT – No seu entender como o povo de Amarante. Neste mopolitico e também como ama- mento não é, porque funciona rantino, quais são as principais mal e não tem grande abrangência. Com as termas quase concarências de Amarante? PC – São muitas, valha-me cluídas, eram necessários mais Deus! Nós sabemos que Amaran- hotéis de qualidade, urgentemente tem muitas carências. Começa, te. Apesar de já haver um evento por exemplo, por haver necessi- muito bom sobre esta matéria, era dade de executar um programa, preciso que Amarante investisse, Embora sejam adversários, não devem levar esta disputa à situação de conflito ou insulto. Nós somos o espelho do povo que nos elegeu e, seguramente, o povo está a mudar - não é o mesmo que era há trinta anos. Há trinta anos, havia um politico que dizia que precisávamos era de juntar o povo e dar-lhes umas febras e um pão. Isto já não é assim, e quem acredita nisso não ganha eleições. Efetivamente, o povo hoje carrega num botãozinho em casa, tem internet à disposição, lê e tem disponível sites da Câmara Municipal, entre outros. Eventualmente, sabem muito bem o que querem. Portanto, as pessoas têm de pensar que não podem ir para lá vender aquilo que se chama “banha da cobra”. Têm de ir fazer politica com seriedade, com respeito e, acima de tudo, com rigor.


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de forma clara e objetiva, na divulgação do vinho verde - é uma marca importante de Amarante. Era preciso que se criasse um parque desportivo, porque temos polos desportivos dispersos e alguns deles perfeitamente inoperacionais. O engraçado é que existem projetos para o parque desportivo há muitos anos, e o último foi um pavilhão intermunicipal espetacular que se tentou fazer, mas que nunca foi conseguido. Esses projetos ou desapareceram ou esconderam-nos. Há mais que espaço para fazerem um grande polo desportivo perto das escolas e do campo de futebol, para que possa haver mais variedade de desportos num só lugar. Também era necessário um parque industrial a sério em Amarante, mas também é verdade que nunca se investiu e se infraestruturaram terrenos para ter industrias. Agora é mais difícil, mas que se vai tentar conseguir, obviamente. Era importante que isso tivesse sido feito de forma clara e objetiva, e que tivesse sido pensado já há muitos anos, porque como alguém dizia: nós não podemos trazer para aqui industriais se não lhes dermos alguma coisa em troca. Enquanto que nos concelhos ao lado

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havia terrenos infraestruturados e baratos, nós fomentamos uma politica em que os empresários vinham aqui e pagavam os terrenos a peso de ouro. Se têm ao lado alguém que lhes dá condições ótimas para se instalarem, claro que não vêm para aqui pagar grandes quantidades de dinheiro. NT – Quais são os pontos fortes de Amarante? PC – Amarante tem muitos pontos fortes. Tem algo que eu acho fundamental e espantoso: a cidade de Amarante tem uma beleza incomparável. Uma das coisas que mais gosto é, quando as folhas começam a ficar um pouco amarelas e a adivinhar o outono, ir a um restaurante da margem esquerda, na zona da Rua 31 de Janeiro, e olhar para o rio e para a outra margem. Quer dizer, é tão bonito que acho que é de ficar com “pele de galinha”. Depois, todo o núcleo central, a zona histórica de Amarante é extremamente bonita, também as duas igrejas que foram recuperadas (particularmente S. Pedro que tanta polémica deu e hoje está, efetivamente, bonita). A rota do românico, nomeadamente, a igreja de Travanca, por exemplo. Toda

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festas do junho. A feira à Moda antiga e tantos e tantos eventos. Amarante será uma cidade de referência porque tem condições para isso. Outro ponto forte, que não posso deixar de referir, é todo o trabalho que tem sido feito na sequência do bem estar social, ou seja, o trabalho na área social tem sido enorme e muito rentável para os carenciados e todos os que precisam. Acho que tem sido um trabalho notável por parte dos elementos da câmara e, particularmente, a vereadora que lida com este projeto, que tem feito um trabalho exemplar nesta área. Outra situação que Amarante ganhou, e talvez ainda não tenha despertado para isso, é a situação dos transportes que estão a circuesta envolvência quer paisagística lar e que os amarantinos deviam quer monumental é um dos pon- aproveitar melhor. Tudo isto se tos fortes de Amarante. Depois a torna uma mais valia para Amarestauração de Amarante - que já rante. foi melhor, mas que ainda é boa NT – Que comentário faz à - é mais um dos pontos fortes de Amarante. Nos últimos anos atual governação de Amarante? PC – Isso para mim é muito vendemos a marca de Amarante de uma forma consistente. Tive- difícil, como é lógico. Primeiro, mos o festival Mimo, tivemos o também tenho ali uma costela, Há FEST, apareceram estas coisas mas há uma coisa que é importodas que a determinada altura, tante, e as pessoas têm de ser jusaqueles que fazem crítica pela crí- tas a fazerem essa apreciação, a tica e não pela crítica construtiva, atual governação tem um rumo diziam que só havia festas. Um para Amarante. Pela primeira vez, facto é que estas festas trouxeram em todos estes anos que cá estou, muita gente, muito investimento e acho que há um projeto claro fizeram com que Amarante fosse e objetivo para levar Amarante considerada a cidade criativa da num bom caminho. E esse camiUNESCO na área da música, algo nho não é exclusivo para o centro que é um orgulho de uma forma de Amarante, por exemplo, tudo transversal a todos os amaranti- o que foi feito nos últimos quanos. Tudo isto é uma grande for- tro anos a nível de infraestruturas ça de Amarante. As termas serão nas freguesias - como estradas, também uma grande força, bem campos desportivos sintéticos, a como o projeto do Professor Sou- ligação entre o eixo central rosa Vieira nos Pardieiros. Depois doviário de Vila Meã e a autoestemos os doces conventuais. A trada, entre outras matérias. É Serra do Marão e da Aboboreira, fundamental olhar para o rio de com as suas aldeias tão típicas. O outra maneira, e já se começa a Rio Ôlo, que com a sua limpidez fazer alguma coisa nas margens e transparência é seguramente o no sentido que os amarantinos menos poluído da Europa. O rio desfrutem do seu rio. A compra ovelha e tantos outros. O Museu dos terrenos ribeirinhos, no proAmadeo de Sousa Cardoso. As longamento do parque das Bu-


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cas também é importante porque tudo aquilo vai ser transformado num espaço onde as pessoas poderão estacionar os seus carros e desfrutarem do rio, se assim entenderem. As duas rotundas, que tanta gente pôs obstáculos, hoje são fundamentais para o fluxo do trânsito, ou seja, Amarante está a mudar. Sei também, que há uma preocupação enorme de se fazer uma aposta na infraestrutura de terrenos para a indústria. Também houve uma intervenção nas escolas – aproveitou-se e reformulou-se as escolas sem grandes gastos. Tudo isto caminha para o que o senhor Presidente da Câmara (Dr. José Luís Gaspar) costuma dizer: acho que, feito isto, vai ser fantástico viver em Amarante; e eu julgo que tem razão. A minha avaliação sobre o executivo,

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PC – Em primeiro lugar, e senenquanto cidadão Pedro Cunha e não Presidente da Assembleia tidamente, brindar com os amaMunicipal, é francamente positi- rantinos. Que sejam felizes de uma forma séria e conseguida, e va, como é evidente. que tenham um Santo Natal e que NT – Doutor, onde se vê no 2018 traga saúde, paz e, acima de tudo, que se consiga construir futuro próximo? PC – Acho que somos um pro- mais uns pilares para Amarante. duto daquilo que fomos fazen- O segundo brinde vai, naturaldo ao longo do tempo e como se mente, para o executivo. Espero costuma dizer “o caminho faz-se que sejam capazes de transformar caminhando”. Espero continuar a aquilo que desejam e que sejam caminhar no sentido de assumir recheados de boas vontades para trabalho útil na área social, servir que as coisas se consigam fazer. as pessoas e isso chega-me. Inde- Queria também deixar um brinde pendentemente disso me trazer às pessoas que fazem uma opoalguns constrangimentos familia- sição sem regras e transformam res, que por vezes não são fáceis, discussões estéreis que não levam quero sentir-me útil de alguma a lado nenhum, porque essas pessoas, de uma vez por todas, têm maneira. NT – Para finalizar, e aten- de ser chamadas à razão. Têm que dendo à época que atravessa- começar a empenhar a bandeira mos, a que lhe apetece brindar? de Amarante e não a sua própria

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bandeira, no sentido de travar o progresso para que, eventualmente, acusem os outros do que não fizeram. Brindo para que mudem a sua maneira de estar, a sua maneira de se ligar às pessoas e unam, no que eu considero mais importante, o concelho de Amarante. Se o fizerem, ficarei muito satisfeito. Por último, brindo à minha família – não é fácil para eles, porque às vezes peco pela ausência; sem eles não seria o que sou hoje. NT – Obrigado pelas suas palavras e por nos ter contado um pouco da sua história em termos políticos. A si e aos seus, desejamos tudo de bom a nível pessoal e profissional.


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/// opinião

Impacto das inovações tecnológicas no mundo do trabalho (parte II)

Como dizia no anterior artigo com que este se relaciona, a questão que se coloca, neste momento, não é saber que o capitalismo moderno tem vindo a provocar, nos últimos anos, profundas mudanças no mercado de trabalho. Isso nós sabemos. E sabemos que o surgimento de tecnologias da informação, da informática e da telemática provocou uma verdadeira revolução nos processos produtivos e de organização nas empresas. Nas últimas décadas, o mundo do trabalho passou por transformações significativas. Desde a década de 1970, o capitalismo mundial desenvolveu de forma intensa os mecanismos tecnológicos aplicados pelas empresas, procurando a racionalização dos processos produtivos e a redução dos custos das mercadorias produzidas pela força de trabalho assalariado. E sabemos que este propósito não recua, nem se afigura como possível ou vantajoso para o desenvolvimento e qualidade de vida. Numa sociedade globalizada e em constante mutação, a introdução de tecnologia de base microeletrônica tem como objetivo a adaptação do aparelho produtivo à realidade dos mercados, cada vez mais instáveis e competitivos. Estas tecnologias vêm sendo introduzidas paulatinamente na indústria e nos serviços como uma das expressões da reestruturação produtiva e industrial que ocorre em escala mundial. As inovações tecnológicas e os meios informáticos utilizados no trabalho configuram um novo quadro na história do capitalismo. O Sistema Capitalista tem uma forte influência na inovação da tecnologia moderna. Com o capitalismo o espirito de criar, inovar e transformar expande-se com uma maior força e rapidez. Como sabemos o sistema é baseado na compra e troca de produtos, isso faz com que para esse conceito se mantenha seja necessário uma constante inovação e uma maior necessidade de tecnologia nos produtos que comercializados.

O desenvolvimento da sociedade não dispensa este sistema e o consumidor é exigente e exige criatividade e inovação. E sabemos, que as funções antes desenvolvidas manualmente, são substituídas e incorporadas pela máquina, essencialmente o computador e o recurso à robotização. Embora desde a primeira revolução industrial ocorra o processo de utilização das tecnologias e das técnicas produtivas, atualmente os processos industriais têm assistido a uma radicalização na substituição do homem pela máquina. Começamos a viver influenciados pela inteligência artificial, e parte das funções reflexivas, de comunicação, abstratas do trabalhador e já executada pelos novos mecanismos tecnológicos, inauguraram aquilo a que o sociólogo Jean Lojkine (2002) define como revolução informacional. É inquestionável que com essas novas tecnologias a melhoria de vida tem hoje um maior padrão de qualidade. Quando falamos de tecnologias e como o capitalismo influenciou positivamente a propagação dos meios de comunicação, os serviços de saúde, de ensino, as inovações na indústria e outras melhorias em outros setores de produção, é obrigatório não ficar indiferente a repercussões negativas que alguns sectores possam ficar expostos, ou a algumas pessoas excluídas pela sua vulnerabilidade social. Contudo, pensemos em como seria nosso mundo atual sem a internet? Como seria a dificuldade de locomoção sem os automóveis? Como poderíamos viver sem os nossos aparelhos eletrônicos, telemóveis e tablettes? Tudo isso não existiria se o capitalismo não tivesse impulsionado as novas tecnologias. Max Weber disse que a falta de inovações e criações tecnológicas também nos leva para as guerras. São essas faltas que levam as pessoas a procurar novas coisas. Por esse motivo, o sistema socialista possui um grande relato de guerras e conflitos, que começaram com a população a não aguentar mais

viver num sistema estagnado sem nenhuma inovação e sem nenhuma perspectiva de vida. O Sistema Capitalista em regime democrático não é perfeito e possui erros na sua configuração de governo, mas não podemos negar a sua importância no inicio ou desenvolvimento de que quase tudo o que conhecemos hoje de tecnologia. O homem precisa de mudança e com isso surge a necessidade de novas tecnologias. E sabemos, que tais mudanças são explicadas também pela globalização das finanças; pela elevada precarização das relações de trabalho e, mais particularmente, pelas taxas elevadas de desemprego; pela deslocação geográfica das empresas absorvedoras de mão-de-obra; e também pela eliminação de postos de trabalho na indústria, e não só. E sabemos que a globalização forçou a competitividade e impôs apressar ainda mais as novas tecnologias no sector produtivo. E sabemos que estes novos meios de produção, dispensam mão-de-obra, aumentam o trabalho temporário, por tempo não determinado, bem como o emprego informal está a aumentar a sua importância no índice total de crescimento dos empregos. Esse tipo de trabalho envolve tipicamente salários mais baixos, alguns benefícios a menos e menor segurança que o emprego mais tradicional. A ideia que está implantada é de que o desemprego está relacionado com as novas tecnologias – sabemos que é falso, que as causas são muito diversas, ainda para alguns possa ser motivo. Está provavelmente mais relacionado com baixas remunerações. Sabemos que baixas remunerações trazem muitos problemas, entre eles a pobreza de quem trabalha e a pobreza de quem se reforma com baixas pensões da segurança social. Sabemos que provoca exclusão e por isso se recomenda mais Formação Profissional. Só uma questão ainda mais,

para reflexão; As novas tecnologias, o digital, continuará a forçar a mudança do perfil de mercado de trabalho nos próximos anos. Ou percebemos esta realidade e nos preparamos com a obtenção de formação profissional de qualidade que incorpore o conhecimento de novas tecnologias e de mentalidade para adaptação a mudanças, ou correremos sério risco de info-excluídos. Hoje, temos três categorias diferentes de trabalhadores. Dessas três categorias, uma, infelizmente, não se enquadrará nas novas oportunidades que surgirão. São aqueles que possuem pouca formação intelectual e que estão acostumados, ao longo dos anos, com a cultura do emprego e que resistem em voltar a estudar. Estes continuarão a sofre e a engrossar a fila de desempregados até descobrirem que podem sobreviver prestando pequenos serviços autônomos de pouca relevância. A segunda categoria é constituída por jovens que têm uma boa formação intelectual, que estão ligados às tendências do “deixa andar”, ganho pouco não compensa e que precisam de ajuda para entender melhor como fazer. A família nem sempre pode estar presente para ajudar. A médio prazo, esta categoria será a “bola de ping pong”, saltando de empresa em empresa com apoio social intercalado. A terceira categoria é constituída por talentos já feitos e que, infelizmente, é uma minoria, o que faz com que as empresas vivam a disputar os seus passes, contratação / serviços. Esses profissionais são alvos de altas propostas pelas empresas, com forte estímulo salarial. São pessoas com visão estratégica, com mentalidade evoluída e que procuram, normalmente por conta própria, a sua formação, usam a criatividade para inventar novos produtos e serviços, são dinâmicos, inovadores e têm atitude. Sabemos tudo o que atrás disse, mas não sabemos como

descobrir como tornar a vida melhor, sem exclusão social, sem violência e com respeito ao direito à dignidade do ser humano. Vivemos na Esperança, de promessas, ameaças e também de muitos perigos. E então qual é o papel reservado aos partidos, aos sindicatos e às escolas, às pessoas e se estamos preparados para corresponder a este ciclópico desafio? Preparados estão, tenho dúvidas é que o queiram em conjunto assumir. Enquanto o problema da sociedade esbarrar num constante conflito entre escola pública ou privada, em constantes reformas de ensino sem que se preserve o muito que está bem e se altere gradualmente o que está reconhecidamente mal, que os alunos não são todos iguais e que precisam de formação diferente, que há professores bons e maus que merecem mais uns do que outros, o que menos importa são a causa da existência da escola e de quem a sociedade de futuro mais precisa, os alunos. Como estamos em época festiva, desejo a todos um feliz Natal e um próspero ano de 2018 com muita saúde.

Fernando Moura e Silva Mestre em Trabalho Social e Intervenção Sócio-Educativa


/// entrevista


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/// amarante

1.º Congresso Ibero Americano em Estudos da Paisagem

Câmara Municipal de Amarante apresenta comunicação sobre Serra do Marão A proposta de comunicação, subordinada ao tema “Serra do Marão: o futuro na tradição ou a tradição no futuro” vai integrar o 1º Congresso Ibero Americano em Estudos de Paisagem que vai decorrer, em Sintra, em 2018. Recorde-se que desde há largos meses que o Município de Amarante tem no terreno uma equipa técnica a trabalhar na execução da candidatura aprovada pelo Norte 2020 – Património Natural, com o principal objetivo de transformar o Marão numa marca de excelência, exaltando todo o potencial desta Serra. Esta participação representa, assim, mais um reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Numa lógica de promoção turística e económica da região, o Município realizou um estudo que assenta em quatro ações: valorização dos recursos endógenos; infraestruturas verdes e corredores ecológicos; parque linear e plano de marketing. “As paisagens de montanha resultam de uma estreita relação entre homem e natureza, que confere a este sistema dinâmicas muito particulares e, ao mesmo tempo, determinantes para o seu elevado valor natural e cultural”, pode ler-se no Resumo do artigo científico submetido à comissão do Congresso. O artigo apresenta um método de estudo de uma paisagem de montanha baseado no seu caráter e valências naturais, a partir do qual foram definidas estratégias de desenvolvimento sustentável que visam a proteção da biodiversidade em articulação com o crescimento socioeconómico das populações que lá habitam. Debruçou-se sobre a paisagem da Serra do Marão, no território de Amarante, um sistema de montanha com di-

nâmicas muito distintas, onde se destaca o padrão de ocupação humana, assim como o seu elevado valor natural, que lhe faz valer a sua classificação como Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 “Alvão/Marão”. A Serra do Marão separa o litoral e interior do Norte de Portugal, com uma elevação com 1415 metros de altitude, integra o sistema montanhoso que inicia na Serra da Peneda e se prolonga até ao rio Douro. Dos diversos valores naturais, destaque para os cursos de água límpidos, as matas autóctones e a existência de diversos habitats naturais e seminaturais, espécies de flora e fauna ameaçados, e ainda uma composição de espécies de plantas e animais não classificados mas de elevado interesse, a nível

ecológico (funcionamento dos ecossistemas), económico e cultural. Imponentes miradouros naturais são mais um dos esplendorosos cenários que podemos encontrar numa incursão pelo Marão. Partindo à descoberta da Serra do Marão e dando-a a conhecer ao país e ao mundo é necessário especial atenção à formulação de estratégias alternativas de desenvolvimento destes “frágeis mas importantes territórios, tendo como base a proteção e valorização dos seus recursos endógenos. A paisagem deverá assumir as mais diversas funções, assentando numa multifuncionalidade que combine a conservação dos valores tradicionais que a sustentam, aliado a uma modernidade e inovação que a irão tornar única e atrativa”.

Primeiro Mercado de Natal de Amarante decorre até 24 de dezembro Entre os dias 15 e 24 de dezembro, na Alameda Teixeira de Pascoaes, decorre a primeira edição do Mercado de Natal, em Amarante, com um espaço alusivo à época natalícia e que pretende promover produtores e produtos com identidade local. A primeira edição deste Mercado de Natal, organizado pelo RUA (Revitalização Urbana de Amarante) e pelo City Centre Doctor (rede URBACT), traduz-se numa ação piloto de dinamização da cidade e de valorização dos produtos locais. Artesanato tradicional, artesanato identitário, artes plásticas, gastronomia, moda, brinquedos e doces são alguns dos produtos que poderá encontrar no Mercado de Natal. A música também marca presença com o Mercado da Música (ver horário) que, de 15 a 24 de dezembro conta com vários concertos. No dia 21 de dezembro, pelas 20h30, decorrerá também a “Caminhada das Estrelas”, organizada

pela ADA (Associação Desportiva de Amarante), que percorrerá todas as atrações de Natal espalhadas pela cidade de Amarante. A participação é gratuita e o ponto de encontro é na Alameda Teixeira de Pascoaes. O Mercado de Natal realiza-se no âmbito do projeto Amarante Cidade Presépio que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Amarante e a Associação Empresarial de Amarante. Horário Mercado de Natal: segunda a quinta: 16h00 às 21h00 sexta: 16h00 às 22h00 sábado e domingo: 10h00 às 22h00 24 de dezembro (domingo): 10h00 às 18h00 Caminhada das Estrelas: 21 de dezembro | 20h30








a Junta de freguesia de telÕes deseJa a todos um santo natal e PrósPero ano novo!




Notícias do Tâmega quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

EDITAL N.º 40/2017 DR. JOSÉ LUÍS GASPAR JORGE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE AMARANTE: Faz saber, para efeitos do disposto no nº 3 do artigo 27º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16/12, na sua redação atual, que se encontra em discussão pública, a alteração à licença do loteamento titulado pelo alvará nº 22/98, sito no lugar de Bouça do Castelo, freguesia de Gondar, a qual deu entrada nestes Serviços, a requerimento de Ricardo Aurélio Torgo Mendes, NIF 237960923, residente na Rua das Vinhas, freguesia de Candemil na qualidade de proprietário do lote nº 28. O pedido consiste em: -Alteração da área de implantação passando de 125,00m² para 180,00m²; -Alteração da área bruta de construção, passando de 375,00m² para 320,00m²; -Alteração da área de construção do rés-dochão, passando de 125,00m² para 180,00m²; -Alteração da área de construção da cave, passando de 125,00m² para 140,00m²; -Alteração da cércea, passando de cave, résdo-chão e andar para cave e rés-do-chão; Mais se informa, que o processo administrativo respetivo, com o nº 15/2017, pode ser consultado todos os dias úteis, dentro das horas normais de expediente, nos Serviços Administrativos da Divisão de Planeamento e Gestão do Território desta Autarquia. As sugestões, reclamações ou observações que, eventualmente, venham a ser apresentadas, devem ser formuladas no prazo de 10 dias, através de requerimento escrito, devendo no mesmo constar a identificação completa, o endereço dos seus autores e a qualidade em que as apresentam. Amarante, Divisão de Planeamento e Gestão do Território, 21-11-2017. O Presidente da Câmara, Dr. José Luís Gaspar Jorge

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Eutanásia / Morte assistida foi o tema do primeiro “Diálogos no Hospital” O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) iniciou esta quartafeira, 13 de dezembro, o ciclo “Diálogos no Hospital”. Este ciclo pretende promover um espaço de conversa e partilha sobre os mais diversos temas da sociedade atual. O primeiro “Diálogos no Hospital” foi sobre Eutanásia / Morte assistida e os convidados desta edição foram Miguel Oliveira da Silva, Professor Catedrático de Ética Médica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e elemento do Bureau da DH-Bioética do Conselho da Europa, Padre Anselmo Borges, Padre da Sociedade Missionária Portuguesa e autor de várias publicações sobre religião, e Miguel Ricou, Presidente da Comissão de Ética da Ordem dos Psicólogos Portugueses e fundador da Plataforma “Wish to Die”. A conferência, realizada no Hospital Padre Américo, visou esclarecer a comunidade acerca do tema e as consequentes implicações na sociedade e nos profissionais de saúde. A moderação ficou a cargo de Francisco Rocha, diretor do Jornal Verdadeiro Olhar, que, na abertura da sessão, salientou tratar-se de “um tema atual e polémico” e que o objetivo do encontro foi “contribuir com

um diálogo sereno sobre o tema e não esgrimir argumentos”. Miguel Oliveira da Silva começou por alertar na sua intervenção: “não haja confusões sobre o que é a eutanásia. Eutanásia ativa e voluntária, antecipação da morte natural a pedido de um doente e que é aceite pelos profissionais de saúde. Não é suspensão terapêutica, nem é suicídio assistido”. O professor catedrático referiu ainda a realidade americana, “36% dos doentes que fazem o pedido para o suicídio assistido, levam a medicação para casa e acabam por não a tomar”, e a realidade europeia, “na Holanda e Bélgica, em que existe o direito ao pedido de eutanásia, mas não o direito à eutanásia. Os profissionais de saúde podem recusar este pedido”. Miguel Oliveira da Silva terminou a sua intervenção dizendo que “perante duas iniciativas legislativas e movimentos de cidadãos sobre este tema, felicito o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa por esta iniciativa e que outras unidades hospitalares também o façam. Se isto não se discute nos hospitais, onde se haverá de discutir?” “Este assunto há muito que se dis-

cute pela rama e a partir de opiniões e sensibilidades pessoais”, começou assim, Miguel Ricou, a sua intervenção. “O médico respeita o bem clínico do doente e o doente deverá ter autonomia na escolha do seu melhor interesse. Não há uma decisão conjunta”, acrescentou o presidente da Comissão de Ética da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Perante a irreversibilidade da eutanásia, Miguel Ricou salientou que “nunca vamos ter 100% de certeza. É uma decisão que não dá para voltar atrás. É necessário ter uma maior garantia de que aquele doente é aquilo que quer. Mas não há estudos sobre o tema, sobre a tomada de decisão. Precisamos e podemos aumentar o grau de segurança porque há pessoas que de facto querem morrer, como também há quem diga que quer morrer e muda de ideias”. A última intervenção coube ao Padre Anselmo Borges que sustentou a necessidade da “reflexão de todos sobre o tema e a definição clara dos conceitos: Eutanásia ativa/passiva, Distanásia e Suspensão Terapêutica. Neste domínio não há vencidos nem vencedores porque no fim somos todos vencidos pela morte”.

S.Gonçalo - Amarante

Cepelos- Amarante

Dª. Maria da Graça Ribeiro Teixeira

Sr. Agostinho Silveira dos Santos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral da saudosa extinta ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral do saudoso extinto ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

S.Gonçalo - Amarante

Vila Caíz- Amarante

Cepelos- Amarante

Sr. Fernando Augusto de Oliveira

Sr. Fernando Lopes da Silva

Dª. Rosália Soares de Macedo Pinto

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral do saudoso extinto ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral do saudoso extinto ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral da saudosa extinta ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068


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Notícias do Tâmega quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

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EDITAL N.º 38/2017 DR. JOSÉ LUÍS GASPAR JORGE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE AMARANTE: Faz saber, para efeitos do disposto no nº 3 do artigo 27º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16/12, com as alterações introduzidas pela Decreto-Lei nº 26/2010 de 30/03, que se encontra em discussão pública, a alteração à licença do loteamento titulado pelo alvará nº 11/97, sito no lugar de Rua da Passal, freguesia de Vila Caiz, a qual deu entrada nestes Serviços, a requerimento de Joaquim Filipe Magalhães Coelho, NIF 228814154, residente no lugar de Rua da Passal, nº. 217 r/c freguesia de Vila Caiz na qualidade de proprietário do lote nº 20. O pedido consiste em: - Alteração do nº. de pisos do edifício: de cave, rés do chão e andar para cave e rés do chão; - Alteração do polígono de implantação; - Aumento da área de implantação: de 140,00 m2 para 219,05 m2; - Diminuição da área total de construção: de 385,00 m2 para 299,05 m2. Mais se informa, que o processo administrativo respetivo, com o nº 3/2017, pode ser consultado todos os dias úteis, dentro das horas normais de expediente, nos Serviços Administrativos da Divisão de Planeamento e Gestão do Território desta Autarquia. As sugestões, reclamações ou observações que, eventualmente, venham a ser apresentadas, devem ser formuladas no prazo de 10 dias, através de requerimento escrito, devendo no mesmo constar a identificação completa, o endereço dos seus autores e a qualidade em que as apresentam. Amarante, Divisão de Planeamento e Gestão do Território, 20-11-2017 O Presidente da Câmara, Dr. José Luís Gaspar Jorge

AVISO TORNA-SE PÚBLICO, para efeitos do disposto na alínea b) do nº. 2 do artigo 78º. Do Decreto-Lei nº. 555/99, de 16/12, no atual redação foi emitido aditamento à licença de loteamento, titulada pelo alvará nº n.º 3/98, em nome e a requerimento de António Castro Teixeira, com sede na Rua do Passal, 119, freguesia de Vila Caiz, NIPC 149594089, que titula a aprovação da alteração da licença da operação de loteamento que incidiu sobre o prédio urbano, sito no lugar da Quinta da Devesa Lote nº. 9 Freguesia de Louredo, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 257 e descrito na Conservatória do Registo Predial na ficha nº. 309/19980715. A alteração ao alvará de loteamento supra, deferida por despacho de 01/02/2012, respeita o disposto no Regulamento do Plano Diretor Municipal, e consiste na alteração das especificações do lote nº. 9. - Na alteração da área de implantação e área bruta construção do edifício, com variação inferior a 3% das especiações aprovadas pelo alvará de loteamento. Dado e passado para que sirva de título ao requerente e para todos os efeitos prescritos no Decreto-Lei n.º 555/99, de 16/12 e alterações subsequentes. Divisão de Planeamento e Gestão do Território, 04/12/2017. O Presidente da Câmara, Dr. José Luís Gaspar Jorge

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EDITAL N.º 39/2017 DR. JOSÉ LUÍS GASPAR JORGE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE AMARANTE: Faz saber, para efeitos do disposto no nº 3 do artigo 27º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16/12, na sua redação atual, que se encontra em discussão pública, a alteração à licença do loteamento titulado pelo alvará nº 22/98, sito no lugar de Bouça do Castelo, freguesia de Gondar, a qual deu entrada nestes Serviços, a requerimento de Belmiro Joaquim Ribeiro Queirós Dias Pereira, NIF 206411626, residente na Rua da Ovelhinha n.º 144, freguesia de Gondar na qualidade de proprietário do lote nº 32. O pedido consiste em: - Redução da área total de construção de 375.00m² para 320.00m²; - Redução da área de construção do piso em cave de 125.00m² para 80.00m² - Redução da área de construção destinada a habitação de 250.00m² para 240.00m²; - Alteração do polígono de implantação; - Alteração da cota de soleira passando de 195.20 para 195.00; Os restantes parâmetros urbanísticos aprovados pelo alvará de loteamento n.º22/98 são mantidos. Mais se informa, que o processo administrativo respetivo, com o nº 5/2017, pode ser consultado todos os dias úteis, dentro das horas normais de expediente, nos Serviços Administrativos da Divisão de Planeamento e Gestão do Território desta Autarquia. As sugestões, reclamações ou observações que, eventualmente, venham a ser apresentadas, devem ser formuladas no prazo de 10 dias, através de requerimento escrito, devendo no mesmo constar a identificação completa, o endereço dos seus autores e a qualidade em que as apresentam. Amarante, Divisão de Planeamento e Gestão do Território, 20-11-2017. O Presidente da Câmara, Dr. José Luís Gaspar Jorge AVISO

AVISO

TORNA-SE PÚBLICO, para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16/12, na sua atual redação, foi emitido aditamento ao loteamento, titulada pelo alvará nº 2/2008, em nome e a requerimento de António Manuel Lopes Costa, residente na Travessa da Raposeira nº62, da união de freguesias de Figueiró (Santiago e Santa Cristina), NIPC 205788360, que titula a aprovação da alteração da licença da operação de loteamento que incidiu sobre o prédio urbano, sito no lugar da Raposeira, da união de freguesias de Figueiró (Santiago e Santa Cristina), inscritos na respetiva matriz sob o artigo 423 e descrito na Conservatória do Registo Predial na ficha 845. A alteração ao alvará de loteamento supra, deferida por deliberação de Câmara de 11/09/2017, respeita o disposto no Regulamento do Plano Diretor Municipal, e consiste na alteração das especificações dos lote nº 4, conforme a seguir se indica: - Alteração do polígono de implantação; - No aumento da área de implantação do edifício, de 106,00m2 para 136,35m2; - Na diminuição da área bruta de construção do edifício, de 318,00m2 para 261,85m2; - A cave da moradia unifamiliar fica com 125,50m2 e o rés do chão com 136,35m2; - Diminuição do nº de pisos: de 3 (cave, rés do chão e andar), para 2 (cave e rés do chão); - Alteração da cota de soleira: de 97,00 para 96,35; Os restantes parâmetros urbanísticos aprovados pelo alvará de loteamento nº2/08 são mantidos.

TORNA-SE PÚBLICO, para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16/12, na sua atual redação, foi emitido aditamento ao loteamento, titulada pelo alvará nº 2/2016, em nome e a requerimento de Predivimeã – Empreendimentos Imobiliários, Ldª., com sede na rua Nossa Senhora de Fátima nº493, da freguesia de Mancelos, NIPC 506674711, que titula a aprovação da alteração da licença da operação de loteamento que incidiu sobre o prédio urbano, sito no lugar de Nogueira, freguesia de Mancelos, inscritos na respetiva matriz sob os artigos 2120 a 2138 e descrito na Conservatória do Registo Predial nas fichas nºs 2590 a 2608. A alteração ao alvará de loteamento supra, deferida por deliberação de Câmara de 20/11/2017, respeita o disposto no Regulamento do Plano Diretor Municipal, e consiste na alteração das especificações dos lotes nº 1 ao 19, conforme a seguir se indica: - Na alteração dos polígonos de implantação dos edifícios, nos lotes 1 a 8, 13, 14 e 19; - Na diminuição da área total de implantação dos edifícios, de 3.864,00m2 para 3.819,00m2; - Na diminuição da área total de construção de 6.760,00m2 para 5.853,00m2; - Na diminuição do nº de pisos acima da cota de soleira: de 3 para 2 pisos; - Os lotes 1,4,5 e 13 passam a ser destinados exclusivamente a habitação, desistindo da valência de comércio, serviços e indústria ao nível do piso 4; Os restantes parâmetros urbanísticos aprovados pelo alvará de loteamento nº2/2016 são mantidos.

Divisão de Planeamento e Gestão do Território, 11 de dezembro de 2017. O Presidente da Câmara, Dr. José Luís Gaspar Jorge

Divisão de Planeamento e Gestão do Território, 12 de dezembro de 2017. O Presidente da Câmara, Dr. José Luís Gaspar Jorge


Notícias do Tâmega quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

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Macieira da Lixa – Felgueiras

Joaquim de Carvalho Pires AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Vila Chã do Marão – Amarante

Emília da Costa Pinheiro AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Tabuado – Marco de Canaveses

Candemil – Amarante

Gondar – Amarante

Maria Ursulina Alves de Moura

Maria da Anunciação Teixeira Monteiro

Francisco José Gomes Fernandes

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Vila Garcia Aboim e Chapa – Amarante

Cepelos – Amarante

Covelo do Monte Aboadela – Amarante

José Augusto Monteiro da Costa

Maria da Conceição Pina de Almeida

Margarida Ribeiro Marinho

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Candemil – Amarante

Bustelo – Amarante

Varzea, Aliviada e Folhada – Marco de Canaveses

Rui Manuel Pereira Teixeira

Maria de Lourdes Pinheiro da Silva

Maria Adelaide de Oliveira

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

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Vila Garcia – Amarante

São Gonçalo – Amarante

Ansiães – Amarante

Senhorinha Pereira da Siva

Maria Rosa Silva

Maria Alcina Alves

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

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