1786 14 de setembro

Page 1

DIRECTOR: Luciano Gonçalves

36 anos de informação

quinta-feira, 14 de setembro de 2017 | Nº 1786 | Ano 36

OJORNAL AMARANTE

DE

Amarante // Pág. 3

Câmara de Amarante processa o Estado para reaver o Parque Florestal // Pág. 3

Eva Vieira venceu Prémio Jovem Ilustrador “Câmara Municipal de Amarante” // Pág. 4

Amarante recebe Galardão Município Amigo do Desporto // Pág. 5

“Conta-me Histórias”: David Fonseca em Vila Meã, a 23 de setembro

SIDÓNIO VASCONCELOS

// Pág. 6

“Podem contar comigo para trabalhar...” Entrevista// Pág. 18 à 21

Estudos arqueológicos regressam ao Mosteiro de Santa Clara // Pág. 27

Carlos Pereira “Todos os dias, a Cercimarante procura contribuir para uma sociedade mais aberta e inclusiva”

Balcão Único já abriu em Vila Meã // Pág. 12

“Mãos que falam” vence 3ª edição do Orçamento Participativo Jovem // Pág. 14

MMASC mostra fotografias de Eduardo Teixeira Pinto // Pág. 26

III Festival Internacional de guitarra de Amarante Prémios ficam em casa


02

AMARANTE

ESTATUTO EDITORIAL O Jornal de Amarante, que se publica em Amarante, é uma publicação pluralista, democrática e independente, informativa e, essencialmente, defensora dos interesses da região em que está inserida. Dará especial atenção ao noticiário regional, não descurando a informação nacional que tenha interesse geral. Este órgão de informação defende a liberdade de pensamento, a objetividade e verdade da sua informação, procurando dar expressão e acolhimento a todas as correntes democráticas. Será, também, um elo de ligação com os emigrantes desta área de influência que labutam em vários países espalhados pelo mundo. O Jornal de Amarante, assume o compromisso de respeitar os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação desta vasta região banhada pelo rio Tâmega. O Diretor

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Descanse em Paz Morreu o António Pedro. Aquele que fez da sua vida um ato de escrever; que punha na escrita aquilo que melhor pensava e sabia; que aí concentrava a sua forma de estar e intervir socialmente… deixounos. É justo que seja pela escrita e naquele que foi, durante muitos anos, o “seu” jornal, que se registem estas palavras, que ainda não sei quais serão. O corrupio do teclado há-de levar a bom porto esta tarefa que me impus de registar a sua memória. Não sei desde quando o conheci, mas acredito que tenha sido no princípio dos anos 80 que com ele me comecei a relacionar. Uma maior aproximação operou-se uma década depois. A nossa amizade teve, como é normal, alguns momentos de tensão; poucos, mas alguns. A sua voz crítica, sempre acesa, sempre acicatada, sempre atenta e o meu exercício de cargos públicos haveriam de colidir. Nada de relevante, nada que nos fizesse alterar a voz, nada que beliscasse o respeito mútuo, nada que ficasse como ressentimento. O António Pedro era mesmo assim: nas coisas grandes, como nas pequenas, era atento. Raramente manifestava o reconhecimento do bem feito se alguma imperfeição a obra contivesse. Sobre o poder político, como sobre o judicial, como sobre o policial (não me recordo se sobre o religioso alguma vez tomou posição), o António Pedro era um “maldizente”. Isto não é uma acusação, é um elogio. Foi o motor de muitas causas: o trânsito e o asseio/limpeza da cidade mereciam-lhe a atenção permanente. Mas a falta de civismo causavam-lhe revolta; e não escondia a ninguém o seu inconformismo. Mesmo que soubesse que as palavras poderia ser excessivas, não as poupava. Colaborou, em 1991, na comissão toponímica que atribuiu mais de cinco centenas de nomes a várias ruas anónimas da área urbana. Quando chamado para ajudar, emprestava todo o seu empenhamento. A Rua do Covelo era o grande microcosmos da sua atenção. Lá conversava, lá desabafava, lá protestava. Contra os poderes, como contra as arbitragens, como contra os abusos. António Pedro era mesmo um arauto da causa pública amarantina. Fica para a história de Amarante, que muita gente começa a esquecer, a sua coluna “É preciso avisar toda a gente”. Foi lá que ele, com uma tenacidade inquebrável e uma obstinação que não se subjugou a ninguém, combateu a quota 65 da Barragem do Torrão. Os seus implacáveis alertas foram mobilizando cada vez mais amarantinos. Foi o primeiro a não se deixar seduzir por promessas de fluvinas e hordas de turistas. Dizia que sem a Ilha dos Frades, Amarante perderia a identidade. E quando se conseguiu impor ao Estado e à EDP a quota 62, ele sentiu que tinha contribuído para essa grande vitória. Foi sua antes de ser dos políticos locais que a corporizaram. Quando se retomou o debate sobre a barragem de Fridão, percebeu logo que a oscilação de caudais no centro da cidade seria catastrófica e desabafou-me amargurado: “Ainda havemos de pedir à EDP a subida do Torrão para a quota 65”. Isto foi mais um, talvez o principal, alerta para que muitos, como eu, impuséssemos a necessidade de uma barragem de contraembalse, reguladora dos caudais e garantia do chamado caudal ecológico. Devemoslhe todos isso, o que não é coisa pouca. E não se estranhou que pessoas que ele combateu duramente marcassem presença no seu funeral. A discórdia esbate-se quando a grandeza humana se assinala. Até sempre. Abel Coelho

Propriedade: Publitâmega - Publicações do Tâmega, Lda. Tiragem Média 3500 exemplares.

director.jornaldeamarante@gmail.com jornalamarante@gmail.com

Preço de Assinatura Continente 30,00 Euros Estrangeiro 50,00 Euros

Director: Luciano Gonçalves (C.P. 7020) Redação: ERA FM Colaboradores: A. Magalhães, Carlos Carvalho, Hernâni Carneiro, Luís Magalhães, Js Amt, JsD Amt, Rui Canossa, Bruna Ribeiro Rubrica de saúde e bem-estar: Pedro Cunha, Elsa Pimenta Fotografia: Carlos Moura Espaço de Direito: vitor Briga Rei Parcerias: ERA FM (92.7) / Notícias do Tâmega Paginação: Mediatâmega, Lda Departamento Comercial e secretariado: Júlia Gonçalves (255136045 / 918811511) Redacção: Edifício santa Lúzia, s. Gonçalo, Amarante Edição: ERA - Emissora Regional de Amarante, Lda. / NIF: 501837930 Impressão: Coraze - Oliveira de Azeméis Registos: Ministério da Justiça/Instituto de Comunicação social - 106941| Depósito Legal: 135757/99 (Nota: A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder forçosamente à da direcção do jornal)

Porte Pago Avença – 4600 Amarante


03

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

BIISA - Bienal Internacional de Ilustração Solidária Ajudaris

Eva Vieira venceu Prémio Jovem Ilustrador “Câmara Municipal de Amarante” Amarante recebeu, de 4 a 10 de setembro, a primeira Bienal Internacional de Ilustração Solidária Ajudaris BIISA. Eva Vieira foi a vencedora do “Prémio Jovem Ilustrador Câmara Municipal de Amarante”, cujo concurso desta edição estava subordinado ao tema Património. Na ata da reunião do júri do concurso pode ler-se “Graficamente a ilustração é muito interessante pelo uso de diferentes texturas e sobreposições, onde a mancha e a linha coexistem equilibradamente. Esta ilustração representa os cantares alentejanos, património mundial, de elevado significado na história de Portugal. A ilustradora trabalhou o tema com bastante criatividade

numa interpretação cheia de sentido de humor”. Ana Biscaia, Daniel Torrent e Yael Frankel foram, por sua vez, os vencedores do “Grande Prémio Fundação Manuel António da Mota”. A cerimónia de entrega de prémios teve lugar a 9 de setembro, no Claustro do Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso (MMASC), a que se seguiu um leilão solidário, com as obras que não foram selecionadas pelo júri. Um leilão para ajudar 7 causas sociais: APD – Amarante, APPACDM- Porto, Associação Assomada, Laços sem Nós, Centro Social Paroquial Santos Mártires, Operação Nariz Vermelho e Ajudaris. Visivelmente satisfeito

com o sucesso desta primeira edição da Bienal, o Presidente da Câmara Municipal de Amarante frisou que “Amarante mais uma vez está ao lado de quem deve estar, abraçando em boa hora este desafio que a Ajudaris lançou e participando de forma tão ativa em causas sociais”. José Luís Gaspar lembra que a BIISA tem como tema o património e “portanto Amarante, pelas características intrínsecas, não podia ter sido escolha mais acertada”. De referir que o trabalho conjunto entre a autarquia e a Ajudaris já vem de longe e por isso, sublinha José Luís Gaspar, “não podia estar mais feliz pelo facto de Amarante acolher este primeiro evento.” Uma felicidade partilhada

por Rui Pedroto, Presidente da Comissão Executiva da Fundação Manuel António da Mota e por Rosa Vilas Boas, Presidente da Ajudaris, parceiros do evento, que destacam os números do “sucesso desta primeira Bienal”. Basta lembrar as 257 inscrições de 32 países e as mais de

400 obras a concurso. A inauguração da exposição BIISA aconteceu a 5 de setembro, na Sala de Exposições Temporárias do MMASC, numa cerimónia focada na arte e a solidariedade. A mostra está patente ao público até 8 de outubro.

Câmara de Amarante processa o Estado para reaver o Parque Florestal

O Município de Amarante interpôs, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, uma ação contra o Estado Português e contra o ICNF – Instituto de Conservação da

Natureza e das Florestas I.P., com o objetivo de reaver a posse dos terrenos que constituem o Parque Florestal de Amarante. Esta ação configura o culminar de um processo

negocial que já leva praticamente quatro anos e que se demonstrou inconsequente. Foi em 24 de maio de 1922, que a Câmara Municipal de Amarante, pela mão de António Carneiro, Presidente da Comissão Executiva, outorgou por escritura pública a entrega da Quinta de Codeçais ao Estado Português, para aí realizar aquele que viria a ser o Parque Florestal de Amarante, submetendo-a ao regime florestal total. Agora, a Câmara Municipal de Amarante reclama a restituição do dito imóvel, com base no incumprimento de vários pressupostos que deram origem à cedência, nomeadamente, o mais impor-

tante: “... Voltar a propriedade para a administração direta da Câmara Municipal de Amarante no caso de os Serviços Florestais e Aquícolas retirarem da vila a sede da Administração dos Serviços do Perímetro Florestal do Marão e Meia Via.” Sobre este assunto, o Presidente da Câmara, José Luís Gaspar, referiu: “O processo do Parque Florestal tem tido, ao longo destes quatro anos, uma sucessão incompreensível de avanços e recuos que, neste momento, não se explicam por outros motivos que não sejam os de política partidária. Apesar de estarmos certos, desde o primeiro

momento, do incumprimento por parte do Estado, entendemos que o procedimento normal deveria passar por uma negociação simples entre as partes, com base no principio da boa fé, e de modo a resolver este assunto de uma forma célere. É de notar que, chegámos, inclusivamente, a alcançar acordo sobre a versão final do protocolo mas, infelizmente e contrariamente ao que aconteceu no Município de Vila Real, em Amarante o ICNF optou por recuar – pelo que não nos restou outra alternativa que não fosse avançar com uma Ação Administrativa contra o Estado Português e contra o ICNF.”


04

OPINIÃO / AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Leituras de dinheiro Por Rui Canossa Estamos a chegar ao fim das férias, a escola acaba com elas, como diz numa canção muito popular entre os mais novos. E é no período de férias que a maior parte das pessoas põe a leitura em dia. A minha sugestão para leitura de férias vai para dois livros sobre finanças pessoais, assunto tão importante e tantas vezes negligenciado. Assim, a primeira sugestão de leitura vai para Filho Rico Filho vencedor com o subtítulo - Como preparar o seu filho para ganhar dinheiro, de Sharon L. Lechter e Robert T. Kiyosaki. De facto um problema dos tempos modernos é a de que os mais novos não darem importância ao dinheiro, ou valor ao dinheiro, ou até

mesmo à forma como o dinheiro é auferido pelos pais e muito menos a darem importância à poupança. A sociedade de consumo de massas é implacável com as suas estratégias de marketing e publicidade que invariavelmente levam ao consumismo, perigoso, impulsivo e que pode pôr em risco a segurança familiar. Este livro em jeito de guia destina-se também aos pais que valorizam a educação, que desejam ensinar os seus filhos a sair na frente no mundo financeiro, académico e na vida, e que estão dispostos a assumir um papel ativo para que isso aconteça. Na Era da Informação, uma boa educação é mais importante do que nunca. Mas o sis-

tema educacional de hoje pode não estar a fornecer todas as informações de que o seu filho precisa. Este livro tem por objetivo suprir justamente essas lacunas. Só tem um defeito este livro. O seu preço, 41,35€. O segundo livro, relacionado com o anterior, tem o título – Casais inteligentes enriquecem juntos de Gustavo Cerbasi. Para o autor, alguns dos maiores motivos de discussão entre casais são os problemas financeiros. Para Gustavo Cerbasi, a causa desses desentendimentos é a falta de conversa sobre dinheiro em família. Regra geral, o casal só fala sobre o assunto quando a bomba já rebentou. E, como não se discute a questão a dois, a maioria não

faz um orçamento, não guarda dinheiro para atingir as suas metas, não tem planos para a manutenção do seu padrão de vida no futuro, toma decisões de compra sem refletir, investe mal o dinheiro que custou com tanto suor a ganhar. Com sugestões para casais em qualquer fase do relacionamento, dos namorados aos casais com filhos adultos, este livro vai mostrar-lhe diferentes estratégias para formar uma parceria inteligente, ao longo da vida, na administração das finanças da família. Este livro tem um defeito maior do que o livro anterior, 48,54€! Pois é meus caros amigos, como dizia a canção imortalizada por Liza Minnelli – Money makes the world go round

- o dinheiro faz girar o mundo e por isso é inevitável ter de saber como obtê-lo, geri-lo, aplicá-lo, gastá-lo, etc. E muito se escreve em torno destes temas e já agora muito dinheiro se ganha a fazê-los também.

Amarante recebe Galardão Município Amigo do Desporto O Vereador André Costa Magalhães, em representação do Município, recebeu no passado dia 8 de setembro, em São João da Madeira, o galardão “Município Amigo do Desporto 2017”. A cerimónia foi presidida pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo. Este reconhecimento acontece no seguimento de uma avaliação de dez áreas de análise, nomeadamente organização, planeamento desportivo e dimensão económica, eventos, programas, estratégias de sustentabilidade ecológica, desporto solidário, parcerias, realidade desportiva, legislação, marketing e inovação. O prémio, criado pela

primeira vez, a nível nacional, pela Associação Portuguesa de Gestão do Desporto (APOGESD), no ano de 2016 tem como objetivo reconhecer, distinguir, promover e galardoar as boas práticas ao nível da gestão do desporto nos municípios portugueses. “Temos consciência do trabalho que temos feito em prol do Deporto. Seguros de que, havendo ainda muito a fazer, sabemos, no entanto, que estamos no caminho certo. Não poderíamos estar mais orgulhosos deste reconhecimento isento e rigoroso que nos faz a APOGESD. Amarante passa agora a figurar na lista dos Municípios Amigos do Desporto”, realça o Vereador com o Pelouro

do Desporto. André Costa Magalhães garante que este Galardão é sinónimo de mais responsabilidade, mas também de mais trabalho.

“O projeto “Amarante Cidade Desportiva” é apenas um bom exemplo que pode servir de referência mas no dia a dia vamos continuar

empenhados em oferecer o melhor Desporto, todo o ano e para todos!”.


05

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

No Cineteatro Raimundo Magalhães

“Conta-me Histórias”: David Fonseca em Vila Meã, a 23 de setembro O “Conta-me Histórias” regressa a Amarante, já este outono. O primeiro convidado é o músico David Fonseca que inaugura assim mais uma edição desta iniciativa. Será a 23 de setembro, a partir das 22 horas, no Cineteatro Raimundo Magalhães, em Vila Meã. Os bilhetes para este espetáculo, ao preço de cinco euros, podem ser adquiridos na Loja Interativa de Turismo de Amarante, na Extensão de Vila Meã da Biblioteca Municipal Albano Sardoeira e no Cineteatro Raimundo Magalhães. Entretanto, agendados estão já outros “Conta-me Histórias”. A Casa das Artes receberá Carlos Alberto

Moniz, a 21 de outubro, e Jimmy P, a 11 de novembro, com as entradas a custarem igualmente cinco euros. A receita da bilheteira de todos os espetáculos reverterá a favor de Instituições Particulares de Solidariedade Social do Concelho. “Conta-me Histórias” é um ciclo de conversasconcerto com conhecidos músicos portugueses que se fazem acompanhar, num registo acústico e mais intimista, de guitarra, piano ou algo o mais simples possível, para, informalmente, durante a conversa, explicarem pormenores do seu processo de criação, cantando alguns dos temas mais conhecidos.


06

OPINIÃO / AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Investir e viver Amarante, vale a pena? Por Rita Marinho Batista, JSD Amarante

Amarante passou, nos últimos quatro anos, por um processo de transmutação inegável e deixou de ser apenas uma cidade histórica com um património e beleza natural ímpares, para ser um concelho onde vale a pena investir, participar, criar empregos, raízes e onde diariamente se sente a sua afirmação, como uma terra mais voltada para os jovens, para as novas tecnologias, acessibilidades e progresso. Foram criadas ou estão prestes a ser, infraestruturas que, concretizando alguns sonhos antigos e muitos novos, alteram todo o paradigma da cidade, nomeadamente o Quartel da GNR, as termas, a reabilitação de parte do parque escolar, a reabilitação e restauro do edifício da antiga casa da Câmara e Cadeia, os campos sintéticos, o parque linear que junto ao rio que ligará o

centro da cidade a Vila Caiz, o Solar dos Magalhães, onde com um projeto do arquiteto Siza Vieira será criada a Casa da Memória de Amarante, o Cineteatro, e tantos outros, tudo sem comprometer a estabilidade orçamental nem aumentar o endividamento do Município, ao contrário do que se quer fazer crer, já que grande parte do investimento resulta do aproveitamento eficiente de Fundos Comunitários. A nossa localização impar, a curta distância de cidades maiores como Porto, Braga ou Vila Real propicia a que, caso nos apresentemos atrativos e diferenciadores, consigamos tornar-nos um polo aglutinador. O melhoramento e manutenção das vias, com requalificação e pavimentação, seja no centro da cidade como em todas as freguesias, a construção do sistema viário de ligação entre os Bombeiros Voluntários de Amarante e o entroncamento de acesso a Santa Luzia e o sistema viário central de Vila Meã, potenciam a coesão territorial. A criação da agência de planeamento estratégico, designada por “Invest Amarante”, foi uma aposta clara deste executivo na atracão de investimento, criação de

projetos de desenvolvimento económico e busca de novas formas de captar o turismo. A criação do programa “Via verde ao investimento” que tem como objetivo apoiar potenciais investidores, dando-lhes um apoio especializado, deu origem a 66 intenções de investimento, correspondentes a aproximadamente 3,32m€ de potencial investimento e à criação de quase 300 postos de trabalho, sendo que foram já concretizados 9 investimentos correspondentes a cerca de 2,5m€ e 25 postos de trabalho. No âmbito dos projetos de promoção do desenvolvimento económico destaco, por serem recentes, a criação e lançamento do Projeto RUA – Revitalização Urbana de Amarante, o Projeto “Rio Olo - laboratório vivo de desenvolvimento sustentável” e a organização do programa de empreendedorismo de base industrial - “Start Industry The Portuguese Summer University on Entrepreneurship”, realizado em parceria com o Politécnico do Porto. O executivo, nos últimos quatro anos, deu um sinal claro de que tinha como objetivo impulsionar a captação de investimento privado,

apoiar o tecido empresarial, promover o empreendedorismo, o turismo, e a inovação. Reflexo da capacidade empreendedora e inovadora dos amarantinos é o facto de, bem recentemente, na 2ª Edição do Concurso Tâmega e Sousa Empreendedor, quatro projetos, nomeadamente os projetos “Walkest”, “atTâmega: turismo criativo e idiomático”, “Metalúrgica do Fojo” e “Oliófora” terem conquistado prémios. Mas não é só criar novos negócios em Amarante que se tornou mais fácil, pois a nível do urbanismo muitas diferenças se fizeram sentir, nomeadamente com a delimitação das áreas de reabilitação urbana, mas em especial com a aprovação do Plano Director Municipal, que entrou em vigor a 24 de agosto do presente ano. No sentido de agilizar procedimentos, modernizar e melhorar o atendimento e relação do munícipe com a autarquia foram criados os balcões únicos em Amarante e Vila Meã e implementado um serviço de atendimento online através do qual os munícipes podem consultar informações relativas ao estado de processos e requerimentos. O orçamento

participativo Jovem, que vai já na terceira edição, com um investimento anual de 15 mil euros, é uma aposta segura no incentivo à participação dos jovens na sociedade, tendo vencido este ano a proposta “Mãos que falam”, que pretende promover a inclusão social e estimular o interesse dos jovens para a língua gestual Portuguesa. Amarante é uma terra de tesouros que andavam há longos anos escondidos. É inegável que em apenas quatro anos Amarante se afirmou sentindo-se isso diariamente pelo que estando a informação oficial e verdadeira disponível para consulta, temos a responsabilidade de nos mantermos atentos, críticos, e de não deixar que nos turbem a visão com argumentos e dados deturpados. Amarante afirma-se como um concelho onde é possível viver, estudar, investir e ter uma imensidão de oferta cultural, por isso vale muito a pena. Sejamos protagonistas desta história conjunta feita de lutas e de sonhos tornados realidade, mas principalmente da convicção profunda de que estamos a fazer as coisas certas, da maneira certa, pela nossa terra.

Balcão Único já abriu em Vila Meã Depois de Amarante o Balcão Único chegou a Vila Meã. Resolve, Facilita e Informa - é assim que o Balcão Único se apresenta. Com a clara convicção de que o munícipe é o foco da atenção e a pensar num serviço de excelência o Balcão Único está em funcionamento, das 9h00 às 15h00, de segunda a sextafeira. O atendimento presen-

cial disponibilizado no BU apresenta 4 postos de atendimento: Espaço Cidadão; Recursos Humanos, Tesouraria e Atendimento Geral. A partir de janeiro de 2018 os serviços de Urbanismo estarão também disponíveis. O Balcão Único de Vila Meã dispõe ainda de um gabinete técnico para o CIAC- Centro de Informação Autárquico ao Consu-

midor, com atendimento todas as sextas-feiras, das 9h30 às 12h00. Neste novo espaço o Cidadão pode utilizar o Cartão do Cidadão e a assinatura digital como forma de autenticação. O atendimento é orientado por um sistema de gestão de filas a fim de melhorar a eficiência.



08

OPINIÃO

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O direito à greve “O Canto da Justiça” de Vítor Briga Rei – Advogado O direito à greve é um direito constitucionalmente consagrado como sendo um direito irrenunciável dos trabalhadores, sendo que compete aos trabalhadores (e eventualmente das entidades que os representem, nomeadamente os sindicatos) a definição do âmbito dos interesses a defender através da greve. É às associações sindicais que compete, em primeiro plano, decidir o recurso à greve. No entanto, a mera assembleia de trabalhadores da empresa pode deliberar o recurso à greve desde que a maioria dos trabalhadores não seja sindicalizado, a assembleia seja convocada por pelo menos 20% dos trabalhadores (ou um mínimo de 200 trabalhadores), a maioria dos trabalhadores participe na votação e a deliberação seja aprovada por maioria dos trabalhadores, por meio de voto secreto.

Os trabalhadores em greve são representados ou pelos respetivos sindicatos que decidiram o recurso à greve ou, no caso de o recurso à greve ser decidido pelos trabalhadores, por uma comissão de greve, eleita na respetiva assembleia de deliberação da greve. À associação sindical ou à comissão de greve é possível organizar piquetes, com a finalidade de persuadir, por meios pacíficos, os trabalhadores a aderirem à greve, sempre mantendo a liberdade de prestar trabalho de qualquer trabalhador que o pretenda fazer. Aquando da decisão de uma greve, a entidade que a decida deverá dirigir ao empregador e ao ministério responsável pela área laboral um aviso prévio com antecedência mínima de 5 dias úteis, prazo esse que passa para 10 dias úteis de antecedência nas situações legal-

mente estabelecidas em que é necessário definir os serviços mínimos indispensáveis, por exemplo nas áreas da saúde, dos transportes, correios e telecomunicações, entre outros. O aviso prévio deve ser feito por meios idóneos, nomeadamente por forma escrita ou através da comunicação social, devendo conter uma proposta de definição de serviços mínimos, nos casos em que a greve se realize em empresa ou estabelecimento que se destine à satisfação de necessidades sociais impreteríveis. É proibido, ao empregador, substituir os grevistas por pessoas que, à data do aviso prévio, não trabalhavam no respetivo estabelecimento, bem como a admissão de trabalhadores para essas funções desde a data do aviso prévio. É também proibido que a realização das tarefas dos trabalhadores grevistas seja realizada

por qualquer empresa contratada para esse fim, a não ser no caso de incumprimento dos serviços mínimos definidos. A violação, pelo empregador, de tais proibições, constitui contraordenação muito grave. A greve suspende o contrato de trabalho existente entre o trabalhador e o empregador, incluindo o direito à retribuição do trabalhador (o trabalhador não recebe os dias em que faz greve), bem como os seus deveres de subordinação e assiduidade. Não obstante, o período de suspensão é contado para efeitos de antiguidade, o que significa que o trabalhador grevista nunca pode ser prejudicado na sua antiguidade relativamente a outros por fazer greve. A greve pode terminar por acordo entre as partes, por deliberação da entidade que a tenha deliberado ou no final do período para o qual foi

declarada. O trabalhador não pode ser coagido, prejudicado ou discriminado por fazer greve, sendo que a violação de tal proibição pela entidade empregadora constitui contraordenação muito grave. Além da eventual responsabilidade contraordenacional do empregador no caso de substituir trabalhadores grevistas nos termos que acima já se explanaram, bem como em caso de discriminação, coação ou prejuízo ao trabalhador grevista, o empregador poderá incorrer em responsabilidade penal.

Prurido na Terceira Idade Por Elsa Pimenta, Médica Interna de Medicina Geral e Familiar Um dos motivos mais comuns em consulta por parte dos idosos é o prurido (comichão) generalizado. Muitas vezes, quando inspeccionada a pele, não se deteta nenhuma doença, verificando-se apenas pele seca. O mais provável nestes casos é que haja o chamado Prurido Senil. Esta é uma perturbação comum que afeta a pele dos idosos, mais comumente a partir dos 70 anos de idade. Pode afetar homens e mulheres, sem predominância de nenhum dos sexos. Além disso, acontece a nível mundial, sendo que nenhuma raça está livre de ser atingida. Não há fatores de risco identificados. A sua causa exata é desconhecida, e não existe uma prova definitiva de que certos tipos de dieta desempenham um papel no desenvolvimento desta condição de pele.

Sabe-se que o Prurido Senil não é contagioso, não se propagando de um indivíduo para outro. É caracterizada por prurido e pele descamativa em várias partes do corpo, sendo difícil prever quem vai desenvolver sintomas moderados ou graves. Contudo, o Prurido Senil não acarreta complicações significativas. Os sinais e sintomas desenvolvemse de forma constante durante semanas a meses. Para o diagnóstico desta situação, são cruciais uma história clínica exaustiva e um exame físico completo. Pode ser usada a Dermatoscopia, que é uma ferramenta de diagnóstico onde um dermatologista examina a pele usando um aparelho com uma lente especial ampliada que permite a observação de lesões da pele. Geralmente, não é necessário fazer biópsia da pele.

Em última instância, o diagnóstico é clínico. No entanto, uma vez que muitas patologias (doenças) se apresentam com sinais e sintomas semelhantes, pode ser necessário realizar esses testes adicionais para excluir outras condições clínicas para chegar a um diagnóstico definitivo. Não há relatos de complicações significativas advindas do Prurido Senil. No entanto, em alguns casos, as complicações que podem surgir incluem: • Prurido crónico e descamação da pele que faz com que esta se torne espessa, despigmentada e encortiçada (torna-se dura e seca como cortiça); • Infecções bacterianas e fúngicas: o prurido contínuo e a descamação da pele favorecem o desenvolvimento de humidade, o que propicia o crescimento de bactérias e fungos; • roblemas com autoimagem,

autoestima, trauma emocional e psicológico. Em última instância esta situação pode levar à depressão; • Por sua vez, a depressão pode levar ao isolamento social. O tratamento do Prurido Senil depende da gravidade da patologia. Para situações ligeiras, estão recomendadas medidas de autocuidado, como lavagem com sabão suave (antibacteriano) e aplicação de compressas quentes. Em situações de gravidade moderada, a aplicação de cremes anti-alérgicos e hidratantes com ou sem corticóide podem proporcionar alívio da dor e do prurido. Nas situações graves, além dos corticoides e anti-histamínicos orais, pode ser usada a Terapia de Luz Ultravioleta. Algumas dicas de autocuidado e terapias caseiras são: • Evitar coçar de todo as áreas afetadas;

• Um banho confortável e fresco pode ajudar a aliviar a pele, devendo evitar lavar excessivamente e esfregar a pele; • Usar roupas de algodão liso; • Usar apenas perfumes leves (ou simplesmente não usar); • Manter a pele húmida ajuda a reduzir os sinais e sintomas causados por esta doença. Concluindo, o prognóstico do Prurido Senil é bom, se o diagnóstico for atempado, o tratamento for o adequado e os auto-cuidados mencionados acima forem consistentes.


09

OPINIÃO

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Encontro da Família Carneiro “Tudo vem a propósito”, por Hernâni Carneiro

O calendário trouxe-nos neste dia 29 de Julho, um acontecimento singular: O encontro da Família Carneiro, e nele contamos com o privilégio em homenagear uma Mulher no centenário do seu nascimento, (19172017), Maria da Luz Nogueira Carneiro. Sou sobrinho e afilhado, e que páginas maravilhosas gostaria de lhe dedicar a quem muito cedo teve de começar a gerir uma casa onde só pontificavam homens, o meu Avô Pedro, tios Jaime, Artur, Ernesto, Álvaro, Fernando, Hernâni, de quem herdei o nome, meu Pai João, e tinha de ser assim a vida, de quem ainda tinha o mérito de ajudar a criar gratuitamente várias crianças, algumas hoje mulheres ainda vivas, e que nunca esqueceram a Luzinha, ou a Lulu. Tal como o nome Maria da

Luz, parece que nele condensava uma luz que não se extinguiu, que tudo iluminava, que sempre aflorou na sua vida de trabalho intenso. De facto a juntar-se à sua numerosa família, a sua vida foi vivida com grande coragem, sempre superou as suas adversidade, mesmo quando a sua filha Dália, com apenas 12 anos, faleceu repentinamente. Foi uma dor intensa e profunda, com a dor que a fez sofrer. Como percebo hoje à distância como as grandes dores são mudas, as mais enternecedoras, e pedem silêncio para secar as lágrimas. A Luzinha, como era mais conhecida na Rua 31 de Janeiro, para nós sempre o Covêlo, era uma referência, e tenho a certeza que ainda está hoje no coração de muita gente, ainda viva para o contar.

Todo aquele sentimento que muito coração agradecido guarda da sua sensibilidade, mergulha-me num mar de emoções, pois a minha Tia Luz era uma matriarca, e nela tinha uma defensora estrénuo, e passei a ser testemunha, ora contra algum mais velho que se metesse comigo, ou naquele momento saliente de uma cena da minha infância, com a minha “professora”, sabia ler e contar, - uma aberração – chegando a esgaçar-me uma orelha com as suas unhas afiadíssimas. Ficou sem seguro contra todos os riscos. Ficamos todos com o coração preso, quer com as imagens escritas pela neta Dália, substituindo a história, e dela recuperando memórias, e mais ainda pelas fotos que o filho Manuel Carneiro escolheu e publicou num pequeno livro, fotos que marcam um momento da história de uma Mulher corajosa, que nos deixou um modelo de vida, elegante, de uma personalidade rica e sensível, e à lembrança vieram elementos importantes para começarmos a dar um fio à história

da nossa família, e recordarmos a história como família. Eu que vivi na Flor do Tâmega até aos 12 anos, que teve o seu termo quando um violento incêndio destruiu o prédio contíguo e o próprio edifício da tipografia, também me associei a este momento do centenário do nascimento da minha Tia, que sempre me ajudou, disponível para a Família, e tudo parece tão simples… Parece. Por vezes tinha umas frases que gostava de aplicar a propósito, que não ficavam na gaveta, criticas por vezes bem cáusticas, numa reacção normal a qualquer pessoa mais cínica e fingida, tudo olhos nos olhos. Não vou retocar mais este texto sobre as qualidades que caracterizavam a minha Tia Luz, Tia e madrinha, do seu exemplo de vida, intensa, cheia, e atenta, e queríamos viver assim, com um grande coração, a quem nos desafia a fazer o mesmo. É o que dita o nosso coração, bem como as várias intervenções no final do jantar, muito participado, com familiares que vieram de longe,

até da diáspora, e de perto, com destaque para a geração mais nova, a quem os mais velhos proporcionaram um regresso ao passado, para também ficarem a perceber o que foi o nosso tempo, e de uma Família que também tem a sua história em Amarante. Foi um tempo de memórias, que enriquecemos e caminhamos perto das pessoas, com a nossa história, como um círculo mágico, tudo lhe confere valor, e esbate a Saudade. Escrevi estas linhas para homenagear meu primo António Pedro, falecido a 25 de Agosto deste ano. Já não contamos com a sua presença, por doença, neste nosso encontro anual. Ficam os laços que nos vinculam, que cultivamos e construímos, e os gestos que nos tornaram mais próximos, e de ti, caro primo, guardaremos o que foi bom, para nós e para os outros nesta ausência que dói. Temos razões para chorar, agora que já é tempo de recordações. Descansa em Paz.


10

OPINIÃO

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Memórias de um “TRISTE” sempre alegre Olá amigos, Bom Dia… Vamos então ao XI, cap. das memórias de um triste, sempre alegre. Como disse no capítulo anterior, beneficiei de mais um milagre, graças à simpatia do capitão da 11ª.companhia de comandos, ao qual nunca tive oportunidade de agradecer. Dando continuidade, certo dia chega a informação, de que em certo local, próximo de Lungue-Bungo se encontrava um grupo terrorista. O respetivo toque a reunir, e o capitão lá deu as instruções ao Esquadrão, para mais uma operação. Munidos de três rações de combate, lá partimos para mais uma operação, que normalmente deveria demorar à volta de três dias. Depois de andarmos até à noite, chegamos a uma grande planície, (lá chamadas de chanas) onde andamos toda a noite, para de manhã chegarmos à triste conclusão que estava-mos no mesmo sítio, visto termos andado em círculo, e seguindo sempre os nossos próprios rodados, já que a paisagem era toda igual. Este problema, seguido de outros, levou a que a operação, levasse o dobro do tempo. No entanto, lá acabamos chegando às margens de um lindo rio, cheio de Hipopótamos, que nos receberam

com grande alarido, e em cuja margem direita se encontrava uma não menos linda floresta. Já apeados, lá seguimos num trilho até à entrada da floresta, onde fomos surpreendidos por um belo banquete. Estendida em cima de troncos de árvores, centenas de kilos de carne fresca e apetitosa, que logo nos deixou de água na boca e a afiar as facas!... Pudera: Com a fome que já sentíamos, não era caso para menos. No entanto, esta ilusão de fartote de bons bifes, ficou-se pela água na boca… De repente surge o capitão enfurecido, gritando: Se alguém toca nessa carne, morre…Sua cambada de irresponsáveis, quem vos garante que isto não é uma armadilha, e que a carne não está envenenada… Mas não estava. De repente, aparecem em grande alarido os seus verdadeiros donos prontos para saborearem o dito petisco…Claro que rapidamente nos coloquemos em posição de combate, no entanto eles correram para o meio da floresta, onde não podiam ser seguidos, visto que nos tornávamos alvos fáceis…Então contornamos a floresta, na intenção de os tentar apanhar mais à frente. Chega a noite entretanto, e entramos na floresta para

acamparmos. Distribui a minha secção, e estendi o meu oleado onde me deitei depois de ter distribuído os respetivos turnos. Começou a trovoar e de repente levamos com uma tromba de água sobre nós…Senti a água a correr por baixo do oleado, e mais tarde qualquer coisa, que podia muito bem ter sido uma cobra. Claro que não dormi toda a noite. De madrugada, ainda ao som de alguns roncos de militares menos preocupados, decido pegar na arma e ir fazer um pequeno reconhecimento ao local onde nos encontramos. Andei uns trinta metros e parei, atrás de um pequeno arbusto. De repente, a cerca de cinquenta metros, vejo dois vultos aproximarem-se. (Ou estávamos a ser vigiados, ou vinham fazer o reconhecimento do local. Afinal aqueles bons nacos de carne de hipopótamo, esperavam por eles). Não tenho dúvidas de um qualquer militar, mijado de medo punha a arma em posição e disparava…Mas eu felizmente era um homem frio, sereno e calculista. Então um dilema se me deparou: O que fazer? Atiro a matar? Era fácil, para mim...Bastava meter a arma em posição de rajada, e metia três ou quatro balas em cada

um deles. (Como disse atrás, era atirador especial) No entanto mais uma vez, o meu instinto ou proteção divina, estavam lá, e serenamente, meti a arma em posição de tiro a tiro e disparei para as pernas. Não tenho dúvidas que aquele para quem apontei deve ter ficado ferido, logo seria presa fácil….Mas como podia eu ir atrás deles, se logo rebentou nova trovoada, mas desta vez de tiros…Como podia eu correr para eles se me arriscava a ser morto pelos próprios camaradas!... (Por isso eu há dias escrevi algo defendendo atropa de elite, neste caso os comandos) Não tenho a mais pequena dúvida de que só eu estava a ver o inimigo, logo só eu devia ter disparado e aí poderia ter corrido no encalço deles. (Devo salientar que a única bala que me atingiu, em toda a campanha, foi numa altura em que corri para um emboscado, e fui atingido por trás. A bala perfurou a mochila o cantil e eu saí incólume) … Bom, gritei para cessarem fogo, o que aconteceu passados uns momentos, e chamei o capitão. Fomos ao local onde tinha visto o inimigo, mas apenas lá tinham deixado ficar as duas armas…O capitão deu-me os parabéns e disse-me: Furriel

Vasconcelos, se tivesses abatido os dois, tinhas a Cruz de Guerra e ainda ganhavas um mês de férias na Metrópole…Na altura, ainda jovem, se calhar ainda pensei: Porra, era só ter metido a arma em posição de rajada…Mas hoje, quando cegamos à triste conclusão que nós é que éramos os terroristas, eu penso: Do que eu me livrei, já imaginaram o que eram dois mortos inocentes na minha consciência! ...E não me venham dizer que era a guerra…Nós somos humanos, e temos uma mente para pensar e nos guiar … Fico hoje por aqui. Tenham uma boa semana, amigos. oite. Júlio Moreira


11

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Jorge Pinheiro é artista consagrado do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso O Júri da 11ª edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (PASC) atribuiu, extraconcurso, ao pintor Jorge Pinheiro, o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, uma distinção que pretende consagrar a carreira daquele artista. Em consequência, a Câmara Municipal de Amarante, fará a aquisição de uma ou mais obras de Jorge Pinheiro, até ao montante máximo de 25.000,00 euros, sendo ainda o pintor convidado a realizar uma exposição de obras suas em espaço nobilitador do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, com catálogo apropriado. Com um percurso artístico iniciado nos anos 60, Jorge Pinheiro é autor de uma obra que contribuiu para esbater as fronteiras entre disciplinas artísticas, renovar os respetivos modelos de apresentação e desbravar os múltiplos caminhos que por essa década se abriam à prática artística. O seu trabalho apresenta aspetos singulares no panorama contemporâneo português, particularmente pelo domínio de

distintas linguagens e registos em que se destacam a abstração geométrica e a figuração de matriz classicizante, os valores compositivos e as propostas de sentido metafísico. Na pintura e nos desenhos preparatórios, na criação de objetos tridimensionais, Jorge Pinheiro tem produzido uma obra vasta e diversa em que se evidenciam, por um lado, um profundo conhecimento dos padrões e arquétipos académicos que lhe permitem abordar o legado erudito da arte ocidental e, por outro, uma dimensão experimental de grande originalidade. Num campo como noutro, a sua obra revela uma extraordinária gama de referências oriundas da literatura, do cinema, das artes visuais ou da geometria. A exploração persistente de um espetro tão amplo de possibilidades da criação artística conferelhe um lugar único na arte portuguesa. Natural de Coimbra, Jorge Pinheiro nasceu em 1931. Formou-se em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, em 1963. Foi bol-

seiro da Fundação Calouste Gulbenkian nos anos de 1966/67, em Espanha, França, Itália, Suíça, Bélgica, Holanda, Inglaterra e, entre 1979 e 1980, na “École des Hautes Etudes en Sciences Sociales”, Paris, onde frequentou o Seminário “Hubert Damisch”, tendo realizado estudos na área da semiótica das artes visuais. Foi Assistente na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1963 e 1976, Professor Agregado da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, entre 1976 e 1996, e Professor Catedrático convidado da Universidade de Évora, entre 1996 e 2001.

O seu currículo assinala 40 exposições individuais, realizadas entre 1958 e a atualidade e a participação em mais de 150 exposições coletivas no país e no estrangeiro. Obteve diversos prémios que consagraram a sua obra a partir de 1954, salientando-se: Medalha de Prata Cinquentenário da Morte de Amadeo de Souza-Cardoso (1969), Menção Honrosa do Prémio Soquil (1970), Prémio da III Exposição Nacional da Fundação Calouste Gulbenkian (1981), Prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte (2003). À 11ª edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso

concorreram 356 artistas com 623 obras, tendo sido selecionados 24 artistas e 30 obras. A organização deliberou convidar Alexandre Conefrey, Gonçalo Pena, Patrícia Garrido e Sebastião Resende para concorrentes à atribuição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, que será atribuído até final do mês de setembro, quando será também conhecido o vencedor do Prémio de Aquisição do Grupo dos Amigos da Biblioteca-Museu.


12

OPINIÃO / AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Vota! Por Filipa Magalhães, JS Amarante

Faltam cerca de 15 dias para exercermos, em Amarante e no país, um dos mais significativos exercícios de cidadania e de participação cívica: o direito e o dever de voto. Um direito alcançado num passado ainda recente pela luta e pela persistência de uma geração que viveu e cresceu num regime de ditadura; num país que entendia que apenas alguns tinham o direito de estudar, de ter acesso a um sistema nacional de saúde ou a proteção social se algum momento da sua vida dela precisassem;

num país que distinguia homens de mulheres. 43 anos depois, quando muitas destas reivindicações são já direitos adquiridos, a ação política já não ocorre com o mesmo entusiasmo e com a mesma dedicação a causas de outrora, o que se comprova pelos níveis de abstenção que, em certos atos eleitorais, chegam a ultrapassar os 50% dos eleitores. Importa pois, e neste ponto, que encaremos o exercício de cidadania também como um dever: todos nós, como cidadãos informados, temos o dever de ambicionar mais e melhor para a sociedade em que vivemos e que, dia a dia, ajudamos a construir. Todos nós, como cidadãos, temos o dever de, asseguradas as condições básicas de vida, como

o são o acesso à educação e à saúde, mas também a existência de um sistema de abastecimento de água e de saneamento ou de vias de comunicação dignas, ambicionar melhores condições de vida no nosso concelho e na freguesia onde vivemos. Todos nós, como cidadãos informados, temos o dever de, em cada ato eleitoral, fazer uma introspeção em relação ao trabalho realizado no mandato que cessa, e perceber aquilo que queremos ver no mandato que se inicia. E é por isso que as eleições autárquicas têm uma importância ainda maior, a meu ver, que quaisquer outras eleições. É neste ato eleitoral que um maior número de pessoas é eleito, e é nessas mesmas pessoas que confiamos os destinos do nosso lugar, da nossa

freguesia, do concelho. Importa pois que estejamos atentos e informados, não apenas às páginas oficiais das candidaturas nas redes sociais, mas também e essencialmente aos programas eleitorais que nos são apresentados para as Assembleias de Freguesia e para a Câmara Municipal. Todos nós, que nascemos em Amarante, que vivemos em Amarante ou que trabalhamos em Amarante, temos com toda a certeza ideias válidas e objetivos para a nossa terra. Esta é a altura de as expormos e de as compararmos com as que se são apresentadas. E conscientemente, desprovidos de qualquer pressão que não seja a do exercício de uma participação cívica livre, escolher. No entanto, este ato eleitoral que se aproxima serve

também para julgar os últimos 4 anos. Convido-vos, nesse sentido, a fazer um exercício simples: procurem o manifesto autárquico de 2013 daqueles que hoje se recandidatam e comparem aquilo a que se propunham com aquilo que efetivamente realizaram. E tirem as vossas conclusões. Nas eleições autárquicas de 2013 a abstenção em Amarante foi de 39,5%. Isto significa que 39,5% dos amarantinos optaram por não decidiram sobre o futuro do seu lugar, da sua freguesia e do seu concelho. Que no dia 1 de outubro, dos mais jovens aos menos jovens, todos se esforcem por diminuir significativamente esta percentagem, pelo bem da cidadania e da democracia. Amarante agradece.

“Mãos que falam” vence 3ª edição do Orçamento Participativo Jovem de Amarante

“Mãos que falam” é a proposta vencedora da 3ª edição do Orçamento Participativo Jovem de Amarante com 39.6% dos votos. Para a implementação do projeto a autarquia atribuirá uma verba até 15 mil euros, prevista no

orçamento camarário de 2018. Os objetivos da iniciativa passam por trazer a Amarante “Fada Juju”, um musical dedicado aos mais novos mas que é também uma lição de inclusão para todos. “Fada Juju” é uma personagem criada pela canto-

ra e intérprete de Língua Gestual Portuguesa (LGP), Paula Teixeira. “Mãos que falam” tem como grande propósito a inclusão social. Estimular o interesse dos jovens de Amarante para a LGP e sensibilizar a comu-

nidade amarantina para esta diversidade são outros dos fundamentos deste projeto que quer ainda criar condições para a promoção da igualdade e promover o desenvolvimento local. Bárbara Pereira licenciada em Serviço Social e Sara Dias licenciada em Tradução e Interpretação de Língua Gestual Portuguesa são duas jovens de 23 anos, naturais de Amarante que ambicionam que este “musical diferente possa ser mais um impulso para a constante construção de uma cidade mais inclusiva e dinâmica”. Ambas apresentam uma proposta que ambiciona promover a inovação e a inclusão, sem deixar de destacar as as-

sociações do concelho ligadas às diversas deficiências. Recorde-se que foram apresentadas 10 propostas, das quais 5 foram admitidas à fase de votação pública online, e que cumpriam os requisitos estipulados no Regulamento do OPJ 2017. As restantes propostas obtiveram a seguinte votação: - 29,2% - “Saco Amarantino Sustentável” - 16,7% - “Gerações D´arte” - 8% - “Harmonia Juvenil” - 6% - “CUBO, espaço cowork”


13

OPINIÃO

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

«Por amor à nossa Terra», por todos nós. Por Sílvio Macedo Existe hoje o reconhecimento de que Amarante e o seu concelho estão a tornar-se paulatinamente num polo de atratividade, numa força centrípeta extraordinária suportada pela sistemática promoção da autarquia para com o seu território. Mais, esta capacidade de revelação e de atração de potencialidades é uma forma hábil de construir necessidades de vivências e experiências inolvidáveis, que, no futuro, constituir-se-ão como suportes de um desenvolvimento económico sustentável. A opção por esta via de ação de excecional valor, reforçada principalmente pela vivência e fruição cultural, pelo esforço e competência na captação financeira e a escolha por uma revalorização da economia local, bem como as novas experiências em espaços de natureza, contribuem decisivamente para a consolidação da «marca Amarante», força vital para que se propicie a emergência de outra marca de cariz social única: o município de Amarante está a munir-se de condições para se transformar num referencial solidário no âmbito da saúde, e a vontade em querer revalorizar e diversificar as valências hospitalares, ou, até, o reforço de apoio social específico no âmbito da saúde oral, que os próprios munícipes poderão usufruir, corroboram a ideia de que o potencial de desenvolvimen-

to económico que possa vir a consumar-se num futuro próximo seja alicerce e um contributo integrador desta marca para beneficio de todos. Quais as razões para a possibilidade de concretização destes objetivos, ou seja, por que deve a economia contribuir para o desenvolvimento social? Em primeiro lugar, é possível esta concretização porque existe uma práxis política da autarquia de Amarante que, ao longo deste mandato, implementou uma conceção inovadora e plural de vivência para com os seus cidadãos, mais democrática, no âmbito do exercício do poder político, criando uma experiência única relacional entre sujeitos, consequentemente extensível aos vários quadrantes políticos. Um segundo aspeto a salientar, de base dialógica, e com todas as implicações positivas que resultam da vontade da sua constante implementação, é a afirmação do atual poder político, que, mais do que no passado, baseia a sua atuação numa ética de autoexigência entre os vários intervenientes, que se repercutiu, imediatamente, no próprio governo autárquico e, consequentemente, se estendeu percetivamente a toda comunidade. A terceira diferenciação, e não menos importante, mostrou-se à sociedade que não

tem pejo de lutar pela defesa de valores tradicionais, herança cultural de todos nós, como por exemplo, a vontade de assumir compromissos que resultaram do trabalho inerente de consensos, ou, até, em querer tomar iniciativas cooperativas tendo como objetivo primeiro a defesa intransigente de projetos para beneficio de todos, assumindo perante as adversidades proatividade, nunca esmorecendo perante a crítica fundamentada ou leviana, e procurando em momentos oportunos revelar grau de humildade suficiente para valorizar ideias alheias. A quarta iniciativa de reconhecido mérito da ação política prende-se definitivamente com a alteração da relação dos políticos com os cidadãos, constituindo-se como denominador comum o reforço de confiança nas instituições, a credibilidade, a honestidade, provando a todos, e para nosso contentamento, que é possível a revalorização da política bem como dos seus próprios agentes. Estamos perante a bem intencionada negação da instrumentalização dos meios pelos detentores de poder, estratégia usada frequentemente no passado, que, pela sua repercussão invisível e mediata em nós, nos acalentava falsa esperança para constituir-se como verdadeiro desenvolvimento da localidade. Por fim, esforçou-se tam-

bém por eliminar uma retórica negativa com raízes no passado, sem conteúdo significativo, e cuja tradição espelhava um certo vazio existencial de alguns agentes políticos, bem como a desorientação na consecução dos projetos autárquicos, e, até, laivos de irresponsabilidade na aplicação do erário público. «Por amor à nossa Terra», está para aquém e para além da necessária racionalidade política, podendo suscitar sentimentos contraditórios de admiração ou descrença. Todavia, sendo um slogan despudorado, encerra em si um sentimento nobilíssimo de realização e de projeto, de abrangência coletiva cuja vontade boa tudo subordina, orientando-se prioritariamente para as pessoas, por amor. É efetivamente a afirmação do sentimento, pela dádiva, onde se pode incluir muitas vezes algum sofrimento que acompanha a defesa de causas mais elevadas benfazejas para a própria comunidade. Torna-se evidente que se deve e pode valorizar toda a ação politica, e assumir os desígnios de uma localidade fundada em valores que a todos nos eleva, e consolida uma relação de confiança com predisposição para escutar e servir causas públicas. Estou em crer que o atual governo autárquico, depois de consolidado o necessário

desenvolvimento económico, promoverá e envolver-se-á em desígnios cada vez mais nobres, de maior abrangência social, mesmo sabendo nós que existem custos financeiros acrescidos. Não é por força de circunstâncias que o fará, não será também porque existe atualmente a necessidade de uma afirmação marketinzada dos lugares e das vivências, ou, até, de modas efémeras. A assunção destes desígnios coletivos só é possível porque se fundamenta no sentimento dos autarcas atuais, que, tendo como referência uma consciência axiológica elevada fazem das suas realizações politicas caminhos de humanidade. É mais uma vez a revelação do sentido ético que se manifesta constituindo-se como referencial da ação política. A economia, mediada pela política, sendo esta de fundamentação ética, contribuirá essencialmente para melhorar a vida das pessoas e transformar-nos-á num município solidário e referencial de humanidade. Afinal, não será que todo ser humano procura sempre, ao longo da sua vida, uma vida boa, uma vida melhor?


14

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A partir de 16 de setembro

MMASC mostra fotografias de Eduardo Teixeira Pinto O Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso (MMASC) mostra, a partir de 16 de setembro, a exposição “Aos olhos de Eduardo”. Organizada pela Fundação Vicente Risco e pela Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto, a mostra é constituída por 80 fotografias e pode ser vista até 29 de outubro. Muitas vezes premiado ao longo da sua vida, Eduardo Teixeira Pinto foi, no dizer de José Luís Gaspar, Presidente da Câmara Municipal de Amarante, “um mestre na arte de fotografar o quotidiano de um povo, marcando várias gerações na Terra onde viveu e de onde, aliás, nunca quis sair. Ele foi, acima de tudo, um amante de Amarante que perscrutou até ao mais intimo recanto, deixando um legado documental indiscutível e incalculável”.

Pinturas de Isabel Ribas estão em exposição na Biblioteca Municipal No passado sábado, dia 9 de setembro, teve lugar a inauguração da Exposição de Pintura “Teu e Nosso”, de Isabel Ribas, na Biblioteca Municipal Albano Sardoeira. A exposição fica patente até ao dia 7 de outubro. Isabel Maria Ribas Gomes de Magalhães nasceu em 1959, no Marco de Canavezes. Frequentou o Curso Livre de Pintura na Cooperativa Árvore—Porto, assim como ateliers de cerâmica, azulejo, fusing. Entre 1997 e 2014 par-

ticipou em várias exposições individuais e seletivas e entre 1998 e 2016 participou em várias exposições coletivas. Ao longo dos anos Isabel Ribas tem vindo a ser reconhecida com vários prémios e distinções: em 1975 1.º Prémio de Artes Visuais 25 Abril— Penafiel, em 1998 Menção Honrosa FARAV—Aveiro, em 1999 1.º Prémio de Arte Sacra, em 2000 Prémio de Pintura Daniel—1.ª edição V. Nova de Gaia, em 2005 Prémio de Pintura Daniel—3.ª edição V.

Nova de Gaia, em 2007 Menção Honrosa Carmen Miranda—Marco de Canavezes e em 2011 Menção Honrosa Carmen Miranda—Marco de Canavezes. A nível de representações nas coleções destacam-se as seguintes: Câmara Municipal de Cinfães do Douro, Câmara de Gondomar, Câmara de Lousada, Museu Carmen Miranda—Marco de Canavezes e Galeria Daniel Constant— Vila Nova de Gaia.

“Amadeo de Souza-Cardoso vive na beleza dos seus quadros, Teixeira de Pascoaes na eloquência das suas palavras, mas também Eduardo Teixeira Pinto viverá para sempre nas magníficas e esplêndidas imagens que nos legou”, escreve, ainda, José Luís Gaspar. Eduardo Teixeira Pinto nasceu na freguesia de S. Gonçalo, Amarante, em 1933. Começou a tirar as suas primeiras fotografias profissionais em 1950, tornando-se expositor desde 1953 em vários salões de fotografia, nos cinco continentes. Foi membro ativo de diversas comunidades de fotógrafos, nomeadamente a Associação Fotográfica do Porto, o Grupo Câmara (Coimbra) e a Associação Fotográfica do Sul (Évora). Herdou do seu pai, também fotógrafo, o prazer de fotografar. A sua longa experiência de toda uma vida e o seu olhar

poético sobre a realidade fizeram de si um dos melhores e mais galardoados fotógrafos portugueses do século XX. A sua obra aborda diversos temas, com destaque para a Natureza e a figura humana, que tão bem soube conciliar. Com fotografias como «Rodopio», «Igreja de S. Gonçalo», «De Regresso», «Tema de Pintores», «Matinal» e «Quietude», entre outras, obteve inúmeros prémios em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente o Grande Prémio de Camões (1960), uma das mais altas distinções a nível nacional. Falecido em 2009, Eduardo Teixeira Pinto era avesso a homenagens e distinções. Deixou um espólio fotográfico de valor incalculável, de que faz também parte uma vasta coleção de máquinas fotográficas, algumas das quais dignas de catalogação museológica.


15

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Novo PDM de Amarante entrou em vigor a 24 de agosto A proposta final de Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Amarante entrou em vigor no passado dia 24 de agosto de 2017, depois de ter sido publicada no Diário da República através do Aviso n.º 9728/2017. Em reunião de Executivo, realizada a 7 de junho deste ano, e posteriormente em sede de Assembleia Municipal, no dia 30 de junho, foi aprovada, ao fim de onze anos, a proposta de revisão do PDM, documento estratégico que define as regras para o uso, ocupação e gestão do território. O processo de revisão do PDM corresponde a um processo longo e moroso cujo início data de 2006. Objeto de discussão pública no início de 2017, o Plano registou a apresentação de

mais de 600 participações. Os ajustamentos realizados no período pós-discussão pública foram pontuais, não tendo sido introduzida nenhuma alteração aos objetivos e principais fundamentos do Plano. Certo da importância do novo Plano para o concelho, José Luís Gaspar deu nota da sua satisfação pela conclusão deste processo. Nas palavras do Presidente da Câmara “o que importa agora ressalvar é que foi possível fechar este ciclo de revisão do Plano. É sabido que este foi um processo demasiado longo, iniciado em 2006, com avanços e recuos que não beneficiaram ninguém, pelo que, só podemos estar muito satisfeitos com a sua conclusão”. José Luís Gaspar quis ainda dei-

xar uma palavra de “reconhecimento pelo empenho do Prof. Jorge Magalhães Mendes” neste dossier, enquanto Vereador responsável pelo pelouro, e que recentemente deixou o lugar

por motivos de saúde. O novo Plano Diretor Municipal de Amarante poderá ser consultado em http:// websig.phinformatica.pt/ amarante, bem como, presencialmente nas instala-

ções da Câmara Municipal (Divisão de Planeamento e Gestão do Território) na Alameda Teixeira de Pascoaes.

Instituto do Banco Europeu de Investimento e IRIS apresentam estudo inovador O Instituto do Banco Europeu de Investimento em cooperação com a IRIS - Incubadora Regional de Inovação Social vão levar a cabo a apresentação do Estudo: “Acesso a Financiamento por parte de Organizações com Missão Social: principais desafios” a ter lugar no próximo dia 27 de setembro, quarta-feira, às 17h30 no Instituto Empresarial do Tâmega, em Amarante. Trata-se de um evento promovido pelo Instituto do Banco Europeu de Investimento, em parceria com a IRIS - Incubadora Regional de Inovação Social em que, além de ser feita a apresentação de estudo inovador realizado pela Quarternaire em colaboração com o Laboratório de Investimento Social, será dinamizada uma mesa redonda com a presença de investidores, projetos e instituições de cariz social.


16

ENTREVISTA

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

entrevista a sidónio vasconcelos

“Podem contar comigo para trabalhar...”

Sidónio Vasconcelos, 53 anos, nasceu na freguesia da Lomba da cidade de Amarante. Estudou no colégio de S. Gonçalo e trabalha desde 1988 no serviço hospitalar como administrativo, tendo já exercido funções de chefia. Desafiado por um familiar (Paulo Vasconcelos) entra na política em 2005 como secretário da Junta de Freguesia da Lomba. Em 2013, sucede a Paulo Vasconcelos na presidência da Junta de Freguesia.

Jornal de Amarante (JA) – Sidónio Vasconcelos, depois destes anos todos ao serviço da causa pública, o que é que ainda o motiva para se candidatar? Sidónio Vasconcelos (SV) – O principal motivo desta minha candidatura tem a ver com o gostar da

minha freguesia. Querer deixar a continuidade de uma obra do anterior candidato. Temos projetos com alguns anos que não gostaria de deixar a meio. E, portanto, sou candidato a mais quatro anos para concluir aquilo que iniciei no tempo do Paulo Vasconcelos.

JA – É uma motivação extra o facto de ter como cabeça de lista, numa outra candidatura, uma familiar sua? SV – Não, de maneira nenhuma. Neste momento, não vejo como familiar mas sim como adversária políti-

ca. Tem as suas ideias e eu realçar neste último mantenho as minhas. Iremos lu- dato? tar com as armas que tiverSV – Tenho a minha joia mos e não passa disso. que é o campo de futebol. Eu cresci naquele espaço e JA – Foi desafiado pelo desde pequenino fui habientão presidente da Jun- tuado através do meu pai, ta a iniciar a sua ativida- que foi um dos sócios funde política. Sendo Paulo dadores daquela coletiviVasconcelos candidato à dade, a frequentar aquele União de Freguesias, vê campo. O nosso sonho foi nele qualidades e compe- termos as condições que tências para vir a ser um hoje possuímos. Há uns bom presidente? anos atrás, apanhamos o SV – Não tenho dúvidas comboio do Académico de nenhumas. Conheço o Pau- Amarante, na altura um lo Vasconcelos desde crian- clube de formação, e a nossa ça, crescemos juntos e além luta foi darmos às crianças de ser meu cunhado é, so- as melhores condições posbretudo, um grande amigo. síveis para praticarem esse Quem conheceu a Lomba desporto. Neste momento, e a vê atualmente, reconhe- podemos dizer que somos a ce as competências dele. A única freguesia da margem motivação que tem relati- esquerda do Tâmega com vamente à sua freguesia e campo de futebol sintético. à sua gente faz com que as pessoas vivam os seus proJA – Portanto, foi uma jetos. obra que se empenhou para que a Lomba ficasse JA – Sabemos que o mais bem cotada. trabalho realizado neste SV – Exatamente, foi uma mandato, que está prestes das obras. Há quatro anos, a terminar, será um fator desafiamos o então candidadeterminante para a sua to à presidência da Câmara possível reeleição. Que as- de Amarante, Dr. José Luís petos ou obras gostaria de Gaspar, para que, em caso


17

de vitória, prestasse um tratamento diferente relativamente ao futebol de formação e à política desportiva. A Câmara fez o prometido, logo foi uma aposta ganha. JA – Que obras e projetos, a realizar no próximo mandato, apresenta aos seus fregueses para que no dia 1 de Outubro lhe possam dar a vitória? SV – Estivemos a olhar pelos interesses das crianças e, a partir deste momento, iremos olhar pelos interesses dos mais idosos. Visto que não gosto do termo “idosos”, considero os Lombenses “os meus velhinhos”. Então, gostaria de me focar “nos meus velhinhos” e dar-lhes as condições que eles merecem no seu final de vida. Infelizmente, cada vez mais temos pessoas que vivem sozinhas porque os seus familiares tiveram que emigrar e, portanto, queremos construir um centro de convívio. Já adquirimos um terreno, através da Câmara Municipal de Amarante, que se localiza a norte do campo de futebol, com cerca de 17000 metros quadrados, em que será implementado o centro de convívio com parque de lazer e um circuito de manutenção. Ao contrário de algumas freguesias vizinhas, a Lomba tem vista sobre a cidade de Amarante e, assim sendo, iremos construir três miradouros em sítios específicos para, por exemplo, vermos o Mosteiro de São Gonçalo e a Ponte Velha. Além de algumas pavimentações e arranjos urbanísticos, os próximos quatro anos terão como foco principal este grande projeto.

ENTREVISTA

das obras é enorme. Sem a comparticipação da Câmara Municipal muitas dessas obras seriam impensáveis. Tem contado com essa ajuda? SV – Nestes quatro anos, todos os presidentes de Juntas de Freguesia foram tratados da mesma maneira. Todos os anos, antes de iniciarmos o nosso programa, somos convidados pela Câmara Municipal de Amarante para apresentar a principal obra para a nossa freguesia. Temos tido um apoio muito grande e aproveito esta oportunidade para agradecer à Câmara por todo o trabalho que tem desenvolvido com as Juntas de Freguesia. JA – Como qualifica a relação com a Câmara Municipal? SV – Uma relação saudável e aberta, em que nós, como presidentes de Juntas, estamos à vontade para podermos falar com quem realmente manda em Amarante e não precisamos de pedir nada por favor. Portanto, é uma “exigência” que fazemos à Câmara Municipal. JA – Para terminar, que mensagem gostaria de deixar a todos os Lombenses? SV – A mensagem que eu gostaria de deixar a todos os Lombenses é muito simples: podem contar comigo para trabalhar e continuar a obra que eu realizei. Um bem-haja a todos vós.

JA – Muito obrigado por ter acedido ao nosso convite. Desejamos-lhe as maiores felicidades a nível pessoal e que os objetivos políticos a que se propõe JA – A dificuldade na se realizem no dia 1 de Ouobtenção das verbas ne- tubro. cessárias para a realização

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017


18

ENTREVISTA

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Presidente do Conselho de Administração da Cercimarante,

Carlos Pereira,

“Todos os dias, a Cercimarante procura contribuir para uma sociedade mais aberta e inclusiva”    Entrevista                                   Carlos Pereira é, há um ano, presidente do Conselho de Administração (CA) da Cercimarante. Uma função que, desde então, acumula com a de diretor técnico do Centro de Formação e Reabilitação Profissional (CFRP), onde trabalha há já 20 anos. Um ano depois de ser eleito para assumir os destinos desta casa, o engenheiro civil, de 49 anos, faz um balanço do trabalho realizado, mas aborda também muitas das questões que preocupam o Conselho de Administração. Sobre a forma como Amarante vê e acarinha esta Cooperativa, o presidente do CA sublinha que os amarantinos têm “uma forte componente social e são sensíveis às pessoas que, sendo diferentes, são tão especiais”. JA - Um ano depois de ter sido eleito presidente do Conselho de Administração da Cercimarante, que balanço faz? CP - Considero que o trabalho desenvolvido, apesar das atuais necessidades e exigências que a nossa Cooperativa impõe, foi bastante profícuo. É certo que nunca devemos estar satisfeitos, pois, todos os dias, somos confrontados com novas necessidades e novos desafios que

pretendemos ultrapassar e, deste modo, todos os intervenientes, colaboradores, clientes, famílias, parceiros públicos e privados e demais comunidade, são importantes para continuarmos a garantir um serviço de qualidade e excelência. Devo realçar que o atual Conselho de Administração, assim como a anterior direção herdaram uma Cooperativa com fortes alicerces, quer em termos de sustentabilidade financeira, quer ao nível

da obra realizada, resultantes do trabalho e dedicação dos seus fundadores e direções que lhe sucederam, destacando aqui o Sr.º Pinto Monteiro, pela sua dedicação, perseverança, luta constante e sacrifício pessoal e familiar. JA - Que significado tem para si presidir a uma Cooperativa com as especificidades da Cercimarante? CP - Representa uma enorme responsabilidade e um grande desafio, pois a nos-

sa Cooperativa, ao longo dos seus 37 anos, tem vindo em crescendo conforme se verifica pelas respostas sociais que, atualmente, disponibiliza. E, consequentemente, pelos recursos humanos que possui, sendo que, presentemente, totaliza 96 colaboradores internos, acrescidos de mais 13 resultantes de contratos de emprego inserção e inserção + e ainda alguns voluntários. Por outro lado, e apesar da minha formação académica não ter sido na área

social, completarei, muito em breve, 20 anos ao serviço da Cercimarante, enquanto diretor técnico do Centro de Formação e Reabilitação Profissional, pelo que, na minha modesta opinião, só conseguimos estar 20 anos ao serviço de uma entidade se, efectivamente, nos identificarmos e sentirmos que somos parte desta grande e magnífica família. Tudo o que tenho aprendido e vivenciado é, sem dúvida, algo difícil de descrever. O sorriso, o


19

ENTREVISTA

olhar, a satisfação, o carinho e o amor incondicional que recebemos dos nossos clientes é tão intenso e genuíno que não conseguimos explicar. E foram, seguramente, estes sentimentos e experiências que me “prenderam” e me dão motivação para trabalhar, com afinco e dedicação, a esta nobre causa. JA - Quais são as principais dificuldades com que a Cooperativa se depara, atualmente? CP - A nossa sociedade está em permanente e acelerada mudança, pelo que os desafios com que somos confrontados, quase diariamente, exigem um enorme esforço e uma constante dedicação para garantir o acompanhamento da locomotiva, permitindo-nos estar preparados para aproveitar as oportunidades que vão surgindo. Conforme refere Peter Drucker, cada vez mais, é imprescindível usarmos todos os tipos de conhecimento – tecnológico, social, económico, moral e humano, para que possamos continuar a garantir um serviço de qualidade. Se refletirmos sobre esta referência, percebemos o enorme desafio que temos pela frente, pois apesar dos avanços da sociedade, nos vários domínios, não estamos ainda preparados, emocional e estruturalmente, para acompanhar esta nova realidade, essencialmente, porque o terceiro setor assenta em modelos de gestão e de serviços diferentes de uma qualquer outra empresa privada, cujo seu principal, diria mesmo, único objetivo é o aumento e a valorização dos seus ativos. É esta a grande e urgente transformação que, aliás, já está a ocorrer, que as entidades do terceiro setor têm pela frente, implementando as transformações e adaptações internas permitindo-lhes obter uma gestão mais eficaz e eficiente, reduzindo os seus custos e, consequentemente, garantindo uma maior sustentabilidade e menor dependência do Estado. Outro dos fatores que to-

das as organizações do terceiro sector, e em particular as que têm como público-alvo as pessoas com deficiência e/ou incapacidade, é o facto de não possuírem o peso que lhes garanta, em muitas situações, merecer a atenção devida e obter as condições que lhes permitam desenvolver um trabalho mais adequado e de qualidade, pese embora o facto de por contraposição existir, hoje, de todos os intervenientes na sociedade uma consciência social mais apurada e sensível às necessidades desta população. Também as constantes alterações em termos de legislação, e as consequentes obrigatoriedades que estas implicam, temnos obrigado a efetuar consideráveis investimentos e que representam, igualmente, um significativo esforço para uma gestão equilibrada destas organizações. Outra das dificuldades da Cercimarante reside no facto de ter instalações que necessitam de uma intervenção de fundo, nomeadamente as instalações onde funcionam o CAO e o CAFAP, pois as condições térmicas das salas de atividades e gabinetes técnicos, assim como algum mobiliário e equipamentos, já se encontram completamente obsoletos, apesar das intervenções pontuais que recentemente vêm sendo realizadas. No entanto, temos a perfeita noção que o investimento a realizar deverá contemplar uma demolição progressiva dos edifícios e posterior construção de raiz, ajustados às exigências legais e às necessidades dos nossos clientes e colaboradores. JA - E a Formação Profissional também representa, hoje, uma preocupação crescente? CP - Sendo a formação profissional das pessoas com deficiência e incapacidade co-financiada, através de quadros comunitários, esta situação provoca-nos alguma incerteza quanto o desenvolvimento dos programas de formação profissional, quer ao nível financeiro, quer de

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

execução física. Outra preocupação mas também um desafio que, por força da legislação atual, designadamente a Lei 85/2009 de 27/08, nos merece uma atenção muito especial. Efetivamente, com a referida legislação a escolaridade obrigatória passou a ser o 12.º ano e/ou os 18 anos, e apesar do estabelecido no Dec. - Lei 3/2008 de 7/01 cujo principal propósito é o de promover a igualdade de oportunidades e a promoção de uma escola democrática e inclusiva, orientada para o sucesso educativo de todas as crianças e jovens. Na realidade a nossa experiência mostra-nos que muitos dos jovens com necessidades educativas especiais, apesar do trabalho e do esforço desenvolvido pelas escolas, não se identificam e alguns sentem-se mesmo “revoltados” e “desalinhados”, face ao seu contexto, pelo que, começam a apresentar determinados comportamentos e atitudes que as famílias e os profissionais das escolas não conseguem alterar, pelo que, o caminho a percorrer deverá no meu entender ser o da frequência de percursos profissionais para pessoas com deficiências e/

ou incapacidades, como os que possuímos no nosso Centro de Formação e Reabilitação Profissional ou outros que existam no pais. Não poderemos nem queremos ter a pretensão de que somos melhores, mas tenho a certeza que, até aos dias de hoje, e fruto da experiência de 28 anos, estamos em condições de oferecer a este público a possibilidade de uma formação profissional ajustada às suas necessidades e expetativas sendo que, muitas centenas, ao longo destes 28 anos, se encontram integrados profissional e socialmente, sendo cidadãos plenos numa sociedade que todos queremos cada vez mais igualitária. Ainda no âmbito da formação profissional para pessoas com deficiência e incapacidade, e no que respeita ao nosso Centro, uma das preocupações atuais prende-se com o facto de alguns equipamentos que equipam as respetivas áreas de formação apresentarem algum desgaste e estarem relativamente ultrapassados face aos existentes nas empresas. Apesar do esforço que vimos fazendo na renovação de alguns equipamentos, para que tenhamos sucesso na for-

mação e na integração profissional dos nossos jovens, eles deverão ter acesso a tecnologias e equipamentos atuais, pois será essa realidade que vão encontrar nas empresas quando realizarem a componente da formação prática em contexto de trabalho e que seguramente potenciará a sua integração profissional. Outro fator preponderante e que nos preocupa, é a rede viária de transportes públicos, que na maioria dos concelhos de onde são provenientes os nossos jovens, é bastante deficitária e como tal limita-os na sua deslocação para as empresas e no acesso ao nosso Centro enquanto frequentam os seus percursos profissionais, situação que implica a disponibilização de mais viaturas. Apesar deste constrangimento devo aqui realçar a colaboração especial de alguns municípios que disponibilizam viaturas para o transporte dos jovens dos seus concelhos, como são os casos do Marco de Canaveses, Felgueiras e Lousada. Contudo e a titulo de exemplo, temos atualmente alguns jovens do concelho de Lousada em que por impossibilidade da autarquia em disponibilizar mais uma viatura, estamos nós a assegurar


20

ENTREVISTA

o transporte desses jovens, sendo certo que o subsidio de transporte que cada formando tem direito e considerando uma lotação da viatura para 8 formandos, o valor financiado pelo FSE através do POISE só contempla cerca de um terço da despesa efetiva em cada mês. Ainda neste ponto deve ser realçado a especial colaboração do Município de Amarante, que desde sempre assumiu a despesa com os passes de todos os formandos do nosso concelho, que usam os transportes escolares. JA - Por falar em sociedade mais igualitária… na sua opinião, como é que a Comunidade encara, nos dias que correm, a deficiência e as pessoas com deficiência e/ou incapacidade? CP - Considero que, nos últimos anos, tem havido uma mudança significativa de toda a comunidade amarantina e que nos apraz registar. No âmbito do trabalho que desenvolvemos, temos a oportunidade de contactar com diversas pessoas, das mais diversas áreas sociais e profissionais, de vários concelhos vizinhos e outros, e não tenho qualquer problema em afirmar que a comunidade amarantina sempre se destacou em termos de consciência social. Considero mesmo que os amarantinos são, por natureza, pessoas com uma forte componente social e sensíveis às pessoas que, sendo diferentes, são tão especiais e que, todos os dias, nos ensinam tanto, queiramos nós aprender e sentir. Importa realçar que, também nesta sensibilização e consciencialização, a Cercimarante tem procurado dar o seu contributo, como é aliás a sua responsabilidade, através da realização de várias atividades/iniciativas, quer como promotora, quer como entidade convidada, sendo certo que este é um trabalho de todos, escolas, empresas, famílias e profissionais das várias áreas. Efetivamente, todos os anos, a Cercimarante pro-

move e participa como convidada em muitas atividades, sendo algumas já bastante conhecidas e valorizadas por toda a comunidade amarantina e não só. Este é um trabalho que tem de merecer, todos os dias, a nossa atenção e dedicação, pois, infelizmente, ainda verificamos e sentimos, por parte de algumas pessoas com responsabilidade, quer pela formação que possuem, quer pelas funções que exercem, um discurso e o uso de algumas terminologias que já não são adequados à nossa realidade. Existe, ainda, embora cada vez mais residual, algum estigma relativamente às Cerci’s e é deveras lamentável quando algumas pessoas que nos visitam pela primeira vez referem que “o meu filho/a não é deficiente e para a Cerci não o deixo ir” ou então alguns profissionais da área da educação e da saúde que também apresentam, ocasionalmente, esse preconceito. JA - Que apelo pode, por exemplo, deixar a esses pais que não aceitam a condição dos filhos, enquanto pessoas especiais? CP - Sem qualquer tipo de pretensão, gostaria de sensibilizar alguns pais que, porventura, tenham filhos/as com necessidades especiais que a melhor forma de os ajudarem é o de, mais precocemente, aceitaram que eles são pessoas diferentes, especiais e que apesar de terem algumas limitações ou incapacidades, em determinadas áreas, têm, seguramente, outras potencialidades que deverão ser trabalhadas e valorizadas, de modo a capacitá-los para uma plena integração e, no essencial, para lhes garantir a melhor qualidade de vida possível. Ao longo destes 37 anos, foram tantos os casos de jovens que frequentaram a Cercimarante em que as suas famílias não lhes depositavam qualquer crédito, duvidando das suas capacidades, no entanto, muitos deles são, hoje, pessoas completamente integradas na sociedade e

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

independentes, alguns com responsabilidades familiares e que funcionam para nós como fonte de motivação e satisfação, servindo de exemplo para os atuais clientes e vindouros. JA - Qual é o contributo que, então, a Cercimarante tem dado, no sentido de promover uma sociedade mais aberta e inclusiva? CP - Todos os dias, a Cercimarante procura dar um contributo para a promoção de uma sociedade mais aberta e inclusiva, desde logo pelo trabalho que, diariamente, realiza com os seus clientes e respetivas famílias, procurando prestar um serviço de qualidade assente nos princípios e valores por que se rege. As diversas iniciativas internas e externas que promove e em que participa são também uma forma de promoção e valorização destes valores e princípios. Reconheço, contudo, que podemos sempre fazer mais e melhor, mas esse é efetivamente um compromisso que todos assumimos e pelo qual lutamos, sendo certo que, em todos os caminhos, existem sempre algumas pedras ou pedrinhas, cabendo-nos a todos nós, sem exceção, ir apanhando cada uma para que possamos com elas construir um futuro mais justo e solidário, onde cada um seja respeitado na diferença e onde cada um possa ter acesso às mesmas oportunidades. Poderá parecer uma utopia, pois todo aquele que tem uma deficiência ou incapacidade é, por si só, motivo de uma certa desigualdade, no entanto, se existir um trabalho árduo e constante na procura de soluções e, essencialmente, na vontade de aprender e de conhecer, para de seguida se implementar as necessárias mudanças, certamente conseguiremos atingir o nosso objetivo. O número considerável de jovens que, ao longo destes anos, apesar das dificuldades e fragilidades por todos conhecidas do nosso país, foram integrados social e profissionalmente

são exemplo e prova do trabalho que temos vindo, e que pretendemos continuar, a realizar. JA - Sente que Amarante, os empresários e a Comunidade acarinham e apoiam esta Cooperativa? CP - Pelas razões que já referi anteriormente, sentimos e verificamos, em inúmeras situações, que toda a comunidade amarantina se identifica e nos apoia, pelo que tenho em meu nome, de todos os órgãos sociais, colaboradores, clientes e suas famílias, agradecer todo o apoio e carinho com que sempre nos atendem e que esperamos sempre poder continuar a corresponder às suas expetativas. Aproveito este momento para endereçar a todos os empresários amarantinos, mas também de outros concelhos, um enorme e sentido agradecimento pela forma como sempre recebem os nossos clientes e técnicos, proporcionando-lhes a realização da componente da formação prática em contexto de trabalho e muitos com a celebração de contratos de trabalho. Saliento, ainda, alguns empresários e entidades público - privadas amarantinas que, apesar dos clientes do CAO que, normalmente, apresentam limitações na sua participação um pouco mais acentuadas, também lhes proporcionam o desenvolvimento de atividades socialmente uteis, permitindo-lhe, deste modo, sentirem-se pessoas mais ativas e integradas na sociedade. Deixo, igualmente, um agradecimento a muitos outros que, não tendo nas suas empresas possibilidade de garantir a integração social e /ou profissional dos nossos clientes, contribuem de outras formas, quer com doações de produtos ou outros, ou ainda associando-se em diversas iniciativas. JA - Apesar da dificuldade, a nível nacional, das Cooperativas estabelecerem acordos com a Segurança Social para a abertura de

novas respostas sociais, a Cercimarante tem conseguido aumentar o número de Serviços prestados. A credibilidade do trabalho que é realizado poderá ser um dos fatores que tem contribuído para desbloquear este tipo de situações? CP - Sem dúvida que todo o trabalho desenvolvido, nestes 37 anos de existência, garantem-nos, perante os nossos parceiros estratégicos e designadamente a Segurança Social, como a DGESTE, ou o IEFP, IP uma grande credibilidade, que pretendemos continuar a garantir e, se possível, melhorar. A Cercimarante procurou sempre estar atenta às necessidades e oportunidades e, consequentemente, tem continuado a procurar criar e garantir as condições para corresponder às necessidades daqueles que atende. Devo realçar que, neste capítulo, todos os nossos parceiros, com especial destaque para o Município de Amarante, e outras entidades públicas e privadas mas também muitos empresários e doadores, têm sido imprescindíveis para o nosso sucesso pois, sempre que são chamados a colaborar, nunca nos declinaram qualquer pedido, sendo, por isso, todos eles parte integrante do nosso sucesso, enquanto entidade do terceiro setor. Acresce ao superiormente referido o facto de, a Cercimarante, no âmbito da sua intervenção, ter desenvolvido e continuar a desenvolver um trabalho assente naqueles que são os seus princípios e valores, como a solidariedade, a igualdade, o respeito, a confiança, a ética e a responsabilidade com todos os seus stakeholders. JA - Como é que têm feito frente aos constrangimentos resultantes da situação de crise e instabilidade que Portugal, a Europa e o mundo atravessam? CP - Fruto da estabilidade financeira que herdamos, do trabalho sério e empenhado de todos os colaboradores


21

ENTREVISTA

desta Cooperativa e do apoio dos parceiros públicos e privados, temos conseguido superar algumas situações que resultam de atrasos ao nível do financiamento, embora, aqui, deva realçar que a situação mais complexa que temos, resulta dos atrasos relativamente ao financiamento da Formação Profissional, anteriormente através do POPH e, agora, através do POISE. Com a alteração do anterior para o atual quadro comunitário, e as consequentes mudanças que lhe estão implícitas e que impunham todo um trabalho de retaguarda que obrigava à disponibilização, quase que imediata, de recursos e meios, por parte das entidades financiadoras e gestoras destes fundos, tal não sucedeu, pelo que, registaram-se algumas dificuldades ao nível da operacionalidade da plataforma de gestão e, inclusive, da formação dos recursos da entidade de gestão intermédia, no caso o IEFP, tendo esta situação contribuído para este atraso no financiamento da referida formação. O fato da Cercimarante possuir alguma estabilidade e sustentabilidade financeira, conforme já referi, tem-nos permitido gerir a situação com alguma, relativa, tranquilidade. Contudo, uma grande maioria das entidades, a nível nacional, atravessa, infelizmente, bastantes dificuldades, sendo muitas as que tiveram que recorrer a empréstimos bancários e outras têm, inclusive, salários em atraso. Importa, aqui, ressalvar que, relativamente às outras entidades financiadoras e, em concreto, aquela que apresenta um maior peso na nossa e na maioria das entidades, a Segurança Social, não temos qualquer reparo a efetuar, atendendo a que, mensalmente, cumprem, escrupulosamente, as transferências de verbas de acordo com os acordos de cooperação estabelecidos. Devo, ainda, salientar que existem, hoje, várias entidades público - privadas que, no âmbito das suas políticas

de responsabilidade social, têm, ano após ano, promovido alguns programas de financiamento a candidaturas para as pessoas com deficiência e incapacidade ou para as pessoas idosas, e dos quais temos estado atentos e, sempre que possível, temos procurado participar. Destaco o Instituto Nacional de Reabilitação (INR, I.P.) que, através de programas específicos, tem permitido, às várias entidades do país, candidatarem-se e, deste modo, poderem realizar algumas iniciativas e ou projetos. Em 2017, a Cercimarante apresentou duas candidaturas. Uma que contemplava um investimento total de cerca de dezassete mil e quinhentos euros, para a execução de trabalhos de construção civil que permitissem melhorar as condições térmicas e de trabalho dos técnicos da sala de fisioterapia do CAO e, ainda, a aquisição de três equipamentos para o desenvolvimento de terapias diversas, e que foi contemplado com uma comparticipação de cerca de seis mil euros. Efetuamos também uma outra candidatura ao BPI Capacitar, para a aquisição de equipamentos inovadores a instalar em cada um dos CAO’s e

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

que, fruto das suas enormes potencialidades em termos dos recursos a disponibilizar, de uma forma muito intuitiva, permitirão aos nossos clientes desenvolver diversas atividades que, até há relativamente pouco tempo atrás, não seriam possíveis, assim como a aquisição de alguns computadores, para algumas salas de atividades, já que os atuais terão mais de dez anos. Refira-se que, relativamente a este equipamento - o Sioslife, já foi, igualmente, adquirido para a nossa Estrutura Residencial para Idosos, para que alguns dos clientes desta resposta possam melhorar as suas condições física e cognitiva e, de igual modo, possa facilitar a comunicação e interação com os respetivos familiares. JA - Que projetos, num futuro próximo, tem o Conselho de Administração idealizados para esta Cooperativa? CP - A Cercimarante, nas respostas sociais que disponibiliza, cumpre, por assim dizer, o ciclo da vida, desde o Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP), a Intervenção Precoce na Infância (IPI), o Centro de Recursos para a

Inclusão (CRI), o Centro de Formação e Reabilitação Profissional (CFRP), o Centro de Recursos Local para os Centros de Emprego do Tâmega e Sousa e de Penafiel (CRL), os Centros de Atividades Ocupacionais (CAO), o Lar residencial Amália Mota (LRAM) e a estrutura Residencial para Idosos (ERPI). Entretanto, fruto do número considerável de pedidos para ingresso no LRAM, que só tem capacidade para 12 clientes, gostaríamos de poder construir um novo Lar Residencial para pessoas com deficiência e incapacidade, com capacidade para 30 clientes, pelo que, neste sentido, desenvolvemos algumas diligências junto do executivo do nosso Município, de modo a garantir a cedência do direito de uso de superfície dos dois lotes de terreno, junto à nossa sede e que, anteriormente, estavam cedidos aos Bombeiros Voluntários de Amarante. A cedência deste espaço permitirá, eventualmente, além do objetivo principal que é a construção do Lar Residencial, a criação de gabinetes que permitam a disponibilização de serviços ao nível de terapias, a custos mais reduzidos, e destinados ao público em geral, assim

como, eventualmente, outros serviços. Outro projeto passará por garantir mais uma resposta social, sendo esta uma necessidade e vontade identificada, há alguns anos, mais concretamente desde 2005, e que se trata da Unidade Sócio Ocupacional para 30 adultos, e que temos estado a desenvolver algumas diligências com as entidades envolvidas, pelo que, dentro em breve, poderemos vir a ter novidades. Existem, ainda, outros projetos que nos encontramos a avaliar e que pretendemos alargar a outros parceiros estratégicos. No essencial, vão de encontro às necessidades das pessoas com deficiência e incapacidade que se encontrem sem qualquer tipo de resposta, assim como abranger algumas pessoas idosas que também se encontrem em situações de abandono e/ou isoladas, devido à sua área de residência. Certamente, ainda durante o nosso mandato que termina em final de 2019, surgirão outras ideias e projetos, que, no mínimo, pretendemos deixar algumas sementes, para as administrações vindouras.


22

ENTREVISTA

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

João Pinto

“Aquilo Que Dizemos Às Escuras”    entrevista

João Pinto é um jovem realizador de cinema e músico. Esteve à conversa connosco sobre o mais recente projeto que está a realizar em Amarante, o filme “Aquilo Que Dizemos Às Escuras”. Jornal de Amarante (JA) - Qual das artes surgiu primeiro em ti? A música ou o cinema? João Pinto (JP) - A primeira foi definitivamente a música, como acho natural, pois existe um acesso muito maior. A música é algo mais instantâneo chegar até nós do que o cinema, no qual acho que tem que se conter mais maturidade para desenvolver o gosto. E daí, o gosto da música surge aos 9 anos enquanto o de cinema surge por volta dos 15, se bem que sempre fui bastante adepto. JA - Como é que surgiu a ideia de fazer em Amarante esta longa-metragem? JP - A versão resumida foi perguntar a um amigo se queria fazer um filme e ele dizer que sim. A versão com conteúdo é que desde pequeno que sentia um certo fascínio na história e património cultural de Amarante, e depois crescendo e sendo cada

vez mais adepto de cinema e ver os trabalhos do Woody Allen, ou do Linklater, ou do Scorsese, e aquilo que eles conseguem fazer, por exemplo com Nova Iorque, com Paris, com Viena no caso do Linklater, e depois ver todo esse potencial na cidade, em Amarante, e saber pelo meu gosto de cinema, e por várias associações a quem eu posso recorrer e amigos, acho que nunca iria ficar satisfeito se não fosse avante com um projecto de cinema em Amarante, porque a ideia é sempre potencializar também o cenário que é sempre natural. JA - Porquê o título “Aquilo Que Dizemos Às Escuras”? JP - Eu tenho sempre muito em atenção, e no tipo de arte que eu gosto, de composição que gosto, o estudo ao Humano, o porquê de o Humano fazer o que faz, seja em qualquer vertente, ou em qualquer vetor. O título


23

ENTREVISTA

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

está a correr bastante bem, já fizemos muitas experiências com as paisagens de Amarante e com o João e com a Susana. No segundo ato, eu também entrarei como ator, e será filmado mais no outono-inverno, para podermos apanhar o contraste com o verão, essas cores diferentes, e a atriz já está praticamente confirmada, não posso dizer já, mas espera-nos um bom nome.

gosto. Há coisas que pedem muito menos, mas que para mim são muito mais difíceis do que passar um dia inteiro a filmar, ou passar um dia inteiro a escrever ou a compor a banda sonora. Seja o que for, é o que eu gosto, portanto não é uma questão JA - Este filme tem o de dificuldade. Não são paapoio da Maranus e da as- lavras que eu uso levemente, sociação Gatilho. Foi fácil mas é uma questão mesmo para ti, como jovem cineas- de paixão. ta, ter meios? JA - E como é que têm JP - É um processo que tem que ser cultivado e tem corrido as filmagens? Já deque existir uma produção, finiste os atores? JP – Relativamente a atopara além de muito contínua, muito prévia. Depois, res, tenho a participação de não só tenho amigos que dois amigos meus, o João estão muito interessados e Vidal e a Susana Lopes, que colaboram no projeto, como aderiram ao projeto depois também a generosidade da de eu ter feito um “casting”, Maranus e da associação a um pouco de gente com Gatilho. Estamos, agora, inexperiência, que curiosatambém associados à Câma- mente é um pouco do que eu ra Municipal de Amarante, procuro, para tentar “sacar” o que vai facilitar em muito umas reações mais naturais. a nossa pré-produção, que já E depois de os treinar e de os está feita, mas que pode ser explorar com a minha visão, complementada. Se é fácil? estou a gravar o primeiro ato Eu não acho que seja difí- com eles. O filme é dividido cil porque é aquilo que eu em dois atos, o primeiro ato

“Aquilo Que Dizemos Às Escuras” é no fundo aquilo que dizemos sem filtros, aquilo que dizemos sem máscara, aquilo que dizemos porque sim e porque nos apetece, então o filme retrata duas relações precisamente por aí.

JA - As filmagens têm-se centrado mais no centro de Amarante ou nos arredores? O que é que tens aproveitado da princesa do Tâmega? JP - Em primeiro lugar o Tâmega é um elemento, seja psicológico, seja cinemático, com que se pode jogar muito, e nós aproveitamos todos os cantos de Amarante. Isto para um Amarantino até é uma “vergonha” dizer, mas eu filmei em ruas e filmei em sítios que não fazia ideia que existiam e fiquei perplexo como é que eu a metros não conhecia aquilo. Portanto, a nossa ideia é transparecer uma imagem de Amarante que nem os próprios amarantinos conhecem, para que as pessoas, sejam de outro país, de outra cidade ou afastadas do centro, percebam aquilo que Amarante é enquanto património cultural, enquanto a sua magistral beleza e cenário. Nós próprios, que somos daqui, ficamos surpreendidos. JA – No que diz respeito a este filme, acabas por ser um “self-operating man”. Ou seja, és produtor, és autor da banda sonora, do argumento, realizas, és ator… JP – Sim (risos). Tive a

sorte de também crescer com meios e com pessoas que me ensinaram valores e que me ensinaram o que é que era a arte do que eu pretendo. E desde miúdo a educação musical foi uma coisa que alterou muito, acho eu, porque não sei como seria se não a tivesse, mas sabendo que a tenho, foi algo que me alterou muito e que me educou muito a todos os sectores, até mesmo civis, saber trabalhar com outras pessoas. Portanto, sendo músico inicialmente, e depois alastrando para o cinema, já levo uma base muito boa, que é a base da música e da educação musical, e poder existir uma propagação disso para as outras áreas. Depois a escrita também foi nascendo um pouco em mim. O cinema é um acumular, no fundo, de ser um bocado multifacetado nos meus gostos. Não sendo, ou não me considerando, particularmente virtuoso em nenhum deles, é isso mesmo, um “self-operating man”.

ram a influência principal para fazer o filme.

JA - Sendo a parte da música também um complemento do cinema, ou vice-versa, é difícil escolheres a banda sonora para este filme? JP - O primeiro conceito que surgiu nisto tudo foi escrever um livro, que eu queria escrever e que comecei, mas depois mudei-o para adaptar ao cinema. Para a banda sonora, não querendo transmitir um ambiente pesado, tentei criar uma sonoridade muito adequada à melancolia que o filme pede, o cenário simplista, sendo ele também complexo que Amarante pede. E depois, o que eu estou a fazer também, é tentar entrar em contacto com artistas da onda alternativa em Portugal, que são sempre preponderantes, e bastante aderentes para connosco. Também estou a gravar algumas músicas, talvez para fazer um EP ou qualquer coisa assim, que também vou usar no filme… JA – Em termos cinemá- muito baseadas na onda de ticos, quais são os teus íco- Radiohead, Bon Iver, nesse nes, referências, no mundo vetor alternativo. da sétima arte? JA - No mundo da múJP - Teria que começar com Stanley Kubrick, com o sica quais são as tuas refeperfeccionismo dele, com as rências? JP - Eu sou eclético em ideias abstratas. Depois também podemos ir ao Lars Von tudo o que gosto, no mundo Trier ou ao Scorsese. Em re- da música então nem se fala, lação ao filme, como já disse, porque comecei a culminar tive mesmo que me inspi- desde os nove anos aquele rar muito no Woody Allen, rock clássico - The Doors, porque eu adoro a forma, ACDC... Há coisas que no Annie Hall, no Manha- eu gostava aos 9 anos que ttan, como ele retrata Nova hoje em dia era impensável Iorque. E depois o Linklater gostar (risos), mas fui-me com uma trilogia espetacu- mostrando, desde o Blues, lar, que filmou na Grécia, a Gary Moore… por exemfilmou em Paris, em Viena, plo agora, ando muito numa e esses retratos citadinos fo- onda folk - Leonard Cohen,


24

Bob Dylan. Sou um bocado obcecado por Jorge Palma (risos), principalmente pelos álbuns dele dos anos 80. Vou também estando sempre em experimentação com o que vai saindo por aí da música Indie e da música Folk - tenho andado a ouvir muito Mac DeMarco, Father John Misty, que são completamente afastados das minhas raízes. Acho que também é um culminar de um misturar de artistas e influências que me leva a ter o meu estilo. JA – Estando tu, neste momento, mais inclinado para o cinema, a música vai ficando um pouco mais de parte? JP - Nesta altura, em que estou a produzir e a realizar um filme, é complicado dar à música aquilo que eu gostava de dar, mas também a aprendizagem passa um pouco por aí. Eu vou aprender muito de música fazendo cinema, e vou aprender muito de cinema fazendo muito música como já aconteceu. Mas música nunca deixo de lado, até porque, fazer e compor a banda sonora é muito bom para poder conjugar esses fatores.

ENTREVISTA

sair para te especializares um pouco mais? JP - Atenção, o que não falta em Portugal são recursos. É uma ideia um bocado “aportuguesada” de que aqui não se faz muito, mas acho que isso está a mudar, que as pessoas lentamente se vão apercebendo que Portugal tem um potencial do tamanho do mundo. Sair de cá no cinema é uma vontade, não por falta de mérito do país mas sim por uma onda de experimentação e de escrever em inglês. Acho a língua portuguesa muito mais bonita, talvez porque tenha nascido cá e existam mais influências portuguesas na base da literatura, mas na base do cinema as minhas referências são muito mais americanizadas, ou britânicas. Contudo, ando a tentar descolar-me um pouco da vertente de Hollywood e a tentar aproximar-me mais ao cinema europeu, mais ao cinema experimental.

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

festivais em grande. JA – O que se segue após a estreia? JP - Primeiro levar avante o “Aquilo Que Dizemos Às Escuras”, pelo país fora, pelos festivais de cinema, e tentar entrar em festivais internacionais também. Depois, seguir um percurso académico também relacionado com o cinema e, é um pouco prévio falar, sendo o meu primeiro projeto, mas tenho uma vontade de filmar e fazer argumentos pela Europa fora.

JA - “Aquilo Que Dizemos Às Escuras”, para quando a estreia? JP - Existe uma ideia de estrear o filme, aqui em Amarante como é merecido, para o ano. Começamos a filmar há pouco, claro que JA – Qual o conselho que JA - Achas que Portugal às vezes há uns “esticões” de tem as condições necessá- prazo, mas é a data que nós queres deixar aos jovens rias para que possas evoluir temos, por volta de março, que têm gosto pelo cinema no cinema ou vais ter que abril, para depois entrar nos mas não têm a coragem de

dar esse passo em frente? JP – Vou ser sincero, eu sempre achei que a coragem é uma questão de força de vontade e de gosto pelo que se faz. Portanto, não adianta muito eu estar a deixar uma mensagem porque se essa pessoa quer realmente fazer, então consegue. Seja com o orçamento que for, ou com quem for, existirão sempre limitações, mas quando as pessoas querem fazer as pessoas fazem, ponto final, é o que eu acho. JA – Por fim, e acerca da longa-metragem “Aquilo Que Dizemos Às Escuras”, que palavras queres deixar aos amarantinos? JP - Aos amarantinos

posso garantir que aquilo que vão ver será algo novo. Poderem ver Amarante num ambiente cinemático vai fazer com que as pessoas dêem ainda mais valor à cidade, porque foi preciso eu olhar pela janela e dar um valor enorme áquilo que tenho à frente para começar a fazer isto. Portanto, eu penso muito sinceramente que assim como eu dei, as pessoas também o vão dar. JA - Muito obrigado João por teres estado connosco. Desejamos-te as maiores felicidades a nível pessoal e a nível profissional.


25

OPINIÃO

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Está a pensar comprar carro? Esteja atento aos seus direitos. Muitas são as campanhas e ofertas promocionais promovidas pelo sector de venda automóvel, por isso, a DECO deixa alguns conselhos aos consumidores para que se certifiquem se estão perante verdadeiras oportunidades de poupança e se os seus direitos estão salvaguardados nas propostas apresentadas. Saiba que se comprar

uma viatura nova a um vendedor profissional (stand de automóveis) esta gozará imperativamente de dois anos de garantia. Porém, já no caso de pretender adquirir uma viatura usada, é provável que lhe venha a ser proposta a redução deste prazo para um ano. Mas atenção! Este acordo só será válido se tal for fixado em documento escri-

to, assinado por ambas as partes e sem dependência de qualquer limite de km’s ou restrição de componentes. Por outro lado, saiba que vendas a preços mais apetecíveis para compra de veículos sem garantia, garantias de apenas 6 meses para motor e caixa de velocidades ou ainda pagamentos adicionais para poder beneficiar de uma garantia que deso-

brigue o vendedor da sua obrigação legal, retratam práticas muito comuns deste sector, mas que não são válidas ao abrigo da legislação. Assim, seja um consumidor atento, procure obter junto de outros consumidores, informações acerca das suas experiências de contratação com determinados stands e, na dúvida, informe-se dos seus di-

reitos antes de fechar o negócio! Para pedidos de apoio ou de informação dirija-se à DECO (deco. norte@deco.pt) ou ao CIAC da Câmara Municipal de Amarante. A DECO dispõe de um protocolo de colaboração com Município e presta atendimento presencial mensalmente no concelho.

Fornecedores de energia: agentes tentam vender contratos em nome da DECO Temos recebido alertas de consumidores sobre pessoas e empresas que utilizam o nome da DECO ou da sua editora DECO PROTESTE para vender produtos ao domicílio, fazer questionários ou verificar as faturas de eletricidade ou até alertar para não mudar contadores de eletricidade. Estes agentes não estão ao nosso serviço. Atualmente, a DECO não tem parcerias com

as empresas Endesa, GoldEnergy nem com outro fornecedor de gás natural ou eletricidade. Também não estamos a realizar qualquer inquérito de verificação das faturas de energia. Por ser uma falsidade ou até uma eventual burla, rejeite qualquer contacto desta natureza e comunique-nos o seu caso através do e-mail informacao@deco.proteste.pt ou da nossa página no Facebook.

Indique a data e a hora a que o abordaram, assim como os nomes das pessoas e empresas. Algumas precauções em relação a vendas porta-a-porta: - Desconfie de argumentos como “vamos verificar se a sua fatura está conforme as regras que entraram em vigor este ano” ou “podemos analisar as suas faturas para saber se está a pagar a mais?”. - Antes de dizer “sim”,

pense bem. Informese e compare preços e condições. Não decida sob pressão. As boas oportunidades voltam. - Nunca assine um contrato sem ler. - Nas vendas porta a porta o consumidor tem direito a um prazo de reflexão de 14 dias, a contar da data em que celebra o contrato. Durante este período, pode pôr fim ao mesmo.

Para pedidos de apoio ou de informação dirija-se à DECO (de co.nor te@de co.pt) ou ao CIAC da Câmara Municipal de Amarante. A DECO dispõe de um protocolo de colaboração com Município e presta atendimento presencial mensalmente no concelho.


26

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

III Festival Internacional de guitarra de Amarante - Prémios ficam em casa De 1 a 10 de setembro, Amarante foi palco do III Festival/Concurso Internacional de Amarante. 10 dias | 8 guitarristas de renome internacional | 100 participantes (nacionais e estrangeiros) | Prémios no valor de 12 mil euros. E tudo isto, de Amarante para o mundo! Para o ano há mais!

Num Festival de cariz internacional, os vencedores das principais categorias: a E e a F são portuguesas. Joaquim Simões é o grande vencedor da Categoria F do III Festival/Concurso Internacional de Guitarra de Amarante. O jovem português, que estuda na Alemanha e é aluno de Joaquím Clerch levou para casa os 5000€! O 2º lugar foi para o polaco Jerzy Chwastyk e o 3º para o italiano Marco Russo. Na categoria E, o português João Robim foi quem conquistou o 1º prémio. “Mais um Festival chega ao fim e uma vez mais terminamos com a sensação de missão cumprida. Para nós, esta terceira edição representou a consagração do evento”, começou por comentar, em jeito de balanço, o presidente do CCA – Centro Cultural de Amarante – Maria Amélia Laranjeira. À semelhança das edições anteriores, a organização do Festival garante estar já

a pensar no próximo ano e deixa algumas novidades: “a principal atração deste Festival, além dos nomes incontornáveis do mundo da Guitarra, é naturalmente o montante do 1ª prémio. É precisamente no montante que vamos apresentar novidades na próxima edição. Iremos aumentar a oferta!”, garantiu Francisco Laranjeira. Tito Silva, o diretor ar-

tístico do Festival, desde a primeira edição, está já a pensar “nas estrelas do próximo ano, sempre com a promessa de surpreender o público, sem descurar a vertente pedagógico do evento, com master classes e workshops”. “O sucesso deste Festival deve-se ao CCA, entidade organizadora, mas também a todos os apoios e parceiros, em especial ao apoio da Câmara Municipal de Ama-

rante que desde a primeira hora disse sim a este nosso desafio!”, terminou, frisando, Francisco Laranjeira.

so Internacional de Guitarra de Amarante: JERZY CHWASTYK - Polónia

1º Classificado da Categoria F do III Festival/Concurso Internacional de Guitarra de Amarante: JOAQUIM SIMÕES - Portugal

3º Classificado da Categoria F do III Festival/Concurso Internacional de Guitarra de Amarante: MARCO MUSSO - Itália

2º Classificado da Categoria F do III Festival/Concur-

1º Classificado da Categoria E do III Festival/Concurso Internacional de Guitarra de Amarante: JOÃO ROBIM - Portugal 2º Classificada da Categoria E do III Festival/Concurso Internacional de Guitarra de Amarante: GEMMA TORRALBA Espanha 3º Classificado da Categoria E do III Festival/Concurso Internacional de Guitarra de Amarante: MÁRCIO SILVA - Portugal


27

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Estudos arqueológicos regressam ao Mosteiro de Santa Clara Teve início a 4 de setembro uma nova campanha de escavações arqueológicas no Mosteiro de Santa Clara de Amarante. Os trabalhos resultam de um protocolo assinado em novembro de 2016 entre o Município de Amarante e a Escola Profissional de Arqueologia do Freixo (Marco de Canaveses), e têm por finalidade a constituição de um Campo Arqueológico em Santa Clara. Em causa está a recuperação das ruínas do estabelecimento monástico mais antigo da cidade de Amarante. Esta campanha de escavações, coordenada pelos Serviços Técnicos da Divisão de Cultura e Património Cultural (DCPC) do Município de Amarante, tem em vista os seguintes objetivos: definir e encontrar os limites dos alçados laterais da nave da antiga igreja do Mosteiro; compreender a organização espacial exterior ao alçado norte da Sacristia; e concluir, junto ao alçado oeste da capela lateral da igreja, anteriores trabalhos de arqueologia, durante os quais se detetou uma unidade estratigráfica de revolvimentos, com vestígios osteológicos humanos desconexos. A presente campanha irá terminar a 29 de setembro. O Mosteiro de Santa Clara de Amarante resulta de uma pequena comunidade de beguinas, instituída por D. Mafalda de Portugal - Rainha Santa Mafalda

– (1195/96–1256), que, no séc. XV, ingressa na Ordem de Santa Clara. O Mosteiro foi crescendo e ganhando notoriedade ao longo de toda a Época Moderna, sendo, em 1809, aquando da II Invasão Francesa, profundamente danificado com a batalha e o incêndio que deflagrou no seu interior. No entanto, a ala Oeste é recuperada e a comunidade religiosa regressa a Amarante no ano de 1828. Após a promulgação de um Decreto-Lei, no ano de 1833, que proíbe o ingresso de noviços nas casas religiosas, o Mosteiro de Santa Clara de Amarante, à semelhança dos demais em Portugal, inicia o processo de extinção da sua comunidade religiosa e encerra as suas portas em 1862. Após a supressão do Mosteiro, o edifício é vendido em hasta pública e, depois de arrematado, é transformado e adaptado às funções residenciais de uma família abastada de Amarante. Em 1993, a Câmara Municipal de Amarante adquire o edifício para o adaptar às funções de biblioteca e arquivo municipais. A partir desta data iniciam-se trabalhos de Arqueologia com vista à recuperação das ruínas do Mosteiro.


28

AMARANTE

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Casa da Granja acolhe Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto A instalação da Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto, na Casa da Granja, em Amarante é uma realidade desde 19 de agosto. Dia que ficou ainda marcado pela inauguração da exposição “Saudades”, de Eduardo Teixeira Pinto, composta por 33 fotografias a preto e branco, dos anos 50, 60 e 70 representativas do percurso do autor. Patente ao público, nas salas de exposições temporárias, até 9 de outubro. A efeméride aconteceu precisamente no Dia Mundial da Fotografia. Eduardo Teixeira Pinto começou a tirar as primeiras fotografias profissionais em 1950, tornando-se expositor desde 1953 em vários salões de fotografia nos cinco continentes. A sua experiência de vida e o seu olhar

poético sobre a realidade fizeram de si um dos melhores e mais galardoados fotógrafos portugueses do século XX. “Assinalamos hoje um dia muito importante na vida da Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto porque a partir de agora passa a ter um espaço para acolher, durante todo o ano, exposições de fotografia” mencionou o Presidente da Câmara Municipal de Amarante, na cerimónia da inauguração. A presidente da Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto começou por agradecer à Câmara Municipal de Amarante porque “fez acontecer”. O protocolo entre ambas as partes permite que “hoje estejamos aqui a inaugurar este espaço

e ter aqui algumas das obras do meu pai”, referiu Verónica Teixeira Pinto enquanto explicava que este equipamento será um espaço cultural. “Todos os que queiram aqui promover atividades de qualquer âmbito cultural estão convidados a fazê-lo.” Em jeito de apresentação, sublinhou que “Eduardo Teixeira Pinto terá sempre uma exposição permanente mas o espólio é tão vasto que o conteúdo será sempre alterado”. Uma exposição com material fotográfico, um vasto leque de fotografias, medalhas, taças e estatuetas – assim é composta a primeira exposição que está patente ao público na sede da Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto.

Informação | Rio Tâmega No dia 11 de setembro, pelas 16h, realizou-se, nos Paços do Concelho, uma reunião convocada, com carácter de urgência, pelo Sr. Presidente da Câmara com vista à análise da situação da água no Rio Tâmega. Nesta reunião estiveram presentes, para além de José Luís Gaspar, a vereadora com o Pelouro do Ambiente, Dalila Ribeiro, o chefe de serviço do Município, José Vila Real, a Delegada de Saúde Pública de Amarante bem como uma Técnica de Saúde Ambiental do ACES-BT, o responsável local do SEPNA e um respon-

sável dos Bombeiros de Amarante. As condições climatéricas registadas este ano, nomeadamente as temperaturas elevadas e a seca prolongada, com impacto direto no (baixo) caudal do Rio, propiciaram o ambiente favorável à rápida multiplicação e proliferação de algas na superfície da água, tal como se tem vindo a registar em condições idênticas ao longo dos anos. Perante este problema Ecológico, o Município de Amarante, em consonância com as entidades competentes e

com os Municípios a montante e a jusante do Rio Tâmega, está a proceder às diligências necessárias para averiguar os constrangimentos e riscos provenientes da acumulação de algas, para a Saúde Pública. Aguarda-se ainda o resultado da análise à amostra da água recolhida por solicitação da Agência Portuguesa do Ambiente (Delegação do Norte). Assim, e até à disponibilização de mais informação, desaconselha-se a prática de atividades de pesca, assim como os banhos no Rio Tâmega.


29

DIVERSOS

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Gondar – Amarante

Aboadela – Amarante

Sr. Manuel Mendes

Dna. Maria do Céu Ribeiro Nunes

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

José António Resende Oliveira NOTÁRIO Cartório Notarial de José António Resende Certifico narrativamente para efeitos de publicação que neste Cartório da cidade do Porto, à Rua do Almada, nº262, Segundo, Sala Trinta e Sete e no Livro de Notas para Escrituras Diversas número Noventa e Sete – A, a folhas Cento e Quarenta e Quatro, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial com a data de sete de Julho do ano dois mil e dezassete, na qual: __HENRIQUE MENDES DOS SANTOS HENRIQUES, casado, residente em Vilar do Torno e Alentém, à Rua da Tapada nº32, Rés-do-chão, C.P. 4620-901, ambas do concelho de Lousada, NIF 191225487, se declara dono e legítimo possuidor com exclusão de outrem do seguinte imóvel, sito na freguesia de Travanca, concelho Amarante: __Prédio rústico – no Lugar de Pinheiro Manso, “Sorte do Pinheiro Manso”, terra de mato .com pinheiro manso], tendo a área de seis mil e cento setenta metros quadrados [6.170,00 m²], com todas as suas pertenças, descrito na Conservatória do Registo Predial de Amarante sob o número quinhentos e noventa e quatro/mil novecentos e noventa e três zero dois vinte e três [594/19930223] inscrito na matriz sob o artigo 262. Que no entanto na Conservatória do Registo Predial de Amarante aquele imóvel está registado definitivamente a favor de Maria do Céu da Soledade Leite da Silva Ferreira casada com José Luís da Silva Ferreira, no regime da separação de bens, habitualmente residente na freguesia de Travanca, concelho de Amarante, residente que foi na extinta freguesia de Vilar do Paraíso, concelho de Vila Nova de Gaia, à Rua Miguel Torga, nº 73, C. P. 4405-880, conforme inscrição de aquisição Ap. Trinta e sete de dois mil e um/zero cinco/zero dois. __Que aquela titular inscrita doou através de meras conversações verbais o citado bem imóvel, ao ora justificante, Henrique Mendes dos Santos Henriques, no estado de solteiro, no dia treze de Junho de mil novecentos e oitenta e cinco. __Que desde então [13-06-1985] até hoje, ele justificante, Henrique Mendes dos Santos Henriques, sempre tem usufruído o mesmo prédio como coisa própria, autónoma e exclusiva, agricultando -o, dele retirando as utilidades normais de que é suscetível, sendo reconhecido como seu dono por toda a gente, fazendo-o de boa fé por ignorar lesar direito alheio, suportando os encargos da sua administração, praticando os poderes de facto inerentes ao direito de propriedade plena na convicção de não lesar direito de outrem, de forma ininterrupta, pacificamente e à vista de toda a gente, sem dúvidas, querelas, questões ou oposição de quem quer que fosse, pelo que, na impossibilidade de poder comprovar a aquisição do identificado imóvel, resultante da doação feita através de meras conversações verbais por aquela Maria do Céu da Soledade Leite da Silva Ferreira, pelos meios normais, justifica assim, nos termos da lei civil, de forma originária a sua aquisição por usucapião. E tudo isto por um lapso de tempo superior a vinte anos. Está conforme o original, o que certifico. Porto, aos 07 de Julho do ano 2017 O Notário José António Resende Oliveira

AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Madalena – Amarante Dna. Corina Alves de Magalhães AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido.

FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

S.Simão – Amarante Sr. Manuel da Rocha AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Vila Garcia – Amarante Sr. Albino Ribeiro AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Aboim – Amarante Sr. José Lino Silva Teixeira AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Ansiães – Amarante Sr. Manuel Fernando Jorge Almeida AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

S.Gonçalo – Amarante Sr. Aventino Luís de Jesus Pereira AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido.

FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Aboim – Amarante Dna. Maria Madalena Teixeira de Carvalho AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido.

FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

S.Gonçalo – Amarante Sr. José Manuel Coelho Teixeira AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido.

FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Nantes - França Ansiães – Amarante Dna. Maria Alice Pereira AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

S.Gonçalo – Amarante Dna. Maria Angélica Pereira AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido.

FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT

Telões – Amarante Sr. Luís Teixeira Moura AGRADECIMENTO A sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este único meio, expressar muito reconhecidamente a sua mais profunda gratidão para com todos quantos se dignaram participar no funeral e assistiram à Missa de 7.º dia, em sufrágio do seu ente querido. FUNERÁRIAS DO TÂMEGA, LDA – 255 424 422 – 917 212 107 – 919 449 561 917 502 997WWW.FUNERARIASDOTAMEGA.COM – FUNERARIASTAMEGA@SAPO.PT


30

DIVERSOS

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Navegar nas pistas africanas é o próximo desafio de Valter Cardoso

São Gonçalo - Amarante Sr. Aristides da Costa Teixeira Pinto AGRADECIMENTO Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral do saudoso extinto ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

Madalena - Amarante Dª. Maria Alda Soares Bonifácio AGRADECIMENTO Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral da saudosa extinta ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

Gatão - Amarante Dª. Júlia Jesus Miranda Coutinho AGRADECIMENTO Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral da saudosa extinta ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

Cepelos - Amarante Sr. António Pedro Carneiro de Miranda

O amarantino Valter Cardoso vai fazer a sua estreia em pistas africanas. Depois de já ter competido fora de Portugal por duas ocasiões na Taça do Mundo de Todo-o-Terreno, mais concretamente em 2015 na Hungria e 2016 em Itália, chegou a vez de repetir, mas agora, a prova será o Panafrica Rally, competição que decorre de 23 a 30 de setembro nas famosas estradas e dunas de Marrocos. Cardoso vai navegar o piloto de Oliveira de Azeméis João Rebelo Martins, que serão os primeiros portugueses a competir na categoria de SSV numa prova africana. A equipa estará aos comandos do Yamaha YXZ 1000 RSS e será assistida pela experiente estrutura de assistência da Vettra Motorsport. A participação nesta prova

é mais um desafio para Valter Cardoso, que o encara como: “mais uma superação pessoal, mais uma oportunidade de alargar a minha experiência profissional e o meu currículo desportivo, para além de concretizar um sonho que, agora sim, vai tornar-se real”. E acrescentou: “Tenho vindo ao longo dos anos a desenvolver competências, quer na área da mecânica, quer na da navegação, e espero estar à altura para ajudar o meu piloto nesta grande aventura que se desenrola em solo africano, mais propriamente em Marrocos”. Sobre a prova, o amarantino está confiante e ao mesmo tempo ansioso, pois “navegar por entre as dunas, onde as referências são escassas exige uma elevado nível de concen-

tração onde, em determinados momentos, à nossa frente não há nada, apenas temos o azul do céu e o amarelo da areia. Será mesmo um grande desafio!”. A cidade marroquina de Erfoud será o palco principal e onde estará montado o “bivouac” do Panafrica Rally que terá um percurso em “boucle”, onde os concorrentes passarão em competição pelo conceituado e exigente Erg Cheby. Um prólogo e cinco etapas, uma das quais maratona, são o programa da prova, que foi concebida para “unir” todos os participantes no terreno, juntando estreantes, amadores e pilotos de elite.

AGRADECIMENTO Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral do saudoso extinto ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

São Gonçalo - Amarante Sr. Armando Lopes Natário AGRADECIMENTO Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral do saudoso extinto ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068

França - São Gonçalo - Amarante Sr. António Carlos Pinto Alves AGRADECIMENTO Sua família vem por este meio, e muito reconhecidamente agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral do saudoso extinto ou que, de qualquer outro modo, lhes manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todas as pessoas que se dignaram assistir à missa de 7º dia. Pedem desculpa por qualquer falta involuntariamente cometida.

Funerária São Pedro - 255432496 | 917534643 | 917578908 | 914868068


31

DIVERSOS

O Jornal de Amarante|quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Já começaram as obras no exterior da Consulta Externa em Penafiel Arrancou já a obra programada, e anunciada desde março deste ano, no espaço exterior da Consulta Externa do Hospital Padre Américo para melhoria dos acessos e reformulação do estacionamento de ambulâncias. A intervenção tem como objetivo melhorar significativamente a acessibilidade de pessoas, evitando os constrangimentos de trânsito e impedindo a estagnação nos acessos, que, com a redução considerável do diâmetro da rotunda, possibilita a criação de duas vias de circulação. Vão ser também criados 11 espaços de estacionamento para ambulâncias, garantindo-se assim que a entrada da Consulta se encontrará sempre desimpedida. Numa fase posterior, está também prevista a instalação de um sistema de sombreamento que nascerá no centro da rotunda e será fixado à fachada de entra-

da da Consulta Externa, sendo retirada a pala que atualmente existe. A par com a Urgência, a Consulta Externa é o serviço com mais utentes. Diariamente, são realizadas 1500 consultas e exames especiais, estimando-se que passem pela Consulta Externa mais de três mil pessoas por dia.

instalação em obra, ou seja, a espiral de pedras foi colocada durante a construção do Hospital Padre Américo cujos trabalhos começaram em 1997 e terminaram em 2001, tendo sido o hospital inaugurado a 27 de outu-

bro desse ano. Na tradição celta, as espirais são encontradas em vários artefatos e construções antigas e representam o equilíbrio do universo e o ciclo da vida.

“Espiral da Vida” muda de local para otimização do espaço Para iniciar esta obra, tornou-se necessário deslocar a “Rotunda das Pedras”, dizem uns, ou a “Espiral da Vida”, dizem outros, para nova área do Hospital Padre Américo. A solução encontrada, para que todos possam continuar a apreciar esta instalação, foi colocá-la no jardim lateral da entrada principal do Hospital Padre Américo. A deslocação da escultura ficou a cargo do Serviço de Instalações ou Equipa-

Tribunal Judicial da Comarca do Porto Este Juízo Local Cível de Amarante ANÚNCIO Processo: 1082/17.1T8AMT Interdição / Inabilitação N/Referência: 74509688

mentos, que, entre medições e outros cuidados, a transferiu, pedra por pedra, de forma exata para o novo local. Desconhece-se o autor desta intervenção artística, mas é confirmada a sua

Data: 05-09-2017

Requerente: António Pinto de Carvalho e outro(s)… Requerido: Maria José da Silveira Pinto e outro(s)… Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerida Maria José da Silveira Pinto, filho(a) de António Ribeiro Pinto e de Maria José da Silveira, nascido(a) em 0201-1950, NIF - 149889429, domicílio: Lar Residencial da Cercimarante, Rua do Miradouro Nº 464, Gatão, 4600-632 Amarante, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito, Dr(a) Ana Gabriela P.S. Fonseca Freitas O Oficial de Justiça, Fernando Joaquim M. Teixeira

FAÇA-SE ASSINANTE D’O JORNAL DE AMARANTE


Até 8 de outubro de 2017 EXPOSIÇÃO Nos Espaços de Exposições Temporárias - Sala de Exposições Temporárias Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso

MUSEU MUNICIPAL AMADEO DE SOUZA-CARDOSO BIBLIOTECA MUNICIPAL ALBANO SARDOEIRA

SETEMBRO CINEMA | INFANTIL - Horário: 10.00 horas Dia 04| "Rei Leão 3" Dia 11| "O Principezinho» Dia 18| "Zé Colmeia» Dia 25| "Ratatui»

CINEMA | Horário 15H00 Dia 02| "Crepúsculo» Dia 09| "300" Dia 16| "Noé» Dia 23| "Divergente» Dia 30| "A Mascarilha» TEATRO DE FANTOCHES | Horário: 10H15 Dia 21| Adaptação da história: "A casa dos três porquinhos" HORA DO CONTO | Horário: 10H15 Dia 14 | "Caneta Feliz» EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE ISABEL RIBAS "TEU E NOSSO" - 9 SET. A 7 DE OUT.

/ PÓLO DE VILA MEÃ CINEMA | sexta-Feira 10H15 // sábado 10H15 e 14hH30 Dias 08 e 09 | "Florence uma vida fora de tom" Dias 15 e 16 | "Heidi". Dias 22 e 23 | "Má vizinhança". Dias 29 e 30 | "127 horas". TEATRO DE FANTOCHES | terça-feira às 10H45 Dias 05 e 19 | Adaptação da história: "Rita" HORA DO CONTO | terça-feira às 10H45 Dias 12 e 26 | "O baile dos três porquinhos»


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.