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Notícias do Mar
Pesca com Palangre no Algarve
Texto Antero dos Santos
Pescadores Querem Pescar
Barco de Matosinhos de pesca com redes de emalhar de fundo a pescar ao norte do Cabo de S. Vicente
Queixam-se pescadores algarvios que querem pescar com palangre, aparelho com linhas e anzóis, que estão a ser-lhes recusadas pela DGRM as respectivas licenças da pesca com esta arte.
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ão principalmente pescadores de Sagres que pretendem pescar com palangre e não conseguem. Eles sabem que Portugal importa dois terços do peixe que consome e querem pescar mais. Foi-lhes comunicado pelo departamento da DGRM no Algarve que só eram conce2
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didas licenças a embarcações até aos 7,00 metros de comprimento. Estas embarcações são demasiado pequenas para a pesca costeira com esta arte. A principal revolta destes pescadores é não lhes darem licenças de pesca com o palangre e verem a Costa Vicentina ser invadida por quilómetros de redes de emalhar de
fundo com 10 metros de altura, lançadas por embarcações de pesca industrial do norte e que essas redes ficam ilegalmente fundeadas no mesmo local todo o ano. A Lei manda que as redes sejam levantadas ao fim de 24 horas, mas isso não acontece com nenhuma, porque nem a Marinha nem as Capitanias fiscalizam o tempo de
permanência delas fundeadas. O objectivo destas redes é capturar as lagostas que são atraídas pelos peixes que morrem presos nas redes e vão apodrecendo. Mesmo as lagostas, se não forem retiradas ao fim de uns dias, acabam por morrer também. São toneladas de peixes e crustáceos que morrem e apodrecem todos os dias cap-
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Mais
pitanias as fiscalizam, nem sabem há quanto tempo estão fundeadas, os armadores deixam-nas ficar permanentemente no mesmo local. Assim, quando uma embarcação da pesca com redes de emalhar de fundo é vendida, junta-se o valor do barco com as redes e a respectiva licença, ao valor da área onde as redes estão fundeadas, o chamado “terreno”. Em zonas ricas em recursos marinhos como a Costa Vicentina, estas herdades dentro de água têm um enorme valor e são vendidas por elevado preço. Os pescadores artesanais de Sagres não pescam com este tipo de redes de emalhar de fundo. Pescam com o palangre para capturarem principalmente pargos, chernes, gorazes, robalos, safios, peixe-galo, douradas e sargos. Também pescam com pequenas redes de 3,5 metros de altura para apanharem os salmonetes, linguados, chocos, besugos, ruivos e rascassos. Em Sagres a pesca de cerco à sardinha, carapau e cavala é outra das artes que os pescadores praticam. Também se pesca com covos, principalmente os polvos e crustáceos.
Portanto, os pescadores artesanais de Sagres não têm “terrenos” para vender, juntamente com os barcos e as respectivas licenças de pesca. A pesca com palangre não agride os recursos São principalmente os cientistas que defendem a pesca com palangre, porque é selectiva, pode-se orientar a pesca para capturar determinadas espécies, em função da profundidade em que é colocado o aparelho com as linhas, o tamanho dos anzóis e o isco. Portanto não mata o peixe indiscriminadamente como as redes. Mesmo na pesca a grandes profundidades, os cientistas defendem o palangre em vez das redes de emalhar de fundo. Todo o peixe que vai à lota capturado pelo palangre é o que tem mais valor, porque são espécies de qualidade que estão frescas e não morreram a debaterem-se nas redes. É este o peixe que os exportadores preferem exportar porque tem maior valor económico.
O “terreno” é vendido por elevado valor O valor de uma embarcação de pesca depende do tipo de licença da arte que pratica. No que respeita às redes de emalhar de fundo, usadas pela pesca industrial, como nem a Marinha nem as Ca-
Fotografia: Palangreiro.blogspot.com
turados por estas redes.
Barco de pesca ao palangre 2015 Junho 342
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Fotografia: Palangreiro.blogspot.com
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Palangreiro a levantar o aparelho
Portugal debate-se há anos com um grave défice de peixe para comer e somos obrigados a importar cerca de dois terços daquilo que comemos. Dizem os cientistas que o desenvolvimento da pesca
artesanal em Portugal seria altamente compensador. Primeiro porque gera mais postos de trabalho e não agride os recursos marinhos. Depois porque a maioria das espécies que captura são de
elevada qualidade e aceites para exportação. A Secretaria do Estado do Mar coloca reservas ao licenciamento
O palangre cria mais postos de trabalho 4
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Para esclarecermos a posição sobre este assunto da Secretaria do Estado do Mar, falámos com Luís Vicente, assessor de Manuel Pinto de Abreu, Secretário de Estado do Mar, do qual obtivemos as respostas das seguintes questões que colocámos: Há alguma razão científica para impedir que se pesque com palangre de fundo no Algarve? A pesca com palangre de fundo dirigido a espécies demersais não está interdita nem no Algarve nem em quaisquer outras áreas de operação em águas nacionais. Existem algumas restrições da CE quanto à pesca de palangre de fundo? Existe uma limitação decorrente do Plano de Recuperação da Pescada e do Lagostim, estabelecido pelo Regulamento (CE) N.º
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Algumas das bóias são de redes que estão no mesmo local há anos e já demarcam herdades oceânicas
2166/2005 do Conselho, de 20 de Dezembro de 2005, que consiste no não aumento do número de embarcações com mais de 10 metros licenciadas para artes regulamentadas (arrasto, redes de emalhar e o palangre). Importa referir que quase todas as embarcações da frota local e da frota costeira que operam em águas nacionais têm esta licença. Sobre este ponto releva também o ANEXO IIB do Regulamento (UE) 2015/104 do Conselho, de 19 de janeiro de 2015. Para o restante país existe também impedimento à pesca com palangre de fundo? Não existem restrições especiais no Algarve nem relativamente ao resto do País. Embarcações de 7,00 metros de comprimento, são barcos de pesca para dois pescadores. Desde quando se deixou de licenciar embarcações maiores no Algarve para pesca com palangre de fundo? Continuam a licenciar-se as embarcações do Algarve e do resto do País para palangre de fundo - espécies demersais - em águas nacionais, quando solicitado, excepto se tiverem mais de 10 m e não tiverem tido registo dessa atividade de pesca na zona nos anos de 2002 a 2014, dadas as restrições anteriormente refe2015 Junho 342
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Robalo
Opinião de Gonçalo Carvalho
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olocámos a Gonçalo Carvalho, da PONG-Pesca, um grupo de organizações não governamentais que defendem a pesca sustentável, o mesmo tipo de perguntas que fizemos à Secretaria de Estado do Mar: Há alguma razão científica para impedir que se pesque com palangre de fundo no Algarve? Não especificamente, que tenhamos conhecimento. Existe alguma limitação quanto ao tamanho de uma embarcação de pesca com palangre de fundo? Não que tenhamos conhecimento. A razão pelo qual não devem estar a ser atribuídas novas licenças de palangre a embarcações maiores de 7m dever-se-á ao esforço geral para diminuir ou pelo menos não aumentar o esforço de pesca. Pelo que temos conhecimento em várias frotas são apenas dadas novas licenças se alguma embarcação deixar definitivamente a pescaria. É algo a confirmar com a DGRM. Existem algumas restrições da CE quanto à pesca de palangre de fundo? Especificamente que tenhamos conhecimento, não. Inclusivamente, está neste momento em discussão a legislação que gere as pescarias de grande profundidade no Atlântico nordeste e aí a Comissão pretendia restringir a pesca de profundidade aos palangres e às armadilhas, proibindo gradualmente o uso de arrastos e redes de emalhar. O governo português publicou uma portaria no ano passado que de resto aplica esta restrição às embarcações portuguesas a operarem nas zonas exteriores da nossa ZEE e na área da plataforma continental estendida. Em virtude da pesca com palangre de fundo ou de superfície, ser uma arte menos agressiva para o meio marinho e que fomenta mais postos de trabalho, não deveria ser apoiada pela DGRM? Com as devidas ressalvas, pois cada situação tem que ser analisada detalhadamente, diria que sim. Temos argumentado várias vezes a favor de critérios sociais, económicos e ambientais na distribuição das oportunidades de pesca, e não apenas o critério das capturas históricas. Isto pode ser feito pelos estados membros ao abrigo da no Política Comum de Pescas e para nós traria benefícios a todos os níveis. Nesse sentido artes como os palangres, devidamente regulamentados - pois caso contrário podem ter efeitos adversos em espécies e ecossistemas particulares - podem em muitos casos ter desempenhos bastante positivos.
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ridas relativas ao Plano de Recuperação da Pescada e do Lagostim. Em virtude da pesca com palangre de fundo ou de superfície, ser uma arte que não danifica os recursos e cria mais postos de trabalho, não deveria ser incentivada pela DGRM, para que mais armadores se interessassem por este tipo de pesca? Não cabe à DGRM in-
centivar ou desincentivar o uso de artes especificas, mas apenas regulamentar e apreciar os pedidos de licenciamento dentro das artes permitidas, dentro das condicionantes que resultam da gestão sustentável dos recursos e das normas comunitárias e internacionais. Já sabíamos que andamos há anos a dividir com os es-
Peixe-galo
O peixe capturado com anzóis é o de melhor qualidade
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Cherne
O pargo de Sagres tem CCL - Comprovativo de Compra em Lota
melhor peixe do mundo que temos à disposição na nossa plataforma continental. Os cientistas da Universidade do Algarve não indicam qualquer espécie que esteja em risco com a pesca com o palangre. Em virtude disso, deviam ser licenciados os pescadores
que pretendem pescar com embarcações acima dos 10 metros de comprimento, para tirarem maior rentabilidade à faina com mais aparelhos e mais isco para os anzóis, para poderem estar mais dias à pesca. A DGRM em vez de limitar a actividade desta arte de
pesca, deveria apoiar passando sem quaisquer reservas as licenças que se pedem. Só assim poderemos diminuir a importação de peixe e também aumentar a exportação, porque o que se captura com o palangre é o que tem a qualidade que se exige para exportar.
Fotografia: Palangreiro.blogspot.com
panhóis as quotas anuais de pescada e de lagostim, praticamente sempre em prejuizo dos pescadores portugueses. Com o palangre não se capturam lagostins e quanto à pescada, se for apanhada alguma é uma captura acessória. Não entendemos que em relação a uma arte de pesca tradicional não a podemos utilizar mais, para pescar o
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Semana Azul - Conferência “O Futuro da Pesca”
Texto Antero dos Santos
“Este Governo Não Liga Nenhuma à Pesca” O Governo não liga nenhuma à pesca, foram as palavras de Pedro Jorge Silva, presidente da ADAPI, Associação dos Armadores das Pescas Industriais, na mesa redonda que decorreu na FIL, no final da conferência O Futuro da Pesca, na qual não estava nimguém presente a representar os pescadores artesanais, responsáveis por 80% do que se pesca em Portugal.
A pesca artesanal não conta para o Futuro da Pesca
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elos vistos, são todos os sectores das pescas a dizer o mesmo, os pescadores, os agentes económicos e também os investigadores. Queixam-se os armadores da pesca industrial, que foram impedidos de pescar nas águas profundas em áreas da nossa ZEE, a fim de não agredirem mais esses devastados fundos, mas os barcos de frotas de outros países podem faze- lo. Para agradar a alguns países da CE a proibição só atinge os pesqueiros portugueses. Sobre a mesma questão, queixam-se igualmente as organizações não governamentais que constituem a PONGPesca, devido à inércia da ministra do mar Assunção Cristas, por não impor a mesma legislação de proibição de 8
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pescar a todas as frotas europeias, tendo já apelado em Carta Aberta à ministra que pressione a CE para legislar sobre o mesmo. Outra questão grave, dizem os armadores da pesca industrial, é a nenhuma importância que na CE dão a Portugal, porque o Governo português não consegue, como contrapartida, para os barcos de pesca portugueses irem pescar para África, ao contrário de outros países que conseguem acordos através da CE e têm lá barcos a pescar. A pesca artesanal captura 80% do peixe pescado em Portugal, mas mesmo assim não chega e dois terços do que os portugueses comem é importado. O facto da DGRM não ter incluído a pesca artesanal na conferência “O Futuro da Pesca” demonstra a falta de
interesse do Governo por este sector. Os pescadores artesanais querem pescar mais, mas a grande maioria não consegue licenças, principalmente da pesca com palangre, aparelho com anzóis, para embarcações com mais rentabilidade.
Esta arte de pesca é considerada boa e desejável pelos cientistas, porque é selectiva e não agride os recursos marinhos. Outra acusação dos pescadores artesanais é que não são retiradas, ao longo de toda a plataforma continental, milhares de redes ilegais da pesca de emalhar de fundo industrial que estão permanentemente caladas e só poderiam ficar 24 horas. Dizem os pescadores que cada vez há menos peixe por causa destas redes e não podem lançar os palangres porque os anzóis ficam presos. Cientistas da Universidade do Algarve afirmam que os pescadores artesanais têm razão, porque as redes matam toneladas de peixes que é deitado fora e impedem as migrações de muitas espécies de se aproximarem da costa. Por causa desta grave situação, perguntámos no final da mesa redonda a Miguel Sequeira, director-geral da DGRM, se tinha conhecimento da existência destas redes ilegais que são vendidas como “terreno” juntamento com os barcos e as licenças e porque
Auditório CGD onde decorreu a conferência O Futuro da Pesca
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razão não eram retiradas? Conhecemos esse assunto mas isto é um problema complicado de fiscalização que não conseguimos resolver. Por Lei a fiscalização das pescas pertence à DGRM. Esta como não tem qualquer embarcação nada faz. Solicita então às Capitanias, como autoridades marítimas, para fiscalizarem as pescas. Mas como as Capitanias apenas têm embarcações semirrígidas recuperadas do contrabando, sem equipamentos aladores, saem de vez em quando sem qualquer missão para saber há quanto tempo as redes estão no fundo e nem tocam nelas. Os pescadores não entendem que se há peixe na nossa plataforma continental que pode ser pescado de forma sustentável, porque se favorece o negócio da importação, impedindo que Portugal pesque mais. A CE tem procurado limitar o esforço de sistemas de pesca como o arrasto e as redes de emalhar de fundo, devido aos estragos que fazem nos recursos marinhos. O problema da sustentabilidade das pescas, resulta apenas no tipo de artes de pesca que se emprega. Enquanto a pesca industrial utiliza o arrasto e as redes de emalhar de fundo, os pescadores artesanais pescam principalmente com aparelhos de anzóis, a arte do palangre. O peixe que se pesca com anzol é todo da melhor qualidade e o requisitado para a exportação. A CE não está contra a pesca do palangre, os cientistas estão a seu favor e os pescadores artesanais portugueses querem apenas pescar o melhor peixe do Mundo. Com a resposta de Miguel Sequeira à pergunta que lhe fizemos, durante a mesa redonda, os pescadores artesanais também podem ficar com a seguinte certeza: Este Governo não liga nenhuma à pesca.
A Semana Azul na FIL
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Carta Aberta
ONG Apelam à Ministra Assunção Cristas
Um grupo importante de Organizações Não Governamentais, apelam à Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, para ser uma luz no mar profundo garantindo a sua conservação
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o momento em que acontece a Semana Azul (Blue Week), em Portugal e outros países da União Europeia (EU) discutem no Conselho Europeu dos Ministros das Pescas o novo Regulamento da UE - que visa garantir pescas de profundidade sustentáveis e proteger ecossistemas de profundidade - diversas Organizações Não Governamentais (ONG) nacionais e internacionais ligadas ao
As ONG em protesto ambiente e à proteção dos oceanos apelam ao governo português que reveja a posição do nosso país quanto à pesca de arrasto de fundo de profundidade. Esta é “uma oportunidade ímpar para Portugal proteger os ecossistemas de profundidade dentro da sua jurisdição – que são únicos na UE em termos de escala e diversidade – e assegurar capturas sustentáveis das unidades populacionais de profundidade relevantes para os pescadores portugueses”,
Coral das profundidades arrancado do fundo 10
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como é referido na carta aberta enviada hoje à Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas. Sendo a Semana Azul um encontro internacional sobre o mar, que tem lugar de 3 a 6 de junho, em Lisboa e em Cascais, e onde um dos objetivos é afirmar e implementar Portugal como uma referência internacional no debate, no poder de decisão e na ação sobre os oceanos, que em termos de tradição e vocação marítima, posição estratégica ou de vontade de construir uma economia marítima sustentável, as ONG consideram ser um momento importante para o nosso país apostar igualmente na proteção dos oceanos e do fundo do mar, de forma a que os recursos que possam dele ser extraídos o sejam de uma forma realmente sustentável. “Os fundos marinhos constituem uma parcela significativa dos oceanos. Contudo, a deficiente regulamentação das pescas de profundidade ameaça a incrível
e simultaneamente frágil biodiversidade dos fundos oceânicos, colocando em risco benefícios para a humanidade, que vão desde a regulação do clima a potenciais fármacos”, referem as ONG no documento. Segundo as ONG, “o atual Regulamento da UE, adotado em 2002, tem-se revelado ineficaz. Falhou na manutenção da maioria das unidades populacionais de profundidade dentro de limites biológicos sustentáveis, na recuperação de algumas das populações mais vulneráveis e depauperadas de peixes do Atlântico Nordeste e na proteção de corais, esponjas e montes submarinos vulneráveis”. O governo português opõese a disposições fundamentais do projeto de regulamento em discussão no Conselho, que protegeriam os ecossistemas de profundidade vulneráveis e exigiriam a utilização de artes de pesca de baixo impacto e ambientalmente sustentáveis (já amplamente empregadas
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Exma. Professora Doutora Assunção Cristas, Ministra da Agricultura e do Mar cc: Exmo. Sr. Secretário de Estado do Mar
Lisboa, 3 de junho de 2015
Assunto: Não desperdice a oportunidade de ser uma luz no mar profundo Exma. Sra. Ministra Assunção Cristas, Enquanto acolhe a Semana Azul, plataforma para todos os que se interessam pelos oceanos, Portugal, juntamente com outros Estados-Membros, debate a crucial proposta de novo Regulamento da UE para gestão das pescas de profundidade no Atlântico Nordeste com a finalidade de assegurar pescarias sustentáveis e proteger os ecossistemas marinhos dos danos causados por métodos de pesca nocivos. Os fundos marinhos, que representam uma parcela significativa e importante dos oceanos, estão repletos de uma incrível e ao mesmo tempo frágil biodiversidade, com novas espécies a serem descobertas ainda hoje, e oferecem vários benefícios à humanidade – desde a regulação do clima a potenciais fármacos. No entanto, estão sob ameaça, em parte devido a pescarias mal regulamentadas. O atual Regulamento, que entrou em vigor em 2002, revelou-se incapaz de manter a maioria das unidades populacionais de profundidade dentro de limites biológicos seguros e de fomentar a recuperação de algumas das populações mais vulneráveis e depauperadas de peixes do Atlântico Nordeste. Além disso, fracassou na proteção de ecossistemas marinhos de profundidade vulneráveis, como os de coral, esponjas e montes submarinos, contra os impactos danosos de práticas de pesca de profundidade altamente destrutivas. Um novo Regulamento da União Europeia (UE), presentemente em discussão no Conselho de Ministros Europeus das Pescas, deverá conceder a Portugal a oportunidade de proteger os ecossistemas de profundidade sob a sua jurisdição, únicos na UE em termos de escala e diversidade, bem como de assegurar capturas sustentáveis de unidades populacionais de peixes de profundidade importantes para os pescadores portugueses. No entanto, a posição oficial do governo português enviada ao Conselho de Ministros Europeus das Pescas em março deste ano, que foi divulgada apenas depois de um pedido oficial da PONG-Pesca, é profundamente desapontante. Longe de querer assumir a liderança na promoção da conservação dos ecossistemas e de pescas sustentáveis, o governo opõe-se a artigos fundamentais que protegeriam os ecossistemas marinhos vulneráveis e determinariam a utilização de artes de pesca ambientalmente sustentáveis de reduzido impacto (que já são amplamente utilizadas pela frota portuguesa) como método principal de pesca de profundidade nas águas comunitárias por todas embarcações da EU, incluindo as de outros países da EU a operarem nas áreas reivindicadas por Portugal. Em julho do ano passado escrevemos-lhe a louvar a sua decisão de adotar uma portaria nacional (nº. 114/2014) que visa proteger os ecossistemas de profundidade nos montes submarinos contra o arrasto de fundo e o uso de redes de emalhar de fundo, permitindo no entanto a continuação de métodos de pesca sustentáveis e tradicionais como o palangre e a linha de mão de pequena escala. A portaria cobre uma larga extensão das 200 milhas e do mar alto que constitui a plataforma continental portuguesa estendida, complementando e acrescentando à Regulamentação da UE adotada em 2005 que proíbe o arrasto de fundo e do uso de redes de emalhar de fundo abaixo dos 200 metros nas águas dos Açores e da Madeira. Mas a portaria só se aplica à frota portuguesa, colocando estes ecossistemas à mercê da pesca de arrasto de fundo em alto-mar por embarcações de outros países em extensas áreas do fundo marinho reivindicado por Portugal. Tínhamos a esperança que Portugal seguisse na linha da sua política interna e defendesse a conservação dos fundos marinhos e as pescas de profundidade sustentáveis nas negociações da UE. Contudo, o documento publicado dá indicações contrárias. A Comissão Europeia propõe a eliminação progressiva do arrasto de fundo e das redes de emalhar de fundo na captura de espécies de profundidade.
Isso iria promover a transição ao nível de toda a UE para artes de pesca ambientalmente sustentáveis de reduzido impacto, semelhantes às que já são amplamente utilizadas pelos pescadores portugueses e que estariam em linha com as medidas que Portugal adotou para as suas frotas. Para além disso, numerosos estudos científicos têm repetidamente sinalizado o arrasto de fundo como a maior ameaça direta aos ecossistemas de profundidade, como os de corais de água frias, esponjas e montes submarinos, que se encontram nas águas portuguesas e de outros locais no Atlântico Nordeste. O abandono gradual da utilização do arrasto de fundo de profundidade protegeria estes ecossistemas, sendo que muitos dos quais constituem habitats importantes para espécies de peixes com valor comercial. Os parlamentos regionais dos Açores e da Madeira, onde as pescarias de profundidade são da maior importância, apoiaram a eliminação progressiva do arrasto de fundo através das resoluções adotadas em março de 2013 e em julho de 2014, respetivamente. Todavia, o governo nacional na posição enviada ao Conselho não defende esta medida. Isto não só é contra a legislação que Portugal aprovou para as suas próprias águas e plataforma continental, como ignora uma série de relatórios científicos, incluindo investigações de cientistas portugueses elucidativas quanto aos danos irreparáveis do arrasto de fundo causa aos ecossistemas de profundidade. Será que Portugal acredita que conseguirá proteger os ecossistemas de profundidade do Atlântico Nordeste isoladamente, quando algumas das mais importantes unidades populacionais de profundidade para os pescadores portugueses estão a ser capturadas com artes de pesca destrutivas por frotas de outros países da EU, como é o caso do peixeespada preto? Na posição enviada ao Conselho, Portugal rejeita igualmente as disposições que exigem avaliações de impacto ambiental como condição de autorização para quaisquer pescarias de profundidade e que contemplam um processo de identificação das zonas em que se saiba que existam, ou podem existir, ecossistemas marinhos vulneráveis e a sua proteção dos métodos de pesca mais destrutivos. Estas disposições fundamentais refletem elementos-chave das resoluções da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a proteção aos ecossistemas de profundidade no mar alto, que Portugal, em particular, e outros EstadosMembros da EU apoiaram vivamente no seio do ONU. Porque é que Portugal não está agora a trabalhar para que estas disposições sejam incluídas no novo Regulamento da UE? Ainda assim, ainda há tempo para a Sra. Ministra rever a posição de Portugal nas negociações do novo Regulamento, para que este melhor reflita os passos positivos tomados a nível nacional, as práticas sustentáveis dos pescadores portugueses e a necessidade de proteger alguns dos ecossistemas mais vulneráveis das águas e fundos marinhos portugueses e mais além. É com todo o respeito que a instamos a ajudar à salvaguarda dos fundos marinhos, para bem dos cidadãos portugueses, dos pescadores, dos consumidores e das futuras gerações, fazendo de Portugal, juntamente com a UE, líder mundial da conservação pioneira de um dos maiores e mais variados ecossistemas do planeta. Com os melhores cumprimentos, Gonçalo Carvalho PONG-Pesca carvalho.gf@gmail.com +351 936257281
Matthew Gianni Deep Sea Conservation Coalition matthewgianni@gmail.com +31 646168899
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Notícias do Mar
Tubarão das profundidades capturado numa rede de emalhar como os corais de água fria das águas portuguesas, que constituem, muitos deles, um importante habitat para espécies de peixe de valor comercial. Contudo, a portaria só se aplica à frota portuguesa, o que permite a embarcações estrangeiras a livre utilização destes métodos destrutivos para pescar em vastas áreas de leito marinho reivindicadas por Portugal”. As associações esperavam que Portugal seguisse na linha da sua iniciativa interna e defendesse a conservação dos fundos oceânicos, bem como pescas de profundidade sustentáveis, nas negociações da UE. No entanto, a posição apresentada pelo nosso país nas negociações do Conselho Europeu vai no sentido contrário.
“A Comissão Europeia propôs a eliminação progressiva da pesca de arrasto de fundo e com redes de emalhar de fundo para espécies de profundidade. Os parlamentos regionais dos Açores e da Madeira, arquipélagos em que as pescarias de profundidade são da maior importância, apoiam a eliminação progressiva do arrasto de fundo. No entanto, o governo nacional opõe-se, numa posição que não só contradiz a legislação adotada por Portugal para as suas frotas, como ignora os factos científicos. Será que Portugal acredita que conseguirá proteger os ecossistemas de profundidade do Atlântico Nordeste isoladamente, quando algumas das mais
Fotografia: Greenpeace
Fotografia: Pierre Gleizes
pela frota portuguesa) por todas as frotas pesqueiras de profundidade da UE, incluindo embarcações de outros países da UE que pescam em zonas de profundidade reivindicadas por Portugal. Tal como é refetido na carta, as ONG louvaram publicamente, no ano passado, “a posição da Ministra em proibir o arrasto de fundo e o uso de redes de emalhar de fundo numa vasta extensão das águas portuguesas e respetiva plataforma continental legal, continuando a permitir a utilização de métodos de pesca sustentáveis e tradicionais de pequena escala. O arrasto de fundo foi sistematicamente destacado nos relatórios científicos como principal ameaça aos ecossistemas de profundidade,
importantes unidades populacionais de profundidade para os pescadores portugueses estão a ser capturadas com artes de pesca destrutivas por frotas de outros países da EU, como é o caso do peixeespada preto?”, pode ler-se no mesmo documento. As ONG apelam, assim, à Ministra que reveja e emende a posição de Portugal nas negociações do novo Regulamento, de modo a que esta não só reflita os passos positivos dados a nível nacional e as práticas sustentáveis dos pescadores portugueses, como também reconheça a necessidade de assegurar a proteção à escala europeia de alguns dos ecossistemas mais variados, do ponto de vista biológico, e vulneráveis que existem nas águas portuguesas e mais além. A carta é assinada por Matthew Gianni da DSCC - Deep Sea Conservation Coalition e por Gonçalo Carvalho, da PONG-Pesca - Plataforma das Organizações Não Governamentais Portuguesas sobre a Pesca e da Sciaena, em nome das organizações que representam, bem como em nome da APECE - Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios, GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, LPN - Liga para a Proteção da Natureza, OMA Observatório do Mar dos Açores, Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, Seas at Risk, SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e WWF World Wide Fund for Nature.
Arrastão de grandes profundidades 12
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Arrastão francês
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Náutica
Notícias da Honda Marine
As Vantagens das Tecnologias Honda A Honda fez o ano passado 50 anos que lançou o seu primeiro motor fora de borda e com a inovação de um novo tipo de motor de 4 tempos, iniciou um avanço tecnológico que acabou por vencer.
A
creditando que o motor fora de borda de 4 tempos era o futuro
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e que segundo o seu fundador Soichiro Honda“os produtos que são usados na água não a devem poluir”, a Honda
apostou completamente nesse tipo de motor e os engenheiros lançaram-se logo desde o inicio na pesquisa e desenvolvimento
das potências mais procuradas pelos mercados. O primeiro motor foi um 4 HP e depois foram desenroladas todas as outras potências. Hoje a Honda produz motores desde os 2 HP até 250 HP. Como o grupo Honda produz desde há muito automóveis, foram aproveitadas as investigações e tecnologias dos engenheiros deste sector e incorporados nos motores fora de borda, não apenas alguns blocos motor como grande parte dos sistemas, muitos deles inovadores também e introduzidos igualmente em motores de Fórmula 1. A elevada fiabilidade dos motores e também de todos os novos sistemas que foram introduzidos para melhorarem a sua prestação, permitem hoje
Náutica
dar uma garantia de fábrica por 3 anos. Apresentamos algumas dessas sofisticadas tecnologias que são as grandes vantagens dos motores Honda: VTEC (Variable Valve Timing and Lift Electronic Control) Controlo Electrónico do Comando e Abertura Variável das Válvulas Este sistema VTEC da Honda varia a elevação e a duração da abertura das válvulas da admissão, de acordo com as condições de funcionamento, oferecendo performances óptimas
desde baixa a alta rotação. Um ressalto de came suave, de baixa elevação e curta duração, acciona as válvulas da admissão a baixa rotação e às 4.500 rpm entra em acção o ressalto de came alto, para oferecer performance óptima a alta rotação. Abaixo das 4.500 rpm o sistema VTEC está desactivado. Não é aplicada pressão de óleo aos pistões de sincronização no interior dos balanceiros e cada balanceiro é accionado independentemente pelas cames de baixa rotação. Acima das 4.500 rpm, é aplicada pressão hidráulica aos pistões e os balanceiros intermédios juntam-se aos balanceiros. As válvulas da admissão passam a ser accionadas pelas
cames de alta rotação. PGM-Fi (Programmed Fuel Injection) Injecção Programada de Combustível É o controlo de precisão da injecção de combustível através de uma ECU (Electronic Control Unit Unidade Electrónica de Controlo), que permite um superior controlo da combustão, reduzindo os consumos de combustível e aumentando a performance do arranque.
É usado um sistema de injecção sequencial multi-ponto de combustível, no qual cada cilindro possui um injector e o ponto da injecção do combustível está sincronizado com o tempo de admissão de cada cilindro. Os injectores do combustível e as rampas de injecção, fornecem as quantidades precisas de mistura ar/combustível a cada cilindro. BLAST (Boosted Low Speed Torque) Binário Aumentado a Baixa Rotação
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Náutica
A ECU da injecção de combustível amplifica o binário através da optimização da quantidade de combustível fornecido, juntamente com o ponto de ignição, durante as acelerações rápidas. Esta tecnologia exclusiva da Honda melhora substancialmente a aceleração.
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A tecnologia BLAST da Honda de avanço máximo para o aumento do binário oferece o controlo óptimo da injecção de combustível (relação ar/combustível) e do ponto de ignição, durante as acelerações rápidas. Como o sistema incrementa efectivamente a performance
do motor, particularmente durante a forte aceleração, obtêmse arranques explosivos dos 0 aos 50 metros para as embarcações planarem de imediato. ECOmo (Economy Controlled Motor)
Motor de Economia Controlada Trata-se de uma tecnologia que facilita os baixos consumos de combustível, através de um funcionamento a combustão pobre de segunda geração. Em modo ECOmo, o motor
Náutica
funciona numa relação ar/combustível pobre (18/1). A relação ar/combustível é controlada pela ECU, com base em informações recebidas do sensor O2 (Oxigénio), que controla com precisão a mistura ar/combustível, para obter uma impressionante economia de combustível. Esta tecnologia altamente avançada permite conseguir elevados níveis de economia do consumo de combustível, especialmente reduzido em navegação à velocidade de cruzeiro em patamares entre as 3.000 rpm e as 4.500 rpm. Trolling Control Controlo de rotação para corrico O controlo de velocidade variável de rotação para a pesca ao corrico está disponível em determinados modelos (consiste em incrementos de 50 rpm entre a rotação do ralenti e as 900 rpm), conseguindo-se obter excelentes níveis de controlo de velocidade lenta, para efectuar certas manobras e para a pesca.
Escape
Admissão
PGM-FI
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Náutica
Notícias Honda
Campanha de Valorização de Retomas
A
HONDA MARINE lança uma nova campanha de retoma de motores usados que oferece uma oportunidade única de valorização extra do motor antigo de qualquer marca, que se poderá traduzir num desconto adicional que poderá ir até 4.000EUR.
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Esta nova campanha estará disponível na Rede de Concessionários HONDA MARINE durante os meses de Junho e Julho e será válida na aquisição de motores desde o BF2.3 ao BF250.
Mais informações: GROW Produtos de Força Portugal, Lda Rua Fontes Pereira de Melo, 16 2714-506 Abrunheira, SINTRA – PORTUGAL Tel. +351 211 303 000 - Fax. +351 211 303 003 Mail: geral@grow.com.pt - WWW.GROW.COM.PT
Notícias do Mar
Notícias da Lindley
Pontões da Lindley receberam novamente a Volvo Ocean Race
A
Lindley Marinas, especializada em equipamento flutuante para marinas e portos, foi a responsável pelo fornecimento dos pontões flutuantes utilizados em duas marinas que fizeram parte dos ‘stopovers’ da Volvo Ocean Race: Lisboa (Portugal) e Itajaí (Brasil). Em Abril a VOR fez uma paragem em Itajaí e chegou à cidade de Lisboa, onde permaneceu até dia 7 de Junho. A Doca de Pedrouços já tinha sido escolhida em Maio de 2012 para receber as embarcações da regata. Na altura, a inclusão de Lisboa no roteiro da VOR acelerou a reconversão da Doca de Pedrouços permitindo a sua requalificação. A Administração do Porto de Lisboa, entidade responsável pela obra, adjudicou o fornecimento de equipamentos da área molhada da Doca de Pedrouços à Lindley; os trabalhos executados, concluídos em Abril de 2012, englobaram a instalação de vários pontões flutuantes com estrutura em betão reforçado e aço galvanizado pintado; foram ainda fornecidas pontes e portões de controlo de acesso e pedestais de emergência, segurança e serviços de água, iluminação e energia elétrica. Em 2015, para assegurar boas condições operacionais e de segurança das infraestruturas, executaram-se trabalhos de manutenção pontual dos pontões flutuantes, confirmando o comportamento satisfatório do equipamento para receber novamente as embarcações da VOR. Os veleiros da Volvo Ocean Race são a prova da fiabilidade e robustez dos pontões fabricados pela Lindley, pois no ‘stopover’ de Itajaí os pontões de betão que acolheram as embarcações do evento foram também fabricados e forneci-
dos pela Lindley. A obra, concluída no primeiro trimestre deste ano, foi executada em parceria com uma empresa local. O fabrico dos pontões, realizado num estaleiro próximo da obra, foi controlado pela equipa técnica da Lindley que também se encarregou de supervisionar o processo de montagem dos passadiços a nado.
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Náutica
Teste Beneteau Barracuda 7 com Yamaha F150D
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Barco Estável
Muito ao Gosto dos Pescadores
O Beneteau Barracuda 7, equipado com o novo Yamaha F150D, que testámos na foz do Tejo no passado dia 7 de Maio, mostrou que o estaleiro francês o projectou para satisfazer bem os apaixonados pela pesca lúdica.
Convés à frente 20
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Banco à frente da cabina
Náutica
Porta lateral do piloto
F
Beneteau Baracuda 7
izemos o teste a convite do Francisco Ramada Lda., importador exclusivo para Portugal dos barcos Beneteau e da Yamaha Motor Portugal, a partir da Oeiras Marina. O estaleiro Beneteau que está a comemorar 130 anos, desenvolve presentemente no que respeita a embarcações a motor as seguintes gamas: Antares, Antares OutBoard, Barracuda, Flyer, Gran Turismo e Swift Trowler. No total são construídos 32 modelos diferentes em fibra de vidro, desde os 5,50 metros de comprimento até os 16,00 metros. O mercado da náutica de recreio motorizada, dispõe
com a marca Beneteau de embarcações para os mais diferentes gostos. A gama Barracuda é voca-
cionada para os pescadores lúdicos e desportivos, que em França pertencem a uma modalidade com centenas de mi-
O poço
O posto de comando 2015 Junho 342
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Náutica
O novo Yamaha F150D equipava o Barracuda 7
lhar de praticantes e está em grande desenvolvimento. Cada vez mais o mercado francês, altamente exigente, procura encontrar numa embarcação as vantagens e qualidades de um pesqueiro profissional, num pequeno barco de recreio. A gama Barracuda com dois modelos, o 9 e agora o novo 7, pretende dar a resposta. Viveiro para o isco vivo
Tampa da entrada do viveiro 22
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O Barracuda 7 tem tudo
A primeira ideia que este barco nos dá quando se entra no poço com 2,66 metros de boca e depois se começa a circular é que parece maior. A cabina, como tem portas laterais em vez de ter uma porta atrás para o poço, simplifica a circulação e torna-se mais fácil para o piloto sair do posto de comando e dispor logo ali de uma passagem para aceder à proa ou ao poço. Notável também é quando se começa a abrir compar-
Porão de bombordo para o peixe
Náutica
timentos e levantar tampas de porões e acabamos por encontrar tudo o que precisamos. Esta é a segunda ideia que o barco nos dá, pois parece que tem tudo. Visualmente neste barco o que mais se evidencia é o design da cabina de comando, em estilo de pesqueiro. A vantagem do pára-brisas direito é aumentar a visibilidade a partir do interior, ser mais rápido limpar a água com o limpa-vidros, colocar a electrónica em cima e não sofrer por isso com os reflexos, principalmente à noite. Com a cabina assim, o barco ganhou um banco à frente, onde se pode sentar um pescador à pesca, ou quando é preciso fazer as manobras de fundear ou levantar o ferro. Para não se fazer muito esforço, estas manobras são apoiadas por um molinete eléctrico montado na proa. A cabina de comando tem lotação para três pessoas sentadas. O piloto dispõe de um banco individual a estibordo com duas posições de condução, uma em baixo e outra cima e tem integrado uma cozinha. O outro banco que fica ao lado é corrido e duplo. Sob o banco do piloto encontra-se um frigorífico de 42 litros e no piso existem armários para guardar muitos dos utensílios que são úteis no mar. Para refrescar o interior da cabina existe um albóio rectangular no tecto, com uma cortina para fazer sombra. Neste barco o estaleiro não esqueceu os momentos de fadiga dos pescadores ou a vontade de pernoitar. Para isso, com entrada pela cabina de comando, existe sob o convés da proa um quarto com cama dupla e um wc marítimo ou químico com porta. O poço foi cuidadosamente pensado, com a incorporação de muitos equipamentos e acessórios de utilização polivalente, que são fundamentais para se obterem as características que os pesca-
O Beneteau Barracuda 7 é um barco pescador adequado ao mar
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Náutica
dores gostam. O facto de cada vez serem mais exigentes as técnicas para a prática da pesca, o estaleiro instalou um grande viveiro de isco vivo a estibordo na popa, com um funcio-
namento muito prático. No piso encontram-se três porões. O maior ao centro dá para toda a palamenta, sacos e defensas. De cada lado estão porões que dão para meter açafates para o peixe que
Novo Yamaha F150D
C
om o F150D a Yamaha melhorou substancialmente um motor icónico, popular e de sucesso, como era o F150. É um elegante motor compacto e mais leve, desenhado para permitir um excepcional rácio de peso/ potência, elevada performance, economia e com a tradicional fiabilidade Yamaha. Os engenheiros da Yamaha levaram o F150 a um alto patamar, ao introduzir novas características de modo a aumentar a facilidade de utilização, incorporando os mais recentes desenvolvimentos da avançada e recente engenharia. O F150D tem uma performance suave, silenciosa e sofisticada. Com o seu formato inovador de 16-válvulas, sistema EFI de precisão multiponto e design DOHC (Dupla árvore de cames), o potente motor de 2.7 litros (2.670 cm 3) já estabelece uma importante referência na eficiência da combustão, economia e segurança. Com 4 válvulas por cilindro, permite-se respirar facilmente, mais suave e silenciosamente, através do seu sofisticado sistema de exaustão 4-1. O F150D tem uma embraiagem mais resistente com 8 dentes (precisamente mais 2 dentes) para uma navegação mais suave e uma vida mais prolongada. Para além dos melhoramentos de engenharia, este novo F150D beneficia de muitos mais avanços tecnológicos e electrónicos como o Ajuste variável das RPM para controlo da velocidade que controla as RPM em níveis de 50 rpm entre as 650-900 rpm, para a pesca ao corrico. Com o opcional Sistema Digital em Rede, tem inúmeras vantagens, tais como a disponibilidade de uma vasta gama de instrumento multifunções. O exclusivo Sistema de Protecção Anti-roubo Yamaha (YCOP), oferece a mesma segurança que um automóvel, com um botão do comando remoto. O Sistema de Amortecimento na Engrenagem, integrado nas hélices SDS Reliance Series, reduz ainda mais a vibração e o ruído, tornando este novo motor mais silencioso e suave.
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se vai pescando. Nos dias de pesca, o banco corrido da popa permite sentarem-se dois ou três pescadores. Quando se trata de uma saída familiar, faz-se o aproveitamento total do banco com uma almofada e podem sentar-se quatro pessoas. Para os pescadores, está montado na borda lateral do poço um porta-canas de cada lado. Mas para quem
achar que é pouco, existe um acessório em aço inox que se monta na popa com quatro porta-canas. Como este Barracuda 7 tem igualmente as características de barco de passeio familiar, nesses dias podemse fazer também os piqueniques, devido a haver como opcionais, montado na parede da cabina um banco que se rebate e uma mesa que se
Porão no poço
Porta canas, cunho de amarração no interior e prateleira para bolsas
Cabina com cama e wc marítimmo ou químico
Náutica
coloca ao meio do poço. Estabilidade e rapidez de resposta ao motor No dia do teste, defronte da Oeiras Marina não havia vento e a água na foz do Tejo estava com uma ligeira agitação. Uma das qualidades mais importantes numa embarcação para pesca é a sua estabilidade, a boa capacidade de não sofrer com os balanços laterais e facilitar a movimentação dos pescadores dentro do barco, principalmente quando ele está parado. Esta é uma das características do Beneteau Barracuda 7. É graças ao tipo de casco, semi-planante à popa, com uma pequena quilha nos dois terços da frente e com salientes planos de estabilidade laterais, que o Barracuda 7 assenta na água quase sem balançar. A proa alta e com um desenho deflector, garante um desempenho eficaz quando enfrentar vagas poderosas. No mar é raro um barco com 7 metros de comprimento conseguir navegar grandes distâncias com velocidade de mais de 20 nós. Para se fazer isso, é preciso que o plano de água esteja bastante calmo e sem vento. Porém é sempre aconselhável que o motor
O novo motor Yamaha F150D mostrou elevado binário nos arranques
seja poderoso na aceleração e o barco responda rápido. Foi o que testámos com o Yamaha F150D no Barracuda 7. No arranque, em 2,18 segundos estávamos a planar e na aceleração até às 5.000 rpm atingimos os 30,7 nós em 11,09 segundos. É isto que se pede a um conjunto, numa situação de emergência quando se está no mar. Confirmámos depois as características do casco, no teste de velocidade mínima a planar, com o barco a navegar apenas aos 10 nós às 3.000 rpm.
Quando testámos a velocidade máxima, atingimos 32,6 nós às 5.300 rpm. Quanto a velocidades eco-
nómicas de cruzeiro, verificámos que o motor às 4.200 rpm colocou o barco a navegar a 20 nós e às 4.000 rpm a
O casco tem uma pequena quilha até dois terços e os planos de estabilidade laterais muito salientes 2015 Junho 342
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Náutica
Quando saltava na onda o barco caiu sempre direito
velocidade foi de 18 nós. No que respeita ao desempenho, o Barracuda 7 foi bastante confortável quando acelerámos ao máximo e ao cortar a ondulação a 30 nós. Apoiando-se bastante lateralmente, quando saltava e caía
na água manteve-se sempre bem direito. Sem dúvida que tem um casco marinheiro. O piloto tem uma excelente posição de condução e beneficia da vantagem da porta ao lado, para sair e manter o barco sob comando.
Outra das vantagens deste barco é a cabina de pilotagem oferecer um bom resguardo, pois quando a água salta ou chove não molha ninguém e o limpa-vidros é amplo e faz a água sair rápido para baixo. Em conclusão, destacamos a ampla oferta de usos que o Barracuda 7 tem e de dispor dos equipamentos indispensáveis para ser um barco prático. O Barracuda 7 foi projectado para os pescadores, e quanto a isso não falha. Em relação ao motor, o novo Yamaha F150D dispõe do poder de aceleração mais que necessário, para um desempenho adequado do conjunto.
Características Técnicas Comprimento total
7,39 m
Comprimento do casco
6,46 m
Boca
2,66 m
Deslocamento s/motor
1.584 Kg
Calado
0,52 m
Depósito combustível
200 L
Depósito água doce
100 L
Lotação
8
Potência máxima
200 HP
Motor
Yamaha F150D
Certificação CE
D/C
Preço barco /motor C/IVA
A partir de 44.777 e
Performances
Albóio no tecto da cabina
Bancos da cabina de plotagem 26
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Tempo para planar
2,18 seg.
Aceleração até às 5.000 rpm
30,7 nós em 11,09 seg.
Velocidade máxima
32,6 nós às 5.300 rpm
Velocidade de cruzeiro às 4.000 rpm
18 nós
Velocidade de cruzeiro às 4.200 rpm
20 nós
Velocidade mínima a planar
10 nós às 3.000 rpm
3.500 rpm
13,6 nós
4.000 rpm
17,7 nós
4.500 rpm
23,3 nós
5.000 rpm
29,6 nós
5.300 rpm
32,6 nós Importador e Distribuidor Francisco Ramada, Lda Avenida Brasília, 1300-598 Lisboa Tel: 213641587 geral@franciscoramada-beneteau.com www.franciscoramada-beneteau.com Yamaha Motor Portugal Rua Alfredo da Silva, nº 10 2610-016 Alfragide Tel: 21 47 22 100 Fax: 21 47 22 199 www.yamaha-motor.pt
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Náutica
Notícias Yamaha
Campanha IMBATÍVEL da Yamaha para o motor fora de borda F2.5AMHS A Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal lança a Campanha Imbatível doF2.5.AMHS válida, de 1 de Junho a 31 de Agosto de 2015, limitada ao stock existente, num Concessionário Yamaha Marine Aderente.
E
sta campanha coloca o modelo F2.5AMHS com um preço
promocional de 699€+IVA= 859€. Um preço absolutamente fantástico, já que o
Para informação mais detalhada, por favor contate: Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal R. Alfredo Silva, n.º 10 2610-016 Alfragide Phone: +351 214 722 100 Email: infomarine@yamaha-motor.pt Web: http://follow.id/yamahamarineportugal
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F2.5AMHS Yamaha tem todas as caraterísticas necessárias para ser um pequeno grande motor como: - Alavanca de engrenagens de tamanho normal - Direção 360º - Depósito combustível integrado - Manípulo da cana de leme robusto e rotativo - Hélice de alumínio de liga leve de 3 pás
- Proteção anti corrosão Yamaha Este verão pode comprar o melhor motor fora de borda do mercado, ao melhor preço do mercado! Acompanhe-nos em #yamahamarineworld #mundoyamahamarine #motorforadebordayamaha #yamahaoutboards
Electrónica
Notícias Nautel
Dicas para Reforço da Internet Wireless a Bordo
A Nautel disponibiliza soluções simples e económicas para melhorar a cobertura e desempenho a bordo das embarcações de recreio ou pesca costeira. Uma delas passa por aumentar a captação das redes wireless das marinas, portos etc.
C
om a antena da SCOUT mod. KS60, omnidirecional e de alto ganho de 12 dB, obtém-se conectividade Wi-Fi a maior alcance, para qualquer computador com uma porta USB. A ligação é portanto extremamente simples. O cabo de antena tem 5m de comprimento e após a ligação só há que descarregar os “drivers” para a antena ser reconhecida. Em termos genéricos a antena aumenta mais de 30 vezes a captação, por comparação com os módulos wireless incorpora-
dos nos laptops/notebooks. Assim, a ligação a redes fornecidas por restaurantes, hotéis, marinas, portos etc deixa de ser problema. Além disso, a ligação será mais estável e sua velocidade de download será melhorada significativamente. Projetado especificamente para o ambiente marinho, a KS-60 é a solução perfeita para permanecer conectado à internet, nas embarcações, por um pequeno investimento de 144€. Existem diversos acessórios opcionais para a fixação da antena às diferentes estruturas existentes a bordo.
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Notícias do Mar
Novas Publicações
De Jorge Silva Paulo o Livro Autoridade Marítima Nacional Na Livraria Desassossego foi apresentado, no passado dia 19 de Maio, pelo Juiz Conselheiro (STJ) António Bernardo Colaço, o livro Autoridade Marítima Nacional, um ensaio da autoria de Jorge Silva Paulo, Capitão de mar e guerra na Reserva.
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ste livro, editado pela Chiado Editora, pretende reforçar bem o pensamento do autor, já esplanado em dezenas de artigos publicados pela co-
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municação social, nos quais defende amplamente a separação da Autoridade Marítima Nacional da Marinha. Desde a Revisão Constitucional de 1982 que ficou claro que a autoridade marítima teria de deixar o âmbito da Marinha em que funcionou durante séculos, em regimes que não eram de democracia e não seriam Estados de direito. Só em 2002 foi criada a Autoridade Marítima Nacional, uma estrutura civil operada por recursos do Estado administrados pela Marinha, e cujos dirigentes eram qua-
se só oficiais da Armada, meia-dúzia partilhando cargos nas estruturas militar e civil. A viabilidade do modelo exigia que quem o operava soubesse distinguir bem o seu papel enquanto militar, por exemplo, ou como órgão de polícia criminal. Mas isso não aconteceu e apesar da clarificação de 2012 e da reforma da defesa nacional de 2014 terem sublinhado as fronteiras referidas, a Marinha continua a diluí-las, temendo que isso acentue a retração que tem sofrido devido aos cortes orçamentais. A solução do problema pas-
sa hoje, necessariamente, pela mudança de tutela da autoridade marítima para o Ministério do Mar.
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Náutica
Apresentação Quicksilver Activ 455 Open
Barco Excelente
para Iniciar as Aventuras Náuticas
Cumprindo todos os requisitos de segurança e qualidade que caracterizam os barcos Quicksilver, foi apresentado o novo modelo Activ 455 Open, a mais recente incorporação na gama Open com consola central, equipamento completo e um design criado para o uso polivalente.
O
novo Activ 455 Open é um modelo compacto, excelente para a iniciação à náutica de recreio, com um preço muito competitivo.
O poço 32
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Segurança acima de tudo Com características de segurança de última geração, casco insubmergível e convés profundo, o Quicksilver Activ 455 Open foi desenhado para navegar pela costa com toda a segurança e comodidade. Nas suas características, destacam-se a seguintes:
Náutica
Posto de comando
Quicksilver Activ 455 Open
rantir uma navegação mais fácil e confortável, e para conseguir através dos instrumentos com melhor visibilidade maior simplicidade de utilização. Versatilidade O Activ 455 Open é a embarcação perfeita para iniciação à náutica e navegação pela costa, em lagos e rios, com os amigos e a família, mas
também para desfrutar de desportos aquáticos e da pesca. Apesar do seu tamanho compacto, este barco disponibiliza muitas das características existentes em embarcações de maior comprimento e preço mais elevado. Tais como: Plataforma de banho espaçosa, com soluções inteligentes de arrumação e de segurança, disposição
cómodo dos assentos, tanto na proa como no poço, e lotação máxima de 5 pessoas. Elevada capacidade de resposta e rendimento assegurados por motorizações que colocam esta embarcação nas que apresentam melhores resultados no seu segmento. Pouca necessidade de manutenção, graças à ex-
Tem o poço profundo e piso anti-deslizante que, em conjunto com os varandis estrategicamente colocados, garantem segurança a crianças e adultos, sentados ou circulando, mesmo com a embarcação em movimento. A plataforma de banho é dupla e o acesso está bem definido até à zona da proa, com varandis elevados que garantem segurança e fácil circulação para entrar e sair. O para-brisas é alto e envolve o painel de instrumentos, integrado numa consola ampla e maior que o normal, para assegurar a máxima protecção ao convés e ga-
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Nรกutica
Quicksilver Activ 455 Open com Mercury 40 EFI
O casco tem os planos de estabilidade bastante salientes 34
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Náutica
celente qualidade dos materiais usados na sua produção, e fácil acesso às zonas de serviço. O novo Quicksilver Activ 455 Open é uma embarcação multifuncional para passeios, pesca e desportos aquáticos que oferece uma navegação suave, calma e divertida, quaisquer que sejam as condições meteorológicas. Equipamento de série Casco e piso Escada de banho Luzes de navegação Piso anti-deslizante laminado Convés Poço da âncora Posto de comando Tacómetro e velocímetro analógico Cabo de direcção NFB Depósito de combustível portátil Apoio de pés integrado na consola Tomada de 12V Cabina Extintores Almofadas de popa Cobertura para a consola Outro equipamento Bomba de esgoto automática Equipamento Opcional Casco e piso Casco colorido Almofadas de proa e solário Lona de fundeio Bimini-top Equipamento de radio GPS
Sob os bancos há muita arrumação
Características Técnicas Comprimento Total
4,54 m
Boca Total
1,85 m
Peso
401 Kg
Capacidade Combustível
25 L
Lotação Máximo
5
Categoria CE
C
Potência Máxima
60 HP
Barco / Motor Mercury 40 EFI
11.090 € + IVA
Importador: Touron Portugal Telf.: 21 460 76 90 geral@touronsa.pt www.touron-nautica.com/pt
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Notícias do Mar
Tagus Vivan
Texto Carlos Salgado
O Tejo, Alavanca Importante do Crescimento Económico do País
A Tagus Vivan promotora do terceiro Congresso do Tejo vai demonstrar por meio do Ciclo de Conferências regionais e preparatórias deste congresso, que o nosso maior rio, e a sua bacia hidrográfica, tem potencialidades para ser uma alavanca importante para o crescimento económico do país, tão carente que está, mas é preciso que haja inteligência e competência dos governos para saberem aproveitar essas potencialidades e valências no melhor sentido.
A
Tagus Vivan nomeou uma Comissão Executiva (CE) para gerir, técnica e cientificamente, o Ciclo de Conferências do Tejo que decorrerá durante o período de um ano, desde Julho de 2015 até Julho de 2016, que culminará em Outubro no terceiro Congresso do Tejo. O desígnio principal deste congresso é o de pugnar pelo “crescimento económico do país para que passe a haver Mais Tejo e Mais Futuro” tomando na devida conta a importância da vida e da riqueza que é criada pelo próprio rio, pela agricultura, silvicultura, vitivinicultura, agropecuária, indústria, pesca e serviços, e por outras valências das regiões da sua bacia hidrográfica tais como a do Estuário, da Lezíria do Tejo, do Médio Tejo, da Beira Baixa e do Alto Alentejo. É de relevante importância reconhecer que os patrimónios naturais e culturais (materiais e imateriais), e o clima, luz, paisagem, usos e costumes das gentes do Tejo, são uma grande 36
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mais valia para o Turismo, nas suas várias vertentes, pelo que esta indústria deve passar a ser devidamente potenciada para que o Tejo seja um destino turístico de qualidade e de referência , porque nenhum outro rio em Portugal tem a diversidade de paisagens, de culturas e de história que o Tejo tem, mas para isso é condição sine qua non que o rio tenha água em quantidade e qualidade (gestão da água e do leito e boa qualidade físico-química e ecológica da água), seja navegável, e que e o órgão que administra a sua bacia hidrográfica passe a desempenhar cabalmente a missão para que foi criado na defesa da integridade e qualidade do leito e margens do rio. Como desde o início o conceito deste novo Congresso é o de marcar a diferença, vai por isso ter uma maior amplitude de modo a conseguir abarcar toda a área territorial da bacia hidrográfica, daí ter sido adoptada a estratégia de que as Conferências do Tejo sejam de âmbito regional e por conseguinte a sua realização deve ter lugar
em municípios ribeirinhos situados ao longo do curso do Tejo nacional, e com o seu apoio logístico conseguir obter os devidos resultados. Nesta conformidade as conferências do Ciclo serão designadas por, respectivamente: Conferência do Estuário; Conferência da Lezíria do Tejo; Conferência do Médio Tejo: Conferência do Tejo Superior e do Tejo Internacional,
cujos programas temáticos serão adaptados à realidade das valências de cada região. Para além destas conferências terão também cabimento no Ciclo, 2015- 2016, outras conferências e mesas redondas com temáticas mais específicas como por exemplo a Navegabilidade do Tejo, o Transporte Multimodal do Tejo e outras que se mostrem de interesse.
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Notícias do Mar
O Voo do Guarda-Rios
Texto Carlos Salgado
O Tejo e Lisboa Estão no Centro do Mundo
A Capital e o rio que a viu nascer voltam a estar no centro do mundo como aconteceu durante a epopeia dos Descobrimentos Portugueses, quando Lisboa foi um grande empório comercial dos produtos do Oriente no século XVI e suplantou Alexandria, Génova e Veneza.
D
urante séculos a navegação à vela, que esteve nos primórdios da náutica desportiva e lúdica, não foi mais do que um meio de deslocação dos povos e de embarcações de guerra e de comércio. Portugal, não obstante ser um país de tradição marítima, só em 1836 é que importou a prática dos desportos náuticos amadores ou de regalo, que chegou cá pela mão dos ingleses. Na sequência de algumas pequenas regatas disputadas no estuário do 38
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Tejo que iam um pouco para além da barra, em 1855 foi fundado em Lisboa o Real Yachting Club, o mais antigo clube náutico da Península Ibérica, que em 1856 passou a denominar-se Real Associação Naval de Lisboa que, após a implantação da República passou a ser a Associação Naval de Lisboa, que ainda se mantém em actividade. A partir daí deuse a expansão do desporto da vela em Portugal sendo o estuário do Tejo a pista de regatas mais importante e movimentada ao tempo. Lamentavelmente o despor-
Notícias do Mar
to da Vela em Portugal está hoje em decadência por falta de dinâmica dos clubes que estão a desistir da formação da juventude nas suas escolas de vela, do que resulta que a nossa juventude está a preferir dedicar-se à prática do surf. Tenho esperança de que a Volvo Ocean Race que voltou este ano a passar por Lisboa, possa contribuir para criar apetência nos nossos jovens a voltarem à prática da vela. Esta etapa da Volvo Ocean Race que é a maior competição de vela oceânica do mundo, aponta para uma afluência a Lisboa de meio milhão de pessoas, cujos barcos estão patentes ao público na doca de Pedrouços. O objectivo deste ano é duplicar o número de pessoas que estiveram em 2012, que pretende também reforçar os valores do impacto económico, que há três anos foi estimado em 30 milhões de euros. Mas não são apenas os ” fórmula 1” da vela que estão a preferir o Tejo para aportarem nesta etapa da sua volta ao mundo, são também os Grandes Veleiros que estão ciclicamente a quererem concentrar-se em Lisboa durante o percurso das Tall Ships
Races como por exemplo em 2012 em que foram esperados 900.000 visitantes em Lisboa entre os dias 10 e 22 de Julho, quando a frota internacional de mais de 40 grandes veleiros aportou à nossa capital. Nesse ano de 2012, 1.900 marinheiros profissionais e jovens em treino partiram de Lisboa para navegarem até Cádis em Espanha e dali até La
Coruña, também no país vizinho, continuando a navegar até Dublin na Irlanda. Lisboa volta a receber os Grandes Veleiros de todo o mundo, no maior evento náutico do país para o ano que vem, em Julho de 2016 durante o 60º Aniversário das Tall Ships Races. Mas não são só estes os grandes navios que estão a demandar o Tejo. Hoje, com
bastante frequência ou mesmo diariamente em determinadas estações do ano, Lisboa recebe os grandes paquetes de cruzeiro, “os barcos do amor” e os turistas que vêm neles enxameiam as vielas e os monumentos desta cidade secular, que está a voltar a ser o centro do mundo. VIVA LISBOA; VIVÓ TEJO.
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Notícias do Mar
O Tejo a Pé
“Pisar” o Sado
Texto Carlos Cupeto Fotografia Fernando Feiteiro
Bem cedo, rumo ao rio. Um grupo de O Tejo a pé “pisou” o rio Sado. Na verdade o Galeão do Sal levou-nos de Alcácer do Sal até à foz, em frente à Arrábida. Foram cerca de 12 horas de navegação. O Sado ajudou mas os 37 caminheiros não lhe ficaram a trás, e se fosse necessário resumir o dia com uma só palavra essa palavra é convívio, pois o grupo foi fantástico.
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A contemplação também teve o seu tempo 40
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as voltemos ao rio. A partida foi bem cedo e o Sado estava como o dia, muito tranquilo e sereno. Talvez por isso, não tardou a mostrar a sua vida; pouco depois de termos largado, duas lontras brincaram para nós. Ao longo do dia havíamos de ter novas e boas surpresas – afinal, o grupo também esteve em harmonia, como tudo o resto, apesar de muitos nunca se terem visto antes. A indispensável tripulação, da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, integrou bem o ramalhete e esteve à altura de tudo o resto. À medida que íamos descendo o rio, a paisagem foi mudando. Antes de entrarmos nos troços com maior ocupação nas margens, a natureza
Notícias do Mar
A natureza no seu melhor. Quanto vale este espetáculo?
brindou-nos com um enorme bando de flamingos, primeiro com água pelo “joelho” e depois, como que numa dança no ar, em pleno voo. Entretanto, lá bem longe, no horizonte, num cenário ainda pouco explícito, começa a surgir a grande Arrábida. Nas margens, as salinas são a perder de vista. Chegamos ao estuário: estaleiros, Tróia com a imensa praia, a princesa Setúbal e, agora sim, a Arrábida com todo o seu esplendor e beleza. Desculpem, mas nem a Secil fica ali mal; quanta beleza e riqueza. Navegando agora em águas mais profundas e marinhas, como que por encomenda, um enorme grupo de golfinhos deliciou-nos durante largos minutos. Sentimos verdadeiramente a beleza da natureza e a harmonia daqueles afáveis seres com o meio, e isso contagia. Já tarde, aportámos em Setúbal. Logo ali, um magnífico almoço de peixe grelhado servido por quem bem sabe (Praxedes de seu nome, junto à lota) retemperou-nos as forças para a etapa de regresso. Se Portugal é bom peixe, então, por favor, nunca esqueçam Setúbal. Depois de mais quase quatro horas de navegação rio acima, o Sado e Alcácer mostraram-se, tal como de manhã, igualmente belos. Magnífico este Sado. Vale mesmo a pena viver os rios.
Mais do que vivo, um rio quer-se vivido
Um dos icons do Sado, mas há muito mais. 2015 Junho 342
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Electrónica
Notícias Nautiradar
Novo Duffell Double A Aquapac soma e segue com os seus produtos a serem recomendados pelas revistas mais conceituadas ligadas às atividades de ar livre.
Saco recomendado
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esta vez a Outside Magazine elegeu os novos sacos Duffel Double que aparecem recomendados no seu Guia do Comprador. Feitos em vinil 500 e 100% à prova de água, são robustos e também muito práticos até pela sua simplicidade. Ótimos para o paddle, vela, raft e para todas as utilizações em expedições. 3 Tamanhos: 40 L, 70 L e 90 L A marca Aquapac é líder mundial no fabrico de bolsas estanques. O conceito Aquapac nasceu em Londres em 1983 criado por 3 jovens surfistas que procuravam uma maneira de ouvir música enquanto surfavam. Depois de várias conversas à volta desta ideia chegaram ao desenho da bolsa à prova de água. Anos mais tarde o design foi desenvolvido e criada a Aquapac. A sua característica de marca mais forte é o patenteado sistema de fecho Aquaclip™. Após mais de 30 anos está 42
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Paddling atualmente em mais de 40 países e tem o aval dos desportistas mais conceituados. O sistema de fecho patenteado garante a estanquicidade das bolsas até 5m de profundidade no caso da gama náutica. A Aquapac tem um modelo para todas as utilizações e com diferentes capacidades de resistência á água, de acordo com certificação da escala IPX. Desde 2008 com redobrada responsabilidade ambiental em que o fabrico dispensou em absoluto a utilização de PVC. Cada vez mais as atividades de ar livre têm que ter o ambiente em conta, o PVC foi completamente erradicado do fabrico tanto nas bolsas como no fecho patenteado. Para além de pequenas quantidades de cola usadas nalguns dos componentes todo o processo de fabrico é isento de materiais tóxicos. A marca oferece 5 anos de garantia e responsabiliza-se por reciclar o máximo possível de componentes. A marca Aquapac está vocacionada para arranjar soluções de bolsas e sacos que servem e encaixam em todas as ativi-
dades de ar livre e de natureza, não existindo no mercado global soluções tão abrangentes como as apresentadas pela Aquapac. Saiba como adquirir o seu, consulte o importador Nautiradar para geral@nautiradar.pt
Revista Outside
Gama
Electrónica
Smartfind S20 SRS (Survivor Recovery System) Sistema de Sobrevivência Beacon AIS Pessoal O sistema de sobrevivência S20 SRS, é um dispositivo pessoal de AIS e que resulta do trabalho feito ao longo de anos pela Mcmurdo no sentido de criar dispositivos cada vez mais pequenos, mais leves e mais eficazes. vo de AIS pessoal e de localização rápida que possibilita o resgate célere na situação de Homem ao Mar. PRVP € 235,77 para a Smartfind S20 SRS
Mcmurdo Smartfind S20 AIS
Smartfind-S20
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olocado no colete salva-vidas, é ativado a partir do deslize da tecla de segurança e retirando a cobertura da antena. A unidade muito leve e compacta envia mensagem de alerta, a posição de GPS e um código especial de identificação diretamente para um recetor de AIS num raio de aproximadamente 4 milhas. Uma luz LED em flash facilita na localização durante a noite.
Um recetor de GPS integrado de elevada precisão - que atualiza a cada 60 segundos – assegura a correta informação que é transmitida por este equipamento. A partir dos dados de localização, distância e direção, os membros da tripulação e recetores AIS na vizinhança recebem toda a informação que precisam para localizar a pessoa que se encontra em dificuldades e acelerando assim o socorro da mesma. O S20 SRS transmite continuamente por uma período de 24 horas e é estanque até 5 metros de pro-
fundidade. Para uma utilização, profissional, de recreio ou desportiva é um sistema de sobrevivência que pode salvar vidas. Porque a segurança dos tripulantes é prioritária, o S20 SRS está estudado para ser utilizado por todos os membros das tripulações. É um dispositi-
Nota: Pode ser usado em conjunto com o sistema Smartfind M5 AIS Classe A e com qualquer alarme AIS SART. Todos os navios acima das 300 toneladas são obrigados a ter um Transponder de AIS Classe A bem como as embarcações entre os 15 e os 18 metros. O transponder de AIS de Classe Smartfind M5 foi em 2013 uma solução inovadora de alto desempenho, e o primeiro a nível mundial a incorporar a função AIS MOB (Homem ao Mar) e o alarme AIS SART. Restantes características chave do Smartfind M5 AIS Classe A -Display a cores de 3,5” -Mapa com linha de costa integrada -Lista detalhada de alvos -Conectividade NMEA2000 e NMEA0183 -Tomada mini USB-B -Slot para cartão SD de dados -Recetor de GPS de alta sensibilidade com antena de GPS incluída -Opção de modo de silêncio (suspende a transmissão de AIS) Para mais informações sobre estes sistemas contacte o importador: Nautiradar
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Notícias do Mar
Notícias Yamaha
Yamaha e Joaquim Moio selam um acordo de patrocínio, com o apoio da Vega A Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal, o atleta Joaquim Moio, atual Campeão do Mundo de Bass Fishing e a VEJA, celebraram um acordo de patrocínio, pois o Joaquim era já detentor de um poderoso motor fora de borda F225CETL, mas que necessitava de ser afinado para estar na sua melhor potência.
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Pedro Nunes, Marine Division Manager Yamaha com Joaquim Moio
esta forma a Yamaha efetuou uma inspeção técnica cuidada e meticulosa ao motor do Joaquim Moio, deixando o atleta muito satisfeito com o resultado final. Estamos certos de que com a competência deste atleta e a potência do motor fora de borda Yamaha F225CETL, esta equipa irá brilhar ainda mais. A todos os atletas que possuam motores fora de borda Yamaha aconselhamos a fazerem uma inspeção técnica com o vosso Concessionário para poderem tirar o máximo resultado dos poderosos motores. Verifiquem se têm o hélice adequado e se tudo está a trabalhar dentro da qualidade Yamaha.
O Bass Fishing ou pesca ao achigã é um desporto de águas interiores, que nos EUA é já um dos maiores desportos de competição e envolve um vasto mercado de barcos específicos para esta pesca, motores fora de borda e amostras de pesca, tudo preparado para as várias competições que vão acontecendo. Em Portugal, nas águas interiores este desporto movimenta muitos atletas e pescadores que não entram em competição. Acompanhe as notícias deste desporto através de #JoaquimMoio #yamahamarinenapescaaoachigã #yamahamarineworld #mundoyamahamarine #motorforadebordayamaha #yamahaoutboards
Para informação mais detalhada, por favor contate:
Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal
Luís Pedroso, Marine Service Coordinator Yamaha e Joaquim Moio 44
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R. Alfredo Silva, n.º 10 2610-016 Alfragide Phone: +351 214 722 100 Email: infomarine@yamaha-motor.pt Web: http://follow.id/yamahamarineportugal/
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Alegrias no Verão!
Texto e Fotografia: Redação/Mundo da Pesca
Soluções para as dificuldades
Não nos cansamos de dizer que a pesca é feita de detalhes. Pequenas coisas que se podem fazer, nas alturas devidas, que podem alterar um dia de pesca que se está a revelar “miserável”. Com as sugestões que vos trazemos nas próximas linhas não existe a presunção de que “descobrimos a pólvora”. É no entanto o resultado da experiência de muitos especialistas, durante muitas horas de pesca, a vir ao de cima. Aproveite...
1 - Fugir a bogas e cavalas Uma das razões pelas quais se capturam tantas bogas 46
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e cavalas é porque a pesca se fixa num determinado ponto, levando a que estas incansáveis criaturas procu-
rem alimento no local onde a pesca cai. A pesca atravessa o cardume que está instalado logo acima do fun-
do e mal os peixes detetam alimento a ir para baixo, de imediato o seguem; como a pesca fica “trancada” no
Pesca Desportiva
Apostar na qualidade
num formato diferente do habitual, mais arredondado que permita que a pesca “role” ao sabor da aguagem, por muito ligeira que esta seja, acabando muitas das vezes por fugir ao cardume e encontrando por vezes um peixinho de jeito. Em tom de resumo, uma chumbada
fundo conseguem atacá-la mal atinge o fundo e aí não há nada a fazer, ou haverá? Claro que sim. A solução mais fácil poderá ser reduzir o peso da chumbada; a ideia não é má mas poderá levar a que ocorra o mesmo problema se a aguagem não for muito forte, ou seja, se a chumbada for mais leve mas
redonda e o mais leve possível será o mais indicado para enfrentar este tipo de situações. 2 – Adaptar a montagem Para fugir à “rataria”, e numa montagem de 3 anzóis, o que deveremos fazer é en-
se tiver um formato mais hidrodinâmico, em forma de torpedo, poderá ficar trancada no fundo impossibilitando que a pesca se movimente e “trabalhe”, sendo inevitavelmente atacada pelos “gosmas”. Daqui resulta mais um aspeto a ter em conta: o formato da chumbada. Para o efeito deveremos apostar 2015 Junho 342
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Pesca Desportiva
ma e com uma cor que não é chamativa para este tipo de peixes, conseguimos com que a pesca passe despercebida e, sendo mais pesada que o habitual, conseguirá descer a uma velocidade muito grande para o fundo.
Fugir a bogas e cavalas
curtar os 2 estralhos de baixo para metade, a rondarem os 20 centímetros. Desta feita, e se o cardume estiver rente ao fundo poderemos entreter as bogas com o estralho mais comprido que fica em cima, iscado com berbigão ou camarão, enquanto os dois de baixo serão iscados preferencialmente com amêijoa na tentativa de “desencantar” um bom peixe. Esta operação é ainda mais fácil de efetuar se utilizarmos “cross beads” na montagem, bastando para isso cortar, dar um novo nó e está pronta a pescar.
Adaptar a montagem 48
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3 – Cardumes a meia-água Quando nos deparamos com cardumes a meia-água a solução poderá ser diferente e há que optar por passar o mais rapidamente possível pelo cardume, habitualmente de bogas, cavalas ou carapaus, e como? Com a solução mais simples e óbvia, ou seja, utilizando uma chumbada mais pesada de cor preta e baça. Desta for-
4 – Apostar na qualidade Uma das formas de tentarmos apanhar uns peixes vermelhos, nome por que habitualmente se designam peixes como os pargos e bicas, e só para dar alguns exemplos, é fazermos algumas alterações na nossa montagem, chumbada incluída a hora de “ataque”. Refira-se que muitos pescadores fazem aquelas capturas de sonho a horas menos próprias, já para não dizer impróprias! Por vezes com o Sol a pique saem aqueles peixões de sonho e contrariamos assim uma tendência mais do que estabelecida. Dois estralhos mais compridos, a rondar os 60 centímetros e uma chumbada vermelha na casa dos 200 gramas poderá ser aquilo que precisamos para tentar a sorte. Como não há milagres convém utilizar um estralho na casa dos 0,35 em fluorocarbono e anzóis 1/0 iscados de uma maneira generosa com aquilo que acharmos que os peixes poderão desejar. 5 – Preparar a amêijoa Em primeiro lugar, para bem iscar a amêijoa devemos prepará-la convenientemente. Isso obriga a que seja descongelada de véspera, que seja aberta e lhe seja retirada a água que fica em excesso. Neste último processo podemos usar um pano turco da cozinha ou algo semelhante, de modo a absorver a água resultante da descongelação. O passo
Pesca Desportiva
seguinte é espalhá-las de maneira uniforme de modo a que possamos salgá-las. Habitualmente divido a amêijoa que levo para uma jornada e numa parte aplico sal e na outra aplico muito pouco ou nada, destinando-se esta a pesca difícil. 6 – Amêijoa para todas as situações Ao contrário do que se pensa, devemos perder mais tempo a iscar quando os toques são francos e a pesca fácil. Isso deve-se ao facto das mesmas ficarem mais facilmente danificadas. Por isso, vamos usar uma agulha de iscar e silicone para o efeito, chamando à atenção para o facto de termos de coser tanto quanto necessário o miolo de maneira a que fique tão estreito quanto possível e o peixe não tenha
Chubadas para cardumes a meia-água
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Pesca Desportiva
Preparar a amêijoa
“pontas” para arrancar a iscada; além disso, o facto de estar aos beliscos permite que se o peixe arrancar um ainda fiquemos com mais uns quantos no anzol. O processo começa com a colocação do miolo da amêijoa na agulha, com tantos quanto o anzol pedir; cosemos tudo com linha de silicone e retiramos o “trabalho” conseguido da agulha. Depois é só cortar em pedaços tão
pequenos quanto queiramos e ir enfiando à mão no anzol. Para pesca difícil daremos prioridade à amêijoa menos salgada, menos desidratada e por isso mais solta, e não vamos usar silicone ou agulha. O tamanho da iscada também será um detalhe, devendo ser maior que o normal para que o peixe coma de forma mais confiante. Isca-se miolo a miolo tendo
sempre o cuidado de deixar a parte da barriga para fora, ficando o anzol preso pela parte mais rija.
remos o anzol e por vezes usando alguns dos pequeníssimos bocados que ficaram agarrados à nossa mão.
7 – Iscar camarão Com um dos pedaços que obtivemos do corte longitudinal do camarão, iremos de seguida apertá-lo com a mão. Sim, perceberam bem, apertá-lo bem. O objetivo é simples: fazer com que o camarão apresente um aspeto meio desfeito de modo a que pareça mais natural. Aqui é que a qualidade do camarão vem ao de cima, devendo apresentar-se robusto e fibroso para iscar mas que, após este “tratamento” de aperto, fique com um aspeto macio e fofo assim que entra na água, sem que se desfaça, obviamente, parecendo um pedaço de comida que ali anda soltinho. Poderemos apertar tantas vezes quantas queiramos, até o camarão ficar como desejarmos, passando de seguida essa tira esborrachada pela agulha; seguidamente atamos com fio de silicone, sempre na diagonal, uma vez para cima e outra vez para baixo, chamando a atenção para não apertar muito de maneira a que não fique com um ar pouco natural. O passo final é tirar o camarão da agulha e cortá-lo em pedaços tão pequenos quanto queiramos, sendo esses mesmos bocados aqueles com que tapa-
8 – Choupas e besugos: os estralhos Se tradicionalmente pescamos as choupas recorrendo a estralhos mais compridos, com aproximadamente 45 centímetros, no caso dos besugos isto altera-se completamente, sendo o comprimento dos estralhos mais reduzido, rondando a casa dos 35 centímetros, podendo mesmo ter apenas um palmo quando eles estão “em camada”. Isto no caso dos besugos é valido, mas somente para alturas em que estão a comer bem, alturas que correspondem a mares com mais aguagem e, por exemplo, mares de maiores amplitudes. Então o que é que vai acontecer se não houverem estas condições? Resposta óbvia: temos de aumentar os estralhos para os besugos, ficando a montagem idêntica à das choupas, que não se mostram tão relutantes como os tresloucados besugos. Ficamos assim como uma montagem “2 em 1”. A primeira parte do nosso problema está resolvida. 9 – Formas de comer diferentes
Amêijoa para todas as situações 50
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Pesca Desportiva
Iscar com camarão
As choupas e os besugos têm formas diferentes de se alimentar e, referindo o caso específico do besugo, podemos dizer que difere bastante da choupa. Este peixe tende a ser mais “mamão”, andando um pouco aos restos dos iscos que andam no anzol e, mesmo o que está preso no anzol é colocado na boca e muitas vezes cuspido num ápice. Daqui se conclui de imediato, e até vendo pela maior voracidade da choupa, que teremos de usar iscos diferentes caso queiramos ser mais seletivos nas nossas capturas. As soluções são então dispor de dois tipos de iscos distintos, o camarão e a amêijoa. O primeiro será mais indicado para os besugos ao passo que a segunda será mais indicada para as choupas. A explicação é simples: atendendo à forma como já vimos que os besugos se alimentam, o mais recomendável é fazer iscadas com pequenos pedaços de camarão, ligeiramente esfarelados e sem que sejam atados. Procedendo desta maneira, a iscada vai soltando alguns pedaços que vão tentar o besugo, levando-o assim a “carregar” e ficar ferrado. Já no caso da choupa é precisamente o inverso; a iscada não deve ser tão solta (embora também não deva ser ata2015 Junho 342
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Pesca Desportiva
Os estralhos para choupas e besugos
da) e deve ser constituída por dois ou três miolos de amêijoa iscados de forma aglomerada num anzol nº 1 ou 2, formando uma “bolinha”. No caso da choupa não devemos ir ao toque e, o facto de termos uma iscada grande, permite que o peixe vá comendo de forma cada vez mais segura, até se ferrar. Aqui se chama a atenção para o facto de não se ir
ao toque, não só para não o falhar como também para não levantar a pesca e fazer com que o peixe-miúdo ataque. 10 – Questão de altura Nos dias de mar calmo e pouca aguagem é habitual os peixes alvorarem um pouco. Para os menos atentos basta verificar a posição da boia
Questão de altura
e da proa do barco para ver que realmente esta situação se está a verificar. O peixe ao subir, e no caso de ser peixe de qualidade, deve utilizar-se mais um pequeno truque para o conseguirmos desencantar no “andar de cima”. O truque é simples e passa por colocar um acrescento de linha – que se chama “elevador” com o intuito de co-
locar a pesca a trabalhar na zona onde suspeitamos que o peixe se colocou. Se por exemplo capturamos peixe no anzol do meio devemos subir a pesca cerca de 30 centímetros, devendo ser esse o comprimento do elevador. Lógico que esta extensão não é mais do que um pedaço de linha no qual colocamos na sua extremidade a nossa chumbada.
Formas de comer diferentes 52
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Notícias do Mar
Texto e Ilustrações Tiago Peters / Motolusa
Conselhos Motolusa
Procedimentos para Reutilização do Na época de início do Inverno publicámos os conselhos da Motolusa para hibernizar um motor interior. Agora vamos dar os conselhos da Motolusa para sem problemas preparar a reutização do motor.
1. Sistema de combustível Drene a água do filtro de combustível/separador de água (manual do motor).
Drene a água do depósito de combustível
Instale um novo elemento filtrante de combustível (ver manual do motor).
Abra a válvula de combustível
2. Sistema de lubrificação Verifique o nível de óleo do motor (ver manual do motor).
3. Sistema de refrigeração de água externa Verifique se a tampa do filtro de água salgada (externa) foi reinstalada.
Reaperte todas as abraçadeiras, eventualmente soltas.
Abra o macho de fundo.
Verifique se a tampa da bomba de água externa e os bujões de drenagem estão reinstalados (ver manual do motor). 54
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Notícias do Mar
Motor Após Hibernação
4. Sistema de refrigeração interno (de água doce) Verifique o nível do líquido refrigerante (ver manual do motor).
5. Sistema elétrico Certifique-se de que as baterias estão totalmente carregadas (ver manual do motor).
6. Verifique se há fugas Ligue o motor. Verifique se há fugas no sistema de combustível, no sistema de arrefecimento e/ou no sistema de escape.
7.Mude o óleo da caixa Desligue o motor e mude o óleo da caixa redutora (ver manual do motor).
Ligue as baterias.
8. Verifique manómetros e controlos remotos Verifique o funcionamento dos instrumentos, do controlo remoto e da caixa redutora.
Vetus Kit de Direção Hidráulica A Motolusa tem o prazer de informar que dispõe de um novo kit de direção hidráulica no seu programa de vendas, com 3 anos de garantia, como habitual nos produtos Vetus: MTC30KIT Este kit inclui: • Bomba tipo HTP 2010 (branca) • Encaixes para ligar a mangueira de Ø 8 mm • Cilindro tipo MTC3008 • Mangueira de Nylon Ø 8 mm tipo HS04N (rolo de 15 metros) • Óleo hidráulico de direção tipo VHS1 (1 litro) • Todos os encaixes necessários Os preços PVP são: Referência MTC30KIT - 2.549,00 € HS1010MS - 2.999,00 € HS1011S - 3.899,00 €
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Surf
Liga Moche Sumol Porto Pro
Fotografia Pedro Mestre
Frederico Morais e Carina Duarte Vencem Terceira Etapa Os campeões nacionais de surf de 2013, Frederico Morais e Carina Duarte, venceram no passado dia 24 de Maio o Sumol Porto Pro, terceira etapa da Liga MOCHE 2015, circuito que atribui os títulos nacionais da modalidade.
Frederico Morais a de Peniche em 2013, mas consegui adaptar-me bem às condições do mar e estou satisfeito com a vitória, que é sempre o meu objectivo em qualquer prova”. afirmou Frederico, cauteloso mas confiante. Carina Duarte vence na prova feminina Na prova feminina, Carina Duarte, em claro crescendo de forma, acabou por bater toda a concorrência no Sumol Porto Pro, etapa que já não vencia desde 2011. Carina, que assim ascendeu à vice-liderança do ranking nacional, deixou a campeã nacional em título, Teresa Bonvalot, no segundo lugar da final (mas ainda assim na liderança do ranking deste ano), Carol Henrique no terceiro e Ana Sarmento, de regresso às finais em 2015, no quarto posto. A maior surpresa da manhã ficou por conta da eliminação de Camilla Kemp, vencedora da etapa anterior, nas meias-finais, em 5º lugar, a par da júnior Mariana Assis, cada vez mais em forma na Liga MOCHE 2015. “O nível do surf feminino
português está cada vez mais elevado, por isso em cada etapa há surpresas, o que acaba por nos dar vontade de treinar muito para sermos cada vez melhores” adiantou a vencedora do Sumol Porto Pro 2015. O Sumol Porto Pro foi uma organização da Associação Nacional de Surfistas e da Fire!, com o patrocínio do MOCHE, Sumol, Allianz Se-
guros, Renault, Ramirez, Red Bull, o apoio local do Município do Porto, os parceiros oficiais RTP, GO-S. TV, Puro Feeling, bem como os media partners Mega Hits, A Bola, Surf Portugal, ONFIRE e Beachcam, contando também com o apoio técnico da Federação Portuguesa de Surf. A próxima etapa é na Praia Grande, em Sintra, dias 10, 11 e 12 de Julho.
Fotografia: Pedro Lopes
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m boas ondas de meio metro, na praia de Leça da Palmeira, “Kikas” bateu numa final muito renhida o seu vice de 2013, Miguel Blanco, conquistando a sua segunda etapa consecutiva este ano e isolando-se na liderança do ranking nacional. Na reedição de uma final em Peniche, em 2013, onde os dois atletas em maior forma deste Sumol Porto Pro se encontraram pela primeira vez na derradeira bateria de uma etapa da Liga MOCHE, a troca de ondas foi constante e a bateria muito equilibrada. Com os finalistas separados por apenas uma décima de ponto, a segundos de terminar o heat ambos apanharam uma onda cada, aumentando a indecisão até depois da buzina final soar... apenas para se ficar a saber que Frederico Morais tinha feito a melhor onda da bateria (7,75 pontos em 10 possíveis) e com isso cimentado a sua liderança, que acabou por lhe dar a vitória em mais uma etapa da Liga MOCHE 2015. “Esta final com o Miguel foi bastante mais disputada do que
Carina Duarte
Carina Duarte e Frederico Morais foram os vencedores
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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Surf
World Surfing Games - Nicarágua
Portugal é Vice-Campeão do Mundo de Surf
A Seleção Nacional de Surf venceu a medalha de prata no Campeonato do Mundo de Surf, que se disputou na Nicarágua entre 31 de maio e 7 de junho e o surfista português Nicolau Von Rupp conquistou também a medalha de prata.
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Teresa Bonvalot felicitada pela equipa 60
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Costa Rica sagrou-se a grande vencedora do mundo e os EUA ocuparam o terceiro lugar. O surfista português Nicolau Von Rupp conquistou o segundo lugar na etapa final, afirmando-se vice-campeão mundial de Surf. Nicolau Von Rupp revelou um desempenho muito consistente durante toda a competição, contribuindo bastante para posicionar Portugal à frente de equipas experientes e premiadas como o Peru, os Estados Unidos, a Austrália e o México. Também a jovem surfista Teresa Bonvalot se distinguiu nesta competição, alcançando o 9º lugar e
Surf
confirmando o seu potencial. Vasco Ribeiro e Miguel Blanco posicionaram-se ambos em 13º lugar, enquanto José Ferreira e Camilla Kemp em 25º lugar. O World Surfing Games, Campeonato Mundial organizado pela Federação Internacional de Surf, é um evento no qual os atletas competem individualmente pelo título e coletivamente pela distinção da sua Seleção. Em competição estiveram 27 seleções de todo o mundo e 132 atletas, masculinos e femininos. David Raimundo, Selecionador Nacional de Surf, refere: “Os nossos atletas estiveram a um nível elevadíssimo. Estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos, com o apoio da Federação Portuguesa de Surf, de todos os nossos surfistas e deste resultado histórico para a nossa seleção!” João Aranha, Presidente da Federação Portuguesa de Surf, refere “Conseguimos cumprir os nossos objetivos e somos vice-campeões do mundo em Surf! Trata-se de um retorno muito posi-
Nic Von Rupp na final
tivo para o investimento na nossa Seleção e espero que esta distinção, que reforça a posição de Portugal como potência mundial de Surf, abra portas a fundos para competirmos em mais provas internacionais, dando a oportunidade aos atletas de outras modalidades de trazerem mais troféus para Portugal.”
Resultado Final por Equipas: 1º Costa Rica 2º Portugal 3º USA 4º Peru (Medalha de Ouro, no ano passado) 5º Austrália Classificações Individuais dos Portugueses 2º Surf Open - Nicolau von Rupp (Medalha de Prata) 13º Surf Open - Miguel Blanco 13º Surf Open - Vasco Ribeiro 25º Surf Open - José Ferreira 9º Surf Feminino - Teresa Bonvalot 25º Surf Feminino - Camilla Kemp
Teresa Bonvalot foi 9ª classificada 2015 Junho 342
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Vela
Prova Final de Seleção da Classe Optimist
Francisco Fráguas Vence e Convence
Regatas em Leixões
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Francisco Fráguas do Clube de Vela do Barreiro e Alex Baptista do Clube de Vela da Costa Nova 62
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rancisco Fráguas, do Clube de Vela do Barreiro, foi o vencedor da Prova Final de Seleção da Classe Optimist, que decorreu em Leixões. O velejador barreirense triunfou igualmente no ranking que serviu para encontrar os velejadores que representarão Portugal nos Campeonatos do Mundo e da Europa. No total foram disputadas oito regatas na Prova Final de Seleção da Classe Optimist, que juntamente com o Campeonato de Portugal de Juvenis, teve como finalidade saber qual a composição das seleções nacionais ao Europeu de Optimist, que decorre de 17 a 24 de Julho em Pwllelhi, na Grã-Bretanha, e ao Mundial da classe, a realizar de 16 a
Vela
Beatriz Gago, do Clube Naval de Portimão
25 de Agosto, em Gdynia, na Polónia. Na Prova Final de Seleção da Classe Optimist, Francisco Fráguas venceu seguido de Alex Baptista, do Clube de Vela da Costa Nova e de Miguel Rouxinol, do Clube de Vela Atlântico. Feitas as contas, ficaram apurados para o Mundial em águas Polacas Francisco
Fráguas, do Clube de Vela do Barreiro, Alex Baptista, do Clube de Vela da Costa Nova, Luís Pinheiro, do Sport Algés e Dafundo, Miguel Rouxinol, do Clube de Vela Atlântico e Afonso Rodrigues, do Ginásio Clube Naval de Faro. No europeu do País de Gales, estarão João Bolina, do Clube de Vela do Barreiro,
Filipe Egipto, do Sport Algés e Dafundo, Pedro Coelho, do Clube de Vela Atlântico, Beatriz Gago, do Clube Naval de Portimão, Tomás Rocha, do Sport Algés e Dafundo, Manuel Fortunato, do Clube de Vela de Lagos, Daniela Miranda, da Associação Naval do Guadiana e Carolina Campos, do Sport Club do Porto.
Delta Lloyd Regatta
Duplas de 470 em destaque
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oão Villas-Boas/Miguel Nunes foram os portugueses mais bem classificados na Delta Lloyd Regatta realizada em Medemblik, na Holanda. A dupla nacional foi 10ª na geral de 470 masculino. António Matos Rosa/João Matos Rosa acabaram no 34º posto, enquanto Diogo Pereira/Manuel Macedo ficaram no 36º posto. Os suecos Johan Molund/Sebastian Ostling venceram, seguidos dos gregos Panagiotis Kampouridis/Efstathios Papadoppoulos e dos russos Mikhail Sheremetev/Maxim Sheremetev. Sara Carmo/Matilde Pinheiro de Melo finalizam a prova holandesa no 15º lugar do 470 feminino. As britânicas Sophie Weguelin/Eilidh McIntyre venceram. As também inglesas Amy Seabright/Anna Carpenter foram segundas e as polacas Agnieszka Skrzypulec/Irmina Mrozek Gliszczynska fecharam o pódio. Nos Laser, Eduardo Marques foi o português mais bem classificado no 58º lugar. Rui Silveira termina em 72º e Santiago Sampaio no 131º lugar. O australiano Matthew Wearn, o holandês Rutger van Schaardenburg, e o italiano Marco Gallo foram os três primeiros. Frederico Rodrigues acaba no 59º lugar em RS:X. O polaco Pawel Tarnowski venceu, com o holandês Kiran Badloe e o britânico Tom Squires nas 2ª e 3ª posições, respectivamente.
Afonso Domingos/Maria João Westwood foram 34º em Nacra 17. Os dinamarqueses Lin Ea Cenholt/Christian Peter Lubeck triunfaram, seguidos dos compatriotas Allan Norregaard/Anette Viborg. Os neozelandeses Gemma Jones/Jason Saunders ficaram com o bronze.
João Villas-Boas e Miguel Nunes
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Vela
Marina de Cascais - Giulietta na Rolex Middle Sea Race
Participação Pioneira
Marina de Cascais Giulietta O Marina de Cascais – Giulietta, de Alexandre Kossack, vai representar Portugal na 36ª edição da Rolex Middle Sea Race, uma das mais prestigiadas regatas do Mediterrâneo, que tem início no dia 17 de Outubro, em Malta.
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ela primeira vez na história da Rolex Middle Sea Race, um barco vai representar as cores portuguesas. O Marina de Cascais – Giulietta vai cumprir as 608 milhas náu-
ticas de um percurso difícil e, habitualmente, muito duro para as tripulações. José Manuel Leandro, Presidente da Federação Portuguesa de Vela, afirma: “A participação de embarcações portuguesas em provas
internacionais de referência ajuda a engrandecer a modalidade. Desejo bons ventos ao Alexandre Kossack e à sua tripulação.” Miguel Nunes, que esteve em quatro Jogos Olímpicos, é o táctico e o nome mais
Campeonato da Europa de RG 65
Jorge Camilo à Beira do Pódio
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orge Camilo e José Cardoso foram os portugueses que marcaram presença no Campeonato da Europa de RG 65, que decorreu em Lery Poses, França. Num campo difícil, com vento fraco e muito instável de direcção foram disputadas 16 regatas com 64
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Jorge Camilo a ser 4º classificado, a 7 pontos do pódio, enquanto José Cardoso terminou na 6ª posição entre 34 barcos. Triunfou o espanhol Victor Izquierdo, seguido dos franceses Laurent Gerbeaud e Thierry Laurat.
sonante da equipa que conta ainda com Alexandre Kossack, Julieta Kossack, Andreas Kossack, Eduardo Silva, Frederico Kossack, Hugo Aleixo, Francisco Quina, Tiago Jesus, Ruben Luís, Miguel Anciães e Miguel Possidónio.
Vela
Campeonato da Madeira de Windsurf
Guilherme Marques Apurado para a Malásia O Clube Naval do Funchal conquistou em Machico, dois dos três títulos possíveis no Campeonato da Madeira de Windsurf.
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s irmãos Marques, Artur na classe BicTechno, e Guilherme na classe RSX Júnior foram os grandes destaques da prova que ditou também o apuramento de Guilherme Marques para o Mundial da Juventude da ISAF, que se realiza no próximo mês de Dezembro, na Malásia. Guilherme Marques levou a melhor sobre João Gomes (CTM) vencendo duas regatas, mais uma do que o adversário, o que permitiu o apuramento para a prova mais importante da carreira do velejador até agora: “Era um objetivo que tinha traçado há dois anos. Tenho tido algum azar, entretanto, pelo meio mas agora que consegui estou bastante satisfeito. Já tinha ido a um Mundial, na Alemanha, mas este é da Juventude. É da ISAF, tem mais importância e por isso é o meu ponto alto, sem dúvida”, confessa o velejador. Neste Mundial estará apenas o melhor velejador de cada país, numa prova que vai significar o regresso do jovem de apenas 18 anos aos palcos internacionais depois da pre-
sença em três Europeus e num Mundial. O coordenador de vela do Clube Naval do Funchal Marco Gamelas elogia as qualidades de Guilherme Marques: “É o ultimo ano de júnior dele e tem grande potencial. Vai treinar intensamente para conseguir fazer um boa prova na Malásia. Ele mereceu este apuramento”, realça, elogiando os resultados do Clube Naval do Funchal no Campeonato da Madeira de Windsurf que ficou marcado pela conquista do título regional de RSX Júnior da parte de Guilherme Marques mas também do irmão Artur Marques em Techno 293. Artur protagonizou uma acesa disputa pela vitória final com Margarida Rodrigues do CTM. Tudo ficou por decidir na derradeira regata, onde Artur Marques levou a melhor pela velejadora que dominou na sector feminino. Já a classe Raceboard foi ganha por João Rodrigues (CTM). “Foi um balanço muito positivo para o CNF. Apesar de não se conseguir fazer muitas regatas já que esteve muito vento, que levou a que tivesse havido apenas um dia
Guilherme Marques de prova, no domingo, correu tudo muito bem para o Naval”, observa. O Campeonato da Madeira de Windsurf foi organizado pelo Centro Treino Mar em parceria com a Associação de Vela da Madeira e contou com a colaboração da Câmara Municipal
de Machico e da Associação Náutica da Madeira. Com ventos a oscilarem entre os 15 e os 20 nós, os vários participantes, com idades a variarem entre os 14 e os 47 anos, completaram as três regatas com a competitividade a ser sempre uma nota de destaque.
ISAF Sailing World Cup Weymouth & Portland
Dupla Nacional no 22º Lugar
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orge Lima/José Costa terminaram na 22ª posição da geral de 49er a etapa britânica da Taça do Mundo da ISAF (Federação Internacional de Vela) que decorreu em Weymouth e Portland. Jorge Lima/José Costa realizaram dez regatas (19º, 19º, 29º, 7º, 21º, 19º 17º, 12º, 20º, 27º) estando um pouco abaixo do nível que têm vindo a demonstrar. Os neozelandeses Peter Burling/Blair Tuke foram os vencedores, seguidos dos compatriotas Marcus Hansen/Josh Porebski. Os suecos Victor Bergstrom/Victor Vasternas acabaram na 3ª posição.
Jorge Lima - Jose Costa Weymouth e Portland
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Notícias do Mar
Últimas
Campeonato da Europa da Juventude de Laser Radial
Tudo a Postos em Viana do Castelo
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ais de 300 velejadores de 31 países vão participar, de 18 a 25 de julho, em Viana do Castelo, no Campeonato da Europa da Juventude de Laser Radial, considerada “a maior prova náutica alguma vez realizada na cidade”. José Manuel Leandro, Presidente da Federação Portuguesa de Vela, marcou presença na apresentação do evento. “Passará a ser, de longe, o maior evento náutico que Viana do Castelo organizou, até pelo número de dias. É uma estrutura logística imensa que vai colocar a organização no limite, tendo a certeza que vamos cumprir”, garantiu o presidente do Clube de Vela de Viana do Castelo, António Cruz. Além do CVVC, o Campeonato Europeu da Juventude de Laser Radial é promovido pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, que, através do projeto Centro de Mar, financia o evento orçado em várias dezenas de milhares de euros. António Cruz adiantou que
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o CVVC dispôs de apenas seis meses para organizar a competição, inicialmente prevista para França. “Face à desistência de França, e da candidatura da Corunha não ter avançado, soubemos em dezembro que seriamos nós a receber o evento, que obriga a uma estrutura logística e humana enorme, mas que vai permitir equipar o CVVC com equipamentos estruturas para o futuro”, explicou. O dirigente desportivo sublinhou o “forte” impacto económico que a prova irá ter na restauração e hotelaria da cidade uma vez que para além dos velejadores o evento vai movimentar “mais de 500 pessoas, entre familiares e treinadores que vão estar na cidade”. O Presidente da FPVela, José Manuel Leandro deixou elogios rasgados ao CVVC e ao trabalho desenvolvido pela autarquia vianense. Também o secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, destacou a forte “componente económica por detrás deste tipo de eventos”, considerando que estes
acontecimentos desportivos são “fundamentais para alavancar a atividade económica e o desenvolvimento do país”. O presidente da Câmara de Viana, José Maria Costa, disse que esta prova é “o reconhecimento justo” da aposta que Viana do Castelo tem vindo a fazer na náutica de recreio e, “uma oportunidade de afirmação enquanto centro de acolhimento de provas internacionais, e de estágios para equipas de todo o mundo”. Nesse sentido, José Maria
Costa sublinhou que esta prova “vai ao encontro dessa estratégia”, que localmente inclui ainda o projeto Náutica nas Escolas, que este ano letivo mobilizou 1.063 alunos, de 54 turmas dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico. A cidade passou a contar, deste 2013 com quatro equipamentos náuticos dedicados ao Surf, Vela, Remo e Canoagem, que resultaram de um investimento superior a sete milhões de euros, aplicado no âmbito do projeto Centro de Mar.
Apresentação em Viana do Castelo do Campeonato da Europa da Juventude de Laser Radial